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Secretaria Municipal de Educação de São Paulo


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ProjetoGênese

AInformática Chega ao Aluno da Escola


Pública Municipal
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Prefeitura do Município
de São Paulo

Prefeita
Luiza Erundina de Sousa

Secretaria Municipal
de Educação
Secretário
Mário Sérgio Cortella
Chefe de Gabinete
Sônia Maria Portella Kruppa
Chefe de Assessoria Técnica
ede Planejamento
Lisete Regina Gomes Arelaro

Assessoria Especial
Vera Lucia Vieira

Chefe de Assessoria Jurídica


Eusélia Ferreira Araújo
Diretora do Núcleo de
Planejamento Central
Maria Ângela Rua de Almeida
Diretora do Centro de Informática
Hebe Guimarães Leme

Coordenador Geral da
Coordenadoria dos Núcleos de Ação Educativa
Antonio Carlos Machado

Diretora da Diretoria de Orientação Técnica


Ana Maria Saul

Coordenadores dos
Núcleos de Ação Educativa
NAE-1
Max Ordonez Fernandes de Souza

N A E - 2
Va l d i r R o m e r o

NAE-3
Helena Guiro Pacheco Pinto Coelho

NAE-4

Olga Kaiil Figueiredo


NAE-5
Anna Maria Bozzo

NAE-6
Maria Nilda de Almeida Teixeira Leite
NAE-7
Antonio João Thozzi PREFEITURA DO
NAE-8 MUNICÍPIO DE
Ivone Camilo
SÃO PAULO
NAE-9
Marivaldo Costa Moreira SAP PAULO
P À R À SECRETARIA
NAE-10
T O D O S
Marcos Mendonça MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ProjetoGênese

AInformática Chega ao Aluno da Escola


Pública Municipal
Acirculação de informações entre os envolvidos no processo educacional éuma das
condições necessárias ao processo de democratização da gestão, evem sendo prioridade
desta Secretaria desde 1989.
OPlano Editorial 92, do qual este documento faz parte, émais uma forma de possi¬
bilitar que todos participem das decisões, bem como do acompanhamento econtrole da
política educacional da cidade de São Paulo.
Ele se compõe de Cadernos editados pelas seguintes instâncias: Diretoria de Orienta¬
ção Técnica. Movimento de Educação de Jovens eAdultos, Assessoria Técnica ede Plane¬
jamento eProjetos Especiais da SME. Além disso, através de cartazes efolders, prestam-se
contas àcomunidade mais ampla do caminho percorrido até agora em direção às metas
definidas coletivamente por educadores, alunos epais.
ÍNDICE
1—Introdução 5

2—AHistória 7

2.1 —Antecedentes 7

2.2 —OMovimento 8

3—Implantando oProjeto Gênese 10

3.1 —Situação Inicial 10

3.2 —Situação Atual 11

4—Pressupostos Básicos: Computadores eEducação 12

4.1—0 que Aprender 12

4.2 —Crítica ao Tecnicismo 15

5—Movimento de Reorientação Curricular eoProjeto Gênese 18

5.1 —Democratização da Gestão 18

5.2 —Democratização do Acesso 2 0

5.2.1 —OSignificado da Primeira Apropriação 2 0

5.2.2 —Números de Alunos Atendidos 20

5.2.3 —Ciclos de Atendimento 22

5.2.4 —Infra-estrutura 23

5.3 —Nova Qualidade de Ensino 2 4

5.3.1 —Currículo . 2 5

5.3.2 —Outras Modalidades de Ensino da Informática 25

5.3.3 —OAluno eoProfessor no Processo de Ensino-Aprendizagem 27

6—Formação de Educadores 31

7—Dificuldades eFacilidades de Implantação eImplementação 33

8-Relato de Experiências dos Professores 35

9—Relato dos Alunos nos Diários de Bordo 57

10 —Bibliografia 6 4

11 —Anexos . 6 5
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1-INTRODUÇÃO #

Opresente trabalho pretende analisar oProjeto Gêne¬ sãodoProjeto,nointeriordasescolas(quantidadecres¬


se no decurso de seus dois anos emeio, relativos às suas cente de professores ede número de alunos atendidos) e,
fases de implantação eimplementação. Num primeiro mo¬ os ganhos qualitativos provenientes de uma mudança no
mento,procuracontextualizá-lodentrodomovimentohis¬ ambiente de aprendizagem, provocados pela mediação do
tórico que ooriginou, visando demonstrar acoerência da computador, são relatados nesse capímlo, evidenciando:
atual administração da Secretaria Municipal de Educação melhoria nas relações professor-aluno, aluno-aluno,
com os princípios de uma prática democrática de gestão, professor-professor. Nesse capítulo, procura-se, também,
propiciando, assim, condições para que oProjeto pudes¬ descrever esse ambiente de aprendizagem eos procedi¬
se se expandir para cinquenta escolas. Aevolução esua mentos metodológicos do uso do computador (Linguagem
forma de implantação vêm descritas no capítulo 3, onde LOGO eProcessador de Texto), tendo como base as teo¬
procura-sedemonstraroscritériosdeseleçãodasesco¬ rias interacionistas-construtivistas esócio-cultural, de Jean
las, as diferentes etapas de implantação eos equipamen¬ Piaget, Vygotsky, Paulo Freire eSeymour Papert. Por fim,
tos adquiridos até omomento presente. coloca aperspectiva do Projeto para os anos seguintes
No capítulo 4, são discutidos os pressupostos básicos quanto ao uso de outros recursos oferecidos pela infor¬
do uso de computadores na educação, através de uma breve mática etelemática.
revisão bibliográfica sobre as modalidades de sua utiliza¬ No capímlo 6, são fornecidas informações sobre ps di¬
ção esuas implicações na educação enos processos de ferentes cursos de formação dos educadores, seus objeti¬
ensino-aprendizagem. Destaca aimportância de se inse¬
vos, conteúdos eduração. Visando àformação permanente,
rir os computadores, como uma ferramenta de trabalho, os educadores estão sempre em processo de formação e,
dentrodeumprojetopolítico-pedagógicomaisamplo,a até opresente momento, já foram realizados 87 cursos para
partir da crítica ao “tecnocentrismo”. Do enfoque da
U arede de ensino, com uma perspectiva de mais de cin¬
aprendizagemsobrecomputadores”,passandoparao quenta para osegundo semestre de 1992.
de“aprendizagemcomcomputadores”,incluiasques¬
tões sobre o“por quê?” de seu uso, envolvendo os a s - Oregistro dos problemas edos indicadores facilitado-
pectos sociais, culturais efilosóficos da educação. Esses res dos processos de implantação eimplementação
pressupostos, num primeiro instante, redimensionam o encontram-se no capímlo 7, com dados obtidos nos rela¬
Projeto Gênese, que, por sua vez, passa ase integrar no tórios semestrais das escolas-piloto.
Movimento de Reorganização Curricular, proposto por es¬ Aseguir, nos capímlos 8e9, são apresentados, res¬
sa Secretaria. pectivamente, os relatos dos professores edos alunos, das
As diretrizes sobre a“Democratização da Gestão”, escolas-piloto. Esses relatos justificam ocorpo do traba¬
Democratização do Acesso” ea“Nova Qualidade de
u

lho, onde 0leitor poderá observar alinha de coerência


Ensino” (capítulo 5), são analisadas apartir de dados co¬ entre ateoria eaprática, demonstrando que aeducação
letados no cotidiano dos trabalhos das escolas, obtidos, se faz na relação dialética edialógica entre “Ação-
através dos relatórios dos professores, nas observações dos -Reflexão”. Em apenas um ano emeio de efetivo trabalho
trabalhos da supervisão, durante os cursos enos encon¬ com os alunos, esses educadores alcançaram uma faça¬
tros periódicos nas escolas e, nos “diários de bordo” das nha jamais vista em projetos com ouso do computador,
crianças edos professores (durante os cursos). Aexpan¬ principalmente na realidade brasileira.

5
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APrefeita Luiza Erundina eoSecretário Mario Segio Cortella, inauguram oProjeto Gênese na E.M.P.G. General de Gaulle.

.. -í:
2-AHISTÓRIA

2.1 -ANTECEDENTES algumas habilidades de manuseio do computador, com vis¬


tas ao ingresso no contexto do mercado de trabalho, que
Em 1988, aSecretaria Municipal de Educação de São passou aexigir mão de obra qualificada mais sofisticada.
Paulo junto com oInstituto III Millenium, entidade sem Ainformática educativa, dentro dessa perspectiva desen-
fins lucrativos, resolvem divulgar ainformática nas esco¬ volvimentista epragmática, incorre no erro histórico de
las da Rede Municipal de Ensino, apartir da preocupa¬ estabelecer, como objetivo da educação, aformação do
ção com as transformações sociais advindas egeradas pela trabalhador, apartir das necessidades do mercado de tra¬
tecnologia de uso das ciências computacionais. balho. Aprofissionalização, principalmente, amvel de pri¬
Vários Polos Educacionais foram instalados nas uni¬ meiro grau, dentro de uma perspectiva de interpretação
dades escolares eem diferentes regiões da cidade de São dialética da realidade passa pelo imperativo da análise de
Paulo, logo após arealização de cursos de treinamento uma nova visão de cidadão, de sociedade ede suas rela¬
destinados aprofessores da Rede em geral. Esses profes¬ ções no mundo do trabalho. Oindivíduo easociedade
sores passaram aser responsáveis, inicialmente, pela im¬ devem ser vistos na sua totalidade enas suas possibilida¬
plementação dos trabalhos nas escolas. Numa fase des de “vir aser”, oque contraria, sobremaneira, ocon¬
posterior, oprojeto deveria ser assumido pelos professo¬ ceito fragmentado epragmático de aquisição de
res da própria escola. Oprojeto pedagógico do uso do habilidades profissionais estanques. Neste sentido, uma
computador consistia, basicamente, da Linguagem LOGO. sociedade informatizada está passando aexigir homens
Pãralelamente, dois outros projetos voltados para apro¬ com potencial de assimilar a“novidade” eacriar ono¬
fissionalização dos alunos na área de informática eram de¬ vo, ohomem aberto para omundo, no sentido que lhe
senvolvidos através de usos de aplicativos: processador confere ateoria piagetiana quando se refere às assimila¬
de texto, banco de dados eplanilhas eletrônicas. Um de¬ ções mentais majorantes; da mesma forma, exige apre¬
les pertencia àFirma DELTA eera implantado, nas esco¬ sença do cidadão crítico ecomunitário, onde os artefatos
las, via formação inicial de professores; ooutro, de caráter tecnológicos, especificamente ocomputador, possam ser
itinerante,ofereciacursosoptativosdecurtaduraçãopa¬ ferramentas auxiliares para aconstrução de uma socieda¬
ra os alunos. de mais igualitária ejusta.
Em 1989, quando assumem aPrefeitura, Luiza Erun- Ademocratização do acesso eouso da tecnologia com¬
dina de Sousa eoProf. Paulo Reglus Freire apasta da putadorizada pelos alunos da rede pública significam tam¬
Educação, um novo projeto político-educacional delineia- bém, uma preocupação com ocompromisso de reconstruir
-se, exigindo, assim, uma reavaliação dos projetos exis¬ aescola pública, através de um projeto político-pedagógico
tentes na Rede. Dessa forma, por decisão política, os voltado para anova qualidade do ensino. Nesse sentido,
projetosdagestãoanteriorforamsuspensosparaquepu¬ aintrodução das tecnologias da comunicação no proces¬
dessem ser redimensionados, segundo os princípios edi¬ so de ensino-aprendizagem se propõe amudar a“cara”
retrizes da nova proposta educacional. Após estudos da escola, torná-la uma escola rica para uma população
avaliativos, decidiu-se pela não continuidade dos três pro¬ pobre.
jetos, tendo em vista aspectos que permeavam questões Outra objeção que se faz aestes dois projetos refere-
deordemlegalepedagógico-educacional. -se, portanto, àsua desvinculação com ocurrículo das es¬
Quantoaosdoisprojetosdecunhoprofissionalizante, colas. Ainformática era entendida como uma disciplina
a primeiraobjeçãosefazàsuanaturezaefinalidadeedu¬ amais, além de ser ministrada por professores alheios às
cacional, quer seja, osentido da profissionalização, en¬ atividades escolares (projeto itinerante). Tal situação con¬
tão entendida como um conjunto de habilidades específicas trariava as novas diretrizes educacionais, onde ocurrícu¬
para odesempenho de determinadas funções sociais no lo évisto como processo construído na relação dinâmica
mundo do trabalho. No caso, significando odomínio de entre teoria eprática educativa, num movimento que pro-

7
AHISTÓRIA

cura aconstrução do conhecimento integrado ao mundo de os primeiros faziam acrítica àneutralidade da


do educando eapartir desse, integrá-lo ao conhecimento tecnologia edas ciências na educação e, os segundos, em
historicamente construído. Essa visão de currículo, onde contraposição, preconizavam em favor da tecnologia, vista
não há divisórias entre aontogênese eafilogênese, ain¬ como aredentora dos “males” educacionais, pela sua efi¬
formática na educação enos processos de ensino- ciência, fica superada, através do primeiro Documento
-aprendizagem deve ser vista como uma ferramenta amais Oficial enviado àRede do Ensino Municipal denominado
àdisposição dos educadores eeducandos, porquanto per¬ “Construindo aEscola Pública Popular”^^\ que assim
mite aexpressão de conhecimentos, de forma criativa e se manifestou:
crítica. Assim sendo, deve estar permeando todo ocurrí¬ ”... apopulação tem buscado formas de suprir as de¬
culo eser instrumento colocado àdisposição de todas as ficiências do ensino formal, criando alternativas diversi¬
áreas do conhecimento. Aesse caráter multidisciplinar da ficadas de práticas educacionais que não são consideradas
informáticanaeducaçãopode-seacrescentar,dependen¬ pelo sistema oficial.’’
do do seu uso, 0caráter interdisciplinar, diretriz pedagó¬ ... Todos os meios de comunicação, inclusive os tele¬
gica essa que orienta omovimento de reorganização visivos, audio-visuais eainformática -importantes meios
curricular da atual administração. de comunicação moderna -devem ser incentivados. O
Aquestãolegaltambémsecolocaquantoaestespro¬ aproveitamento construtivo desses meios utilizados criti¬
jetos na Rede. Não havia convênios ou contratos com as
camente associa-se àidéia de uma democratização do pró¬
pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por seu desen¬ prio ensino, tornando-o mais ativo.
volvimento, muito embora aSecretaria da Educação hou¬ ... Oprimeiro passo éconquistar avelha Escola e
vesse efetuado pagamento aos trabalhos desenvolvidos.
convertê-la num centro de pesquisa, reflexão pedagógica
Sabe-se, também, que estes projetos cobravam dos alu¬
eexperimentação de novas alternativas do ponto de vista
nos amatrícula eos materiais distribuídos nos cursos. > »

popular.
Quanto ao projeto com oInstituto III Millenium,
constatou-se que, ainda que houvesse um convênio assi¬ Acompreensão da tecnologia como material que faz
nado entre as partes, sobre acessão de equipamentos à parte da cultura ecomo recurso que pode provocar mu¬
Secretaria da Educação, esse não havia sido publicado no danças nas práticas institucional-administrativas epeda¬
Diário Oficial do Município, muito embora, oprojeto nas gógicas procura conciliar acontradição até então existente
escolas estivesse em andamento. Com afinalidade de ava¬ entre educação popular, educação tecnológica erecursos.
liar os trabalhos desenvolvidos e, se fosse ocaso, prosse¬ Acredita-se, portanto, que sua utilização, quando criteriosa
guir em sua continuidade, fazia-se necessário proceder ecrítica, em muito contribuirá para ademocratização do
normas para sua legalização. Com vistas aessas finalida¬ ensino epara amelhoria de sua qualidade. Significa co¬
des, foram feitos contatos entre as partes interessadas e locar essas tecnologias modernas aserviço da educação
adeterminação pela suspensão do projeto deu-se também ena dependência de diretrizes filósóficas emetodológi¬
pelas imposições do Instituto àSecretaria quanto àassun¬ cas voltadas para aformação de um cidadão crítico ecria¬
ção dos encargos, que deveria, então, suportar opagamen¬ tivo ecomprometida com as transformações sociais. Para
to, além dos professores da Rede, também de toda aequipe que, por que ecomo usar essas tecnologias constituem-se
de direção do projeto pertencente ao III Millenium. Junte- nas questões mestras colocadas para atomada de deci¬
-se aisso, ofato da seleção das escolas onde se implanta¬ sões quanto àsua utilização. Portanto, devem vincular-se
vam os projetos ser eter sido até então, da competência aum projeto político-pedagógico claro enão, ao contrá¬
do Instituto, significando, assim, no entendimento da atual rio, determiná-lo.
administração, uma prática educativa que poderia redun¬ Esta disposição política da atual administração vem ao
dar em uma prática político-partidária. Tal prática reafir¬ encontro também do movimento de comunidades ede edu¬
ma 0sistema autoritário que vem orientando esustentando cadores vinculados aos projetos anteriores que reivindi¬
as organizações educativas em suas diferentes instâncias cavam 0retorno das atividades dos projetos de informática
e, sua superação só poderá se dar, através do compromis¬ na Rede Municipal.
so pautado em princípios democráticos, libertários, eà Coerente com os princípios que norteiam uma gestão
adoção de medidas gestionárias que levem àautonomia democrática, várias reuniões foram realizadas com esses
das escolas. educadores. Coordenação do Centro de Informática da Se¬
cretaria Municipal de Educação -SME -Hebe Guima¬
2.2 -OMOVIMENTO rães Leme, representantes da PRODAM, com o
representante da Diretoria de Orientação Técnica -DOT
Adiscussão entre os teóricos da educação eos espe¬ -Prof José Cleber de Freitas eCoordenação do Centro
cialistas em tecnologia educacional, na década de 70, on- de Multimeios, Prof? Soraya Alberice.

8
AHISTÓRIA

EMPG Presidente Kennedy —Ciclo Intermediário

Apartir disso, em novembro de 1989, constituiu-se um foi encaminhado ao Prof. Paulo R. Freire em 04/12/1989,
grupo de trabalho, com representantes dos educadores dos tendo sido aprovado epublicado no Diário Oficial do Mu¬
três projetos anteriores, eleitos por seus pares, sendo in¬ nicípio, conforme Comunicado n? 21/92 de 12/12/89. A
dicada, por DOT, aProf? Suzette Rodrigues Martins, lo¬ partir desta data, até julho de 1990, aCoordenadora do
tada no Centro de Multimeios de DOT/CONAE para a projeto, Prof? Suzette, cuidou da instalação do laborató¬
coordenação dos trabalhos. Na ocasião, foi solicitada a rio do Niíleo Central, por Oficina/CONAE ePRODAM
assessoria técnico-pedagógica da ProPSulamita Ponzo de e, apartir de julho, com adefinição da vinda da Prof?
Menezes,professoradaPUC/SPeSupervisoradeEnsi¬ Sulamita, como assessora técnico-pedagógica, inicia-se a
nodaRedeEstadualdeSãoPaulo.Comorepresentantes preparação do primeiro curso de formação de educado¬
dos educadores participaram:Alayde Ribeiro Carlucci, res com afinalidade de selecionar os cinco membros que
Eugênio Maria de França Ramos, Lilia Maria Faccio Hue- iriam compor oNúcleo Central; ao mesmo tempo, inicia-
zo.MareiaReginaTeixeiraMacedo,MariaAugustaMa¬ -se, também, oprocesso de seleção das seis escolas-piloto,
chado Reis, Maria Josefina Visconti de Pinheiro eMaria cinco escolas do ensino de primeiro grau euma de defi¬
Pompéia Del Corso de Moraes. cientes auditivos.
Após exaustivas discussões sobre as implicações da in¬ Durante aelaboração do projeto pelo grupo de traba¬
formática na sociedade, oseu papel na formação de edu¬ lho, definiu-se que oGênese seria parte integrante do Cen¬
cadores eeducandos, sua utilização no processo tro de Multimeios de DOT, visando, com isso, aadoção
ensino-aprendizagem eaanálise crítica dos projetos exis¬ de uma política pedagógica global para ouso de meios
tentes, tendo em vista anova perspectiva educacional pro¬ tecnológicos na educação.
posta no Movimento de Reorientação Curricular da
Secretaria, ogrupo decidiu-se pela elaboração de um no¬
vo projeto que passou adenominar-se Projeto Gênese de
Informática Educativa.
(1) São Paulo, Secretaria Municipal de Educação -Diretoria de
Definido oprojeto etendo-o submetido àapreciação Orientação Técnica, Documento "Construindo aEducação Pú¬
eaprovação de todo ogrupo inicial dos educadores, esse blica Popular", Diário Oficial, fevereiro de 1989.

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3 - I M P L A N TA N D O OPROJETO

3.1 -SITUAÇÃO INICIAL m


-se, também, dar atendimento aos diferentes Núcleos da
Ação Educativa -NAEs -situados nas diferentes regiões
Oprojeto inicia-se, praticamente, com oprimeiro curso da capital.
destinado atrinta educadores da Rede que já possuíam As escolas selecionadas eseus respectivos NAEs fo¬
formação na área de informática educativa, procurando, ram as seguintes: EMEDA “Helen Keller” (NAE-1),
assim, aproveitar os educadores que já haviam trabalha¬ EMPG “Comandante Garcia D'Ávila" (NAE-3), EMPG
do nos projetos anteriores. “Imperatriz Leopoldina" {NAE-4), EMPG “Prof. Lin-
Este curso teve aduração de 180 (cento eoitenta) ho¬ neu Prestes" (NAE-6), EMPG “Presidente Kennedy"
ras etinha afinalidade de selecionar, inicialmente, cinco (NAE-7) eEMPG “Benedito Calixto" (NAE-9).
educadores que iriam compor aEquipe Central. Foi mi¬ Concomitantemente aos preparativos do curso, aPRO-
nistradobasicamentepelaassessoriapedagógicadoGê¬ DAM providenciava aaquisição dos equipamentos para
nese eaEquipe do Núcleo de Informática Educacional oNúcleo Central epara as seis escolas-piloto.
-NIEd da Universidade Estadual de Campinas -UNI- Após arealização de dois cursos, um para Diretores,
CAMP -sob acoordenação do Prof. Dr. José Armando Coordenadores Pedagógicos das escolas selecionadas ere¬
Valente, contando, ainda, com acolaboração da Prof? Léa presentantes de NAEs, com aduração de 40 (quarenta)
da Cruz Fagundes, da Universidade Federal do Rio Grande horas eoutro, para trinta professores, cinco indicados por
do Sul edemais professores das Universidades São Paulo cada escola, com duração de 84 (oitenta equatro) horas,
-USP -UNICAMP ePUC/SP. Tendo em vista as neces¬ implantou-se oGênese nestas unidades escolares, em mar¬
sidades, decidiu-se, também, pela integração de mais um ço de 1991.
educador àEquipe, então denominada como Primeira Ge¬ Definiu-se que cada laboratório, quer no Núcleo Cen¬
ração de Educadores Multiplicadores, ficando assim com¬ tral, quer nas escolas, deveria conter um módulo com
posta até oatual momento: Prof? Alayde Ribeiro Carlucci, quinze microcomputadores 8bits, da linha MSX, quinze
Coordenador Pedagógico Carlos Alberto Ortega de Car¬ televisores coloridos eduas impressoras. Aescolha do
valho, Prof. Davilson Francisco Bassi, Prof? Mareia Re¬ MSX deu-se, na ocasião, principalmente pelo melhor pro¬
gina Teixeira Macedo, Prof? Maria Pompéia Del Corso grama da Linguagem LOGO (versão HOT-LOGO), pela
de Moraes eProf? Regina Celia Vieira. possibilidade de acoplamento com televisor (ao invés de
As escolas-piloto foram selecionadas apartir das se¬ monitores coloridos para micros, barateando, assim, os
guintes providências ecritérios: custos) epela compatibilidade de uso com micros 16 bits
-Edital de inscrição no Diário Oficial do Município, da linha PC. Da mesma forma, determinou-se que todo
aberto àtoda Rede do Ensino de Primeiro Grau; 0sistema de manutenção ficaria acargo da PRODAM.
-Inscrição, pela escola, contendo ajustificativa do in¬ Foram adquiridos, por Oficina/CONAE, omobiliário e
teresse pelo projeto, aaprovação do Conselho da Escola, os aparelhos de ar condicionado, responsabilizando-se,
número de educadores interessados, envolvimento de pro¬ também, por toda instalação elétrica dos laboratórios.
fessores dos diferentes componentes curriculares edos dois Emmeadosde1991,oProjetoGêneseinaugura s u a

níveis de ensino, além da disponibilidade de dedicação de segunda fase de implantação em mais 12 (doze) e s c o -

10 (dez) horas semanais ao projeto eespaço físico na es¬ Ias eno final do ano sua terceira fase em mais 13 (treze)
cola para ainstalação do laboratório; escolas, seguindo sempre os mesmos critérios de seleção
-Aseleção das escolas fez-se pela análise das propos¬ eformação dos educadores das escolas. Em outubro des¬
tas, visitas às unidades escolares inscritas eentrevistas com te ano, assume aCoordenação do Projeto, aProf? Sula-
as equipes administrativa, pedagógica edocente; procurou- mita Ponzo de Menezes.

10
I M P L A N TA N D O O P R O J E T O

3.2 -SITUAÇÃO ATUAL dados os professores que fizeram oprimeiro curso de for¬
mação avançada, em 1990, ena impossibilidade desses
Tendo em vista: ogrande interesse das escolas em im¬ assumirem, foram convidados os professores que já esta¬
plantar 0projeto em suas unidades escolares, siUiação essa vam vivenciando oprojeto em suas unidades escolares;
evidenciada pelo número excessivo de inscrições (média asaber: Subnúcleo Veleiros —Prof? Irene Fumie Tsu-
de cinquenta escolas que deixaram de ser selecionadas, kada, Prof?, Kimiko Ueno, Prof? Maria Arminda da Mo¬
em cada fase de implantação) epela quantidade de edu¬ ta Fiorenza, Prof? Maria Cristina Ganzerli Fortes eProf?
cadores que procuravam os cursos de férias promovidos Maria Cristina Prado Souto; Subnúcleo Tendal —Prof?
no Núcleo Central; adeterminação política da Prefeita Lui- Débora Caetano Kober, Prof? Mariângela Ferreira Júlio,
za Erundina edo Sr. Secretário da Educação, Prof. MᬠProf? Maria Inês S. Rambaiolli Laurencini, Prof? Mirza
rio Sérgio Cortella, que assumiu olugar do Prof. Paulo Aoás, Prof? Rita de Cássia V. de Souza; Subnúcleo Pfe-
ReglusNevesFreire;ointeressedaPRODAM,motivada nha —Prof? Gilda Muta, Prof? Maria Cristina Mattius-
pelo bom andamento do projeto eas possibilidades de ad¬ si, Prof? Maria Dirce Salvia, Prof? Maria das Graças R.
quirir equipamentos MSX aum custo baixo (venda do es¬ Lopes eProf? Moema dos Santos.
toquedaGRADIENTE,quepassariaanãomaisfabricar Em julho de 1992 oprojeto encontra-se na seguinte si¬
este tipo de equipamentos mas, continuaria adar aassis¬ tuação:
tência de reposição de peças, durante cinco anos), decidiu- -Um Núcleo Central etrês Subnúcleos;
-se por sua expansão, caracterizando, dessa forma, a -Implantado em 50 (cinquenta) escolas, nas diversas
quarta fase de implantação. regiões da Capital, numa média de cinco escolas por NAE
Com esta expansão, inicia-se, também, em julho de (Ver Anexo 1, escolas por NAE efase de implantação);
1991, anecessidade de descentralização das atividades do -Número de equipamentos: 805 (oitocentos ecinco)
Núcleo Central, oque ocorre com ainstalação de três Sub¬ microcomputadores da linha MSX eamesma quantidade
núcleos Regionais, que passaram aatender às 25 (vinte de televisores coloridos; 108 (cento eoito) impressoras;
ecinco) novas escolas das segunda eterceira fases e, pos¬ 12 (doze) estabilizadores, devendo ser adquiridos, ainda
teriormente, as outras 19 (dezenove) da quarta fase. Cada neste ano, mais 190 (cento enoventa); 91 (noventa eum)
Subnúcleo atende atrês ou quatro NAEs, asaber: Sub¬ aparelhos de ar condicionado;
núcleo Veleiros -NAEs 1, 5e6; Subnúcleo Tendal da Lapa -Mobiliário: 805 (oitocentos ecinco) mesas ecadei¬
-NAEs 2, 3e4; Subnúcleo da Penha -NAEs 7, 8, 9e10. ras para micros, 54 (cinquenta equatro) lousas brancas;
Para compor as Equipes desses Subnúcleos foram convi- oitocentas evinte capas para micros (em fase de licitação).

