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TEORIA DA PENA Profª Marcela Siqueira

Miguens
TEORIA DA PENA

 Sistema inquisitivo

• Prisão  natureza processual

• Penas corporais

• O espetáculo da punição: o suplício como afirmação do poder do soberano


TEORIA DA PENA

• Século XV – mudança nos métodos de punição

Mercantilismo: necessidade de força de trabalho (galés, degredo, trabalhos forçados)

• Primeiras “casas de correção” – século XVI (Inglaterra e Holanda)


Reservas para expansão do mercado

• Correção de infratores aptos para o trabalho  força de trabalho dos “indesejáveis”


TEORIA DA PENA

• Modelo prisional reeducacional e ressocializador: origens

• Inglaterra
House of correction – 1553

•Holanda (1596)
Rasphuis
Spinhuis
TEORIA DA PENA

• Galés

• Carta dirigida ao promotor público do Parlement de Paris (21 de fevereiro de 1676)

“... desde que Sua Majestade necessita urgentemente de homens para fortalecer sua
tripulação de remadores... que devem ser enviados em fins do próximo mês, Sua
Majestade incumbiu-me de dizer que Ele deseja que dês os passos necessários em Seu
nome para que tenhamos os criminosos julgados rapidamente.”
TEORIA DA PENA

• Transição entre penas corporais e penas de prisão – século XVIII

• Ideia de reforma do condenado por meio de trabalho intenso e ininterrupto

• Instrução religiosa
TEORIA DA PENA
 Escola Clássica do Direito Penal

• Iluminismo

•Base contratualista

•Pena  reparação de um dano decorrente da violação do contrato

•Ideia de que a sociedade, organizada de acordo com a Razão, melhoraria indefinidamente


TEORIA DA PENA

 Escola Clássica do Direito Penal

• Bentham – Inglaterra

• Feuerbach – Alemanha

• Beccaria – Itália
TEORIA DA PENA
 Escola Clássica do Direito Penal

O Panóptico (...) permite aperfeiçoar o exercício do poder. E isto de várias, maneiras: porque
pode reduzir o número dos que o exercem, ao mesmo tempo que multiplica o número daqueles
sobre os quais é exercido (...) Sua força é nunca intervir, é se exercer espontaneamente e
sem ruído (...) Vigiar todas as dependências onde se quer manter o domínio e o controle.
Mesmo quando não há realmente quem, assista do outro lado, o controle é exercido. O
importante é (...) que as pessoas se encontrem presas numa situação e poder de que elas
mesmas são as portadoras (...) o essencial é que elas se saibam vigiadas.” (g.n.)

Michel Foucault, Vigiar e Punir


SISTEMAS PENITENCIÁRIOS:
ORIGENS
1) Sistema Pensilvânico ou Filadélfico
Filadélfia (1790), prisão de Walnut
Sistema baseado no isolamento e no silêncio

2) Sistema Auburniano
Auburn, Nova Iorque (1816)
Presos divididos em categorias. Sistema de isolamento (mais ou menos rigoroso de
acordo com o caso)
Passou-se a permitir o trabalho comum sob absoluto silêncio (silent system)
SISTEMAS PENITENCIÁRIOS:
ORIGENS
3) Sistema Progressivo

a. Sistema de marcas ou pontos (mark system)


Alexander Maconochie (1838), Austrália. Proposta de que a duração da condenação
fosse vinculada a uma quantidade de trabalho a ser realizada pelo preso. Liberdade
condicional.

b. Sistema irlandês
Walter Crofton (1854), Irlanda. Aperfeiçoamento do sistema anterior. Preparação do
recluso para o retorno à liberdade plena. Período intermediário entre prisões e
liberdade condicional, em estabelecimento distinto.
SISTEMAS PENITENCIÁRIOS:
ORIGENS
3) Sistema Progressivo

b. Sistema de Montesinos
Manuel Montesinos e Molina (1835), Valência. Estabelecimento de um poder
disciplinar racional, fundado na consciência e no estímulo à formação da
autoconsciência do detento.
Eliminação dos castigos corporais e do sistema celular, estabelecimento de trabalho
remunerado.
TEORIA DA PENA

• Injusto penal  consequência jurídica

• Sanção Penal
– Pena
– Medida de segurança
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

• Princípio da intranscendência da pena

Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido; (CF)
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

• Princípio da individualização da pena

Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos; (CF)
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

• Direitos dos presos e das presas

Art. 5º, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com
a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação; (CF) – entre outros
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

• Penas proibidas

Art. 5º, XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis; (CF)

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