DELEGADO DE POLÍCIA

3ª Rodada

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 Apresentação dos Professores

ALINE MEDEIROS PINHEIRO

Graduada pela Universidade Federal do Ceará. Pós-graduada em Direito

Constitucional Aplicado pela Faculdade Damásio de Jesus. Delegada de
Polícia Civil do Estado de Santa Cataria. Atualmente está realizando o
Curso de Formação de Delegados da Polícia Civil do Estado do Ceará.

E-mail: alinemedeirospinheiro@gmail.com

Instagram: @prof.alinemedeiros

EDUARDO FRANCO DEFAVERI

Graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Pós-graduado em Ciências Penais pela Universidade Anhanguera.
Delegado de Polícia Civil do Estado de Santa Cataria.

E-mail: eduardodefaveri87@gmail.com

Instagram: @del.eduardodefaveri

FELIPE BLOS ORSI

Graduado pela Universidade Feevale. Pós-graduado em Ciências Penais

pela Universidade Cândido Mendes. Delegado de Polícia de Santa
Catarina. Aprovado para Delegado de Polícia no Paraná. Ex- agente de
Polícia Civil no Distrito Federal.

E-mail: fborsi@live.com

Instagram: @del.felipeorsi

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 Questões

QUESTÃO 01.

A Constituição Federal de 1988 ocupa o topo da pirâmide kelseniana,

posicionando-se no mais alto grau de hierarquia no que se refere às
demais normas legais, de sorte que todo o sistema jurídico há de estar
com ela conformado (princípio da supremacia da Constituição).

É sabido que o controle de constitucionalidade do direito brasileiro

apresenta, basicamente, dois sistemas: o concentrado e o difuso, sendo
o primeiro uma situação em que será obtido o controle abstrato de lei ou
ato normativo por meio de um processo objetivo, enquanto que no
segundo a questão constitucional é incidental e relaciona-se com a
causa de pedir, acarretando efeitos inter partes (entre as partes).

O tema controle de constitucionalidade apresenta diversas nuances e

especificidades, albergando uma vasta produção doutrinária e
jurisprudencial sobre o assunto.

A partir do exposto, discorra sobre a teoria da transcendência dos

motivos determinantes, destacando qual o posicionamento do Supremo
Tribunal Federal acerca da aplicação desta teoria no ordenamento
jurídico pátrio. (20 pontos)

QUESTÃO 02.

Francisco reiteradamente recebia multas por conduzir o seu veículo

automotor em velocidade acima da permitida. Inclusive, somente neste
ano de 2019, ele já computou mais de 20 pontos em sua carteira de
motorista. Ciente desta situação, o DETRAN do Estado do Espírito Santo,
em junho do corrente ano, aplicou a Francisco a suspensão do direito de
dirigir, prevista no art. 256 do CTB, o qual tomou conhecimento da
modalidade imposta.

Na data do dia 24 de agosto de 2019, Francisco foi parado em uma “blitz”,

ocasião em que foi constada a penalidade imposta a Francisco.

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 O fato de Francisco está dirigindo mesmo após a habilitação ter sido
suspensa pelo DETRAN/ES configura algum delito? Se sim, qual? (20
pontos)

QUESTÃO 03.

Discorra sobre o procedimento de arquivamento do inquérito policial. (20

pontos)

Peça Prática

No dia 11 de março, por volta das 22 horas, na cidade de Guarapari-ES,

MARCELO, LEONARDO, JANAÍNA, GABRIELA e VITOR estariam num veículo
Ford Fusion, de placa AAA-2233, conduzido por este último.

Após saírem de uma boate, VITOR estaria conduzido o veículo, quando,

após iniciar um racha com outro veículo, acabou puxando o freio de mão
do carro, o que resultou na perda do controle do veículo e colisão com
um poste.

Após a batida, constatou-se que JANAÍNA estaria em estado grave,

porém, antes de a guarnição da polícia militar encerrar a ocorrência,
esta teria vindo a óbito. As demais vítimas sofreram lesões leves, sem
maiores gravidades.

