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CONCURSO PM-RS – PORTUGUÊS

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QUESTÕES DE PORTUGUÊS

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Atenção: Pirataria é crime e pode prejudicar o seu ingresso na carreira pública.
Os direitos autorais são protegidos por lei e o infrator está sujeito as penalidades do art. 184 do Código Penal
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QUESTÕES DE PORTUGUÊS
1. (FCC/DPE-RS/2017)

[Uma espécie complicada]

O grande biólogo norte-americano Richard Dawkins acredita sem


qualquer hesitação na teoria de Darwin acerca da sobrevivência dos mais
fortes e capazes e na importância da adaptação a mutações fortuitas na
evolução das outras espécies, mas se declara contra a ideia do darwinismo
social na evolução da sua própria espécie. Aceitar o darwinismo social seria
aceitar posições conservadoras em matéria de política e economia, o que vai
contra suas convicções progressistas.

Já os conservadores, que negam a teoria de Darwin sobre a origem e o


desenvolvimento das espécies, pregam o darwinismo social sob vários
nomes: liberalismo, antidirigismo, antiassistencialismo etc. A sobrevivência,
portanto, dos mais competitivos e sortudos, como no universo neutro de
Darwin.

Esquerda progressista e direita conservadora trocam incoerências. A


direita abomina a ideia de que o homem descende de animais inferiores,
mas não tem problema com a ideia de que ele deve seu progresso à
ganância que tem em comum com os chimpanzés. A esquerda aceita a
ascendência de macacos e a evolução da sua espécie, mas não quer outra
coisa senão um planejamento inteligente, humanista, para organizar a sua
sociedade.

Progressistas costumam ser a favor do direito do aborto e contra a pena


de morte. Conservadores, que denunciam a interferência indevida do Estado
na vida das pessoas, invocam a santidade da vida para que o Estado proíba
o aborto, e geralmente são a favor da pena de morte, a mais radical
interferência possível do Estado na vida de alguém. Enfim, seja como for
que chegamos a isto, somos uma espécie complicada.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando O mundo é bárbaro. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2008, p. 163-164)

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As incoerências da esquerda progressista e da direita conservadora, de que


trata o terceiro parágrafo, resultam do fato de que ambas as posições

a) convergem nas teses fundamentais, mas dão maior peso às diferenças


ocasionais.

b) podem ser tendenciosamente maleáveis no estabelecimento dos valores


que defendem.

c) mostram desinteresse por compromisso com qualquer valor social mais


consequente.

d) divergem quanto aos métodos de atuação, mas não quanto aos ideais
perseguidos.

e) relutam em fazer qualquer acordo público, mesmo quando defendem


idêntica tese.

2. (FCC/DPE-RS/2017) TEXTO P/QUESTÕES 2 ATÉ 4:

Sem privacidade

Ainda é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e


dispositivos outros das mais variadas conexões? Os mais velhos devem se
lembrar do tempo em que era feio “ouvir conversa alheia”. Hoje é
impossível transitar por qualquer espaço público sem recolher informações
pessoais de todo mundo. Viajando de ônibus, por exemplo, acompanham-se
em conversas ao celular brigas de casal, reclamações trabalhistas, queixas
de pais a filhos e vice-versa, declarações românticas, acordo de negócios,
informações técnicas, transmissão de dados e um sem-número de situações
de que se é testemunha compulsória. Em clara e alta voz, lances da vida
alheia se expõem aos nossos ouvidos, desfazendo-se por completo a
fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais aberta
exposição.

Nas redes sociais, emoções destemperadas convivem com confissões


perturbadoras, o humor de mau gosto disputa espaço com falácias políticas
– tudo deixando ver que agora o sujeito só pode existir na medida em que
proclama para o mundo inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação

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emotiva. É como se todos se obrigassem a deixar bem claro para o resto da


humanidade o sentido de sua existência, seu propósito no mundo. A
discrição, a fala contida, o recolhimento íntimo parecem fazer parte de uma
civilização extinta, de quando fazia sentido proteger os limites da própria
individualidade.

Em meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as


reticências, a reflexão silenciosa e o olhar contemplativo surgem como
sintomas problemáticos de alienação. Impõe-se um tipo de coletivismo no
qual todos se obrigam a se falar, na esperança de que sejam ouvidos por
todos. Nesse imenso ruído social, a reclamação por privacidade é recebida
como o mais condenável egoísmo. Pretender identificar-se como um sujeito
singular passou a soar como uma provocação escandalosa, em tempos de
celebração do paradigma público da informação.
(Jeremias Tancredo Paz, inédito)

Diante do fenômeno caracterizado no texto como irrestrita divulgação da


personalidade, seu autor posiciona-se

a) com neutralidade, uma vez que se limita a descrever os novos


procedimentos tecnológicos que viabilizaram as várias conexões sociais.

b) com relutância, mas não deixa de encaminhar sua adesão aos meios
técnicos que passaram a estabelecer novos vínculos entre as pessoas.

c) de modo a estabelecer um vínculo entre o cuidado que havia com a


privacidade e a forma pela qual esta inspirou o estabelecimento de
conexões mais produtivas.

d) de modo a confrontar a obsessão moderna pela irrefreável


conectividade com a privacidade que era preservada nas relações sociais do
passado.

e) de modo a avaliar, com a isenção possível, as perdas e ganhos da nova


conectividade social, comparada à inoperância dos velhos canais de
comunicação.

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3. (FCC/DPE-RS/2017) Nos três parágrafos do texto, enumeram-se


elementos que caracterizam, exemplificam e qualificam um mesmo
fenômeno, tal como ocorre na seguinte sequência:

a) privacidade / espaço público / testemunha compulsória (1° paragrafo)

b) variadas conexões / intimidade / aberta exposição (1 parágrafo)

c) emoções destemperadas / confissões perturbadoras / limites da própria


individualidade (2° parágrafo)

d) recolhimento íntimo / civilização extinta / fala contida (2° parágrafo)

e) irrestrita divulgação da personalidade / reticências / olhar contemplativo


(3° parágrafo)

4. (FCC/DPE-RS/2017) Considerando-se o contexto, o autor se vale do


segmento

a) de que se é testemunha compulsória (1° parágrafo) para mostrar a


disponibilidade de quem se abre para as novas conexões.

b) Em clara e alta voz (1° parágrafo) para salientar o ostensivo


afastamento dos limites da intimidade.

c) civilização extinta (2° parágrafo) para defender a convicção de que tudo


o que é obsoleto merece morrer.

d) recolhimento íntimo (2° parágrafo) para criar um contraste radical entre


esses dois termos.

e) imenso ruído social (3° parágrafo) para enfatizar a eficácia da


comunicação das vozes públicas.

5. (FCC/DPE-RS/2017) TEXTO P/QUESTÕES 5 E 6:

A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua
estranha fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que
outra experiência mental e individual se realize: a do leitor. Apesar de
saraus e oficinas, a escrita raramente escapa de ser esta atividade insossa e
desertada: sentar e escrever sozinho. E, se também são solitárias a pintura
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e a escultura, ambas têm a vantagem de serem dinâmicas, físicas,


performáticas, de um modo que as aproxima mais das artes coletivas, como
a dança, a música, o teatro, o cinema.

Quando fui músico, muitas vezes reclamei dos ensaios, dos shows em
que o som estava péssimo, de contratantes que não entregavam o que
prometiam, mas, em especial, do trabalho que a difícil democracia de
participar de uma banda grande demandava. Quantas viagens, quantas
discussões, quantas concessões. E quantas alegrias, quantas vezes olhar
para o lado e cruzar com a mirada de alguém que estava ali junto contigo,
numa construção maior porque erguida por mais gentes. Mais artistas de
um lado, mais espectadores de outro.

(Adaptado de: GONZAGA, Pedro. Reclamação. Disponível em:


http://zh.clicrbs.com.br)

Ao traçar um paralelo entre as diferentes artes, o autor sugere que a


literatura

a) exige relativamente maior isolamento.

b) é irracional, o que a torna inferior.

c) requer menos esforço intelectual.

d) demanda uma maior socialização.

e) exclui a necessidade de validação.

6. (FCC/DPE-RS/2017) A leitura do 2° parágrafo permite concluir que o


autor

a) desistiu de sua carreira musical após desentender-se com a banda.

b) se arrepende de ter agido de modo egoísta com seus companheiros.

c) demonstra ressentimento por não ter alcançado o sucesso que buscava.

d) sente falta de alguns aspectos de sua experiência como músico.

e) tinha uma timidez acentuada para se apresentar diante do público.

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7. (FCC/DPE-RS/2017) TEXTO P/QUESTÕES 7 ATÉ 9:

O gol plagiado

“Jogador quer direito autoral sobre seus gols.”

Esporte, 20 jan. 2000

“Prezados senhores: dirigindo-se a V.Sa., refiro-me à notícia segundo a


qual jogadores de futebol do Reino Unido, como Michael Owen e Ryan
Giggs, querem receber autorais pela exibição de seus gols na mídia. Não
tenho o status desses senhores – sou apenas um brasileiro que bate a sua
bolinha nos fins de semana – mas desejo fazer uma grave denúncia: um
dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o nome) simplesmente
plagiou um gol feito por mim.

Provas? Basta comparar os tapes dos referidos gols. No meu caso,


trata-se de um trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas
mesmo assim é bastante nítido. Vê-se que, como eu, o referido jogador
estava num campo de futebol. Nos dois casos, a partida estava sendo
disputada por times de 11 jogadores cada um. Nos dois casos havia uma
bola, havia goleiros. Nos dois casos havia um juiz. No meu caso, um juiz
usando bermudões e chinelos – mas juiz, de qualquer maneira.

Isto, quanto aos aspectos gerais. Vamos agora aos detalhes. No vídeo
do jogador inglês, mostrado no mundo inteiro, vê-se que ele pega a bola na
grande área, domina-a, livra-se de um adversário e chuta no canto
esquerdo, marcando, é forçoso admitir, um belo tento, um gol que faz jus
aos direitos autorais. No meu vídeo – feito uma semana antes, é importante
que se diga –, vê-se que eu pego a bola na grande área, que a domino, que
livro-me de um adversário e que chuto forte no canto esquerdo, marcando
um belo tento.

Conclusão: o jogador inglês me plagiou. Quero, portanto, metade do


que ele receber a título de direitos autorais. Se não for atendido em minha
reivindicação levarei a questão a juízo. Estou seguro de que ganharei. Além
do vídeo, conto com uma testemunha: o meu filho. Ele viu o jogo do
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começo ao fim e pode depor a meu favor. É pena não ter mais
testemunhas, mas, infelizmente, ele foi o único espectador desse jogo. E irá
comigo demandar justiça contra o plágio.”

(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo, Global, 2013,


p. 55)

O jogador amador que escreve aos Prezados senhores dirige-se a eles com
o objetivo de

a) demandar que sejam pagos direitos autorais referentes à divulgação


pela mídia de um vídeo amador feito por seu filho.

b) informar que os ingleses Michael Owen e Ryan Giggs tiveram seus gols
plagiados por outros jogadores.

c) reivindicar o pagamento de direitos autorais relativos a um gol


supostamente plagiado por um jogador inglês.

d) denunciar que teve um gol plagiado por um jogador famoso e exigir que
seja exemplarmente detido por seu delito.

e) defender-se da acusação de plágio que recebeu da parte de um jogador


inglês, alegando ter feito o gol antes do inglês.

8. (FCC/DPE-RS/2017) O caráter irônico e cômico do texto revela-se, entre


outros aspectos, no fato de o jogador amador

a) insistir ter tido um de seus gols plagiado, muito embora confirme ainda
desconhecer a identidade do jogador responsável pelo delito.

b) criticar a qualidade do futebol realizado no Reino Unido, sugerindo que


os gols dos jogadores Michael Owen e Ryan Giggs não exigem esforço.

c) descrever o gol do jogador inglês e logo em seguida descrever seu


próprio gol, dando a entender que não há semelhanças entre os lances.

d) ameaçar ir a juízo caso não seja atendido em sua reivindicação, mas


não dispor de um registro visual do gol que alega ter sido alvo de plágio.

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e) afirmar que está seguro de sua vitória em juízo e, no entanto,


apresentar apenas o filho de dez anos como testemunha para o evento
relatado.

9. (FCC/DPE-RS/2017) Uma interpretação correta a respeito do emprego da


pontuação está em:

a) As vírgulas em ... vê-se que ele pega a bola na grande área, domina-a,
livra-se de um adversário e chuta no canto esquerdo... (3° parágrafo)
separam ações ordenadas cronologicamente.

b) Os travessões em … trata-se de um trabalho amador – foi feito por meu


filho, de dez anos – mas mesmo assim é bastante nítido... (2° parágrafo)
apresentam uma síntese da informação imediatamente anterior.

c) Os parênteses em ... um dos jogadores citados (oportunamente


divulgarei o nome) simplesmente plagiou um gol feito por mim. (1°
parágrafo) intercalam um exemplo do que foi afirmado anteriormente.

d) Os dois-pontos em Conclusão: o jogador inglês me plagiou. (4°


parágrafo) introduzem uma expressão que contraria o que foi afirmado
anteriormente.

e) O sinal de interrogação em Provas? (2° parágrafo) sinaliza uma


pergunta dirigida aos leitores do texto para a qual o autor não tem resposta.

10. (FCC/DPE-RS/2017) TEXTO P/QUESTÕES 10 E 11:

Modos de disputa

Dois indivíduos têm uma contenda e estão enraivecidos. Um deles diz


ao outro, furioso: − Vou te quebrar a cara! Ao que o outro, igualmente
indignado, responde com energia: − Pois eu vou te processar!

São, não há dúvida, dois modos de disputar a razão de quem viu


ofendido um suposto direito seu. O primeiro indivíduo recua bastante na
história e reproduz a jurisprudência das cavernas: a pancada corretiva, o
direito da força, o recurso dos instintos primários; o segundo preferiu
confiar numa instituição, numa instância social, na mediação das leis, na
força do direito. O que não significa que, em outra situação, os mesmos
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indivíduos não pudessem reagir de modo oposto: somos criaturas difíceis,


sujeitas ao temperamento, ao sentimento de ocasião.

“Vou te processar” é o modo civilizado, que confia no equilíbrio de um


rito jurídico, devidamente conduzido e arbitrado por profissionais do ramo:
advogados, juízes, promotores. O processo tem sua mecânica balizada por
prazos, recursos, ações de embargo etc. O propósito está em que, ao fim e
ao cabo do processo, todos os componentes de uma disputa tenham sido
devidamente apreciados e julgados, a partir do que se exare a sentença
final. Como todo rito complexo e minucioso, pode demorar muito até o bater
do martelo.

A instituição justa do processo conta com o fato de que ambas as partes


sigam exatamente os mesmos passos garantidos pela lei. Mas não há como
evitar certas condicionantes, que fazem diferença: a habilidade maior de um
advogado, os recursos para custear um processo longo, a intimidação que
pode representar o fato de uma das partes ser um litigante de grande poder
político ou notoriedade social. As diferenças sociais e econômicas entre os
homens podem marcar o destino de um processo. Nesse caso, voltamos um
pouquinho no tempo e, de um modo aparentemente mais civilizado,
reproduzimos algo parecido com o direito da força.

(Júlio Castro de Ribeiro, inédito)

Os dois modos de disputar a razão referidos no texto contrapõem-se quanto


às

a) instituições civilizatórias a que buscam recorrer os enfurecidos


contendores.

b) distintas jurisprudências que as partes vão recolher de fontes


primitivas.

c) formas de mediação jurídica a que apelam os contendores.

d) ações escolhidas pelos contendores para o encaminhamento de suas


convicções.

e) providências processuais que cada litigante entende como adequadas.

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11. (FCC/DPE-RS/2017) Um dos recursos expressivos de redação


explorados pelo autor está no emprego

a) do humor, ao acionar o flagrante anacronismo que se revela na


expressão jurisprudência das cavernas.

b) da ironia, quando se associa a expressão vou te processar à expressão


seguinte que é modo civilizado.

c) de uma contradição, quando atribui ao indivíduo indignado o desejo de


se valer de um processo jurídico.

d) de reiterações de sentido, como a que se nota entre direito da força e


força do direito.

e) da linguagem técnica, como em pancada corretiva e o bater do martelo.

12. (FCC/DPE-RS/2017) TEXTO P/QUESTÕES 12 ATÉ 15:

[O invejável tédio europeu]

Os filmes dos cineastas europeus Michelangelo Antonioni e Ingmar


Bergman, que a gente via e discutia com tanta seriedade tantos anos atrás,
também eram uma forma de escapismo. Tanto quanto o musical e a
comédia, aquelas histórias de tédio e indagações existenciais nos distraíam
das exigências menores do cotidiano. Fugíamos não para um mundo cor-de-
rosa, mas para outro matiz de preto, bem mais fascinante do que o das
nossas pequenas aflições. Nenhum dos personagens do italiano Antonioni ou
do sueco Bergman, embora enfrentassem seu vazio interior e a frieza de um
universo indiferente, parecia ter qualquer problema com o aluguel.

Claro, o deserto emocional em que viviam os personagens do Antonioni,


por exemplo, era o deserto metafórico do capitalismo, uma civilização
arrasada por si mesma. Mas estavam todos empregados e ganhavam bem.
E como era fotogênico o seu suplício. Com Bergman experimentamos o
horror de existir, a terrível verdade de que somos uma espécie corrupta
sem redenção possível e que a morte torna tudo sem sentido. Hoje
suspeitamos de que se Bergman não vivesse na Suécia, com educação,
saúde e bem-estar garantidos do ventre até o túmulo, ele não diria isso. É

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preciso estar livre das dificuldades da vida para poder concluir, com um
mínimo de estilo, que a vida é impossível. Tínhamos uma secreta inveja
desses europeus tão bem-sucedidos no seu desespero. Não tínhamos a
mesma admiração por filmes em que as pessoas se preocupavam não com a
ausência de Deus, mas com o pagamento no fim do mês.

Não há equivalência possível entre morrer de tédio e morrer de fome.


Mas às vezes eu ainda me pego sonhando em sueco com uma sociedade
pronta, sem qualquer destes desafios tropicais, em que a gente pudesse
finalmente ser um personagem de Bergman, enojado apenas com tudo e
nada mais.

(VERISSIMO, Luis Fernando. Banquete com os deuses. Rio de Janeiro:


Objetiva, 2003, p. 85-86)

Em síntese, o autor do texto, ao se lembrar dos filmes de clássicos cineastas


europeus,

a) lamenta, sem esquecer o humor, que o cinema nacional não tenha


alcançado o alto nível técnico das produções estrangeiras voltadas para os
tormentos psicológicos.

b) reconhece nas obras de Antonioni e Bergman as qualidades de uma arte


realista e culta, que aprofunda e analisa os detalhes da vida prática.

c) expõe ironicamente o abismo que existe entre as questões tratadas nos


filmes de Bergman e Antonioni e as preocupações mais prosaicas da vida
comum.

d) demonstra, com muita lucidez, que a arte europeia, ao contrário da


nossa, preocupa-se essencialmente com os problemas socioeconômicos que
afligem o nosso tempo.

e) conclui, com algum sarcasmo, que o cinema europeu é pouco relevante


para quem queira tirar os olhos do cotidiano e explorar em abstrato as
aflições existenciais.

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13. (FCC/DPE-RS/2017) Estas duas expressões intensificam um mesmo fato


ou problema referido no texto:

a) discutia com tanta seriedade // o musical e a comédia (1° parágrafo)

b) um mundo cor-de-rosa // bem mais fascinante do que o das nossas


pequenas aflições (1° parágrafo)

c) vazio interior // problema com o aluguel (1° parágrafo)

d) deserto emocional // horror de existir (2° parágrafo)

e) tão bem-sucedidos no seu desespero // pagamento no fim do mês (2°


parágrafo)

14. (FCC/DPE-RS/2017) No segundo parágrafo do texto, o segmento

a) deserto emocional opõe-se ao que está figurado em deserto metafórico


do capitalismo.

b) como era fotogênico o seu suplício ironiza o fato de que um martírio se


expunha com preocupação estética.

c) estavam todos empregados e ganhavam bem alude, de fato, à crise


econômica do capitalismo.

d) tão bem-sucedidos no seu desespero é paradoxal quando relacionado a


ausência de Deus.

e) livre das dificuldades da vida expressa a superação europeia dos


problemas filosóficos.

