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CENTRO DE FORMAÇÃO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA

Geodiversidade e Geoengenharia do Arquipélago da Madeira


Registo Escrito de Avaliação
Projeto: 002141/2013/124
Curso: 2 Ação: 1
Data: 2 de dezembro de 2013 a 25 de janeiro de 2014
Horário: 14:00 – 18:00 horas (últimos 2 dias + 30m)
2 dezembro: 10:00 – 12:00 horas; 8 e 9 janeiro: 09:00-13:00 horas;
8 e 9 janeiro: 09:00-13:00 horas
10 janeiro: 09:00-11:00 horas; 11 janeiro: 09:00-13:00 e das 14:00-18:00 horas;
18 e 25 janeiro: 09:00-14:00 horas
Duração: 30 horas Créditos: 1.2
Local: Sede do CF/SPM - Calçada da Cabouqueira nº 22 - Funchal
Formador: João Baptista

Título : Aplicação da Pedra Natural no Património


Subtítulo: Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade

Curso cofinanciado por FSE/RUMOS/QREN


Os melhores RUMOS para os Cidadãos da Região Nome dos Formandos:
Helena Dulcínia Gonçalves Camacho
Liliana Guida Severim Martins
Maria Dória Andrade Cardoso
Sumário 1

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 2


12 - 02 - 2014
Objetivos gerais:
- Diversificar as metodologias na apresentação dos conteúdos programáticos nomeadamente pela
rentabilização dos recursos existentes na Escola;
- Realizar visitas de estudo como complemento prático dos conteúdos programáticos;
- Promover encontros com alunos com vista ao debate de problemas e ao seu envolvimento na procura
de soluções para os mesmos;
• Promover articulação curricular entre diversas disciplinas (História, Geografia e Ciências Naturais ).

Objetivos específicos:
• Identificar, caracterizar e classificar alguns materiais aplicados no património construído na cidade do
Funchal (geologia, litologias, história, arquitetura e tipologias);
• Conhecer alguns aspetos relacionados com a geologia, a génese, a formação e a evolução do
arquipélago da Madeira;
• Sensibilizar para a conservação e preservação do Património construído.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade
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1ª Aula – Teórica ( Público alvo- alunos do sétimo ano de escolaridade)
Geologia e Litologia da Ilha da Madeira

https://www.google.pt/search?q=mapa+do+relevo+da+ilha+da+madeira
As primeiras erupções vulcânicas
ocorreram na época Miocénica, há
mais de 6 Ma e as últimas no
Plistocénico (há cerca de 7000/6000
( Idade da sua formação)

anos). A expressão emersa da ilha teve


lugar há mais de 2.5 Ma, tendo esta
crescido pelo sucessivo acumular de
materiais resultantes de atividade
vulcânica, ora explosiva ora efusiva,
que originou um complexo edifício
vulcânico cujo ponto máximo atinge os

/
1862 m no Pico Ruivo, sito na região
central da ilha.

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Ponta de
São Jorge

https://www.google.pt/search?q=mapa+do+relevo+da+ilha+da+mad
Geologia e litologia da Ilha da Madeira
Ponta do
Pargo

Ponta de S.
Lourenço
( Tamanho da Ilha)

eira/
Ponta da
Cruz

A ilha da Madeira tem forma alongada, com largura máxima de 23Km no sentido
Norte-Sul (entre a Ponta de São Jorge e a Ponta da Cruz) e com comprimento
máximo de 58Km na direção Este-Oeste (entre a Ponta do Pargo e a Ponta de São
Lourenço).
A ilha corresponde a um maciço vulcânico com cerca de 5500 metros de altura. A
maior parte do maciço fica debaixo de água, o equivalente a 3638 metros. Acima de
água fica a restante parte.

