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em contextos de crise
Liderança escolar
na crise
Índice
3 Objetivos de aprendizagem
4 Conceito de crise
31 Recapitulando
32 Referências
36 Créditos
Objetivos
de aprendizagem
Analisar a crise do COVID e o impacto educacional e
refletir sobre a dimensão organizacional, fornecendo
alguns instrumentos de intervenção dos líderes a
partir de três competências-chave:
liderança distribuída;
comunicação eficaz;
3
Conceito
de crise
Uma crise é um momento complexo e doloroso que pode produzir
mais dissenso que consenso entre as pessoas envolvidas. Encontra-se
ligada diretamente ao enfrentamento, ou seja, ao fato de combater
tal evento, chegando a ser entendida como uma oportunidade de
mudança e construção de um novo futuro (Fried Schnitman, 2011).
Para Smith e Riley (2012) uma crise pode ser entendida como uma
situação urgente que requer ação imediata e decisiva de uma
organização e, em particular, dos líderes de tal organização. Além
disso, Coombs (2007) define uma crise como a percepção de um
evento imprevisível que ameaça as partes interessadas e que pode
afetar seriamente o desempenho de una organização, gerando
resultados negativos.
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Elliot, Harris e Baron (2005), depois de uma exaustiva revisão da
literatura sobre crise, encontraram 5 características comuns, que são:
partes interessadas.
5
Momentos da crise
causada pelo Covid-19
Na crise causada pelo Covid-19 é possível diferenciar, pelo menos,
três momentos. Acompanhe a seguir:
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A evidência internacional tem demonstrado que liderar nesta primeira
fase da crise implicou algumas questões para os líderes, que são:
identificar as aprendizagens;
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Segundo momento da crise
O segundo momento da crise corresponde ao presencial alterado
ou à fase de transição a partir do fechamento até a reabertura
das instituições escolares. Este momento implica aos líderes
vislumbrar como as ações realizadas durante o período de
fechamento se prolongam ou interrompem durante a transição
da volta às aulas presenciais. Isto implica decidir quais inovações
irão permanecer no tempo e não serão apenas uma resposta à
emergência. A experiência internacional indica que o retorno
requer flexibilidade e a incorporação de grupos prioritários nas
salas de aula (Montecinos, Uribe y Volante, 2020).
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Importância da liderança
nos momentos de crise
Os atributos de liderança e as habilidades requeridas dos líderes
escolares em tempos de crise são fundamentalmente diferentes
dos que geralmente são requeridos como parte do ambiente escolar
“normal”. Uma liderança escolar forte geralmente trata de posicionar
a escola para o futuro e, sobretudo, apoiar e capacitar os funcionários
e estudantes na busca da excelência no ensino-aprendizagem.
1. Liderança adaptativa.
3. Liderança distribuída.
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1. Liderança adaptativa
Desafios técnicos
Costumam se resolver diante da intervenção
de um especialista, alguém que reconhecemos
e delegamos a responsabilidade para que
gerencie a solução.
X
Desafios adaptativos
São aqueles para os quais ainda não se
desenvolveu a resposta adequada; não
há procedimentos, nem experiências, que
possam dar conta disso. São os que nos levam
a inovar e aprender, e exigem liderança.
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Considerando isso, estes autores
afirmam que um líder adaptativo deveria
desenvolver, ao menos, as seguintes tarefas:
Diagnosticar
Distinguir entre problemas técnicos e
problemas adaptativos, porque ambos
demandam tratamentos diferentes.
Mobilizar pessoas
É fundamental que elas assumam as suas
responsabilidades, estejam preparadas
para enfrentar as mudanças que se fizerem
necessárias e dirijam a sua atenção para as
questões difíceis em vez de as evitarem.
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Gerenciar conflitos
Em ambientes complexos e ambíguos, muitos
conflitos e diferenças serão gerados, então
o líder deve regular o nível de conflito e
desordem, acompanhar a equipe para aceitar
o conflito e ser capaz de canalizá-lo para que
seja produtivo e gere inovações.