15. (FCC/DPE-RS/2017) Está plenamente adequada a pontuação do


seguinte período:

a) O autor do texto considera, em certo momento, que a beleza de certas


cenas, naqueles velhos filmes clássicos, tornava fotogênica a miséria moral
dos protagonistas.

b) Não é fácil, para os moradores do terceiro mundo admitir que, na velha


Europa, com aquele alto padrão de vida, existam os que sofrem tanto, de
vazio interior.
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c) Mais houvéssemos assistido mais teríamos gostado, daqueles velhos


clássicos do cinema europeu, sobretudo os de Bergman e Antonioni; nossos
prediletos.

d) Chega a ser provocadora, a associação que o autor estabelece, entre


morrer de fome ou morrer de tédio, ao comparar, as razões de sofrimento
dos europeus, às dos povos mais pobres.

e) A vida na Suécia, à qual não faltam bons serviços sociais, e aceitável


distribuição de renda, teria inspirado, a cineastas como Bergman, cenas de
quase inexplicável sofrimento.

16. (FCC/POLITEC-AP/2017) TEXTO P/QUESTÕES 16 ATÉ 18:

Da morte para a vida

Um velho professor e médico cardiologista foi abordado pelo jovem


aluno: − Mestre, dizem as estatísticas que é altíssima a incidência de
mortes por causas cardíacas. O professor respondeu prontamente: − E do
que você preferiria que as pessoas morressem? Lembrava ao discípulo, com
isso, os limites do homem e da ciência, que fazem frente às aspirações
ideais das criaturas, ao seu anseio de imortalidade.

Sendo inevitável, nem por isso deixa a morte de prestar algum serviço
aos vivos. Não, não me refiro à morte dos monstros antropomórficos que
volta e meia põem em risco nossa humanidade; falo dos corpos que
continuam de alguma forma vivos nos órgãos transplantados, nas aulas de
anatomia, corpos que, investigados, ajudam a esclarecer os caminhos da
moléstia que os vitimou. Falo dos préstimos que os homens sabem tomar
da morte.

Também no plano filosófico a morte pode surgir como estímulo para


viver melhor. É o que afirmavam os velhos pensadores estoicos, quando
lembravam que o bem viver é também a melhor preparação possível para a
morte. Lembrarmo-nos sempre de nossa finitude é mais do que uma lição
de humildade: é um convite para intensificar o sentido do tempo de que
dispomos para seguir na vida. É de Sêneca esta lição: “Vivo de modo que

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cada dia seja para mim a vida toda; e não me apego a ele como se fosse o
último, mas o contemplo como se pudesse também ser o último”.

(Anastácio Fontes Ribeiro, inédito)

Entende-se que no contexto do segundo e do terceiro parágrafos devem ser


considerados préstimos que os homens sabem tomar da morte

a) os justos serviços que nos presta a morte quando decide afastar do


nosso convívio o que se figura como monstros antropomórficos.

b) as reais possibilidades que temos de encontrar algum alento religioso


depois que experimentamos as perdas dos nossos entes queridos.

c) as oportunidades que passamos a ter de exercitar nossa humildade


assim como as de alimentar os mais altos ideais filantrópicos.

d) os benefícios que podem advir de uma observação científica dos corpos


e de uma intensificação do sentido mesmo do que seja viver.

e) os estímulos que nos levam à leitura dos autores clássicos, em cujos


textos encontramos o menosprezo pela nossa condição de mortais.

17. (FCC/POLITEC-AP/2017) De acordo com os estoicos, cuja posição diante


da morte está resumida na citação de Sêneca, deve-se viver

a) de modo a desgarrar-se da ideia de morrer, para que cada dia seja


aproveitado como se propiciasse uma abertura para a eternidade.

b) como se cada dia fosse uma preparação para o que haverá de melhor
nos dias seguintes, em vez de se afligir com a possibilidade de morrer.

c) evitando alimentar toda e qualquer aspiração a um futuro melhor,


assumindo-se com coragem e resignação as provações do cotidiano.

d) desapegando-se do sentido mesmo da vida, o que significa prepararmo-


nos para morrer com a dignidade de quem sabe ser humilde.

e) intensificando-se o sentido de cada dia, de modo que cada experiência


cotidiana seja ao mesmo tempo uma totalidade e uma ultimação.

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18. (FCC/POLITEC-AP/2017) Está clara e correta a redação deste livre


comentário sobre o texto:

a) Tal como se propagava Sêneca em seus escritos, à humildade de viver


devemos com que cada dia seja aproveitado como se ali sentíssemos
ultimar a nossa vida.

b) Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam que possam salvar


a vida eternamente, esquecendo-se assim da condição de mortalidade que a
todos nos assolam.

c) É próprio do homem saber retirar proveito de seus infortúnios,


porquanto mesmo dos mortos mostra-se capaz de colher benefícios para os
vivos.

d) O velho professor deu uma aula de humanidade ao jovem aluno,


lembrando-lhe de que a morte não vê causas próprias de acordo com nosso
ideal de longevidade.

e) Há pessoas que à partir da própria experiência, julgam que a morte


possa ser sanada tal e qual a induziu o jovem aluno de medicina diante do
velho professor.

19. (FCC/POLITEC-AP/2017) Atenção: A questão refere-se a este fragmento


de uma obra célebre, escrita na segunda década do século XVI.

De um poder concedido

Aqueles que somente por sorte se tornam príncipes pouco trabalho têm
para isso, é claro, mas se mantêm assim muito penosamente. Não têm
dificuldade nenhuma em alcançar o posto, porque para aí voaram; surge,
porém, toda sorte de dificuldades depois da chegada. (...) É o que acontece
quando o Estado foi concedido ao príncipe ou por dinheiro ou por graça de
quem o concede. Tais príncipes estão na dependência exclusiva da vontade
e da boa situação de quem lhes propiciou o poder, isto é, de duas coisas
extremamente volúveis e instáveis.

(MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Lívio Xavier. São Paulo: Abril


Editora, Os Pensadores, 1973, p. 33)

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O pensador Maquiavel trata, neste fragmento, do específico poder de um


príncipe que,

a) tendo chegado a esse posto por méritos pessoais, encontra sérias


dificuldades para manter seu poder valendo-se exclusivamente desses
méritos.

b) ao assumir pela graça de alguém sua posição de poder, imagina que


deverá livrar-se com facilidade da influência de seu benfeitor.

c) tendo devido a um terceiro a graça que o levou a esse alto posto, passa
a depender de quem o agraciou com o poder para de fato conseguir exercê-
lo.

d) sentindo-se obrigado a retribuir o favor dos poderosos, acaba por se


esquecer dos direitos daqueles que deveria governar com lealdade.

e) ao pretender que seus reais méritos de governante sejam reconhecidos,


verá que todos o acusarão de ter sido bafejado pela sorte ou pelo dinheiro.

20. (FCC/PC-AP/2017)

Crônicas contemporâneas

O gênero da crônica, entendida como um texto curto de periódico, que


se aplica sobre um acontecimento pessoal, um fato do dia, uma lembrança,
um lance narrativo, uma reflexão, tem movido escritores e leitores desde os
primeiros periódicos. No pequeno espaço de uma crônica pode caber muito,
a depender do cronista. Se ele se chamar Rubem Braga, pode caber tudo:
esse mestre maior dotou a crônica de uma altura tal que pôde dedicar-se
exclusivamente a ele ocupando um lugar entre os nossos maiores
escritores, de qualquer gênero.

Jovens cronistas de hoje, com colunas nos grandes jornais, vêm


demonstrando muita garra, equilibrando-se entre as miudezas quase
inconfessáveis do cotidiano pessoal, às quais se apegam sem pudor, e a
uma espécie de investigação crítica que pretende ver nelas algo de
grandioso. É como se na padaria da esquina pudesse de repente
representar-se uma cena de Hamlet ou de alguma tragédia grega; é como

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se, no banheiro do apartamento, o espelhinho do armário pudesse revelar a


imagem-síntese dos brasileiros. Talvez esteja nesse difícil equilíbrio um sinal
dos tempos modernos, quando, como numa crônica, impõe-se combinar a
condição mais pessoal de cada um com a responsabilidade de uma
consciência coletivista, que a todos nos convoca.

(Diógenes da Cruz, inédito)

Os jovens cronistas de hoje, referidos no segundo parágrafo.

a) distinguem-se dos cronistas antigos pelo fato de não considerarem os


incidentes domésticos como assunto digno de uma crônica.

b) devem a Rubem Braga a orientação para se dedicarem exclusivamente


ao gênero da crônica, uma vez que querem tratar de grandes temas
universais.

c) preferem confinar na estreiteza do cotidiano seu espaço de inspiração,


em crônicas em que exercitam uma linguagem de alto teor político.

d) buscam combinar seu interesse pela realidade pessoal e imediata com o


voo mais alto de uma crônica de maior alcance crítico.

e) exploram a possibilidade de reduzir os temas mais grandiosos à


dimensão risível de um cotidiano onde eles não possam ter lugar.

21. (FCC/PC-AP/2017)

Máquinas monstruosas

À medida que foram surgindo, muitas máquinas despertaram terror nos


homens. Multiplicando a força dos órgãos humanos, elas acentuavam-lhes a
potência, de modo que a engrenagem oculta que as fazia funcionar
resultava lesiva para o corpo: feria-se quem descuidasse das próprias mãos.
Mas aterrorizavam sobretudo porque atuavam como se fossem coisas vivas:
era impossível não ver como viventes os grandes braços dos moinhos de
vento, os dentes das rodas dos relógios, os dois olhos ardentes da
locomotiva à noite. As máquinas pareciam, portanto, quase humanas, e é
nesse “quase” que residia a sua monstruosidade.

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(Adaptado de: ECO, Umberto (org.) História da beleza. Trad. Eliane Aguiar.
Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 382)

Ao surgirem na História humana, as máquinas já chegaram a despertar


terror nas pessoas pelo fato de

a) substituírem os membros humanos, demonstrando que fôramos


despojados de partes dos nossos corpos.

b) funcionarem como simulacros dos órgãos humanos, aparentando ter


vida própria e assemelhada à do nossos corpos.

c) ostentarem grande hostilidade ao desempenhar funções que eram


quase incompreensíveis para a maioria das pessoas.

d) se tornarem monstruosas graças à eficácia e à velocidade com que


desempenhavam as funções para as quais foram planejadas.

e) imprimirem aos nossos sentidos e sensações um tipo de bloqueio que


lhes era inteiramente desconhecido até então.

22. (FCC/PC-AP/2017)

O lugar-comum

O lugar-comum, ou chavão, nos faculta falar e pensar sem esforço.


Ninguém é levado a sério com ideias originais, que desafiam nossa
preguiça. Ouvem-se aqui e ali frases como esta, dita ainda ontem por um
político:

− Este país não fugirá de seu destino histórico!

O sucesso de tais tiradas é sempre infalível, embora os mais espertos


possam desconfiar que elas não querem dizer coisa alguma. Pois nada foge
mesmo ao seu destino histórico, seja um império que desaba ou uma barata
esmagada.

(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Caderno H. Porto Alegre: Globo, 1973, p.


52)

No segmento
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a) Ninguém é levado a sério com ideias originais, que desafiam nossa


preguiça, a exclusão da vírgula altera o sentido da frase.

b) O lugar-comum, ou chavão, nos faculta falar e pensar sem esforço, o


elemento sublinhado tem o mesmo sentido de involuntariamente.

c) Ouvem-se aqui e ali frases como esta, a forma verbal é exemplo de voz
ativa.

d) embora os mais espertos possam desconfiar, o elemento sublinhado


tem o mesmo valor semântico de uma vez que.

e) nada foge mesmo ao seu destino histórico, a substituição de foge por se


exclui permite manter o restante da frase tal e qual se apresenta.

23. (FCC/TRE-PR/2017) TEXTO P/QUESTÕES 23 ATÉ 27:

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Considerado o parágrafo 1, é correto afirmar:

a) nele estão delineadas as formas de governo “república” e “monarquia”


como definidas em dicionário especializado, o que implica precisão
terminológica e conceitual de valor generalizante e atemporal.

b) no período inicial é apresentada uma hipótese e, em seguida, a razão


que a legitima − Tal distinção deve-se ao fato... −, ambas tomadas como
fundamento da equivalência contemporânea entre república e democracia.

c) no período inicial, compreende-se não só que a mencionada concepção


de “república” está condicionada a um certo contexto, mas também que o
autor evita apresentar de modo categórico esse conceito.

d) a oração introduzida pela locução posto que (linha 5) exprime uma


circunstância que existe, mas que não é suficiente para realizar a
aproximação citada no segmento imediatamente anterior.

e) nele explicita-se que a separação entre teologia e política constitui a


caução de um sistema social em que a soberania popular seja exercida, em
eleições regulares e livres, no mínimo para postos politicamente relevantes.

24. (FCC/TRE-PR/2017) É correto afirmar que, no parágrafo 2,

a) se sustenta que o caráter singular que cada uma das revoluções, a


Americana e a Francesa, adquiriu não constituiu impedimento para que
ambas viessem a se tornar referência de uma forma de governo distinta da
que caracteriza a monarquia europeia.

b) na formulação vários movimentos democratizantes ou de libertação


nacional, a substituição da conjunção por “como o” preserva o sentido
original.

c) se desenvolve a ideia de que o emprego da palavra “república” para


designar repulsa ao governo unipessoal e à sucessão dinástica, exclusivos
das monarquias, teve origem nas revoluções de 1776 e 1789.

d) considerado o segmento a partir da emergência das duas revoluções


republicanas modernas, em seu contexto, a substituição da palavra grifada
por “contemporâneas” não prejudicaria o sentido original.
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e) considerado o segmento cujo núcleo invariavelmente gravitava em


torno da necessidade de afirmar o princípio da soberania popular, em seu
contexto, a substituição do que está em destaque por “do qual o núcleo”
preservaria a correção original.

25. (FCC/TRE-PR/2017) É comentário adequado sobre o que se tem no


parágrafo 3:

a) O citado aspecto importante da experiência brasileira remete ao fato de


que, já herdeiro das conquistas dos demais países da América do Sul, no
campo político e social, o Brasil pôde restringir-se a entender a república
como deposição do governo monárquico.

b) Ao citar a ação de Campos Salles, o autor reforça o entendimento de


que o Brasil, devido a seu sabido atraso estrutural, desperdiça
oportunidades de atingir a estabilidade e o amadurecimento políticos.

c) Em A própria experiência brasileira, tardia com relação à da América do


Sul, teve nesse traço um aspecto importante, a palavra destacada constitui
reforço da construção possessiva.

d) Em com relação à da América do Sul, o sinal indicativo da crase está


empregado em conformidade com a norma-padrão da língua, mas não
deveria ser empregado se a formulação fosse “com relação aquela da
América do Sul”.

e) A transposição para a voz ativa da oração em que ocorre a voz passiva,


em A primeira década republicana no Brasil foi marcada por forte
instabilidade e por intensa disputa a respeito do que deveria significar um
regime republicano, geraria a forma verbal “marcavam”.

26. (FCC/TRE-PR/2017) Considere as afirmações abaixo.

I. A chave conceitual que opõe “república” e “monarquia” como formas de


governo não contempla todos os significados possíveis da ideia de república.

II. Regimes políticos autoritários, ao autodenominarem-se “república”,


buscam mascarar sua natureza autocrática.

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III. A expressão “Periferias coloniais” designa estritamente os territórios


americanos subordinados à hegemonia europeia − entre eles, os da América
do Sul.

É correto considerar como inferência permitida pelo texto o que se lê em

a) I, II e III.

b) I, apenas.

c) II, apenas.

d) I e II, apenas.

e) III, apenas.

27. (FCC/TRE-PR/2017) Ainda que, ao longo do século 20 − e mesmo no


início do 21 − , o termo “república” tenha sido utilizado na
autodenominação de regimes políticos autoritários, de modo geral a ideia
contemporânea de república aproxima-se da de democracia, posto que está
associada à soberania popular, exercida por meio da participação em
eleições regulares, livres, competitivas e extensivas a todos os postos
politicamente relevantes.

Afirma-se com correção sobre o que se tem acima (parágrafo 1):

a) Os travessões, por isolarem uma correção do que se afirmou


anteriormente, não poderiam ser substituídos por parênteses.

b) O uso das aspas em “república” indica que a palavra deve ser


considerada um neologismo, pois, a partir do século 20, passou a ser
empregada com um específico sentido.

c) A circunstância manifestada por de modo geral incide diretamente sobre


a expressão a ideia contemporânea de república.

d) Em a ideia contemporânea de república aproxima-se da de democracia,


ocorre uma elipse obrigatória, pois a redundância, ao prejudicar a clareza,
seria inaceitável.

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e) O emprego da palavra politicamente exemplifica a ocorrência de


advérbio com valor restritivo.

28. (FCC/TRE-PR/2017) A frase que está adequadamente redigida,


considerada a norma-padrão da língua, é:

a) Ao já informado acrescento apenas, que os documentos necessários ao


processo em andamento deve constar da relação encaminhada
anteriormente a seu assessor.

b) As observações feitas pelo assistente a disposição neste setor terão de


ser consideradas, pois devem haver disposições legais que determinaram os
comentários.

c) Consta do último boletim as alterações sugeridas pelo chefe da


expedição, determinado pela necessidade urgente de que os prazos sejam
efetivamente cumpridos.

d) As fichas dos revisores foram inadvertidamente misturadas, o que


obrigou o consultor, que só trabalha às terças-feiras, a avisá-los de que
teriam de reorganizá-las o mais breve possível.

e) Ninguém sabe exatamente porque, mas, depois de tensa discussão,


cinco dos dez deputados reunidos não foram mesmo favorável à renovação
dos contratos examinados, o que causou pesar aos interessados.

29. (FCC/TRE-PR/2017) Brasileiros e latino-americanos fazemos


constantemente a experiência do caráter postiço da vida cultural que
levamos. Essa experiência tem sido um dado formador de nossa reflexão
crítica desde os tempos da Independência. Ela pode ser e foi interpretada de
muitas maneiras, o que faz supor que corresponda a um problema durável e
de fundo.

O Papai Noel enfrentando a canícula em roupa de esquimó é um


exemplo de inadequação. Da ótica de um tradicionalista, a guitarra elétrica
no país do samba é outro. São exemplos muito diferentes, mas que
comportam o sentimento da contradição entre a realidade nacional e o
prestígio ideológico dos países que nos servem de modelo.

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Tem sido observado que, a cada geração, a vida intelectual no Brasil


parece recomeçar do zero. O apetite pela produção recente dos países
avançados muitas vezes tem como avesso o desinteresse pelo trabalho da
geração anterior e, por conseguinte, a descontinuidade da reflexão. Nos
vinte anos em que tenho dado aula de literatura, por exemplo, assisti ao
trânsito da crítica por uma lista impressionante de correntes. Mas é fácil
observar que só raramente a passagem de uma escola a outra corresponde
ao esgotamento de um projeto; no geral, ela se deve ao prestígio americano
ou europeu da doutrina seguinte. Conforme notava Machado de Assis em
1879, “o influxo externo é que determina a direção do movimento”.

Não é preciso ser adepto da tradição para reconhecer os inconvenientes


desta praxe, a que falta a convicção das teorias, logo trocadas. Percepções
e teses notáveis a respeito da cultura do país são decapitadas
periodicamente, e problemas a muito custo identificados ficam sem o
desdobramento que lhes poderia corresponder. O que fica de nosso desfile
de concepções e métodos é pouco, já que o ritmo da mudança não dá
tempo à produção amadurecida.

O inconveniente faz parte do sentimento de inadequação que foi nosso


ponto de partida. Nada mais razoável, portanto, para alguém consciente do
prejuízo, que passar ao polo oposto e imaginar que baste não reproduzir a
tendência metropolitana para alcançar uma vida intelectual mais
substantiva. A conclusão tem apoio intuitivo forte, mas é ilusória. Não basta
renunciar ao empréstimo para pensar e viver de modo mais autêntico. A
ideia de cópia discutida aqui opõe o nacional ao estrangeiro e o original ao
imitado, oposições que são irreais e não permitem ver a parte do
estrangeiro no próprio, a parte do imitado no original e também a parte
original no imitado.