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https://www.google.pt/search?q=erup%C3%A7oes+vulcanicas&source=ln
Geologia e litologia da Ilha da Madeira
( Origem vulcânica da Ilha da Madeira )

ms&tbm=isch&sa=X&ei=y

Os vulcões correspondem a aberturas na superfície da Terra por onde é libertado


material que se encontra no seu interior, este fenómeno pode ocorrer entre as placas
tectónicas ou no interior de uma delas, foi o caso da Ilha da Madeira, que se formou na
placa Africana.
A nossa ilha teve origem numa pluma mantélica e ao longo de muitos anos foi
crescendo. A fase emergente das águas do oceano Atlântico ocorreu no período
Neogénico.

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Geologia e litologia da Ilha da Madeira

/
https://www.google.pt/search?q=erup%C3%A7oes+vulcânicas
( Tipos de atividade vulcânica )

https://www.google.pt/search?q=erup%C3%A7oes+vulcanicas

&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=y5T/

No arquipélago da Madeira ocorreram os três tipos de erupções vulcânicas. Mas as mais


frequentes foram as efusivas e as mistas.
Do ponto de vista geológico as rochas que vemos em maior quantidade são escoadas lávicas e
piroclastos.

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Na ilha da Madeira das rochas mais abundantes as que mais se evidenciam são os basaltos,
mugearitos, gabros, essexitos e rochas de composição intermédia do tipo traquítico.
( Tipos Litológicos gerais / Classificação dos piroclastos)
Geologia e litologia da Ilha da Madeira

Além destes existem outros produtos dos quais se realçam os materiais piroclásticos que
apresentam quase sempre composição basáltica, distinguindo-se os predominantemente
finos (tufos e cineritos de cor avermelhada, acastanhada, amarelada e acinzentada); os
mais grosseiros representados por blocos, bombas, brechas e aglomerados.

CLASSIFICAÇÃO COMPARATIVA DE FRAGMENTOS EPICLÁSTICOS E PIROCLÁSTICOS (Fisher, 1962)


Dimensões (mm) Fragmentos epiclásticos Fragmentos piroclásticos

> 256 blocos grosseiros Blocos e bombas

64 – 256 calhaus Finos

2 - 64 seixos lapilli

1/16 – 2 areia grosseira


cinza
1/256 – 1/16 silte fina

< 1/156 argila

Adaptado de: Celso Gomes & João Silva, p.31, 1997.


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A Cidade do Funchal representa mais de 50% das construções da Madeira. O século XV marca
o ponto de partida de algumas obras existentes na já referida cidade. Câmara de Lobos a “ terra da
Geologia e litologia da Ilha da Madeira
( “A Pedra de Cantaria”- Enquadramento Histórico )

pedra” era o pricipal fornecedor de cantarias que eram transportadas via maritima primeiro em
direção ao Funchal e mais tarde em direção às freguesias do Norte da Ilha.
Aguns factos curiosos:
1493- Inicio da construção da Sé
1589- Substituição do piso em terra batida da igreja de São Martinho por “lajes” com pedra de Câmara de
Lobos
1817- Na construção da escadaria para o púlpito da Capela de Nossa Senhora do Rosário (São Vicente)
gastaram-se 3.000 réis na compra de cantaria e 600 réis no seu transporte
1834- Inicio do calcetamento das ruas do Funchal e inicio da abertura da estrada que se dirigia para Câmara de
Lobos
1858- A cidade do Funchal tinha 68 canteiros, 70 pedreiros, 68 alvinéus, 62 calceteiros
1863- Na freguesia de Câmara de Lobos residiam um caboqueiro, dois canteiros, 7 pedreiros. No Estreito de
Camâra de Lobos, 7 canteiros, 13 pedreiros.
1905- Segundo o Ministério das Obras Públicas (estatística Industrial) existiam 3 pedreiras em Câmara de Lobos
para a extração de cantaria
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Pedreiras de Cantaria “Rija” ou “ Dura”

Traquiandesito Andesito Traquito


(Cantaria “Rija”) (Cantaria “branco-sujo”)
Traquibasalto (Cantaria “branco-sujo”)