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Uma linha paralela de pesquisa que surgiu nos últimos anos está ligada
ao cuidado que os dirigentes devem prestar. Segundo Louis e Murphy
(2018), de acordo com os dados obtidos em vários países, diretores que
demonstram preocupação e cuidado com adultos e alunos executam
práticas mais eficazes, com maior impacto nos processos e resultados.
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3. Liderança distribuída
A liderança distribuída e fortalecimento do trabalho em equipe são
estratégias fundamentais para avançar com ações claras em tempos
de incerteza.
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Uma dimensão especialmente importante a promover e considerar
nestes espaços de acompanhamento é a construção de uma rede sólida
de confiança como tarefa da equipe, que se baseie na importância
de uma cultura escolar que cultive lideranças distribuídas, tão
obviamente exigidas nestes tempos.
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Critérios de orientação
para liderança organizacional
em tempos de crise
Existem alguns critérios que podem orientar a liderança dos
gestores escolares durante a crise, são eles:
Flexibilizar os modos de
funcionamento e processos regulares
com base em novas prioridades.
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Além de considerar esses critérios gerais para o exercício da
liderança, é importante que os dirigentes escolares observem
a crise a partir de três dimensões centrais:
Primeira dimensão
A primeira corresponde à organização e aponta para a
gestão que os dirigentes escolares precisam desenvolver em
tempos de crise. Uma gestão organizacional eficaz implica
reestruturar e reorganizar os processos que caracterizam a
instituição, considerando o novo contexto, as prioridades e
os desafios que têm imposto a toda a comunidade.
Segunda dimensão
A segunda dimensão é emocional e refere-se ao
desenvolvimento de uma gestão, pela direção da
escola, que permita gerar estabilidade emocional entre
os membros da comunidade escolar e construir um
sentimento de segurança e pertencimento.
Terceira dimensão
Por fim, a terceira dimensão corresponde à pedagógica
e está relacionada com a capacidade de gerir e dirigir
eficazmente os processos de ensino e aprendizagem num
contexto de crise e incerteza, considerando as diferentes
modalidades que têm vindo a ser implementadas para a
educação a distância e quando isso acontecerá assim que o
retorno ao ensino presencial começar.
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Características das crises
nas organizações
Elliott, Harris e Baron (2005) apontam que as crises nas organizações
são caracterizadas por:
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Competências de liderança
para enfrentar a crise
na organização
Em tempos de crise, os líderes devem cultivar um conjunto de
competências de liderança para enfrentar novas situações. Nesse
sentido, o exercício da liderança em tempos de crise deve considerar
atributos como autenticidade, agilidade, resiliência, previsão,
autocontrole, intuição e criatividade (O'Brien e Robertson, 2009).
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Veja na imagem abaixo os principais atributos para a liderança em crises:
Tenacidade
Competências Flexibilidade
de comunicação
Habilidade Intuição
de sintetizar Liderança
em Crises
Inteligência Empatia
procedimental e respeito
Capacidade Criatividade e
de tomar pensamento
decisões lateral
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Destas capacidades, existem três que são essenciais
para enfrentar a crise na organização escolar:
21
Algumas ações para fortalecer a colaboração
em contextos de crise são:
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2. Comunicação eficaz
A comunicação é essencial para enfrentar uma crise de forma eficaz,
pois garante que todas as partes envolvidas recebam informações
claras, concisas, relevantes e oportunas (Smith e Riley, 2012). A
comunicação com a comunidade escolar evita confusões, boatos e
desinformação, sendo o principal atributo por meio do qual o líder
pode dar direção, certeza e otimismo durante uma crise.
Ouvir sugestões.
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Com as famílias de alunos é importante:
Comunicar o plano da escola para enfrentar
a crise, explicando o que se espera da família
para poder acompanhar essa jornada de
aprendizagem não presencial: Ex: não se
espera que se tornem professores de seus
filhos, mas estejam disponíveis um pouco por
dia para acompanhá-los no desempenho de
suas tarefas e ouvir suas preocupações.
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Com os alunos é importante:
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A oposição à mudança pode indicar que o público não foi
suficientemente informado, ou não está preparado, ou que não
há aceitação das medidas aplicadas. Indivíduos e grupos são mais
propensos a aceitar mudanças que não são necessariamente de seu
interesse individual imediato se compreenderem as razões para
essas mudanças e virem o papel que devem desempenhar.