(Adaptado de: SCHWARZ, Roberto. Que horas são? São Paulo, Cia. Das
Letras, 1987, p. 29-48)

Considere:

I. Depreende-se do texto que o pensamento crítico brasileiro é permeado


por um sentimento de inadequação, relacionado ao cultivo, no país, de

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práticas culturais consideradas inautênticas, que não refletiriam a realidade


nacional, advindas de países estrangeiros de prestígio.

II. A colocação irônica de Machado de Assis de que “o influxo externo é que


determina a direção do movimento” corrobora a tese proposta pelo autor do
texto de que uma vida intelectual brasileira mais expressiva será alcançada
quando o país valorizar suas raízes, no plano da cultura, e deixar de imitar
práticas culturais vindas de fora.

III. A praxe criticada no 4° parágrafo refere-se à tendência de conciliar


tradições culturais essencialmente brasileiras, como o samba, com
elementos emprestados de culturas estrangeiras, como a guitarra elétrica.

IV. Para o autor, não é pertinente opor o nacional ao estrangeiro e o original


ao imitado, pois tais oposições impedem que se perceba, por exemplo, o
que há de original na cópia.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e IV.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, II e IV.

e) II e III.

30. (FCC/TRE-PR/2017) TEXTO P/QUESTÕES 31 E 31:

Muitos duvidam da existência do amor. Muitos afirmam ser ele uma


invenção da literatura. Outros, que se trata de uma projeção neurótica
imaginária. Uma patologia da família das manias. Há quem suspeite de que
seja uma doença da alma. Estão errados.

Quem conhece o amor sabe que ele habita entre nós. E sua presença
nos faz sentir vivos. Por isso, o ressentimento é cego ao amor.

A falta de amor na vida produz um certo ceticismo em relação ao


mundo. Ou pior: o sentimento de inexistência.
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Um dos pecados maiores da inteligência é chegar à conclusão de que o


amor é uma ficção. Muitas vezes, pessoas supostamente inteligentes
consideram o amor algo ingênuo e pueril.

A desconfiança se acha a mais completa das virtudes morais ou


cognitivas. A armadilha de quem desconfia sempre é que ele mesmo se
sente inexistente para o mundo porque este é sempre visto com desprezo.

Outra suposta arma contra o amor é a hipocrisia. A hipótese de a


hipocrisia ser a substância da moral pública parece que inviabiliza o amor
por conta de sua cegueira para com esta hipocrisia mesma. É verdade: o
amor não vê a hipocrisia. Søren Kierkegaard (1813-1855) diz que há um
"abismo escancarado" entre eles.

O amor é concreto como o dia a dia. Engana-se quem considera o amor


abstrato e fantasioso. Kierkegaard nos lembra que o amor só se conhece
pelos frutos. Isso implica que não há propriamente uma percepção do amor
que não seja prática. O gosto do amor é a confiança nas coisas que ele dá a
quem o experimenta.

(Adaptado de: PONDÉ, Luiz Felipe Disponível em: www.folha.uol.com.br)

Na opinião do autor do texto, o amor deve ser considerado como

a) um sentimento que, ainda que ilusório, desafia a falsidade social.

b) um artifício aprazível criado pela imaginação do amante.

c) algo comparável a um desvio doentio àquilo que é considerado normal.

d) algo concreto, cujos desdobramentos podem ser percebidos na


realidade.

e) um estado de alheamento, relacionado à imaturidade de quem ama.

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31. (FCC/TRE-PR/2017) A respeito da pontuação do texto, afirma-se


corretamente:

a) A vírgula assinala a elipse do verbo em Outros, que se trata de uma


projeção neurótica imaginária. (1° parágrafo)

b) Uma vírgula pode ser acrescentada imediatamente após “que”, sem


prejuízo da correção e da clareza, em Kierkegaard nos lembra que o amor
só se conhece pelos frutos. (último parágrafo)

c) Em A falta de amor na vida produz um certo ceticismo em relação ao


mundo, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após “vida”. (3°
parágrafo)

d) O sinal de dois-pontos pode ser acrescentado imediatamente após


“porque” no segmento porque este é sempre visto com desprezo. (5°
parágrafo)

e) Em Isso implica que não há propriamente uma percepção do amor que


não seja prática, uma vírgula pode ser acrescentada imediatamente após
“há”, sem que se faça nenhuma outra modificação na frase. (último
parágrafo)

32. (FCC/TRE-PR/2017) A frase escrita com correção e clareza está em:

a) Grande parte dos existencialistas rejeitam a ideia na qual há no ser


humano uma alma imutável; sua essência seria forjada por meio da
existência, sendo que, o indivíduo é que arquiteta sua própria realidade.

b) Conhecido por levar uma vida solitária e isolada, algumas obras do


filósofo Kierkegaard, visto como um dos fundadores da filosofia
existencialista, também representada por Sartre, fora escrita sob
pseudônimos.

c) O filósofo Kierkegaard, geralmente visto como o precursor do


existencialismo sustentava a ideia na qual o indivíduo é responsável por dar
significado a vida, ainda que enfrente obstáculos como a ansiedade e o
tédio.

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d) Alguns assinalam que a carreira filosófica de Theodor Adorno,


considerado por muitos um dos pensadores mais complexos do século XX,
começa com a publicação de sua tese sobre Kierkegaard.

e) Embora Kierkegaard, na juventude já tivesse escrito diversos artigos,


muitos consideram sua tese universitária, em que refere-se continuamente
à Sócrates como sua primeira obra de destaque.

33. (FCC/FUNAPE/2017) TEXTO P/QUESTÕES 33 ATÉ 35:

Trabalho como realização

Quando me perguntam por que ainda não me aposentei e eu respondo


que é porque gosto do meu trabalho, me olham com um misto de
incredulidade e indignação. Eu quase tenho que me desculpar pela desfeita:
a maioria das pessoas acha que trabalho é castigo e que falar bem dele é
pura ostentação, se não for hipocrisia.

Pois bem: entendo perfeitamente que muitos trabalhos possam ser


vistos como castigo. Há incontáveis tarefas que podem ser
desinteressantes, tediosas, cansativas, que não trazem prazer nenhum para
a maioria das pessoas. Mas há outras nas quais nossa personalidade se
realiza, que podem perfeitamente constituir-se como nosso meio de
expressão, nossa identidade assumida e resolvida como vocação. Exemplo
clássico é o de um professor que tenha grande prazer em dar aula: ele verá
a aposentadoria não como uma bênção, mas como brusca interrupção de
uma atividade vital. Ele vai adiar o quanto puder o “gozo”, o “desfrute”
(enganosas palavras) de uma aposentadoria que mais lhe parece um
castigo.

Fico imaginando, entre outras utopias, a de um mundo em que


houvesse para cada um aquele trabalho que representasse também sua
realização pessoal. Acredito mesmo que um dos índices mais seguros para
se reconhecer a felicidade de alguém seja o prazer que a pessoa encontre
em trabalhar. Quando o trabalho vira sinônimo de criação, e quem o faz se
sente como um genuíno criador, temos, é forçoso admitir, uma situação de
privilégio, em vez de se constituir uma possibilidade de realização ao

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alcance de todos.
(Felício Godói, inédito)

A “ostentação” e a “hipocrisia” referidas no primeiro parágrafo do texto são


atributos acusatórios que partem das pessoas que

a) imaginam encontrar em qualquer atividade profissional uma forma


plena de realização da personalidade.

b)avaliam a felicidade alheia a partir da satisfação que o outro encontre


em se dedicar ao seu trabalho.

c) desconsideram a efetiva possibilidade de que o trabalho enseje a


alguém o prazer de uma realização vital.

d) preferem encobrir a insatisfação que sentem no trabalho com a máscara


de uma falsa realização pessoal.

e) desprezam aquele em quem reconhecem o sacrifício assumido para que


se possa realizar um bom trabalho.

34. (FCC/FUNAPE/2017) Deve-se depreender da leitura do parágrafo final


do texto que, para seu autor,

a) a oportunidade de exercer um trabalho criativo é desprezada por quem


o considera um privilégio injustificável.

b) todo trabalho que exija um alto grau de criatividade só pode ser


exercido por pessoas naturalmente privilegiadas.

c) é uma utopia imaginar que mesmo as pessoas mais vocacionadas para


exercer um trabalho encontrem pleno prazer nele.

d) as pessoas deveriam acreditar que o esforço que despenderem em seu


trabalho é a garantia de seu sucesso profissional.

e) deveria ser mais do que uma simples utopia um mundo onde a


realização pelo trabalho deixasse de ser um privilégio.

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35. (FCC/FUNAPE/2017) Considere as seguinte afirmações:

I. A utilização de aspas em “gozo” e “desfrute” indica o sentido deslocado


que as palavras podem ganhar em determinadas situações.

II. A expressão misto de incredulidade e indignação destaca a alternativa


entre duas possíveis reações desfavoráveis.

III. A expressão possibilidade de realização ao alcance de todos é uma


definição adequada do que seja um privilégio.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

36. (FCC/FUNAPE/2017) TEXTO P/QUESTÕES 36 ATÉ 37:

Civilização e infelicidade

Uma fonte da infelicidade humana estaria na insuficiência das normas


que regulam os vínculos pessoais na família, no Estado e na sociedade. Não
queremos admitir que as instituições por nós mesmos criadas não trariam
bem-estar e proteção para todos nós. Deparamo-nos com a afirmação
espantosa que boa parte da nossa miséria vem do que é chamado de nossa
civilização; seríamos bem mais felizes se a abandonássemos e
retrocedêssemos a condições primitivas.

A asserção me parece espantosa porque é fato estabelecido – como


quer que se defina o conceito de civilização – que tudo aquilo com que nos
protegemos da ameaça das fontes do sofrer é parte da civilização.
Descobriu-se que o homem se torna neurótico porque não pode suportar a
medida de privação que a sociedade lhe impõe, em prol de seus ideais

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culturais, e concluiu-se então que, se estas exigências fossem abolidas ou


bem atenuadas, isto significaria um retorno a possibilidades de felicidade.

(Adaptado de: FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Trad. Paulo


César de Souza. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2011, p. 30-
32)

Nesta passagem de um de seus textos mais marcantes, Sigmund Freud

a) defende, com convicção, a tese de que somos infelizes por nos


desviarmos das instituições criadas pela civilização para nos proteger.

b) considera a possibilidade de que, por paradoxal que seja, as instituições


criadas no processo da civilização concorram para o sofrimento humano.

c) julga espantoso o fato de que muitos atribuam à força do nosso passado


de primitivos a razão pela qual nossas instituições funcionam a contento.

d) admite que a razão principal das nossas neuroses está nas privações
que persistem dos tempos primitivos, anteriores à criação das instituições.

e) recusa-se a aceitar a possibilidade de que os nossos ideais culturais


possam ser atingidos enquanto dependermos das nossas instituições.

37. (FCC/FUNAPE/2017) Deve-se depreender da leitura desse texto que, no


contexto de sua redação,

a) os elementos estaria, afirmação espantosa (1° parágrafo), significaria


(2° parágrafo) são índices da validade que Freud reconhece em teses
alheias.

b) a expressão fonte da infelicidade humana (1° parágrafo) refere-se à


expressão condições primitivas (1° parágrafo).

c) o mesmo tempo verbal de abandonássemos e retrocedêssemos (1°


parágrafo) situa duas ações consecutivas efetivamente decorridas no
passado.

d) a expressão A asserção me parece espantosa (2° parágrafo) refere-se


ao fato estabelecido (2° parágrafo).

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e) o segmento como quer que se defina (2° parágrafo) está empregado


com o sentido de não importa como se estabeleça.

38. (FCC/FUNAPE/2017)

Entre o público e o privado

“Pichou o nome da gangue em parede de igreja.” Essa frase está no


dicionário Houaiss para exemplificar o sentido do verbo pichar: “escrever,
rabiscar (dizeres de qualquer espécie) em muros, paredes, fachadas de
edifícios etc.”. Mas o exemplo de aplicação do verbo não é neutro: a
diferença entre “nome da gangue” e “parede de igreja” parece sugerir a
violência de um ato condenável, herético, pecaminoso, aplicado sobre o
espaço do sagrado.

Do ponto de vista dos pichadores, porém, sua ação é política, e


corresponderia, ainda, a uma manifestação artística de caráter
transgressivo. A pichação seria o direito de os anônimos marginalizados
inscreverem sua marca pessoal no espaço público, para proclamarem sua
existência como sujeitos. Já os adversários dos pichadores costumam ver
nas pichações a obsessão pela sujeira atrevida, pelo prazer rudimentar de
manchar o que é limpo. Os mais sofisticados chegam mesmo a reverter a
justificativa dos pichadores: a pichação seria a manifestação de uma
iniciativa privada dentro do espaço aberto ao público.

A discussão está lançada. Não parece que estejamos próximos de ver


terminada essa batalha pela distribuição e reconhecimento de direitos
conflitantes. O espaço da cidade continua, assim, um campo de disputa
entre os que detêm o direito de propriedade e os que justificam a ação
transgressiva como o direito a uma assinatura.

(Teobaldo Tirreno, inédito)

A controvérsia básica de que trata o texto está indicada no seguinte


segmento:

a) o exemplo de aplicação do verbo [pichar] não é neutro.

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b) sua ação é política, e corresponderia, ainda, a uma manifestação


artística.

c) um ato condenável, herético, pecaminoso, aplicado sobre o espaço do


sagrado.

d) batalha pela distribuição e reconhecimento de direitos conflitantes.

e) a pichação seria a manifestação de uma iniciativa privada.

39. (FCC/FUNAPE/2017) TEXTO P/QUESTÕES 39 E 40:

Acaso e planejamento

“Deus não joga dados com o Universo”, disse o físico Albert Einstein,
para nos assegurar que existe um plano por trás de, literalmente, tudo, e
que o comportamento da matéria é lógico e previsível. A física quântica
depois revelou que a matéria é mais maluca do que Einstein pensava e que
o acaso rege o Universo mais do que gostaríamos de imaginar. Mas
fiquemos com a palavra do velho. Deus não é um jogador, o Universo não
está aí para ele jogar contra a sorte e contra Ele mesmo.

Já os semideuses que controlam o capital especulativo do planeta Terra


jogam com economias inteiras e podem destruir países com um lance de
dados, ou uma ordem dos seus computadores, em segundos. Às vezes eles
têm uma cara e um temperamento, aparecem nos jornais e na TV, mas
quase sempre são operadores anônimos, com um poder sobre nossas vidas
que o Deus de Einstein morreria de inveja.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2008, p. 139)

Atente para as seguintes afirmações:

I. Ao afirmar que “Deus não joga dados com o Universo”, Einstein referia-
se, segundo o autor do texto, à ação de eventos imprevisíveis que acabam
determinando nosso futuro dentro do Universo.

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II. A frase Mas fiquemos com a palavra do velho propõe que aceitemos
como fato o eventual comportamento caprichoso da matéria, sujeita às
intervenções do acaso.

III. No segundo parágrafo do texto, afirma-se que o poder pragmático dos


especuladores do mercado financeiro é de fazer inveja até mesmo ao Deus
referido na famosa frase de Einstein.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) II.

c) II e III.

d) I e II.

e) III.

40. (FCC/FUNAPE/2017) A tese resumida na frase a matéria é mais maluca


do que Einstein pensava tem sua sustentação na frase

a) existe um plano por trás de, literalmente, tudo.

b) o acaso rege o Universo mais do que gostaríamos de imaginar.

c) Deus não é um jogador.

d) o Universo não está aí para ele jogar contra a sorte.

e) controlam o capital especulativo do planeta Terra.

41. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) TEXTO P/QUESTÕES 41 E 42:

Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava


contar nada para ninguém. Na civilização contemporânea, on-line,
conectada o tempo todo, se não for registrado e postado, não aconteceu.
Comeu, jantou, bebeu? Então, prove. Não está na rede? Então, não vale.

Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro tecnológico. Pelo


contrário: interajo com muita gente e publico ativamente fotos de minhas

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fornadas. A vida, hoje, é digital. Contudo, presumo que algumas coisas não
precisam deixar de pertencer à esfera privada. Sendo tudo tão novo nessa
área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta que equilibre a
convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade.

Em meados da década passada, quando a cozinha espanhola de


vanguarda ainda povoava os debates e as fantasias de muitos gourmets,
fotografar pratos envolvia um dilema: devorar ou clicar? A criação saía da
cozinha, muitas vezes verticalizada, comumente finalizada com esferas
delicadas, espumas fugazes... O que fazer, capturá-la em seu melhor
instante cenográfico, considerando luzes e sombras, e comê-la depois, já
desfigurada, derretida, escorrida? Ou prová-la imediatamente, abrindo mão
da imagem? Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça de mim um
bom comensal, mas um mau divulgador).

Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já estamos nos


acostumando. Mas será que precisa acontecer durante todo o repasto? Não
dá para fazer só na chegada do prato e depois comer sossegado, à maneira
analógica? Provavelmente não: há o tratamento da imagem, a publicação,
os comentários, as discussões, a contabilidade das curtidas. Reconheço que,
talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e famílias à
mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presenciais
ou interações reais. A pizza esfria e perde o viço; mas a foto chega tinindo
aos amigos de rede.

(Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, não
valeu. Disponível em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_216185.ht
ml)

Percebe-se uma relação de causa e efeito, nessa ordem, entre as orações


na seguinte passagem do texto:

a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não


for registrado e postado, não aconteceu. (1º parágrafo)

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b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de


uma etiqueta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos,
extroversão, intimidade. (2º parágrafo)

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava


contar nada para ninguém. (1º parágrafo)

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver


casais e famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem
diálogos presenciais ou interações reais. (4º parágrafo)

e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de


pertencer à esfera privada. (2º parágrafo)

42. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) Está reescrito conforme a norma-padrão


da língua e com o sentido preservado em linhas gerais o seguinte trecho do
texto:

a) Contudo, presumo que... (2º parágrafo) / Porquanto, afirmo por


conjectura que...

b) ... acho que já estamos nos acostumando. (4º parágrafo) / ... tenho a
impressão que já tornamo-nos resignados.

c) ... não precisava contar nada para ninguém. (1º parágrafo) / ... não era
impelido de me reportar à quem quer que fosse.

d) ... ainda sinto desconforto em ver... (4º parágrafo) / ... continuo a


sentir-me incomodado ao testemunhar...

e) ... fotografar pratos envolvia um dilema... (3º parágrafo) / ... fotografar


pratos abrangia-se de uma controvérsia...

43. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) Muito antes de nos ensinarem e de


aprendermos as regras de bom comportamento socialmente construídas e
promovidas, e de sermos exortados a seguir certos padrões e nos abster de
seguir outros, já estamos numa situação de escolha moral. Somos, por
assim dizer, inevitavelmente − existencialmente −, seres morais: somos
confrontados com o desafio do outro, o desafio da responsabilidade pelo
outro, uma condição do ser-para.
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Afirmar que a condição humana é moral antes de significar ou poder


significar qualquer outra coisa representa que, muito antes de alguma
autoridade nos dizer o que é “bem” e “mal” (e por vezes o que não é uma
coisa nem outra), deparamo-nos com a escolha entre “bem” e “mal”. E a
enfrentamos desde o primeiro momento do encontro com o outro. Isso, por
sua vez, significa que, quer escolhamos quer não, enfrentamos nossas
situações como problemas morais, e nossas opções de vida como dilemas
morais.

Esse fato primordial de nosso ser no mundo, em primeiro lugar, como


uma condição de escolha moral não promete uma vida alegre e
despreocupada. Pelo contrário, torna nossa condição bastante desagradável.
Enfrentar a escolha entre bem e mal significa encontrar-se em situação de
ambivalência. Esta poderia ser uma preocupação relativamente menor,
estivesse a ambiguidade de escolha limitada à preferência direta por bem ou
mal, cada um definido de forma clara e inequívoca; limitada em particular à
escolha entre atuar baseado na responsabilidade pelo outro ou desistir
dessa ação – de novo com uma ideia bastante clara do que envolve “atuar
baseado na responsabilidade”.

