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CURSO DE GRADUAÇÃO BACHAREL EM DIREITO

DISCIPLINA TEORIA GERAL DO DIREITO

VIGIAR E PUNIR
MICHEL FOUCAULT

ANA CAROLINE LEITÃO


DAVI RICARTE BEZERRA
LUANA NUNES COSTA
SAMELA FERNANDA SENA ALVES
YAMILLI ARAÚJO

Boa Vista
2022
ANA CAROLINE LEITÃO
DAVI RICARTE BEZERRA
LUANA NUNES COSTA
SAMELA FERNANDA SENA ALVES
YAMILLI ARAÚJO

VIGIAR E PUNIR
MICHEL FOUCAULT

Trabalho apresentado ao Professor Mauro


José do Nascimento Campelo, para a
Segunda Avaliação Continuada da
disciplina Teoria Geral do Direito, da
turma 1C, turno noturno do curso de
Bacharel em Direito.

Boa Vista
Março de 2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. PARTE I - SUPLÍCIO 4
3. CAPÍTULO I 4
4. PARTE II - IDEOLOGIAS JURÍDICAS 5
5. PARTE III - PRINCIPAIS MODELOS DE IDEOLOGIA JURÍDICA 7
6. PARTE IV -SOCIOLOGIA E DIREITO 9
7. CONCLUSÃO 9
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 10
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1. INTRODUÇÃO

O livro é escrito pelo autor Michel Foucault, Que foi um filósofo,


historiador das ideias, nascido em Poitiers, França, Estudou no Lycée Henri IV
e em seguida na École Normale Supérieure, em Paris exercendo grande
influência sobre os intelectuais contemporâneos, o autor escreveu a obra no
período da era industrial. O grande sucesso de Michel remete ao pensamento
sociológico e jurídico, juntando ideias dos pensamentos no direito moderno e
do poder moderno também, remetendo a cada espaço das relações no interior
da sociedade, tanto como questões de desigualdade que consequentemente
causou problemas como a exclusão de certas classes sociais, aumento da
insegurança, vandalismo dentre demais outros problemas. O autor caracteriza
também a forma institucional da prisão, dividindo o livro em quarto partes:
suplício; Punição; disciplina e prisão, a obra apresentada por ele teve grandes
influências em intelectuais, políticas, activistas sociais e artistas também,
apresentando as técnicas que estão por trás de cada complexo de
procedimentos punitivos desde os suplícios, usualmente praticados em meados
do século XVI, até o surgimento e consolidação das organizações prisionais
como instituições legítimas do sistema penal, a partir do século XVIII, a obra
remete também a complexibilidade do processo histórico em questão, e as
dinâmicas sociais envolventes, análises e saberes das manifestações dos
discursos em meio a sociedade.

2. PARTE I - SUPLÍCIO

"Na Praça de Greve, e sobre um patíbulo que aí será erguido,


atenazado, nos mamilos, braços coxas e barrigas das pernas, sua mão direita
segurando a faca com que cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de
enxofre e às partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido,
óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos conjuntamente e a
seguir ser corpo será puxado por quatro cavalos e seu membros e corpo serão
consumidos ao fogo".

É a partir daí que Foucault vai começar a análise dele. Depois de


descrever esse estilo penal do Suplício, ele vai descrever um pouco de como
era a pena da casa de jovens detentos de Paris, colocando suas rotinas,
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diferenciando o estilo penal do Suplício e o estilo penal de privação da


liberdade. Descreve-se, então, essa passagem dessas duas formas de pena
como "para justiça penal uma nova era", colando que antes a pena se dava
sobre o corpo físico, e agora buscava atingir a alma dos condenados. Isso se
dá um pouco através do Iluminismo, que é aquela filosofia fundada também
nessa função do século XVIII e XIX que previa uma humanização da pena.

No segundo capitulo,mostrar qual motivo de ser tão importante para


essa prática de invasão do corpo que fosse realizada em praça pública, em
cima de um patíbulo, e porque era importante que as pessoas vissem o poder
que estava sendo exercido sobre o corpo do criminoso.

"O próprio excesso das violências cometidas é uma das peças de sua
glória". Então se vê que não se busca apenas a morte, se busca a humilhação,
o sofrimento físico”.
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3. PARTE II - PUNIÇÃO
O primeiro capítulo relata sobre as penas moderadas e proporcionais ao
delitos e que a morte só deve ser imposta contra os culpados assassinos.
Desde o fim o século XVII, com efeito nota-se uma diminuição considerável dos
crimes de sangue e de modo geral das agressões físicas. Modifica-se, enfim, a
organização interna da delinquência.

