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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC


CURSO DE ENFERMAGEM
COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II – 2022.1

IRANI VITÓRIA DE SOUZA MORAIS

ESTUDO DE CASO – ANENCEFALIA

Caxias
2022
2

IRANI VITÓRIA DE SOUZA MORAIS


Matricula: 201707171

ESTUDO DE CASO – ANENCEFALIA

Estudo de Caso apresentado aos preceptores de Estágio


Supervisionado II em Serviços de Saúde de Média e
Alta Complexidade da disciplina de Enfermagem em
Saúde da Mulher e do Recém-Nascido do curso de
Enfermagem, do Centro de Estudos Superiores de
Caxias – CESC, para obtenção de nota.
Preceptores: José Martins Coelho Neto; Joanne Thalita
Silva.
Coordenadora: Kelvya Fernanda de Almeida Lopes

Caxias
2022
3

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 3
2 DESCRIÇÃO DO CASO.......................................................................................................5
2.1 Anamnese........................................................................................................................... 5
2.1.1 Identificação do paciente pediátrico.....................................................................................5
2.1.2 História da doença atual (HDA)..........................................................................................6
2.1.3 Exames solicitados............................................................................................................6
3 FARMACOLOGIA............................................................................................................... 7
4 DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM..............................................10
5 EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM.....................................................................................13
6 PLANO DE ALTA (PA)......................................................................................................15
7 DISCUSSÃO....................................................................................................................... 16
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................17
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 18
APÊNDICE............................................................................................................................ 20
ANEXO................................................................................................................................. 21
4

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de uma paciente (gestante) com
o seu feto diagnosticado com Anencefalia a qual estava sob acompanhamento da equipe
multiprofissional da Maternidade Carmosina Coutinho (MCC) do município de Caxias - MA.
Oliveira (2018) expõe em seu estudo que a anencefalia é uma má-formação congênita
em decorrência de um defeito no fechamento do tubo neural. Impede que o feto tenha
atividade elétrica cerebral, por este não possuir os hemisférios cerebrais constituídos, em
parte, pela estrutura funcional mais importante: o córtex cerebral. Consequentemente, tem
apenas o resíduo do tronco cerebral, motivo pelo qual não mantém relação com o mundo
exterior e não conscientiza a dor.
Dito isto, a anencefalia não caracteriza somente casos de ausência total do encéfalo,
mas, sobretudo casos onde se observa graus variados de danos encefálicos. Ademais,
caracteriza-se ainda como uma anomalia irreversívelque inviabiliza, em 100% dos casos, a
vida extrauterina do indivíduo, sendo que pode ocorrer a morte fetalainda dentrodo
organismo materno Tratando-se de uma má-formação congênita ocorrida por volta do
vigésimo quarto dia após a concepção,decorrente de fatores genéticos e ambientais
(OLIVEIRA, 2018).
Em consonância ao exposto acima, Santos e colaboradores (2018) definem a
Anencefalia como um distúrbio de fechamento do tubo neural diagnosticável nas primeiras
semanas de gestação. Colocando-se em evidências que por diversas razões, o tubo neural do
feto não se fecha, deixando o cérebro exposto. O líquido amniótico gradativamente dissolve a
massa encefálica, impedindo o desenvolvimento dos hemisférios cerebrais.
Contudo, apesar da má-formação congênita, o neonato que nasce com anencefalia,
quando não for natimorto, pode apresentar o funcionamento normal do tronco cerebral, sendo
capaz de exercer atividades vitais involuntárias, como a manutenção dos batimentos cardíacos
e a respiração (LITWIN, 2021).
Entretanto, conforme expõe Litwin (2021) a única possibilidade a ser vislumbrada em
relação ao destino do neonato, infelizmente, é a morte, a qual poderá ocorrer em minutos,
horas ou, no máximo, alguns dias após o nascimento, o que confirma a impossibilidade do
desenvolvimento de uma vida extrauterina plena nessas situações.
Nessa perspectiva, caso ocorra o nascimento com vida, portanto, o recém- nascido
anencefálico, em decorrência da incompletude de sua formação cerebral, terá um estado de
5

