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MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO

1-1 André L. V. Gimenes


gimenes@gmail.com
Curso Elaborado Por FEMP, DOE - Departamento
de Energia dos EUA, [Ref. 1] e PIMVP [Ref. 2]
CONSIDERAÇÕES SOBRE PROJETOS DE
GESTÃO DE ENERGIA

• O projeto em questão é um bom investimento ?


• As economias previstas serão realmente alcançadas?
• E se houver alterações significativas nas condições locais
no período de execução da gestão energética? Como
verificar se as proposições foram alcançadas nesta
condição?
• E se houver um contrato de desempenho “performance”,
como aferir resultados?

1-2
M&V
O que é Medição e Verificação

 Segundo o PIMVP: Medição e Verificação” (M&V) é o


processo de utilização de medições para determinar, de
modo seguro, a economia real criada dentro de uma
instalação individual por um programa de gestão de
energia.
 A economia não pode ser medida diretamente, uma vez
que representa a ausência de consumo de energia. Nesse
caso a economia é determinada pela comparação do
consumo medido antes e depois da implementação de um
projeto, com ajustes adequados, tendo em conta
alterações nas condições 1-3
M&V
Atividades de Medição e Verificação

As atividades de M&V consistem em algumas ou todas as


seguintes ações:
 instalação, calibração e manutenção de medidores;

 coleta e tratamento de dados;

 desenvolvimento de um método de cálculo e estimativas


aceitáveis;
 cálculos com os dados medidos;

 relatórios, garantia de qualidade e verificação de


relatórios por terceiros.
1-4
M&V
Objetivos Gerais

 Aumentar a economia de energia


 Documentar transações financeiras

 Aumentar o financiamento para projetos de eficiência

 Melhorar projetos de engenharia, funcionamento e


manutenção da Instalação
 Gerir orçamentos energéticos

 Aumentar o valor dos créditos de redução de emissão

 Apoiar a avaliação de programas de eficiência regionais

 Aumentar a compreensão do público acerca da gestão de


energia como ferramenta de política pública 1-5
M&V
Princípios

 Completude
 Conservadorismo

 Consistência

 Precisão

 Relevância

 Transparência

1-6
M&V
Quem se utiliza

 Fornecedores de contratos de desempenho energético


 Usuários de energia querendo medir suas economias

 Gerentes de instalações responsáveris por variações no


orçamento
 Projetistas de prédios novos buscando reconhecimento
da sustentabilidade de seus projetos
 Formuladores de programas de comércio de redução de
emissões de gases de efeito estufa
 Usuários de energia buscando a certificação pela ISO
50001
1-7
 Programa de Eficiência Energética ANEEL
ESTRUTURA DO CONTRATO DE DESEMPENHO

Contrato de Desempenho
Usuario Final Perdas ESCO

Representante

Agente
M&V Financeiro
Arbitragem Contrato de
Comissionamento Financiamento 1-8
COMO FUNCIONA

Uso Linha Base


Economia Economia
Projetada Realizada

Uso

DEPOIS
Apostas iniciais 1-9

Período de Contrato
kWh

Ajuste
R$/mês Economia?
AJUSTES

Uso Linha Base


Economia Economia
Projetada Realizada
Uso

DEPOIS
1-10

Período de Contrato
É necessário realizar um
processo de M&V para aferir as
economias reais e diminuir
Riscos

1-11
CUSTO X RISCOS

$ Valor dos
Riscos
Ponto de
Equilíbrio
Custo $
do M&V
1-12
M&V VISÃO GERAL

Proposta inicial

 M&V Resumo: parte da proposta inicial:

Descreve abordagem desejada.


 Poucos detalhes.
 Concebida como um ponto de partida para a
negociação.
A visão geral permite que o cliente e o executor acordem
um plano de M&V satisfatório.
1-13
PLANO DE M&V ESPECÍFICO
Conteúdo

 O plano de M&V Específico inclui:


 O que será feito e quando.
 Como o desempenho será verificado.
 Quem irá conduzir essas atividades e quando.
 Como a economia é calculada.
 Como o desempenho será ajustado para as diferentes
condições encontradas.