Dessa forma, Michel diserta sobre a mudança da forma de punição e


trata sobre os protestos contra os suplícios durante o século XVII., Pois os
cidadãos da época passaram a acreditar que a justiça criminal deveria punir o
criminoso e não apenas se vingar dos condenados. Diante desse cenário,
houve uma transformação nos tipos de crimes, passaram de agressões e
homicídios a crimes patrimoniais, em decorrência do ápice de crescimento
econômico e a vaolrização dos bens.

No capítulo seguinte, o autor considera que ele deve encontrar um


castigo proporcional à transgressão, com o objetivo de criar uma consequencia
desvantajosa demais que não valha a pena cometer o crime. Assim, a punição
perfeita será transparente ao crime que sanciona: para quem a contempla, ela
será infalivelmente o sinal do crime que castiga e para quem sonha com o
crime, a simples ideia do delito despertará o sinal punitivo.

Existem as seis condições dos sinais-obstáculos, são elas: Pouco


arbitrário que dizia que a punição ideal será transparente ao crime que
sanciona; Mecânica das forças diz que toda pena deve ser um pouco mais forte
que o crime cometido; Modulação temporal supõe que sempre deve haver uma
forma de passar regimes mais brandos; Culpado é apenas um dos alvos do
castigo. Que os castigos possam ser vistos como uma retribuição que o
culpado faz cada um de seus concidadãos pelo crime com que lesou todos;
Publicidade da punição considera que o suporte do exemplo, é a lição, o
discurso, o sinal decifrável, a encenação e a exposição da moralidade pública.
Não é mais a restauração aterrorizante da soberania que vai sustentar a
cerimônia do castigo, é a reativação do Código, o reforço coletivo da ligação
entre a idéia do crime e a idéia da pena; e por fim, Apagamento da glória do
crime, é pressuposto que tem sua glória devidoa atitude se opor ao rei, que
massacra e oprimi a todos..
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4. PARTE III -DISCIPLINA

No capítulo Corpos Dóceis, começa analisando a primeira imagem que


se tem desse adestramento dos corpos dos soldados que logo na segunda
metade do século XVIII o soldado de tornou algo que se fabricava.

Mesmo que sempre houvesse o controle da história da sociedade,


Foucault vai declarar que nesse momento, o controle vai se dar sobre os
detalhes, sobre a mecânica dos gestos, quando se deve erguer ou abaixar o
braço, quando se deve dormir, como se deve comer e pra que se deve fazer
isso. É uma economia que se dá sobre o corpo, onde a disciplina se torna
dominação, então é necessário disciplinar esses corpos para que se possa
dominar essas forças e utilizá-las na produção de bens.

- A arte das distribuições:


Nesse caso, as distribuições descritas são relacionas ao espaço. Como
se dividirá as pessoas em um ambiente para que não haja conflitos ou
atritos.
Dentro disso, existem alguns aspectos que ajudam nessa distribuição,
que são: A cerca, propriedades, muros, separações que precisam se
diferenciar do "ar livre"; a necessidade; a funcionalidade dos espaços e
o quarto e último aspecto que o livro traz é que isso tudo, o cercamento,
a dominação dos corpos e por fim a funcionalidade desses espaços, vão
servir para que seja criada uma rede de relações.
- Organização das gêneses:
No livro, ele fala a expressão "aprendizagem corporativa". Há,
primeiramente, a ideia de uma indústria/ uma corporação, mas
analisando mais a palavra "corporativa" etimologicamente, corpo mais o
ativo, começa a perceber que essa aprendizagem começa muito antes
de entrar o mercado de trabalho, essa aprendizagem que vai falando
pro corpo qual é a função dele e o que o será exigido, começa em casa,
na escola, no ambiente familiar e etc.
O autor remete a vários aspectos, a correção disciplina dentro do âmbito
jurídico no decorrer do segundo capítulo. Que se refere a um poder de como
“dominar” tudo o que está submetido a multidões confusas, já que a disciplina é
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uma técnica aos indivíduos que ao mesmo tempo são como objetos, como
também são os instrumentos do seu exercício.
A vigilância hierárquica é o olhar no qual os meios de coerção
claramente visíveis são aplicadas. Ou seja, são observatórios humanos, são
técnicas nas quais induzem os efeitos e poderes, poderes que se aplicam
sobre homens de armas, outros métodos como o “acampamento” também
foram utilizados, a arquitetura também, que a partir daí não é mais feita
somente para ser vista, mas também para um controle articulado e detalhado.
Graças a vigilância hierárquica, o poder disciplinar torna um sistema “integrado”
que é ligado a vários fatores.
Já a sanção normalizadora é um conjunto de sistemas disciplinares.
Sendo responsável por penalizar, com suas próprias leis, com a disciplina
trazendo maneiras específicas de punir e havendo também o castigo disciplinar
que apresenta-se como aprendizado intensificado do sistema disciplinar, que
muitas vezes enaltece as punições vindas diretamente do exercício. E a divisão
dentro das classificações tem um duplo papel, hierarquizar as qualidades e
também castigar e recompensar, já o poder da norma é aquele que se
estabelece como um sistema de igualdade, com princípios de coerção no
ensino, criações de escolas normais e etc.
O exame é um controle que também permite classificar e punir,
reunindo todo aquele poder e a demonstração de força, o exame inverte
também a economia da visibilidade no exercício do poder; faz também a
individualidade entrar em um campo documentário, e remete como um tempo
ritual e “científica” de todas as diferenças individuais.
5. PARTE IV -PRISÃO
No primeiro capítulo, Foucault afirma que a prisão se utiliza da privação
de liberdade como um ideal de transformação técnica do indivíduo. Ela deve
ser executada como uma ordem correta a ser para a correção e controle sobre
aqueles que não se conformam ao sistema - capitalista-industrial - em que
vivem.