(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. Vida em fragmentos: sobre a ética pós-


moderna. Trad. Alexandre Werneck. Rio de Janeiro, Zahar, 2011, p. 11-12)

A alternativa que apresenta um comentário correto acerca da pontuação de


um trecho do texto é:

a) em ... muito antes de alguma autoridade nos dizer o que é “bem” e


“mal” (e por vezes o que não é uma coisa nem outra)... (2º parágrafo), os
parênteses intercalam uma expressão que precisa o sentido do vocábulo
autoridade.

b) em Somos [...] seres morais: somos confrontados com o desafio do


outro, o desafio da responsabilidade pelo outro... (1º parágrafo), os dois-
pontos introduzem uma ressalva a uma afirmação de tom categórico.

c) em Somos, por assim dizer, inevitavelmente − existencialmente −,


seres morais... (1º parágrafo), os travessões são usados para dar ênfase a
uma palavra que expressa circunstância de modo.
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d) em Esse fato primordial de nosso ser no mundo, em primeiro lugar,


como uma condição de escolha moral... (3º parágrafo), as vírgulas
destacam uma expressão com valor temporal, imprimindo no texto um tom
de memória.

e) em ... uma ideia bastante clara do que envolve “atuar baseado na


responsabilidade”. (3º parágrafo), as aspas demarcam uma expressão
empregada com teor irônico e que, portanto, relativiza o que foi exposto
anteriormente.

44. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) TEXTO P/QUESTÕES 44 ATÉ 46:

É legítimo afirmar: no texto,

a) o argumento a favor da demonstração de que o Brasil deixará de ser


em breve hegemonicamente católico é sustentado pelos rigorosos dados do
recenseamento de 2000 mencionados pelo autor.

b) é reconhecível o ponto de vista favorável ao fato de os brasileiros


assumirem-se como católicos em levantamento demográfico, assunção de
identidade que legitima a preservação do título de maior país católico do
mundo atribuído ao Brasil.

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c) o emprego das aspas na expressão “América católica” sinaliza que, por


meio da ironia, o autor censura o apego dos brasileiros a títulos de
supremacia, adesão que ele nota até mesmo quando se trata de religião.

d) admite-se que à expressão “o maior país católico do mundo”


empregada pelos brasileiros se têm atribuído sentidos distintos, o que
justifica o fato de o uso do título estar em extinção.

e) avalia-se que, sob o fato manifesto e contínuo de brasileiros virem


deixando a religião católica, ao migrar ou não para alguma outra, o
superlativo que historicamente individualiza o Brasil do ponto de vista
religioso está perdendo a razoabilidade.

45. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) No segundo parágrafo,

a) a expressão Quer dizer introduz exposição mais detalhada do que se


apresenta no primeiro parágrafo, esclarecimento realizado sob o padrão da
neutralidade científica.

b) os segmentos cientificamente controlados e religiosamente isentos


subordinam-se diretamente à palavra fundamento.

c) o emprego de um dia sugere que a ideia de desgastado, atribuída à


palavra título, teve breve duração.

d) a caracterização de conotações evidencia que os brasileiros, ainda que


possam manifestar emoções antagônicas ao fazer uso da qualificação “o
maior país católico do mundo”, o fazem com a mesma intensa adesão ao
seu particular sentimento.

e) o emprego da expressão a bem da verdade sinaliza a introdução de


uma específica correção, retificação que remete diretamente ao segmento
sua histórica posição de nação com hegemonia católica.

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46. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) Visível a olho nu. Mas não só, uma vez
que se trata de um processo que tem sido há décadas acompanhado
atentamente, e comprovado a frio reiteradamente, pelas estatísticas
censitárias.

A única alternativa INCORRETA sobre o trecho acima transcrito, em seu


contexto, é:

a) A expressão Visível a olho nu, que constitui caracterização da palavra


que a antecede, dá oportunidade para que se introduza outro argumento a
favor da ideia expressa por notório.

b) Se o assunto fosse não um processo, mas “processos”, a correção


exigiria a forma “se tratam de processos”.

c) O verbo “haver”, na frase, está empregado como indica o seguinte


verbete do Dicionário eletrônico Houaiss: transitivo direto [impessoal]
ter transcorrido ou ser decorrido (tempo).

d) Transpondo a voz passiva presente na frase para a voz ativa, a forma


correta a ser grafada é “têm acompanhado”.

e) A retirada da vírgula após a palavra reiteradamente prejudica o sentido


original da frase.

47. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os


cataclismos naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um
capítulo trágico da história da humanidade desde tempos longínquos.
Supostas inundações catastróficas aparecem em relatos de várias culturas
ao longo dos tempos, desde os antigos mesopotâmicos e gregos até os
maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido


de zonas habitadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países
mais suscetíveis a desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar
protegido dos humores do clima e dos solavancos da geologia deve ser
relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres são causados por três tipos

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de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de terra e secas


prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zonas
tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de
redução de danos.

Dois estudos feitos por pesquisadores brasileiros indicam que o risco


de ocorrência desses três tipos de desastre deverá aumentar até o final do
século. Eles também sinalizam que novos pontos do território nacional
deverão se transformar em áreas de risco significativo para esses mesmos
problemas. “Os impactos tendem a ser maiores no futuro, com as mudanças
climáticas, o crescimento das cidades e a ocupação de mais áreas de risco”,
comenta o pesquisador José A. Marengo.

Além da suscetibilidade natural a secas, enchentes, deslizamentos e


outros desastres, a ação do homem tem um peso considerável em
transformar o que poderia ser um problema de menor monta em uma
catástrofe. Os pesquisadores estimam que um terço do impacto dos
deslizamentos de terra e metade dos estragos de inundações poderiam ser
evitados com alterações de práticas humanas ligadas à ocupação do solo e a
melhorias nas condições socioeconômicas da população em áreas de risco.

Moradias precárias em lugares inadequados, perto de encostas ou


em pontos de alagamento, cidades superpopulosas e impermeabilizadas,
que não escoam a água da chuva; esses fatores da cultura humana podem
influenciar o desfecho de uma situação de risco. “Até hábitos cotidianos,
como não jogar lixo na rua, e o nível de solidariedade de uma população
podem ao menos mitigar os impactos de um desastre”, pondera a geógrafa
Lucí Hidalgo Nunes.

(Adaptado de PIVETTA, Marcos. Disponível em:


http://revistapesquisa.fapesp.br)

Depreende-se do texto que

a) atitudes cotidianas simples, como não jogar lixo na rua, são capazes de
prevenir desastres naturais, com potencial de ocasionar consequências
graves.

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b) o Brasil, dado que está fora do alcance dos grandes furacões, não tem
vulcões ativos ou regiões sujeitas a terremotos, não está exposto a
catástrofes geológicas e climáticas.

c) algumas regiões brasileiras tendem a se tornar mais vulneráveis a


inundações bruscas, deslizamentos de terra e secas prolongadas nas
próximas décadas.

d) políticas públicas eficazes podem evitar a ocorrência de cataclismos


naturais como inundações e longos períodos de secas.

e) a remoção da população que ocupa áreas de risco, perto de encostas,


apesar de considerada controversa, é apontada como uma medida
imprescindível para evitar abalos geológicos.

48. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) TEXTO P/QUESTÕES 48 ATÉ 51:

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de


uma escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as
decisões pouco importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às
grandes escolhas da vida, você terá menos chance de errar se escolher por
impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais
pesam nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas
razões. Claro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas.
Falava das decisões tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo
de nossas vidas. No caso das escolhas profissionais, as motivações
inconscientes são decisivas. Elas determinam não só a escolha mais
“acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com a profissão, como são
também responsáveis por aquilo que chamamos de talento. Isso se decide
na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda criança
leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um
processo de imitação, mas não é: os caminhos das identificações
acompanham muito mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles
que eles seguiram na vida.

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Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional


tem muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente
alguém consegue se entregar profissionalmente a uma prática que não
represente os valores em que ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida


profissional. Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa
necessariamente prazer em trabalhar. Grande parte das pessoas não
trabalharia se não fosse necessário. O trabalho não é fonte de prazer, é
fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à vida. Só que o sentido da
vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a premissa, dos anos
de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que se acredita em
prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea, é bom
lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro
lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.

(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br


/sites/rae.fgv.br/files/artigos)

De acordo com o texto, é correto afirmar:

a) Por motivações inconscientes, que remetem à primeira infância, ou de


ordem prática, os indivíduos costumam optar pela mesma área de atuação
profissional dos pais.

b) O talento para exercer um determinado trabalho está intimamente


relacionado à capacidade de ponderar cuidadosamente sobre a escolha
profissional.

c) As escolhas profissionais mais apropriadas são aquelas derivadas de


motivações latentes no indivíduo desde a infância.

d) As pessoas bem-sucedidas profissionalmente, em sua maioria, creditam


o sucesso obtido ao alto nível de esforço e ao empenho com que se dedicam
ao trabalho diário.

e) No cenário competitivo da contemporaneidade, para concretizar suas


ambições profissionais, o indivíduo, muitas vezes, precisa abrir mão dos
ideais utópicos formados na infância.
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49. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) Atente para as afirmações abaixo.

I. Embora aprove o conselho oferecido por Freud, a autora, ao afirmar que A


sugestão parece imprudente, assinala que a ideia de Freud pareceria
desajustada ao senso comum.

II. No texto, estabelece-se o contraste entre as vontades impulsivas


proibidas e as razões inconscientes às quais o impulso deve obedecer.

III. No primeiro parágrafo, o sinal de dois-pontos introduz uma síntese do


que foi dito antes.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) I e III.

d) I.

e) II.

50. (FCC/TRT – 24º REGIÃO/2017) Só que o sentido da vida profissional


não vem pronto... (4° parágrafo)

Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da


frase acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por:

a) Porém

b) Embora

c) Porquanto

d) Já que

e) Mesmo que

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51. (FCC/TRE-SP/2017) TEXTO P/QUESTÕES 51 E 52:

Sandberg, que mudou totalmente o conceito espectador/obra de arte


com o seu trabalho de duas décadas no Museu Stedelijk, de Amsterdã,
iniciou sua palestra elogiando a arquitetura do nosso MAM-RJ que, segundo
ele, segue a sua teoria de que o público deve ver a obra de arte de frente e
não de lado, como acontece até agora com o museu convencional de quatro
paredes. O ideal, disse ele, é que as paredes do museu sejam de vidro e
que as obras estejam à mostra em painéis no centro do recinto. O museu
não é uma estrutura sagrada e quem o frequenta deve permanecer em
contato com a natureza do lado de fora:

“A finalidade do museu de arte contemporânea é nos ajudar a ter


consciência da nossa própria época, manter um espelho na frente do
espectador no qual ele possa se reconhecer. Este critério nos leva também a
mostrar a arte de todos os tempos dentro do ambiente atual. Isso significa
que devemos abolir o mármore, o veludo, as colunas gregas, que são
interpretações do século XIX. Apenas a maior flexibilidade e simplicidade. A
luz de cima é natural ao ar livre, mas artificial ao interior. As telas são
pintadas com luz lateral e devem ser mostradas com luz lateral. A luz de
cima nos permite encerrar o visitante entre quatro paredes. Certos
museólogos querem as quatro paredes para infligir o maior número possível
de pinturas aos pobres visitantes.

É de capital importância que o visitante possa caminhar em direção a


um quadro e não ao lado dele. Quando os quadros são apresentados nas
quatro paredes, o visitante tem de caminhar ao seu lado. Isso produz um
efeito completamente diferente, especialmente se não queremos que ele
apenas olhe para o trabalho, mas o veja. Isso é ainda mais verdadeiro em
relação aos grandes museus de arte contemporânea. Eles são grandes
porque o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho e deseja
que entremos em sua obra. Ao organizar o nosso museu, devemos ter
consciência da mudança de mentalidade da nova geração. Abolir todas as
marcas do establishment: uniformes, cerimoniais, formalismo. Quando eu
era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas dos pés, não
ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam.

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Realmente não sabemos se os museus, especialmente os de arte


contemporânea, devem existir eternamente. Foram criados numa época em
que a sociedade não estava bastante interessada nos trabalhos de artistas
vivos. O ideal seria que a arte se integrasse outra vez na vida diária, saísse
para as ruas, entrasse nas casas e se tornasse uma necessidade. Esta
deveria ser a principal finalidade do museu: tornar-se supérfluo”.

(Adaptado de: BITTENCOURT, Francisco. “Os Museus na Encruzilhada”


[1974], em Arte-Dinamite, Rio de Janeiro, Editora Tamanduá, 2016, p. 73-
75)

O museu não é uma estrutura sagrada e quem o frequenta deve


permanecer em contato com a natureza do lado de fora... (1° parágrafo)

Quanto à pontuação do período acima, pode-se

I. acrescentar uma vírgula imediatamente antes da conjunção “e”, uma vez


que separaria orações com sujeitos diferentes.

II. substituir a conjunção “e” por dois-pontos, pois o que se segue pode ser
entendido como uma explicação da primeira parte da frase.

III. isolar com vírgulas a expressão “em contato”, uma vez que se trata de
locução adverbial, sem alteração do sentido original.

Está correto o que consta em

a) II, apenas.

b) I, II e III.

c) II e III, apenas.

d) I e III, apenas.

e) I e II, apenas.

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52. (FCC/TRE-SP/2017) Eles são grandes porque o artista moderno quer


nos envolver com o seu trabalho... (3° parágrafo)

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação


da frase acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

53. (FCC/TRE-SP/2017) TEXTO P/QUESTÕES 53 E 54:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Quando confrontada a duas teorias – uma simples e outra complexa –


para explicar um problema, a maior parte das pessoas não hesita em
favorecer a primeira, também qualificada como elegante. “Em muitos casos,
porém, a complexa pode ser mais interessante”, lembra o filósofo Marco
Zingano, da Universidade de São Paulo. Segundo ele, a escolha é natural na
cultura ocidental contemporânea porque o pensamento dessas civilizações
foi moldado por Aristóteles e Platão, os filósofos de maior destaque na
Grécia Antiga, para quem a metafísica da unidade tinha como paradigma a
simplicidade.

Levado ao pé da letra, o resgate puramente historiográfico das


contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhecimento
atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está
presente na forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da
civilização atual.

Um dos problemas que ocuparam Platão e Aristóteles foi a acrasia, que


leva uma pessoa a tomar uma atitude contrária à que sabe ser a correta. Se
está claro, por exemplo, que uma moderada dose diária de exercícios é
suficiente para prevenir uma série de doenças graves e trazer benefícios à

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saúde, por que alguém optaria por passar horas deitado no sofá e se
locomover apenas de carro? Para Sócrates, a resposta era simples: guiado
pela razão, o ser humano só deixa de fazer o que é melhor se lhe faltar o
conhecimento.

Platão discordava, e resolveu o dilema dividindo a alma em três partes:


um par de cavalos alados conduzidos por um cocheiro que representa uma
delas, a razão. Um dos cavalos, arredio, só pode ser controlado a chicotadas
e representa os apetites. O outro é a porção irascível da alma. É o impulso,
em geral obediente à razão, mas que pode levar a decisões impetuosas em
determinadas situações. “O que determina as ações seriam fontes distintas
de motivação”, observa Zingano. Platão pensou o conflito como interno à
alma, dando lugar à acrasia. Já Aristóteles dedicou um livro de sua Ética ao
fenômeno.

Aristóteles e Platão tiveram um papel importante – e persistente –


porque foram grandes sistematizadores do conhecimento. Eles procuraram
domar conceitos diversos do Universo, do corpo e da mente, entender seu
funcionamento e deixar registrado para uso futuro. Resgatar esses textos,
explica Zingano, é uma busca da compreensão de como a cultura ocidental
descreve o mundo e enxerga a si mesma ainda hoje.

(Adaptado de: GUIMARÃES, Maria. Disponível em:


revistapesquisa.fapesp.br)

De acordo com o texto,

a) para Sócrates, por razões insondáveis, o ser humano muitas vezes


deixa de buscar o que é melhor para si mesmo, ainda que tal atitude
contrarie a razão.

b) com base na tradição da filosofia antiga, uma resposta complexa para


um problema, ainda que simples, é considerada a mais requintada e
harmônica.

c) a metáfora composta por Platão, na qual a razão guia dois cavalos,


busca explicitar os motivos pelos quais uma pessoa, apesar de saber o
melhor a ser feito, faz outra coisa.

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d) o embate entre paixão e razão ocupou as reflexões de Sócrates e


Platão, com resultados distintos: para o primeiro, é insólito; para o
segundo, injustificável.

e) disseminado na Grécia Antiga, o pensamento de Platão e Aristóteles,


embora de grande relevância histórica, exerce pouca influência no
pensamento da cultura ocidental moderna.

54. (FCC/TRE-SP/2017)... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e


de Platão... (2º parágrafo)

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

55. (FCC/TRE-SP/2017) Atenção: Para responder à questão, considere o


texto abaixo.

Amizade

A amizade é um exercício de limites afetivos em permanente desejo de


expansão. Por mais completa que pareça ser uma relação de amizade, ela
vive também do que lhe falta e da esperança de que um dia nada venha a
faltar. Com o tempo, aprendemos a esperar menos e a nos satisfazer com a
finitude dos sentimentos nossos e alheios, embora no fundo de nós ainda
esperemos a súbita novidade que o amigo saberá revelar. Sendo um
exercício bem-sucedido de tolerância e paciência – amplamente
recompensadas, diga-se – a amizade é também a ansiedade e a expectativa
de descobrirmos em nós, por intermédio do amigo, uma dimensão
desconhecida do nosso ser.

Há quem julgue que cabe ao amigo reconhecer e estimular nossas


melhores qualidades. Mas por que não esperar que o valor maior da
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amizade está em ser ela um necessário e fiel espelho de nossos defeitos?


Não é preciso contar com o amigo para conhecermos melhor nossas mais
agudas imperfeições? Não cabe ao amigo a sinceridade de quem aponta
nossa falha, pela esperança de que venhamos a corrigi-la? Se o nosso
adversário aponta nossas faltas no tom destrutivo de uma acusação, o
amigo as identifica com lealdade, para que nos compreendamos melhor.

Quando um amigo verdadeiro, por contingência da vida ou imposição da


morte, é afastado de nós, ficam dele, em nossa consciência, seus valores,
seus juízos, suas percepções. Perguntas como “O que diria ele sobre isso?”
ou “O que faria ele com isso?” passam a nos ocorrer: são perspectivas dele
que se fixaram e continuam a agir como um parâmetro vivo e importante.
As marcas da amizade não desaparecem com a ausência do amigo, nem se
enfraquecem como memórias pálidas: continuam a ser referências para o
que fazemos e pensamos.

(CALÓGERAS, Bruno, inédito)

A frase inicial A amizade é um exercício de limites afetivos em permanente


desejo de expansão deixa ver, no contexto, que em uma relação entre
amigos

a) os sentimentos mútuos são restritos, devido à desconfiança que sempre


estamos a alimentar uns dos outros.

b) a afetividade é indispensável, embora alimentemos dentro de nós o


desejo de uma plena autossuficiência.

c) a afetividade é verdadeira, conquanto se estabeleça em contornos


restritivos que gostaríamos de ver eliminados.

d) os sentimentos predominantes passam a ser indesejáveis quando se


percebe o quanto podem ser falsos.

e) a afetividade, aparentemente real, revela-se ilusória, diante dos


modelos ideais de afeto que conservamos do nosso passado.

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56. (FCC/TRE-SP/2017) Atenção: Para responder à questão, considere o


texto abaixo.

Discussão – o que é isso?

A palavra discussão tem sentido bastante controverso: tanto pode indicar


a hostilidade de um confronto insanável (“a discussão entre vizinhos acabou
na delegacia”) como a operação necessária para se esclarecer um assunto
ou chegar a um acordo (“discutiram, discutiram e acabaram concordando”).
Mas o que toda discussão supõe, sempre, é a presença de um outro diante
de nós, para quem somos o outro. A dificuldade geral está nesse
reconhecimento a um tempo simples e difícil: o outro existe, e pode estar
certo, sua posição pode ser mais justa do que a minha.