Pedreira das Covas Pedreira do Lugar Pedreira da Serra


Pedreiras da Palmeira *
das Laranjeiras da Serra de Dentro
(Câmara de Lobos)
( Ponta de Sol) (Campanário) (Porto Santo)
Adaptado de: Celso Gomes & João Silva, 1997.
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Cantaria “ Rija” ou “Dura”

Traquibasalto Traquiandesito
Quando pouco alterado apresenta
Vacúolos com distribuição fraturas com algum grau de
homogénea permite facilidade de afastamento, o que confere uma
transformação elevada % de recuperação da rocha.
PROPRIEDADES
( 4 tipos- diapositivo
anterior)
Andesito Traquito

Fraca resistência mecânica à Cor cinzento-claro e não


abrasão quando comparado por apresenta porosidade
exemplo com o traquibasalto
Adaptado de: Celso Gomes & João Silva, 1997.

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Revestimentos
exteriores e Pavimentos
interiores

Construção
Construção de
imóveis
Cantaria “Rija”
(Pedreira da Palmeira)
Diferentes aplicações

Chafarizes e
Arte moderna fontenários
Alfaias
Arte religiosa
domésticas
e funerária

Adaptado de: Celso Gomes & João Silva, p.75, 1997.

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Pedreiras de Cantaria “mole”

Tufos de Lapilli Brecha Piroclástica

http://ijcnaturais.blogspot.pt/2010_05_01_archive.ht
http://madeira-gentes-lugares.blogspot.pt/2007/05/rochas-do-
arquiplago-da-madeira-e.html

ml
Locais de exploração/ recolha: Caniçal, Locais de exploração/recolha:
Cabo Girão, Pico Espigão, Curral das Freiras, Cabo Girão e Faial
Serra de Água; Faial
Adaptado de: Celso Gomes & João Silva, p.33, 1997.
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Cantaria “ Mole”

Baixa resistência fácil trabalhabilidade


mecânica à abrasão

Elevada porosidade leveza no transporte


(grande índice de PROPRIEDADES
“vazios”)

Diferentes tonalidades fácil extração


cromáticas

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(Local de extração de cantaria “ mole” )
Escarpa do Cabo Girão

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Revestimentos
interiores
(revestimento de
paredes, arcos, Construção
lareiras) de: Filtros de
água, ciganos,
fornalhas e
Revestimentos fornos
exteriores Cantaria Mole
(paredes, portas (Pedreira do Cabo Girão)
e janelas) Diferentes aplicações

Escultura

Arte moderna

Adaptado de: Celso Gomes & João Baptista Silva, p. 42, 1997.
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“A calçada madeirense constitui uma das
A Calçada Madeirense

manifestações populares do património insular


madeirense e um testemunho de artesãos e de ofícios
tradicionais que deverá ser preservado. São
reveladores da autenticidade do povo e das gentes
locais, transmitindo mensagens estéticas e Culturais.”
João Silva, p.157, 2004.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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Calçada Madeirense Versus Calçada Portuguesa

Calçada Madeirense: Calçada Madeirense: Calçada Madeirense:


Calçada Madeirense:
Seixos com forma discoide Seixos com forma discoide Calhaus
Diferentes tipos de seixos/calhaus
(calcário + *) ( *) (*)

Calçada Portuguesa: Calçada Portuguesa: Calçada Mista (Madeirense /Portuguesa):


Seixos com forma cúbica Seixos com forma discoide (*) Seixos com forma discoide (* )
( Calcário + *) Seixos com forma cúbica ( calcário) Seixos com forma cúbica (calcário)
* Andesito ou traquiandesito ou traquibasalto ou basalto, que apresentam tonalidades desde o cinzento escuro ao cinzento claro ou cor negra.
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2ª Aula – Teórica- prática

Preparação de Saída de Campo

Local: Quinta Josefina (Atual Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Santo


António)

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QUINTA DONA JOSEFINA – Santo António –
imóvel cuja construção data de 1866 segundo
o que se lê na aplicação de calçada madeirense
da entrada.