Foi constatado ainda que, momentos após a colisão, o condutor do

veículo teria se evadido do local, sem prestar qualquer assistências às
vítimas, conforme discorreu os policiais militares presentes na ocorrência.
Tudo isso se encontra no vídeo, gravado por GABRIELA de dentro do
veículo.

Considere as seguinte informações:

- Em depoimento, LEONARDO afirmou que VITOR, momentos antes da

colisão, estaria em alta velocidade, “picando os carros” (cortando os
veículos) descontroladamente;

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 - MARCELO relatou que teria visualizado o condutor a 140 km/h;

- GABRIELA afirmou que VITOR acelerava o veículo, tentando ultrapassar

o outro carro que estava na via, situação na qual a depoente e JANAÍNA
solicitaram ao condutor que fosse diminuída a velocidade, pois poderiam
morrer. Naquele momento, VITOR teria se exaltado e esbravejou, dizendo
que sabia muito bem o que estava fazendo.

- Há um vídeo, demonstrando o momento em que VITOR puxa o freio de

mão em alta velocidade, o que gerou a perda do controle do carro e,
em seguida, a colisão com o poste.

- MARCELO, LEONARDO e GABRIELA se lesionaram levemente.

- No depoimento de GABRIELA, esta afirmou que VITOR está tentando

convencê-la para não entregar o vídeo à Polícia Civil, bem como alertou
que o autor está procurando LEONARDO para que este pare de trazer
informações à polícia.

- Laudo pericial afirmou que a velocidade do veículo se encontrava em

135 km/h no momento da colisão.

- VITOR possui a permissão do direito de dirigir veículo automotor e não

possui qualquer passagem policial, além de trabalhar numa empresa
com carteira assinada há pelo menos 2 anos.

- Dois dias após o crime, a mãe de VITOR comprou passagens para que
este fosse visitar os parentes na cidade de Gramado, Rio Grande do Sul.
(60 pontos)

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 Questões com gabarito

QUESTÃO 01.

A Constituição Federal de 1988 ocupa o topo da pirâmide kelseniana,

posicionando-se no mais alto grau de hierarquia no que se refere às
demais normas legais, de sorte que todo o sistema jurídico há de estar
com ela conformado (princípio da supremacia da Constituição).

É sabido que o controle de constitucionalidade do direito brasileiro

apresenta, basicamente, dois sistemas: o concentrado e o difuso, sendo
o primeiro uma situação em que será obtido o controle abstrato de lei ou
ato normativo por meio de um processo objetivo, enquanto que no
segundo a questão constitucional é incidental e relaciona-se com a
causa de pedir, acarretando efeitos inter partes (entre as partes).

O tema controle de constitucionalidade apresenta diversas nuances e

especificidades, albergando uma vasta produção doutrinária e
jurisprudencial sobre o assunto.

A partir do exposto, discorra sobre a teoria da transcendência dos

motivos determinantes, destacando qual o posicionamento do Supremo
Tribunal Federal acerca da aplicação desta teoria no ordenamento
jurídico pátrio. (20 pontos)

Gabarito:

A transcendência dos motivos determinantes impõe que os fundamentos

determinantes (ratio decidendi) da decisão também gerem efeitos
vinculantes. Saliente-se que, em regra, apenas a parte dispositiva geraria
tais efeitos (6)

Também chamada de efeitos irradiantes ou transbordantes dos motivos

determinantes (2pts).

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 A teoria dos efeitos determinantes se refere ao aspecto objetivo dos
efeitos da decisão proferida em sede de controle de
constitucionalidade. O aspecto objetivo diz respeito sobre quais partes
da decisão da ADIN produzem eficácia erga omnes e efeitos vinculante.
Sobre este tema, existem basicamente duas correntes. (6 pts)

1ª corrente: teoria restritiva. Somente o dispositivo da decisão produz

efeito vinculante.

Os motivos invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes.