EMPG Benedito Calixto

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4 - P R E S S U P O S TO S B Á S I C O S :
Computadores eEducação

Aproposta do Projeto Gênese advém de dois pontos sário esclarecer oque éInformação. Segundo ele, infor¬
fundamentais:reflexõeseestudossobreousodocompu¬ mação são dados processados, cuja ação realizada éde
tador na educação esua inserção no Movimento de Reo- análise, que distingue mensagens significativas eos ruí¬
rientação Curricular desta Secretaria. Este capítulo dos e, encontra-se no nível intermediário de um processo
pretende discorrer sobre asua importância edar respos- hierárquico onde, para se obter um efeito pleno éneces¬
tos quanto ao “por quê’’ do seu uso na educação e, ao sário que seja combinada ecomparada com outra infor¬
“como”fazê-lo.Nopróximocapítulo,procura-seesta¬ mação, numa ação de síntese, criando, assim, o
belecerosprincípiosediretrizes,tendoemvistaumpro¬ CONHECIMENTO;esse,aoserprocessadopelaaçãoda
jeto político-pedagógico mais amplo, onde ouso de avaliação, atribuindo-lhe um valor, cria aSABEDORIA.
tecnologias na educação eno processo de ensino- Colocando aquestão da “Alfabetização Funcional”, co¬
-aprendizagemadquiremcaracterísticaspróprias. mo sendo uma educação também auditiva, visual eem
computação, portanto, no âmbito da Comunicação, lista
4.1 -OQUE APRENDER? quatro elementos para oentendimento da alfabetização nu¬
ma sociedade informatizada:
Adiscussão sobre ouso do computador na educação -Análise: compreender as mensagens do computador,
gira em torno de vários ediversificados argumentos, de¬ ter conhecimentos de “hard” ede “software” ehabilida¬
terminando formas diferentes de seu uso. Odesafio pri¬ des de usar material pré-programado;
meiro refere-se ao tipo de formação que deve ser dada a -Uso da Linguagem: habilidade de usar ainformação
professores ealunos para que possam agir numa socieda¬ no computador ede interagir com ele, requerendo conhe¬
de informatizada.
cimentos de aplicações do computador;
No início da década de 80 ogrande tema era “Alfabe¬ -Criação: criar no computador e, para isso, saber pro¬
tização em Computação” ou “Educação em Informáti¬ gramar éum imperativo de nossa sociedade;
ca”, visando aestabelecer programas de treinamento de -Avaliação, que corresponde àrealização da síntese
professores, procurando especificar as habilidades neces¬ das informações econhecimentos sobre os efeitos de uma
sárias para ouso de computadores na educação e, mais sociedade informatizada.
em geral, para funcionar numa sociedade da era da In¬ Andrew R. Moinar, em seu artigo “A chegada da Al¬
formação; além disso, inicia-se anecessidade de descre¬ fabetizaçãoemInformática”(“>,relatarecomendaçõesda
ver os modelos pedagógicos subjacentes nas modalidades National Science Foundation -NSF -destacando que a
de aplicações no processo de ensino-aprendizagem. Conference Board on Mathematical Science recomenda
Gleason<2) salienta, já em 1981, aausência de expe¬ um curso médio visando fornecer dados sobre anatureza
riênciadosprofessoresdaáreadeeducaçãoemcomputa¬ do computador, de modo alevar estudantes a c o m p r e e n ¬
ção ediz que, apesar de haver uma concordância genérica derempapéisquedesempenhamnasociedade;aLawrence
do que venha aser uma alfabetização em computação, não Hall of Science recomendou odesenvolvimento básico e
há, ainda, um consenso sobre quais são os conhecimen¬ completo sobre oseu uso, afim de melhorar habilidades
tos necessários para uma pessoa funcionar adequadamente de solução de problemas: aprender aestruturar proble¬
numa sociedade informatizada.
mas de forma lógica, expressar idéias, tais como, algorit¬
Ainda aesse respeito, Daniel D. Hade*^* salienta que mos, simular sistemàs reais, processar textos, construir
para se definir “Alfabetização em Informática” éneces- gráficos eprocurar bases de dados. No âmbito da pes-
12
COMPUTADORES EEDUCAÇÃO

quisa, cita aanálise que aHuman Resources Research Or- eacapacidade de solucionar problemas do que represen¬
ganization -HUMRRO -fez de 24 programas de nível tar os aspectos sintáticos emecânicos da programação.
colegial econclui que ser alfabetizado significa; habili¬ Salienta, também, orisco das aulas serem assumidas por
dade de escrever algoritmos eprogramas; conhecimento professores de matemática que levem os alunos a, indevi¬
sobre aplicações no campo específico de cada pessoa; damente, considerar acomputação como ramo da mate¬
compreensão dos computadores eseus efeitos sociais. mática. Considera preferível que um professor assuma o
Os cursos de alfabetização para professores ealunos curso emostre uma quantidade razoável de aplicações di¬
também passam por análises, eatítulo de exemplos des¬ versas, como, na economia, química, biologia, conforme
tacamos otreinamento fornecido aprofessores nas Uni¬ solicitações dos respectivos professores.
versidades de Manitoba eBrandon, criticado por N. Pelo exposto, podemos constatar que adiscussão em
Williams*^) enos cursos para oensino secundário, por D. torno da formação de professores ede alunos em compu¬
Woodhouse*^). Segundo oprimeiro autor, ocurso minis¬ tadores, entendida como uma nova alfabetização, suscita
trado aprofessores procurava atingir os seguintes objetivos: problemas relativos ao"QUE APRENDER’’, ao "CO¬
-desenvolver alfabetização em computação geral para MO APRENDER’’, a"QUEM DEVE APRENDER’’ e
todos os educadores; "QUEM ENSINA’’. Evidencia-se ofato dos computado¬
-auxiliar os professores ausarem computadores como res estarem ocupando uma parte importante do currículo
ferramenta em suas disciplinas; emtrêsgrandesDIREÇÕES;
-auxiliar os professores aaprenderem ausar ocom¬ -"APRENDIZAGEMSOBRE COMPUTADORES’’, sig¬
putador de modo afacilitar aaprendizagem dos alunos nificando estudos sobre informática, processamento de da¬
(LOGO -conceitos matemáticos; editor de texto - dos, funcionamento ecomponentes do computador;
redação); enfatiza os conceitos de ciência computacional;
-fornecer aos professores conhecimentos ehabilida¬ -"APRENDIZAGEM COM COMPUTADORES’’, on¬
des para ensinarem computação como disciplina; de ensinar aprogramar torna-se um elemento importante
-fornecer aos professores oconhecimento para usar para desenvolver habilidades de solução de problemas ou,
ocomputador como auxiliar de ensino; segundo oautor, então, como uma maneira de entender ofuncionamento
omínimo seria aprenderem acarregar erodar “course- dos computadores; neste sentido, uma pesquisa realizada
ware” em vários tipos de micro, sabendo avaliar esele¬ nas escolas americanas emencionada por James Hasseb"^
cionar esses “courseware”; detetou que 98% das escolas ensinavam uma linguagem,
-auxiliar administradores escolares ediretores aad¬ entre BASIC, LOGO, FORTRAM ou PASCAL; aapren¬
quirirem habilidades econhecimentos para tomarem boas dizagem com computadores coloca, ainda, aquestão das
decisões sobre acompra eimplementação de “cour¬ habilidades necessárias ao professor eàdireção escolar
seware”. quanto àseleção euso de “software” educacional;
-"APRENDIZAGEM SOBRE OS EFEITOS’’ de uma
Segundo Williams, estes cursos ainda não satisfazem
as necessidades, pois muitas questões permanecem sem sociedade informatizada, entendida como anecessidade
respostas, tais como: quem deve alfabetizar os professo¬ de adquirir habilidades no uso de aplicativos voltados pa¬
res?; que tipo eque nível de alfabetização são necessᬠra aformação do aluno, tendo em vista opreparo para
rios aprofessores de todas as séries?; que tipo de avida eas necessidades do dia adia (fazer relatórios no
treinamento deve ser dado?. editor de textos, preencher dados do imposto de renda).
Ao analisar cursos específicos de programação (somen¬ Pode-se dizer que estas três direções referem-se, so¬
te BASIC) ou cursos mais gerais, introdutórios, de cons¬ bretudo, às imposições colocadas por uma sociedade in¬
cientização, de preparo para otrabalho, formatizada eànecessidade fatal da educação se
auto-desenvolvimento eeducação para uma sociedade modernizar. Desenha-se novamente opapel da educação
computadorizada, para alunos das escolas secundárias, como mera reprodutora da sociedade ao estabelecer are¬
Woodhouse conclui que um curso introdutório deve con¬ lação unilateral entre as necessidades do mundo da pro¬
ter uma combinação dos dois tipos citados. Havendo tempo dução com aeducação.
suficiente para ele, ocurso não só levará adesenvolver Uma outra justificativa para aexpansão do uso dos
asolução de problemas, como reforçará aeducação para computadores na educação vem sendo verificada edesta
uma sociedade informatizada, pois reúne os dois elos: o vez, por motivos alheios àprópria educação. Essa, ad¬
aluno recebe informações da sociedade, cria asolução de vêm da força do “marketing” exercido pelos fabricantes
um problema, ocomputador implementa asolução eade¬ que vêm desempenhando importante papel para aadoção
volve como informação para asociedade. Oautor éda da nova tecnologia. J. Hasset (op. cit.) comenta que nas
opinião que émais importante enfatizar acompreensão décadas de 60 e70 debatia-se sobre onúmero certo de

13
COMPUTADORES EEDUCAÇÃO

alunos por professor eque já na década de 80, estão dis¬ gem sobre” ede ‘‘aprendizagem com ’quanto ao aspecto
cutindo 0número de alunos por computador, passando de programação, aumenta-se ouso de “software” educa¬
rapidamente do enfoque ‘‘se aescola tem ou não compu¬ tivos nos diferentes conteúdos curriculares das escolas,
tador, para quantos computadores deve ter”. Cita as pes¬ evidenciando resultados pouco satisfatórios.
quisas feitas por H. Jay Becker, de âmbito nacional, entre As avaliações destes “software” feitas pelo Educatio-
diretores eprofessores, para oCenter for Social Organi- nal Products Information Exchange Institute -EPIE -da
zation of School da Universidade John Hopkins, em 1983, Faculdade de Educação de Columbia, entidade que for¬
onde descobriu que quase sempre há “uma necessidade nece avaliações deste material para 20% das escolas do
difusa da presença do computador rm escola, mais que país, citada por Hasset (op. cit), em 7.000 pacotes, con¬
um objetivo educacional específico”. Da mesma forma, clui que ”somente cerca de um entre quatro produtos
cita Karen Sheingold, diretora do “Center for Children atende aos padrões instrucionais etécnicos mínimos e,
and Technology”, da Faculdade de “Bank Street” que diz: somente cerca de três ou quatro entre 100 foram conside-
rados excelentes”. Constata também que 49% dos progra¬
“As compras de computadores quase sempre têm me¬
nos aver com oentusiasmo emais com ofator coerção mas que são vendidos pertencem àmodalidade de ‘‘Exer¬
cício ePrática” e19% aos ‘‘Tutoriais”, que possuem a
ou coação, pois todos os pais querem estar certos de que
mesma abordagem linear emecânica do processo ensino-
sua filha ou filho não ficará para trás na era da in¬
-aprendizagem. Registram que atendência éaumentar os
formação”.
pacotes de ‘‘Exercício ePrática” com Jogos, onde esses
Para Hasset, os consumidores compram os computa¬ passam ser ocentro, em detrimento dos conteúdos. Fi¬
dores porque estão aí eque, apartir de 1977 aAPPLE nalmente, concluem que são pacotes alheios auma visão
e, em 1981 aIBM, tornaram acessíveis os microcomputa¬ de Educação.
dores àclasse média.
Pode-se afirmar que adiscussão sobre ‘‘Alfabetização
Segundo, ainda, Hasset (op. cit.), em 1984, oconcei¬ em Computadores” na educação desaparece quando os
to de alfabetização em computadores adquire diferentes aspectos psicológicos do uso desta nova tecnologia se ex¬
significados, mas embora aidéia de “programar para en¬ plicitam. De um enfoque predominantemente tecnológi¬
tender computadores” permaneça, segundo ele, aênfase co, aparecem as questões de aprendizagem emais
está na expressão “conveniência do usuário”, significan¬ especificamente, ouso do computador como ferramenta
do usos de aplicativos para situações práticas; aprender que favorece odesenvolvimento cognitivo, através das es¬
aprogramar em BASIC ou PASCAL passou aser tão tolo tratégias de solução de problemas e, isso ocorre ou, quan¬
quanto anecessidade de aprender mecânica de automó¬ do se programa e, no caso, referem-se àLinguagem
vel para poder dirigí-lo. LOGO, ou quando oprograma educativo representa um
Amedida em que se vai abandonando aquestão da al¬ modelo dinâmico do mundo em miniatura, tal como amo¬
fabetização em computadores, no sentido de “aprendiza- dalidade denominada “Simulação”.

14
COMPUTADORES EEDUCAÇÃO

considera uma falácia, pois as questões que são coloca¬


4.2-CRÍTICA AO TECNICISMO das refletem um pensamento tecnocêntrico, voltado para
0enfoque centrado na informação enão na educação. As
Na década de 80, são inúmeras as pesquisas sobre o perguntas que, podem refletir esse pensamento “tecnocên¬
uso do computador como ferramenta curricular. Entre elas trico” são:

podemos citar as de Stowbridge eKugef*^ Cook eSli- ’’Atecnologia terá este ou aquele efeito?; ouso de
ce'^>, interessados no desenvolvimento de habilidades de computadores para ensinar matemática irá aumentar as
solução de problemas eatransferência para outras situa¬ habilidades das crianças em aritmética? ou isto encora¬
ções de aprendizagem. Embora concluam favoravelmen¬ jará as crianças aserem preguiçosas para somar núme¬
te, há severas críticas quanto às evidências empíricas ros porque calculadoras podem fazer isso?; ouso de
apresentadas. processadores de texto transformará as crianças em es¬
Aestratégia para abordar aquestão da dificuldade de critores mais criativas? ou irá levar as crianças aperde¬
solução de problemas, através da programação da Lingua¬ rem as habilidades de escrever amão?; ou irá levar à
gem LOGO, foi defendida por Maddux eJohnson*'®» e mecanização, amétodos de pensar automáticos?; ocom¬
Lehrer, Harckman ePruzek*"», mas foi contestada pela putador aumentará habilidades interpessoais?; ou levará
pesquisa realizada pelo Bank Street College’s Center for as crianças ase isolarem umas das outras?: ...Os exer¬
Children and Technology que concluíram que os ganhos cícios eprática melhoram odesempenho das crianças em
cognitivos esperados quanto àcapacidade de planejar, pro¬ aritmética?; OLOGO leva aum maior raciocínio mate¬
movidas pela programação LOGO, não se transferiram pa¬ mático?”
ra atividades similares. Para Papert estas questões são interessantes, mas não
Aquestão do reforço como elemento importante para são as fundamentais, pois as mais relevantes têm aver com
amotivação, também, éobjeto de pesquisas, cujos resul¬ teoriasgeraisdeeducação,comteoriasmaisprofundas
tados não são conclusivos. Segundo Brady eHill®, pro¬ da teoria social efilosofia educacional. Ao se referir ao
gramas educativos por computador, cujo “feedback” “cientismo” ou seja, àatitude de ver “todas as questões
consiste em indicar oacerto ou erro da resposta emitida como sendo científicas ”e‘‘solucionáveis ’’, através de mé¬
pelo aluno, consistem em experimentos que se encontram todos científicos onde se avalia os métodos educacionais,
mais no campo da retórica do que em evidências em¬ via resultados de testes, diz que esta abordagem não éexe-
píricas. qüívelparaquemestápensandoemumamudançaradi¬
David W. Carraher*'®» diz que os vários problemas cal em educação. As questões colocadas sobre este ponto
com ouso do computador na educação deve-se ao fato devista,dizele,nãorespondemàquestãode“sequere¬
de estar sendo usado como uma tela eletrônica eque está mos formar indivíduos que tenham poder individual de
ficando cada vez mais claro que sua contribuição mais im¬ tomarsuasprópriasdecisõesouindivíduosinstruídos,au¬
portante consiste não mais na habilidade de apresentar tex¬ tômatos disciplinados ’isso, para ele, não éum proble¬
tos na tela, de explicar ecorrigir respostas ou de fazer ma de ciência, éalgo mais profundo.
cálculos numéricos. Sua importância “está na possibili¬ AosereferiràspesquisasrealizadascomoLOGO,Pa¬
dade de sustentar atividades especiais que seriam difíceis pertobservaqueasperguntasfeitasreferem-seaoefeito
ou até impossíveis de serem realizadas sem ocomputa¬ doLOGOnoaprendizadodematemáticaouàshabilida¬
dor”. Entre outras atividades realizadas com “software” desdeplanejamento.Relataque”..elesestãodesperdi¬
que denomina de ferramenta intelectual ou “software” para çando os seus esforços. Eles estão seguindo uma
areflexão, que são modelos de Simulação, cita uma ativi¬ metodologia de estudar oefeito de alguma coisa, varian¬
dade, realizada no Japão, utilizando aLinguagem LOGO, do esta mesma coisa, enquanto se mantém todo orestan¬
apartir do desenvolvimento de pesquisas com as crian¬ te constante”. Papert se refere àintrodução do LOGO
ças observando einvestigando folhas de girassol eacons¬ como um instrumento para mudar aescola como um to¬
trução das teias de aranhas, constatando fatos que do, para mudar atitudes frente àmatemática eàescrita,
dificilmente seriam observados sem ouso do computa¬ sobre omodo como se fala sobre aprendizagem emesmo
dor. Para ele, f'"»» acontribuição da informática na edu¬ às relações entre as pessoas na escola: entre os alunos e
cação einformática éde ordem tecnológica enão professores eentre os alunos. Salienta anecessidade de
conceituai e, no caso, omais importante éaprender so¬ ver aeducação sob dois pontos de vista: oindividual e
bre Psicologia, sobre aprendizagem earepresentação psi¬ osocial, observando oolhar para atecnologia, não sob
cológica. aótica de seus efeitos, mas dentro do foco de como aso¬
Seymour Papert"^», ao se referir ao uso da tecnologia ciedade eoindivíduo se apropriam da tecnologia. Segundo
da educação faz severas críticas ao “tecnocentrismo”, que Iele,essaapropriaçãosedádeformainterativaenãode-
15
COMPUTADORES EEDUCAÇÃO

termim'stica. Isto significa que hoje em dia há uma cultu¬ alunos pobres ede cor da periferia?); como fica aques¬
ra tecnológica euma nova cultura do aprendizado eo tão das diferenças entre os sexos, já que as pesquisas apon¬
desafio écomo esta nova cultura crescerá no novo am¬ tam que mulheres têm um tratamento diferencial com
biente tecnológico. relação aos cursos que são ministrados, isto é, passam por
Pelo exposto até aqui, podemos dizer que asituação cursos gerais, introdutórios, sendo que os mais avança¬
do uso do computador na educação é, ainda, uma ques¬ dos são destinados aos homens?
tão onde se encontra grandes controvérsias. Mas, oim¬ b) Usar ocomputador na educação não ésomente uma
portante éadireção que vem tomando na sua trajetória questão educacional-pedagógica, trata-se, também de es¬
quanto às passagens do foco tecnológico da informática colhas sobre otipo de sociedade que queremos, sobre a
para opsicológico, do desenvolvimento cognitivo eafeti¬ sensibilidade ética esocial de nossas instituições para com
vo, da estratégia para medir efeitos sobre habilidades de amaioria de nossos cidadãos. Por isso, esta nova tecnolo¬
resolução de problemas ou ganhos na aprendizagem ins- gia ao entrar nas escolas, deve vir de uma compreensão
trucional, eagora, sendo chamado para ocampo educa¬ séria dos nossos alunos arespeito dos seus efeitos sociais
cional mais amplo. mais amplos. Uma parte considerável do currículo deve¬
Corroborando eampliando esta discussão, Michael rá ser organizado em torno daquilo que Apple denomi¬
Appld'^) chama aatenção de outros aspectos dentro da nou de “alfabetização social’’, significando aresposta às
educação, ao analisar as questões éticas, políticas eideo¬ seguintes perguntas: “Onde os computadores são usados?
lógicas dentro do processo de apropriação, pela educa¬ Para que são usados? Oque realmente as pessoas preci¬
ção, do uso de computadores. Procura reverter os debates sam saber afim de usá-los? Ocomputador contribui pa¬
em torno das questões “Como” usá-los para aquestão ra melhorar avida de alguém? De quem? Prejudica avida
fundamental: “Por quê” usá-los. Procura responder às de alguém? De quem? Quem decide quando eonde os
seguintes colocações: computadores serão usados?’’
-Quais são os efeitos reais da nova tecnologia no mer¬ c) Ofato das pesquisas apontarem que poucos profes¬
cado de trabalho?; sores passam por programas substanciais de formação, an¬
-Oque pode acontecer ao currículo, se não pensar¬ tes que os currículos de computador sejam implementados,
mos cuidadosamente sobre olugar da tecnologia na sala cria-se anecessidade da dependência de conjuntos empa-
de aula? cotados de material curricular ediz ele, aconseqüência
-Aespecialização tecnológica, particularmente as ha¬ disso éa“Industrialização da Escola’’, onde incorre-se
bilidades de uso do computador, tornará mais igualitária no perigo de racionalizar econtrolar oato de ensinar, o
ou exacerbará ainda mais afalta de oportunidades sociais conteúdo eaavaliação, estilo esse que tem suas raízes nas
para nossos estudantes mais desprivilegiados? burocracias industriais. Apple chama aatenção para ouso
Chamando aatenção sobre atendência atual de se vin¬ de “software” educativos de má qualidade que existem nos
cular ocurrículo às necessidades empresariais, àlingua¬ Estados Unidos eos perigos desta dependência, tendo em
gem da eficiência, produção, padrões de qualidade eda vista que poderá criar efeitos alongo prazo, pois podem
qualificação para otrabalho e, com bases em pesquisas, causar perda de habilidades edisposições de planejar, ava¬
argumenta que oapelo por uma força de trabalho com qua¬ liar, por parte dos professores. Diz ele que atendência
lificação na área de informática não corresponde àreali¬ é“olhar para fora da própria experiência histórica ou
dade: estima-se que de hoje até oano de 1995, apenas 17% da experiência dos colegas ”... ‘‘ensino eavaliação vis¬
dos novos empregos serão nas indústrias de alta tecnolo¬ tos como algo que se compra ’’.
gia. Da mesma forma, um conceito substancial de tecno¬ Tendo em vista esta breve exposição, fica evidente que
logia não éexigido por mais de um quarto de todas as aintrodução de computadores na educação não se trata
ocupações dessas indústrias. Isso, segundo ele, elimina de um projeto fácil. Exige reflexões profundas sobre edu¬
omito da questão do desemprego, por não ter habilida¬ cação, mais do que sobre tecnologia, como diz S. Papert
des na área. ereferendado por M. Apple. Pode-se concluir que todo
Além disto, Apple aponta outras perguntas básicas que projeto na área de usos de tecnologias, e, mais especifi¬
deveriam nortear aadoção do computador na sala de aula: camente, do uso de computadores, deve vir substanciada
a) Quem se beneficia? Até que ponto asala de aula tec¬ por:
nológica pode vir aser um sistema educacional verdadei¬ -Primeiramente, num projeto político-educacional, que
ramente democrático? Será que oseu uso não está odireciona em termos de darmos respostas às questões:
adicionando outras desigualdades sociais, tais como, as ‘‘que tipo de sociedade queremos ”e‘‘que tipo de indiví¬
relativas às diferenças econômicas ede raça, já que sua duo queremos formar’’, eapartir daí definir as finalida¬
aquisição depende de custos (como ficam as escolas dos des educacionais;

16
COMPUTADORES EEDUCAÇÃO

-Com bases nessas questões, em segundo lugar, esta¬ de aplicativos, onde procura-se vinculá-los às necessida¬
belecer as diretrizes metodológicas do uso do computa¬ des acadêmicas ecurriculares enão como objetivo pri¬
dor enquanto prática alternativa dentro do currículo; es¬ meiro de formação de mão de obra para omercado de
sas duas decisões, por outro lado, remetem àquestão da trabalho, pois aprópria realidade do mundo do trabalho
formação dos educadores: otipo de formação, quais e vem demonstrando que isso se trata de uma falácia.
quantos são os educadores que deverão passar por essa Quanto ao uso de programas prontos, esses devem so¬
formação. frer uma avaliação eseleção criteriosa eserem colocados
Asolução para tais questionamentos está no abandono aserviço do modelo pedagógico adotado. Sua análise de¬
do enfoque “tecnocêntrico”, da exigência de se estar for¬ ve partir, também, das concepções de homem, de mundo
mando professores com habilidades que se aproximam dos ede um modelo epistemológico epsicológico coerente.
programadores em computador. As duas grandes pergun¬ Dentro de uma concepção construtivista, descartam-se os
tas são “Por que programar?” e“Qual émodelo filosó¬ “software” do tipo Exercício ePrática eos Tutoriais que
fico epsicopedagógico que orienta oestudo desta possuem amesma abordagem educacional. Assim sendo,
programação?” Muito embora aLinguagem LOGO exi¬ surge anecessidade de dar formação aos educadores quan¬
ja habilidades de programação, oseu grande foco éope¬ to aos modelos subjacentes aesses programas, pois os mais
dagógico eportanto, seu ensino não fica na habilidade pela desavisados poderão cair no “encanto” propiciado pela
habilidade, isto é, as habilidades ficam como um subpro¬ sofistificação com oqual são montados ecom amotiva¬
duto dentro de um processo, onde, omais importante é ção extrínseca proporcionada ao aluno, durante oseu uso.
criar um ambiente de aprendizagem ativo, que permita ao Por último, éimportante prevenir-se sobre ouso de tec¬
professor, ao mesmo tempo, observar progressos cogniti¬ nologias mais avançadas na educação, das tecnologias que
vos ede socialização de seus alunos (processos qualitati¬ salientam arapidez eaagilização da informação para a
vos) ecriar situações de aprendizagens desafiadoras, sala de aula edas possibilidades de se “navegar” na in¬
vinculadas aos projetos curriculares. Aprogramação LO¬ formação através de recursos de multimídias (videodis-
GO vem, como opróprio S. Papert diz, criar um espaço cos interativos ou não, CD-ROM). Trata-se, ainda, de
educacional onde as relações sociais se modificam enes¬ recursos disponíveis que são enfatizados sob aótica tec¬
te sentido, ainda, permitir ao professor fazer arelação dia¬ nológica eda informação enão há ainda aplicações peda¬
lética entre teoria-prática, entre ação-reflexão, pois seus gógicas comprometidas com modelos que considerem os
procedimentos de programação têm explicitações teóri¬ aspectos psicológicos, epistemológicos efilosóficos do
cas com bases nas teorias interacionistas-construtivistas. processo ensino-aprendizagem, constituindo-se em tuto¬
Da mesma forma, os outros recursos computacionais res mais inteligentes eotimizados que os recursos menos
deverão fazer parte da formação, desde que orientados pe¬ sofisticados dos computadores do presente, embora, con¬
las necessidades educacionais edo processo ensino- sideradospelosfuturistasdaeducação,comosendoobje¬
aprendizagem. Um bom exemplo disso, trata-se do ensino tos do passado.

(2) Gleason, Gerald T., Microcomputers in Education: The State (10) Maddux, C. D., Johnson, D. L, Logo: Putting the Child in
of art in Educational Technology, mars, 1981, 7-18 Charge, in Academy Therapy, 1984, sept, 20, 1, 93-99.
(3) Hade, Daniel D., Literacy in an Informatized Society, in Edu¬ (11) Lehner, R. eHarkham, L. D., Breher, R, Pruzel<, R. M., The
cational Technology, ag., 1982, 7-12. microcomputer based instruction in special education, in Jour¬
nal of Educational Computer Research, 1986, 2, 3, 337-357.
( 4 ) M o i n a r, A n d r e w R . , T h e a d v e n t o f L i t e r a c y i n I n f o r m a t i c s :
Are we prepared for it?, in Educational Technology, jan, 1981, (12) Brady, E. H., HilI, S., Young children and microcomputers -
26-28. Research Issucs and Direction Young Children, 1984, mars,
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(5) Williams, N., Computer Literacy for teacher in Manitoba -
Computer &Educational, in International Journal, 1984, 8, 4, (13) Carraher, David, Oque esperamos do software educacio¬
393-395. nal, in Revista Acesso, São Paulo, CIEd/FDE, II, 3, jan/jun 1990,
32-39.
(6) Woodhouse, D., Introductory courses in computing: aims and
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1983, 7, 2, 79-89. i n Revista Acesso, São Paulo, CIEd/FDE, 3, 5, jan 92, 21-29.

(7) Hasset, Janes, Computers in the classroom, in Psichology (15) Papert, Seymour, ACritique of Technocentrism in Thinking
Today, sept, 1984. About The School of The Future, Conference: Children in an In¬
formation Age: Oportunities for Creativity, Innovation &New Ac-
(8) Stowbridge, N. D. eKugel, R, Learning to Learn by Learning tivities, Sofia, Bulgaria, 19 may 1987, NIEd/UNICAMR mimeo.
to Play, in Creative Computing, 1983, 180-188.
(16) Apple, Michael W., Ocomputador na educação: parte da
(9) Cook, R. E., Slilfe, B., The Developing Problem -Solving Skilis, solução ou parte do problema?, in Educação &Sociedade, São
in Academic Therapy, 1985, sept, 5-13. Paulo, 8, 23, abr 1986, 25-49.