Entre dois antagonistas há as palavras e, com elas, os argumentos. Uma


discussão proveitosa deverá ocorrer entre os argumentos, não entre as
pessoas dos contendores. Se eu trago para uma discussão meu juízo já
estabelecido sobre o caráter, a índole, a personalidade do meu interlocutor,
a discussão apenas servirá para a exposição desses valores já incorporados
em mim: quero destruir a pessoa, não quero avaliar seu pensamento.
Nesses casos, a discussão é inútil, porque já desistiu de qualquer
racionalização

As formas de discussão têm muito a ver, não há dúvida, com a cultura de


um povo. Numa sociedade em que as emoções mais fortes têm livre curso,
a discussão pode adotar com naturalidade uma veemência que em
sociedades mais “frias” não teria lugar. Estão na cultura de cada povo os
ingredientes básicos que temperam uma discussão. Seja como for, sem o
compromisso com o exame atento das razões do outro, já não haverá o que
discutir: estaremos simplesmente fincando pé na necessidade de proclamar
a verdade absoluta, que seria a nossa. Em casos assim, falar ao outro é o
mesmo que falar sozinho, diante de um espelho complacente, que refletirá
sempre a arrogância da nossa vaidade.

(COSTA, Teobaldo, inédito)

Atente para as seguintes frases:

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I. O sentido controverso da palavra discussão, deve-se ao modo pelo qual


costumam agir, os contendores, ao exporem seus argumentos.

II. Há discussões nas quais, por excesso de paixão, os argumentos sequer


são considerados, dada a exacerbação dos ânimos.

III. Parece improvável que numa discussão acirrada, possa imperar a


racionalidade dos argumentos que sequer são analisados.

Quanto à virgulação, está inteiramente correto o que consta APENAS em

a) II.

b) I.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

57. (FCC/ARTES/2017) TEXTO P/QUESTÕES 57 E 58:

O direito de opinar

As leis precisam ser dinâmicas, para acompanharem as mudanças


sociais. Há sempre algum atraso nisso: a mudança dos costumes precede as
devidas alterações jurídicas. É cada vez mais frequente que ocorram
transições drásticas de valores e julgamentos à margem do que seja
legalmente admissível. Com a velocidade dos meios de comunicação e com
o surgimento de novas plataformas tecnológicas de interação social, há uma
dispersão acelerada de juízos e opiniões, a que falta qualquer regramento
ético ou legal. Qual o limite da liberdade de expressão a que devam
obedecer os usuários das redes sociais? Que valores básicos devem ser
preservados em todas as matérias que se tornam públicas por meio da
internet?

Enquanto não se chega a uma legislação adequada, as redes sociais


estampam abusos de toda ordem, sejam os que ofendem o direito da
pessoa, sejam os que subvertem os institutos sociais. O direito de opinar
passa a se apresentar como o direito de se propagar um odioso preconceito,
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uma clara manifestação de intolerância, na pretensão de alçar um juízo


inteiramente subjetivo ao patamar de um valor universal.

As diferenças étnicas, religiosas, políticas, econômicas e ainda outras


não são invocadas para se comporem num sistema de convívio, mas para se
afirmarem como forças que necessariamente se excluem. Uma opinião
apresenta-se como lei, um preconceito afirma-se como um valor natural.
Não será fácil para os legisladores encontrarem a forma adequada de se
garantir ao mesmo tempo a liberdade de expressão e o limite para que esta
não comprometa todas as outras liberdades previstas numa ordem
democrática. Contudo, antes mesmo que essa tarefa chegue aos
legisladores, compete aos cidadãos buscarem o respeito às justas diferenças
que constituem a liberdade responsável das práticas sociais.

(MELLO ARAÚJO, Justino de, inédito)

É plenamente adequado o emprego do segmento sublinhado em:

a) Uma legislação adequada, de que é carente o funcionamento das redes


sociais, é foco de permanente discussão.

b) No caso dela não convier aos usuários da internet, essa nova legislação
será duramente contestada.

c) A obediência às leis, pressuposto à que não cabe discussão, implica


sanções aos insurgentes.

d) Os que costumam respeitar as leis certamente irão de encontro com


uma justa regulamentação da internet.

e) Quem pretende fazer de sua opinião um valor universal devê-la-ia


responsabilizar-se ao divulgá-la.

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58. (FCC/ARTES/2017) Está plenamente adequada a pontuação do seguinte


período:

a) Não é consensual e talvez nunca seja, a proposição de que se


regulamente o uso da internet, de vez que, muitos usuários, a entendem,
por incrível que pareça como seu território particular, a partir do qual todas
as opiniões, mesmo as mais preconceituosas, podem ser emitidas.

b) Não é consensual e talvez nunca seja, a proposição de que se


regulamente o uso da internet: de vez que muitos usuários a entendem, por
incrível que pareça, como seu território particular a partir do qual, todas as
opiniões mesmo as mais preconceituosas podem ser emitidas.

c) Não é consensual e talvez nunca seja: a proposição de que se


regulamente o uso da internet, de vez que muitos usuários, a entendem −
por incrível que pareça − como seu território particular, a partir do qual,
todas as opiniões mesmo as mais preconceituosas, podem ser emitidas.

d) Não é consensual − e talvez nunca seja a proposição − de que se


regulamente o uso da internet de vez, que muitos usuários a entendem, por
incrível que pareça, como seu território particular; a partir do qual todas as
opiniões mesmo as mais preconceituosas, podem ser emitidas.

e) Não é consensual, e talvez nunca seja, a proposição de que se


regulamente o uso da internet, de vez que muitos usuários a entendem, por
incrível que pareça, como seu território particular, a partir do qual todas as
opiniões, mesmo as mais preconceituosas, podem ser emitidas.

59. (FCC/ARTES/2017)

Escritora nigeriana elenca sugestões feministas para educar


crianças

A escritora nigeriana Chimamanda Adichie tornou-se uma das difusoras


do movimento feminista desde seu discurso "Sejamos Todos Feministas",
em 2015. Naquela época, Adichie já havia lançado quatro romances que a
consagraram como expoente da literatura africana. Agora ela acaba de
publicar o livro "Para Educar Crianças Feministas − Um Manifesto", em que
propõe a ruptura do preconceito e da misoginia por meio da educação de
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novas gerações. No livro, ela acredita ter finalmente reunido o sumo de sua
visão sobre a "doutrina".

Apesar do título, o livro não se dirige apenas a pais e mães, mas a


"todos os que pensam no feminismo como uma palavra negativa e que
associam o movimento a posições extremistas", explica a autora. "É minha
maneira de dizer 'olhe por esse lado'. A questão da injustiça de gênero é
que as coisas são feitas assim há tanto tempo que elas são vistas como
normais."

Se o tema consolida parte do público que se vê representada por suas


reflexões, implica também uma perda. Ela recorda que, em um evento na
Nigéria, um homem lhe disse que deixara de gostar de sua obra quando ela
começou a falar de feminismo. "Há muita hostilidade à ideia de feminismo.
O mundo é sexista e a misoginia é praticada tanto por homens quanto por
mulheres", diz.

(Adaptado de: NOGUEIRA, Amanda. Folha de S. Paulo, 03/03/2017)

Não haverá prejuízo para a estrutura gramatical da frase Se o tema


consolida parte do público que se vê representada por suas reflexões,
implica também uma perda ao se substituírem os segmentos sublinhados,
respectivamente, por

a) Ainda que o tema viesse a consolidar − talvez constitua um agravo.

b) Conquanto o tema consolide − acarreta, ao mesmo tempo, um ônus.

c) Mesmo se o tema consolidasse − de onde adviria um prejuízo.

d) Haja vista que o tema consolide − mesmo que também houvesse algum
dano.

e) Como o tema consolida − aonde alguma perda ainda haverá.

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60. (FCC/SEDU-ES/2016)

MINISTÉRIO DA CULTURA

Fundação Biblioteca Nacional

Departamento Nacional do Livro

O MULATO (fragmento)

Aluísio de Azevedo

Em todas as direções cruzavam-se homens esbofados e rubros;


cruzavam-se os negros no carreto e os caixeiros que estavam em serviço na
rua; avultavam os paletós-sacos, de brim pardo, mosqueados nas espáduas
e nos sovacos por grandes manchas de suor. Os corretores de escravos
examinavam, à plena luz do sol, os negros e moleques que ali estavam para
ser vendidos; revistavam-lhes os dentes, os pés e as virilhas; faziam-lhes
perguntas sobre perguntas, batiam-lhes com a biqueira do chapéu nos
ombros e nas coxas, experimentando-lhes o vigor da musculatura, como se
estivessem a comprar cavalos.
(Disponível em: : http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000166.pdf)

Nesse fragmento, o narrador acentua

a) as intrigas entre as personagens, pelo tema do amor, que as tradições


impedem de se realizar devido ao preconceito racial e social.

b) o amor-próprio dos homens e o arbítrio da fortuna para reconstruir na


ficção os labirintos da realidade e da paisagem natural.

c) os aspectos fisiológicos do homem, seu parentesco com os animais, e o


retrata de maneira irônica, lúgubre e nos seus aspectos sórdidos e vis.

d) o moralismo, no que se refere à opinião ou atitude sobre os atos


humanos, pois o que importa é o juízo sobre eles e não os atos em si
mesmo.

e) os interesses de posição, prestígio e dinheiro relacionados à libido e à


vontade de poder que regem os passos do homem em sociedade.

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61. (FCC/DPE-RS/2017) Pesquisa divulgada recentemente afirma que 35


anos costuma ser a idade limite para quem quer ir a clubes sem se sentir
velho demais. De acordo com a única empresa a comentar os resultados,
Currys PC World, se você tem mais de 35 anos, ir a um clube pode ser algo
realmente frustrante.

Os dados coletados, de acordo com nota publicada pela Mix Mag,


mostram que, a partir dos 35 anos, as pessoas começam a preferir ficar em
casa ao invés de sair. E, após esse ponto da vida, metade das pessoas que
participaram da pesquisa afirmaram que preferem ficar em casa em frente à
TV, seja lá qual for o clima, ao invés de se preocupar com os gastos de uma
noite fora, detalhe que costuma ser uma das grandes desculpas para não ir
a nenhum lugar.

A pesquisa também revelou que, dentro do universo de pessoas acima


de 35 anos que participaram do projeto, 14% gostam de ficar em casa
stalkeando* pessoas no Facebook enquanto outras 37% gostam de usar
redes sociais. Também compuseram o estudo perguntas como quantas
pessoas não curtem se arrumar para sair (22%), não curtem encontrar
babás (12%) ou pegar/arrumar um táxi (21%). E ainda tem o dado de que
7 em cada 10 pessoas estão felizes por já terem encontrado sua alma
gêmea e por isso não precisam mais sair.

Matt Walburn, representante da Currys PC World, comentou que “o estudo


reconhece o fato de que chega um momento no qual apreciamos o conforto
das nossas casas mais do que uma vida social agitada”. E continua,
“atualmente é quase impossível ficar entediado em casa com muitas coisas
para fazer e as tecnologias mais avançadas, como TV 4K, ampliando a
experiência de uma forma tão específica que quase sempre se sobrepõe ao
seu equivalente fora de casa”.

De qualquer forma, ir a uma danceteria ou qualquer lugar para curtir


não é algo que pode ser delimitado por uma determinada idade, pois o
estado de espírito pode ajudar a sair ou não, mas, certamente, a idade mais
avançada deve estimular a preferência das pessoas a ficar em casa.

(Adaptado de: https://omelete.uol.com.br)

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* stalkear: perseguir, vigiar.

Pode ser concluído, de acordo com o texto, que

a) as pessoas, em geral, quando atingem uma certa idade, preferem mais


ficar em casa à noite a sair para clubes.

b) há um limite de idade definido para se preferir ficar em casa a sair para


clubes, pois isso não é muito pessoal.

c) muitos continuam a frequentar clubes após os 35 anos, pois não se


sentem deslocados nem inferiorizados.

d) existem pessoas que preferem clubes após os 35 anos, mas sentem-se


desconfortáveis nesse tipo de ambiente.

e) os ricos preferem ficar em casa à noite, vendo um bom filme em seus


televisores sofisticados, a sair para clubes.

62. (FCC/DPE-RS/2017)

[Uma espécie complicada]

O grande biólogo norte-americano Richard Dawkins acredita sem


qualquer hesitação na teoria de Darwin acerca da sobrevivência dos mais
fortes e capazes e na importância da adaptação a mutações fortuitas na
evolução das outras espécies, mas se declara contra a ideia do darwinismo
social na evolução da sua própria espécie. Aceitar o darwinismo social seria
aceitar posições conservadoras em matéria de política e economia, o que vai
contra suas convicções progressistas.

Já os conservadores, que negam a teoria de Darwin sobre a origem e o


desenvolvimento das espécies, pregam o darwinismo social sob vários
nomes: liberalismo, antidirigismo, antiassistencialismo etc. A sobrevivência,
portanto, dos mais competitivos e sortudos, como no universo neutro de
Darwin.

Esquerda progressista e direita conservadora trocam incoerências. A


direita abomina a ideia de que o homem descende de animais inferiores,
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mas não tem problema com a ideia de que ele deve seu progresso à
ganância que tem em comum com os chimpanzés. A esquerda aceita a
ascendência de macacos e a evolução da sua espécie, mas não quer outra
coisa senão um planejamento inteligente, humanista, para organizar a sua
sociedade.

Progressistas costumam ser a favor do direito do aborto e contra a pena


de morte. Conservadores, que denunciam a interferência indevida do Estado
na vida das pessoas, invocam a santidade da vida para que o Estado proíba
o aborto, e geralmente são a favor da pena de morte, a mais radical
interferência possível do Estado na vida de alguém. Enfim, seja como for
que chegamos a isto, somos uma espécie complicada.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando O mundo é bárbaro. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2008, p. 163-164)

Richard Dawkins, em relação à teoria darwinista, acredita que

a) a evolução das espécies ocorre na disputa entre elas, ao passo que no


caso do homem se dá no interior de específicas comunidades.

b) na espécie humana a competição evolutiva de fato significativa ocorre


mais na vida social que no aprimoramento biológico.

c) a evolução social dos homens ocorre para além dos mesmos princípios
de mutação que condicionam a evolução das demais espécies.

d) a vida política é determinada pelos homens com critérios evolutivos


semelhantes aos da preservação de outras espécies.

e) a evolução biológica é determinante para que todas as espécies


alcancem, cada uma em seu nível, um grau superior de sociabilidade.

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63. (FCC/ARTES/2017)

O humor da tira relaciona-se

a) à expectativa de enriquecer sem esforço das personagens que


adquiriram o GPS.

b) ao funcionamento não convencional dos produtos vendidos na loja de


eletrônica.

c) ao desconhecimento, por parte dos clientes, de que o GPS tem função


localizadora.

d) ao fato de que os consumidores não demonstram ter consciência de


seus direitos.

e) à inaptidão dos usuários do GPS para configurar manualmente o


aparelho.

64. (FCC/ARTES/2017) Carros autônomos com diferentes tecnologias já


estão circulando em várias partes do planeta, em ruas de grandes cidades e
estradas no campo. Um caminhão autônomo já rodou cerca de 200 km nos
Estados Unidos para fazer a entrega de uma grande carga de cerveja.
Embora muito recentes, veículos sem motoristas são uma realidade
crescente. E, no entanto, os países ainda não discutiram leis para reger seu
trânsito.

No início do século 20, quando os primeiros automóveis se


popularizaram, as cidades tiveram o desafio de criar uma legislação para
eles, pois as vias públicas tinham sido concebidas para pedestres, cavalos e
veículos puxados por animais. Cem anos depois, vivemos um momento

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semelhante diante da iminência de uma "nova revolução industrial", como


define o secretário de Transportes paulistano, Sérgio Avelleda. Ele cita o
exemplo das empresas de seguros: "Hoje o risco incide sobre pessoas,
donos dos carros e motoristas. No futuro, passará a empresas que
produzem o carro, porque os humanos viram passageiros apenas".

(Adaptado de: SERVA, Leão. Cidades discutem regras para carros


autônomos, que já chegam com tudo. Disponível em:
www.folha.uol.com.br)

Infere-se, da leitura do texto, a

a) crítica à impossibilidade atual de veículos autônomos efetuarem a


condução de cargas.

b) necessidade de se restringir o trânsito de carros autônomos aos meios


urbanos.

c) premência de se atualizarem as leis constituídas para o trânsito de


veículos sem motorista.

d) urgência em se estabelecerem leis que regulamentem a circulação de


veículos autônomos.

e) indignação diante da falta de segurança em vias projetadas para a


circulação de carros autônomos.

65. (FCC/ARTES/2017) Carros autônomos com diferentes tecnologias já


estão circulando em várias partes do planeta, em ruas de grandes cidades e
estradas no campo. Um caminhão autônomo já rodou cerca de 200 km nos
Estados Unidos para fazer a entrega de uma grande carga de cerveja.
Embora muito recentes, veículos sem motoristas são uma realidade
crescente. E, no entanto, os países ainda não discutiram leis para reger seu
trânsito.

No início do século 20, quando os primeiros automóveis se


popularizaram, as cidades tiveram o desafio de criar uma legislação para
eles, pois as vias públicas tinham sido concebidas para pedestres, cavalos e
veículos puxados por animais. Cem anos depois, vivemos um momento

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semelhante diante da iminência de uma "nova revolução industrial", como


define o secretário de Transportes paulistano, Sérgio Avelleda. Ele cita o
exemplo das empresas de seguros: "Hoje o risco incide sobre pessoas,
donos dos carros e motoristas. No futuro, passará a empresas que
produzem o carro, porque os humanos viram passageiros apenas".

(Adaptado de: SERVA, Leão. Cidades discutem regras para carros


autônomos, que já chegam com tudo. Disponível em:
www.folha.uol.com.br)

Um caminhão autônomo já rodou cerca de 200 km nos Estados Unidos para


fazer a entrega de uma grande carga de cerveja. (1° parágrafo)

O acréscimo das vírgulas, embora altere o sentido, preserva a correção


gramatical na seguinte reescrita da frase:

a) Um caminhão autônomo, já rodou cerca de 200 km nos Estados Unidos,


para fazer a entrega, de uma grande carga de cerveja.

b) Um caminhão, autônomo, já rodou cerca de 200 km nos Estados


Unidos, para fazer a entrega de uma grande carga, de cerveja.

c) Um caminhão autônomo, já rodou, cerca de 200 km nos Estados Unidos


para fazer, a entrega de uma grande carga de cerveja.

d) Um caminhão autônomo, já rodou cerca de 200 km, nos Estados Unidos


para fazer a entrega de uma grande carga, de cerveja.

e) Um caminhão, autônomo, já rodou cerca de 200 km nos Estados Unidos


para fazer, a entrega, de uma grande carga de cerveja.

66. (FCC/PGE-MT/2016) Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

A teoria unificada

Os físicos vivem atrás de uma teoria unificada do Universo que explique


tudo. Todo o mundo persegue a tal teoria unificada, ou unificadora, por trás
de tudo. Só varia o tudo de cada um. As religiões têm suas teorias
unificadas: são suas teologias. Diante de um religioso convicto você está
diante de alguém invejável, alguém que tem certeza, que chegou na frente

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da ciência e encerrou a sua busca. A ciência e as grandes religiões


monoteístas começaram da mesma diversidade – os deuses semi-humanos
da Antiguidade, as deduções empíricas da ciência primitiva – e avançaram,
com a mesma avidez, do complicado para o simples, do diverso para o
único. Só que o monodeus da ciência ainda não mostrou a sua cara.

Na política e nos assuntos do mundo também existe a busca da


explicação absoluta, da teoria por trás de tudo. A teoria unificadora não
requer esforço, é justamente um pretexto para não pensar. No fundo, o que
nos atrai não é a explicação unificadora. Pode ser a teoria mais fantástica,
não importa. O que nos atrai é a simplicidade. O melhor de tudo é a
desobrigação de pensar.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. São Paulo:


Companhia das Letras,2008, p. 59-60)

A colocação de ambas as vírgulas está plenamente adequada na frase:

a) Não é indispensável tanto na ciência, como na religião que haja uma


teoria unificada, para fortalecer o nosso espírito.

b) Mesmo que nosso esforço lograsse chegar, a uma teoria unificada,


muitos ainda continuariam a duvidar de tudo.

c) Uma teoria unificada, que explicasse tanto as questões religiosas como


as científicas, viria a eliminar muitas ansiedades.

d) Como se sabe, as teologias humanas, constituem a teoria unificada a


que chegaram os pensadores religiosos.

e) A desobrigação de pensar é de todos os atrativos, aquele que mais nos


seduz, entre os acenados pela teoria unificada.