(2 pt)

2ª corrente: teoria extensiva. Além do dispositivo, os motivos

determinantes (ratio decidendi) da decisão também são vinculantes.
Admite-se a transcendência dos motivos que embasaram a decisão. (2
pt)

O STF adota a corrente restritiva (2 pt).

QUESTÃO 02.

Francisco reiteradamente recebia multas por conduzir o seu veículo

automotor em velocidade acima da permitida. Inclusive, somente neste
ano de 2019, ele já computou mais de 20 pontos em sua carteira de
motorista. Ciente desta situação, o DETRAN do Estado do Espírito Santo,
em junho do corrente ano, aplicou a Francisco a suspensão do direito de
dirigir, prevista no art. 256 do CTB, o qual tomou conhecimento da
modalidade imposta.

Na data do dia 24 de agosto de 2019, Francisco foi parado em uma “blitz”,

ocasião em que foi constada a penalidade imposta a Francisco.

O fato de Francisco está dirigindo mesmo após a habilitação ter sido

suspensa pelo DETRAN/ES configura algum delito? Se sim, qual? (20
pontos)

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 Gabarito:

Não está configurado nenhum crime. É atípica a conduta contida no art.

307 do CTB quando a suspensão ou a proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor advém de restrição
administrativa. (6 pts)

A conduta de violar decisão administrativa que suspendeu a habilitação

para dirigir veículo automotor não configura o crime do art. 307, caput,
do CTB, embora possa constituir outra espécie de infração administrativa,
a depender do caso concreto. (4 pts)

A suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para

dirigir veículo automotor é uma pena acessória, de natureza criminal,
prevista no art. 292 do CTB. (4 pts)

Desse modo, resta evidente que o legislador quis qualificar a suspensão

ou proibição para dirigir veículo automotor como sendo uma pena de
natureza penal. Logo, quando o art. 307 fala em “violar a suspensão ou
a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor”, ele está se referindo à sanção criminal imposta com base no
art. 292 do CTB. Em outras palavras, a violação prevista no tipo do art. 307
do CTB refere-se à decisão judicial. (6 pts)

QUESTÃO 03.

Discorra sobre o procedimento de arquivamento do inquérito policial. (20

pontos)

Gabarito:

O arquivamento do inquérito policial é um ato administrativo complexo

que depende de sucessivas manifestações de vontade do membro do
Ministério Público e depois do juiz. (3 pts)

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 O arquivamento do IP é promovido pelo Promotor de Justiça, devendo
ser homologado pelo Juiz. (2pts)

Caso o juiz discorde, deverá aplicar o art. 28 do CPP, remetendo os autos

do IP ao Procurador-Geral de Justiça. (3 pts)

O Procurador-Geral de Justiça poderá: 1) Oferecer a denúncia; 2)

Designar outro órgão do MP para oferecê-la. Este promotor não poderia
recursar-se ao oferecimento da denúncia, sob pena de falta funcional,
eis que, neste caso, estaria atuando como longa manus do PGJ. 3) Insistir
no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a
atender. (6 pts)

Em regra, a decisão do juiz que homologa o pedido de arquivamento do

inquérito policial é irrecorrível. (2 pts)

São exceções: 1) Crime contra a economia popular ou contra a saúde

pública, o qual vai gerar reexame necessário; 2)ontravenções
relacionadas ao jogo do bicho, cabendo recurso em sentido estrito. (4
pts)

Peça Prática

No dia 11 de março, por volta das 22 horas, na cidade de Guarapari-ES,

MARCELO, LEONARDO, JANAÍNA, GABRIELA e VITOR estariam num veículo
Ford Fusion, de placa AAA-2233, conduzido por este último.

Após saírem de uma boate, VITOR estaria conduzido o veículo, quando,

após iniciar um racha com outro veículo, acabou puxando o freio de mão

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 do carro, o que resultou na perda do controle do veículo e colisão com
um poste.