17
5 - O M O V I M E N T O D E R E O R I E N TA C Ã O
CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

Aintrodução do computador na Secretaria Municipal c) Seleção de cinco professores, pela própria escola,
de Educação de São Paulo tem um compromisso com a obedecendo, entretanto, os critérios anteriormente citados;
transformação da escola pública popular e, como tal, esses professores são denominados como professores per¬
fundamenta-se num paradigma interacionista-construüvista tencentes à2? Geração de Multiplicadores;
sócio-cultural. Dentro da visão não compartimentalizada d) Formação desses professores em várias etapas, pro¬
dos processos educacionais eobservando aescola como curando garantir uma formação permanente;
um todo, aproposta envolve mudanças que passam pelas e) Elaboração do projeto pela escola, tendo em vista
relações de poder das diferentes instâncias administrati¬ suas necessidades específicas, com aprovação do Conse¬
vas, na forma de gestão dentro da escola enos procedi¬ lho da Escola edo respectivo NAE;
mentos do processo ensino-aprendizagem. Para isso, f) Acompanhamento esupervisão participativa pelos
estabelece três princípios, nos quais oGênese se apóia: elementos do Núcleo Central ou Subnúcleos, com oin¬
PARTICIPAÇÃO,DESCENTRALIZAÇÃOeAUTONO¬ tuito de orientação eformação em serviço, na área de edu¬
MIA. Estabelece, assim, diretrizes emetas voltadas para cação einformática;
aDEMOCRATIZAÇÃO da GESTÃO edo ACESSO e g) Formação de professores -3? Geração de Multi¬
na busca de uma NOVA QUALIDADE do ENSINO, so¬ plicadores -, na própria escola, ministrada pelos profes¬
bre as quais relataremos oque segue. sores da 2? Geração, com asupervisão do Núcleo Central
ou Subnúcleos;
5 . 1 - D E M O C R AT I Z A Ç Ã O h) Organização das atividades, decididas coletivamen¬
te, com pagamento de dez horas-aula para os professores
DA GESTÃO se dedicarem ao Projeto edistribuídas da seguinte ma¬
neira: quatro horas para trabalho coletivo, envolvendo pla¬
Um dos aspectos da democratização da gestão diz res¬ nejamento das atividades eavaliação, duas horas para
peito àforma de implantação do Projeto nas unidades es¬ estudo coletivo equatro horas para atendimento de clas¬
colares, orientada pelo princípio do desenvolvimento da ses, cujos ciclos estão envolvidos, mas, não contam, ain¬
autonomia das escolas, cujos passos são os seguintes: da, com professores formados, ou, para ministrarem
a) Seleção das escolas que se inscrevem espontanea¬ cursos de formação para os colegas da escola.
mente, contando, para isso, com oaval dos Conselhos de Um outro elemento importante quanto àimplantação
Escola, compostos pelo Diretor, Representantes das Equi¬ do Projeto nas escolas éoatendimento às diferentes re¬
pes Escolares (Docente, Técnico-Pedagógica, Auxiliar de giões da capital, oque pode ser observado no Anexo 2,
Ação Educativa, Discente), representantes de pais ou res¬ onde consta adistribuição das cinquenta escolas que pos¬
ponsáveis; suem 0Projeto, por Núcleos de Ação Educativa -NAEs.
b) Formação inicial de diretores, coordenadores peda¬ Amédia de atendimento das escolas, de cada NAE éde
gógicos das escolas erepresentantes dos órgãos interme¬ 14,20%, correspondendo àmédia de cinco escolas, ha¬
diários da administração -Núcleos de Ação Educativa - vendo, entretanto, discrepâncias entre alguns NAEs (por
em cursos de sensibilização ede introdução àinformáti¬ exemplo, oNAE-9 possui um atendimento de apenas
ca educativa, com duração de quarenta horas, visando, as¬ 8,79%, em contraposição ao NAE-2 com 18,75% eNAE-6
sim, agarantir aparticipação desses elementos nas com 18,42%). Tal fato deve-se ao problema da demanda
atividades propostas; escolar, principalmente na zona leste, onde as escolas não

18
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

possuem local para instalação de um laboratório. se dá em torno de 42,15%, significando em valores abso¬
Quanto, ainda, àseleção das escolas que se inscrevem lutos, uma perda de 51 professores num total de 121. Há
no Projeto, um dos fatores mais relevantes refere-se ao ní¬ variações, conforme aescola, constatando que em uma
vel de envolvimento dos elementos das escolas. Isso se escola não houve evasão, enquanto que em outras, chega
evidencia pela quantidade de professores dispostos aas¬ apercentuais de 48,28% ou mesmo de 58,82% (ver Ane¬
sumirem oProjeto eàs possibilidades que propiciam, de¬ xo 4).
vido àformação especifica que possuem, de atingir, ao Omomento dessa evasão ocorreu durante as diferen¬
mesmo tempo, os diferentes componentes curriculares e tes etapas de implantação eimplementação do Projeto: du¬
os dois níveis de ensino. rante 0curso de formação, adesistência foi de 11,57%
No Anexo 3, aparece ademonstração de como ocrité¬ (14 professores); 16,53% (20 professores), após otérmi¬
rio da diversidade dos componentes curriculares ésigni¬ no do curso; 14,05% (17 professores) durante oprocesso
ficativo no Projeto Gênese. Apartir da amostragem feita de desenvolvimento do projeto, contando já com ativida¬
em 31 escolas, ecom dados dos cinco primeiros profes¬ des com alunos (ver Anexo 5).
sores multiplicadores, os da 2? Geração eos professores As justificativas dessa evasão são diversificadas: au¬
formados nas escolas, da 3? Geração, constata-se que sência de disponibilidade de tempo do professor (6,61%);
47,59% desses professores pertencem ao quadro do nível motivos administrativos, tais como, mudança de unidade
Ieque há professores representantes de todos os compo¬ escolar, assunção de outros cargos dentro da própria es¬
nentes do quadro do ensino do nível II, em maior quanti¬ cola eprofessores substitutos eventuais sem regência de
dade, entretanto, para as disciplinas de Língua Portuguesa classes (20,66%); não adaptação ao projeto, mais especi¬
(13,67%) eMatemática (11,40%). ficamente ao trabalho em equipe (7,44%); problemas fa¬
Isso demonstra, além de uma preocupação com os prin¬ miliares e/ou saúde (5,79%); convocação para trabalhar
cípios democráticos ede autonomia da escola, uma visão nos Subnúcleos (1,65%). Esses fatos fazem parte do coti¬
da introdução da informática como uma ferramenta auxi¬ diano eda dinâmica das escolas públicas, mas oque cha¬
liar àdisposição de qualquer componente curricular, ma mais atenção éonúmero reduzido de professores que
retirando-a do mito das ciências exatas e, evitando, assim, desistem em função da não adaptação ao Projeto, deno¬
incorrer-se no erro de torná-la mais uma disciplina afrag¬ tando, assim, que há um avanço em dois sentidos: capa¬
mentar ocurrículo escolar. cidade crescente dos professores desenvolverem trabalhos
Ademocratização da gestão aparece, também, quanto de forma coletiva eaceitação do Projeto como um todo
às formas de organização no interior de cada unidade es¬ (Anexo 6).
colar, procurando-se, assim, montar um projeto que cor¬ Quanto às dificuldades encontradas pelos professores
responda às necessidades oriundas das diversidades nas atividades com ocomputador, especialmente com a
regionaiselocais.Pode-sedizerquecadaescolapossui LinguagemLOGO,registra-sequedentreas14desistên-^
um projeto próprio, variando quanto aos componentes cur¬ cias durante arealização dos cursos de formação, num total
riculares eanos privilegiados. de51professores(Anexo5),apenas3professoresdesis¬
Com afinalidade de circunstanciar oque foi assinala¬ tiram em função desse motivo (dados colhidos nos cur¬
do acima, aanálise do quadro que consta no Anexo 7re¬ sos). Ainda neste sentido, um primeiro estudo, ainda não
velacomoaexpansãodoProjetoestásendodesenvolvida conclusivo,pareceevidenciarqueodesempenhodospro¬
nasescolas-piloto,quantoaonúmerodiversificadodepro¬ fessoresnaLinguagemLOGO,duranteoprimeirocurso
fessores que passaram aassumir oProjeto, entre os anos deformação,nãotemrelaçãocomotipodeformaçãoes¬
de 1991 e1992. Um ponto gratificante foi constatar que, pecíficadosprofessores(ciênciasexatas,biológicasehu¬
emapenasumano,houveumcrescimentosignificativo manas) ou do nível de ensino ao qual pertencem, assim
de professores, ou seja, uma média de crescimento de como,também,nãoreveladiscrepânciasentreosprofes¬
125,89%, nas escolas. Em dados absolutos, isto significa sores do sexo masculino efeminino.
umtotalde70professores,sendo39novosingressantes Ocompartilhardasdecisõescomacomunidadeesco¬
(em março de 1992) mais os 31 que iniciaram em março lar na construção de projetos adequados àrealidade es¬
de 1991. Ocrescimento diversificado das escolas (por colar, aparticipação dinâmica edialógica da construção
exemplo,umaescolaconseguiuapenasoingressodemais doProjetoemtodasasinstâncias,acrescenteadesãoao
cincoprofessores,enquantooutrasconseguiram9profes¬ Projetopelosprofessoresnointeriordaescola,ascondi¬
sores) deve-se aos fatores expressos nos Anexos 4, 5e6, çõesdadasemtermosderemuneraçãoaosprofessoresvi¬
que tratam da evasão dos professores. sam, em última instância, aestabelecer um projeto na
Esta evasão refere-se aos professores que passaram pelo escola com força política, capaz de resistir aações que,
primeirocursodeformação,portanto,das2?e3?Gera¬ porventura,poderãoocorrer,apartirdasmudançasetro¬
ções,numaamostragemrelativaàsescolas-piloto.Essa cas do poder no âmbito da administração municipal.
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0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÂO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

5 . 2 - D E M O C R AT I Z A Ç Ã O ve ser dado por meio da oportunidade destas crianças


terem acesso ao recurso, manipulá-lo edominá-lo.
DO ACESSO Apartir do momento que atribuem um valor social ao
computador -computador como símbolo de “status”
5.2.1 -Osignificado da primeira social-, essas crianças passam avalorizar aescola aqual
apropriação pertencem. Isso já vem ocorrendo nas escolas que pos¬
suem 0Projeto Gênese, onde, através dos relatórios se¬
Osentido da DEMOCRATIZAÇÃO do acesso àesco¬ mestrais dos professores, se observa uma diminuição de
la pública pode edeve ser estendido ao acesso aos bens faltas dos alunos, nos dias destinados às atividades com
culturais produzidos na nossa sociedade. Assim, aentra¬ 0computador. Da mesma forma, aqueles alunos consi¬
da do computador nas escolas da rede municipal vem pro¬ derados como “problemáticos”, desmotivados para os es¬
piciando às crianças menos favorecidas, sob oponto de tudos, os “futuros evadidos”, revelam alta motivação frente
vista sócio-econômico, as mesmas condições oferecidas ao computador e, mais ainda, têm tido aoportunidade de
pelas escolas da rede particular. Não se pode negar que demonstrarem que são capazes de produção intelectual.
ocomputador vem se tornando uma realidade nas esco¬ Oacesso ao computador pelas crianças, também, tem
las privadas e, sua aquisição pela classe média brasileira, sua repercussão junto aos pais. Nas reuniões de pais, rea¬
também, vem se acentuando, aexemplo do que ocorre em lizadas com aequipe central do Projeto, bem como, nos
todosospaísesdoprimeiromundo.Muitoemborapossa- relatórios apresentados pelos professores, as manifesta¬
-se criticar as formas como vem sendo utilizado, geral¬ ções são no sentido de valorização da escola de seus fi¬
mente vinculado mais ao “modismo” ou como uma lhosedaspossibilidadesqueocomputadoroferecequanto
disciplina dentro do currículo, arealidade éque autiliza¬ àaberturanomercadodetrabalhoe,conseqüentemente,
ção do computador poderá abrir, mais ainda, ofosso cul¬ elevação do “status” social. Avisão ingênua de “futuro
tural entre os diferentes níveis sociais eas redes de ensino. emprego” para seus filhos tem, como hipótese, suas ba¬
Aadoção do uso de computadores na educação enos ses nas acentuadas epersuasivas propagandas dos cursos
processos de ensino-aprendizagem, pela rede pública trata- oferecidos em todas as regiões da capital eno “marke¬
ting” dos veículos de comunicação de massa. Agrande
-se, pois, também, de uma tentativa de diminuir oimpac¬
preocupação eum dos desafios dos professores, com re¬
to diferencial ao qual se refere ojá citado autor Michael
lação aos pais, tem sido ode demonstrar ocomputador
W. Apple. Pode-se concluir que essa questão, em espe¬ como ferramenta pedagógica.
cial aintrodução do Projeto Gênese, refere-se auma to¬
mada consciente de uma decisão política eideológica. 5.2.2 -Número de alunos atendidos
No Projeto Gênese, oprimeiro efeito da entrada do
computador na escola, por parte das crianças, diz respei¬ Aquestão democrática do acesso ao computador, no
to àevocação de seu aspecto mítico ede sua posição no interior da escola, refere-se, ainda, ao número de alunos
cenário social. Atítulo de exemplo, vejamos duas mani¬ que são atendidos eàquantidade de horas que se dedi-
festações de crianças, retiradas, uma do seu diário de bor¬ .cam às atividades com ocomputador. Há um esforço ge¬
do, onde relatam suas relações afetivas com omundo neralizado nas escolas de propiciarem omáximo de
computacional eaoutra, da escrita na tela do computador: atendimento, considerando, porém, os limites impostos
‘‘Minha escola está virando oreino da rainha ’’
que são de origens diversas: quantidade de professores que
(Diário de Bordo da aluna de um 1?Ano do Ciclo In¬
estão no projeto, conciliação do horário pedagógico da
termediário da EMPG “Benedito Calixto”) escola com horário de uso do laboratório, organização dos
“To me sentino um dotô”
trabalhoscoletivosparaestudoeplanejamentodospro¬
(Tela do computador-aluno do 1?Ano do Ciclo Ini¬ fessores do Projeto eopróprio limite do uso de um único
cial, em fase de alfabetização, da EMPG “Bernardo O lalpratório, tendo em vista onúmero de classes da escola
Higgins”) eaquantidade de horas-aula por classe.
Essas manifestações são indicadores da forma de apro¬ Visando não se incorrer no risco de tornar ocomputa¬
priação desta tecnologia, pelas crianças das classes me¬ dor mais uma “panacéia” pedagógica, com oqual oalu¬
nos favorecidas, onde os artefatos, embora existentes no no apenas mantenha um contato superficial, não
seu mundo cultural, oseu alcance ainda se encontra no permitindo, portanto, odesenvolvimento de seu uso co¬
nível da fantasia ou, ainda, como algo que pertence às pes¬ mo ferramenta auxiliar na aprendizagem ena sua integra¬
soas de “status” social elevado (“estou me sentindo um ção com os componentes curriculares, uma das diretrizes
doutor”). Portanto, oprimeiro passo para apassagem des¬ do Projeto éadeterminação de, no mínimo, propiciar a
sa apropriação ingênua para uma apropriação crítica de- oportunidade de contato de duas horas-aula semanais. As-

2 0
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

na mesma proporção. AEscola de Deficientes Auditivos


“Helen Keller”, por exemplo, não aumentou onúmero de
classes (eram 14 econtinuou com 14), muito embora apre¬
sentasse um aumento razoável de professores ingressan-
tes em 1992 (de 3para 9professores). Além disso, mudou
seu planejamento quanto ao atendimento dos anos (anti¬
gas séries) (Anexo 9), etal fato ocorreu em função de ou¬
tras dificuldades que teve que enfrentar, no decorrer do
ano de 1991: aversão do LOGO para os computadores
da linha PC-Prológica (a escola já possuía 6micros ante¬
riormente àinstalação do Gênese) ecomo conseqüência,
houve, em 1991, descontinuidade nos estudos dos alunos,
obrigando aescola ase reorganizar totalmente no ano de
1992.
Um outro fator que justifica esta diferenciação diz res¬
peito auma outra diretriz do projeto, enquanto forma or¬
ganizacional dentro da escola. Trata-se dos professores
chegarem ao atendimento somente das suas próprias clas¬
ses, simação que ocorrerá, na medida em que houver um
número maior de professores ingressantes no Projeto. Num
primeiro estágio de implantação, para que se possa privi¬
legiar um número maior de classes ede alunos, os pro¬
fessores assumem classes eanos que não lhes pertencem,
aguardando otérmino do curso dos professores dos anos
eclasses em questão. Com isso, em 1992, alguns profes¬
sores deixaram algumas classes epassaram aassumir so¬
mente as suas salas, dedicando otempo disponível para
desenvolver outras atividades, pelas quais são também res¬
ponsáveis dentro do Projeto, tal como, curso para os co¬
legas na própria escola.
Um outro dado referente ao acesso democrático do
EMPG Presidente Kennedy computador pelas crianças, diz respeito ao crescimento
médio de número de classes atingidas. Tendo como base
sim, etendo em vista que ouso do laboratório comporta, asescolas-piloto,entre1991a1992,portanto,duranteum
nas escolas com quatro períodos diários, omáximo de 70 ano, ocrescimento médio foi de cinco classes por escola
horas-aula semanais (reservando 30 horas-aula para ati¬ (Ver Anexo 10 -média em 1991: 18 classes emédia de
vidades docentes elimpeza), ototal de atendimento pas¬ 1992: 23 classes). Ototal de classes atingidas pelas seis
sa aser de 35 classes por escola. escolas-piloto, em 1991, ano da implantação, foi de 113
No Anexo 9, pode-se observar que aúnica escola-piloto e, em 1992, passou para 141 (Anexo 10). Em termos per¬
que quase conseguiu atingir esse limite foi aEMPG “Be¬ centuais etendo em vista onúmero total de classes por
nedito Calixto” (33 classes), num trabalho desenvolvido escola-piloto,em1991oProjetoatingiuamédiade31,38%
em apenas um ano econtando para isso, com 11 professo¬ das classes em cada escola eem 1992, essa média passou
res com formação (Ver Anexo 7). Há uma variação entre para37,60%(VerAnexo11).Essesdadossãoimportan¬
as escolas quanto aeste atendimento eas razões tes, na medida em que nos dão apossibilidade de fazer
encontram-se, além do que foi assinalado acima, nas di¬ projeções,tendocomobaseascinquentaescolasondeo
ferenciações na composição de professores que assumem projeto já se encontra implantado. Com apenas um ano
oProjeto (por exemplo, há escolas que possuem mais pro¬ de funcionamento, eum total médio de 23 classes por es¬
fessores do nível 1, oque dificulta oatendimento de anos cola, teremos na rede de ensino, uma média de 1150 clas¬
do nível 1, por questão de horário). Oquadro 9, quando ses envolvidas no Projeto. Ao considerarmos uma média
comparado, ainda, com oquadro 7, mostra que mesmo de 35 alunos por classe, ototal médio de alunos atingidos
quando houve avanço do Projeto, quanto ao número de será de 40.240. Obviamente esses dados se concretizarão,
professores envolvidos, do ano de 1991 para ode 1992, n amedida em que se mantenham as mesmas condições
ocrescimento do número de classes atendidas não se deu dadas ao Projeto desde 1991, até omês de junho de 1992.

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0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

5.2.3 -Ciclos atendidos tiva, no que se refere àpassagem do pensamento concre¬


to para oformal, encontradas efundamentadas nas teorias
Com afinalidade de dar condições atodos os alunos, de J. Piaget erespaldada pela teoria de Seymour Papert
que passam pela escola, de vivenciarem atividades com no uso da Linguagem LOGO, etendo em vista, ainda,
computadores edentro, ainda, de uma perspectiva de não aprópria prática docente que vem nos revelando pontos
transformar ouso desse recurso em um mero catalisador de estrangulamento no processo ensino-aprendizagem, a
de consciências ingênuas, levadas pelo “modismo” ou sen¬ grande opção tem sido privilegiar os l?s, 2?s e3?s anos
so de “modernidade”, oProjeto Gênese vem fixando co¬ do Ciclo Intermediário. No Anexo 10, onde temos um qua¬
mo objetivo central, ouso pedagógico do computador, ou dro demonstrativo das escolas-piloto quanto aos anos (an¬
seja, sua inserção no processo ensino-aprendizagem e, pa- tigas séries) envolvidas esua linha de continuidade nos
r a
isso, torna-se necessário eimprescindível acontinui¬ anos de 1991 e1992, isso se evidencia: do total dos anos
dade de seu uso pelos alunos, através dos anos (antigas (antigas séries) atendidos, respectivamente aos anos,
séries) subseqüentes. Como resolver oimpasse criado en¬ 24,78% e18,43% pertencem aos l?s Anos do Ciclo In¬
tre aquestão pedagógica eoatendimento democrático de termediário (houve diminuição devido àredução de clas¬
toda demanda escolar? Neste primeiro momento de im¬ ses neste ano -antiga série- Ver quadro 11); 26,55% e
plantação do Gênese em cinquenta escolas, asaída para 26,95% pertencem aos 2?s anos do Ciclo Intermediário
resolver essa contradição foi estabelecer, junto com as es¬ (percentuais aproximados, oque indica agarantia de con¬
colas, erespeitando suas indicações, algumas séries den¬ tinuidade dos 2?s anos do Ciclo Intermediário eaconti¬
tro do currículo, desde que se garantisse uma linha de nuidade da passagem do 1?Ano do Ciclo Intermediário
continuidade. Tendo em vista as razões de ordem cogni- para o2? Ano do Ciclo Intermediário- 1?Ano do Ciclo

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0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

Intermediário em 1991 era de 24,78% e2? Ano do Ciclo 5 . 3 N O VA Q U A L I D A D E


Intermediário em 1992 éde 26,95%; 3,54% e17,02% per¬
tencem aos 3? anos do Ciclo Intermediário (indicando um
DO ENSINO
aumento significativo do ano (antiga série), tendo em vista
acontinuidade dos 26,55% pertencentes aos 2?s anos do Em que medida aintrodução do computador poderá
Ciclo Intermediário do ano anterior). Nos demais anos contribuir para anova qualidade do ensino? Ele, por si
(antigas séries), os atendimentos são esporádicos e mesmo, trará mudanças no processo de ensino-
viabilibizam-se, graças aos esforços dos professores des¬ -aprendizagem? Quais são os ganhos efetivos nesse pro¬
sas classes que, com formação na área, procuram dar cesso? Essas questões nos remetem às discussões iniciais,
oportunidade aos seus alunos. Com relação aos l?s e2?s sobre oimperativo de se ter uma concepção sobre fms
Anos do Ciclo Final, anos (antigas séries) que não mais da educação, visão de currículo ede processo de ensino-
teriam oportunidade de trabalhar com ocomputador, -aprendizagem. Enecessário, pois, colocar ouso do com¬
procurou-se desenvolver atividades voltadas para ouso de putador dentro de um projeto político-pedagógico, onde
processador de textos. deverá aparecer como uma prática alternativa para pro¬
vocar mudanças significativas na escola como um todo.
Assim, 0Gênese encontra-se inserido no Movimento de
5.2.4 -Infra-estrutura
Reorientação Curricular desta Secretaria, assim expresso
nos dizeres de Paulo Freired''''
Àguisa de uma primeira conclusão pode-se afirmar ’’Oprojeto político-pedagógico que estamos articu¬
que quanto mais se investe na formação de professores por lando pretende, em última instância, que, partindo de uma
escola, quanto mais capaz se torna aescola de gerenciar primeira leitura do mundo, meninos emeninas, homens
sua realidade equanto maiores condições de obtenção de emulheres façam aleitura do texto, refaçam aleitura do
recursos, tais como micros eimpressoras, maior demo¬ mundo etomem apalavra ’!
cracia se estará promovendo. Entretanto, colocar compu¬
Osentido da “tomada da palavra” pelos educadores
tadores eformar professores não basta, ademocracia
advém, também, das condições dadas para asua utiliza¬ eeducandos refere-se àconstrução de uma nova escola
ção, quer seja, faz-se necessário uma infra-estrutura de onde 0computador entra como um dos elementos de ar¬
apoio que permita sua utilização no dia adia eque garan¬ ticulação do homem com omundo, na busca da constru¬
ção do conhecimento ecomo elemento voltado para a
ta 0desenvolvimento do trabalho pedagógico, e, para is¬
formação de indivíduos conscientes, críticos, criativos e
so, 0Projeto Gênese, conta com oapoio incondicional
do Centro de Informática da Secretaria Municipal de Edu¬ comprometidos com as transformações sociais. Essa pers¬
pectiva encontra suas bases nas teorias educacionais que
cação, que, junto àPRODAM, não vem deixando de en¬
vidar esforços para aaquisição, compras emanutenção explicitam uma visão dinâmica edialética de indivíduo,
mundo, sociedade, escola eprocesso de ensino-
de equipamentos e“software”. Da mesma forma, a
CONAE-OFICINA tem se desdobrado, em termos de rit¬ -aprendizagem. Oparadigma educacional do uso do com¬
mo de trabalho intenso para montar, em apenas um ano putador, dentro dessa visão encontra-se, pois, nas teorias
interacionista-construtivista esócio-cultural, de Jean Pia-
emeio, cerca de cinquenta equatro laboratórios que vêm
oferecendo, satisfatoriamente, condições para se dar con¬ get, Vygotsky, Paulo Freire eSeymour Papert.
tinuidade ao Projeto. As mesmas condições estão sendo No capítulo anterior, vimos que aigualdade de direito
oferecidas pelo Setor de Compras da CONAE, através do do acesso ao computador, pelas crianças das classes me¬
qual foram adquiridos os móveis ecapas para micros e nos favorecidas permite ao educando uma primeira toma¬
impressoras, além de aparelhos de ar condicionado ema¬ da de consciência esua manipulação, por si. Já lhes
teriais próprios para ambientes computadorizados (lousa permite uma apropriação do mundo tecnológico que as
branca ecanetas). rodeia. Essa apropriação significa um primeiro passo da¬
Acompreensão do aspecto político eideológico da en¬ quilo que Freire chamou de “tomada da palavra’’.
trada do computador como veículo de democratização do Mas, tornar ocomputador um instrumento capaz de
ensino da rede municipal vem sendo demonstrada, tam¬ provocar mudanças significativas nas escolas dentro des¬
bém, e, com grande ênfase, pela atual Prefeita Luiza Erun- ta perspectiva teórica, implica em rever oseu papel, en¬
dina, haja vista adestinação de verba, apresença eos quanto recurso, dentro de uma nova visão de currículo,
pronunciamentos nas inaugurações do Projeto nas esco¬ de aluno, do papel do professor edo sentido do que seja
las eno importante destaque dado ao Gênese, nos mo¬ ensinar eaprender. Dentro dessa perspectiva, oGênese
mentos de sua prestação de contas àpopulação, via meios vem obtendo mudanças qualitativas em todo ambiente es¬
de comunicação de massa. colar, conforme segue orelato.

2 3
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

5.3.1 -Currículo ção construtivista do currículo, onde opapel do


computador évisto como um objeto desafiador da men¬
Avisão de homem ede mundo dentro da perspetiva te, problematizador epromotor de idéias, denominadas
interacionista-construtivista, ambos considerados como por Papert, como “idéias poderosas”. Essas, permitem
sistemas abertos, inacabados, eaconstrução do conheci¬ ao educando, momentos, onde, asistematização einte¬
mento como produto dessa relação, embasa uma visão de gração interdisciplinar dos conhecimentos, principalmente
Currículo em Ação” assim expressa por Freire:<‘*> da matemática com os outros campos do conhecimento,
“a escola que queremos éaquela em que em vez de se efetiva através do processo de aprendizagem, aqual de¬
adaptar oeducando ao mundo dado, procura inquietá-lo nomina ‘‘aprendizagem ego-sintônica ’\onde não se di-
para que percebam omundo dando-se, oqual pode ser cotomiza ocognitivo do afetivo.
mudado, transformado, reinventado”. Odesenvolvimento do currículo, segundo Papert,
Ainquietação aque se refere Freire, tem suas raízes norteia-se por princípios que regem aaprendizagem esão
também na epistemologia epsicologia genética de Piaget, apresentados, através daquilo que denominou de “mate¬
onde se observa oprocesso de desenvolvimento do co¬ mática apropriável”, ao referir-se àGeometria da Tarta¬
nhecimento, através de “equilibrações” que se estabele¬ ruga, edizem respeito às elaborações de projetos que são:
cem nas relações entre sujeito-objeto, homem-mundo. Para (1988:76):
Seymour Papert essa mediação pode ser feita com com¬ -Princípio da Continuidade: relação de continuida¬
putador, através do uso da Linguagem LOGO. de entre oconhecimento pessoal de cada um com os co¬
Acriação de ‘‘micromundos ’’no LOGO, correspon¬ nhecimentos culturais, herdando, assim, um sentido de
de àidéia do “currículo em ação”, pois, para oautor, afeição evalor como “competência cognitiva”,
cujas bases assentam-se na teoria piagetiana, odesenvol¬ -Princípio de Poder -poder aos estudantes de desen¬
vimento do currículo édescrito como ‘‘reconstrução do volver projetos significativos, coerentes com seu interes¬
conhecimento”, como veículo para estimular a“aprendi¬ se pessoal,
zagem piagetiana”, ou, como diz ele metaforicamente, a -Princípio de Ressonância Cultural -otópico sele¬
“aprendizagem sem currículo”.^^'^^ cionado deve fazer sentido dentro de um contexto mais
Aadoção da Linguagem LOGO como eixo metodoló¬ amplo.
gico do Projeto Gênese deve-se, portanto, àsua concep- Os “micromundos ”cfmdos nas escolas do Projeto Gê-
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

nese vêm propiciando aelaboração de projetos pelos alu¬ sobre aentrevista, pesquisa erepresentação de gráficos
nos, em três níveis (ver exemplos nos relatos dos de faixa etária no Brasil, construção de gráficos no com¬
professores): putador, na Linguagem LOGO (Setor eBarras).
II? Bimestre
a) Projetos pessoais, onde os alunos têm oportunidade -Questões problematizadoras: Através do que você fi¬
de criar segundo seus desejos, expondo, assim, além da
ca sabendo oque acontece na escola? Na sua rua? No seu
sua criatividade, as representações significativas de seu
bairro? No mundo? Que partes de seu corpo recebem e
mundo. Este tipo de trabalho vem permitindo ao profes¬ respondem aessas mensagens? Aquais aparelhos essas
sor oconhecimento da realidade de cada aluno eatítulo
partes pertencem? Qual oaparelho que controla todos os
de exemplificar, podemos citar oprojeto denominado outros aparelhos?
“overdose” de um aluno do 1? ano do Ciclo Final (com
-Conteúdo de Ciências: sistema nervoso, células ner¬
muitas cores ecom idéia de infinito) eos primeiros pro¬
vosas, sinapses, reflexos no organismo, como se dá ame¬
jetos dos alunos de um 1? Ano do Ciclo Inicial de multi-
morização, comparação entre ocomputador eocorpo
-repetentes (maiores de 10 anos) que representavam apenas humano, condicionamento (influência dos meios de co¬
os seus objetos mais significativos, como armas de fogo, municação sobre oindivíduo).
faca eestilingues, -Conteúdo de Matemática: componentes do computa¬
b) Projetos ligados acampos de conhecimentos espe¬ dor, Inteligência Artificial, evolução das fases do desen¬
cíficos, tais como, ciências, geografia, matemática, edu¬ volvimento humano, pensamento concreto eabstrato,
cação artística, onde já se encontra apreocupação de justificando ofato de equações algébricas nos primeiros
sistematizar conceitos eorganizar idéias, através da fer¬ anos do Ciclo Final, comparação com os modos direto
ramenta matemática LOGO. Há exemplos destes projetos ede edição da Linguagem LOGO.
nos relatos de experiência dos professores, demonstran¬ -Estratégias comuns: leituras de textos, aulas exposi-
do um encaminhamento para aadoção da interdisciplina- tivas, pesquisas sobre os meios de comunicação existen¬
ridade curricular (em escolas que não aderiram ao Projeto tes na comunidade edebates.
da Interdisciplinaridade), pois iniciam trabalhos ligados No semestre seguinte, houve continuidade dos traba¬
atemas da atualidade, tais como, ECO-92 eOlimpíadas, lhos, passando aintegrar-se na equipe, aprofessora de Lín¬
c) Projetos ligados aos trabalhos da Interdisciplinari- gua Portuguesa que desenvolveu com os alunos, atividades
dade, onde ocomputador aparece como elemento impor¬ de propaganda nas tvs, e, para isso, os alunos criaram “slo¬
tante de expressão da criatividade eferramenta para gans” no computador.
Ainda, com aLinguagem LOGO, alguns professores
organizar conteúdos socialmente relevantes, bem como,
vêm integrando aeducação musical no computador, com
gerar temas relacionados com omundo tecnológico, com outros instrumentos musicais ecom trabalhos da área de
vistas ao desvelamento crítico dessa realidade. Um bom
exemplo desse tipo de projeto trata-se do relato de expe¬ Língua Portuguesa, com oobjetivo de desenvolver asen¬
sibilidade artística, oouvinte musical, ecriar condições
riência da EMPG Comandante Garcia DÁvila, onde ote¬
ma gerador era “Vivendo em Comunidade’’, subdividido para que aprendam acompor (música eletra).
Mas, 0uso do computador no currículo também vem
nas seguintes questões geradoras:
sendo adotado através do processador de textos, onde os
I? Bimestre alunos, além de confeccionarem relatórios, passam apro¬
-Questão Geradoradora: Quais as influências dos duzir textos, individual, ou, coletivamente, principalmente
meios de comunicação eda informática no indivíduo? nas aulas de Língua Portuguesa. Os resultados apresenta¬
-Questão Problematizadora: Qual éainfluência dos dos pelos professores indicam que os alunos passaram a
meios de comunicação na visão que asociedade tem do ser “leitores de seus próprios textos”, colaborando muito
velho?
com aquestão da ortografia.
Obs.: Essa questão foi definida apartir de um levanta¬
mento prévio, quando se constatou, que atelevisão 5.3.2-Outras Modalidades de Uso da In¬
constituía-se no único lazer dos velhos da comunidade. formática
-Conteúdos de Ciências: fases do desenvolvimento do
ser humano, envelhecimento biológico, dados obtidos atra¬ Além das ferramentas LOGO eprocessador de texto,
vés da observação da relação tv-velho, causas do maior oGênese se propõe adesenvolver atividades no compu¬
número de jovens na população, principais causas da mor¬ tador voltadas para odesenvolvimento do educando e
talidade no Brasil. educador-pesquisador e, para isso, na medida em que as
-Conteúdos de Matemática: Porcentagens eGráficos. escolas solicitem, serão usados, como ferramenta curri¬
-Estratégias comuns: entrevista com idosos, debates cular, outros aplicativos, tais como, aplanilha eletrônica

2 5
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

L
tf..

ebancos de dados. disciplinas estanques, obrigando os professores ealunos


Pretende-se, também, introduzir arobótica pedagógi¬ adesenvolverem trabalhos coletivos. Aintrodução da in¬
ca (LEGO-LOGO), projeto que se encontra em fase de formática nas escolas que desenvolvem oProjeto Gênese
conclusão juntamente com oNIED/UNICAMP. Parale¬ constitui um elemento amais para favorecer essa integra¬
lamente, há atividades previstas para ouso do computa¬ ção, pois, parte do princípio que ocomputador éapenas
dor com as outras atividades desenvolvidas pelo Centro um recurso que permeia todo ocurrículo, trata-se apenas
de Multimeios, como vídeo, jornal escolar eoficinas pe¬ de uma ferramenta enão uma disciplina, ou seja, um cam¬
dagógicas. Em 1992, algumas escolas participaram da Re¬ po de conhecimento específico para desenvolver habili¬
de Guri, da Escola do Futuro da USP, conectando nossos dades voltadas para omundo do trabalho. Essas
alunos com crianças de outros países para trocas de in¬ habilidades, poderão ocorrer como conseqüência natural
formações sociais eculturais. Para opróximo ano, pensa- de seu processo de utilização, porém dentro de uma pers¬
-se, também, em desenvolver uma rede de comunicação pectiva mais crítica, se considerarmos que as crianças,
remota, procurando integrar as crianças eprofessores das apartir do uso pedagógico do computador no seu proces¬
escolas que estão no Gênese. Aintenção éde estar colo¬ so de aprendizagem desenvolverão estratégias de promo¬
cando nossos educandos numa dimensão que, apartir do ção de maior autonomia intelectual ede criatividade,
respeito das suas identidades culturais, possam conhecer condições essas que lhes possibilitarão agir como cida¬
edesvelar outras realidades, vencer barreiras eir além dãos capazes de fazer escolhas conscientes no mundo do
de seus horizontes. Esse fator éde suma importância pa¬ trabalho. Aaprendizagem de programação em LOGO e
ra odesenvolvimento do currículo escolar, pois procura ouso dos outros recursos do computador, não têm, pois,
colocar oeducando na relação com omundo, através das u m fi m e m s i m e s m a .

tecnologias. Quanto ao uso de ‘‘pacotes de programas de compu¬


Avisão não linear do mundo ede construção da so¬ tador ’’fica evidenciado que aseleção deve ser feita com
ciedade leva àbusca de um currículo não fragmentado em critérios que privilegiam esta visão de currículo. Avisão

2 6
oMOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

do “mundo dando-se’’ em oposição ao “mundo dado’’ e, aperspectiva do aluno como um produtor in¬
deve ser resgatada neste momento. Esses ‘‘pacotes ’’aca¬ telectual, eque essa encontra-se vinculada às relações
bados que enganam os professores desavisados têm ape¬ afetivas, aintrodução do computador na educação neces¬
nas contribuído para confirmar aescola que temos hoje. sita ser redimensionada.