67. (FCC/PGE-MT/2016) Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Por esta, as casas de aposta britânicas não esperavam: o cantor Bob


Dylan ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 2016. Seria um sinal de que
as já questionáveis fronteiras entre a cultura pop e a chamada alta
literatura estão se desfazendo? Deixemos essa questão a quem interessa:
os círculos acadêmicos obcecados por categorizar os gêneros do discurso.
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Ao mundo hispano-americano, no entanto, cabe uma lembrança


oportuna: a importância dos trovadores para nossa formação cultural e sua
atualidade nem sempre reconhecida.

Sim, houve um tempo em que poesia e música eram indissociáveis. A


literatura na Península Ibérica nasceu com o canto dos trovadores da Idade
Média, menestréis ambulantes ou abrigados nas cortes da Galícia e do norte
de Portugal. Eles construíram um vigoroso retrato do amor medieval e
deram lugar à voz feminina nas suas composições. Foram eles também que
denunciaram as mazelas daquela sociedade em suas cantigas de escárnio e
maldizer

Soterrados por séculos de esquecimento, os trovadores sofreram críticas


pedantes, que os consideravam repetitivos, vulgares... populares demais,
enfim. Houve uma crueldade especial por parte dos eruditos até sua
eventual redescoberta pela professora Carolina Michaelis de Vasconcelos, já
no início do século XX. Vale notar que a lacuna de percepção que os
menosprezou por 600 anos tem uma estreita relação com o esnobismo
acadêmico que recusa às letras de canção o status de nobreza da poesia.

Para os brasileiros, nada disso faz sentido. Aí esteve Vinícius de Moraes,


que não nos deixa mentir. Quando perguntaram a Manuel Bandeira qual o
mais belo verso já escrito no Brasil, o poeta pernambucano respondeu: “Tu
pisavas nos astros, distraída”, decassílabo de Orestes Barbosa na letra de
“Chão de estrelas”.

Mesmo assim, entre nós, as manchetes denunciam a surpresa diante do


compositor nobelizado. Como se não fosse ele sério o suficiente. Como se
ele fosse produto de outro mundo... popular demais, enfim.

(Adaptado de: LOZANO, José Ruy. Com o Nobel para Bob Dylan, é hora de
redescobrir os trovadores. El país – Brasil, 13.10.2016. Disponível em:
http://brasil.elpais.com)

Ao acrescentar-se uma vírgula após o termo sublinhado, a frase que se


mantém correta, mesmo com alteração de sentido, é:

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a) Seria um sinal de que as já questionáveis fronteiras entre a cultura pop


e a chamada alta literatura estão se desfazendo?

b) Eles construíram um vigoroso retrato do amor medieval e deram lugar à


voz feminina nas suas composições.

c) Foram eles também os que denunciaram as mazelas daquela sociedade


em suas cantigas de escárnio e maldizer.

d) Vale notar que a lacuna de percepção que os menosprezou por 600


anos tem uma estreita relação com o esnobismo acadêmico...

e) Deixemos essa questão a quem interessa: os círculos acadêmicos


obcecados por categorizar os gêneros do discurso.

68. (FCC/PGE-MT/2016) Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

É comum afirmarem que a Música é tão velha quanto o homem, porém


talvez seja mais acertado falar que, como Arte, tenha sido ela, entre as
artes, a que mais tardiamente se caracterizou.

O nocionamento do valor decorativo de qualquer criação humana, seja o


objeto, o gesto, a frase, o canto, muito provavelmente derivou do
tecnicamente mais benfeito. Um machado de pedra mais bem lascado, uma
lança mais bem polida, o próprio gesto mais bem realizado, ao mesmo
tempo que mais úteis e eficazes, tornam-se naturalmente mais agradáveis.
Já o canto, a música, porém, para reunir à sua manifestação o valor estético
do agradável, do decorativo, parece exigir mais que a ocasionalidade do
apenas mais benfeito. Este valor estético do decorativo exige nela maior
organização da técnica, sons fixos, determinação de escalas, etc. E pela sua
própria função mágico-social, a música primitiva se via impedida de
nocionar o agradável sonoro.

E com efeito, se observarmos os povos primitivos atuais, somos forçados


a reconhecer que, na grande maioria deles, a música é a menos organizada
entre as artes, e a menos rica de possibilidades estéticas. Não a menos
importante nem a menos estimada, mas a menos livre, a menos
aproveitada em suas potencialidades técnicas e artísticas. As artes
manufaturadas e, quase tanto como elas, a dança atingem frequentemente,
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entre os primitivos, uma verdadeira virtuosidade. As artes da palavra, na


poesia das lendas e mitos, nas manifestações da oratória, se apresentam já
bastante aproveitadas e tradicionalizadas como técnica. De tais
manifestações já podemos, por nossa compreensão de civilizados à
europeia, dizer que são artes legítimas porque se sujeitaram a normas
técnicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de
valor decorativo incontestável, que a nós já nos é possível apreciar.
Aspectos que a música dos primitivos apresenta em estado ainda muitíssimo
precário.

(Adaptado de: ANDRADE, Mário de. Pequena história da música. Rio de


Janeiro, Nova Fronteira, 2015, p. 11-12.)

... são artes legítimas porque sujeitas a normas técnicas conscientemente


definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor decorativo
incontestável...

O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

d) de sorte que

e) conquanto

69. (FCC/PGE-MT/2016) TEXTO P/QUESTÕES 69 ATÉ 71:

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate


político nas redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em
quase nenhum entendimento, porque o ambiente virtual convida ao
confronto irracional e à manutenção irredutível de opiniões − o que é a
negação da política. O estudo evidencia que o melhor da política, entendida
como a atividade por meio da qual se convence o outro a aderir a
determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude principalmente
no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos tendem a
prevalecer aos punhos.
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A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir
que seus resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é
incomum que amigos rompam relacionamentos em razão da defesa de
posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as


interações com quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais
costumam ser “estressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e
porque, muitas vezes, representam a possibilidade de ruptura com pessoas
conhecidas − e “frustrantes” − uma vez que o outro lado não apresenta
nenhuma disposição de ceder e não se extrai da conversa nada que se
possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%, as pessoas dizem nas
redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa discussão política
travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos
usuários das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários
políticos dos quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão
que, no mais das vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto


pelo envolvimento político disse interagir nas redes sociais para defender
seus pontos de vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a
inclusão de novas vozes no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate
político, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a
interação virtual tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto,
por ora o que se tem não pode ser classificado de debate, mas de guerra.

(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3,
6/11/16)

Sem prejuízo da correção e do sentido, os termos Logo e No entanto (último


parágrafo) podem ser substituídos, respectivamente, por:

a) Assim – Já que

b) Pois – Por isso


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c) Por conseguinte – Todavia

d) Já que – Contudo

e) Contudo – Conquanto

70. (FCC/PGE-MT/2016) Identifica-se noção de finalidade em:

a) ... pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens...

b) ... mas pode-se presumir que seus resultados sirvam para o cenário
brasileiro.

c) ... porque envolvem linguagem ofensiva...

d) ... quando conhecidos postam comentários políticos...

e) Para não perder os amigos por conta das paixões políticas...

71. (FCC/PGE-MT/2016) Não obstante, um em cada cinco entrevistados


que revelaram maior gosto pelo envolvimento político disse interagir nas
redes sociais para defender seus pontos de vista, e um terço deles entende
que a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate.(5º
parágrafo)

Considere as afirmações abaixo a respeito da frase em destaque.

I. Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo


envolvimento político pode ser isolado por vírgulas.

II. A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou


anteriormente.

III. O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate


está corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes
são possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.

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c) I e III.

d) II e III.

e) III.

72. (FCC/TRT – 20ª/2016) TEXTO P/QUESTÕES 72 E 74:

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não


soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e
extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas.
Melhor ainda: são ideais para a sala de aula. Entre rimas, estrofes e
melodias, muitos assuntos pertinentes podem ser tratados e debatidos.

Nos últimos quatro anos, desde que comecei a publicar os meus cordéis,
recebi centenas de mensagens com depoimentos de educadores que
compram meus folhetos e utilizam minhas rimas para falar sobre questões
raciais, de gênero, de diversidade sexual e história. Com a série Heroínas
Negras na História do Brasil, séculos de esquecimento começam a ser
rompidos e muita gente escuta falar, pela primeira vez, sobre as mulheres
negras que foram líderes quilombolas e guerreiras na luta contra a
escravidão.

Pelo cordel, nomes como Tereza de Benguela, Dandara dos Palmares,


Zacimba Gaba e Mariana Crioula protagonizam discussões acaloradas sobre
racismo e machismo; até mesmo uma aula de português pode ser a
oportunidade perfeita para colocar essas questões em pauta.

Esse tipo de cordel com proposta social é chamado de Cordel Engajado e


pode trazer política, defesa de causas e críticas sociais para a literatura de
uma maneira profundamente envolvente. Afinal, a literatura de cordel é
excelente para a transformação da sociedade em uma realidade onde exista
mais equidade e respeito pela diversidade.

Esse respeito, aliás, pode começar pela própria valorização do cordel, algo
que só deve acontecer quando todos os empecilhos preconceituosos forem
tirados do caminho. Ainda há muito a se caminhar, sobretudo com o alarme

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do tempo piscando e gritando que um dia, infelizmente, o cordel pode virar


artigo de museu.

(Adaptado de: ARRAES, Jarid. “A literatura de cordel...”, Blooks. Rio de


Janeiro: Ginga Edições, 2016, p. 12-13).

Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não


soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e
extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas.
(1o parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias


na pontuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser
articuladas em um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

73. (FCC/TRT – 20ª/2016) Leia as afirmações abaixo a respeito da


pontuação do 2o parágrafo.

I. A vírgula imediatamente após “anos” tem por função separar dois


segmentos de função sintática semelhante no período.

II. A vírgula imediatamente após “cordéis” justifica-se pelo fato de que todo
o trecho anterior a ela, de caráter adverbial, antecede a oração principal.

III. Imediatamente após o termo “rompidos” pode-se acrescentar uma


vírgula, uma vez que separaria orações de sujeitos diferentes.

Está correto o que se afirma em

a) II e III, apenas.

b) I e II, apenas.
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c) I, II e III.

d) I, apenas.

e) III, apenas.

74. (FCC/TRT – 20ª/2016) De acordo com o texto,

a) o preconceito relacionado à literatura de cordel deve-se sobremaneira


às histórias com protagonistas ligados a temas como diversidade sexual,
racial e questões de gênero.

b) o cordel, por ser barato e de fácil difusão, pode ser usado como um
instrumento de educação para um mundo mais igualitário, a começar pelo
modo como ele próprio é visto pela sociedade.

c) o cordel presta-se aos mais variados fins ideológicos, por ser um


suporte barato para ideias facilmente aceitáveis pelas minorias políticas,
como mulheres e negros.

d) o cordel vem se tornando um objeto de museu, seja por ser um símbolo


da cultura oral da população do Nordeste, seja pelo caráter edificante de
suas histórias.

e) por mais que o cordel possa ser usado em aulas de língua portuguesa,
não é este seu uso primordial, uma vez que se caracteriza por uma
linguagem nem sempre recomendável.

75. (FCC/TRT – 20ª/2016) Atenção: Leia o texto abaixo para responder à


questão.

O conceito de infância, como o conhecemos, consolidou-se no Ocidente a


partir do século XVIII. Até o século XVI, pelo menos, assim que
conseguissem se virar sem as mães ou as amas, as crianças eram
integradas ao mundo dos adultos. A infância, como idade da brincadeira e
da formação escolar, ao mesmo tempo com direito à proteção dos pais e
depois à do Estado, é algo relativamente novo.

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A infância não é um conceito determinado apenas pela biologia. Como


tudo, é também um fenômeno histórico implicado nas transformações
econômicas e sociais do mundo, em permanente mudança e construção.

Hoje há algo novo nesse cenário. Vivemos a era dos adultos infantilizados.
Não é por acaso que proliferaram os coaches. Coach, em inglês, significa
treinador. Originalmente, treinador de esportistas. Nesse conceito importado
dos Estados Unidos, país que transformou a infância numa bilionária
indústria de consumo, a ideia é a de que, embora estejamos na idade
adulta, não sabemos lidar com a vida sozinhos. Precisamos de um treinador
que nos ajude a comer, conseguir amigos e emprego, lidar com conflitos
matrimoniais e profissionais, arrumar as finanças e até mesmo organizar os
armários. Uma espécie de infância permanente do indivíduo.

Os adultos infantilizados desse início de milênio encarnam a geração do


“eu mereço”. Alcançar sonhos, ideais ou mesmo objetivos parece ser
compreendido como uma consequência natural do próprio existir, de
preferência imediata. Quando essa crença fracassa, é hora de buscar o
treinador de felicidade, o treinador de saúde. É estarrecedor verificar como
as gerações que estão aí parecem não perceber que dá trabalho conquistar
o que se deseja. E, mesmo que se esforcem muito, haverá sempre o que
não foi possível alcançar.

(Adaptado de: BRUM, ELIANE. Disponível em:


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca)

Afirma-se corretamente:

a) No segmento O conceito de infância, como o conhecemos, consolidou-se


no Ocidente (1° parágrafo), o elemento sublinhado refere-se a “Ocidente”.

b) No segmento com direito à proteção dos pais e depois à do Estado (1°


parágrafo), o sinal indicativo de crase que antecede o termo “do” é
facultativo e pode ser suprimido.

c) O elemento sublinhado em é também um fenômeno histórico implicado


nas transformações econômicas e sociais do mundo (2° parágrafo) pode ser
corretamente substituído por: “compelido”.

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d) Mantendo-se a correção e o sentido, o segmento sublinhado em país


que transformou a infância numa bilionária indústria de consumo (3°
parágrafo) pode ser substituído por: “cuja a infância foi transformada”.

e) Fazendo-se as devidas alterações entre minúsculas e maiúsculas, as


frases Hoje há algo novo nesse cenário / Vivemos a era dos adultos
infantilizados (3° parágrafo) podem ser articuladas em um único período
com o uso do sinal de dois-pontos.

76. (FCC/TRT – 20ª/2016) Atenção: Leia o texto abaixo para responder à


questão.

A competência do escritor

O grande ficcionista russo Anton Tchékhov tinha posições bastante


maduras sobre a função essencial de um escritor. Numa das cartas que
escreveu a um amigo, dizia, em síntese, que, ao exigirmos do artista uma
atitude consciente em relação ao seu trabalho, costumamos confundir dois
conceitos: a solução do problema de que ele trata e a colocação correta
desse problema, pela qual se esclarecem quais são as questões nele
implicadas. Apenas o segundo conceito é obrigatório para o artista. Há nisso
alguma semelhança com o julgamento de um tribunal: as partes envolvidas
devem colocar as questões corretamente, e que os jurados resolvam, cada
um à sua maneira.

O grande escritor russo formula aqui uma proposição cuja prática


exemplar representa-se, entre nós, na obra madura de Machado de Assis.
Também este parece adotar a tese de que mais vale formular bem uma
questão do que tentar de qualquer modo sua solução. Quem lê os contos e
romances maduros de Machado de Assis fica com a sensação de que cabe a
ele, como leitor, o juízo de valor final a ser aplicado à forma de pensar e de
agir das personagens.

(Juracy Colombo, inédito)

Anton Tchékhov tinha a convicção de que a função de um escritor, ao


focalizar em sua obra uma questão relevante, deve ser a de

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a) representá-la de tal modo que o problema pareça ser muito mais


simples do que efetivamente é.

b) buscar resolvê-la parcialmente, de modo a sugerir qual seria o caminho


da solução definitiva.

c) mostrar que desconhece sua solução, embora de fato ele já a tenha


encontrado por si mesmo.

d) preocupar-se antes com a clareza de sua apresentação do que com a


forma de solucioná-la.

e) simular que busca resolvê-la, só para deixar claro que o caminho da


solução pode ser enganoso.

77. (FCC/TRT – 20ª/2016) QUESTÕES 77 ATÉ 78:

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

A competência do escritor

O grande ficcionista russo Anton Tchékhov tinha posições bastante


maduras sobre a função essencial de um escritor. Numa das cartas que
escreveu a um amigo, dizia, em síntese, que, ao exigirmos do artista uma
atitude consciente em relação ao seu trabalho, costumamos confundir dois
conceitos: a solução do problema de que ele trata e a colocação correta
desse problema, pela qual se esclarecem quais são as questões nele
implicadas. Apenas o segundo conceito é obrigatório para o artista. Há nisso
alguma semelhança com o julgamento de um tribunal: as partes envolvidas
devem colocar as questões corretamente, e que os jurados resolvam, cada
um à sua maneira.

O grande escritor russo formula aqui uma proposição cuja prática


exemplar representa-se, entre nós, na obra madura de Machado de Assis.
Também este parece adotar a tese de que mais vale formular bem uma
questão do que tentar de qualquer modo sua solução. Quem lê os contos e
romances maduros de Machado de Assis fica com a sensação de que cabe a
ele, como leitor, o juízo de valor final a ser aplicado à forma de pensar e de
agir das personagens.

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(Juracy Colombo, inédito)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

a) Um ponto comum, de cujo fica difícil discordar, entre os dois escritores


referidos, são as confluências entre seus modos de avaliar, um problema, a
partir de sua mais imediata solução.

b) Tanto aos leitores de Tchékhov como aos de Machado de Assis caberia a


operação, promovida nas obras desses autores, de bem reconhecer e julgar
a questão problemática nelas retratada.

c) Muitos leitores acreditam de que o importante num escritor é esclarecer


suas questões, de vez que a função que lhes cabe é criar uma obra na qual
possamos todos reconhecer os problemas e neles se espelhar.

d) O amigo à quem Tchékhov enviou a carta recebeu com ela uma lição:
de que os escritores têm uma função que não pode ser relegada, ou seja,
divisar um problema que não pretendem solucionar.

e) O autor do texto avalia que na obra de Machado de Assis, a exemplo do


que ocorre com Tchékhov, o leitor fica pretendido como um parceiro de cuja
colaboração no deslindamento de tudo é imprecindível.

78. (FCC/TRT – 20ª/2016) tente para a construção das seguintes frases:

I. Para o caso do escritor, apenas o segundo conceito é obrigatório.

II. A solução de um problema não cabe aos escritores, cuja preocupação


maior está em sua exposição.

III. Ele não confia muito nos escritores, que apresentam soluções mais ou
menos óbvias.

A supressão da vírgula altera significativamente o sentido da frase que está


em

a) I, II e III.

b) I e II, apenas.

c) II e III, apenas.
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d) I e III, apenas.

e) II, apenas.

79. (FCC/TRT – 20ª/2016) Atenção: Leia o texto abaixo para responder à


questão.

[Civilização e sofrimento]

É uma afirmação corrente que boa parte da culpa dos sofrimentos


humanos vem do que é chamado de nossa civilização. Seríamos bem mais
felizes se a abandonássemos e retrocedêssemos a condições primitivas,
satisfazendo nossos instintos básicos. Tal asserção me parece espantosa,
porque é fato estabelecido – como quer que se defina o conceito de
civilização – que tudo aquilo com que nos protegemos da ameaça das fontes
do sofrer é parte da civilização.

Como é que tantas pessoas chegaram a partilhar esse ponto de vista de


surpreendente hostilidade à civilização? Acho que uma profunda insatisfação
com o estado civilizacional existente preparou o solo no qual, em
determinadas ocasiões históricas, formou-se essa condenação.

(Adaptado de: FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Trad. Paulo


César de Souza. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2011, p. 31)

Explora-se, no texto, uma flagrante contradição, expressa formalmente


no seguinte enunciado:

a) Muitas pessoas revelam uma posição inteiramente hostil aos princípios


da civilização.

b) Destinada a nos proteger dos sofrimentos, a civilização é por vezes


inculpada do nosso sofrer.

c) Em determinadas situações históricas, há quem se insurja contra o


estado civilizacional.

d) Acredita-se que a satisfação dos instintos primitivos nos tornaria mais


felizes.

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e) Para muitos, o retorno a condições mais primitivas seria preferível ao


estágio atual da civilização.

80. (FCC/TRT – 20ª/2016) Atenção: Leia os versos abaixo para responder à


questão.