Após a batida, constatou-se que JANAÍNA estaria em estado grave,

porém, antes de a guarnição da polícia militar encerrar a ocorrência,
esta teria vindo a óbito. As demais vítimas sofreram lesões leves, sem
maiores gravidades.

Foi constatado ainda que, momentos após a colisão, o condutor do

veículo teria se evadido do local, sem prestar qualquer assistências às
vítimas, conforme discorreu os policiais militares presentes na ocorrência.
Tudo isso se encontra no vídeo, gravado por GABRIELA de dentro do
veículo.

Considere as seguinte informações:

- Em depoimento, LEONARDO afirmou que VITOR, momentos antes da

colisão, estaria em alta velocidade, “picando os carros” (cortando os
veículos) descontroladamente;

- MARCELO relatou que teria visualizado o condutor a 140 km/h;

- GABRIELA afirmou que VITOR acelerava o veículo, tentando ultrapassar

o outro carro que estava na via, situação na qual a depoente e JANAÍNA
solicitaram ao condutor que fosse diminuída a velocidade, pois poderiam
morrer. Naquele momento, VITOR teria se exaltado e esbravejou, dizendo
que sabia muito bem o que estava fazendo.

- Há um vídeo, demonstrando o momento em que VITOR puxa o freio de

mão em alta velocidade, o que gerou a perda do controle do carro e,
em seguida, a colisão com o poste.

- MARCELO, LEONARDO e GABRIELA se lesionaram levemente.

- No depoimento de GABRIELA, esta afirmou que VITOR está tentando

convencê-la para não entregar o vídeo à Polícia Civil, bem como alertou
que o autor está procurando LEONARDO para que este pare de trazer
informações à polícia.

- Laudo pericial afirmou que a velocidade do veículo se encontrava em

135 km/h no momento da colisão.

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 - VITOR possui a permissão do direito de dirigir veículo automotor e não
possui qualquer passagem policial, além de trabalhar numa empresa
com carteira assinada há pelo menos 2 anos.

- Dois dias após o crime, a mãe de VITOR comprou passagens para que
este fosse visitar os parentes na cidade de Gramado, Rio Grande do Sul.
(60 pontos)

Gabarito:

I. ENDEREÇAMENTO:

a) Excelentíssimo Juiz de Direito (2 pontos)

b) Vara Criminal da Comarca de Guarapari-ES (2 pontos)

II. REPRESENTAÇÃO

a) Representação pela medida cautelar de suspensão da habilitação do

direito de dirigir (art. 294 do Código de Trânsito Brasileiro) (5 pontos)

b) Representação pela medida cautelar diversa da prisão de proibição

de manter contato com GABRIELA e LEONARDO (art. 319, inciso III, do
CPP) (2 pontos)

c) Representação pela medida cautelar diversa da prisão de proibição

de ausentar-se da Comarca (art. 319, inciso IV, do CPP) (2 pontos)

III. CAPITULAÇÃO LEGAL

a) crime de homicídio doloso consumado e tentado (art. 121, caput, c/c

art. 14, incisos I e II, todos do Código Penal), uma vez que VITOR, ao fazer
um racha com outro veículo e ter afirmado que sabia o que estava
fazendo, ignorando a solicitação de GABRIELA para que fosse diminuída
a velocidade, visto que poderiam morrer, caracteriza o fato de ter
assumido o risco de produzir o resultado, o que caracterizaria o crime de
homicídio consumado por dolo eventual em relação à JANAÍNA e
homicídio tentado por dolo eventual em relação aos demais integrantes
do veículo. (5 pontos)

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 b) crime de racha (art. 308, caput, do Código de Trânsito Brasileiro), uma
vez que, no depoimento de LEONARDO, este teria afirmado que VITOR
estaria cortando os veículos e em alta velocidade (4 pontos).

c) crime de omissão de socorro (art. 304, caput, do Código de Trânsito

Brasileiro), pois, após a colisão, VITOR não prestou qualquer socorro às
vítimas, saindo do local, conforme informações prestadas pelos policiais
militares (2 pontos)

d) fuga do local do acidente (art. 305, caput, do Código de Trânsito

Brasileiro), eis que buscou se eximir da responsabilidade penal, por ter se
evadido (2 pontos)