Assim, oGênese se propõe autilizar programas abertos, Referendando esses pressupostos, Seymour Papert tem
que permitam ao aluno construir seu próprio conhecimen¬ um interesse duplo quanto àintrodução do computador
to, em situações onde arealidade não poderia antes ser na educação: ambiente de aprendizagem eas estruturas
desvendada. Trata-se, pois, da utilização de programas que cognitivas que se pode desenvolver nas crianças, através
apontam para omodelo pedagógico das “Simulações’’, do uso do computador. Para ele, arevolução educacional
onde ainteração com amáquina não émecânica, pois, implica em repensar oambiente escolar, as relações no
permite ao aluno manipular, testar etransformar omode¬ processo ensino-aprendizagem eos valores culturais. Sob
lo. No Brasil esses programas são quase inexistentes, prin¬ este ponto de vista, oeducando évisto, como ele mesmo
cipalmente para os micros MSX, onde amaioria dos diz, como sendo o“epistemólogo” t“psicólogo” áe sua
“pacotes" pertencem ao modelo “Exercício ePrática", aprendizagem eoprofessor como um pesquisador, um ver¬
“maquiados por” “Jogos", cujas bases teóricas sequer dadeiro “antropólogo", aquele indivíduo, que ao mesmo
pertencem ao modelo de aprendizagem comportamenta- tempo, écapaz de resgatar omundo da criança, estar aten¬
lista de Skinner, podendo mesmo serem classificados den¬ to às mudanças culturais para inserí-las no ambiente de
tro do ensino tradicional econservador. aprendizagem.
Ao colocar opapel do professor como um ‘‘facilita-
5.3.3 -OAluno eoProfessor no Proces¬ dor ’’do processo, Papert procura redimensionar ocon¬
so de Ensino-Aprendizagem ceito de ensino ede aprendizagem, numa direção que
ultrapassa alinha piagetiana -aassimilação do objeto
Partindo do pressuposto que oaluno éum aprendiz ina¬ prende-se aesquemas cognitivos -ao dar maior ênfase
to eque sua aprendizagem inicia-se mesmo antes de en¬ na maneira como as pessoas se relacionam com omeio,
trar na escola, como diz Vigotsky “há uma história prévia e, no caso, cria oambiente LOGO, os “micromundos”,
eéuma aprendizagem diferente do que ocorre na esco- onde as relações entre professor-aluno, aluno-aluno e

2 7
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

aluno-máquina, constituem-se em trocas recíprocas de co¬ um ano emeio de implantação nas escolas-piloto, não se
laboração permanente. Trata-se de um ambiente que fun¬ pode esperar resultados quanto aos efeitos esperados em
ciona como verdadeiro contrato de trabalho, de forma que termos de desenvolvimento cognitivo. Agrande questão
f >

“a criança faz oque oprofessor faz enão oque ele diz é: como medir, quantitativamente, resultados que são de
(1988:143). Assim visto, oprofessor também passa aser natureza qualitativa econquistadas alongo prazo?
considerado também, “um aprendiz”. Na nossa avaliação, até opresente momento, pode-se
As formas de intervenção do professor no processo de inferir que os alunos se encontram altamente motivados
ensino-aprendizagem têm sido aquestão mais difícil de com os desafios lógicos que lhes são propostos ehá alu¬
ser trabalhada com os professores, pois exige mudança nos que apresentaram melhores resultados na aprendiza¬
de uma postura pedagógica enraizada na cultura educa¬ gem. Isso tem sido observado nos diários de bordo das
cional; dar as coisas prontas para os alunos. crianças, aexemplo dessa menina do 2? Ano do Ciclo In¬
Resumidamente, pode-se descrever oambiente de termediário que se expressou da seguinte maneira:
aprendizagem criado pelo uso do computador no Projeto “A computação ajudou em outras matérias... Em Por¬
Gênese, tendo como base oLOGO, da seguinte forma: tuguês, porque se eu escrevesse errado, ocomputador não
obedecia. Então era quase uma obrigação escrever cer¬
to. .. Comecei atirar notas mais altas. ’’
a) Elaboração de projetos
Significando aação interiorizada do indivíduo, onde Os relatórios dos professores apontam observações a
oensino procura atender aconstrução de operações men¬ respeito do maior grau de autonomia intelectual dos alu¬
tais, através do suigimento de problemas que levem oaluno nos, observadas, sobretudo, nas outras atividades curri¬
aelaborar projetos de ação que tenham significação pes¬ culares sem 0uso do computador. Colocar “a mente para
soal esocial. Anteriormente já foram relatados os tipos funcionar” como sendo uma atividade interessante, são
deprojetosquesãodesenvolvidospelosalunoseessaques¬ registros encontrados em muitos diários de bordo das
tão tem maior clareza nos relatos de experiências dos pro¬ crianças,
fessores.
c) Trocas de experiências -modelo de "design”
No trabalho dos professores dentro da perspectiva de
b) Na possibilidade de “pensar com” ocomputador Vygotsky, naquilo que denominou de ‘‘zona de desenvol¬
Nos ‘‘micromundos” criados pelo ambiente LOGO, a vimento proximal”, ou seja:
relação que se estabelece com aTartaruga (objeto simbó¬ “... éadistância entre onível de desenvolvimento real
lico), permite àcriança relacionar anovidade com aquilo que se costuma determinar, através da .solução indepen¬
que ela já conhece (noções de medida, posição, direção, dente de problemas eonível de desenvolvimento poten¬
por exemplo), oferecendo-lhe condições para fazer mani¬ cial determinado através da solução de problemas sob a
pulações intuitivas, confrontar, descrever edepurar as suas orientação de um adulto ou em colaboração com compa¬
intuições, capacitando-a para aanálise do conflito que se nheiros mais capazes.” (p. 97).
estabelece entre suas intuições eopensamento formal. Dentro dessa percepção, oambiente deve favorecer a
Permite-lhe, pois, exercitar opensamento qualitativo ao realização de ações socializantes, entre os diferentes ato¬
evidenciar habilidades de formulação de hipóteses. res do processo de ensino-aprendizagem. Edith Arcker-
As atividades desenvolvidas nas escolas passam pelos mann, refere-se aesse processo como sendo uma transação
seguintes procedimentos: de ‘‘design”, onde adultos ecrianças aprendem nessa tran¬
-Colocação, pelo professor, da atividade aser desen¬ sação. Diz ela ‘‘ambos aprendem porque estão mutuamen¬
volvida, que poderá ser ou não de livre escolha do aluno, te engajados em um processo de dar formas ou expressar
tendo em vista as orientações sobre novos comandos ou emodelar as próprias idéias, em uma variedade de ma¬
operações do LOGO; neiras para uma variedade de propósitos.
-Testar as hipóteses levantadas, no computador; Pode-se dizer, que oProjeto vem proporcionado con¬
-Descobrir intuitivamente aresolução do problema; dições efetivas de trocas entre os alunos de anos (antiga
-Depurar aresolução do problema (programa); séries) mais adiantadas eos dos anos iniciais. Como di¬
-Sistematizar conhecimentos matemáticos que envol¬ zem alguns professores, ‘‘a cola corre solta” .Oengaja¬
veram aresolução do problema, tais como, razão epro¬ mento aque se refere Arckermann, ode ensinar ao outro
porção, ângulos, produtos cartesianos... como uma maneira de se aprender, vem surtindo efeitos
-Fornecer conhecimentos matemáticos, por exemplo, positivos, também, na auto-imagem de alunos, anterior¬
resolução de raiz quadrada, quando oprojeto escolhido mente considerados como ‘‘maus alunos” ou ‘‘pre¬
pelo aluno, em particular, assim oexige. guiçosos”.
No estado atual do Projeto, nas escolas, com apenas Amelhoria do ambiente escolar também éobservada

2 8
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

através das trocas entre os professores que passaram aen¬ cadores do problema existente, investindo-se da função
sinar os seus colegas, nos cursos oferecidos nas escolas de questionar oindivíduo para que compreenda edescu¬
ena realização de estudos eplanejamento em comum. Há bra 0problema, afim de promover sua depuração ou ‘‘de-
registro de professores, nos relatórios encaminhados se¬ bugging”.
mestralmente àequipe coordenadora, que demonstram Alocalização do “erro”, pela criança, vem permitin¬
umamudançanosprocedimentosdeavaliaçãodosalunos, do ganhos em duas direções:
sendo essa realizada em conjunto, numa tentativa de a n a - -no aspecto cognitivo, pois, acriança éobrigada a
lisar oaluno na sua totalidade enão como um indivíduo “pensar sobre oseu pensar”, operação que exige assi¬
compartimentalizado em disciplinas. milações relativas às abstrações reflexivas, sob oponto
Este‘pensarcomooutro”vemprovocandomudan¬ de vista piagetiano;
ças nas relações sócio-afetivas, estabelecendo vínculos de -no aspecto afetivo, porque na relação com amáqui¬
cumplicidade
que
atuam
significativamente
na
aprendiza¬ na, não há punição e, ainda mais, tendo aoportunidade
gem dos alunos. de rever oerro, as crianças desenvolvem maior seguran¬
Esteambientericoealegre,proporcionadopelastro¬ ça emocional, eliminando-se uma das causas mais graves
cas de experiências, vem expresso nos diários de bordo do abandono eevasão escolar: os sentimentos de fracasso.
enos relatórios dos professores. Com afinalidade de Otratamento do erro no computador define seu papel
exemplificar,passaremosaorelatodealgumasexpressões: auto-referencial aque Papert se refere, quando diz que esse
De professores: objeto écapaz de provocar mudanças culturais significa¬
“Muitas vezes falta ao professor partilhar da pequena tivas (1988:193).
conquistadoaluno.Aconquistaédele,masaalegriapre¬ Vejamos algumas falas de professores ealunos quanto
cisa ser dividida”. àessa questão.
”... foi uma grande alegria sentir que omeu trabalho De professor:
estavafazendocomqueessesadolescentespudessemcres¬ “Consegui entender oerro, como fator de construção
cer como pessoas, indivíduos conscientes da força da co¬ do acerto ecomo estímulo para ocrescimento (e eu não
munidade. Percebi também que eles sentiram aunião do aceitava sequer os meus próprios erros)”.
grupo de professores... hoje éum prazer dar aulas para De alunos:
estes adolescentes” {professora que desenvolve trabalho ’;.. lá oambiente ébom eleve. Gosto de ir lá porque
do Gênese eInterdisciplinaridade). quando erro, posso concertar epensar de novo, até dar
De alunos: certo.” (3? Ano do Ciclo Inicial).
“A aula era tão gostosa que não pensava alem do com¬ ”... eu sinto que neste ano está mais fácil enão tenho
putador, eaprofessora, vendo aalegria de todos eoin¬ mais vergonha de errar”. (29 Ano do Ciclo Final)
teresse de aprender, ficava feliz”. (1 ?ano do Ciclo Final).”
‘‘Professora, estes dias eu me senti muito nervosa, por¬
e) Pluralismo epistemológico
que eu não sabia fazer aborboleta no computador ea
senhora ficava que nem uma barata tonta, te chamam para Opluralismo epistemológico, sustentado por Papert,
lá easenhora vai, te chamam para cá asenhora vem...” apartir de estudos epesquisas desenvolvidas com Sherry
(29 Ano do Ciclo Intermediário). Turkle, que aceita atese de estilos de apropriação da com¬
putação, assim se expressa:^^^)
“Todas as vezes que eu entro na sala de informática,
eu fico com aquela certeza que vou ajudar os amigos e ”Muitos anos de estudo etnográfico eclínico sobre
pessoas ecomputadores têm nos convencido da rica va¬
que os amigos vão me ajudar” (1? Ano do Ciclo Inter¬
mediário).
riedade de maneiras de apropriação da computação. Ao
“É bom para chuchu trabalhar no computador com contrário, sua representação estereotipada como uma má¬
o colega,porqueeleaprendeoquenãosabeeeuapren¬ quinaquepermiteapenasummododerelação,ocompu¬
tador pode ser um companheiro na grande diversidade
do oque não sei. ”(1 ?Ano do Ciclo Intermediário -anti¬
derelações.Dasváriasestruturasconceituaisquedesen¬
ga 49 Série).
volvemos para classificar esta diversidade, uma éparti¬
cularmente importante para adiscussão corrente: a

d) “Erro” construtivo dicotomia que chamamos de estilos ‘hard e’soft. Esses


Na visão do ‘‘^rro” como elemento importante no pro¬ polos representam grupos de atributos que podem ser des¬
cesso de construção da aprendizagem, uma das contribui¬ critos. Oestilo 'hard écaracterizado por um pensamento
ções mais importantes do computador na aprendizagem linear, estruturado e'top down; por planejador; epor u m a
éade permitir aidentificação eeliminação do erro, de¬ postura objetiva. Oestilo 'soft écaracterizado por um e s -
nominados, na programação, como ‘‘bug”, ou seja, indi- tilo negociável de raciocínio eum estreito relacionamen-

2 9
0MOVIMENTO DE REORIENTAÇÃO CURRICULAR EOPROJETO GÊNESE

to com os objetos. Acultura dominante, ado bre aprática pedagógica que vinham desenvolvendo até
planejamento, ado estilo ’hard éressonante com oabs¬ então, revelando mudanças na percepção do “outro” -alu¬
trato, hierárquico, estilo objetivo da construção tradicio¬ nos, colegas, companheiros de vida -enos próprios pro¬
nal da ciência. Oestilo ’soft éressonante com muitas jetos de vida.
vozes, émenos abstrato emais relacionável, que ganhou Neste ambiente, também, se confirma atese de Papert
um campo acadêmico com Wittenstein, Toulmin, Kuhn e eTurkle sobre ocomputador como objeto de evocação
Feyeranbend, e, também, com acorrente de pensamento de questões filosóficas epsicológicas, provocando reações
feminista. Oestilo ’soft éressonante, também, com as vo¬ paradoxais ediferenciadas entre os usuários dos sexos mas¬
zes científicas que são ouvidas com menor frequência na culinos efemininos e, entre crianças, jovens eadultos. A
escrita formal emais na comunicação pessoal, no diálo¬ antropomorfização do computador pelas crianças meno¬
go, no diálogo interno com oíntimo que constrói afábri¬ res, eaidentificação íntima eafetiva, por vezes, antropo-
ca real da criatividade intelectual.” morfizadas, com aTartaruga ocorre mais com as
Os autores concluem que as meninas tendem ao estilo professoras, do que com professores. Esse lado afetivo,
“bricoleur”, termo retirado de Levi Straus eque se apro¬ emocional, com amáquina, vem revelando apersonali¬
xima ao estilo “soft”. dade dos alunos, permitindo uma relação mais próxima
Na verdade oque querem demonstrar éque os com¬ entre professores ealunos.
putadores permitem descrever “o como” as pessoas se re¬ Um exemplo sobre aevocação filosófica epsicológica
lacionam com os objetos pode determinar como pensam do computador para um aluno do 1?ano do Ciclo Final
para resolver um problema científico. Dizem eles “quando fica evidenciado na sua fala:
pessoas trabalham com oLOGO, desenvolvem aborda¬ “Era uma verdadeira luta: ohomem eamáquina ou
gens altamente individuais para aprogramação, são uma ohomem com ele mesmo?... Digo isso porque aos pou¬
tela projetiva para diferenças na personalidade eestilo cos fui percebendo que atartaruga era eu mesmo. Com
cognitivo”. ela aprendi ame conhecer por dentro”.
As implicações deste pluralismo epistemológico no am¬ Arelação íntima com atartaruga aparece nas expres¬
biente de aprendizagem são importantes no que tange aos sões de muitas professoras, tais como:
trabalhos dos educadores. Significa um olhar diferencia¬
“Estou ’in com atat, apaixonadíssima.”
do para os seus alunos, exigindo uma mudança de postu¬ “Me sinto no dia dos namorados com aTat.”
ra, principalmente nos seus instrumentos de avaliação.
“Pensei que fosse fácil mexer com ela, ela éque mexe
Significa, também, uma nova maneira de se observar en¬
comigo”.
quanto pessoa humana eprofissional.
Os projetos desenvolvidos pelos professores durante os Para concluir, pode-se dizer que os ganhos qualitati¬
cursos de formação confirmam atese dos estilos -plane¬ vos obtidos, neste ambiente de aprendizagem enriqueci¬
jador eescultor -.Areflexão desses professores sobre do pelo computador, têm sido altamente significativos: A
os seus próprios estilos propiciou relatos significativos so¬ ESCOLA VELHA ESTÁ MUDANDO.

(17) São Paulo, Secretaria Municipal de Educação, Diretoria de (21) Ackermann, Edith, Who is designing wliat for whom? Who
Orientação Técnica, Documento 2-Movimento de Reorganiza¬ is learning what from whom? or The clinicai method as atool
ção Curricular, 1990. for rethinking learning and teaching. Palestra apresentada no An-
nual Meeting of the American Research Association, Chicago,
(18) OMovimento de Reorganização Curricular, op. cit. abril de 1991, como parte do Simpósio 43.01 sobre Crianças co¬
mo projetistas: Explorando novas formas para aprendizagem,
N I E d / U N I C A M P, m i m e o .
(19) Papert, Seymour, Computadores eEducação, São Paulo, Ed.
Brasiliense, 1988, p. 49.
(22) Papert, Seymour eTurkle, Sherry, Gender and Programming:
(20) Vygostky, L. S., Aformação social da mente, São Paulo, Mar¬ styles and voices within the Computer culture, São Paulo,
tins Fontes, 1989, p. 94. N I E d / U N I C A M P, m i m e o .

3 0
6-FORMAÇÃO DE PROFESSORES

EMPG Benedito Calixto

OProjeto Gênese vem desenvolvendo aformação dos que se dá durante ocurso de formação dos cinco primei¬
educadores da rede municipal de ensino, em três direções: ros professores de cada escola -2? Geração de Multipli¬
-Aprimeira tem como objetivo, asensibilização dos cadores -ou seja: participação dos relatos de experiência
educadores em geral, através de cursos de pequena dura¬ ede visitas às escolas que têm oProjeto implantado. Neste
ção (quarenta horas), geralmente ministrado nos perío¬ sentido, já foram ministrados 9cursos destinados are¬
dos de férias ede recesso escolar; oquadro 12 (Anexo presentantes de NAEs, diretores ecoordenadores peda¬
12) demonstra que nestes dois anos foram oferecidos 10 gógicos das cinquenta escolas envolvidas no Projeto; cada
cursos optativos eum curso noturno destinado ao pessoal curso atende auma média de 28 especialistas.
de CONAE. Esses cursos introdutórios de informática -Dos 87 cursos ministrados neste período (Ver Anexo
educativa desenvolvem os seguintes conteúdos: Educação 12), 52 foram destinados àformação dos educadores das
eInformática, Fundamentos da Linguagem LOGO (Teo¬ 2? e3? Gerações, das 50 escolas envolvidas, esão cur¬
ria de J. Piaget, Filosofia eMetodologia LOG(3), Intro¬ sos introdutórios de duração de 84 horas. Abase deste
dução na Programação em LOGO-GEOMÉTRICO, tipo de curso aproxima-se àdos cursos de 40 horas, ob¬
Processador de Texto, Odesenvolvimento de um Projeto servando uma preocupação maior quanto ao aprofunda¬
Livre no LOGO eEstudos sobres os Componentes eFun¬ mento nos procedimentos de programação em LOGO,
cionamento do Computador. onde os professores elaboram dois projetos, bem como,
-Com aintenção de envolver os especialistas em edu¬ maior embasamento teórico sobre os fundamentos da In¬
cação, com vistas adar condições de continuidade ao Pro¬ formática Educativa, Filosofia eMetodologia LOGO. Co¬
jeto nas escolas onde será implantado, e, pelas mo já foi dito, aculminância destes cursos está na
possibilidades que possuem em dar prosseguimento aos observação das experiências desenvolvidas pelas escolas
seus estudos nas suas escolas de origem, esses especia¬ que tiveram oProjeto implantado em fases anteriores.
listas passam por uma formação inicial semelhante aos cur¬ Aformação desses professores se dá de forma perma¬
sos enunciados anteriormente, com uma complementação nente, através da realização de cursos de aprofundamento

31
FORMAÇÃO DE PROFESSORES

que ocorrem acada semestre. Vejamos como isso acon¬ pelos supervisores da equipe central esubnücleos, vêm
tece, tomando, como referência, as escolas-piloto eas es¬ garantindo aformação de uma geração de professores al¬
colas das 2? e3? íàses de implantação, que estão seguindo tamente qualificados em educação eem informática. Es¬
0mesmo processo: ses encontros têm viabilizado areflexão amadurecida sobre
-no semestre posterior ao curso de 84 horas, os pro¬ aprática docente, enriquecida pela análise de materiais
fessoresda2?GeraçãodeMultiplicadorespassarampor teóricos produzidos no Núcleo Central edistribuídos aos
um curso de 40 horas, visando ao aprofundamento em professores. Da mesma maneira, têm significado apas¬
LOGO-GEOMÉTRICOeemseusaspectosteóricos;nesta sagem de informações sobre outros recursos da máquina
ocasião, com base nas vivências com alunos enos traba¬ edo LOGO, conforme interesses pessoais dos professo¬
lhos desenvolvidos nas escolas, são discutidos opapel do res (um bom exemplo: LOGO-Müsica). São esses mo¬
professor easua forma de intervenção no processo de mentos de troca que vêm permitindo obom andamento
ensino-aprendizagem, os objetivos eprocedimentos para do Projeto.
aconcretização do planejamento participativo. Para osegundo semestre de 1992, está prevista areali¬
-no terceiro semestre, os professores das escolas-piloto zação de 60 cursos (Ver Anexo 13), dos seguintes tipos:
continuam aformação, através de um curso de 20 horas, -Cursos de 84 horas para professores iniciantes, reali¬
com introdução ao LOGO-LISTAS, complementado, no zados nas unidades escolares (total de 19);
semestre posterior, através de outro curso de 20 horas, -Cursos de 20 horas de Aprofundamento em Listas,
visando àrealização de projetos interativos e“programas para professores da 2? Geração das 25 escolas da 2? e
sementes” em LISTAS. Nestas ocasiões, oenfoque teóri¬ 3? fase de implantação (6 cursos);
co deu-se em torno dos paradigmas de programação eo -Cursos de 40 horas, de aprofundamento para profes¬
pensamento, opluralismo epistemológico eacrítica ao sores da 2? geração das 19 escolas da 4? fase de implan¬
enfoque tecnicista da educação. tação (4 cursos);
Vale ressaltar, que osentido da educação permanente -Cursos de aprofundamento para professores da 3? ge¬
não se encontra somente nos cursos ministrados aos edu¬ ração, das 6escolas-piloto e25 escolas da 2? e3? fase
cadores, pois, as atividades de estudo eplanejamento co¬ de implantação, ministrados nas unidades escolares (total
letivo (6 horas semanais), periodicamente acompanhadas de 31 cursos).

EMPG Benedito Calixto

3 2
7-DIFICULDADES EFACILIDADES DE

I M P L A N TA Ç Ã O E I M P L E M E N TA Ç Ã O
a a

Os dados, abaixo relacionados, foram coletados dos re¬ -Dificuldade para sistematização dos conceitos;
latórios apresentados pelas escolas-piloto nos 1? e2? se¬ -Dificuldade de compreensão de variável (dos alunos);
mestres de 1991 e1? semestre de 1992. -Dificuldade em formalizar novos conceitos;
-Expansão econtinuidade limitada pelo espaço físico
DIFICULDADES NA IMPLANTAÇAO do laboratório;
-Com aexpansão do projeto, necessidade de um coor¬
-Falta de lousa, ar condicionado eestabilizador no la¬ denador na escola;
boratório; -Dificuldades de transferência do Ambiente Logo pa¬
-Falta de literatura específica de Informática; ra asala de aula comum devido amudanças estruturais
-Falta de comunicação nos setores da escola (Admi¬ profundas como; prédio, organização eaparelhamento das
nistrativo); salas de aula, postura, metodologia, sistema de avaliação,
-Acúmulo das atividades docentes com as do Projeto, reorganização curricular.
provocando horas de trabalho excedente sem remuneração; -Passagem do modo direto para omodo de edição em
-Uso de computador (PC) diferente do usado no Pro¬ alguns 2?s anos do Ciclo Intermediário;
jeto, gerando desmotivação dos alunos eprofessores de¬ -Falta de oportunidade de professores do mesmo ano
vido amensagens de erro em inglês -(EMEDA “Helen (antiga série) estarem juntos para planejarem otrabalho,
Keller”); devido aproblemas de organização de horário;
-Ansiedade da comunidade; -As crianças copiam os trabalhos dos colegas; -
-Conscientização dos outros professores da escola não -Alunos com dificuldades de concentração, discipli¬
envolvidos no Projeto; na, coordenação, problemas de saúde, familiares ecom-
-Licença médica de membros da equipe; portamentais;
-Poucos professores para multiplicar; -Alunos novos na escola;
-Impecilhos para implantação da Rede Guri, no 1? se¬ -Alunos sentiram grande dificuldade ao trocar de par
mestre de 1992; nos trabalhos em equipe;
-Promoção do Projeto junto às classes não envolvidas -Dificuldade na execução de movimentos com giros;
(falta de tempo da equipe); -Controlar aansiedade dos alunos;
-Diminuição de horas para odesenvolvimento do -Confecção sistemática do Diário de Bordo;
conteúdo; -Alunos dos 2?s anos do Ciclo Final com medo de
-Decepção inicial dos pais na EMEDA “Helen Kel¬ errar;

ler”, ao saberem que não se tratava de um curso profis¬ -Roubo de computadores edisquetes, acarretando gran¬
sionalizante. des dificuldades no desenvolvimento do Projeto (02
escolas).
DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO
FA C I L I D A D E S
-Fazer aponte com opróprio componente;
-Dificuldade acentuada, quando oprofessor não tem -Trabalho docente em equipe, de uma maneira siste¬
formação específica completa; mática;
-Grande número de alunos por classe; -Proporcionar condições de aplicação contínua;

3 3
DIFICULDADES EFACILIDADES DE IMPLANTAÇÃO EIMPLEMENTAÇÃO

-Consideração do erro como ocorrência para se ven¬ -Melhoria de desempenho na comunicação (transmis¬
cer dificuldades; são erecepção); interesse maior nas aulas de EFAL (Es¬
-Proporcionar um grande envolvimento da comunidade timulação da Fala, Audição eLinguagem);
escolar; -Alunos mais independentes; solicitam com muito me¬
-Envolvimento pessoal do NAE -visita para ver co¬ nos frequência oauxílio do professor;
mo éfeita aavaliação no Logo; -Entusiasmo dos alunos;
-Facilidade na formalização de conceitos; -Valorização do trabalho do professor, ao ser visitado
-Alto índice de frequência dos alunos; pela comunidade, escolas próximas ealunos dos anos não
-Acompanhamento, apoio, disponibilidade eprestação envolvidas no Projeto;
de serviços de primeira qualidade da equipe de CONAE -Professores dedicados ao Projeto;
(Núcleo Central) epessoal do NAE-7 eNAE-4; -Trabalho em dupla proporcionou interação eevolu¬
-Interesse dos professores ealunos, facilitando adifu¬ ção do desempenho;
-Aluno monitor do 1? Ano do Ciclo Final colaborou
são do projeto em todos os níveis;
-Participação sistemática eestimuladora da equipe téc¬ muito com oprofessor para atendimento aclasses nu¬
nica, administrativa epedagógica da escola; merosas;

-Reposição de material regular esuficiente; -Os alunos com maior dificuldade de aprendizagem,
-Relação de aluno -professor mais descontraída, ocor¬ aprendem com mais facilidade, ao observar os colegas;
rendo uma efetiva relação de troca; -Alunos que já estavam no Projeto no ano anterior
-Oportunidade de observar omodo de estruturação do mostraram-se mais assíduos, ativos eparticipantes;
pensamento dos alunos portadores de necessidades espe¬ -Os alunos sentem-se mais próximos ao professor no
ciais (audio-comunicação), suas dificuldades efacilida¬ Laboratório eesperam que esse comportamento se esten¬
des em compreensão eretenção; da àsala de aula.