Proprietário – Maurício José de Castel- Branco,


juiz e deputado pela Madeira às Cortes
Constituintes de 1821-1822. Filho do Dr. José
Fernando da Costa Manuel e de D. Josefina
Mendes Castel- Branco, era alugada na
estação de inverno.

Datada de 1866 foi a residência da família


Castelo-Branco Manuel sofreu obras
posteriores como a construção de uma capela
anexa, em 1869, sob o projeto do Arquiteto
Marcelo Costa.

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Na sequência da reestruturação
da rede escolar do ensino básico
na região é criada pelo Governo
Regional a Escola Básica da
Madalena que entra em
funcionamento no ano escolar
de 1997/98, apesar de portaria
aprovada no ano letivo anterior.
Atualmente é designada por
escola dos 2º e 3º ciclos de Santo
António segundo a Portaria
nº16-A/2007 de 21 de fevereiro.

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(Pormenor dos muros em “pedra sobre pedra”)
EB23 Santo António

Muro lateral à Porta Principal da EB23Santo António Muro do Pátio de entrada da EB23Santo António

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(Pormenor do Campanário, das janelas e das portas em cantaria dura)
Quinta Dona Josefina

Antiga Capela ( Atualmente Conselho Executivo) Porta principal da antiga Casa Senhorial
( Atualmente Serviços Administrativos )

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Quinta Dona Josefina
(Pormenor do “Jardim Romântico” com revestimento em
“feijoco” com várias tonalidades)

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(Pormenor da calçada Madeirense )
Quinta Dona Josefina

Calhaus rolados com 148 anos que já


apresentam algum grau de alteração

calhaus rolados recentes


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Jardim Municipal
Avenida Arriaga
Praça Colombo
FontesPalácio
Assembleia de D. de S.
Pilar de Banger
Roteiro: À Descoberta da “Pedra”
Hospício da na minha Cidade
Regional da Lourenço
Dinis
Princesa Dona Madeira
Maria Amélia
Conservatório –
Paragens: Conservatório – Escola de Artes ( Avenida Luís de Camões) ;
Escola da Artes
Hospício da Princesa Dona Maria Amélia (Avenida do Infante); Jardim Municipal (
Avenida Arriaga); Rua Conselheiro José Silvestre Ribeiro, Fontes de D. Dinis (Rua
das Fontes), Palácio de São Lourenço (Avenida do mar), Pilar de Banger
(Avenida do Mar); Avenida Zarco, Avenida Arriaga, Assembleia Regional da
Madeira ( Praça da Assembleia) ; Rua da Alfandega, Praça Colombo, Praça dos
Varadouros, Rua do Sabão.
4ª Aula – Saída de Campo

Inaugurado em 1946, com a denominação


de Academia de Música e de Belas Artes da
Conservatório- Escola das Artes

Madeira, por iniciativa do engenheiro Luíz


Clode.
(Enquadramento Histórico)

Nas décadas seguintes muda de nome


várias vezes (Conservatório de Música da
Madeira, Escola Secundária de Ensino
Artístico, Conservatório- Escola Secundária
de Ensino Artístico, Conservatório- Escola
Profissional das Artes da Madeira).
Em 2004, em homenagem ao seu fundador
é-lhe alterado o nome para Conservatório
Escola Profissional das Artes da Madeira –
Eng. Luiz Peter Clode, nome que
permanece até aos dias de hoje.