vida extremamente breve e vegetativo. Estado de vida este caracterizado na chamada morte
encefálica – consistente, onde há ausência das funções neurológicas, com total
irreversibilidade da atividade cerebral –, a qual autoriza a retirada de órgãos, tecidos e partes
do corpo humano destinado a transplante ou tratamento, o que está previsto na Lei n.º
9.434/97, em seu artigo 3º (LITWIN, 2021).
Destacando-se que torna-se, no mínimo, uma crueldade imaginar uma gestação
onde se espera não o momento do colo, da amamentação, da troca de fraldas e de
olhares e,sim,um contato mínimo com um ser que virá e partirá em tão pouco tempo, os
preparativos serão na verdade como os que são feitos para um funeral. Tal quadro
gera implicações psicológicas graves na gestante e em toda a família (NASCIMENTO, 2020).
Em virtude disso, Nascimento (2020) cita que considera-se ser um desrespeito ao
princípio da dignidade humana da gestante impor-lhe que leve a termo uma gestação
num momento em que lhe faltam as forças físicas e psicológicas diante do diagnóstico
de uma anomalia fetal incompatível com a vida extrauterina. Por outro lado, a autonomia
da mulher deve ser preservada, dando-lhe o direito de decidir se deseja ou não levar a
gravidez a termo, visto que o sofrimento e a dor não são sentidos da mesma forma por todas
as gestantes.
Para Nascimento (2020) a anencefalia pode ser detectada através de exames como a
ultrassonografia, a ressonância magnética e a ecografia, com margem de erro praticamente
nula, a partir do 3º mês de gestação, já que tais exames visualizam a caixa craniana do feto,
possibilitando o diagnóstico precisoda anomalia, mas não estabelece qualquer tipo de
cura ou prognóstico de sobrevida. Além disso, a permanência de um fetoanencefálico no
útero materno podeacarretar danos à saúde da mulher, risco à sua vida,devido a
possibilidade da ocorrência de toxemia gravídica.
Reiterando-se que não há tratamento, cura ou qualquer possibilidade de sobrevida de
um feto com anencefalia. Em mais da metade dos casos, os fetos não resistem à gestação, e os
poucos que alcançam o momento do parto sobrevivem minutos ou horas fora do útero
(LITWIN, 2021).
Nesse sentido, sabe-se que no caso específico da anencefalia, conforme exposto por
Fernandes e colaboradores (2020), a interrupção da gestação de fetos anencéfalos é autorizada
e praticada em quase metade dos países membros da ONU. Por conseguinte, seguindo os
preceitos éticos e legais, expõe-se que apesar do risco de complicações físicas e emocionais,
somente em abril de 2012 o Supremo Tribunal Federal decidiu pela descriminalização da
6

interrupção da gestação de fetos anencéfalos. Estabeleceu-se o direito pela interrupção


terapêutica da gestação sem precisar de autorização judicial prévia ou pela manutenção desta,
se a mulher assim o desejar.
Conforme exposto por Viotto e colaboradores (2017), o Conselho Federal de
Medicina, através da resolução CFM nº 1.989/2012, (Publicada no D.O.U. de 14 de maio de
2012, Seção I, p. 308 e 309), dispõe sobre o diagnóstico de anencefalia para a antecipação
terapêutica do parto e dá outras providências, discorrendo em seu Art. 1º que, na ocorrência
do diagnóstico inequívoco de anencefalia, o médico pode, a pedido da gestante, independente
de autorização do Estado, interromper a gravidez.
Dessa forma, torna-se enfatico que a prática da interrupção da gestação em casos de
anencefalia não pode ser configurada como abortamento, pois se trata de interrupção
terapêutica da gestação ou antecipação terapêutica do parto, pelos riscos aumentados à saúde
das gestantes e fetos sem possibilidade de vida após o nascimento (FERNANDES et al.,
2020) .
Nesse sentido, o papel da enfermagem torna-se imprenscendível no que diz respeito ao
acolhimento, o apoio psicológico à mãe e à família quando o diagnóstico já foi confirmado, o
acompanhamento durante uma gestação e fornecimento de informações sobre as
consequências da anencefalia, além de outras preocupações que possam surgir para a gestante
e familiares (VIOTTO et al., 2017).