3 4
8 - R E L AT O
EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

partir de temas discutidos em sala eservindo de motivo


EMPG I M P E R AT R I Z LEOPOLDINA
para outros trabalhos. São crianças que terminam suas li¬
ções muito rápido eadoram ocomputador.
R E L ATO DA PROF? ELZA DO CARMO Oaluno que escreveu sobre aOlimpíada foi escolhido
A N D R A D E para ir ao Congresso de Educação, mas, infelizmente não
Prof? Nível I-I? Ano do Ciclo Inicial (antiga 1? sé¬ pode mostrar oseu trabalho. Sabe manejar bem oEditor
rie) -1992. e, além do texto, quis escrever algumas frases soltas,
Apesar deste ano não estar incluído na relação das clas¬ pedindo-me para gravar eimprimí-las, pois ver otraba¬
ses do PROJETO, todas as semanas eu levo as crianças lho impresso estimula muito para que tentem melhorar.
àsala do computador. Aescalação do time de vôlei, feita pelo aluno, está c o m -

Faço isso, porque todos eles mostraram interesse egos¬ pleta, porque partiu dos temas discutidos em classe, lei¬
tam muito de falar com as máquinas. Éoprogresso! tura de jornais, revistas, televisão (inclusive jogo n a
Alguns não conseguem escrever muita coisa, apenas escola), desenhos e, também, porque a“tia” évidrada
ditongos, monossílabos, seu próprio nome e, às vezes, nos “garotos de ouro”.
apertam teclas não aconselháveis. Otema FOLCLORE, abordado em outros textos, tam-
Outros escrevem palavras, pequenas frases, mesmo sem bémfoitrabalhadoemsaladeaula.Éumassuntodoqual
estética, mas vão, aos poucos, ficando amigos ecúmpli¬ gosto muito eopersonagem mais falado foi oSaci, por
ces do computador. ser 0de maior popularidade entre as crianças.
Como sempre, existem aqueles que já ficaram amigos As duas meninas que escreveram sobre aSereia, fize¬
íntimos da máquina, adoram conversar com ela esempre ram uma escolha pessoal. Talvez aSereia esteja mais de
acordo com ojeitinho delas: “sedutor”.
que há uma brechinha, pedem para ir até àsala do Proje¬
to, que fica em frente àsala de aula. Érealmente uma Uma garota atribuiu ao Saci oseu próprio “desliga¬
grande tentação. mento”, mas com muito senso de humor, coisa que épe¬
culiar àautora.
Vários textos foram escritos diretamente no Editor de
Texto, após coleta de palavras com ”ç”, produção de fra¬ O“desligamento” não é, realmente, desligamento. É
ses, leitura eoutros exercícios em sala de aula. mais um jeito bastante charmoso de ser.
No computador, as crianças optaram por escrever so¬ CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OPRIMEIRO
bre uma “moça”, e, épor esse motivo que nos textos apa¬ A N O
recem títulos com nomes de mulher. Algumas vezes, deixo que os alunos explorem àvon¬
Tive um pouco de trabalho, pois algumas crianças se tade, dou algumas dicas para aguçar acuriosidade ees¬
esqueciam do “ENTER”, na mudança de linha, após o tou começando aapresentar a“Tat”, mas preciso trabalhar
ponto final, mas logo perceberam omecanismo, depois melhor alateralidade nas aulas de educação física eem
de ver como saíam as frases ao serem impressas. todas as ocasiões em que surgir aoportunidade.
As crianças colocam em seus pequenos textos, alguns Devo dizer que gostaram muito da “Tat” eespero con¬
dramas pessoais atribuídos àpersonagem fictícia. Tam¬ seguir mais, muito mais, pois embora este primeiro ano
bém, escrevem sempre com letra maiüscula, no compu¬ não esteja incluído no Projeto, ointeressante éver o“Pro¬
tador, para facilitar omanuseio. cesso” lento egradativo da paixão.
Outros textos produzidos foram de escolha pessoal, a Confesso que dá muito trabalho, pois écansativo orien-
3 5
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

tar, gravar eimprimir sozinha todos os trabalhos enem mudaram os números numa boa, inclusive orepita (colo¬
sempre isso épossível. caram KKX)) emorreram de rir, porque ocoração não pa¬
Há muito mais coisas interessantes prá se dizer sobre rava mais.

0triângulo amoroso ALUNOS +COMPUTADOR + Nesse momento dramático, entra em cena odivino
PROFESSOR . mestre ediz as palavras mágicas: Apertem CONTROL
STOP ao mesmo tempo eeles vibraram com o“Parei!...
Parei... Parei!... Lindãoü!
R E L ATO DA PROF? ELZA DO CARMO Queriam, então, aumentar ocoração, mas a“tia” está
ANDRADE ficando velha, tem memória fraca eesqueceu onúmero
mágico eocaderno de anotações. Que vexame! Fiquei de¬
Prof? Nível 1-2? Ano Ado Ciclo Inicial (antiga 2? vendo eainda bem que já estão acostumados com os lap¬
Série) -1992 sos de memória da “velhota”.
Este ano já participou do Projeto no ano de 1991 evai Voltando àseriedade eobservando como resolvem seus
se saindo bem até agora. Continuam apaixonados pelo problemas, chego àtriste conclusão de que nós professo¬
computador ese eu lhes der bola, querem ir, atoda hora, res somos uns bobocas eque não sabemos ou não quere¬
àsala do Projeto, mas aí então, eu fico louca de uma vez. mos chegar lá, onde está a“caixinha de Pandora”. Será
Aeuforia étanta que eu preciso usar aquela famosa medo da surpresa?... Não devíamos ter, pois, nos textos
estratégia que alguém que nós conhecemos bem, usava: das crianças, eu aprendi afazer cerol, afazer pipa, as vá¬
atenção gente, senão eu...! rias modalidades de pipa, etc..., tudo isso em sala de au¬
Eles têm desenhos feitos já no ano passado, mas neste la, sem odedo do gato esem pesquisa. Os meus mestres
ano, usaram mais oEditor. Escreveram bastante, embora usaram somente asua vivência. Eu colaborei com otema
eu não possa colocar tudo aqui eagora. Talvez, ainda apa¬ ecom alguns acertos ortográficos aqui eali.
reça essa chance, pois valeria apena colocar todos os tex¬ CONCLUSÃO:Eutenhomuitostextosótimosepre¬
tos feitos, num pequeno livro. Alguns têm temas livres, tendo montá-los num livrinho, mas oque éinteressante,
outros, sobre discussões em sala de aula eassuntos da atua¬ éver 0progresso, as idéias que surgem, acriatividade
lidade.
semjire presente.
Descreverei algumas passagens interessantes eque va¬ Euma classe numerosa, barulhenta, mas que trabalha
lem apena seremmencionadas. edá gosto vê-los fazendo matemática.
Estou entrando no “APRENDA” -Modo de Edição -e Oque me deixa feliz éque não éuma minoria que faz.
algumas crianças já conseguiram fazer alguma coisa co¬ Todos, de uma maneira ou de outra, mostram oseu pro¬
mo, por exemplo, oaluno Márcio, que fez um “Cataven- gresso.
to”, sozinho, utilizando 4triângulos. Édesgastante,masatéquevaleapena!
Outro caso interessante, éode uma “bandeira”, um
trabalho sobre aOlimpíada. OBSERVAÇÃOFINAL
Não vem ao caso aqui, se odesenho da bandeira está
correto ou não, mas fiquei emocionada ao ver uma crian¬ Infelizmente não tive tempo de fazer um relatório dos
ça de 8anos, usando ocálculo mental trabalhado na sala trabalhos apresentados no ano passado pelo 3? ano Cdo
de aula, para facilitar oseu trabalho. Ciclo Inicial (antiga 3? série), que neste ano de 1992, é
Acriança começou abandeira pela cruz que éirregu¬ 01? ano Cdo Ciclo Intermediário (antiga 4? série), que
lar. Então ela calculou mentalmente erapidamente con¬ atualmente está sem professor no Projeto.
cluiu oretângulo sobre oqual estava acruz. Gravei isso Foi uma pena, mas talvez ainda tenha chance de fazer
muito bem, porque ele me perguntou se ia dar certo se alguma coisa.
ele fizesse daquele jeito efoi ótimo ver asua alegria quan¬ Oque pude, digamos, “salvar” foi um aluno que, por
do deu certo. sinal, no ano passado, era terrível, eque hoje, dia 20 de
Num dia desses, resolvi mostrar aeles como se fazia agosto, ficou comigo atarde toda efez dois desenhos: PI¬
para representar um coração pulsando (“sprite”). Colo¬ PA ePIÃO. Num deles, “PIÃO”, ele mesmo criou otex¬
que! na lousa oprocesso epara minha surpresa, um gru- to eeu oescrevi no desenho.
pinho interessadíssimo perguntou como fazer ocoração No outro, “PIPA”, eu aproveitei oseu desenho ecolo¬
bater mais devagar ou mais depressa. que! uma produção escrita feita por uma criança do 2?
Pedi-lhes que lessem oque estava escrito, pois era um ano do Ciclo Incial.

problema que atartaruga tinha que resolver eapresentar Sinto muito não ter podido relatar tudo sobre os ou¬
oresultado. tros desenhos que tinham grandes histórias.
Fizeram isso esacaram rapidinho qual era ajogada e Fica para uma outra vez.
3 6
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

RELATO DA PROF? AIMAR FÁTIMA DA SILVA 7. Elaborar atividades diversificadas edesafiadoras, de


acordo com otema eos sub-temas ou afatos do momen¬

Prof? Nível I-1? Ano do Ciclo Intermediário em 91 to que permitam trabalhar as propostas dos projetos em
e 9 2 questão.
I. Introdução 8. Avaliar, e, quanto aeste momento, estamos inovan¬
“INTEGRANDO INTER EGÊNESE” -no nível I do! Realizando oprocesso de avaliação em 4etapas:
*PROFESSOR -ALUNO
”Épossível?Dáparafazer?Nãoconsigovisualizarco¬ *ALUNO -PROFESSOR
mo isto épossível!” Estas emuitas outras questões nos
foram sendo colocadas durante os três últimos semestres *ALUNO -ALUNO (auto-avaliação)
*ALUNO -GRUPO (classe)
esempre que possível repassávamos as propostas dos pro¬ *GRUPO -ALUNO
jetos, líamos alguma coisa amais sobre um eoutro ede¬
finíamos que “sim eisso era eépossível!” II. Desenvolvimento do trabalho
No entanto, apesar de falarmos auns eoutros, isto ainda No trabalho com as crianças, foram criados Vários tex¬
não tinha sido suficiente. Faltava documentar, demonstrar tos pelos alunos, onde aproposta era inventar uma histó¬
que era possível, que estávamos vivenciando essa prática ria, apartir de uma “Tempestade de Palavras” (adjetivos),
diariamente. Tínhamos encontrado um caminho que até realizada em Português, eda análise de um livrinho na
então nos satisfaz, embora haja, ainda, muitas coisas por Sala de Leitura para confeccionar outro (as ilustrações de¬
conhecer, inventar efazer. senvolvidas em Educação Artística eaescrita através do
Ocaminho érazoavelmente simples em sua concep¬ Editor).
ção ealtamente complexo no seu desenvolvimento, neces¬ Todo 0trabalho foi realizado durante vários dias, com
sitando de muito envolvimento pessoal, tanto do professor profundo envolvimento dos alunos edo professor. Os li-
como do aluno. Épreciso se auto-motivar na essência, vrinhos foram vendidos para arrecadar dinheiro eajudar
romper laços, buscar recursos ainda inexistentes, lançar na verba necessária para ir ao Teatro. Infelizmente, os li-
desafioseacimadetudoseratuante.Éprecisotransfor¬ vrinhos foram vendidos num valor muito pequeno eaju¬
mar um discurso deslumbrante em algo contagiante, con¬ dou pouco.
v i n c e n t e e e fi c i e n t e . Durante ofinal do terceiro equarto bimestres de 1991,
Eaí? Como fazer?
desenvolvíamos um trabalho forte, amplamente envolvente,
Desde oinício, nossa prioridade no segundo ciclo foi sobre omeio ambiente, poluição da natureza edefesa do
conscientizar acomunidade sobre aimportância da sua r i o Ti e t ê .

participação nos diferentes setores da sociedade e, apar¬ Apartir destes dados, fizemos muitos desenhos, tex¬
tir disso, usá-la como meio de conquistar recursos dispo¬ tos, depoimentos eotrabalho mais completo daquele mo¬
níveis para asua própria comunidade. mento foi 0levantamento das empresas que mais poluem
Nós nos apegamos aisto eotransformamos em nosso 0rio Tietê. Foram-lhes enviadas cartas, como forma de
ponto de partida para interligar INTER eGÊNESE. Era demonstração do descontentamento dos alunos.
preciso esquematizar um roteiro de trabalho que nos per¬ Tratou-se de um trabalho amplo, envolvendo todos os
mitisse analisar, avaliar eretomar quando preciso, sem componentes esala de leitura. Foi tão rico, produtivo e
perder ocaminho. gratificante que pretendo desenvolvê-lo outra vez neste
Como fazer? a n o .

1. Detectar aspectos significativos no quadro de dupla- Aseguir, relatarei aatividade interligada aEstudos So¬
-entrada (real vivido). ciais ePortuguês no início do ano, quando estávamos de¬
2. Definir objetivos específicos eclaros para todos os senvolvendo 0sub-tema RECURSOS. Pretendíamos

componentes curriculares, sob oponto de vista interdis- atingir aexploração dos recursos naturais, porém, de acor¬
ciplinar. do com aexpectativa epesquisa dos alunos, notamos que
3. Especificar os conteúdos que podem estar presentes era muito forte apresença de recursos visuais influencian¬
naqueles aspectos detectados eselecionados nos quadros. do na vida das pessoas e, decidimos explorar, também,
4. Montar um plano de trabalho para apresentar ao esses temas. Otrabalho foi desenvolvido em grupo, cada
aluno. um trabalhando um recurso visual e, culminando na apre¬
5. Organizar asala de aula e/ou laboratório de infor¬ sentação de pequenos seminários, em cartazes, produção
mática, (individual, duplas, etc...) de acordo com otra¬ de texto edesenhos ilustrativos.
balho aser desenvolvido. Foi feita uma atividade, realizada em duas etapas: cria¬
6. Fazer uso da metodologia dialógica (iniciar da fala ção do texto em dupla, diretamente no micro e, em outro
do aluno). momento reescrita do texto no próprio micro. Vários tex-

3 7
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

tos foram produzidos, sendo um deles escolhido, para ser


usado em Português, nos trabalhos de estudos linguísticos. EMPG COMANDANTE GARCIA D AV I L A -

Éasegundaquinzenademaiode1992.Portodosos
lados que se olha, propagandas enormes anunciam aRio Relatora:
92, um importante evento para nosso país, para omundo CARMEN LÚCIA FERNANDES PINTO -Prof" Ní¬
todo, e, aescola não pode ficar àdistância dela. vel I
Professores envolvidos:
Éprecisolevarparaaclasse,fazemossempreesteti¬ JACY TODESCATT -Prof. Nível II -História
po de trabalho. Épreciso discutir amplamente, levantar CARMEN LÚCIA EPINTO -ProP Nível I-1° Ano
soluções imediatas, conscientizar...
do Ciclo Intermediário (antiga 4? série)
Montamos nosso plano, selecionamos recortes, textos 1? SEMESTRE-
eatividades. Os alunos estão entusiasmadíssimos! Desde oprimeiro contato, os alunos dos primeiros anos
ARio 92 vai acontecendo, as paredes da escola ficam do Ciclo Intermediário se encantaram com os computa¬
dores. Cada um, àsua maneira, explorou amáquina,
repletas de trabalhos significativos. Cada um demonstrou
surpreendendo-se acada toque. Juntamente com diálogos,
àsua maneira os seus objetivos.
brincadeiras, exercícios corporais. Jogos, cada um come¬
Aconferência chega ao fim, acordos são assinados, çou adar vazão àsua criatividade.
etc..., precisamos trabalhar nisso, chegou ahora! Tenho observado que amaioria deles tem muita facili¬
dade para realizar pequenos projetos usando os coman¬
Julho de 1992. Outro evento importante mobiliza os no¬ dos primitivos. Amaior dificuldade encontrada foi ouso
ticiários. Os Jogos olímpicos de Barcelona são oassunto do “modo de edição”, pois, para eles, émais fácil traba¬
do dia, em todos os ambientes da escola. Há uma grande lhar no modo direto, que émais concreto. Todos, sem ex¬
expectativa sobre aparticipação brasileira, sobre os re¬ ceção, mostram grande entusiasmo com essa
cordes, sobre as medalhas,... aprendizagemehácasosemqueelesmesmosdescobrem
Avida na escola está tumultuada, opção de Jornada sozinhos novos comandos ecriam seus projetos pratica¬
nomeiodoano,mas,apesardetudo,elaboramosoplano mente sem ajuda. Os alunos que têm mais dificuldade se
deagostode92sobreaOlímpiadadeBarcelona.Teráfil¬ interessam muito em observar eaprender com os cole¬
mes, textos sobre Hércules, análise eestudo de mapas, gas, assimilando dessa forma com mais facilidade oque
exercícios, cálculos, desenhos, etc... querem aprender, pois entre eles há muita cumplicidade.
Otrabalho ésempre feito com alunos em duplas eco¬
Todo 0trabalho sobre aOlimpíada de Barcelona, ain¬
da não está concluído. Estamos montando um projeto no mo 0número de alunos excede, tenho sempre dois ou três
trios que são diferentes acada aula. Periodicamente, pa-
Logogeométricocomtodasasbandeirasdospaísesen¬ r a
uma melhor observação do desempenho individual, te¬
volvidoseosgráficoscomosresultadosfinaisdasme¬ nhotrazidoosalunosemturmasdequinze.
dalhas.
Quandonãotrabalhocommeusalunos,osprofesso¬
Apesardeinacabado,épossívelobservaralgunsdes¬ res da sala deveriam acompanhar seus alunos ao labora¬
testrabalhos.Parecesimplesdesenharumabandeira,mas tório durante as minhas aulas. No início, alguns
umpoucocomplicadoparaoaluno.Sãoquasetodasdo professores não se sentiam envolvidos no projeto, não vin¬
mesmo tamanho, mas os caminhos tomados foram dife¬ do ao laboratório, sendo que apresença deles era impres¬
rentes um do outro, oque torna possível perceber ecom¬ cindível para que pudessem aeompanhar o
parar as diferentes estruturas. desenvolvimento global de seus alunos. Resolvemos, en¬
Ressalto, ainda, adificuldade de muitos alunos desta tão,reunir-noscomelesparaesclareceresseaspecto.Após
classe, que se caracteriza como uma classe difícil, tama¬ isso, com exceção de uma, todas as professoras se envol¬
nha as dificuldades que possuem. Dos trinta esete alunos veram e, aparentemente, assimilaram afilosofia do pro¬
da classe, vinte ecinco passaram por reforço especial no jeto, começando, inclusive, aapresentar suas observações
de mudança comportamental dos alunos, na sala de aula,
primeiro ano do Ciclo Inicial e, amaioria dos 25 meni¬
eoferecendo sugestões para oprofessor do laboratório.
nos foram rotulados, em anos anteriores, como indisci¬
plinados ede pouco rehdimento. Houveintegraçãocomoutrasdisciplinas:projetosso¬
bre frações eagricultura.
Obom do trabalho que apresentam, éque não perdem Oque se nota, destacadamente, em sala de aula efora
nunca obom humor efazem quantas vezes forem neces¬ dela, éamudança de comportamento dos alunos que es¬
sárias até dar certo aquilo que planejaram. tão mais desinibidos, mais ágeis em seu raciocínio ecom
3 8
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

h
EMPG Presidente Kennedy

maior facilidade na assimilação de novos conteúdos. Observou-se que alguns alunos têm mais facilidade em
Há um aluno do primeiro ano do Ciclo Final que tem formalizar conceitos eperceber que omodo de edição fa¬
colaborado muito no trabalho com os primeiros anos do cilita os projetos idealizados.
Ciclo Intermediário. Importante observar que aajuda é Apartir do quarto bimestre, os alunos dos primeiros
mútua, pois, ao mesmo tempo que ele ajuda ogrupo do anos DeEdo Ciclo Intermediário foram integrados ao
primeiro ano do Ciclo Intermediário, ele também está se projeto “Maneco Caneco”. Esse projeto foi realizado em
ajudando. duas etapas: sala de leitura/sala de aula elaboratório de
Relatora: informática.
CARMEN LÚCIA FERNANDES PINTO -Prof? Ní- Na primeira etapa, foi feita aleitura eexploração do
vel I livro “Maneco Caneco Chapéu de Funil”, bem como, a
Professoras envolvidas: análise do personagem, sua representação gráfica emon¬
SILVANA DURELLI -Encarregada da Sala de Leitura tagem em cartolina.
CARMEN LÚCIA F. PINTO -Prof? Nível I-1 ?Ano Os alunos criaram, deram nome, desenharam, fizeram
do Ciclo Intermediário (antiga 4? série) montagem em cartolina eacertidão de nascimento de um
2? SEMESTRE DE 1991 novo personagem, com oobjetivo de compor uma nova
Nesta etapa do ano, os alunos se mostraram mais se¬ história em três cenas.
guros econfiantes com aLinguagem Logo, pois, já tinham Na etapa seguinte, os alunos, distribuídos em duplas,
algum domínio dos comandos utilizados no primeiro .se¬ passaram autilizar olaboratório de informática para aexe¬
mestre. cução, no computador, da história criada.
Começaram afazer pequenos projetos em duplas eaté Apesar do envolvimento eentusiasmo dos alunos com
em trios, dependendo da necessidade. Esses projetos fo¬ oprojeto, na fase de execução da história no computador,
ram executados, na medida do possível, no modo de muitos obstáculos foram encontrados: ouso do modo di¬

edição. reto, apesar dos alunos conhecerem esaberem utilizar o

3 9
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

modo de edição epouco tempo para arealização do pro¬ material que havia sido colhido por eles eque era até “vi¬
jeto (oito horas/aula). vo”, pois representava oreal, opróximo, odia adia deles.
Mesmo assim, algumas duplas quase concluíram apri¬ Aprofessora de Matemática, com os dados tabulados,
meira cena da história, oque deverá ocorrer no ano de deu noções de gráficos de setor ede barras elevou os alu¬
1992. nos para olaboratório de informática eeles, usando alin¬
Encerrando as atividades relacionadas ao projeto, houve guagem Logo, construíram seus próprios gráficos, e, ao
uma entrevista com Luís Camargo, autor eilustrador do sentirem anecessidade de legendas, resolveram elaborá-
livro citado. -las. Nesta íàse ela comentou comigo que nunca tinha sen¬
Apesar de todas as dificuldades encontradas, éimpor¬ tido que sua aula valesse tanto, devido ao interesse
tante registrar que valeu apena. demonstrado pelas crianças epela ansiedade com que a
esperavam em sala de aula. Coisa que não era normal,
RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIA COM 1? ANO principalmente em Matemática. Outra coisa comentada
DO CICLO FINAL (antiga 7? SÉRIE) NA INTEGRA¬ por ela foi que os alunos estavam fazendo com maior fa¬
ÇÃO DO PROJETO GÊNESE EAINTERDISCIPLI- cilidade os cálculos de porcentagens, oque normalmente
NARIDADE EM 1991 não acontecia.

No segundo bimestre de 1991, senti necessidade de tra¬


Relatora: balhar 0centro controlador de todas as nossas comunica¬
M A R I A A PA R E C I D A M O N T E R O ções com 0meio ambiente: osistema nervoso. Além da
Professores envolvidos:
dificuldade dos alunos em trabalhar no modo de edição,
M A R I A A PA R E C I D A M O N T E R O - P r o f ? N í v e l I I
-Ciências
por ser mais abstrato, percebi que este assunto poderia
viracalharparaumacomparaçãoentreocomputadore
SILVANA BORELLI -Prof? Nível II -Português 0sistema nervoso humano. Novamente conversei com a
MIRZA AOÁS -Prof? Nível II -Matemática
professora de Matemática eela entrou com as partes prin¬
N A E M I M A R I A D E TO L E D O - P r o P N í v e l H - P o r ¬
cipais de um computador eseu funcionamento básico. Eu,
tuguês em Ciências, procurei ir trabalhando osistema nervoso,
No primeiro bimestre de 1991, comecei omeu traba¬ parte por parte, sempre relacionando com ocomputador.
lho, tendo como linha mestra otema gerador de minha Foi muito bom, os alunos entenderam como oseu corpo
escola que era “Vivendo em Comunidade”, e, aquestão era comandado pelo sistema nervoso, oque era aprender,
problematizadora dos l?s Anos do Ciclo Final que era oque era memória humana ememória no computador,
“Quais as influências dos meios de comunicação einfor¬ permitindoumaassociaçãoquefacilitouaaprendizagem,
mática no indivíduo?”. aumentando assim, aintimidade dos alunos com os com¬
Durante odesenvolvimento de temas na área de Ciên¬ putadores.
cias,chegueiàsfasesdocrescimentohumano,terminan¬ Além disso, eu eaprofessora de Matemática achamos
donavelhice.Pegandoestetemacomo“gancho”,levantei queascriançasestavamcomdificuldadesparapassarem
com os alunos, qual era avisão que atelevisão passava domododiretoparaomododeedição,porterememca¬
do idoso ,em novelas, propagandas ,etc. Naquela época, saumavidamaisconcreta,ondehaviaumaausênciaquase
passava uma novela onde havia três pessoas idosas, de quetotaldeabstração,principalmentepelafaltadetem¬
comportamentose de classes sociais totalmente diferentes, po dos pais que trabalham praticamente asemana toda e
que chamavam muito aatenção das crianças eaprovei¬ pelo baixo nível de escolaridade da nossa comunidade.
tando esse fato, senti que este assunto poderia ser apro¬ Pedimos, então, que as crianças nos trouxessem olevan¬
fundado. Conversei com aprofessora de Matemática eela tamentodoníveldeescolaridadedaspessoasde s u a s c a -
pediu aos alunos que pesquisassem, em suas casas ena sas. Oresultado obtido foi oseguinte: -48,3% primário
casa de um vizinho, as idades das pessoas que viviam nas -29%ginasial-12,9%colegial-6,4%universitário-3,4%
faimlias. Ao mesmo tempo, pedi uma entrevista com uma analfabetos.

pessoa idosa, onde as questões levavam para orelato dos Poresteresultado,vimosquenossahipótesepoderia


problemas edos sentimentos dos idosos em relação àso¬ ser aceita, mas isso ainda depende de muitos outros estu¬
ciedade. dos, porque há muitos fatores influindo sobre adificulda¬
Entregue todo este material, partimos para atabula- de das crianças de trabalharem diretamente no modo de
ção, em Matemática, do número de pessoas em cada fai¬ edição.
xa etária e, em Ciências, comecei adebater oresultado No terceiro bimestre, trabalhei os aparelhos reprodu¬
da entrevista que eles fizeram. tores, aadolescência, seus problemas edúvidas eas in¬
Já nesta etapa do trabalho, percebi oenvolvimento dos fluências dos meios de comunicação sobre oadolescente.
alunos, devido ao fato de estarem trabalhando com um Apósaexplicaçãodoconteúdocientífico,passeipara
4 0
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

apesquisa direta das dúvidas sexuais dos alunos, diu um trabalho no Logo, onde oaluno deveria criar um
recolhendo-as de cada um deles. produto, descrever suas qualidades em um texto ecriar
Aprofessora de Matemática fez adivisão das dúvidas um “slogan” para uma propaganda. Isto tudo foi feito no
em 5grupos etabulou-as para aconstrução de gráficos computador.
no Logo. Os produtos criados foram quase todos para facilitar
Fiz debates em sala de aula para que houvesse um am¬ avida deles, como: lápis que escreve oque se dita, ca¬
biente mais descontraído epara que os alunos falassem derno que escreve sozinho, capacete que pensa por você,
sobre as dúvidas dos colegas, que foram lidas uma auma. “spray” que escreve em três cores, etc. Mas, oimportan¬
Senti imensa gratificação por este trabalho, pois, os alu¬ te mesmo foi oamadurecimento destes jovens, após essas
nos falaram ediscutiram sobre os seus problemas e, as¬ atividades, pois parece que se tomaram mais críticos, mais
sim, aprenderam que precisam conversar sobre todos os analíticos ecom maior capacidade de decidir oque éme¬
assuntos ,principalmente sobre osexo. lhor para eles.
Continuando nesta linha de trabalho, fiz, com os alu¬ Houve também um trabalho feito com dois 1?s Anos
nos, aleitura de artigos de jornal que falavam na época do ciclo Final que tinham outra professora de Português,
sobre amorte de adolescentes que reagiram aassaltos para que também estava sendo formada no Projeto Gênese. Ela,
levar seus tênis importados. Após aleitura em sala de au¬ juntamente comigo, fez um trabalho, que não foi até seu
la edebate na aula seguinte, com acolocação das opi¬ final, por não utilizar os recursos no Logo, pois, se os
niões de todos, desci para olaboratório de informática e alunos naquela época já soubessem trabalhar com “spri-
fiz um trabalho de produção de texto coletivo, onde pro- tes”, tenho certeza que acoisa seria diferente. Otrabalho,
pus um tema que era “O valor da vida atualmente” e, os em resumo, era oseguinte: cada aluno criou um persona¬
alunos, em duplas, começaram aescrever sobre ele. Após gem fictício, um monstro, que tinha características físi¬
10 minutos, pedi que trocassem de computador econti¬ cas eemocionais próprias, que constavam de uma tabela
nuassem 0texto da outra dupla, sem fazê-lo perder osen¬ feita pelo aluno. Depois, cada aluno escreveu uma estó¬
tido. Depois houve nova troca eamesma orientação. Ao ria, onde este monstro era opersonagem principal enela
final, adupla original voltou ao computador inicial,leu tinha que mostrar todas as características dadas na tabe¬
otexto edeu-lhe um final. Foi uma experiência muito boa, la. Ofinal do trabalho foi amontagem do monstro no com¬
os alunos gostaram epassaram aver oeditor de texto de putador, acolocação da tabela com suas características
uma maneira diferente, não apenas como uma máquina eaestória sobre ele.

de escrever eletrônica. Após esta fase, aidéia era fazer Aidéia foi muito boa, só que os alunos já estavam no
acorreção do Português na aula desta matéria, mas não final da parte deste trabalho, em classe, quando decidi¬
houve tempo para isso. Seria bem interessante, principal¬ mos que ele seria colocado no Logo. Quando os alunos-
mente se uma classe corrigisse otexto da outra, dando- souberam disso, ficaram apavorados, pois seus monstros
-Ihe perfeição linguística eestética. eram muito complexos para serem feitos no Logo. Ainda
No quarto bimestre, pedi que os alunos observassem, tentei trabalhar com eles: primeiro desenhando omons¬
em todos os meios de comunicação, como era mostrado tro no papel quadriculado edepois no Logo, mas, as difi¬
0jovem. Eles analisaram novelas, propagandas de revis¬ culdades persistiram eodesânimo fez com que
tas, jornais etelevisão. Viram que oesteriótipo do jovem deixássemos esta idéia de lado.

na propaganda éomais perfeito possível: bonito, alto, for¬ Foi na elaboração deste trabalho que aprendi que opla¬
te, elegante, de classe média alta, de bom gosto, roupas nejamento prévio de todas as atividades étremendamen¬
caras, sapatos caros, carros modernos, ... Juntamente co¬ te importante e, com uma mistura de sensação de fracasso
migo, em sala de aula, eles analisaram como são atraídos ede vontade de corrigir oerro, eu terminei esta etapa,
paraoconsumodeobjetosdemarca,dando,àsvezes,mais mas não desisti.

valor aeles do que àprópria vida. Fazendo uma síntese sobre oque eu senti durante aapli¬
Ao analisarmos as propagandas, tive aoportunidade cação de todas estas atividades, foi uma grande alegria
de trabalhar com eles ocódigo de defesa do consumidor, sentir que omeu trabalho estava fazendo com que esses
apresentando-onogerale,emespecífico,analisandoapar¬ adolescentes pudessem crescer como pessoas, como in¬
te dos direitos do consumidor, com relação àpublicidade. divíduos conscientes da força da comunidade. Percebi tam¬
Ao mesmo tempo em que eu realizava este trabalho, bém que eles sentiram aunião do grupo de professores
aprofessora de Português fazia uma análise mais profun¬ que trabalhavam com eles, no caso, no Projeto Gênese e
da das propagandas de revista e, em especial, dos “out- no Projeto da Interdisciplinaridade, pela coerência com
-doors”, sobre as cores, “slogans”, imagens, enfim, todos que fazíamos as atividades. Tudo era discutido eresolvi¬
os recursos utilizados para atrair aatenção do público al¬ doemgrupo.Éramostrêsprofessorasemcadaano,jus¬
vo, que geralmente éojovem. Após essa análise, ela pe- tamente as que tinham mais aulas com eles. Português,

41
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

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IV".
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EMPG Presidente Kennedy

Matemática eCiências (ao todo 15 aulas semanais em ca¬ mente que no ano anterior, apesar de apresentarem maio¬
da classe). Isso realmente deu ótimos resultados, porque res diferenças no ritmo com que descobrem egeneralizam.
hoje éum prazer dar aulas para estes adolescentes, eles Há alunos muito interessados; outros, nem tanto. Ode¬
são muito bons. sinteresse destes últimos, porém, não éexclusivamente pe¬
loLogo.Éporqualqueratividadeproposta.Meusalunos
não gostam muito de fazer 0diário de bordo (usam-no
mais para anotar seus projetinhos), mas costumam fazer
f f

E M P G " P R O F. L I N N E U P R E S T E S
comentários bastante interessantes.