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Por outro lado, é fundamental promover a proximidade afetiva
na comunicação da comunidade escolar. Sugere-se que as
comunicações, sejam verbais ou escritas, mantidas entre os
atores da comunidade escolar e com os lares sejam de natureza
administrativa ou pedagógica, sejam precedidas e fechadas com
palavras afetuosas e proximidade simbólica à situação excepcional
que se atravessa: “Caros e queridos alunos”, “queridas famílias”,
“é uma alegria imensa comunicar-nos novamente”, “esperamos
que estejam muito bem”, “saibam que somos muito próximos”,
“cuidem-se bem”, “com muito carinho”, “seguimos em contato”.
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3. Planejamento flexível e baseado em evidências
Quando diretores especialistas enfrentam um problema não
estruturado, como uma crise, eles primeiro refletem sobre o
problema e as consequências que ele terá para o funcionamento da
escola e para a aprendizagem dos alunos, alcançando assim uma
visão mais global e mais clara de seu impacto sobre a comunidade
que permite gerar um planejamento detalhado e uma estratégia
para lidar com o problema. No entanto, o planejamento em meio a
uma crise é um grande desafio para os dirigentes escolares.
Como o faremos.
Avaliar os impactos.
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Smith e Riley (2012) apontam que a adequação e o sucesso da resposta
de uma escola a uma crise dependem principalmente da quantidade,
relevância, qualidade e confiabilidade das informações disponíveis
naquele momento. Para isso, é fundamental reunir informações
sobre a situação atual dos professores, alunos e suas famílias, e do
restante dos colaboradores que compõem a comunidade educacional,
em relação às diferentes dimensões da crise: organizacional,
socioemocional e pedagógica.
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Levando em consideração esses princípios,
Sandoval (2020) levanta a importância de
realizar um planejamento dinâmico em que as
equipes planejem seu trabalho em horizontes
de curto prazo, com o objetivo de alcançar
um resultado mínimo, mas viável (por exemplo:
prevenção de evasão). Da mesma forma, esse planejamento
deve ser totalmente transparente com as tarefas, objetivos e
responsáveis na organização (ex: replanejamento curricular) e deve
ser visível para toda a equipe e até mesmo para a organização.
Por fim, o planejamento dinâmico significa que as prioridades
definidas devem ser revistas e ajustadas continuamente e com
base em evidências.
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Recapitulando
Vimos aqui uma conceituação sobre a crise e a
importância da liderança e da gestão escolar
em tempos como estes. Conhecemos os três
tipos de liderança (adaptativa, positiva ou de
cuidado e distribuída) e alguns critérios de
orientação para liderança organizacional em
tempos de crise. Além disso, analisamos as
competências de liderança para enfrentar a
crise na organização escolar.
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Referências
Coombs, W. T. (2007). Protecting organization reputations
during a crisis: The development and application of situational
crisis communication theory. Corporate reputation review, 10(3),
163-176. https://link.springer.com/content/pdf/10.1057/palgrave.
crr.1550049.pdf
32
Keeley, B., y P. Love (2011), De la crisis a la recuperación: Causas,
desarrollo y consecuencias de la Gran Recesión, OECD Publishing.
http://dx.doi.org/10.1787/9789264168022-es
33
Dispositional, relational and contextual factors influencing school
principals’ actions https://www.sciencedirect.com/science/article/
abs/pii/S2212420915300200
Nielsen Chen, N., D’Auria, G. & Zolley, S. (2020). Tuning in, turning
outward: Cultivating compassionate leadership in a crisis.
McKinsey & Company. Recuperado de https://www.mckinsey.com/
business-functions/organization/our-insights/tuning-in-turning-
outward-cultivating-compassionate-leadership-in-a-crisis
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Smith, L & Riley, D 2012, ‘School leadership in times of crisis’, School
Leadership & Management, vol. 32, no. 1, pp. 57–71 https://www.
tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13632434.2011.614941
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Créditos
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