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FARMACOTERAPIA

FARMACOCINÉTICA CLÍNICA

Ramo da Farmacologia que estuda o movimento dos fármacos no


organismo considerando os processos de absorção, distribuição,
biotransformação e excreção dos fármacos. A farmacocinética clínica relaciona
os efeitos farmacológicos de um fármaco a uma concentração alcançável do
fármaco no sangue ou no plasma, traçando assim, uma relação quantitativa entre
a dose e o efeito, como uma estrutura para interpretar as dosagens das
concentrações de fármacos nos líquidos orgânicos.
A importância da farmacocinética no atendimento do paciente se baseia
na melhora da eficácia terapêutica que pode ser obtida pela aplicação de seus
princípios ao escolher e modificar a posologia.
As variáveis fisiológicas e fisiopatológicas determinam o ajuste da dose
para cada paciente em função dos parâmetros farmacocinéticos, como a
depuração, o volume de distribuição, o tempo de meia-vida de eliminação e a
biodisponibilidade.

Depuração

É o conceito mais importante ao se planejar um esquema racional para a


administração prolongada de fármacos. Em um regime terapêutico deseja-se
manter concentrações estáveis de fármacos em uma janela terapêutica segura,
ou seja, associada à uma eficácia terapêutica e a uma toxicidade mínima. Essa
estabilidade será alcançada quando a taxa de eliminação do fármaco for igual à
taxa de administração do fármaco:
velocidade da dose = CL x Css

Em que CL é a depuração da

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circulação sistêmica e Css é a concentração estável do fármaco. Se a
concentração estável do fármaco no sangue ou no plasma for conhecida, o que
irá ditar a taxa na qual o fármaco deve ser administrado, será a taxa de
depuração do fármaco pelo paciente.
A depuração é um conceito extremamente útil na farmacocinética clínica,
em razão do seu valor ser constante para um determinado fármaco, na faixa de
concentração utilizada na clínica. Os princípios de depuração são semelhantes
àqueles da fisiologia renal, como a depuração de creatinina que é definida como
a taxa de eliminação da creatinina na urina relativa à sua concentração
plasmática. Traçando um paralelo, a depuração de um fármaco é sua taxa de
eliminação por todas as vias reguladas pela concentração do fármaco (C) em
algum líquido corporal:

CL = taxa de eliminação / C

Dessa forma, quando a depuração é constante, a taxa de eliminação do


fármaco é diretamente proporcional à concentração do mesmo. A depuração
indica o quanto de volume de líquido biológico (plasma ou sangue) que deverá
ser completamente removido para ser eliminado. Assim, é expressa em volume
por unidade de tempo. A eliminação dos fármacos ocorre como resultado dos
processos renais, hepáticos ou em outros órgãos. Outra importância na definição
de depuração, é a compreensão dos efeitos das variáveis patológicas e
fisiológicas na eliminação dos fármacos, particularmente no que diz respeito a
um determinado órgão.

Volume de Distribuição

O volume é o segundo parâmetro útil ao considerar os processos de


distribuição dos fármacos. O volume de distribuição relaciona a quantidade de
fármaco no corpo com a concentração de

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fármaco no sangue ou plasma (C), dependendo do líquido dosado. Esse volume
necessariamente não se refere a um volume identificado, mas considerado como
volume hipotético de fluido no qual o fármaco deve se dissolver, a fim de atingir
a mesma concentração em que se encontra no plasma.
V= quantidade de fármaco no corpo/ C

O volume de distribuição de um fármaco, portanto, reflete a extensão em


que ele está presente nos tecidos extravasculares. Pode variar amplamente,
dependendo dos graus relativos de ligação às proteínas plasmáticas e teciduais,
do coeficiente de partição lipídica do fármaco. Alguns fármacos têm seu volume
de distribuição alterados em função da idade, do sexo, do peso corporal do
paciente, da hemodinâmica e da presença de doença.