O Gênio da Humanidade

Sou eu quem assiste às lutas,

Que dentro d'alma se dão,

Quem sonda todas as grutas

Profundas do coração:

Quis ver dos céus o segredo;

Rebelde, sobre um rochedo

Cravado, fui Prometeu;

Tive sede do infinito,

Gênio, feliz ou maldito,

A Humanidade sou eu.

Ergo o braço, aceno aos ares,

E o céu se azulando vai;

Estendo a mão sobre os mares,

E os mares dizem: passai!...

Satisfazendo ao anelo

Do bom, do grande e do belo,

Todas as formas tomei:

Com Homero fui poeta,

Com Isaías profeta,


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Com Alexandre fui rei.

(...)

(BARRETO, Tobias. Disponível em: www.escritas.org)

Considere as seguintes afirmações a respeito dos versos:

I. O poema destaca, num tom grandiloquente, a forma totalizante como o


homem expandiu seus domínios.

II. Ênfase é dada ao espírito materialista do homem, cuja ambição


desmedida é a causa da destruição da natureza.

III. A citação de Homero, Isaías e Alexandre se dá em uma gradação que


vai do menos ao mais importante, reproduzindo textualmente a evolução
das habilidades humanas.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.

c) II e III.

d) I.

e) III.

81. (FCC/METRÔ-SP/2016) Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Nascido nos Estados Unidos da América em 30 de abril de 1916, Claude


E. Shannon obteve o título de doutor no MIT, em 1937, com trabalho
notável em "Álgebra de Boole", propondo circuitos elétricos capazes de
executar as principais operações da Lógica clássica.

Quatro anos antes (23 de junho de 1912) de seu nascimento, em


Londres, nascera Allan M. Turing, que também se interessou por encontrar
meios de realizar operações lógicas e aritméticas, fazendo uso de máquinas.
Suas ideias resultaram no importante conceito de "Máquina de Turing",
paradigma abstrato para a computação, apresentado durante seus estudos,
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no King's College, em Cambridge, no ano de 1936. Entre 1936 e 1938,


Turing viveu em Princeton-NJ onde realizou seu doutorado estudando
problemas relativos à criptografia.

Assim, Shannon e Turing, de maneira independente, trabalhavam,


simultaneamente, em comunicações e computação, dois tópicos que,
combinados, hoje proporcionam recursos antes inimagináveis para o mundo
moderno das artes, da ciência, da medicina, da tecnologia e das interações
sociais.

Contemporaneamente à eclosão da Segunda Guerra Mundial, Shannon e


Turing gestavam ideias abstratas sofisticadas, tentando associá-las ao
mundo concreto das máquinas que, gradativamente, tornavam-se fatores
de melhoria da qualidade de vida das populações.

A Segunda Grande Guerra utilizou-se de tecnologias sofisticadas para a


destruição. Os bombardeios aéreos causaram muitas mortes e devastaram
cidades. Evitá-los e preveni-los eram questões de vida ou morte e, para
tanto, ouvir as comunicações dos inimigos e decifrar seus códigos era uma
atividade indispensável.

Os países do eixo tinham desenvolvido sofisticadas técnicas de


comunicação criptografada utilizada para planejar ataques inesperados às
forças aliadas. Shannon e Turing, então, com seu conhecimento sofisticado
da matemática da informação deduziram as regras alemãs de codificação,
levando os aliados a salvar muitas de suas posições de ataques nazistas.

Pode-se dizer que uma boa parte da inteligência de guerra dos aliados
vinha desses dois cérebros privilegiados.

Finda a guerra, Shannon passou a trabalhar nos laboratórios Bell,


propondo a "Teoria da Informação", em 1948. Com carreira profícua,
notável pela longevidade e muitos trabalhos importantes, deixou sua marca
nas origens das comunicações digitais. Faleceu aos 85 anos (em 24 de
fevereiro de 2001), deixando grande legado intelectual e tecnológico.

Turing, após o término da guerra, ingressou como pesquisador da


Universidade de Manchester, sofrendo ampla perseguição por ser

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homossexual. Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à


castração química, em 1952. Essa sequência de dissabores levou-o ao
suicídio, em 7 de junho de 1954.

Shannon viu sua teoria transformar o mundo, com o nascimento da


internet. Turing, entretanto, não viu sua máquina se transformar em lap-
tops e tablets que hoje povoam, até, o imaginário infantil.

(PIQUEIRA, José Roberto Castilho. “Breve contextualização histórica”, In:


“Complexidade computacional e medida da informação: caminhos de Turing
e Shannon”, Estudos Avançados, Universidade de São Paulo, v. 30, n. 87,
Maio/Agosto 2016, p.340-1)

Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química,


em 1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

a) consecutivo.

b) condicional.

c) concessivo.

d) temporal.

e) causal.

82. (FCC/SEGEP-MA/2016) Atenção: Para responder à questão, considere o


texto abaixo.

A Geografia

Foi em um negócio de ferros velhos, durante a guerra mundial, que o


Procópio Viana passou de modesto vendedor da casa Portela & Gomes a
honrado capitalista da nossa praça. Com a bolsa repleta de amostras de
arroz, de feijão, de milho, de farinha, anda acima e abaixo a vender nos
retalhistas, quando um deles o incumbiu de negociar os maquinismos de
uma velha fábrica desmantelada. O rapaz ganhou no negócio quinze contos,
e não quis mais saber de outro comércio. E, em breve, comprava até navios

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velhos, vendendo-os a estrangeiros, conseguindo reunir, com essas


transações, os seus quatro milhares de contos.

Rico, pôs-se o Procópio a viajar. E era de regresso desse passeio através


dos continentes que contava, no Fluminense, a um grupo de senhoras, as
suas impressões de turista.

− Visitei Paris, Londres, Madri... − dizia ele, com ênfase, sacudindo a


perna direita, o charuto ao canto da boca, a mão no bolso da calça. − Fui ao
Cairo, a Roma, a Berlim, a Viena...

E após um instante:

− Estive em Tóquio, em Pequim, em Singapura...

A essas palavras, que punham reflexos de admiração e de inveja nos


olhos das moças que o ouviam, mlle*. Lili Peixoto aparteou, encantada:

− O senhor deve conhecer muito a Geografia... Não é?

− Ah! não, senhora! − interveio, logo, superior, o antigo caixeiro de


Portela & Gomes.

− A Geografia, eu quase não conheço.

E atirando para o espaço uma baforada do seu charuto cheiroso:

− Eu passei por lá de noite...

*mademoiselle: expressão francesa usada para se referir respeitosamente a


moça ou mulher.

(Adaptado de: CAMPOS, Humberto de. Grãos de mostarda.


www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000155.pdf)

− O senhor deve conhecer muito a Geografia...

A frase em que o vocábulo “muito” está empregado com o mesmo sentido e


a mesma função que os verificados na construção acima é:

a) Houve, durante a divulgação dos vencedores da prova de atletismo,


muito alvoroço.
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b) Com muito cansaço, o maratonista reduziu o ritmo nos momentos finais


da corrida.

c) Segundo os repórteres, deram os gritos da torcida muito incentivo aos


atletas nacionais.

d) As nadadoras encantaram muito o público com a precisão de seus


movimentos.

e) A ginasta deixou de fazer na prova final muito daquilo que havia


praticado nos treinos.

83. (FCC/SEGEP-MA/2016)

A tragédia vinha sendo anunciada: desde o começo do ano, Nabiré


parecia cansada. Portadora de um cisto no ovário, carregava seu corpo de
31 anos e 2 toneladas com mais dificuldade. Ainda assim, atravessou aquele
27 de julho em relativa normalidade. Comeu feno, caminhou na areia, rolou
na poça de lama para proteger-se do sol. Ao fim da tarde, recolheu-se aos
seus aposentos – uma área fechada no zoológico Dvůr Králové, na
República Tcheca. Deitou-se, dormiu – e nunca mais acordou. No dia
seguinte, o diretor da instituição descreveria a perda como “terrível”,
definindo-a como “um símbolo do declínio catastrófico dos rinocerontes
devido à ganância humana”.

Nabiré representava 20% dos rinocerontes-brancos-do-norte ainda


vivos. A espécie está extinta na natureza. Dos quatro remanescentes, três
vivem numa reserva ecológica no Quênia, protegidos por homens armados.
O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico nos Estados
Unidos. São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.

Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador


(como a juba, no caso do leão), o chifre acabaria por selar o destino trágico
do paquiderme. Passou a ser usado para tratar diversas doenças na
medicina oriental. De nada valeram inúmeros estudos científicos mostrando
a inocuidade da substância. O chifre virou artigo valiosíssimo no mercado
negro da caça.

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Segundo estimativas, no começo do século XX a ordem dos rinocerontes


era representada por um plantel de meio milhão de animais. Hoje restam
apenas 29 mil, divididos em cinco espécies. A que está em estado mais
crítico é a subespécie branca-do-norte.

O rinoceronte-branco-do-norte era endêmico do Congo – país que ainda


sofre os efeitos de uma guerra civil iniciada em 1996 que já deixou um
saldo de ao menos 5 milhões de pessoas mortas. Diante desse quadro, não
houve quem zelasse pelo animal.

Nabiré foi um dos quatro rinocerontes-brancos-do-norte nascidos em


cativeiro, no próprio zoológico. Após o nascimento de Fatu, no mesmo
zoológico, quinze anos mais tarde, nenhuma outra fêmea de rinoceronte-
branco-do-norte conseguiu engravidar. Por isso, em 2009, os quatro
rinocerontes-brancos-do-norte que faziam companhia a Nabiré foram
levados para um reserva no Quênia. Como nem a inseminação artificial
tivesse funcionado, havia a esperança última de que um habitat selvagem
pudesse surtir algum efeito. Porém, não houve resultado.

Nabiré não viajou com o grupo por ser portadora de uma doença:
nasceu com ovário policístico, o que a tornava infértil. “Foi a rinoceronte
mais doce que tivemos no zoológico”, disse o diretor de projetos
internacionais do zoológico. “Nasceu e cresceu aqui. Foi como perder um
membro da família.”

Há uma esperança remota de que a espécie ainda seja preservada por


fertilização in vitro. “Nossa única esperança é a tecnologia”, completou o
diretor. “Mas é triste atingir um ponto em que a salvação está em um
laboratório. Chegamos tarde. A espécie tinha que ter sido protegida na
natureza.”

(Adaptado de: KAZ, Roberto. Revista Piauí. Disponível em:


http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/eramos-cinco)

Ainda assim, atravessou aquele 27 de julho em relativa normalidade.


(1°parágrafo)

Porém, não houve resultado. (6° parágrafo)

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Sem prejuízo da correção e do sentido, os elementos sublinhados acima


podem ser substituídos, respectivamente, por:

a) Desse modo – Conquanto

b) Com isso – No entanto

c) Não obstante – Contudo

d) Portanto – Embora

e) Todavia − Porquanto

84. (FCC/SEGEP-MA/2016) Não raro, o homem moderno considera


construções antigas como bens ultrapassados, ..I.. deveriam ceder lugar a
edificações mais arrojadas.

Preenche corretamente a lacuna I da frase o que se encontra em:

a) dos quais

b) nos quais

c) onde

d) os quais

e) aonde

85. (FCC/TRF – 3ª REGIÃO/2016) Os Beatles eram um mecanismo de


criação. A força propulsora desse mecanismo era a interação dialética de
John Lennon e Paul McCartney. Dialética é diálogo, embate, discussão. Mas
também jogo permanente. Adição e contradição. Movimento e síntese. Dois
compositores igualmente geniais, mas com inclinações distintas. Dois líderes
cheios de ideias e talento. Um levando o outro a permanentemente se
superar.

As narrativas mais comuns da trajetória dos Beatles levam a crer que a


parceria Lennon e McCartney aconteceu apenas na fase inicial do conjunto.
Trata-se de um engano. Mesmo quando escreviam separados, John e Paul o
faziam um para o outro. Pensavam, sentiam e criavam obcecados com a
presença (ou ausência) do parceiro e rival.
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Lennon era um purista musical, apegado a suas raízes. Quem embarcou


na vanguarda musical dos anos 60 foi Paul McCartney, um perfeccionista
dado a experimentos e delírios orquestrais. Em contrapartida, sem o olhar
crítico de Lennon, sem sua verve, os mais conhecidos padrões de McCartney
teriam sofrido perdas poéticas. Lennon sabia reprimir o banal e fomentar o
sublime.

Como a dialética é uma via de mão dupla, também o lado suave de


Lennon se nutria da presença benfazeja de Paul. Gemas preciosas como
Julia têm as impressões digitais do parceiro, embora escritas na mais
monástica solidão.

Nietzsche atribui caráter dionisíaco aos impulsos rebeldes, subjetivos,


irracionais; forças do transe, que questionam e subvertem a ordem vigente.
Em contrapartida, designa como apolíneas as tendências ordenadoras,
objetivas, racionais, solares; forças do sonho e da profecia, que promovem
e aprimoram o ordenamento do mundo. Ao se unirem, tais forças teriam
criado, a seu ver, a mais nobre forma de arte que jamais existiu.

Como criadores, tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto


John Lennon expressavam à perfeição a dualidade proposta por Nietzsche.
Lennon punha o mundo abaixo; McCartney construía novos monumentos.
Lennon abria mentes; McCartney aquecia corações. Lennon trazia vigor e
energia; McCartney impunha senso estético e coesão.

Quando os Beatles se separaram, essa magia se rompeu. John e Paul se


tornaram compositores com altos e baixos. Fizeram coisas boas. Mas
raramente se aproximaram da perfeição alcançada pelo quarteto. Sem a
presença instigante de Lennon, Paul começou a patinar em letras anódinas.
Não se tornou um compositor ruim. Mas os Beatles faziam melhor.
Ironicamente, o grande disco dos ex-Beatles acabou sendo o álbum triplo
em que George Harrison deglutiu os antigos companheiros de banda,
abrindo as comportas de sua produção represada durante uma década à
sombra de John e Paul. E foi assim, por estranhos caminhos antropofágicos,
que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela última vez.

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(Adaptado de: DANTAS, Marcelo O. Revista Piauí. Disponível em:


http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/beatles. Acesso em: 20/02/16)

Quando os Beatles se separaram, essa magia se rompeu. (7° parágrafo)

Considerado o contexto, a oração subordinada da frase acima estabelece


noção de

a) conformidade.

b) tempo.

c) comparação.

d) proporcionalidade.

e) consequência.

86. (FCC/SEGEP-MA/2016) TEXTO P/QUESTÕES 86 E 87:

Era uma vez...

As crianças de hoje parecem nascer já familiarizadas com todas as


engenhocas eletrônicas que estarão no centro de suas vidas. Jogos,
internet, e-mails, músicas, textos, fotos, tudo está à disposição à qualquer
hora do dia e da noite, ao alcance dos dedos. Era de se esperar que um
velho recurso para se entreter e ensinar crianças como adultos − contar
histórias − estivesse vencido, morto e enterrado. Ledo engano. Não é
incomum que meninos abandonem subitamente sua conexão digital para
ouvirem da viva voz de alguém uma história anunciada pela vetusta entrada
do “Era uma vez...".

Nas narrativas orais − talvez o mais antigo e proveitoso deleite da


nossa civilização – a presença do narrador faz toda a diferença. As inflexões
da voz, os gestos, os trejeitos faciais, os silêncios estratégicos, o ritmo das
palavras – tudo é vivo, sensível e vibrante. A conexão se estabelece
diretamente entre pessoas de carne e osso, a situação é única e os
momentos decorrem em tempo real e bem marcado. O ouvinte sente que o
narrador se interessa por sua escuta, o narrador sabe-se valorizado pela

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atenção de quem o ouve, a narrativa os une como num caloroso laço de


vozes e de palavras.

As histórias clássicas ganham novo sabor a cada modo de contar, na


arte de cada intérprete. Não é isso, também, o que se busca num teatro?
Nas narrações, as palavras suscitam imagens íntimas em quem as ouve, e
esse ouvinte pode, se quiser, interromper o narrador para esclarecer um
detalhe, emitir um juízo ou simplesmente uma interjeição. Havendo vários
ouvintes, forma-se uma roda viva, uma cadeia de atenções que dá ainda
mais corpo à história narrada. Nesses momentos, é como se o fogo das
nossas primitivas cavernas se acendesse, para que em volta dele todos
comungássemos o encanto e a magia que está em contar e ouvir histórias.
Na época da informática, a voz milenar dos narradores parece se fazer atual
e eterna.

(Demócrito Serapião, inédito)

Atente para esta sequência de frases que compõem um período do texto:

I. O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,

II. o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,

III. a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III,


respectivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda que

b) ao passo que − por conseguinte

c) desde que − mesmo que

d) conquanto − porquanto

e) portanto − entretanto

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87. (FCC/SEGEP-MA/2016) Está plenamente adequado o emprego de


ambos os elementos sublinhados em:

a) Ele não se dispõe à abandonar os jogos eletrônicos, mas volta e meia


fica atento às histórias que lhe narram.

b) Mesmo àqueles meninos estudiosos não falta tempo para os joguinhos


eletrônicos com cujos se entretêm.

c) A conexão da qual eles permanecem interligados permite-lhes


conversarem todo o tempo à muita distância.

d) As narrativas clássicas, a cuja mágica oralidade sentimo-nos presos,


competem com os meios da informática.

e) Cabe à plateia de um contador de histórias participar ativamente da


narração em cuja se acha envolvida.

88. (FCC/SEGEP-MA/2016)

De quati

Aparece um quati escoteiro. Decerto perseguido de cachorro. No chão é


ente insuficiente o quati. Imita ser baleado. O rabo desequilibra de tanto
rente na terra.

Agora, se alcança árvore, quati arma banzé1. Arreganha. Monta


episódio. E até xinga cachorro.

Igual é o tamanduá. Fora do mato, no limpo, tamanduá nega encrenca.


Porém se encontra zamboada2, vira gente. E desafia cachorro, onça-
pintada, tenente.

1. confusão, tumulto

2. moita formada por galhos e ramagens de árvores, cipós, trepadeiras

(BARROS, Manoel de. Livro de pré-coisas. In: Poesia completa. São Paulo,
Leya, 2010, p. 235)

Um segmento que expressa ideia de causa, com relação ao trecho que o


antecede imediatamente, está sublinhado em:
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a) No chão é ente insuficiente o quati.

b) Agora, se alcança árvore, quati arma banzé.

c) Fora do mato, no limpo, tamanduá nega encrenca.

d) Monta episódio. E até xinga cachorro.

e) O rabo desequilibra de tanto rente na terra.

89. (FCC/SEDU-ES/2016)

Medo da eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a


eternidade.

Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo
em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala
ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para
comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a


escola me explicou:

− Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba.
Dura a vida inteira.

− Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

− Não acaba nunca, e pronto.

Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de


histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que
representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar
no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala
ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com
aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o
mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.

Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

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− E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver.

− Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois


que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A
menos que você perca, eu já perdi vários.

Perder a eternidade? Nunca.

O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E,
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

− Acabou-se o docinho. E agora?

− Agora mastigue para sempre.

Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve


tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto
de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu
não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia
de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de
infinito.

Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só


me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem
parar.

Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um


jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

− Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e


tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

− Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a
gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para
não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia
lhe dou outro, e esse você não perderá.

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Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã,


envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca
por acaso.

Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro:


Rocco, 1999, p.289-91)

Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice


Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:

I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.


(1°parágrafo)

II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente,


tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar
conta. (7° parágrafo)

III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver. (9° parágrafo)

IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. (16°


parágrafo)

Atende ao enunciado APENAS o que consta de

a) I, II e IV.

b) II e IV.

c) II e III.

d) I e III.

e) I, III e IV.

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90. (FCC/SEDU-ES/2016) Na língua portuguesa, a grafia de certas palavras


pode ser justificada pela sua origem. Assim, o emprego de j em palavras,
tais como as destacadas em − Não gosto de jiló. / A jiboia é uma enorme
cobra brasileira. /O jerico empacou no meio da estrada. − é explicado pela
origem

a) africana, as duas primeiras; tupi, a terceira.

b) africana, tupi e desconhecida, respectivamente.

c) desconhecida, a primeira; tupi, as duas últimas.

d) tupi, a primeira; africana, as duas últimas.

e) tupi, as duas primeiras; desconhecida a terceira.

91. (FCC/DPE-RR/2015)

Vai aí um suco antioxidante?