2 DESCRIÇÃO DO CASO

2.1 Anamnese

2.1.1 Identificação do paciente pediátrico

Nome: M.V.S.S,
Sexo: Feminino,
Cor: Parda,
Idade: 21 anos,
Data de nascimento: 02/11/2000,
Naturalidade: Coelho Neto – MA,
Nacionalidade: Brasileira,
Endereço da residência: Rua Teotônio Vilela, S/Nº Bairro: Bela Vista,
Data da Ultima Mentsruação (DUM): 14/11/2021,
Data Provável do Parto (DPP): 21/08/2022,
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Idade Gestacional (IG): 21s e 2d,


Idade Gestacional (IG – USG): 21s e 4d,
Data da internação hospitalar (DIH): 12/04/2022,
Horário de internação hospitalar: Às 22h33 min,
Data da entrevista: Análise realizada mediante impressos do prontuário.

2.1.2 História da doença atual (HDA)

Paciente gestante M.V.S.S., com 21 semanas e 4 dias, sexo feminino, 21 anos, parda,
solteira, ensino médio completo, do lar, não possui renda própria, nega queixas clínicas no
momento, nega possuir vicios a alcóol, tabaco e drogas, nega alergia a medicamentos e
alimentos, informa que possui antecedentes familiares com história clinica de hipertensão e
nega possuir doença de cunho pessoal, nega ter sido submetida a procedimentos cirúrgicos,
informa ter realizado 4 consultas de pré-natal, natural de Coelho Neto-MA e convive com a
mãe.
Compareceu à Maternidade Carmosina Coutinho (MCC) acompanhada por sua mãe no
dia 12/04/2022 advinda da Unidade Básica de Saúde (UBS) do municipio de Coelho Neto –
MA, no momento admitida com história clínica de Anencefalia durante o transcorrer do
período gestacional e com parecer favorável para a indução do interrompimento gestacional,
de acordo como determina a resolução de nº 1989/2012 do Conselho Federal de Medicina, o
que a levou a procurar à Maternidade Carmosina Coutinho.
Ao realizar a avaliação inicial com os profissionais de enfermagem na sala de
classificação de risco, constatou-se os seguintes sinais vitais (SSVV): PA – 95x60 mmHG;
FC – 80 BPM; TAX – 36,5ºC; SatO²- 96%. Testes rápidos não reagentes. RT-PCR para
COVID-19 não reagente.
Encaminhada às 23h00 min, no dia 12/04/2022, para o setor de pré-parto (PP), leito 4,
para a realização da avaliação obstétrica e subsequentemente dar-se inicio aos procedimentos
clinicos de indução de interrompimento de gestação e seguir no leito sob avaliação direta da
equipe multidisciplinar.

2.1.3 Exames solicitados

- Ultrassonografia Obstétrica (USG):


- Data da realização: 13/04/2022.

Feto em situação longitudinal, apresentação cefálica com dorso à direita. Batimentos


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cardíacos rítmicos e presentes com BCF em 129 bpm. Movimentos corpóreos ativos.
Ausência de imagem da calota craniana e parênquima encefálico.
Biometria Fetal:
Circunferência Abdominal (CA) – 155 mm; Comprimento do Fêmur (CF) – 37 mm; Peso
Fetal Provável – 282 gramas; Estatura Fetal – 23,1 cm.
Placenta com inserção corporal anterior compatível com grau I de Grannum. Volume de
liquido amniótico normal.
Conclusão:
- Gestação única, no curso, de 21 semanas e 03 dias.
- Anencefalia.

