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Universidade Lusíada de Lisboa

Reflexão Crítica

“Gestão de Pessoas 4.0 – 10 Tendências e Desafios” - “Sucesso e Fracasso”

Trabalho realizado por:

• David Pacheco, nº 11017919

• Gabriela Silva Henriques, nº 11053821

• Maria Carolina Gonçalves, nº 11003919

• Maria Matilde Felisberto, nº 11093319

Psicologia

Psicologia do Trabalho e das Organizações

Regente: Prof. Doutora Manuela Faia Correia


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Introdução

No âmbito da unidade curricular Psicologia Organizacional, tendo como principal alicerce


o documento “Gestão de Pessoas 4.0 – 10 Tendências e Desafios” da autoria de Miguel Pina e
Cunha e Arménio Rego. É possível referenciar que este documento tem como principal objetivo
discutir e elucidar as possíveis tendências no domínio de gestão de pessoas em específico em
contexto organizacional. Iremos abordar, em específico, uma das tendências deste relatório,
“Sucesso e Fracasso”.
Todavia, torna-se prudente fazer referência à tendência nº2 “Controlo sem comando”, de
modo a refletirmos á cerca da tendência nº3 “Sucesso e fracasso”. Quando existe referencia á
gestão de pessoas difíceis na organização é importante reter o facto de que estas não são uma
“pedra” na produtividade e lucratividade da empresa/organização, pelo contrário, são pessoas
bastante pró-ativas e sem medos de confrontarem questões e/ou situações que no seu entender
possam estar incorretas. Ou seja, a lição que se consegue retirar deste ponto remete à compreensão
dos estilos de cada um, ou seja, consegue-se a adaptabilidade ao objetivo comum existente na
organização, que irá de encontro com a tendência do “sucesso e fracasso”, uma vez que, são
pessoas que não têm receio de demonstrar onde está um possível erro, conseguindo assim, prevenir
o fracasso.
Neste documento a segurança psicológica é o tema priorizado, ou seja, ressalta-se a
importância de se desenvolver bem-estar entre trabalhadores e entre trabalhadores e chefia,
promovendo confiança e suporte às pessoas para se permitirem errar sem a pressão de
culpabilizações, porém sempre com sentido de responsabilidade e das consequências dos erros
para a organização.
Assim sendo, com este trabalho iremos avaliar o impacto a nível da produtividade e da
gestão eficiente de empresas, uma vez que se pretende comprovar os benefícios e as condições
fundamentais para que se possa olhar para o erro como uma aprendizagem e consequentemente
retirar os melhores ensinamentos do mesmo. Após a leitura e análise deste artigo podemos perceber
que existem ideias com as quais concordamos, na generalidade, onde iremos apresentar o nosso
posicionamento critico.
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Reflexão Crítica

Os dois principais conceitos referidos no capítulo - Sucesso e Fracasso - remetem para