1-14
LEVANTAMENTO DETALHADO DA ENERGIA
Linha de Base

 O Levantamento detalhado da Energia define a linha de


base da instalação, que consiste em:
 O uso da energia e do histórico de custos.
 Lista de equipamentos e desempenho medido.
 Fatores que influenciam o consumo de energia.
 Operações e custos de manutenção.

Se esta informação não está documentada, ela está


perdida, pois não pode ser determinada após a
instalação.
1-15
MATRIZ DE RESPONSABILIDADES
Aspectos Legais

 A Matriz de Responsabilidades descreve como o


contratante irá abordar os fatores de risco que afetam a
economia e a viabilidade do projeto. Estes são
caracterizados como:
 Desempenho de Equipamentos
 Facilidade de uso e Operações
 Análise Econômica e Financeira

 Matriz de Responsabilidades direciona o Plano de


M&V.
1-16
RELATÓRIOS ANUAIS DE DESEMPENHO
aspectos Legais

 O executor elabora Relatórios Anuais de Desempenho


para demonstrar que a economia tenha ocorrido.
Devem incluir:

 Descrição do projeto.
 Medidas de desempenho.
 economias realizadas durante o ano.
 Comparação com os montantes garantidos.

1-18
FINALIDADE DA M&V
Contrato de desempenho

 O Contrato de Desempenho é um arranjo onde os


benefícios exatos só são conhecidos mais tarde.

 Há um elemento de risco relacionado com a


incerteza do benefício entregue.
 M&V quantifica os benefícios.
 M&V atribui risco entre as partes.
 M&V embasa a garantia.

1-19
ECONOMIAS
Tipos de economia

 Dois tipos de economia:


 Redução de Custos de Energia
 Redução de Custos Relacionados com a energia

1-20
REDUÇÃO DE CUSTOS DE ENERGIA
Tipos de economias

 Reduções no consumo de energia


 Reduções na demanda de ponta
 As reduções das tarifas de energia
 Mudando o tempo de uso para reduzir os períodos de
custo
 Convertendo para combustíveis menos caros
 Autoprodução (e cogeração / CHP)
 Redução do uso da água

1-21
REDUÇÃO DE CUSTOS DE ENERGIA
Tipos de economias

 Redução de custos energéticos são principalmente


devido à redução de despesas de O & M:
 Peças e custos trabalhistas.
 custos de reparação de emergência.
 custos de substituição do equipamento.

 As economias de custos devem ser provenientes de


orçamentos existentes!

1-22
REDUÇÃO DE CUSTOS DE ENERGIA
Economia Garantida

economia real irá variar, mas deve ser sempre maior do que o
montante garantido.

e Real
c Estimativa
o
n Garantido
o
m
i
a 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1 -18
Contrato Ano
VOCÊ PRECISA DE M&V PORQUE ...
Finalidade da M&V

 As economias são garantidas, mas a economia real


flutua a cada ano.
 Sem M&V, como você sabe que a garantia está sendo
cumprida?
 M&V verifica se a garantia foi atendida.
 Pode ser obrigação contratual.

1-24
M&V EM QUATRO FASES
Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4
Fase Cliente Atividade ESCO Atividade

1. Planejamento Considerar a motivação


do projeto.
2. Projeto de Revisão Plano de M&V, Desenvolver uma proposta inicial,
Desenvolvimento Análise de Riscos e Desenvolver Plano de M&V inicial e
Matriz Matriz de Risco e Responsabilidade.
Responsabilidade.
3. Negociação e Avaliar o Plano de M&V Realizar Pesquisa Energética
adjudicação evidenciar as atividades detalhada,
de M&V. Desenvolver linha de base,
Refinar Plano de M&V.
4. Implementar Evidências das Comissionamento do Projeto,
atividades de M&V. Enviar relatório de pós-instalação,
Revisão e aprovação Apresentar relatórios anuais 1-25
dos relatórios.
1 -20
M&V PARTE 2: AVALIAÇÃO
DE RISCO E ALOCAÇÃO DE
RESPONSABILIDADES