A instituição prisional fomentaria a sanção do indivíduo a qualquer custo,


utilizando da exaustão para atingir seu objetivo principal: a alteração dos
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condenados. Dado que, mesmo após um julgamento imparcial-justo, dentro do


cárcere ainda haveria o despotismo.

O autor aponta os dois princípios técnicos: o isolamento e o trabalho.

1. O isolamento é em relação ao mundo exterior e entre os prisioneiros,


para não haver uma construção de vínculo um com o outro. Ademais, é
também, um instrumento punitivo pois, naquela sociedade capitalista, a
liberdade é considerada um bem e ao infligir sobre o infrator a solidão e
a reclusão é obtido, em tese, um remorso àquilo que gerou a punição: o
delito. Destaca-se, também, o ideal de que a solidão é a primeira
condição para submissão humana.
2. O trabalho surge como um meio de impor a ordem e impedir que haja
ócio. Pois, segundo ele, essa seria uma das fontes para a corrupção do
detido. Desse modo, o afazer é utilizado como um serviço mas também
como uma idealização de método alternativo de vida para a pessoa.

Em seguida, no segundo capítulo, o autor comenta sobre como as


técnicas de punir evoluíram e em como a população reage ao apenado. Essa
relação agrega na glamourização do cárcere e na heroicização do detento,
como certos indivíduos passaram por injustiças durante o processo "jurídico" e
por conseguinte são vistos como heróis.

Além disso, ele retoma a ideia das prisões não serem legitimamente
para promover punição, mas sim para condicionar e treinar os corpos rebeldes
em mão-de-obra industrial produtora do mais valor. Assim, é caracterizado as
problemáticas prisionais, como: A não diminuição da criminalidade; A alta
reincidência dos crimes, pois ao sair da cadeia o ex-detento se vê sem uma
ressocialização social eficiente e então volta a cometer delitos para sobreviver.
E, por último, o paralelo de como a prisão é uma fábrica de delinquentes, uma
vez que o condenado ingressa na instituição, por exemplo, por causa de um
furto e, ao final da pena, possui conhecimentos para cometer delitos mais
graves.

Com isso, é identificada a ordem de eficiencia modelo: As setes


máximas da boa convivência penitenciaria

1. Principio da correção: Adestrar o comportamento;


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2. Princípio da classificação: separar os tipos de penas em espaços


divergentes;

3. Regime progressivo: semear esperança do fim da penalidade;

4. Educação do penalizado;

5. Trabalho penal: não só um dever, como também um direito;

6. Controle técnico da detenção: a vigilância deve ser técnica e


especializada;

7. Princípio das instituições anexas: promoção de suporte pós retenção, a


fim de dar alternativas de sobrevivência além da delinquência.

CONCLUSÃO
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A obra possui grande valor para o direito penal, haja vista as explicações
detalhas desobre as punições e a pena como um meio coercitivo e de controle
humano pela perspectiva histórica e filosófica.

O autor finaliza em dizer como há contradição entre a realidade


prisional e seu modelo. porquanto o idealizado foi projetdo para reprimir e
atenuar a marginalidade, entretanto, a realidade serve apenas para manter
esse sistema em um ciclo inquebravel.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: Nascimento da prisão. 20. ed.


Petrópolis: Vozes, 1999. 348 p.

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