uma inter-relação com outro conceito bastante referenciado - o erro. É considerado que todo o ser
humano erra, porém, existem organizações onde o erro é capaz de levar a grandes fracassos e
consequências. São chamadas de “organizações críticas nas quais “não pode” haver erros – como
por exemplo os hospitais, organizações de bombeiros, equipas de operações especiais, e
tripulações de companhias aéreas. Neste sentido, é indispensável prevenir o erro e minimizá-lo
com a maior brevidade possível antes que este tome proporções catastróficas. Assim, apesar do
erro nestes contextos ser uma ameaça, é necessário igualmente considerar os benefícios do mesmo
noutros contextos laborais, onde se torna mais fácil corrigir as falhas e reduzir os danos fazendo
com que as equipas aprendam com o erro cometido.
A NASA, criou um “sistema de registos”, onde os elementos podem admitir os seus erros,
não no sentido de serem prejudicados, mas sim, para que todos possam aprender com o erro
cometido e não o repitam. “Ter maus resultados faz parte de quem arrisca e toma decisões.
Aprende-se e continua-se.”, ou seja, o erro constitui uma forma de aprendizagem e evolução.
Portanto, tendo em conta a inevitabilidade do erro, é necessário e fundamental que haja liberdade
para errar, uma vez que a aversão à falha apenas conduzirá a mais erros. Iniciativas como a da
NASA, onde ocorre inovação a partir do erro, fomenta a criatividade e irreverência das equipas
enquanto fatores distintivos e de competitividade.
“O fracasso é parte integrante da inovação”, ou seja, embora o fracasso não seja uma
escolha, faz parte das pessoas inovadoras e criativas que tentam fazer algo que ainda ninguém fez.
Não podemos inovar se não experimentarmos e experimentar está intimamente ligado ao fracasso,
assim, é difícil que as empresas possam progredir sem antes fracassarem. O fracasso no
empreendedorismo traz lições importantes. E o empreendedor deve encarar o insucesso para lidar
com ele da melhor maneira possível. Assim, o mais relevante é como enfrentamos esse fracasso e
como a empresa em si dá liberdade e suporte para a situação inevitável que é o erro.
Em consonância com os autores, observamos que a necessidade de atribuir culpa pode
derivar de falhas de comunicação, falta de trabalho em equipa, instabilidade relacional que, de
modo geral, poderão ser explicados pela má liderança. Desta forma, uma má liderança caracteriza-
se pela hostilidade, pela falta de comunicação, pela culpabilização e pela direção de ataques
pessoais para com os colaboradores e terá consequências negativas a um nível de segurança
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psicológica dos colaboradores, interferindo na sua produtividade e consequentemente no índice de


erro.
Portanto, é fulcral que as organizações se foquem em adotar boas lideranças, conduzindo
à segurança psicológica, ao trabalho em equipa, a uma boa comunicação, à produtividade e ao
sucesso da empresa. É importante que o líder promova um ambiente de respeito mútuo, mas que
também haja liberdade para o “desrespeito saudável”, por outras palavras, para a discordância leal.
Isto é, torna-se necessário que haja respeito pelas diferentes opiniões. É ainda importante que o
líder estimule a participação dos integrantes da organização e que elogie os sucessos das suas
equipas. Este tipo de liderança fundamenta-se através do estabelecimento de regras, da promoção
do respeito entre partes, do incentivo à discussão saudável, da disponibilidade e abertura por parte
do líder para ouvir, assim como, através do fomento do sentido de responsabilidade, ainda que não
de forma punitiva. Em suma, assumir esta liderança resultaria numa série de condições de trabalho
positivas, tal como, diversas organizações – à semelhança das gigantes Apple, Microsoft, Etsy ou
Amazon, que conseguiram transformar projetos de mercado falhados em grandes sucessos futuros.

Conclusão
Como se pode verificar, esta tendência “Sucesso e Fracasso” dá aso a uma reflexão sobre
a analogia existente entre os conceitos, tendo como ponto central compreender como o fracasso
pode originar o sucesso. Desta forma, poderá afirmar-se que o sucesso e o fracasso são faces da
mesma moeda, uma vez que ambos estão presentes em todos as fases do ser humano. Contudo são
construtos que se alteram consoante a cultura na qual estão inseridos, ou seja, existem organizações
nas quais o fracasso é visto como um acontecimento a prevenir e a evitar, porém, este também é
notado como um processo de aprendizagem, onde aprender com o erro leva a impulsionar o
sucesso.

Fazendo um paralelismo com a tendência seguinte “Comunicar sem dizer”, é importante


perceber a importância da comunicação já que a falta da mesma é um fator que promove uma má
liderança, caracterizada pela necessidade de atribuição de culpa após um fracasso. Em
contrapartida um bom líder, promove o bem-estar psicológico, uma vez que, é aquele que é
consistente, dá o exemplo, tem consciência que os erros e os fracassos podem ser oportunidades
de aprendizagem e isso conduz ao respeito.
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Em suma, tanto esta como as anteriores tendências apresentadas por Miguel Pina e Cunha
Arménio Rego permitem compreender como fazer a gestão das pessoas nas organizações, de
maneira a demostrar o quão importante é criar equipas cada vez mais motivadas e coesas.

Referências Bibliográficas
Pina e Cunha, M., & Rego, A. (2018). Gestão de Pessoas 4.0 – 10 Tendências e desafios.
Carcavelos: Nova SBE Executive Education, pp.27-31.

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