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ESTUDO DE CASO 02
Inicialmente, faz-se necessário entender que a microcefalia é uma condição
neurológica caracterizada pela caixa craniana e o cérebro menores do que o normal,
comparado aos valores de referência para sua idade e tamanho. Algumas crianças
com microcefalia podem ter um desenvolvimento e uma inteligência normal, mesmo
com o cérebro em menor tamanho, na modalidade da condição chamada
de microcefalia leve.
Em suma, outras crianças podem ter atrasos e problemas de desenvolvimento
mental, físico e motor, que estão diretamente relacionados ao tamanho reduzido do
cérebro. A microcefalia pode acontecer por motivos diversos, como uma carga
genética onde os pais tenham o gene da microcefalia, apesar de não manifestá-la, e a
craniossinostose, que é a fusão precoce dos ossos do crânio do bebê ainda na barriga
da mãe (sendo que a formação do crânio costuma terminar quando a criança já tem
uma idade mais avançada).
Vale salientar, ainda, que a microcefalia grave é a forma mais grave e extrema
dessa condição, em que a cabeça do recém-nascido é muito menor do que o
esperado. A microcefalia grave pode ocorrer devido ao fato de a cabeça não se
desenvolver de forma apropriada durante a gestação, ou devido ao fato de o cérebro
começar a se desenvolver corretamente, mas sofrer danos em algum ponto da
gestação.
Outrossim, defende, essa corrente, que permitir o aborto nesse caso seria
ferir, por completo, as disposições do Estatuto da Pessoa com Deficiência, o qual,
logo em seu art. 1º, prega pela inclusão social dos portadores de necessidades
especiais.
Eis a corrente majoritária, razão pela qual não é admitido o aborto em caso
de microcefalia.
Sabemos que uma criança portadora da microcefalia, sobretudo pelas
características físicas aparentes, principalmente a cabeça em tamanho menor que o
normal para uma criança da mesma idade, viria a se deparar e teria que conviver com
a discriminação que é comum ainda hoje em nossa sociedade para com os deficientes
físicos, porém, o fato de uma possível aprovação pelo STF para a descriminalização
do aborto de microcéfalo, estaria totalmente eivada de discriminação, de preconceito,
pelo fato de saber vir a ser esse feto, detentor de anomalias que os diferenciaria dos
demais. Essa não poderia ser uma justificativa defendida por aqueles que tem como
atribuição zelar pelo direito igual a todos os cidadãos.