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Conservatório- Escola das Artes
(Pormenor das paredes em cantaria mole ou tufos de lapilli )

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Hospício Da Princesa Dona Maria Amélia
(Enquadramento Histórico/Litológico)

Edifício Hospício Princesa Dona Maria


Amélia: Conjunto arquitetónico
representativo da aplicação do
traquibasalto (ou cantaria "rija") e da
calçada Madeirense. Foi fundado pela
imperatriz, viúva do Imperador do
Brasil e duquesa de Bragança, em
memória de sua filha que veio curar-
se à Madeira. Foi aberto em 1859 e as
suas portas e janelas são blocos de
cantaria rija, retiradas das pedreiras
do Covão no Estreito de Câmara de
Lobos e da Lourencinha em Câmara
de Lobos.

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Hospício Da Princesa Dona Maria Amélia
(Pormenor das portas, janelas e cunhal em cantaria “ Rija”)

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Hospício Da Princesa Dona Maria Amélia
(Pormenor das varandas em cantaria “ Rija”)

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Hospício Da Princesa Dona Maria Amélia
(Pormenor das escadarias em cantaria “ Rija”)

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Hospício Da Princesa Dona Maria Amélia
(Pormenor da calçada madeirense )

Calçada
Madeirense

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Em 1878, a Câmara Municipal do
Funchal nomeou uma comissão de
vereadores para concretizar um projeto
para um jardim na zona do extinto
convento de São Francisco. Os
(Enquadramento Histórico)

trabalhos iniciaram-se em 1880 e foi


Jardim Municipal

inaugurado a 1 de outubro de 1885. A 27


de outubro de 1897 o nome deste
jardim passou a chamar-se D. Amélia,
em memória da última rainha de
Portugal – D. Amélia de Orleans e
Bragança que visitou a ilha em junho
de 1901 e constituiu a maior e mais
delirante homenagem levada a efeito
na Ilha. Mais tarde com a implantação
da República em 1910, foi resolvido
restabelecer a denominação de Jardim Lago dos patos – rebordo com piroclastos
Municipal.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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(Aplicação de Cantaria mole )
Jardim Municipal

Banco de jardim em cantaria mole

Cúpula do palco em cantaria mole

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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Jardim Municipal
(Aplicação de tufos piroclásticos no remate dos canteiros )

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Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade
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(Aplicação de tufos piroclásticos no remate dos canteiros )
Jardim Municipal

Aplicação de cantaria mole no remate do


Aplicação de tufos piroclásticos no canteiro e calçada portuguesa (mistura de
remate do canteiro e calçada madeirense materiais).
(mistura de materiais).

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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Palácio de São Lourenço

Localizado no centro histórico da


(Enquadramento Histórico)

cidade do Funchal, o Palácio de São


Lourenço foi classificado como
Monumento Nacional em 1943. A
denominação de “Palácio de São
Lourenço” reporta-se a um conjunto
monumental que engloba a Fortaleza,
iniciada na primeira metade do séc.
XVI e concluída no período filipino, e o
Palácio propriamente dito,
compreendendo os salões do andar
nobre que datam do último quartel do
séc. XVIII e os jardins interiores.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 12 - 02 - 2014 39


(Aplicação de diversos tipos de materiais)
Palácio de São Lourenço

Na Fortaleza do Palácio de São Lourenço são visíveis diversos tipos de materiais de natureza vulcânica
(tufos de lapilli, brecha e basalto). O misto entre cantaria “mole” ( utilizado nos bordos das ameias e
cantaria “dura” presente nas ombreiras das portas e janelas confere-lhe uma arquitetura muito
peculiar.
Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade
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João Dinis foi quem descobriu as
nascentes no calhau da baía do
Funchal, que seriam para abastecer
Fontes de João Dinis
(Enquadramento Histórico)

os navios que ali aportavam. Foram


mandadas edificar pela Câmara do
Funchal em 1440. Em 1939, quando
se procedeu à uniformização da
fachada sul do Palácio São Lourenço
construiu-se um aterro em jardim
que escondeu estas fontes. Com o
aluvião de 2010 ficaram a descoberto
e aquela zona foi posteriormente
restaurada.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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(Cantaria Dura / cantaria Mole – diferentes aplicações)
Fontes de João Dinis