3 FARMACOLOGIA

ITE PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA INFORMAÇÕES


M ADICIONAIS
PRINCIPIO ATIVO:
- Misoprostol (ANVISA,
2020).
INDICAÇÕES:
- Interrupção da gravidez em
gestações a termo (ou
próximas ao termo) e na
indução de parto com feto
morto antes das 30 semanas,
em caso de aborto legal
(ANVISA, 2020).
PROPRIEDADE
FARMACOLÓGICA:
- É responsável pelo aumento
da potência antissecretória e
duração de ação do
01 MISOPROSTOL 200 MCG misoprostol
(ANVISA, 2020).
- O misoprostol, no fígado,
sofre desesterificação,
transformando-se no principal
metabólito ativo - ácido
misoprostol (ANVISA, 2020).
- Este exerce ação direta nos
receptores das prostaglandinas
e, atuando no colágeno
cervical, provoca mudanças na
sua estrutura físicoquímica,
acarretando, como
consequência, amolecimento,
9

apagamento e maturação do
colo uterino, favorecendo a sua
dilatação, além de promover e
estimular a contração
miometrial (ANVISA, 2020).
POSOLOGIA:
- Administrar introduzindo 02
cp no saco do fundo
gestacional, VV, 3/3h.
EFEITOS ADVERSOS:
- Dor abdominal discreta na
maioria dos pacientes, diarreia
(dose-dependente), flatulência,
náuseas, vômitos, fadiga,
cefaleia, febre, calafrios,
sangramento prolongado e
abundante que depende da
idade gestacional, sendo mais
frequente na apresentação de
200mcg. Estes efeitos tendem
a diminuir nas primeiras horas
após a eliminação do feto,
podendo se prolongar por 24 a
48 horas (ANVISA, 2020).

PRINCIPIO ATIVO:
- Dipirona Sódica (ANVISA,
2021).
INDICAÇÕES:
- Dor crônica; crise de cefaleia;
cefaleia na infância; lombalgia;
febre recorrente (ANVISA,
2021).
PROPRIEDADE
FARMACOLÓGICA:
- É um derivado pirazolônico
não narcótico com efeitos
analgésico, antipirético e
espasmolítico. Os efeitos
03 analgésico e antipirético
DIPIRONA 1G/2ML
podem ser esperados em 30 a
60 min., após a administração
e geralmente duram cerca de 4
h (ANVISA, 2021).
- Contudo, após administração
oral, a dipirona é
completamente hidrolisada em
sua porção ativa. Por
conseguinte, após
administração intravenosa, a
10

meia-vida plasmática é de
aproximadamente 14 minutos
para a dipirona (ANVISA,
2021).
- Tanto o fármaco matriz
quanto seus metabólitos ligam-
se fracamente às proteínas
plasmáticas e difundem-se
rápida e uniformemente nos
tecidos. Metaboliza nos
sistemas gastrointestinal e
hepático. Excreta no sistema
renal (ANVISA, 2021).
POSOLOGIA:
- Administrar 0,1 ML + 5 ML
AD, EV, 6/6H (SE FEBRE >
37,8 ºC OU REFERIR DOR).
EFEITOS ADVERSOS:
- Prurido; ardor; rubor;
urticária; inchaço; dispneia;
náuseas e vômitos (ANVISA,
2021).
Fonte: prontuário médico.
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4 DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
1- Risco de infecção devido as defesas primárias inadequadas e evidenciado por
procedimento invasivo (pele rompida e internação hospitalar).

Fonte: NANDA (2018 - 2020).

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Monitoramento de SSVV de 6/6H;
 Instruir ao acompanhante que realize a higienização corporal do paciente
sempre antes e após qualquer procedimento que o mesmo seja submetido;
 Utilizar sempre equipamentos de proteção individual (EPI) ao iniciar qualquer
procedimento;
 Realização do procedimento conforme técnica asséptica;
 Instruir ao acompanhante sobre os cuidados necessários com a ferida, sendo ela
operatória ou infectada;
 Estabelecer rotina de troca de curativos de 12/12h no pós-operatório ou em
ferida contaminada caso as mesmas drenem bastante secreção;
 Estabelecer troca de AVP após 96h;
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 Supervisão diária do aspecto da apresentação da evolução da ferida;


 Administrar medicamentos conforme prescrição médica.

Fonte: NIC (BUTCHER et al., 2010).