Uma coisa da qual o brasileiro pode se orgulhar é a variedade de frutas


produzidas em todas as regiões do país. Essas delícias trazem consigo
substâncias com ação antioxidante, que neutralizam as moléculas instáveis
batizadas de radicais livres. “Os radicais livres são compostos formados
normalmente no nosso organismo pela respiração. Quando entram em
contato com as nossas células, eles causam danos e contribuem para o
aparecimento de doenças, como inflamações, tumores, mal de Alzheimer,
problemas cardiovasculares e envelhecimento precoce”, resume Jocelem
Mastrodi Salgado, professora de Nutrição da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Certas frutas tropicais, como acerola,
camucamu, açaí e caju, são campeãs no quesito antioxidantes.

E se uma frutinha já faz bem ao organismo, que tal misturar duas ou


três? É aí que entram em cena as misturas de sucos como parceiras da
saúde. Pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical pesquisaram 90
misturas de sucos tropicais que aliassem sabor a uma boa quantidade de
componentes funcionais. Duas dessas misturas − preparadas com
camucamu, acerola, açaí, cajá, caju e abacaxi − foram testadas em cobaias
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animais. O resultado foi o aumento de enzimas antioxidantes e do colesterol


bom (HDL). (RIBEIRO, Clara. Viva Saúde, n. 140, Fev. 2015, p. 31)

As misturas de sucos testadas redundaram ...... aumento de enzimas


antioxidantes e do colesterol bom.

Para que a frase acima permaneça correta e condizente com as informações


do texto, a lacuna deve ser preenchida com:

a) sob o

b) do

c) perante o

d) pelo

e) no

92. (FCC/DPE-RR/2015)

Internet

Quando decidimos criar o site Porta dos Fundos, o fizemos porque a


televisão tinha nos dito que nosso tipo de humor não era popular, era feito
para um nicho e não daria ibope. Resolvemos fazer na internet porque era
onde podíamos ter gerência do nosso “projeto”. Podíamos falar o que
quiséssemos do jeito que nós bem entendêssemos.

Dois anos após o lançamento, o Porta bateu a marca de mais de um


bilhão de espectadores pelo Brasil e pelo mundo. Eles tinham razão, se
tivéssemos feito um programa para televisão, com toda certeza nosso
público teria sido muito pequeno e não teria dado ibope. Até porque iriam
nos colocar sexta-feira, meia-noite e meia depois de um Globo Repórter.

Na internet tivemos a possibilidade de sermos vistos sem as amarras dos


horários certinhos e dos dias determinados. Uma pessoa no Japão pode
assistir aos nossos vídeos a qualquer hora do dia em qualquer lugar e mídia.
A TV precisa dizer para ela mesma o que nos disse lá trás: que seus
programas são feitos para um nicho e não vão dar ibope. A importância da
internet é gigante e um terreno ainda a ser explorado.
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Em outubro de 2014, o Porta dos Fundos resolveu levar os episódios que


já estão na internet para a televisão. Queríamos atingir um outro tipo de
público, e conseguimos. Muita gente que não sabia do site tomou
conhecimento do nosso conteúdo. Ou seja, cada plataforma tem o seu valor
e uma não exclui a outra.

(Adaptado de: PORCHAT, Fábio. O Estado de S.Paulo. Caderno 2. C10,


16/11/2014)

Está redigida com clareza e correção a seguinte frase, formulada a partir do


texto.

a) Mais de um bilhão de espectadores, um número surpreendentemente já


tinha acessado o site do Portas dos Fundos quando este completará dois
anos em 2014.

b) Em dois anos, o público do Porta dos Fundos se ampliou de maneira


esponencial. Confirmando a eficacia da internet na divulgação do trabalho
dos humoristas.

c) Sem as amarradas dos dias e horários predeterminados, os episódios do


Porta dos Fundos passaram a ser apreciados por internautas em diversos
países.

d) Quando o Porta dos Fundos foi apresentado à televisão, foi regeitado


por que parecia que não haveria pessoas suficiente interessadas de assisti-
los.

e) A televisão precisa se convencer, que seu público tanto quanto o da


internet também pode ser igualmente restrito, e que seus programas não
tem ibope garantido.

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93. (FCC/DPE-RR/2015) TEXTO P/QUESTÕES 93 E 94:

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que


Guimarães Rosa conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não
ficaria chateado comigo se usasse um deles num poema cabuloso que
estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de


idade, que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um
boi? Não podia então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes
carroças de lixo que chegara a ver em sua infância? O fato é que na época
eu estava lendo toda a obra publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu
direto na minha escolha. Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema?
Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar o que bem entenda
dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema panfletário; o
que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei


que era exatamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada
visse que eu seria capaz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua
solidão bovina num mundo completamente estranho para ele, sangrando a
língua sem encontrar senão o chão duro e escaldante, perplexo diante dos
homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e dos carros, sem
saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e
oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi
poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do
poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu
coração, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso
símbolo de resistência.

Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde
está o velho caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema
já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda
me enche de luz, transformado em minha própria estrela.

(Adaptado de: GUERRA, Luiz, "Boi no Asfalto", Disponível em:


www.recantodasletras.com.br. Acessado em: 29/10/2015)

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... sei até onde está o velho caderno com o velho poema. (último parágrafo)

Quanto ao termo sublinhado no segmento acima, é correto afirmar que se


trata de

a) advérbio de lugar, que modifica o sentido de "estar", e pode ser


substituído, juntamente com "onde", por "aonde".

b) preposição, que modifica o sentido de "onde", e expressa um limite


espacial.

c) preposição, que modifica o sentido de "estar", e pode ser substituída


por "também".

d) advérbio de afirmação, que modifica o sentido de "saber", e pode ser


substituído por "sim", entre vírgulas.

e) advérbio de intensidade, que modifica o sentido de "saber", e pode ser


substituído por "inclusive".

94. (FCC/DPE-RR/2015) Alterando-se as orações justapostas no segmento


Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar o que bem entenda...
(2° parágrafo), de modo que se obtenha uma subordinação que mantenha,
em linhas gerais, o sentido original, deve-se usar a conjunção

a) ainda que.

b) porque.

c) caso.

d) contanto que.

e) a fim de que.

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95. (FCC/TCE-SP/2015) Para responder à questão, considere o texto abaixo.

A gerontologia, palavra cunhada em 1903, é a ciência que estuda a


velhice. Como um campo de saber específico, cria profissionais e instituições
encarregados da formação de especialistas no envelhecimento. Assim, uma
nova categoria cultural é produzida: os idosos, como um conjunto autônomo
e coerente que impõe outro recorte à geografia social. A preocupação da
sociedade com o processo de envelhecimento deve-se, sem dúvida, ao fato
de os idosos corresponderem a uma parcela da população cada vez maior.

Terceira idade é uma expressão que surge na década de 1970, quando


foi criada na França a primeira universidade voltada para pessoas com
setenta anos ou mais. Essa expressão não é apenas uma forma de nomear
os mais velhos sem uma conotação pejorativa. Sinaliza, antes, mudanças no
significado da velhice. Trata-se de celebrar a velhice como sendo um
momento privilegiado para o lazer. A invenção da terceira idade, ou "melhor
idade", indicaria assim uma experiência inusitada de envelhecimento, em
que o prolongamento da vida nas sociedades contemporâneas ofereceria
aos mais velhos a oportunidade de dispor de saúde, independência
financeira e outros meios apropriados para tornar reais as expectativas de
que essa etapa da vida é propícia à satisfação pessoal.

A visão da velhice como um processo contínuo de perdas e de


dependência, responsável por um conjunto de imagens negativas
associadas a ela, tem sido substituída pela consideração de que esse é um
momento fecundo para novas conquistas. Proliferaram, na última década,
programas voltados para a terceira idade, como as universidades e os
grupos de convivência.

Contudo, o sucesso dessas iniciativas é proporcional à precariedade dos


mecanismos de que dispomos para lidar com a velhice avançada. A nova
imagem do idoso não oferece instrumentos capazes de enfrentar a
decadência de habilidades cognitivas e controles físicos e emocionais que
são fundamentais, na nossa sociedade, para que um indivíduo seja
reconhecido como capaz do exercício pleno dos direitos de cidadania. A
dissolução desses problemas nas representações gratificantes da terceira
idade fecha o espaço para outras iniciativas voltadas para o atendimento
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das situações de abandono e dependência que marcam o avanço da idade.


As perdas próprias do envelhecimento passam, então, a ser vistas como
consequência da falta de envolvimento dos mais velhos em atividades
motivadoras ou da adoção de formas de consumo e estilos de vida
inadequados.

É, portanto, ilusório pensar que essas mudanças são acompanhadas de


uma atitude mais tolerante em relação às idades. A característica marcante
desse processo é a valorização da juventude, que é associada a valores e a
estilos de vida, e não propriamente a um grupo etário específico.

(BOTELHO, S. & SCHWARCZ, L. H. Agenda Brasileira. São Paulo: Companhia


das Letras, 2009, p. 544-553)

No texto, constituem uma causa e sua decorrência, respectivamente:

a) o fato de o número de idosos ser cada vez maior na sociedade // a


celebração da velhice como uma idade em que novas possibilidades se
abrem para o lazer.

b) a criação da expressão "melhor idade" // a necessidade de um termo


sem conotação pejorativa para nomear o processo de prolongação da vida.

c) as mudanças no significado da velhice para a sociedade // a criação da


expressão "terceira idade".

d) a criação de novas atividades destinadas aos idosos // o surgimento de


profissionais especializados no envelhecimento.

e) a visão da velhice como um processo contínuo de perdas e de


dependência // o surgimento de uma atitude mais tolerante em relação a
esse período da vida.

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96. (FCC/TRE-PB/2015) Considere o texto abaixo para responder à


pergunta.

O especialista em estudos visuais Josep Català, da Universitat Autònoma


de Barcelona, defende que os jogos de videogame podem representar o
grande suporte expressivo das próximas décadas.

O processo de multiplicação de imagens tende a deixar as pessoas menos


imaginativas?

Josep Català − A princípio, pensava que a imagem detinha a imaginação na


comparação com a literatura, porque aquele que lê pode imaginar,
enquanto a imagem já oferece essa passagem feita. Agora já não vejo
assim. A imagem não bloqueia a imaginação, pelo contrário: está cheia de
impulsos e estímulos que projetam a imaginação para mais além. É possível
ficar só com a superfície da imagem, até porque a imaginação é um
procedimento que requer esforço. Penso, então, que há vários tipos de
imagem, algumas mais imaginativas e outras que de certa forma fecham as
portas.

A literatura foi fonte para modos de comportamento no século 19, tal e qual
o cinema inspirou comportamentos culturais do século 20. Podemos antever
um pouco os suportes que pautam nosso comportamento na chamada nova
era?

Há um fenômeno bem concreto. O século 19 produziu um largo processo de


letramento e o romance se converte no instrumento de socialização por
excelência; o mesmo acontece com o cinema no século 20. Penso que,
neste momento, os videogames estariam prestes a assumir esse posto.
Existem a internet e as novas tecnologias, mas a mais capaz de incorporar a
condição emocional e socializante da narrativa é o videogame.

Quais os indícios desse processo?

Por enquanto, um videogame dificilmente consegue igualar a complexidade


de um livro ou de um filme, mas no início do cinema este também não era
muito elaborado. Quando o cinema começou, se alguém dissesse que ali
havia um novo parâmetro artístico, seria acusado de louco. E, no entanto, o

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cinema chegou num ponto em que é capaz de expressar a mesma


complexidade de um grande romance.

É preciso então parar, com calma, e ver o videogame como forma simbólica
– a possibilidade de criação de mundos imaginários e interface do jogador
com esses mundos. A tendência é a de maior participação no mundo
narrativo, de tal forma que a identificação, que se estabelecia de forma
passiva, passe à forma ativa. Essa é a mudança que poderia haver, mas que
ainda não se deu.

Como se estivéssemos esperando por um Chaplin dos videogames...

Sim. O exemplo de Chaplin é bom, porque Chaplin move as massas.


Também temos que ver que esses novos meios não anulam os anteriores,
mas vão se sobrepondo. Ler um livro, ver um filme e participar de um game
são experiências distintas e até complementares.

Estamos vivendo a transição entre uma geração que cresceu com a


televisão para uma geração que cresceu com internet. A tendência é que
seja uma geração mais criativa?

Eu diria que sim. A geração da televisão é bastante passiva. Há reações ao


que está acontecendo, mas também há uma passividade diante da crise. As
novas tecnologias estão incentivando uma participação maior, mas que
ainda não está bem desenvolvida. O potencial da internet como fonte de
conhecimento ainda é pouco aproveitado.

(Adaptado de: LONGMAN, Gabriela. Entrevista [outubro, 2015]. Disponível


em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/1547... enquanto-o-
chaplin-dos-games-nao-vem.shtml. Acesso em: 13 out. 2015)

E, no entanto, o cinema chegou num ponto em que é capaz de expressar...

Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento sublinhado acima pode


ser substituído por:

a) porquanto

b) em detrimento disso

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c) desse modo

d) embora

e) todavia

97 (FCC/TRT - 9ª REGIÃO/2015)Considere o texto abaixo para responder à


questão.

Há uma explicação para a escultura de Picasso não ter sido reunida com
frequência. Picasso, o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a
sério como escultor. Não considerava as esculturas vendáveis ou tema de
exposição. Ele as guardava em casa e no estúdio, misturadas aos objetos da
decoração. Depois de sua morte, em 1973, a organização do espólio
permitiu que obras fossem adquiridas por outras coleções. Embora as
esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por artistas que
visitavam Picasso.

O diálogo do pintor com o escultor é constante. A escultura, diz a


curadora Ann Temke, adaptava-se ao temperamento irrequieto de Picasso,
que se permitia improvisação no meio. Na década em que predomina o
metal, ela se diverte com a ideia do artista mais rico da história
frequentando ferros-velhos em busca de objetos.

A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é


conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no
quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a
conexão fica mais evidente e compreensiva. Ann Temke lembra que a visita
de Picasso ao Museu Etnográfico de Paris, em 1907, por sugestão do amigo
e pintor André Derain, foi um divisor de águas. “A noção de fazer um
espírito habitar uma figura vem daí", diz ela. “Você não olha para a
escultura europeia daquele tempo e pensa neste poder mágico."

A curadora vê na representação erótica das formas femininas uma âncora


do diálogo entre o pintor e o escultor. “Ele estava mapeando a renovação de
sua linguagem em duas e três dimensões ao mesmo tempo."

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. O Estado de S. Paulo. 26 Setembro


2015)
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Embora as esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por


artistas que visitavam Picasso.

Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento sublinhado acima pode


ser substituído por:

a) Porquanto

b) Apesar de

c) Contudo

d) Conquanto

e) A despeito de

98. (FCC/DPE-SP/2015) TEXTO P/QUESTÕES 98 E 99:

“A metamorfose”, de Kafka, faz 100 anos ignorado na República


Tcheca

Apesar de Franz Kafka ser o autor tcheco mais conhecido do século 20 e


um dos ícones turísticos de sua cidade natal, a capital Praga, o centenário
da publicação de sua obra mais famosa, “A metamorfose”, tem pouca
repercussão na República Tcheca, onde o escritor nunca foi muito popular.

Foi em 1915 que o texto apareceu publicado em alemão, o idioma no


qual escrevia Kafka, por editores alemães. “A metamorfose” é o assustador
relato de Gregor Samsa, um viajante de negócios que certa manhã acorda
transformado em uma barata gigante. Os estudiosos de Kafka interpretaram
essa transformação como uma metáfora sobre o peso insuportável da
responsabilidade. A diretora da Sociedade Franz Kafka de Praga, Marketa
Malisova, chancela essa interpretação da obra. “Kafka a escreveu sob a
influência de todas as circunstâncias que lhe afetavam”, comentou Malisova.

Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados Unidos na década


de 1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental, em seu
país natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka. “A Metamorfose”,
por exemplo, teve de esperar até 1929 para ser traduzida ao tcheco, o
idioma oficial da então Tchecoslováquia.

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Kafka nunca foi profeta em sua terra. Seu biógrafo tcheco, o filólogo
Josef Cermak, lembra que suas primeiras traduções foram realizadas por
intelectuais de tendência anarquista, o que criou a ideia de que era um
autor revolucionário. Após a guerra e a instauração da ditadura comunista,
mudou o regime e a produção de Kafka esteve proibida por ser considerado
um autor “reacionário”, destacou Cermak.

Em 1990, quando foi derrubado o sistema socialista, se estabeleceu a


Sociedade Franz Kafka de Praga, com o explícito objetivo de reviver a
tradição cosmopolita que tornou possível o fenômeno da literatura
germânico-praguense do qual surgiu Kafka. No entanto, 25 anos mais tarde,
muito poucos tchecos leem as obras de Kafka, em parte porque seus textos
têm fama de serem difíceis de se entender em tcheco, reconheceu Malisova.

(Adaptado de: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/10/metamorfose-


de-kafka-faz-100-anos-ignorado-na-republica-tcheca.html)

Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados Unidos na década de


1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental, em seu país
natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka. (3° parágrafo)

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no


contexto, poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

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99. (FCC/DPE-SP/2015) “A Metamorfose”, por exemplo, teve de esperar até


1929 para ser traduzida ao tcheco, o idioma oficial da então
Tchecoslováquia. (3° parágrafo)

No contexto, o termo então, em destaque, expressa circunstância de

a) qualidade.

b) modo.

c) lugar.

d) dúvida.

e) tempo.

100. (FCC/DPE-RR/2015)

Campo e cidade

“Campo" e “cidade" são palavras muito poderosas, e isso não é de


estranhar, se aquilatarmos o quanto elas representam na vivência das
comunidades humanas. O termo inglês country pode significar tanto “país"
quanto “campo"; the country pode ser toda a sociedade ou só a parte rural.
Na longa história das comunidades humanas, sempre esteve bem evidente
essa ligação entre a terra da qual todos nós, direta ou indiretamente,
extraímos nossa subsistência, e as realizações da sociedade humana. E uma
dessas realizações é a cidade: a capital, a cidade grande, uma forma
distinta de civilização.

Em torno das comunidades existentes, historicamente bastante variadas,


cristalizaram-se e generalizaram-se atitudes emocionais poderosas. O
campo passou a ser associado a uma forma natural de vida – de paz,
inocência e virtudes simples. À cidade associou-se a ideia de centro de
realizações – de saber, de comunicações, de progresso. Também
constelaram-se poderosas associações negativas: a cidade como lugar de
barulho, mundanidade e ambição; o campo como lugar de atraso,
ignorância e limitação. Além disso, em nosso próprio mundo, entre os
tradicionais extremos de campo e cidade existe uma ampla gama de

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Atenção: Pirataria é crime e pode prejudicar o seu ingresso na carreira pública.
Os direitos autorais são protegidos por lei e o infrator está sujeito as penalidades do art. 184 do Código Penal
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concentrações humanas: subúrbio, cidade dormitório, favela, complexo


industrial, centro tecnológico etc.

A visão que se pode ter do campo ou da cidade pode variar conforme a


perspectiva pessoal. Vejam-se estes versos do poeta inglês Wordsworth, do
século XIX, vindo do campo e chegando a Londres pela manhã, compostos a
partir de sua primeira visão da cidade:

Nada há na terra de maior beldade:

(...)

Torres e cúpulas se elevam no ar

Em luminosa e suave majestade.

É bem verdade que se trata de uma visão da cidade antes da azáfama e


do barulho do dia de trabalho; porém não há como não reconhecer esse
sentimento de entusiasmo diante de um grande aglomerado de metas e
destinos humanos.

(Adaptado de: WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade. Trad. Paulo


Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 11)

Sem prejuízo para o sentido da frase, o elemento sublinhado pode ser


substituído pelo que está entre parênteses em:

a) isso não é de estranhar, se aquilatarmos o quanto elas representam na


vivência das comunidades humanas (ainda que relativizemos)

b) À cidade associou-se a ideia de centro de realizações (Se acobertou


na cidade)

c) A visão (...) pode variar conforme a perspectiva pessoal (não obstante


o ponto de vista)

d) É bem verdade que se trata de uma visão da cidade antes da azáfama


(Está patente que se fala)

e) porém não há como não reconhecer esse sentimento de entusiasmo


(ainda que não se constate)
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