Pia da nascente em cantaria dura


“Ralo” de uma adufa em cantaria dura

Respirador em cantaria mole


Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 12 - 02 - 2014 42
(Diferentes tipos de calçada)
Fontes de João Dinis

Calçada Madeirense:
Diferentes tipos de seixos/calhaus

Calçada Portuguesa:
Seixos com forma discoide (*)
Seixos com forma cúbica ( calcário)

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 12 - 02 - 2014 43


(Escultura de São Lourenço /Porta do museu militar) A escultura de São Lourenço (
suportada por uma pedra e ladeada
por um nicho de arco em cantaria
“rija”) constitui uma boa referencia
Palácio de São Lourenço

aos elementos do Barroco, estilo


artístico do séc. XVII, já que a sua
indumentária é dourada.
O livro que São Francisco suporta
nas mãos e o tratamento do seu
rosto revelam grande minúcia na
execução das formas do artista.
Dimensão da escultura: 99cm.
Data de execução da peça: 1636.
São Lourenço é Padroeiro do
Bibliotecários e arquivistas.
Atualmente este espaço é museu
militar.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 44


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“Banger”, em honra ao homem que a mandou
construir, John Light Banger, um comerciante
(Enquadramento Histórico/Litológico )

inglês.

O enorme Pilar ( 30 m de altura e 3 m de diâmetro)


foi construído com pedra retirada da pedreira do
Pilar de Banger

Cabo Girão e ficou concluído no ano de 1798, tendo


como funções: o transporte de mercadorias entre
os barcos e a terra (o pilar servia de suporte para os
guindastes); um local de sentinela contra navios
piratas e mais tarde como posto de navegação.

Em Agosto de 1939, alguém teve a infeliz ideia de o


destruir, com o objectivo de construir a actual
Avenida do Mar.

Em 1987 foi reconstruído parcialmente com


algumas pedras originais, não muito longe do local
onde primitivamente fora construído.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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Edifício da Assembleia Regional
(Aplicação de cantaria mole nas portas e nos cunhais)

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 12 - 02 - 2014


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Praça da Assembleia Regional/ Rua da
Alfandega

Calçada (Mista ) em “escama de peixe”


Degraus da escadaria em Cantaria rija

Calçada Madeirense – Calhaus de Basalto com forma paralelepipédica


Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 47
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Praça de Colombo / Rua do Sabão

Dois contrastes: Cantaria mole / cantaria dura Uma associação de cantaria dura / cantaria mole.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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Praça da Assembleia / Praça dos Varadouros

Edifício da Capitania do Funchal, o Brasão de


Pórtico em cantaria dura muito trabalhada armas da cidade do Funchal é representado por
5 formas de pão de açúcar;

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 12 - 02 - 2014 49


3ª aula – Conservação, Degradação e Recuperação do Património Construído

Estratégia:

- As fotos dos diapositivos seguintes deverão ser comentadas pelos alunos;

- O Professor deverá orientar o diálogo de modo a que, os alunos encontrem explicações/ soluções
para os factos expostos nas diferentes fotos.;

- O Professor poderá utilizar ainda, um exercício de tomada de decisão com vista ao debate dos
problemas e ao seu envolvimento na procura de soluções para os mesmos .

Nota: As fotos são da cidade do Funchal, mas por uma questão de respeito para com a propriedade privada não se faz referência aos locais onde foram tiradas.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade
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12 - 02 - 2014
Janela de Estilo Manuelino em
traquibasalto proveniente da
pedreira da Panasqueira,
Câmara de Lobos, designada
popularmente e na linguagem
técnico comercial por cantaria
"rija" cinzenta da região.

Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade


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A Biologia em “ Guerra” com a Geologia

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Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 12 - 02 - 2014
• Exposição a água de
precipitação ou de ascensão
Pedra Natural no património
Natureza das Patologias da
capilar que transporta sais
dissolvidos;
Físico e ou Química • Agressões climáticas;
• Agressões ambientais (
construído

gases, poeiras, chuvas


ácidas,…).

