LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento VI

Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

LEI N. 10.826/2003 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO VI

A posse irregular de arma de fogo consiste em arma, munição ou acessório

na casa ou na empresa do cidadão sem certificado de registro.

Atenção!
A abolitio criminis temporária foi um período em que o Estado brasileiro permitiu
que pessoas que possuíssem arma em casa sem certificado de registro
buscassem a regularização dessas armas de fogo.

A abolitio criminis temporária acabou em 31 de dezembro 2009; ela defende

apenas posse, e não porte; e existe presunção de boa-fé. O que existe ainda no
Brasil é a possibilidade de o cidadão entregar a uma delegacia de polícia a arma
que possui em casa.

“Abolitio criminis temporária” (STJ)

2003 23/10/05 31/12/09

Permitido Permitido
ou Restrito

Nessa fase de abolitio, se uma arma fosse encontrada na casa da pessoa

em janeiro de 2009, ela ainda tinha até dezembro do mesmo ano para buscar a
regularização da arma. Sabe-se que, provavelmente, o cidadão não tinha conhe-
cimento da possibilidade desse tempo de regularização, mas o STJ presumia
sua boa-fé, por isso a arma era apreendida, mas o cidadão não precisava res-
ponder pelo posse da arma de fogo.

Há duas fases da abolitio criminis temporária:

1ª fase: protegeu armas de fogo de uso permitido ou restrito;
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2ª fase: protegeu apenas armas de fogo de uso permitido.

Obs.: Lembrar dos requisitos para obtenção do certificado de registro:

• declaração de necessidade;
• ter a partir de 25 anos de idade;
• idoneidade;
• ocupação lícita;
• residência certa;
• aptidão psicológica;
• capacidade técnica.

Atenção!
Na segunda fase da abolitio, em que protegeu apenas o uso de arma de fogo
permitido, não basta que o calibre seja permitido, mas a arma tem que ser
passível de regularização.

EXERCÍCIOS

1. Em 2009, a polícia do Rio de Janeiro localizou uma arma .38, duas pistolas
.380 e vasta munição para essas duas armas. Supondo que a localização da
casa era em uma “boca de fumo”. Nesse caso, alguém seria protegido pela
abolitio criminis temporária?

Comentário
Em tese, tudo estaria protegido pela abolitio, pois à época o armamento
descrito era permitido, porém os integrantes do local não tinham ocupação
lícita e idoneidade, portanto não se valeriam da abolitio.

Obs.: A arma raspada foi protegida pela abolitio criminis até 23/10/2005, pois
sabe-se que arma com qualquer identificador raspado é equiparada a
arma de uso restrito.
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Atenção!
Artefatos explosivos também foram protegidos pela abolitio na primeira fase.

2. No ano de 2009, Fabrício possui dentro de sua casa um revólver .22 mas não
possui certificado de registro nem autorização de porte. Descontente com a
potência da arma, sabendo que o amigo Daniel possui uma arma de calibre
maior em sua casa, Fabrício propõe a troca.

Comentário
Daniel, ao levar a arma para Fabrício em sua casa, cometeu uma conduta extra-
muros, por isso não foi protegido pela abolitio criminis, uma vez que protege
a posse, e não o porte. Ao entregar a arma na casa de Fabrício, este adquire
a .380 e cede o .22, ou seja, pratica as condutas de aquisição e cessão, que
estão previstas no crime de porte.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Fernando Cocito.

ANOTAÇÕES

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