1-26
DEFINIÇÃO DA ECONOMIA

A economia de energia = UsoBaseline - UsoPós-retrofit

Ações
Baseline instalado aqui Linha de base ou base ajustada

economia
desempenho medido ou calculado

1-27
tempo
DEFINIÇÃO DA ECONOMIA

A economia de energia = UsoBaseline - UsoPós-retrofit

A economia de energia = (UsoBaseline  Ajustes) - UsoPós-retrofit


Logo:
Economia $ = (custo unitário) . (Economia de Energia)

Ações
Baseline instalado Linha de base ou base ajustada
aqui
economia
desempenho medido ou calculado

1-28
tempo
CALCULANDO ECONOMIA

 Há dois componentes para a economia de energia e


utilização de energia:
 Taxa de utilização de energia (desempenho)
 Horas de utilização (uso)

 O consumo de energia é o produto dos dois.

 A redução da taxa de utilização de energia e / ou o


número de horas reduz o consumo total de energia. 1-29
DESEMPENHO E USO: IDEAL

Pós-retrofit Baseline
p Uso de Energia
o Melhor Desempenho
t
ê
n
Redução do
c horário de
i funcionamento
a
k 2 -26
W Horas por ano
TIPOS DE RISCOS
Desempenho Uso Financeira Incertezas

 As economias de energia são baseadas em:


 Desempenho
 Uso

 Enquanto a redução de custos são baseados em:


 elementos financeiros
 Incerteza na economia de energia

1-31
DESEMPENHO DE RISCO
Desempenho Uso Financeiro Incerteza

 O desempenho pode ser comprometido pela má


concepção ou implementação.

 Desempenho do equipamento pode mudar ao longo


do tempo devido à degradação e / ou práticas
inadequadas de O & M.

 Esses são fatores que o executor normalmente


controla (mas nem sempre).
1-32
USO DE RISCO
Desempenho Uso Financeiro Incerteza

 Uso pode ser definido como:


 Horas de funcionamento (iluminação, equipamentos)
 Ocupação ou programações
 Aquecimento e arrefecimento cargas (e valores nominais)
 Clima
 Produção

 Esses são fatores que o cliente controla.

1-33
RISCO FINANCEIRO
Desempenho Uso Financeiro Incerteza

 A economia de energia deve ser convertida em


redução de custos.
 Quais são as tarifas de energia vão ser usadas?
 Como eles podem mudar ao longo do tempo?
 O que outras economias serão reivindicadas?

1-34
RISCO INCERTEZA
Desempenho Uso Financeiro Incerteza

 Economias reivindicadas são sempre estimativas porque


economia não pode ser medida.
 A incerteza é introduzida através de:
– Medição e erro de modelagem
– O erro de amostragem
– Simplificando as suposições

 Esses fatores são inerentes à M&V.


 A incerteza pode ser reduzida, mas não eliminada.

1-35
DESEMPENHO E USO: REAL

Pós-retrofit Uso de Energia Baseline Uso de Energia


P
o Melhor Desempenho
t
ê
n
c Redução do
i horário de
funcionamento
a
k
2 -32
W Horas por ano
INCERTEZA ECONOMIA: GRANDE
Desempenho Uso Financeiro Incerteza
Savings

Estimated
Guaranteed

1 3 5 7 9
1-37
INCERTEZA ECONOMIA: PEQUENAS

Desempenho Uso Financeiro Incerteza


Savings

Estimated
Guaranteed

1 3 5 7 9
1-38
EQUIPAMENTOS DE DESEMPENHO
Desempenho Uso Financeiro

 Desempenho do equipamento é afetado pelo projeto e


pela manutenção a longo prazo.