Após as primeiras aulas, assim que os alunos domina¬


R E L ATO D A P R O F ? M A R I L I S A V E L L O S O
ram os comandos básicos, comecei atrazer para ocom¬
MARTINS PENTEADO
putador os conteúdos propostos na programação da
Prof? Nível I Interdisciplinaridade. Por exemplo: ao dar ordens para exe¬
Trabalho com formação de professores (1 ?etapa) ecom cutar um retângulo, os alunos chegaram ànoção de perí¬
os 1?s Anos do Ciclo Intermediário “E” (minha turma) metro. Aproveitei autilização do “repita” para introduzir
e0“F”. As aulas têm sido semanais e, no caso dos 1?s oconceito de multiplicação.
Anos do Ciclo Intermediário, com duas horas de dura¬ Apartir do segundo bimestre, passei asolicitar peque¬
ção, dentro do horário de aula. Na ocasião em que traba¬ nos projetos relacionados com 0Tema Gerador: “Quali¬
lho com o1?Ano do Ciclo Intermediário F, aprofessora dade do Ensino”.

desta classe se encarrega de meus alunos com atividades Conforme relatado, por ocasião do II Encontro Regio¬
previamente combinadas entre nós. nal das Escolas Participantes do Projeto de Interdiscipli-
Neste ano, os alunos estão progredindo mais rapida- naridade, procedemos da seguinte maneira:

4 2
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

a) “Como poderiamos representar os objetos do ambien¬ R E L AT O D A P R O F ? R E G I N A M A R I A S A M PA I O


te escolar?” MIYASHIRO

b) Passamos adirigir aobservação dos alunos para afor¬ Prof? Nível I-1? Ano Cdo Ciclo Intermediário (anti¬
ma dos objetos que fazem parte do ambiente escolar ere¬ ga 4? Série)
lacionar essas formas às figuras geométricas conhecidas. Tendo já trabalhado no Projeto Gênese durante oano
Num segundo momento, os alunos trabalharam nos com¬ de 1991, senti-me mais segura neste primeiro semestre de
putadores, construindo as diferentes figuras geométricas 1992.

para aplicá-las posteriormente em seus projetos. Durante Oprojeto continua sendo para mim algo emocionante
este momento, os alunos trabalharam: Matemática (quan¬ eenvolvente.
tificação -geometria -comparação -exclusão -inclusão); Os alunos se envolvem com entusiasmo erespondem
Língua Portuguesa (verbalização de suas descobertas -re¬ bem aos desafios lançados.
latórios escritos); Estudos Sociais (a origem de sua esco¬ Desde oinício, agrande dificuldade que eu sinto, com
la -mudanças de atitudes ehábitos através dos tempos) turma nova, éque os alunos sempre esperam que apro¬
eCiências (conservação enecessidade de higiene no am¬ fessora ensine alguma coisa. Que dê areceita. Só depois
biente escolar), de algumas aulas, quando eles já conseguiram sozinhos
c) Os alunos elaboraram pequenos projetos, representan¬ encontrarem seu caminho éque deixam de lado esta de¬
do 0prédio, as instalações, os objetos que viam em sua pendência evão se tornando mais emais “aprendizes de
escola. si próprio”.
Quanto àformação de professores, trabalhamos com As crianças trabalham em duplas ou sozinhas no com¬
oito elementos da Escola emais uma ex-professora. Den¬ putador. Este trabalho em dupla está surtindo efeito, por¬
tre os participantes há quatro elementos que se destaca¬ que éuma atividade de livre escolha eos alunos estão
ram. Os outros quatro, bem mais lentos, não me parecem pensando juntos: um ajudando ao outro, em suas difi¬
entusiasmados osuficiente para trabalharem com alunos. culdades.
Estamos nas últimas atividades planejadas para esta pri¬ Os três momentos da aula com computador (novos co¬
meira etapa. mandos, desafios eprojetos livres) estão presentes em to¬
Passo agora aregistrar algumas considerações : das as aulas.
No meu caso, otrabalho dentro do Projeto Gênese in¬ Os comandos básicos já são do conhecimento de to¬
fluiu decisivamente no relacionamento dentro do ambiente dos os alunos. Após trabalharem durante um bom perío¬
escolar. Reforçou eclareou aidéia de que aavaliação de¬ do no modo direto, introduzimos o“aprenda”, sendo que
ve se ater ao processo enão apenas ao produto eque o alguns ainda estão encontrando um pouco de dificuldade
crescimento, qualquer que seja, deve ser apreciado indi¬ em usá-lo.
vidualmente eem relação ao coletivo. Sugerimos aos alunos que façam algum projeto rela¬
Quanto ao trabalho com os alunos, continuo aafirmar cionado com os temas que estamos trabalhando no mo¬
que noto maior produtividade, quando são orientados por mento. Sejam estes, temas instantâneos de motivação,
seus respectivos professores, pois, oenvolvimento émaior (como foi 0“meio ambiente”) ou tema gerador (“quali¬
de ambas as partes. Otrabalho em duplas émuito bom, dade de ensino”).
mas apenas quando voluntário. Quando forçado, causa in¬ Os projetos feitos em computador servem para, em sala
disciplina ou apatia por parte dos elementos da dupla. de aula, introduzir um assunto novo.
Um aspecto que acho extremamente positivo no Pro¬ Assim:

jeto Gênese éoclima que se estabelece entre professo- a) quando os alunos começaram afazer figuras geométri¬
res, durante ocoletivo. Proporciona um melhor cas, introduzimos as noções de perímetro, quando demos,
entendimento entre nós eisto se reflete na qualidade do por exemplo, oseguinte problema: quantos passos atar¬
ensino pela qual temos sempre batalhado. taruga deu para fazer: repita 4[pf 40 pd 90]?
Percebo, também, que das pessoas que estão entrando b) quando fizeram orepita, trabalhando com omaterial
para oprojeto agora, poucas estão apreendendo aessên¬ dourado, procuramos levar oaluno àcompreensão da mul¬
cia do Logo. Nós professores que estamos trabalhando na tiplicação,
sua formação, estamos tentando passar-lhes oque apren¬ c) ao trabalhar propriedades das operações, usamos tabe¬
demos, mais intuitivamente do que através de teoria. las de dupla entrada para tãcilitar oaprendizado do co¬
Concluo, então, que as pessoas são ou não são “apro¬ mando “mudepos”.
priadas” para este trabalho. OLogo deve ser visto como Quanto àformação de professores, chegamos até à3?
um procedimento de construir oconhecimento eotraba¬ etapa com os professores que já estavam trabalhando nó
lho com ele não pode ser ensaiado ou imposto. projeto eque foram formados em nossa escola. Na 2? eta-

4 3
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

pa, chegamos até “recursão com volta” ena 3? etapa ini¬ resultados que gostaria de ter. Mas sei que oresultado não
ciamos “listas”. éimediato eque será positivo,-P se tivermos muita per¬
Participamos com mostra de trabalhos dos alunos no sistência eseguirmos afilosofia LOGO.
n E N C O N T R O R E G I O N A L D A S E S C O L A S PA R T I C I ¬ Oaluno precisa construir oseu aprendizado enão ter
PA N T E S DO PROJETO DE INTERDISCIPLINA- ascoisasprontas.Édifícil,poisnãoestamosacostuma¬
RIDADE. dos afazer os alunos construírem oseu conhecimento,
Agora, 0grande trunfo do projeto foi omomento co¬ mas épreciso, porque só assim teremos um resultado mais
letivo. Através da troca de experiências, na decisão do positivo na Educação.
“quê” edo “como” ensinar éque há um crescimento in¬
dividual eprofissional. Isto leva-nos àprocura da melho¬ R E L ATO DA PROF? YA R A MARIA CHIAREL-
ria do ensino que tanto debatemos em classe com os alunos L I N A P O L I TA N O
enas nossas reuniões semanais.
Este ambiente colaborou para melhorar orelaciona¬ Prof? Nível II -Educação Física
mento do professor de Nível Icom oprofessor de Nível No inicio das aulas de informática, aexpectativa mui¬
nemelhorou orelacionamento professor -aluno, na me¬
to grande foi dos alunos, muito maior do que aminha,
dida em que levamos para asala de aula amesma linha pois, como eu já havia feito um “proveitoso” estágio com
de ensino que usamos no laboratório. aprof? Tidú, aminha segurança foi maior, não causando
tanta expectativa.
R E L AT O D A P R O F ? T I D U K A G O H A R A
Facilitou mais ainda aminha atuação com eles aan¬
siedade eaexpectativa deles em relação ao computador,
Prof? Nível II -Matemática
ansiedade eexpectativa que ajudaram de forma acentua¬
Neste ano, trabalhei com as minhas classes (2? ano do da 0desenvolvimento das aulas.
Ciclo Intermediário -antiga 5? série) eocurso para pro¬
fessores iniciantes.
Ointeresse da maioria da classe foi grande, desper¬
tando neles um desafio eaté mesmo uma competição que,
Os segundos anos do Ciclo Intermediário, têm duas au¬ em determinados momentos, foi benéfica, estimulando os
las por semana no Projeto, sendo uma minha eaoutra outros alunos atambém “descobrir”, eem outros momen¬
com aprofessora Ritsuko. tos, trouxe uma certa apatia, deixando de ser benéfica.
Optamos assim para não sobrecarregar somente um De determinadas aulas saio super otimista, realizada
componente curricular. evaidosa, achando que sou uma boa facilitadora; de ou¬
Essa divisão de aula dificulta um acompanhamento tras, saio arrasada querendo pedir exoneração, uma vez
mais de perto dos alunos. que alguns alunos não conseguem fazer nada, anão ser
“colar”, não entendendo nada. Segundo orelato das pro¬
No início do curso, preocupei-me com ofato dos alu¬ fessoras que dão aula nesses l?s anos do Ciclo Interme¬
nos, que já tinham conhecimentos de LOGO, passarem diário, uma das aulas de que eles mais gostam eesperam
os procedimentos prontos para os outros. éade informática.
No momento, amaioria está trabalhando omodo de Neste semestre, eu trabalhei com metade da classe no
edição eo“repita”, planejando projetos próprios. laboratório, enquanto outra metade ficava na classe com
Espero que no 2? semestre haja um desenvolvimento aprofessora, fazendo atividades relativas ao Logo. Essa
individual maior, sem “cópia”. dinâmica de trabalho foi boa, pois proporcionou acada
No curso de Formação de Professores temos oito pro¬ aluno trabalhar individualmente, mas talvez tenha atrasa¬
fessores euma ouvinte. do um pouco 0desenvolvimento das aulas devido ao pou¬
co tempo.
Amaioria tem interesse efacilidade, oque facilita as
aulas. Amaioria dos alunos dos l?s anos AeDdo ciclo
I(ntermediário chegaram até ao “repita”, passando pelo
Sei que não adianta reclamar, mas temos duas comis¬ modo de edição, mas, rapidamente, sem fixação, pois eles
sionadas que são excelentes enão temos acerteza de estavam com muita dificuldade de assimilar, por exigir
aproveitá-las no ano que vem, como ocorreu quando per¬ pensamento mais abstrato.
demos aprofessora Denise. OLOGO, segundo as professoras, ajudou no desen¬
A“ponte” na sala de aula éfeita através de fechamen¬ volvimento do raciocínio dos alunos que apresentavam
to dos assuntos que surgem no laboratório enão da sala maiores dificuldades, havendo uma transferência de ati¬
de aula para olaboratório de Informática. tudes desenvolvidas durante otrabalho no computador para
Continuo fascinada pelo projeto, apesar de não ter os sala de aula: os alunos pensam antes de tentar resolver.

4 4
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

EMPG Benedito Cahxto


RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

R E L AT O D A P R O F ? R I T S U C O M I M U R A N A - compreendendo idéias econceitos matemáticos.


K A M U R A Averdadeira sala de aula éaquela em que oprofessor
eos alunos são exploradores, experimentadores, pesqui¬
Prof? Nível II -História sadores edescobridores. Refletindo sobre isto, mudei a
As aulas de informática são muito agradáveis devido minha postura como educadora.
ao interesse demonstrado pelos alunos. Estes se envolvem Relato aseguir algumas das atividades desenvolvidas
na aula de maneira entusiástica ese mostram muito orgu¬ com primeiro ano do Ciclo Intermediário.
lhosos por dominarem uma tecnologia moderna. Otrabalho com música.
Houve uma certa dificuldade em lidar com as classes Aproveitei as tendências eaptidões artísticas dos alu¬
de 2?s anos do Ciclo Intermediário, pois ametade dos alu¬ nos, incentivando ogosto pela música edespertando, as¬
nos já tivera aulas de Informática no ano passado eaou¬ sim, 0senso rítmico eartístico, que os auxiliarão na
tra metade era iniciante. Mas os alunos novos que, no socialização, integrando-os na vida escolar. Foi com esse
início, tentavam copiar tudo do colega “veterano”, conse¬ objetivo que iniciei as aulas com o2? Ano Bdo Ciclo
guiram gradativamente asua autonomia. Intermediário.
Osentimento dos alunos em relação ao computador, Aidéia viria dar sequência auma iniciação musical
segundo as suas próprias palavras, são: de orgulho, satis¬ estimulada por mim no 1?Ano Bdo Ciclo Intermediário
fação, alegria erealização; às vezes, se sentem inteligen¬ com 0uso da flauta doce, continuada pelo professor de
tes, infalíveis; outras vezes, se sentem um fracasso, iniciação artística deste ano.
“burros”, nervosos, preocupados, indignados ou ainda de¬ Otrabalho no laboratório com o2? Ano Bdo Ciclo
sinteressados.
Intermediário começou em maio, propondo aos alunos que
Os alunos alegam ainda que ocontato com ocomputa¬ colocassem no computador amúsica “Carruagens de fo¬
dor émuito bom, produtivo, que desenvolve acriativida¬ go”, tocada por eles na flauta, após ter mostrado os co¬
de, 0raciocínio eque ocomputador os auxilia nas mandosqueresultamnasnotasmusicais.Apósatentativa
atividades escolares.
inicial, sugeri as cantigas de roda, com ointuito de apro¬
Eles gostam de ver oseu trabalho na tela eofato de veitar amelodia, para montar paródias. Isso, porque, no
poderem “errar” ecorrigirem imediatamente oseu “er¬ ano passado, os alunos se envolveram, com muito entu¬
ro” os anima muito.
siasmo, quando aprofessora Maria Irene montou uma pa¬
Alguns alunos apreciam otrabalho em conjunto com ródia para aclasse cantar no aniversário da diretora. A
os colegas (sentar em dupla), mas amaioria prefere tra¬ prof? Dulcinéa se propôs afazer este trabalho em Portu¬
balhar sozinha no computador. guês, na classe.
Os alunos do 1?Ano Bdo ciclo Intermediário (inician¬ Assim, os alunos iam se desenvolvendo na flauta, com
tes) estão desenvolvendo os procedimentos no modo di¬ 0professor de IniciaçãoArtística e, comigo, no compu¬
reto eestão se iniciando no comando “aprenda” (modo tador, onde aprendiam pauta musical.
de edição). Alguns alunos conseguem elaborar figuras Comisso,osalunosjásabemdistinguir,emdiferentes
geométricas edesenhos simples com esse comando. tonalidades etempos, as notas musicais no computador
Os 2?s anos do Ciclo Intermediário estão desenvolven¬
econseguem gravar algumas músicas. Por exemplo, fize¬
do, também, o“aprenda” (modo de edição). Alguns alu¬ ram aparódia da canção “Fui no Itororó”, transformando-a
nos elaboraram projetos sobre “Ecologia”, que foram e m :

apresentados no Congresso da Interdisciplinaridade. “Fui no Tietê”:

F u i n o Ti e t ê

Beber água enão achei


/ f

EMPG "BENEDITO CALIXTO


Achei um rio poluído
Que eu nunca imaginei.
R E L AT O D A P R O F ? N E I D E R E I S
Prof? Nível I-1? Ano do Ciclo Intermediário. Aproveite minha gente
Que um lixinho não énada
Oprofessor que informa eoaluno que ouve devem ce¬
Vamos limpar agora
der lugar ao professor que orienta eincentiva eao aluno Toda essa lixarada.
que pesquisa eaprende, apartir de suas próprias expe¬
riências. ódona Erundina
Éatravés do uso de materiais concretos eda disponi¬ ódona Erundinazinha
bilidade para assumir uma atitude de pesquisa que acrian¬ Nos ajude agora
ça poderá desenvolver suas potencialidades. Ou ficarás sozinha.

4 6
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

Sozinha eu não limpo fortemente estimulada pela diretora Sonia Sueli eprof?
Nem hei de limpar Maria Irene.

Porque tenho vocês Transformei-me em uma educadora comprometida não


Para me ajudar. só com 0conteúdo aser trabalhado, mas com aqualida¬
de desse conteúdo.
Ponha aqui oseu lixinho
Bem juntinho ao meu Foi um grande desafio, mas cada vez mais me sinto
Edepois não vá jogar àvontade para ousar, renovar.
No rio que não ésó seu.
(Autores: Douglas, Fernando, Rodrigo, Thiago -2? RELATO DA PROF? MARIA IRENE GONÇAL¬
V E S S I LVA
Ano Ado Ciclo Intermediário)
Trabalho com os pais: Prof? Nível II -Matemática
OProjeto Gênese me fez ver as crianças com outros I. Introdução
olhos, provocando mudanças na minha postura. Senti von¬ Buscando fazer com que as “idéias poderosas” de Pa-
tade de tentar passar isto para os pais. pert eneontrassem um terreno fértil em cada um de meus
Para odesenvolvimento do trabalho, solicitei através alunos, procurei ser oagente de preparação deste terre¬
de vários encontros que todos seguissem algumas regras no. Para odrama da “Matofobia”, sofrido pela maioria
básicas de como lidar com seus filhos, encorajando-os co¬ dos meus alunos, procurei meios de fazer com que esse
mo pessoas. medo diminuísse. Cheguei aelencar alguns conselhos para
Tive muitas dificuldades nos primeiros meses com três se evitar o“Não gosto de matemática”.
mães. Mas comecei adar algumas tarefas para que elas Hoje, com avivência que tenho da Linguagem Logo,
ajudassem seus filhos resolverem. Omeu objetivo era chego àseguinte conclusão: oque eu falava sobre “a ma¬
provar-lhesquenãoeraocadernocheiodeatividadesque téria” ou sobre orelacionamento dos alunos com amate¬
mostrava que oaluno estava aprendendo. máticaeraóbvioparamim,enquantoqueparaelesnada
Consegui uma classe de alunos amorosos, cooperati¬ significava.Nemeumesmaeonseguiaestarconvictaquan¬
vos, interessados ede uma certa forma, críticos. Meu tra¬ do tentava justificar para oaluno, por que eu “tinha que
balho com 01? Ano Ado Ciclo Intermediário -1992 dar toda aquela álgebra” no 1? Ano do Ciclo Final, por
Aidéia surgiu de uma pesquisa realizada pelos alunos, exemplo.
contendo os seguintes itens: nome dos pais, data elocal II. Otrabalho com aLinguagem Logo em 1991.
de nascimento, profissão, lugar onde trabalha, quantas- Com ateoria de Papert na cabeça, procurei aproveitar
conduções tomam, como foi ainfância, oque acha do Bra¬ 0fascínio que ocomputador produzia, trazendo para a
sil atual, costumes, ... sala de aula, nos 2?s anos do Ciclo Intermediário, situa¬
Aleitura dos relatórios proporcionou várias conclu¬ ções que permitissem ouso pelos alunos das estruturas
sões em relação aesses itens sobre avida familiar dos lógicas que, imperceptivelmente, usavam no laboratório.
alunos earealidade nacional. Fazia-se necessária amudança de estratégia. Otraba¬
Um dos meus objetivos era integrar: Português -prᬠlho conjunto com aprofessora Dulcinéa (Português), que
tica de produção de texto, empregar parágrafos, etc.; Es¬ levava os outros dois 2?s anos do Ciclo Intermediário no
tudos Sociais -diferenças regionais, tipo de vegetação, São laboratório, foi aque me pareceu mais apropriada. Era
Paulo como polo de atração populacional; Matemática - também preciso ter avisão de um professor do 1? Ano
sistema monetário brasileiro, situações-problema, envol¬ dfo Ciclo Intermediário, no que muito contribuiu, apro¬
vendo gastos de condução, combustível, etc. fessora Neide Reis.
Otrabalho envolveu atividades no computador com Quando os alunos perguntavam se era aula de Portu¬
Editor de Texto: levantamento de dados eos relatórios. guês ou de Matemática, eu dizia que não se fez Matemá¬
NoLogo,fizeramgráficosdecoluna:idadedospais,lo¬ tica sem Português, assim como em tudo oque se fez existe
cal de nascimento, nível de escolaridade, etc. Matemátiea. Sempre que possível, associava uma ques¬
Conclusão tão com aLinguagem Logo.
Venci algumas etapas. Entendo hoje que avisão que Ouso de situações do cotidiano foi uma estratégia usa¬
paisealunostêmdaescolaédiferente:ambosensinando da. Entre outras, uma lista de ofertas de supermercado
eaprendendo. serviu de base para mostrar aos alunos que eles podiam
Sinto-me no dever de entregar avocês uma parcela do “criar seus próprios problemas” como “criavam seus pro¬
meu esforço para com o“Projeto Gênese” etambém di¬ jetos no computador”. No segundo semestre, repeti aex¬
vidir aminha satisfação, ao analisar oresultado destepro- periência de criação de exercícios, limitando, agora, para
cesso de trabalho. Para mim não foi fácil esta caminhada. aaplicação da porcentagem epedi que fizessem uma auto-

4 7
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

-avaliação. Em geral, os alunos gostaram muito deste nos edos pais que ainda têm aideologia do caderno cheio
trabalho. de “continhas”.

As atividades no laboratório haviam passado da fase Opapel do professor facilitador émuito difícil. Em es¬
de exploração para aexecução de projetos. Porém, agran¬ pecial, no 2? Ano do Ciclo Intermediário, eu eaProf?
de dificuldade era sair do “modo direto”. Dulcinéa encontramos dificuldade, pois, não temos mo¬
Era preciso iniciar aformalização de alguns conceitos mentos de reunião conjunta.
geométricos para que percebessem melhor adireção que Embora as dificuldades me façam esmorecer por al¬
era dada àtartaruga eobservar se atartaruga fazia oân¬ guns momentos, são, também, omotivo principal da mi¬
gulo externo ou interno. nha persistência, na busca de soluções ealternativas para
Os alunos passaram aplanejar seus projetos eassim, superá-las.
ficava mais fácil organizar as idéias, arrumar as estrutu¬ IZIDRO ROSSINI
ras eganhar tempo. Prof. Nível II -Matemática eCiências
Alguns exercícios que pediam para “achar oerro”, ou
para “dar continuidade” ao que estava sendo proposto, fo¬ I- INTRODUÇÃO
ram apresentados, com afinalidade de aguçar-lhes a Aprincípio, não fazia idéia do que seria esse projeto,
atenção. mas acuriosidade de aprender alguma coisa sobre com¬
Trabalhei durante todo oano com aProf? Dulcinéa e putadores epoder ter aoportunidade de trabalhar com um,
aProf? Neide. Eu as ajudava nos conceitos geométricos já foi uma expectativa muito grande, uma vez que não co¬
eelas me ajudavam nas produções de textos ena elabora¬ nhecia nada sobre eles.
ção de atividades, Durante apreparação, tive momentos de ansiedade ao
ni. Acontinuidade do trabalho em 1992
pensar no comprometimento que aquilo ia dar ecomo ia
Com os 3?s anos do Ciclo Intermediário (antigas 6?s acontecer, uma vez que afigura da tartaruga, na LINGUA¬
séries), preferi não iniciar com Conjunto dos Números GEM LOGO, exige da gente muito raciocínio emudan¬
Inteiros Relativos, como éhabitual. ças no pensar eno agir, mas também muitos momentos
Retomei, apresentando as questões: oaumento da con¬ de alegria.
dução e0custo de um aluno para aPrefeitura Municipal. ComeceiaperceberqueoPROJETOGÊNESEapre¬
Estas questões foram amplamente discutidas, onde se sentava uma proposta alternativa inovadora na Educação
verificaram os índices de inflação, aestimativa de custo, Pública.
oferecendo aoportunidade para retomar oassunto por¬ Depoimentos de pais, alunos eprofessores fizeram a
centagem. Equipe ganhar mais confiança.
Da própria fala dos alunos tirei acontinuidade do pro¬ Eu trabalhei com alunos dos 2?s anos do Ciclo Inter¬
grama: razão eproporção. Dentro deste assunto, traba¬ mediárioe2?sanosdoCicloFinal,àtarde,comoprofes¬
lhei escala.
sor de Matemática; com primeiros esegundos anos do
NotrabalhodeproduçãodetextofoiintroduzidooEdi¬ Ciclo Final, ànoite, como professor de Ciências ecom
tor para o3? Ano do Ciclo Intermediário. Na sensibiliza¬ dois 1?s anos do Ciclo Intermediário, de manhã, como
ção, utilizei um filme da FDE (Aqua). Os alunos redigiram aulas excedentes.
um texto que retratava oque lhes despertou ofilme. Agrande dificuldade foi fazer aligação entre asala
De repente eu, professora de matemática, me vi com de aula eocomputador. Nos 1?s anos do Ciclo Interme¬
vários textos produzidos pelos alunos, livrinhos etraba¬ diário, adificuldade foi maior, uma vez que meu contato
lhos em isopor. com os alunos era apenas através de duas aulas semanais.
Da produção de texto, propus que os alunos construís¬ Com os alunos do noturno otrabalho foi mais lento.
sem um desenho, no Logo, que ilustrasse oque eles ha¬ Emsetembro,estavamelaborandoprojetossimpleseusan¬
viam escrito. Ocomando “mudepos” foi dado como um
do 0“aprenda” -modo de edição, o“repita”, procedi¬
recurso amais. Isto deu entrada para falar sobre os nú¬
meros inteiros relativos eexplicar oreferencial cartesiano. mentosesubprocedimentos,apresentandotrabalhosque
chegaram aser mostrados na SUCESU-91.
I V . D i fi c u l d a d e s e C o n c l u s ã o
Com os alunos do 3? período, dos l?s anos do Ciclo
Não há trabalho que não apresente dificuldades. Ain¬ Intermediário edos 2?s anos do Ciclo Final, foi feito u m
da mais, se este trabalho se propõe auma mudança de trabalho mais organizado.
postura do professor, do aluno, dos pais eequipe técnico-
-administrativa.
Aligação computador-sala de aula foi difícil e, quan¬
do isso aconteceu, foi mais por naturalidade do que por-
Como professora eu também tenho minhas limitações. planejamento. Com os 2?s anos do Ciclo Final, passamos
Estou tateando, ainda, sob os questionamentos dos alu¬ atrabalhar aconstrução de gráficos sobre omovimento
4 8
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