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
2- Integridade da pele prejudicada relacionada a fatores externos tais como
hipertermia medicamentos, secreções tendo como condição associada agente
farmacêutico e a fatores internos tais como o estado metabólico prejudicado e
mudanças no estado hídrico devido ao rompimento da superfície (lesão) da pele e
invasão de estruturas do corpo (infecção).
Fonte: NANDA (2018 - 2020).

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Monitoramento de SSVV de 6/6H;

 Banho morno;
 Comprometer-se no cuidar terapêutico;
 Manter higiene corporal;
 Manter pele limpa e hidratada com solução umectante;
 Realizar supervisões diárias;
 Administrar medicamentos conforme prescrição médica.

Fonte: NIC (BUTCHER et al., 2010).

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
3- Termorregulação ineficaz relacionada devido ao aumento de temperatura corporal
acima dos parâmetros normais.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Fonte: NANDA (2018 - 2020).
 Monitoramento de SSVV de 6/6H;
 Banho morno;
 Ingestão de bastante líquido ou leite materno;
 Comprometer-se no cuidar terapêutico;
 Administração de fármacos antitérmicos.
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Fonte: NIC (BUTCHER et al., 2010).

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Monitoramento de SSVV de 6/6H;
 Orientar repouso no leito;
 Orientar ao acompanhante que a auxilie na deambulação quando necessário;
 Manter higiene corporal;
 Administrar de fármacos conforme orientação médica.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
4- Conforto prejudicado devido à falta de controle da situação aos sintomas
relativos durante a indução.
Fonte: NANDA (2018 - 2020).

Fonte: NIC (BUTCHER et al., 2010).

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
5- Dor aguda evidenciada pela presença de agente biológico lesivo.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Fonte:Monitoramento
NANDA (2018de- 2020).
SSVV de 6/6H;
 Administrar medicamentos analgésicos conforme prescrição médica;
 Supervisionar o controle do ambiente e o conforto da puérpera durante o pós-
parto;
 Fornecer subsidios de suporte de apoio emocional a puérpera;
 Proporcionar segurança e conforto à puérpera que minimizem o desconforto
gerado pela ansiedade;
 Oferecer técnicas terapêuticas utilizando massagens para alivio significstivo
da dor.
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Fonte: NIC (BUTCHER et al., 2010).

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
6- Ansiedade relacionada a mudança importante.

Fonte: NANDA (2018 - 2020).

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Fornecer informações em relação ao tratamento do pós-parto para a puérpera;
 Estabelecer vínculo e confiabilidade;
 Monitorar o estado emocional da puérpera;
 Proporcionar acolhimento e bem-estar.

Fonte: NIC (BUTCHER et al., 2010).

5 EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM

Em: 12/04/2022, às 23h00min, paciente segue no leito acompanhada por sua mãe, no
1°DIH com diagnóstico médico de Anencefalia na gestação. Avaliada por meio dos impressos
da SAE. Sem queixas no momento da avaliação.

Em: 13/04/2022, às 06h30min, administrado 04 comprimidos de misoprostol de 200


mcg em fundo de saco gestacional. Paciente orientada quanto aos efeitos adversos e a
permanência em decúbito dorsal por 60 min (1 hora).

Em: 13/04/2022, às 07h26min, paciente consciente e orientada, comunicatica, SSVV


estáveis, refere algia em BV, mantém AVP em MSE, pérvio e salinizado. Avaliada com os
impressos da SAE. Conduta: orientada a manter repouso no leito, comunicar perdas vaginais.

Em: 14/04/2022, às 12h08min, gestante em tratamento clínico, avaliada de acordo com


impresso da SAE. Sem queixas no momento da avaliação. Segue em leito sob cuidados da
equipe de enfermagem.
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Em: 15/04/2022, às 07h00min, administrado 02 comprimidos de misoprostol de 200


mcg em fundo de saco gestacional. Paciente orientada quanto aos efeitos adversos e a
permanência em decúbito dorsal por 60 min (1 hora).

