Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXECUÇÃO PENAL
AULA 1
O poder punitivo
4
TEMA 2 – SISTEMAS DE CUMPRIBILIDADE PENAL
5
2.2 Sistema da Pensilvânia ou Filadélfia
6
lateral, só se podendo fazer comunicação no sentido vertical.
(Foucault, 2001, p. 200)
A princípio o trabalho foi regido por uma empresa privada, mas o sistema
foi alterado posteriormente, passando o Estado a fiscalizar o trabalho e repassar
as vendas para a empresa privada (Muraro, 2017, p. 48).
O modelo acabou sendo adotado por outros estados dos Estados Unidos
tendo em vista o bom resultado apresentado em relação ao modelo da Filadélfia.
Isso porque a ideia era a de que o cumprimento da pena poderia “melhorar” o
apenado, com a crença de que o trabalho poderia ressocializá-lo, pois o moldaria
de acordo com os interesses sociais (Muraro, 2017, p. 49).
7
adaptados para receber os criminosos, mas que eram alheias ao pretendido no
Brasil Império (Araújo, 2007, p. 149).
Em 1981 foi fundada a Sociedade Defensora da Liberdade e
Independência Nacional, a qual apresentou um projeto de Casa de Correção
inspirado no modelo pan-óptico, antes estudado com o objetivo de se ter total
controle sobre o encarcerado. Contudo, o projeto era caro e não foi viável no
Brasil Império (Araújo, 2007, p. 150).
Assim, somente em 1833, durante o Governo Regencial, é que uma nova
Comissão da Sociedade Defensora conseguiu encontrar um local para
construção de uma Casa de Correção da Corte, no modelo de prisão com
trabalho, iniciando as obras no ano seguinte (Araújo, 2007, p. 150).
Essas casas de correção, construídas a partir do final do século XIX no
Brasil, tinham os modelos dos Estados Unidos e da Europa, em que a pena
corporal não era mais aplicada para submeter o criminoso à pena privativa de
sua liberdade, sendo que a Casa de Correção da Corte adotou o modelo de
Auburn (Muraro, 2017, p. 71).
Em 1862, Dom Pedro II visitou a Penitenciária da Corte, a casa de
correção antes mencionada, com o Chefe de Polícia e o Ministro da Justiça, e
fez um relato em seu diário destacando que havia um grande atraso no setor de
apontamentos, havendo um atraso no registro de fornecedores e que o livro de
matrículas dos presos sequer havia sido aberto naquele ano. Registrou que
conversou com os detentos, ouviu as suas queixas, sentiu mal cheiro, presenciou
doenças e se insurgiu contra a mistura de jovens com adultos. E a visita não foi
sem propósitos, mas sim para ver aquilo que os jornais da época já vinham
denunciando (Muraro, 2017, p. 71).
Também foram inauguradas Casas de Correção em São Paulo (1852),
Porto Alegre (1855), Casa de Prisão e Trabalho em Salvador (1861), as quais
recebiam não somente os criminosos, mas os menores infratores, vadios,
escravos e africanos livres (Muraro, 2017, p. 73-74).
No Brasil, portanto, as prisões surgiram como forma de controle social
voltadas aos escravos libertos e dos pobres, garantindo a segurança dos
brancos das elites. Ainda que afirmassem buscar a recuperação dos presos, as
prisões não tinham condições de garantir que isso acontece, ante a situação
degradante a que submetiam os seus internos (Muraro, 2017, p. 74-75).
8
Situação que, mais adiante, veremos não ter sido muito alterada nos dias
de hoje.
9
Este Código já passou a tratar de alguns dos elementos do cumprimento
da pena no capítulo intitulado “Das penas e seus effeitos; da sua applicação e
modo de execução” (Brasil, 1890).
Na legislação atualmente vigente no Brasil, deve-se considerar,
especialmente, as previsões da Constituição de 1988 acerca das penas e da
preservação da integridade física do condenado, vejamos:
10
O princípio da legalidade é o corolário do direito, sendo que na execução
penal deve-se observar, especialmente, o fato de que não há pena sem lei
anterior que a defina, de modo que não há execução da pena sem lei (Brito,
2018, p. 64).
Também se deve pensar que a o princípio da legalidade deve ser
observado em relação às garantias e às restrições aplicadas ao preso, não se
podendo aplicar exceções que fujam à regra legal, como, por exemplo, criar
restrições ao condenado que não estejam previstas em lei.
Deve-se observar o princípio da humanidade que “pressupõe uma
execução humana e responsável”, considerando as particularidades do
executado, como a sua personalidade, propondo uma pena humanizada no
intuito de permitir que ele volte ao convício social (Brito, 2018, p. 65).
Pode parecer óbvio nos dias atuais, mas em algum momento da história
foi necessário dizer e prever na lei que a pena não deve proporcionar ao
condenado tratamentos avessos ao senso de humanidade (Brito, 2018, p. 65).
O princípio da isonomia tem como ideia a vedação de concessão de
privilégios ou restrições aplicadas indiscriminadamente aos presos, por questões
de origem social, racial ou política. A igualdade é subjetiva nesse caso, pois a
cada preso ou condenado deve-se garantir os elementos inerentes à sua
individualização da pena (Brito, 2018, p. 66).
O princípio da individualização da pena prega que a pena a ser
aplicada ao agente deve atender a sua personalidade e aos seus antecedentes
criminais. Inclusive, a individualização da pena está prevista na Constituição de
1988, no art. 5º, inciso XLVI, cujo texto aduz que: “XLVI – a lei regulará a
individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: [...]” (Brasil,
1988).
12
O nosso ordenamento jurídico vigente somente permite a prisão civil
daquele que não realiza o pagamento de pensão alimentícia, hipótese em que o
juiz da causa alimentar poderá determinar a expedição de mandado de prisão
civil em desfavor do devedor.
O artigo 201 da LEP determina que no caso de inexistência de local
específico para cumprimento de prisão civil, o preso deverá ser encaminhado à
Cadeia Pública, razão pela qual se estendem a esse preso as previsões da lei
de execução penal.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
13
Tema 3: Fontes legais da execução penal no Brasil: o estudo demonstrou
que o Brasil desde a época colonial já pensava em relação aos agentes
que praticavam crimes. O estudo passou pelas legislações do Brasil
Império e da República Velha, até que chegamos a Lei de Execução Penal
e as previsões do texto da Constituição de 1988.
Tema 4: Princípios da Execução Penal: apensar de serem diversos os
princípios que regem a execução penal atualmente no país, o estudo
focou os princípios de legalidade, humanidade, isonomia, individualização
da pena, devido processo legal e ampla defesa e contraditório.
Tema 5: Sujeitos passivos da Lei de Execução Penal: por fim, foram
estudados os diversos tipos de prisões em que se aplicam as previsões
da Lei de Execução Penal, destacando as principais características de
cada caso.
Sugirimos, por fim, que assista aos vídeos da aula e tenha bons estudos!
14
REFERÊNCIAS
15