... ●

EMPG Benedito Calixto

de um corpo ede sistemas de forças, ligando oconteúdo e, por isso, recebeu uma super dosagem de cloro. Nossos
de Ciências com ocomputador. alunos, oriundos de diferentes áreas populacionais, foram
II- Participação em eventos orientados com medidas profiláticas ede esclarecimen¬
-Feira de Informática (SUCESU) tos, estendendo-as, também, àcomunidade.
No início, apreocupação eainsegurança tomou con¬ Após adiscussão, foi realizado um trabalho com ativi¬
ta, porque aProP lone eeu não tínhamos experiência nes¬ dades diversificadas: filmes de sensibilização epesquisas
se tipo de evento. Mas, acada dia que passava, os alunos em jornais erevistas que trouxeram àtona as diferentes
nos surpreendiam com acriatividade em seus projetos. doenças causadas pela contaminação da água esua pre¬
Foi um momento muito feliz egratificante ao ver aale¬ venção.
gria easatisfação dos alunos que foram representar aEs¬ Com o3? Ano Fdo Ciclo Intermediário eo2? Ano
cola, neste acontecimento. Cdo Ciclo Final tivemos os trabalhos em forma de rela¬
-Semana de Educação Ambiental (SP ECO 92) tórios, elaborados no “Editor de Textos”.
Diante dos fatos divulgados em revistas ejornais, rᬠNo Logo Geométrico, foram realizados vários proje¬
dio etelevisão e, partindo da necessidade de conscienti¬ tos, envolvendo as diversas formas de tratamento, abaste¬
zação dos alunos ecomunidade sobre apreservação do cimento nas cidades eoconsumo racional da água pela
meio ambiente, os professores envolvidos no Projeto Gê¬ população. Foram feitos, também, trabalhos ligados àpo¬
nese optaram pelo tema gerador “ECOLOGIA”. luição atmosférica edas águas dos rios pelas indústrias.
Com os problemas ocorridos na Rede Pública de Abas¬ Desenvolveu-se também, no Logo Geométrico, acons¬
tecimentodcÁguaemalgunsbairrosdaZonaLeste(mis¬ trução do esquema das etapas que envolvem oprocesso
tura da rede de esgoto com arede de água, nos Conjuntos de tratamento da água com mensagens de esclarecimen¬
Habitacionais Juscelino ePrestes Maia, provocando acon¬ tos, utilizando-se um recurso que aLinguagem Logo Lis¬
taminação da água), decidimos trabalhar mais especifi- tas oferece: ocomando “esc”.
camente osubtema “TRATAMENTO DE ÁGLfA”. Além do trabalho no computador, foi construída uma
Aágua, neste período, apresentava coloração marrom maquete de uma estação de tratamento de água.
4 9
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

RELATO DA PROF? DULCINÉIA GUEDES velhas cantigas de roda (já esquecidas eaté desconheci¬
LEÃO das por muitos), onde puderam mostrar criatividade esen¬
so crítico. Um grande aliado para esse processo foi o
Prof? Nível II -Português. computador, pois foi nele que os alunos puderam cons¬
I- Introdução truir as notas musicais.
Ao iniciarmos otrabalho no Gênese, nossas expectati¬ AInterdisciplinaridade se fez presente, com apartici¬
vas eram enormes; não imaginávamos aque tipo de ques¬ pação do Prof. Waldemir (Educação Artística) eacola¬
tionamento estaríamos expostos. boração da Prof? Neide Reis.
Assim, em 1991, parti para aluta, ao assumir quatro BRINCANDO COM ONOSSO FOLCLORE
classes (2 excedentes e2não excedentes), consciente de As cantigas de infância, folclóricas, estão ligadas ànos¬
que havia muito para aprender, pois uma nova etapa de sa cultura. Ebom que continuemos cultivando essa tradi¬
minha vida estava começando, ção. Não para descaracterizá-la, mas para aproveitar seu
n- Otrabalho com aLinguagem Logo 1991 espírito, que está no ritmo, na música, na dança enão ape¬
Aexpectativa era grande por parte dos alunos. nas na letra. Propusemos aos alunos: inventar outra letra
Havia sempre omomento de troca de experiências e e, depois em conjunto cantar edançar... Seria uma forma
isto épor demais benéfico, pois contribui para asociali¬ de estreitarmos nossa amizade econvivência etambém
zação do “afetivo”. um pretexto para escrevermos letras de música, poemas
Desde oinício, aminha preocupação foi tentar encon¬ líricos ou humorísticos. Como nosso tema no momento
trar um meio para estabelecer um intercâmbio “laborató¬ estava ligado à“ECOLOGIA”, aproveitamos essas melo¬
rio Xsala de aula”, envolvendo alunos dos 2?s anos do dias com novas letras relacionadas aesse tema. Por exem¬
Ciclo Intermediário. plo: “Fui no Itororó” passou aser “Fui no Tietê”, entre
Assim, 0primeiro instrumento utilizado foi o“Diário outras.

de Bordo”; através dele as crianças se sentiram motiva¬ IV- Dificuldades eConclusão


dos aescrever. Aoralidade foi resgatada; aescrita, con¬ Tudo que envolve o“novo” implica em dedicação, es¬
comitantemente ao trabalho de reestruturação do texto, se tudo, paciência ecompromisso. As expectativas são enor¬
mes diante dos resultados.
fezpresente,seguidoàortografia;tudoissoatravésdeum
trabalho coletivo, interativo. Divergências, muitas vezes, dificultam obom andamen¬
Um segundo momento (Reescrita de Gibis) foi por de¬ to dos trabalhos, mas constituem uma forma de avaliação
ecrescimento.
maisgratificante,promovendoareflexão,asequenciação
de idéias, aorganização do texto, asocialização, através Asemente foi lançada; esperamos que ela vingue, cres¬
de um tema desenvolvido na escola anteriormente, pro¬ ça, frutifique.
movendoainterdisciplinaridade.Antesdaelaboraçãodes¬
sa atividade, os alunos foram conscientizados através de RELATO DA PROF? SHIRLENE GOMES
exibição de filmes de sensibilização, discussões em gru¬ P O L AT T O

poepesquisas,envolvendotemasdodia-a-dia(Censo/91).
Acontinuidade foi feita pela professora Maria Irene; os Prof? Nível I-2? Ano do Ciclo Inicial (antiga 2? sé¬
alunoselaboraramgráficosdapesquisanocomputador. rie).
Omesmo texto foi reaproveitado pela ProP Neide com Aperspectiva de trabalhar com alfabetização utilizan¬
alunos do 1? Ano Bdo Ciclo Intermediário. do0computadorcomorecurso,erademaistentadorapa¬
Hoje sei que oimportante éa“qualidade”, apesar das ra ser desconsiderada; ainda mais, quando os alunos, em
“cobranças” dos pais de alunos. Assim, terminamos oano questão, são os mesmos que acompanho desde apré es¬
de 91, marcado por grandes expectativas, por decepções cola, numa proposta construtivista.
ealegrias. Alegrias essas demonstradas através de depoi¬ Os alunos se mostraram muito animados. Aidéia de
mentos dos alunos. se trabalhar inicialmente com oeditor de texto partiu da
III-A continuidade do trabalho em 1992. vontadedosalunosescreveremsuasestóriasnocomputa¬
Infelizmente, por problemas de atribuição de aulas, não dor enão, necessariamente, utilizar atartaruga. Nesse m o -
foi possível dar continuidade ao trabalho com as 2?s anos mento oobjetivo era explorar acriatividade.
(A,B,C,D) do Ciclo Intermediário. Revezo com aprof? Através de conversação foram-se especificando as ati¬
Maria Irene as aulas no laboratório. vidades aserem desenvolvidas e, criando anecessidade
No início, sentimos dificuldades, pois não tínhamos de um revezamento, devido àquantidade de computado¬
tempo para atroca de informações. res ser menor que ade alunos, formando-se assim dois
Os alunos dos 2?s anos (A,B,C,D) do Ciclo Interme¬ grupos de trabalho, um em atividades diversificadas na
diário estiveram envolvidos num trabalho de reescrita de mesa eooutro, direto no computador.

5 0
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

Nas primeiras aulas, os alunos exploraram atela do OS que fizeram oquadrado utilizando “para frente 10” e
Editor, manipulando oteclado, criando afinidade com o “para direita 10”, só sabem fazer oquadrado desta ma¬
mesmo. As atividades trabalhadas eram relacionadas ao neira. Não conseguem generalizar, estabelecer relações.
conteúdo: jogos utilizando oalfabeto, consoantes evogais Omesmo acontece com oaluno que emprega giros de
em escrita maiúscula eminuscúla (Quem consegue?), tí¬ 15 graus para fazer oquadrado. Toda aula parte dos giros
tulos de estórias infantis eseus respectivos autores (Quem de 15 graus evai tentando até conseguir fazer oretângulo.
lembra mais?) eoutras. No decorrer das aulas eles come¬ Não trocam informações ecaminham de acordo com
çaram atrabalhar com produção de estórias próprias, com suas potencialidades.
diversos temas ecom acorreção ereescrita dos textos. No 1?Ano Bdo Ciclo Inicial, os alunos são interessa¬
Os alunos, em sua maioria, acham ocomputador mᬠdos, curiosos, disciplinados econcentram-se nos trabalhos.
gico ese encontram fascinados por ele; dificilmente fal¬ Não apresentaram as dificuldades encontradas pelos co¬
tam auma aula de laboratório eme cobram legas do outro 1?Ano do Ciclo Inicial .
impiedosamente quando por um motivo ou outro aaula Foram fazendo suas descobertas; giros de 10 em 10
não édada. Sabem adiferença entre ouso do disquete graus, giros de 50 e40 graus echegaram aos giros de
do Editor de Texto eocartucho do Logo equestionam, 90 graus.
com certa ansiedade, quando começarão amexer com a Fazem oquadrado, oretângulo eprojetos pessoais com
tartaruguinha. essas duas figuras. Estão tentando fazer otriângulo, va¬
CONCLUSÃO riando os giros.
Os alunos começaram com oeditor, perguntaram, es¬
R E L AT O D A P R O F ? S I LVA N A A . S . F E R R E I R A
creveram, fizeram descobertas, trocaram informações,
descobriram que querem mais, que podem mais, fazendo
Prof? Nível I-1? Ano Edo Ciclo Intermediário
reivindicações ecobranças.
Os alunos da 1?Ano do Ciclo Intermediário Edemons¬
Opróximo passo épartir para a“Linguagem Logo”
edesvendar seus mistérios. traram grande interesse pelo Logo. Eles são ansiosos, dis¬
ciplinados econcentram-se nos trabalhos.
Durante odesenrolar das atividades ajudam-se mutua¬
E S C O L A M U N I C I PA L D E D E F I C I E N T E S A U ¬ mente, efrente às dificuldades encontradasprimeiro ten¬
/ #

DITIVOS "HELEN KELLER tam 0auxílio mútuo, para depois, recorrerem àproíèssora.
Já estão fazendo projetos simples, onde se utilizam de
R E L AT O D A S P R O F ? s : todas as formas geométricas, alguns usam o“repita”, de
ERNESTINA CELANI -Prof? Nível I forma mecânica, pois foi explicado sem aprofessora per¬
S I LVA N A A . S . F E R R E I R A - P r o f ? N í v e l I ceber, por uma aluna da classe que já havia participado
1?Ano Ddo Ciclo Inicial do Logo no ano anterior.
Trabalhamos com duas classes da 1?Ano do Ciclo Ini¬
R E L AT O D A P R O F ? S I LVA N A A . S . F E R R E I R A
cial bem distintas.
Na 1?Ano Ddo Ciclo Inicial, os alunos têm compor¬ Prof? Nível 1-2? Ano Cdo Ciclo Intermediário
tamento difícil, pequena concentração, com desempenho Os alunos dessa classe são agitados, têm pouca con¬
escolar insatisfatório nos últimos anos, são agitados, não centração, ainda não são alfabetizados ecom problemas
alfabetizados eprocurou-se fazer com que entrassem em de comportamento.
contato com ocomputador como mais um recurso para Demonstraram dificuldades com as letras no teclado,
analisar seu rendimento ecanalizar suas energias. eem relação ao seu próprio corpo, espaço elateralidade
Desde oinício encontraram muita dificuldade:
com os comandos pf-pt-pd-pe.
-há necessidade de trabalho com opróprio corpo, pois Só concluem suas figuras, utilizando-se de giros de 10
não dominaram os conceitos de “para frente”, “para trás”, em 10 graus.
para direita” e“para esquerda”; na Matemática, conhe¬
ciam até onúmero 9edigitavam 2, 1ou 4, por exemplo, R E L ATO D A S P R O F ? s . ;
quantidades insuficientes para explorarem atela. Não con¬ ÉLIDA F. MERTZ FOCCACIA
seguiam, portanto, distinguir mudanças no “para frente”, Prof? Nível II -Geografia
“para ^rás”, “direita” ou “esquerda”; VALÉRIA C. A. S. DE CARVALHO
-no próprio teclado, não associaram letras maiúsculas e Prof? Nível II -Ciências
minúsculas; 2? Ano Cdo Ciclo Final
Com otrabalho conjunto da professora de sala, os alu¬ Esta classe éformada por 10 alunos, onde todos
nos melhoraram odesempenho no computador. Entretanto, mostram-se interessados em participar. Foi aúnica cias-

51
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

se envolvida que chegou atrabalhar procedimentos esub- teressados edesde oinício do Projeto Gênese estavam mui¬
procedimentos, apesar de reclamarem que estão cansados to entusiasmados com anovidade do uso do computador.
edesejarem coisas diferentes. São 10 crianças na faixa de 10 a13 anos, curiosos e
Estes alunos realizaram projetos pessoais muito bons muito unidos. Ajudam-se nas dificuldades egostam de
ecom grande criatividade. Dois alunos desta sala chega¬ mostrar para os colegas as coisas que sabem, que desco¬
ram aatuar como “monitores”, mas não quiseram conti¬ brem, etc...
nuar, pois disseram que osurdo pensa de maneira confusa. No computador não foi diferente, mas conforme foram
Entraremos no segundo semestre com Editor de Texto. trabalhando, concentravam-se de tal maneira no que esta¬
vam fazendo, que pouco se comunicavam entre si. Havia
R E L AT O D A S P R O F í s . : troca de informações, mas cada um desenvolvia seu pró¬
MARIA INÊS C. CASTRO A. RODRIGUES prio projeto. Não repetiam simplesmente oque ocolega
Prof? Nível II -História fazia. Aproveitavam ainformação e, ao mesmo tempo, a
VALÉRIA C. A. S. DE CARVALHO modificavam de acordo com seu interesse.
Prof? Nível II -Ciências Apenas uma aluna demonstrou desinteresse no início
2? Ano Ado Ciclo Final pelo trabalho desenvolvido no Projeto. Queixava-se, cons¬
Ogrupo classe écomposto por 9alunos; amaioria da tantemente, de que sempre aparecia na tela “ainda não
classe mostra muito interesse, mas tem dificuldade em exe¬ aprendi...”. Como éuma aluna muito falante esobressai
cutar qualquer tipo de atividade. Continuam usando oMo¬ sempre na sala de aula, percebia que os colegas se desta¬
do Direto para visualizar efixar quantas vezes terão que cavam no computador enegava-se afazer alguns exercí¬
repetir. Usam o“REPITA”, apenas em exercícios di¬ cios, após notar que na tela o“ainda não aprendi...” se
rigidos. repetia. Ficava quieta, não perturbava os colegas. Olhava
Começam ensaios de criação de projetos pessoais. para os trabalhos dos colegas eelogiava. Estava insegura.
Depois, aos poucos, foi vencendo ainsegurança egosta
R E L AT O D A P R O F ? PA L M I R A B A R R A N - de receber elogios, ao terminar suas figuras.
QUEIRO Otrabalho no Projeto foi muito bom, também, porque
Prof® Nível II -Educação Artística alunos que não se sobressaíam na sala de aula se destaca¬
1? Ano Ado Ciclo Final ram no computador. De alunos que recebiam ajuda pas¬
Aclasse écomposta de 8alunos que já tiveram conta¬ saram aajudar, eessa troca foi muito importante. Esse
vínculo estabelecido se refletiu numa melhora do desem¬
tos com oLogo, no ano anterior. No início, houve total
falta de interesse em retornar ao Laboratório. penho de todos nas outras disciplinas.
Sócom0passardealgumassemanascomeçaramade¬ Desde oinício, após explorarem atela eos comandos
monstrar mais interesse, embora tivessem muita dificul¬ primitivos, interessaram-se em fazer as figuras do qua¬
dade em concluir os exercícios solicitados. drado edo retângulo. Diziam que otriângulo eocírculo
eram mais difíceis eque iriam pensar bastante. Aos pou¬
R E L AT O D A S P R O F ? s . : cos, foram descobrindo os giros etudo ficou fácil.
PA L M I R A B A R R A N Q U E I R O Quando introduzido o“REPITA”, pedimos que fizes¬
Prof? Nível II -Educação Artística sem com opróprio corpo afigura desejada efossem fa¬
ÉLIDA F. MERTZ FOCCACIA lando, conforme caminhavam, para que se pudesse
Prof® Nível II -Geografia escrever na lousa oque ocorria. Como estávamos traba¬
29 Ano Ado Ciclo Final lhando amultiplicação na sala de aula, relacionaram o
Aclasse écomposta de 7alunos: no começo foram que estava escrito com quantas vezes se repetia eestabe¬
muito receptivos, mostrando-se felizes em ter contato com leceram aforma correta para o“REPITA” de todas a s

o“Ambiente Logo”. Demonstraram grande ansiedade e figuras.


interesse percebendo aimportância do Logo; com exer¬ Atualmente, após descobrirem o“repita” do círculo,
cícios eprática melhoraram odesempenho em matemáti¬ estão trabalhando em seus novos projetos ejá gravamos
ca (ângulos). vários deles.
Amaioria se empenha mais, enriquecendo as aulas,ela¬
borando projetos pessoais; poucos cumprem apenas com RELATO DA PROF9 DOROTI LOCOSELI FI¬
oque ésolicitado. GUEIREDO
Prof9 Nível 1-3? Ano Ddo Ciclo Inicial
R E L AT O D A P R O F 9 E R N E S T I N A C E L A N I 03? Ano Ddo Ciclo Inicial écomposta por 10 alunos
Prof? Nível 1-3? Ano Cdo Ciclo Inicial com sérios problemas de aprendizagem, comportamento
Os alunos do 3? Ano Cdo Ciclo Inicial são muito in- edesatenção eesperamos que oenvolvimento no projeto
5 2
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

traga bons resultados. guagemLogo.Éumaclassequeparticipamuitodasaulas.


Alguns alunos tiveram dificuldades em assimilar os co¬ No ambiente Logo estão se saindo muito bem, pois já cria¬
mandos primitivos, mas, após trabalhar no concreto ecom ram projetos integrando as disciplinas de Geografia e
0próprio corpo, todos são capazes de executar oretân¬ História.

gulo equadrado usando o“REPITA”. Desenvolveram um Projeto sobre oEstudo de Meio


Alguns alunos trouxeram “cola” dos comandos para “Monteverde” econcluiram outro utilizando oconteúdo
elaborar ocírculo eos demais alunos se interessaram em desenvolvido em História.
aprender; procurei levá-los aexecutar as ordens no modo
direto até conseguirem fechar ocírculo, aí perceberam que R E L AT O D A P R O F ? E D N A R E G I N A R O D R I ¬
podemos executá-lo, usando o“REPITA”. GUES CAPUCCI
Um dos alunos me surpreende nas aulas do projeto, Prof? Nível I-1? Ano Cdo Ciclo Intermediário
pois em sala de aula émuito desatento, ao passo que no Esta classe tem alunos mais novos (14 a18 anos), com
ambiente Logo émuito interessado econsegue elaborar boa comunicação, interessados eengajados.
projetos bem interessantes eque evidenciam sua criati¬ Têm làcilidade em levantar dúvidas eformular suas pró¬
vidade. prias idéias. Em relação ao “trabalho no computador”,
demonstraram grande ansiedade efizeram planos.
R E L AT O D A S P R O F ? s . : Durante as primeiras semanas, os alunos tomaram con¬
MARIA INÊS C. CASTRO A. RODRIGUES tato com asala eoequipamento. Participaram das aulas
Prof? Nível II -História no concreto sem muito entusiasmo, porém demonstraram
MARIA INÊS BARBERO -Prof? Nível I facilidade em chegar às conclusões esperadas. No entan¬
1? Ano Cdo Ciclo Final to,estranharamaatitudedaprofessoraquequestionamais
Ogrupo -classe éformado por 8alunos. Desde oiní¬ do que dá respostas.
cio mostraram um grande interesse em conhecer aLin- Às
vezes,
osalunos
mais
afoitos
se
irritavam,
pois
que-
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

riam fórmulas prontas eresultados imediatos (sempre se teresse e, no Logo, demonstrou que seu desempenho vai
comparavam ao trabalho dos colegas mais adiantados do além das expectativas. Através do computador deu-se a
3? Ano do Ciclo Intermediário edo 1?Ano do Ciclo Fi¬ conhecer um pouco melhor, ampliando as possibilidades
nal, pois foram “pesquisar”). de acesso ao seu pensamento, abrindo um canal de co¬
Por isso, por vezes, orendimento da classe deixou a municação em alguém tão “fechado”.
desejar, porém, logo se adaptaram àidéia de “descobrir” Ogrupo classe tem sérios problemas de disciplina e
0que queriam fazer. falta de interesse, porém através do Logo tem aumentado
Hoje os alunos têm outra postura. Seus questionamen¬ ograu de cooperação eresponsabilidade.
tos são mais conscientes, isto é, sinto que eles aprende¬ Têm sido deixados mais livres para explorar os con¬
ram afazer perguntas (o que ébem mais complicado do ceitos já assimilados, sem serem pressionados com con¬
ceitos novos.
que achar respostas).
Este comportamento se repete em sala de aula, oque
tem ajudado muito na problematização de assuntos novos f t

das outras matérias. EMPG “PRESIDENTE KENNEDY

Portanto, não privilegiamos oconteúdo do Logo, mas


sima mudança de atitude. Assim, esta classe aprende com
R E L AT O D A S P R O F ? s . :
relativa facilidade erealiza generalizões.
Como são muito comunicativos, as descobertas de um AUREA CARMELO TANJONI (Nível II -Português)
aluno logo écompartilhada por toda aclasse. MARIA CRISTINA GOZZO BIFEI (Nível II -
Ciências)
EDNA REGINA RODRIGUES CAPUCCI MÍRIAM RITA CIASCA (Nível II -Matemática)
Prof? Nível I-1? Ano Bdo Ciclo Intermediário MITSURU NAKAMURA (Nível II -Geografia)
Os alunos desta classe são mais velhos (17 a23 anos) SONIA MARIA YODES MENDONÇA (Nível I-1 °
etêmsériosproblemasdecomunicação.Afalaépratica- Ano do Ciclo Intermediário)
mente ausente emesmo acomunicação gestual édiferen¬ OLOGO CRUZA FRONTEIRAS
J u s t i fi c a t i v a
te eduvidosa.
Nasaulas,apresentampoucaretençãoepoucointeresse Porque oprocesso de geração de conhecimentos não
por quase tudo que aescola oferece. éneutro: ele éfortemente condicionado pelo contexto eco¬
Afrequência às aulas éoscilante por variados motivos nômico, social epolítico em que se desenvolve; porque
(questõesfinanceiras,problemasdesaúdeoufamiliares, 0computador éum objeto cultural capaz de provocar mu¬
problemascomportamentais),oqueinterferediretamen¬ danças culturais na medida em que mostra como pensa¬
te no rendimento, que também élento eoscilante. mos, 0que sabemos eoque podemos, exercitando o
Alguns gostam muito da aula no Logo, porém há, ain¬ pensamento qualitativo; porque atoda compreensão de al¬
da,osqueseenfastiam,poistêmpouquíssimacapacida¬ go,corresponde,cedooutarde,umaaçãoe,porqueapri¬
de de concentração. meira condição para que um ser humano possa assumir
Amaior dificuldade tem sido levá-los arealizar oDiᬠum ato comprometido está em ser capaz de refletir eagir,
rio de Bordo ou mesmo as anotações sistemáticas, embo¬ éque anossa escola decidiu participar do “PROJETO Gʬ
ra sejam incentivados. NESE DE INFORMÁTICA EDUCATIVA”.
Ainda se utilizam exclusivamente do modo direto e Desenvolvimento do trabalho
mesmo os que querem usar o“repita”, não ocompreen¬ Iniciamos otrabalho em dois níveis: a. alunos; b. pro¬
deram bem. fessores.

Gostam de utilizar as cores etêm sido incentivados a Os alunos foram os dos 1?s e2?s anos do Ciclo Inter¬
realizar projetos simples. mediário em 91 e92, além dos 3?s anos do Ciclo Inter¬
Pôrém, mesmo nesta classe difícil, observamos mudan¬ mediário em 92, que representam acontinuidade do a n o
ças positivas. anterior. De imediato, constatamos, entre professores ealu¬
Uma delas éofato de que oaluno com maiores difi¬ nos, maior proximidade ediálogo facilitado, pois nossa
culdades de comunicação da classe (fala completamente própria postura de professores foi sensivelmente modifi¬
ausente) eque sempre foi uma incógnita para todos na Es¬ cada pelo ambiente formado no Laboratório de Informá¬
cola, demonstrou através do computador que tem grande tica. Embora seja oprofessor oresponsável pelo “ensino”
capacidade de concentração. da Linguagem Logo, durante oprocesso, se estabelece a
Era muito difícil avaliar oseu grau de compreensão troca de informações eareflexão sempre crescente, uma
em relação ao que era ensinado emuito menos qual asua vez que não há uma só forma de se chegar aum mesmo
organização mental. Parecia um aluno apático esem in¬ resultado. Exemplificando, podemos propor aconstrução
5 4
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

de uma casa, onde cada um dos “construtores” escolherá 2. utilização do computador numa experiência real
sua própria forma de ver, sentir, refletir, raciocinar e, fi¬ diária.

nalmente,agir.Énessemomentoquepodemosfalarnu¬ Nessa atividade observamos vantagens como:


ma interação professor-aluno, pois éna análise do “como 1. possibilidade de avaliar passo apasso aprodução;
foi feito” que surge o“ser”. Éomergulho no raciocínio, 2. predisposição de releitura contínua da produção, tal-
na sensibilidade do outro que faz crescer aproximidade vezdada agrande facilidade de correções, adaptações e
entre educador eeducando. inserções;
Émuitocedoaindaparaestabelecermosoumesmo 3. em diferentes aspectos houve uma alteração qualita¬
constatarmos oefeito desse trabalho de desenvolvimento tiva das redações devido àpossibilidade de impressão do
do raciocínio e, do Ambiente Logo, no crescimento do trabalho por várias vezes, favorecendo, portanto, reelabo-
aluno em todas as outras atividades escolares. Ainda não ração, uma vez que otrabalho braçal ésubstituído pelo
integramos aLinguagem Logo com os demais conteúdos, computador;
nosso conhecimento éincipiente, e, nesse aspecto, nosso 4. capacidade de auto-avaliação;
trabalho ébasicamente de pesquisa. No entanto, conse¬ 5. conquista de maior independência econfiança, da¬
guimos realizar atividades que merecem registro, princi¬ das as reelaborações possíveis.
palmente porque nos proporcionaram momentos de Nessas experiências, houve salto de duas grandes fron¬
interdisciplinaridade. teiras: ado tempo eada produção desinteressada, geral¬
Ao serem os alunos desafiados acriarem projetos pa¬ mente vinculada aerros de ortografia eapobreza na
ra a“Feira de Ciências 91” e“SP Eco 92”, sob acoorde¬ exploração dos temas propostos.
nação da professora Maria Cristina Gozzo Biffi, todos os Aintegração entre aequipe escolar, sempre dificulta¬
professores Nível II que participam do Projeto Gênese da pela tendência ao trabalho individualizado eao desen¬
viram-se envolvidos em pesquisas de assuntos que seriam contro de horários, sofreu alterações positivas. Ocurso
específicos da área de Ciências, transpondo assim novas dos professores reservou-nos uma série de novidades. Di¬
fronteiras de conteúdo emetodologia, indo além da sua ferentemente dos alunos, nossos colegas, assim como nós
própria disciplina. no Curso de Formação, demonstraram uma grande ansie¬
Os alunos puderam demonstrar, de maneira original dade epreocupação com oerro. Apenas na metade do cur¬
eatravés do Logo, seus conhecimentos epreocupações so éque ficaram àvontade eambientados com oLOGO.
com os problemas ambientais do planeta em que vivem, Isso provou agrande mudança que oProjeto traz: me¬
numa integração perfeita das atividades comuns de sala xe com princípios até então norteadores do ensino-
de aula ealinguagem que éporta de entrada para osécu¬ -aprendizagem. Ointeresse de outros professores pelo
lo XXL alinguagem informatizada. Projeto manifestou-se também pelo apoio dado ànossa
Amesma dinâmica marcou os projetos realizados pe¬ participação no II Congresso Municipal de Educação: a
los alunos da professora Miriam Rita Ciascca para ades¬ câmera utilizada na filmagem do vídeo apresentado, rela¬
coberta do conceito de números racionais absolutos tando nossa experiência no Projeto, foi cedida pela pro¬
(frações). Este novo desafio criou um clima de pesquisa fessora do 1?Ano do Ciclo Intermediário Elizete Manzoli
muito produtivo, em livros de Matemática, para-didáticos Calabria eaprodução do vídeo foi feita pelo professor
eregistro de experiências cotidianas. Surgiram, inclusi¬ de Ciências, Alexandre Januário Peggion, ambos não par¬
ve^trabalhossobreEQUIVALÊNCIAETIPOSDEFRA¬ ticipantes da equipe do Projeto Gênese. AEquipe Técni¬
ÇÃO
com
figuras
geométricas
diversas,
comprovando-se, ca da escola tem incentivado incondicionalmente as
explicitamente, aapropriação efetiva desses conceitos pelos atividades do Projeto eoutras por ele desencadeadas: HO¬
alunos eaconquista de mais uma fronteira curricular pe¬ RIZONTES NOVOS ESTÃO SURGINDO ALÉM DA
los professores. FRONTEIRA DE UMA ESCOLA DESARTICULADA
Em Português também ousamos. Ademanda pela re¬ E E X C L U S I V I S TA .
novação do ensino da nossa Língua éantiga eémanifes¬ Pessoas que vieram conhecer onosso Laboratório de
tada por professores ealunos. Informática também exerceram papel de destaque no
Aprodução escrita é, sem dúvida, oponto máximo do Gênese.

ensino da Língua, portanto todos os meios possíveis de Dia onze de junho de 1991: Aescola recebe visitas in¬
tornar aprodução uma tarefa mais prazeirosa, isto é, cria¬ ternacionais: Prof. David Thornburg, da Universidade da
tiva ao máximo, não pode ser descartada pelo professor. Califórnia esua esposa Pamela, professora da 4? série,
Assim, aprofessora Áurea CarmelaTanjoni lançou mão correspondente ao nosso 1?Ano do Ciclo Intermediário.
do Editor de Textos visando: Durante avisita, várias crianças trabalhavam em seus
1. colocar em discussão ouso do aplicativo na produ¬ projetos nos computadores. Uma aluna termina oSnoopy
ção de texto individual eem grupo; eéfotografada eentrevistada pelo Prof. David. Afoto
5 5
RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES

foi oponto de partida para uma correspondência entre a Desde então, aguardamos nova carta dos nossos cor¬
aluna JOANA OLIVEIRA RIBAS eos alunos da Prof?
respondentes americanos eoexemplar do livro do qual
Pamela. nossos alunos são também autores.