Em: 15/04/2022, às 10h00min, administrado 02 comprimidos de misoprostol de 200


mcg em fundo de saco gestacional. Paciente orientada quanto aos efeitos adversos e a
permanência em decúbito dorsal por 60 min (1 hora).

Em: 15/04/2022, às 20h00min, administrado 02 comprimidos de misoprostol de 200


mcg em fundo de saco gestacional. Paciente orientada quanto aos efeitos adversos e a
permanência em decúbito dorsal por 60 min (1 hora).

Em: 15/04/2022, às 23h00min, administrado 02 comprimidos de misoprostol de 200


mcg em fundo de saco gestacional. Paciente orientada quanto aos efeitos adversos e a
permanência em decúbito dorsal por 60 min (1 hora).

Em: 16/04/2022, às 02h00min, administrado 02 comprimidos de misoprostol de 200


mcg em fundo de saco gestacional. Paciente orientada quanto aos efeitos adversos e a
permanência em decúbito dorsal por 60 min (1 hora).

Em: 16/04/2022, às 04h50min, feto anencefálico expulso através de indução


medicamentosa com a presença de movimentos corpóreos ativos e ausência da calota craniana
e parênquima encefálico. Feto com peso aproxidamente de 290 gramas. Feto do sexo
feminino. Feto com sobrevida aproximadamente de 30 min. Dequitação placentária realizada
por manejo ativo (duas ampolas de ocitocina e tracionamento do cordão umbilical). Conduta:
avaliar sangramento transvaginal (STV), involução uterina e SSVV.
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6 PLANO DE ALTA (PA)

Para Carneiro e colaboradores (2020) o plano de alta (PA) é uma atividade


interdisciplinar que tem o enfermeiro como o responsável por fazer o elo entre os
profissionais visando bem-estar e recursos necessários para garantir a segurança do cuidado
em domicílio. Pois, desde o momento de admissão do paciente, a partir do fortalecimento do
vínculo de confiança com o profissional, o PA deve estar sendo desenvolvido. A abertura para
que as dúvidas surjam e possam ser tiradas com efetividade durante toda a internação
garantem a assistência na sua totalidade.
Em consonância ao citado acima o plano de alta exige dedicação de uma equipe
multidisciplinar, com a interação acontecendo entre todos os profissionais envolvidos no
processo saúde-doença e com vista a minimizar a fragmentação do atendimento. Assim, as
soluções podem ser fornecidas com base na realidade do paciente no momento da alta, que é o
mais esperado por estes e suas famílias. Este momento também é marcado por medo,
insegurança, dúvida, estresse e dependência do cuidado de profissionais de saúde
(CARNEIRO et al., 2020).
Dessa forma para que haja uma educação em saúde para a garantia da segurança do
seguimento do cuidado em domicilio se faz essencial orientar os familiares ou o responsável
quanto a importância da manutenção dos cuidados especificos e significativos para a melhor
recuperação do processo pós-parto. A seguir são apresentadas as principais orientações de
enfermagem que devem ser realizadas no plano de alta da paciente em que estar sendo
estudada no presente relato de caso clinico.
- Fornecer subsidios no que refere-se a informações para os familiares ou responsavel
sobre a condição clinica apresentada pela gestante;
- Orientar aos familiares ou responsável para atentar-se ao repouso durante o
puerpério;
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- Orientar aos familiares ou responsável a observação quanto ao sinais de processo


infeccioso como: febre > que 37,5ºC; êmese com mais de um episódio por dia; diárreia com
mais de um episódio por dia;
- Orientar aos familiares ou responsável para atentar-se, auxiliar e compreender o
estado emocional em que a puérpera poderá apresentar;
- Orientar a puerpéra quanto aos cuidados pós-parto.

