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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Aluna: Beatriz Silva Soares Matrícula: 20210018140

Resenha do filme Mauá, O Imperador e o Rei

O filme Mauá, O Imperador e o Rei conta sobre a vida de Irineu Evangelista de Souza,
empresário brasileiro popularmente conhecido como Barão de Mauá, que marcou a história do país,
inaugurando uma era de crescimento econômico urbano nunca visto, por meio do ramo empresarial.

Irineu começou a trabalhar pela primeira vez como caixeiro, em uma oportunidade ofertada por
seu tio Batista, desde muito cedo o Barão apresentava características perfeitas para empreender, com
uma perspectiva liberal e visionária sobre gestão de negócios. Foi com seu tio para o Rio de Janeiro,
onde começou a trabalhar em um armazém da marinha mercante no qual acontecia atividades
relacionadas ao tráfico de escravos. No armazém sua função era a de supervisionar um escravo chamado
Valentim, nessa época fica evidente que Irineu possuía um ideal abolicionista.

É importante destacar que no contexto da época a Inglaterra pressionava para que o tráfico de
escravos chegasse ao fim, em função do temor aos ingleses, escravos foram jogados ao mar, causando
um grande prejuízo, o que fez Seu Pereira elevar Irineu a cobrador de seus devedores. Nessa nova
função, conhece o Sr. Carruthers, que faz o convite para Irineu trabalhar em sua empresa, onde começa
a adquirir conhecimento empresarial britânico, além de comércio exterior e padrões altamente liberais
para administrar. Logo depois Irineu compra Valentim e o presenteia com um par de sapatos,
demonstração feita como forma de mostrar que o escravo estava livre, também convidou Valentim para
trabalhar para ele, com a condição do mesmo parar de beber.

O tempo todo no filme é ressaltado que o Barão tem uma posição completamente abolicionista.
Como quando foi apoiador a promulgação da lei Eusébio de Queiros, causando com que os
investimentos aplicados em escravos fossem transferidos para as empresas, originando assim diversas
industriais, por volta de quatorze bancos, também como a criação de companhias de seguros e
transportes coletivos. Ademais, Irineu conseguiu resgatar as ações que havia comprado de Seu Pereira
com o Banco do Brasil. Devido a tudo isso, ele acumulou uma grande quantia de dinheiro e fez fortuna,
passando a ter influência sobre os bancos da época. É essencial frisar que o Barão foi contra a Guerra
do Paraguai e acabou se tornando deputado pela Província do Rio Grande do Sul em várias legislaturas.

Em 1846, adquiriu um estabelecimento de caráter industrial na Ponta de Areia no Rio de Janeiro,


onde era realizado construção naval e fundição de bronze e ferro. Além disso, foi responsável pela
construção de estradas de ferro (foi um feito dele a primeira ferrovia brasil), bancos, navios, a iluminação
do Rio de Janeiro e a instalação, até o continente europeu, de cabos submarinos de telégrafo, foi quando
se tornou Visconde de Mauá. Em determinado momento, Mauá se introduz na maçonaria, onde
conseguiu certa sustentação e apoio para seguir seus ideais liberais.
Foi nesse contexto de impressionante atividade econômica que foi aprovada a lei n. 556, de 25
de junho de 1850. Denominado Código Comercial, constituiu parte da conjuntura do processo de
estabilização do Estado brasileiro. O ato regulava o profissional que era comerciante e as atribuições
comerciais, assim como fixou garantias para a concretização das atividades comerciais e estabeleceu um
dispositivo burocrático especialmente desenvolvido para os tribunais, causas mercantis e juízos
comerciais. A comissão para aprovação do projeto tinha sido formada várias vezes antes, mas só foi
aprovada de fato em 1848, integrada por Irineu Evangelista de Sousa, dentre outros, que finalmente
aprovaram o conteúdo em 1850.

Por fim, pode-se chegar à conclusão que o Barão de Mauá não só foi vital para o
desenvolvimento econômico e urbano do país, como também para a mentalidade empresarial de
inovação e ousadia, assim como para a institucionalização de um código comercial que deixaria para
trás a tradição colonial no Brasil.

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