Presença e ação de
Biológica bactérias, fungos, algas ,
líquenes, …

Adaptado de: Celso Gomes, 2004.

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Roteiro: À Descoberta da “ Pedra” na minha Cidade 12 - 02 - 2014
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Degraus com placas de cantaria “rija” ainda em bom estado de conservação

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Ressentimento do edifício com argamassa de cor cinzenta a
"imitar" a cantaria "rija" da região.
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De acordo com Celso Gomes ( 2004):

• Para poder transmitir a gerações futuras o património construído e classificado, que é


igualmente de todos, e também degradável e perecível, importa que com equilíbrio e
compromisso se possa aceder à pedra natural essencial para as necessárias intervenções de
restauro.

• No caso de monumentos classificados um restauro bem sucedido deve ser antecedido de


investigações pluridisciplinares nas quais intervenham geólogos, engenheiros, arqueólogos e
Historiadores.

• O restauro do património construído, em termos da pedra natural, exige o acesso às pedreiras


donde teria sido extraída a pedra empregada, tantas vezes já desactivadas, ou o acesso a
pedreiras ou locais onde ocorra pedra semelhante (no que respeita às propriedades físicas).

• Restaurar ou simplesmente preservar um monumento ou uma simples casa necessita duma


prévia identificação dos materiais utilizados na sua construção e uma correcta utilização dos
materiais de substituição a fim de se respeitar o aspecto original da construção ( pp. 152,
153,154).
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Referências Bibliográficas:

Carvalho, Galopim & Brandão, José (1991). Geologia do Arquipélago da Madeira. Museu Nacional de História Natural, Faculdade
de Ciências da Universidade de Lisboa.
Gomes Celso & Silva, João (1997). Pedra Natural do Arquipélago da Madeira: Importância Social, Cultural e Económica. Madeira
Rochas. Divulgações Científicas e Culturais, Câmara de Lobos.
Gomes, Celso (2004). Pedra Natural e o Restauro do Património Construído do Arquipélago da Madeira. Simpósio Internacional de
Escultura em Pedra (SINEP, 2004). Casa da Cultura de Câmara de Lobos, 27 de Maio de 2004.
Gomes, J. Reis (1968). Casas Madeirenses. 2ª Edição. Editorial Eco. Funchal.
Ribeiro, João Adriano (2003). A Pedra de Cantaria na Madeira. Editorial Calcamar.
Ribeiro, M. Luísa & Ramalho, Miguel (2009) – Um Visita Geológica ao Arquipélago da Madeira: Principais Locais Geo-turísticos.
Direcção Regional do Comércio, Industria e Energia e Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P., Lisboa.
Silva, João (2004). Calçada madeirense: importância do seu conhecimento, divulgação e preservação. Simpósio Internacional de
Escultura em Pedra (SINEP, 2004). Casa da Cultura de Câmara de Lobos, 28 de Maio de 2004.
Susana Prada (2004) – Evolução geológica do arquipélago da Madeira. Mestrado das Ciências da Terra e da Vida, Universidade da
Madeira.

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Webgrafia

https://www.google.pt/search?q=palacio+de+sao+louren%C3%A7o&tbm/....

https://www.google.pt/search?q=mapa+da+cidade+do+funchal&source/...
http://drakonyaz.blogspot.pt/2006/02/pilar-de-banger.html
https://www.google.pt/search?q=erup%C3%A7oes+vulcanicas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=y5T/
https://www.google.pt/search?q=erup%C3%A7oes+vulcânicas/
http://ijcnaturais.blogspot.pt/2010_05_01_archive.html

http://madeira-gentes-lugares.blogspot.pt/2007/05/rochas-do-arquiplago-da-madeira-e.html

Outros:
- Projeto Educativo da Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Santo António
- Revista Atlântico nº19,1989

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