 Quem é que vai conduzir a manutenção a longo prazo?


 Como será o desempenho a longo prazo ser verificado?

1-39
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
Desempenho Uso Financeiro

• O consumo de energia e economia de flutua com


horário de funcionamento de equipamentos e
instalações.
 Se o cliente reduz o horário de funcionamento e a
economia, é o executor o responsável?
 Se o cliente aumenta o horário de
funcionamento, as contas de serviços públicos
vão aumentar. A economia vai aumentar ou
diminuir?
1-40
CARGA
Desempenho Uso Financeiro

 O cliente pode fazer alterações que afetam as cargas


(por exemplo, ar condicionado adicional).

 Se as cargas aumentam e aumentar a economia,


quem se beneficia?
 Se as cargas e a economia diminuirem, que é o
responsável?

1-41
CARGA
Desempenho Uso Financeiro

 Como é que se estima uma economia se:


 O cliente adiciona ou remove cargas?
 Adiciona espaço do edifício?
 Remove os espaços do edifício?
 Alterações de configurações termostato?

1-42
CARGAS CONSTANTES

P
Pagamentos economia
a
Baseline Executor cliente
g
a Energia Energia
m (De sistemas
Reduzida Reduzida
e afetados)

n
t Outras Outras Outras
o cargas cargas cargas
s
2 -39
CARGAS AUMENTAM

P Pagamentos economia
a Executor cliente
g Baseline
Energia Energia
a Reduzida Reduzida
m (De sistemas
e afetados)

n
Outras Outras
t Outras cargas cargas
o cargas
s
2 -40
CLIMA
Desempenho Uso Financeiro

 Ninguém controla o clima.


 Como deve ser a linha de base ajustada para as condições
climáticas?
 O que acontece nas estações mais amenas quando
economia prometida pode não se concretizar?
 O que acontece em épocas de climas severos?

1-45
CLIMA

Desempenho Uso Financeiro


economia pode ser ajustada para
condições de clima mais ameno.
e Real
c Estimativa
o
n Garantida
o
m
i
a 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 2 -42
Contrato Ano
CLIMA
Desempenho Uso Financeiro

 Típicos procedimentos de normalização:


 Regressão linear.
 Simulação de edifícios.

 Fontes de dados meteorológicos:


 Ano de Meteorologia típica.
 Sites governamentais de dados meteorológicos

1-47
OS PREÇOS DA ENERGIA
Desempenho Uso Financeiro

 Os preços da energia flutuam. Em um contrato de


longo prazo, como é que a energia poupada será
valorizada?
 No valor atual fixado para o contrato?
 As taxas reais que variam ao longo do tempo?
 Em taxas fixas que corrigidas pela a inflação?

1-48
OS PREÇOS DA ENERGIA
Desempenho Uso Financeiro

Savings with Constant Energy Prices


$200,000
Energy Costs

$150,000

$100,000 $40,000 $40,000

$50,000
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2-49
2016
OS PREÇOS DA ENERGIA

Desempenho Uso Financeiro

Energy Costs Increase by 50% in Year 2


$200,000
Energy Costs

$150,000 $60,000

$100,000 $40,000

$50,000
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
2-50
OS PREÇOS DA ENERGIA

Desempenho Uso Financeiro

Energy Costs and Savings at 3% Inflation


$200,000
Energy Costs

$150,000 $62,000

$100,000 $40,000

$50,000
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 20162-51
CUSTOS DE M&V
Desempenho Uso Financeiro

 Necessidade de equilibrar o rigor M&V, com risco do


projeto.
 Normalmente, custos típicos de M&V de 3% a 15% do
custo de capital e custos anuais de 3 a 15% da
economia.

1-52
REFERÊNCIAS

 FEMP - Stetz Marcos, P.E., Especialista em


M&V, www.doe.gov

 PIMVP - Protocolo Internacional de Medição e


Verificação de Desempenho - www.evo.org

1-53

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