7 DISCUSSÃO

Defini-se por ser uma das malformações mais comuns e mais severas do sistema
nervoso central, sendo caracterizada por possibilitar uma ausência congênita da maior parte de
cérebro, crânio e couro cabeludo devido a uma falha no fechamento do tubo neural cefálico.
Essa falha ocorre por volta da quarta semana de gestação (ALTMAYER et al., 2019).
Em consonância ao citado acima pode-se afirmar que correlaciona diretamente com as
menções dos autores no decorrer deste estudo de caso clinico, colocando-se em evidência a
definição especifica que caracteriza a presente patologia descrita.
Para Altmayer e colaboradores (2019) a etiologia que decorre sobre as causas da
anencefalia estão associadas a fatores genéticos ou ambientais, de modo isolado ou interativo.
Sendo os fatores genéticos predisponentes a metabolização do ácido fólico e os fatores
ambientais envolvidos incluem diabetes pré-gestacional, deficiência de ácido fólico e
exposição gestacional a drogas anticonvulsivantes (particularmente valproato de sódio e
carbamazepina).
Em paralelo a esta menção acima, pode-se citar a conexão entre a deficiência de
suplementação essencial para a manutenção e maturação do feto com a falta de informação
adquirida pela paciente em questão descrita no presente estudo de caso clinico, para que
obtivesse e assim comparecesse as consultas completas de pré-natal durante o período
gravídico. Nota-se então mediante a exposição destas menções que faz-se essencial o
comparecimento, a busca ativa e o acompanhamento nos serviços de saúde de referência para
a gestante.
Dessa forma, cabe ressaltar que os defeitos apresentados no feto anencefálico consiste
em os ossos da face e da base do crânio são quase normais na forma, mas os ossos frontais,
parietais e occipitais estão presentes apenas como fragmentos rudimentares. Geralmente o
18

defeito é simétrico, com protrusão dos olhos, conferindo ao feto uma aparência de rã. O
cérebro é visto como massas desorganizadas de tecido hemorrágico e fluido cerebrospinal
com cavidades chamada área cerebrovasculosa, uma massa vascular de tecido neuroglial
desorganizado. O tronco cerebral e o cerebelo podem estar levemente afetados ou não
afetados nesta condição (ALTMAYER, 2019).
Dito isto, expõem-se que as menções citadas pelos autores acima correlaciona-se
diretamente com os sinais apresentados tanto pela gestante quanto pelo feto expulso durante a
indução de interrupção de gestação.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude dos fatos mencionados, a partir da elaboração deste estudo de caso clinico
é possível perceber o quanto os profissionais de saúde, em especial os enfermeiros, são
responsáveis por práticas de assistência à saúde e o quanto seu papel é importante para que
possa exercer, com qualidade e eficiência, a efetivação da prestação do cuidado nos serviços
de saúde em relação as diversas patologias comumentes apresentadas no dia a dia e
possibilitando auxiliar positivamente para melhoria na qualidade de vida, tendo em vista que
proporciona viabilizar o aumento do vínculo entre o profissional e a paciente.
Tornando-se evidente pois, de todas as práticas realizadas pela enfermagem, destacam-
se a puericultura e a educação em saúde, nas quais as informações deverão ser transmitidas de
forma clara, objetiva e concisa a fim de poder favorecer o diagnóstico, tratamento, prevenção
e controle de patologias. Concomitantemente à realização das práticas terapêuticas, a
comunidade também exerce função primordial tanto no diagnóstico quanto no tratamento e
prevenção dos agravos.
Portanto, diante do exposto, destaca-se que a cliente acompnhada durante o transcorrer
do presente estudo de caso, se encontra com a indução a interrupção da gestação efetivada. O
feto foi expulso e apresentou pós periodo expulsivo, movimentos corporeos, ausência da
calota craniana e parênquima cefálico. Durante o período de indução recebeu uma assistência
hospitalar adequada aos riscos e aos efeitos adversos que a medicação ofertava.
Nesse sentido, reitera-se que a realização deste estudo de caso clinico tornou-se
essencial para a transição acadêmico-profissional, uma vez que possibilita aprofundar e
aprender sobre os aspectos que caracterizam uma gestação de rico habitual e alto risco.
Todavia, colher as informações e avaliar o estado de saúde do paciente por meio de
19

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) detalhadamente e minuciosa,


proporcionou tornar a abordagem e a prática assistencial ainda mais interessante, passando,
desta forma, ao paciente mais segurança, para a melhoria de sua saúde.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE
22

ANEXO

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