Tempo de meia-vida

É o tempo necessário para as concentrações plasmáticas ou a quantidade


de fármaco no corpo serem reduzidas em 50%. O tempo de meia-vida pode ser
rapidamente determinado e utilizado para tomar decisões sobre a posologia.
Observa-se que esse parâmetro se altera em função tanto da depuração, como
do volume de distribuição. Uma relação aproximada útil entre o tempo de meia-
vida com relevância clínica, a depuração e o volume de distribuição em estado
de equilíbrio (Vss) é dada por:

t ½ = 0,693 x Vss/ CL

A depuração como visto anteriormente, é a medida da capacidade


corporal de eliminar um fármaco, era de se esperar que à medida que a
depuração diminui, devido a um processo patológico, o tempo de meia-vida
aumentasse. Entretanto, na prática clínica observa-se que esse fato só ocorre
quando a patologia não altera o volume de

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distribuição. Por exemplo, o tempo de meia-vida do diazepam aumenta com a
idade, todavia, não é a sua depuração que se altera em função da idade, mas o
volume de distribuição. Embora não possa ser utilizado isoladamente como
indicador para avaliar a eliminação de fármacos, o tempo de meia-vida fornece
um indicação do tempo necessário para alcançar o estado de equilíbrio após o
início ou a alteração de um esquema posológico (ex. quatro tempos de meias-
vidas para obter aproximadamente 94% de um novo estado de equilíbrio), o
tempo de remoção de um fármaco do corpo e meios de avaliar o intervalo
adequado entre as doses.

Biodisponibilidade

Consiste na velocidade e na extensão de absorção de um fármaco a partir


de uma forma de administração. A fração de biodisponibilidade é a fração da
dose administrada que chega inalterada à circulação sistêmica, sendo
considerada para via intravenosa igual a 100% e para outras vias de
administração menor que 100%.
Quando os fármacos são administrados por uma via sujeita a perda por
efeito de primeira passagem*, a velocidade da dose e a dose sofrem alteração.
Dessa forma:

F x velocidade da dose = CL x Css

Onde a velocidade da dose deve ser corrigida pela fração de


biodisponibilidade.
Após a administração de uma dose de um fármaco, seus efeitos mostram
um padrão característico como representado no gráfico concentração versus
tempo da figura 2, em que o início de ação do fármaco é precedido por um
período de atraso, seguido de amplitude

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do efeito que cresce até alcançar o máximo do efeito e depois declínio. Caso não
seja administrado outra dose, o efeito do fármaco desaparecerá. Tal evolução
temporal reflete o que foi descrito anteriormente, as propriedades
farmacocinéticas de cada fármaco, sua absorção, sua distribuição e sua
eliminação.

PRINCÍPIO DO PLATÔ DE ACÚMULO DO FÁRMACO COM DOSES


ORAIS REPETIDAS

FONTE: KD Tripathi, 2006.

A área inferior sombreada representa a administração intravenosa. A área


superior alcançada após alcance do platô da concentração plasmática.
A intensidade do efeito de um fármaco está relacionada com sua concentração
acima de uma concentração mínima eficaz, enquanto que a duração desse efeito é um
reflexo da extesão de tempo, no qual o nível do fármaco está acima desse valor. Tais
considerações se aplicam tanto aos efeitos terapêuticos desejados, como os efeitos
adversos dos fármacos. Dessa forma, cada fármaco possui uma faixa terapêutica de
concentração eficaz sem toxicidade inaceitável, relação essa denominada janela
terapêutica.
O índice terapêutico constitui uma
medida da margem de segurança de um
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fármaco. É expressa numericamente como uma relação entre a dose do fármaco
capaz de causar letalidade (dose letal 50) em 50 % da população e a dose que
proporciona efeito terapêutico desejado em 50% da população (dose eficaz 50).
O conhecimento deste índice para cada fármaco proporciona uma medida
de segurança na utilização de fármacos, como digoxina e lítio que possuem
baixo índice terapêutico. A margem de segurança é tanto maior quanto maior é
o valor do índice, sendo extremamente reduzido e, portanto muito perigoso o
consumo do medicamento quando o valor se aproxima a 1.

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