IV. ARTICULAÇÃO DO RACIOCÍNIO LÓGICO E A CAPACIDADE DE

ARGUMENTAÇÃO

a) Fundamentar pela suspensão da habilitação do direito de dirigir de

VITOR, nos moldes do art. 294 do Código de Trânsito Brasileiro, tendo em
vista que se mostra imprescindível para se garantir a garantia da ordem
pública já que o autor ainda não tinha obtido a sua habilitação para
dirigir veículo automotor. (4 pontos)

b) Mencionar que a medida de proibição de ausentar-se da Comarca,

nos moldes do art. 319, inciso IV, do CPP, mostra-se necessária, uma vez
que a permanência de VITOR no local dos fatos é indispensável para a
investigação, uma vez que não foi realizado sequer o seu interrogatório.
(2 pontos)

c) Representar pela medida cautelar de proibição de contato de VITOR

com GABRIELA e LEONARDO, uma vez que o autor está prejudicando a
investigação ao tentar convencer a testemunha para que não entregue
o vídeo à Polícia Civil e ao solicitar que LEONARDO não traga maiores
informações no inquérito policial. (3 pontos)

d) Sustentar que a necessidade da medida se encontra preenchida

através das informações colhidas no depoimento de GABRIELA (art. 282,
inciso I, do CPP) e se mostram adequadas ao caso concreto (art. 282,
inciso II, do CPP), visto que são menos gravosas ao investigado, já que
não cerceiam a liberdade do investigado. (3 pontos)

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 e) Justificar que a prisão preventiva ou temporária não se mostram
razoáveis no caso concreto, uma vez que as medidas cautelares diversas
da prisão se mostram suficientes para cessar a atividade do autor. E mais,
não há informações de que VITOR estaria utilizando de coação ou
ameaçando as vítimas. Caso o autor, após a fixação das medidas
cautelares, venha a descumpri-las, a prisão preventiva deverá ser
deferida. (3 pontos)

f)Afirmar que o autor também possui emprego fixo e não possui qualquer
passagem policial, o que não justifica o cárcere imediato de VITOR. (2
pontos)

V. DOMÍNIO DO CONHECIMENTO JURÍDICO E DA NORMA CULTA

a) Mencionar que o caso se trata de dolo eventual, pois, após o aviso de

GABRIELA, o agente seguiu com a sua conduta, consentindo com o
resultado. Houve dolo eventual, quando o autor, após verificar a
possibilidade séria do resultado, pratica a conduta e se conforma com
isso. (3 pontos)

b) Justificar que o STJ já reconheceu a compatibilidade entre o dolo

eventual e a tentativa de homicídio em caso de acidente de trânsito
(REsp 1.486.745), motivo pelo qual o condutor também deveria responder
pela tentativa de homicídio em relação aos demais. (3 pontos)

c) Não se trata de culpa consciente, visto que VITOR, mesmo sabendo

que poderia causar o resultado morte, ignorou os avisos e optou por
realizar a conduta, não havendo qualquer menção no fato de que teria
confiado em suas habilidades. Além disso, ao puxar o freio de mão a 135
km/h, mostrou-se inconsequente, o que afasta a possibilidade de fato
culposo, por absoluta desproporção entre a conduta que vinha
realizando e o resultado possível, o qual se mostrava mais do que
previsível, eis que provável. (3 pontos)

d) Utilizar as terminologias adequadas (2 pontos)

e) Consistência de argumentos; (2 pontos)

f) Justificar que as medidas cautelares diversas da prisão se mostram

plenamente proporcionais, tendo em vista que os requisitos das medidas

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 cautelares (necessidade e adequação) se encontram devidamente
preenchidos, além de que tais medidas são menos gravosas do que a
prisão provisória do investigado. (4 pontos)

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