Odesdobramento desse contato foi surpreendente: Através dessa correspondência, oLOGO ajudou os alu¬
25 de junho de 91: Joana envia carta solicitando cópia nos aatravessarem FRONTEIRAS no sentido geográfico
da foto eseu “Snoopy” impresso para Pamela; do termo, proporcionando-lhes conhecer crianças de ou¬
30 de Julho de 91: Joana recebe resposta de Pamela, tra cultura etrocar experiências com elas.
sua foto epedido de mais informações sobre oBrasil; Aevolução observada nos trabalhos das crianças mos¬
02 de setembro de 91: Aclasse toda (1 ?Ano Gdo Ci¬ tra como elas podem ultrapassar suas próprias fronteiras
clo Intermediário), envia um álbum de pesquisas sobre através do Logo.
0Brasil etrabalhos impressos feitos no LOGO; Por tudo que acabamos de relatar, fica mais do que evi¬
04 de novembro de 91: Recebemos nova resposta dos dente que aLinguagem Logo poderá ser sinônimo perfei¬
EUA elogiando otrabalho das crianças eapromessa de to de “TEMA GERADOR” definido como “PONTO EM
recebermos algo semelhante dos alunos de lá; QUE AS ÁREAS DO SABER SE RELACIONAM IN-
TERDISCIPLINARMENTE”.
03 de fevereiro de 92: Chega nova correspondência com
29 cartas edesenhos, endereçadas acada um dos alunos Asua filosofia caminha de braços dados com apro¬
da nossa classe. Junto, um convite para participarmos do posta pela Interdisciplinaridade quando exige metodolo¬
Programa “PAINTBRUSH DIPLOMACY” (RD.) que se¬ gia dialógica, isto é, que tenha odiálogo como essência,
leciona desenhos ecartas de crianças do mundo inteiro que peça ao educador uma POSTURA CRÍTICA, de
para fazerem parte de uma exposição móvel que percorre rêOBLEMATIZAÇÂOconstanteeumsistemadetraba¬
os EUA. Alguns desses desenhos também são aproveita¬ lho voltado para oCOLETIVO.
dos pela UNICEF na confecção de calendários ecartões Dessa forma, ocurrículo começa aser construído e
de natal. Os temas dos desenhos são escolhidos pelas reconstruído num processo de contínua ação-reflexão-
criançasdentreosapontadospelacomissãoorganizadora -ação, sintonizado com seu tempo histórico, filosófico,
do P.D., referentes àcultura do país em que vivem. Na científico, técnológico e, acima de tudo, assegurando uma
carta, falam sobre si mesmos, sobre odesenho que fize¬ diversidade na ação pedagógica autônoma de cada esco¬
ram eperguntam oque lhes interessa ao “PEN PAL” (ami¬ la, imprimindo-lhes uma identidade única.
go por correspondência); Há muito que estudar, há muito que pesquisar. Ape¬
18 de março de 92: As cartas edesenhos dos nossos nas sentimos que oProjeto Gênese nos traz um novo ca¬
alunos da 1?Ano Ddo Ciclo Intermediário são enviados minho,umapossibilidadedesairmosdo“mesmismo”que
para serem incluídos no P.D; neste momento cerca aeducação.
17dejunhode92:Recebemosimpressossolicitando Énossa
obrigação
mínima
enquanto,
educadores,
autorização dos pais de dois alunos, RICARDO EDɬ afastar aperspectiva tenebrosa de chegarmos apen¬
BORA, para que seus trabalhos representando oBrasil, sar algum dia que: NÃO HÁ NADA DE NOVO ALÉM
DA FRONTEIRA...
sejam publicados no livro de desenhos ecartas do P.D.

5 6
9 - R E L ATO DOS ALUNOS
DIÁRIOS DE BORDO

/ / consegui fazer coisas incríveis.” (Gidalte Vicente da Sil¬


EMPG "BENEDITO CALIXTO va Jr. -1? Ano Bdo Ciclo Final- 1ano)

“Foi maravilhoso, uma forte alegria fez com que meus


“Tudo que eu aprendi foi osuficiente para fazer um
olhos brilhassem de emoção. Acho que foi amesma emo¬
projeto envolvendo várias figuras geométricas, eu emais
ção de quando passo de ano, ou quando fiz aprimeira co¬
alguns amigos estamos fazendo um projeto. munhão.
Ocomputador éum grande amigo, às vezes, quando Mas não foi só na primeira vez que fui lá que senti es¬
nós não conseguimos realizar nossos objetivos, dá uma sa emoção, mas em todas as vezes que vou lá, edescubro
vontade, de desistir mas onosso interesse em aprender
algo novo.
étão grande que insistimos até conseguir.” (Denilson F.
Mendes -1 ?Ano Bdo Ciclo Final- mais ou menos 2me¬ Asala do computador me deu estímulo, quer dizer, os
computadores de certa forma só me ajudaram .”(Sidnei Fa-
ses de LOGO)
biano dos Santos -1? Ano Bdo Ciclo Final- 1ano)
“Nós aprendemos geometria eum pouco de matemá¬
tica, por exemplo: quando nós queremos fazer uma figu¬ “A aula era tão gostosa que não pensava em outra coi¬
ra fechada (polígono) épreciso determinar oângulo sa além do computador, eaprofessora vendo aalegria de
necessário para que no total dê 360 graus...” todos e0interesse de aprender ficava feliz.
“Em educação artística os alunos começam apintar Aprofessora olha para todos ediz que faltam cinco
edesenhar muito melhor, porque com acriatividade sol¬ minutos para aaula acabar eninguém acredita. Eaaula
ta, todo mundo inventa alguma coisa diferente, epode¬ acabaetodossaemdocomputadoresperandoansiosamen¬
mos criar nossos próprios projetos, formalizando e te apróxima aula.”(Vando Correia da Silva -1? Ano B
realmente aprendendo.” (André Luiz Girotto -1? Ano B do Ciclo Final- 1ano)
do Ciclo Final- idem anterior)
“Eu não tenho paciência por isso não consigo termi¬
“Minha vida mudou muito com ocomputador... nar um projeto sozinha, eu dou aidéia do que pode ía-
...mas valeu apena, libertou aminha criatividade.”(Da- zer,mas apessoa que faz no computador éminha amiga.
niel Santana -1? Ano Bdo Ciclo Final- 6meses) Ésuperinteressanteoquesepodefazercomocomputa¬
dor.” (Cristiane da Silva Frontão -1? Ano Bdo Ciclo
“No início, tudo era novidade tínhamos que dominar Final- 3meses)
amáquina: era uma briga só: nós eatartaruga. Tínha¬
mos que ensiná-la e, às vezes, ela muito mole, às vezes, “Isso mexeu muito com minha cabeça, despertou toda
odesenho que mandávamos que ela fizesse, não saía co¬ criatividade que estava escondida em mim.”(Denis R. Be-
mo queríamos. Era uma verdadeira luta: ohomem eamᬠnevides -1? Ano Bdo Ciclo Intermediário -6meses)
quina ou oliomem com ele mesmo? “Mas eu pensei por mim mesma, eu não consegui ho¬
Difc,o isto, porque, aos poucos, fui percebendo que a je, mas outro dia eu consigo.”(Viviane Corrêa Pinto -1?
tartaruga era eu mesmo. Com ela aprendi ame conhecer Ano Bdo Ciclo Intermediário -2 meses)
por dentro. Descobri muitas coisas que eu não sabia.
Muitas vezes briguei com atartaruga, porque meus pro¬ “Todos as vezes que eu entro na sala de informática,
jetos não davam certo, mas muitas vezes fiquei feliz, pois eu fico com aquela certeza que vou ajudar os amigos e

5 7
RELATO DOS ALUNOS NOS DIÁRIOS DE BORDO

que os amigos vão me ajudar. imaginava que fosse tão legal, gostoso edivertido apren¬
der, pensava que fosse chato, mas cheguei àconclusão que
“Cada pessoa aprende de pouco em pouco.” (Alexan¬
dra Luís Cavalcante -1? Ano Bdo Ciclo Intermediário émuito bom aprender.” (Cristiane 29 Ano Bdo Ciclo In¬
termediário)
-4meses)
Eu me senti um privilegiado quando mexi pela pri¬
“Eu estou desenvolvendo muito aminha mente, prin¬
meira vez no computador, porque há muitas pessoas que
cipalmente quando épara direita epara esquerda.”(Ro-
berto Ozelami -1? Ano Bdo Ciclo Intermediário -6 não têm essa oportunidade em sua escola.” (Leonardo 29
Ano Bdo Ciclo Intermediário)
meses)
”Émuitomaisgostosomexernumatecladecomputa¬
“Quando eu vou lá, eu sinto uma alegria que eu tenho
dor do que em outras teclas. Gosto muito do computa¬
vontade de voar.” (Anderson Garcia -19 Ano Bdo Ciclo
dor.” (Isabel 29 Ano Edo Ciclo Intermediário)
Intermediário -6meses)
“Esta tartaruga não deixa nós esquecermos dela. Ado¬
“Eu já aprendi muita coisa, aprendi apintar, desenhar,
ro você!” (Melissa 29 ano Edo Ciclo Intermediário)
etc. Eu ainda não aprendi apor música, mas qualquer dia
eu aprendo.” (Kátia Regina Santos -19 Ano Bdo Ciclo “Adorei atartaruga. Foi aprimeira vez que sentei em
Intermediário -6meses) frente aum computador, foi amaior emoção! Eu conse¬
gui fazer uma coisa muito esquisita, não sei oque é. Eu
“Quando estou triste na classe, quando eu chego na gostei epronto!” (Solange 29 ano Edo Ciclo Interme¬
sala de informática eu fico muito alegre epensando no diário)
que eu vou desenhar epintar.” (Francisco de Assis -29
Ano Bdo Ciclo Intermediário -2meses) DEPOIS DE ALGUM TEMPO

Ocomputador está me ajudando apensar, porque 1 - A L E G R I A D A D E S C O B E R TA


quando sai um desenho errado, tenho que pensar muito
“Eu consegui, gravei no disquete, foi tão emocionante
para consertá-lo, ou seja, acertar odesenho.” (Renato Neto
F. -29 Ano Bdo Ciclo Intermediário -6meses) que deu um negócio dentro de mim, eu contei para todo
mundo: que legal!” (Katia 29 ano Cdo Ciclo Interme¬
“A escola ficou muito alegre depois de ter chegado os diário)
computadores.” (José Heleno Jr. -29 Ano Bdo Ciclo In¬ 2 - E N T U S I A S M O E E X P E C TAT I VA
termediário -1ano)

...“E pra fazer tem que pensar. “Vou fazer tudo que puder fazer, tudo que vier na mi¬
nha cabeça, mas nem tudo porque pode ser milhões emi¬
Por que si não faz errado. Eu levo asério.”
lhões de pensamentos.” (Gilberto 29 ano Edo Ciclo
.. .“Na sala do computador, eu me sinto mais alegre e Intermediário)
contente efeliz. Lá oambiente ébom eleve. Eu acho que
foi amelhor coisa que ohomem fez. Gosto de ir lá, por¬ “A computação éuma forma diferente emais gostosa
de se ensinar eaprender.” (Gerson 29 ano Edo Ciclo In¬
que quando erro, posso consertar epensar de novo até dar termediário)
certo.” (Joyce Santos da Silva -39 Ano Cdo Ciclo Inicial
-6meses ). “A sabedoria está na memória do computador enós
desenvolvemos essa sabedoria.” (Vanessa 19 Ano Fdo Ci¬
r # clo Intermediário)
EMPG "PRESIDENTE KENNEDY
“A informática me ajuda apensar edesenvolve ami¬
nha mente mais rapidamente.” (Mareia Cristina 19 Ano
P R I M E I R O S C O N TA C TO S
do Ciclo Intermediário)

“Eu senti que ia errar tudo, mas quando eu cheguei “O computador deixa agente ficar mais esperto, sabi¬
do. Eu só não gostei que émuito pouco tempo.” (Claudia
aí, vi que era muito diferente do que eu pensava.” (Fabia-
19 Ano FCO Ciclo Intermediário)
no 19 Ano Edo Ciclo Intermediário)

“A aula de computador foi um barato! Já peguei aprᬠ“Havia uma folha com vários desenhos, consegui fa¬
tica eguardei tudo na cabeça.” (Marçal 19 Ano Fdo Ci¬ zer alguns. Mas não tem importância, pode ter pessoas
clo Intermediário) até melhor do que eu, não me importo. Qualquer dia po¬
derei também fazer tudo que eles fazem.” (Ana Carolina
“A primeira vez que eu fui àsala de computação, não 29 ano Fdo Ciclo Intermediário)

5 8
RELATO DOS ALUNOS NOS DIÁRIOS DE BORDO

i. >●

X '

EMPG Benedito Calixto

“Eu estou adorando, mas eu queria que as matérias que dar certo, pois nada na vida éfácil, não émoleza não,
as professoras dão na sala de aula fossem feitas no com¬ ver que você fez um projeto errado, que gastou uma folha
putador eas provas também, mas quem sabe um dia ire¬ amais com isso eépor isso que imploro; Minha turtle
mos fazer isso.” (Stella 2? ano Edo Ciclo Intermediário) ninja, me ajude afazer este projeto, please.” (Melissa 2?
ano Edo Ciclo Intermediário
Se eu pudesse ficava as cinco aulas sem recreio esem
ir embora para casa.” (Angélica 2? ano Edo Ciclo Inter¬
mediário)
t f

EMPG " I M P E R AT R I Z LEOPOLDINA


“Daqui algum tempo tentarei fazer tudo que quiser e
fazer minhas continhas inesperadas de Matemática, mi¬
nhas células eátomos em Ciências eminhas pessoas co¬ “Na minha escola tem computador.
mo D. Pedro em História.” (Melissa 2? ano Edo Ciclo Eu sei que não ésó aminha que tem, pois outras esco¬
Intermediário) las também têm.

Eu acho 0projeto muito bom.


3 - T R I S T E Z A E E X P E C TAT I VA Nem precjsava ter computador na escola. Se aprendés¬
semos já estava muito bom, mas com ocomputadores fi¬
Hoje eu tive um azar, não consegui fazer nada. Ou
ca muitíssimo bom, graças aDeus.”(Graciele -2? Ano
era eu que estava nervoso ou era amáquina, porque eu
do Ciclo Inicial).
não terminei aestrela. Eu estava fazendo tudo torto” (Fá¬
bio 2? ano Cdo Ciclo Intermediário) Eu acho muito legal desenhar eescrever no com¬
putador.
“Ah! Tartaruga me ajude afazer estes dois projetos,
please! Com os novos comandos que dei, acho que vai Mas eu gosto mais de escrever historinhas.

5 9
R E L AT O D O S A L U N O S N O S D I Á R I O S D E B O R D O

Émuito gostoso ficar no computador, pois nos ajuda


EMPG "COMTE GARCIA DÁVILA
r t

apensar mais.”(Erika -2? Ano do Ciclo Inicial)

“O projeto Gênese éaaula de computação. “Eu nunca poderia imaginar que na 19 Ano Bdo Ci¬
Estaaulaégostosaedáparaaprenderbastantescoisas clo Intermediário eu ia mexer com um mini computador,
com ela.
no primeiro dia que eu entrei na sala de computador eu
Faço os desenhos que eu quiser, não todos, mas faço pensei: isso éum sonho, ou érealidade mesmo”...
muitos.Fáceis difíceis, muitas coisa.
Numa aula, eu faço uns três desenhos, mas não dá pa¬ Sílvia Mendes -19 Ano Bdo Ciclo Intermediário (iní¬
ra terminar todos, porque todo mundo me chama para cio no projeto)
ajudar. ”Àsvezes,atartaruganosdesobedece,masnãoépor
Masmesmoassim,gostodaaulaenãoquerosairde¬ sua culpa, éporque nós escrevemos errado, ficamos com
la!” (Mareio -2? Ano do Ciclo Inicial) raiva descontamos na coitadinha que não tem culpa ne¬
nhuma.”
“Eu acho que oprojeto Gênese émuito bom eedu¬ Deborah Fernandes -19 Ano Bdo Ciclo Intermediá¬
cativo.
rio (10 meses de projeto)
Tem alguns de meus amigos que gostam do cartucho, i i

mas eu gosto de disquete para escrever. Pena que tem poucos computadores, porque aí nós
Émuito legal.” (Thiago -2? Ano do Ciclo Inicial) temos que sentar em dois, até em três eéamaior chatice,
mas émelhor ter 15 computadores do que não ter ne¬
“O Governo municipal colocou computadores na mi-
nhum.”
nha escola. Cíntia do Carmo -19 Ano Bdo Ciclo Intermediário
Eum projeto chamado Gênese. (2 meses de projeto)
Aminha professora me ensinou amexer no com¬
putador. “O computador parece um irmão para mim eu brinco
com ele eele brinca comigo. Mais pena que ele não pode
Eu gosto de mexer na tartaruguinha efazer com ela
campo de futebol. falar, mas ele pode falar com amente.”
Eu adorei essa idéia do Governo Municipal.” (Allan Rafael -19 Ano Bdo Ciclo Intermediário (3 meses de
-2? Ano do Ciclo Inicial) projeto)

n “Quando eu terminei meu projeto, ficou tão bonito que


Fizemosoquadradoeretânguloedavacertinhocom quando eu pensei, fui eu que fiz, deu uma vontade de cho¬
unserrinhosmeusmas...foilegal,legalprachuchu.(1° rar, que eu fiquei rindo igual auma boba.”
Ano Bdo Ciclo Intermediário) Cíntia Garcia -19 Ano do Ciclo Final (4 meses de
“Fizemos um desenho mais ou menos assim: quatro projeto)
quadrados.Alessandraeeuconseguimosfazer.Nossaaula “Eu fiquei fazendo algumas coisas no computador, daí
hoje de computação foi chocante. (1?Ano Bdo Ciclo In¬ bateu osinal. Para mim parecia que eu estava lá só auns
termediário) cinco minutos. Não sei porque mas quando afelicidade
“Hoje tive aula de computação. Lá eu achei uma sala émuito grande otempo passa muito rápido”.
muito limpa, com 15 computadores. Na minha primeira Carla -19 Ano do Ciclo Final (6 meses de projeto)
aula, eu achei: legal, muito interessante edivertida.” (19 ”... quando aprofessora falou para nós pararmos, eu
Ano Bdo Ciclo Intermediário)
me despedi do computador efui embora muito triste.”
Luciano M. Almeida -29 Ano Fdo Ciclo Intermediá¬
”...estou me sentindo gente inteligente.” (Marcela -3? rio (12 meses de projeto )
Ano do Ciclo Inicial)
”...eu senti também que eu posso aprender eque um
”.. .tire esse menino daqui, ele, apagou todo omeu de¬ dia eu vou dar valor ao meu esforço...”
senho.” (Kellen -39 Ano do Ciclo Inicial)
Rosana Erica dos Santos -29 Ano Fdo Ciclo Interme¬
( (

Como ébom aprender de modo moderno.” (Rodrigo diário (12 meses de projeto)
-39 Ano do Ciclo Inicial)
”...porque aemoção que eu senti foi enorme, vocês
Me sinto máquina dentro de outra máquina.” (Kle- nem imaginam como foi bom para mim poder ter uma
ber -39 Ano do Ciclo Inicial) chance de aprender de novo alguma coisa de útil.”

6 0
RELATO DOS ALUNOS NOS DIÁRIOS DE BORDO

Cintia Aparecida do Carmo -2? Ano Fdo Ciclo In¬ Raquel -1?Ano Ddo Ciclo Final (início no projeto)
termediário (12 meses de projeto) “Este projeto éimportante edeveria ter mais aulas,
“Antigamente eu quando não sabia alguma coisa, eu mesmo que fosse fora do horário da aula normal(15:20
-19:20).
largava de lado ecomeçava outra coisa.Agora não eu
quandonãosei,ficoquebrandoacabeçaparaaprender.” Gosto de passar meus projetos para ocomputador, mas
Pedro Juan Silva- 2? Ano Fdo Ciclo Intermediário (15 éum pouco complicado, pois errar éacoisa mais fácil
meses de projeto) econsertar éque são elas...”
“Quando eu mexi na tecla eu ia subindo cada vez mais Isis -1?Ano Ado Ciclo Final (3 meses de projeto)
alto”. “Eu acho as aulas de computador um barato. Etam¬
“Professora, estes dias eu me senti muito nervosa por¬ bém estou gostando porque eu nunca tive achance de me¬
que eu não sabia fazer aborboleta no computador ease¬ xer em um computador antes.”
nhora fica que nem uma barata tonta, te chamam para lá Fabiana -1 ?Ano Ado Ciclo Final (2 meses de projeto)
easenhora vai, te cha’iiam para cá asenhora vem...” “Eu acho que oprojeto Gênese émuito importante para
Janaina Justino -2? Aiio Fdo Ciclo Intermediário (15 dar uma noção de computador ainda mais nos dias de ho¬
meses de projeto) je que ainformática está tomando conta do mundo.”
“Eu eatartaruga nos demos muito bem, apesar de que, Michael -1?Ano Fdo Ciclo Final (início no projeto)
às vezes, ela não me obedecia.” “Na realidade me encheu de emoção aquela aula por¬
Andressa -1?Ano Cdo Ciclo Final (início no projeto) que estava aprendendo do zero, de verdade, não apenas
brincando, como no 3? Ano Fdo Ciclo Intermediário”.
“Quando falaram que o1? Ano Edo Ciclo Final foi
Sheila -1?Ano Bdo Ciclo Final (3 meses de projeto)
para ocomputador, dormi eacordei normal, mas com um
“O recomeço até poesia deu, veja só:
pouco de ansiedade.” “Amigo Logo:
Priscila -1°Ano Edo Ciclo Final (início no projeto) Adespedida édura.
“A aula de computação émuito gostosa, pois as pro¬ Recomeçar égostoso.
fessoras não ficam passando lições na lousa emandando
agente copiar.” Relembrar coisas boas como você Logo,
Émaravilhoso!!”
Ricardo Sol -1?Ano Cdo Ciclo Final (2 meses de
projeto) Guiomar Santos Alves -2? Ano Ado Ciclo Final (12
meses de projeto)
“Eu sinto que agora estou aprendendo muitas coisas
novas ecada dia está mais legal aaula.” “Eu achei muito interessante, mas não tenho muito a
Pedro -1?Ano Edo Ciclo Final (2 meses de projeto) dizer, porque eu ainda estou um pouco esquecido, mas
“Eu acho que essas aulas éuma coisa legal, ao mes¬ prometo terminar um projeto, que há muito tempo pro-
mo tempo ruim. Eu emeu colega estávamos fazendo um meti para asenhora.”
caminho para otesouro, aprofessora sempre entra com Amauri Souza de Sá -2? Ano Ddo Ciclo Final (12 me¬
as explicações dela, apesar de que as explicações servem ses de projeto)
para nós. Aúnica coisa que eu não gostei éque os profes¬ “Com 0plantão as aulas melhoraram ainda mais, pois
sores falam demais enão dá tempo de ficar no computa¬ agente tem mais tempo epode fazer os projetos com mais
d o r. ” calma eatenção.
Débora -1?Ano Edo Ciclo Final (1 mês de projeto) Agora agente poderia fazer os projetos eimprimir pa¬
“Senti várias coisas, entre elas emoção, nervosismo, ra guardar eum dia lembrarmos oque conseguimos fa¬
pois eu queria fazer uma coisa, saía outra.” zer quando estávamos na 2? Ano do Ciclo Final.”
Sandra -1?Ano Cdo Ciclo Final (2 meses de projeto) Fernanda Rosa de Oliveira -2? Ano Ado Ciclo Final
“Senti que eu era privilegiado por esta escola ter com¬ A(15 meses de projeto)
putadores.” “Eu achei meio difícil aquele desenho, mas com ami¬
Luís Carlos (início no projeto) nha boa vontade eu irei conseguir, eu sinto que neste ano
”...não pensei que ia ser tão gostoso eemocionante.” está mais fácil, enão tenho mais vergonha de errar.”
Maria Luiza Mendes -1 ?Ano Cdo Ciclo Final (2 me¬ Roseli Santana -2? Ano Cdo Ciclo Final (15 meses
ses de projeto) de projeto)
“Eu não nasci para sentar atrás de uma cadeira eapertar ”...E super interessante por anossa mente para fun¬
botão, mas sim para bater martelo efazer barulho.” cionar. Saber que nós estamos criando coisas, aprenden¬
Rodrigo -1?Ano Ddo Ciclo Final (início de projeto) do acomandar um computador...”
”...0 computador émuito burro. Atartaruga émuito Thais Varella -2? Ano Cdo Ciclo Final (12 meses de
estranha, preciso descobrir mais coisas sobre ela.” Iprojeto)
61
RELATO DOS ALUNOS NOS DIÁRIOS DE BORDO

“Eu achei um pouco difícil se acostumar com ocom¬ f Ê

putador, porque meus dedos não são ágeis enão tenho EMPG "LINNEU PRESTES
nenhuma prática, mas eu acho que dá para aprender já
que todos aprenderam por que eu não posso aprender?”
Fábio Marucci -2? Ano Ddo Ciclo Final (retornando “Antes eu ficava muito preocupado quando errava, ago¬
ra não fico mais.”
àescola no noturno, após um ano sem estudar)
“Na terça, nos foi pedido um projeto com variáveis.Não Jeferson Queiroz dos Santos 1?Ano Bdo Ciclo Inter¬
mediário
gostei muito da idéia, porque meu estilo de trabalhar no
MSX édiferente, mas fiz um projeto simples, só para me (Pronunciamento no Jornal SP eJornal Nacional -Rede
preparar para omeio do ano, para alcançar omeu projeto Globo-)
X, que sonho fazer desde oano passado. “Parece que ébrincadeira, mas eu sei que agente está
William César Bezerra -2? Ano Ado Ciclo Final (15 aprendendo as coisas no computador os desenhos eas fi¬
meses de projeto) guras que nós fazemos”.
Roberval Nicásio 1?Ano do Ciclo Intermediário 4me-
“As aulas estão melhorando, mas ochato éque elas
são poucas. Eu não posso fazer oprojeto que eu quero, ses de projeto
pois projetos são definidos pelos professores. Devia ser “Antes eu não conseguia fazer os desenhos, mas agora
ensinado edepois deixar os alunos fazerem projetos li¬ atartaruga já aprendeu efaz tudo”.
Simone Barbosa 1?Ano do Ciclo Intermediário 4me¬
vres, mesmo com procedimentos diferentes dos ensina¬
dos. Ese um dia oaluno fazendo um projeto achar melhor ses de projeto
fazer do jeito que aprendeu, fará por livre eespontânea “Para falar averdade, eu me sinto ótima, agora eu es¬
vontade” tou mais esperta, até estou tirando notas mais altas nas
Everton Cavalcante -2? Ano Cdo Ciclo Final (15 me¬ matérias que eu mais tenho dificuldades”.
ses de projeto) Cinthia H. de Azevedo 1? Ano do Ciclo Intermediá¬
Oprojeto saiu diferente do qual eu imaginava. “Tive rio 7meses de projeto
que mudar, pois não consegui fazer. Aí fiz uma bola e De vez em quando, eu não gosto éda tartaruga; ela
uma estrela com alguns detalhes do lado. Aí ficou mais me deixa nervosa, porque às vezes eu quero uma coisa
ou menos.” eentão ela faz outra, mas também por que ?porque eu
Humberto Portes Teixeira -2? Ano Ado Ciclo Final mesmo que dou aordem errada eépor isso que ela faz
(15 meses de projeto) ao contrário do que eu quero. Então, eu acho que nós sem¬
”...revimos variáveis, um pouco chato, porque eu já pre temos que pensar primeiro, antes de dar aordem pa¬
sabia...”(23/4) ra atartaruga”.
Retiro tudo oque disse sobre variáveis no dia 23, foi Lilian Carmen Resende de Paula 1?Ano do Ciclo In¬
super legal fazer uma estante com variáveis... termediário 7meses projeto
Elaine Dutra -2? Ano Ado Ciclo Final (15 meses de “Ela me ajudou no meu conhecimento de espaço, di¬
projeto) reita, esquerda ena minha capacidade de inventar de¬
”... Variáveis foi omáximo. No começo, achei difícil, senhos”.
David 1?Ano do Ciclo Intermediário 7meses
isto ébem melhor do que ficar dando um monte de apren¬
das. Só que além de ser menos complicado émais difícil “No meio do ano, as coisas dificultaram para mim:
qualquer errinho, saía tudo errado, eu ficava uma fera e
5 1

também...
Viviane C. Carlis -2? Ano Cdo Ciclo Final (15 meses tinha vezes até que dizia não querer mais fazer com¬
de projeto) putação”.
< (

”... mas eu não só reaprendi coisas, eu aprendi tam¬ Eu eela pensávamos juntos até chegar em algum
bém, como fazer meus projetos, usando menos tempo (va¬ lugar”.
riáveis)...” Raquel S. de Toledo 1?Ano do Ciclo Intermediário
7meses
Edvaldo Alves Lopes -2?Ano Ddo Ciclo Final (15
meses de projeto) “É bom para chuchu, trabalhar no computador com
colega, porque ele aprende oque não sabe, eeu aprendo
5 5

.. .e fiquei entusiasmada de ficar sabendo que nós fa¬


remos os projetos novos dentro de cada matéria...” 0que não sei.”
Alessandra Lopes -2? Ano Bdo Ciclo Final (15 meses Elaine C. D. Almeida 1?Ano do Ciclo Intermediário
de projeto) 7meses

”...não achei nada, tudo muito comum, quero apren¬ “Também há uma coisa que eu acho errado :tem pro¬
fessoras (entre aspas) que dá tudo para oaluno, eu não
5 5

der coisas novas...


Lairton -2? Ano Ddo Ciclo Final (15 meses de projeto) quero dizer que ela éuma má professora, não, mas ela
6 2
RELATO DOS ALUNOS NOS DIÁRIOS DE BORDO

tinha que dar alguns palpites ou então deixar oaluno que¬ “A computação ajudou em outras matérias... em por¬
brar acabeça, para achar onde está errado. tuguês, porque se eu escrevesse errado, ocomputador não
obedecia. Então era quase uma “obrigação” escrever certo.
“É legal agente tentar fazer oque quer, errar, conser¬
Fazendo assim, eu comecei atirar notas mais altas em por¬
tar edepois de tanto trabalho, ver odesenho pronto. > 9

tuguês.
Amei mexer com ocomputador.” Rosicléia M. da Silva 2? Ano do Ciclo Intermediário
Jussara Tosta 2? Ano do Ciclo Intermediário 7meses 6meses

i
i *

6 3
10 -BIBLIOGRAFIA

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1986, 2, 3, pp. 337-357. tional Journal, 1983, 7, 2, pp. 79-89.

64
11 -ANEXOS

ANEXO 1
ESCOLASENVOLVIDASNOPROJETOGÊNESE(50)
1? FASE: 06 escolas piloto -Março/91 NAE 4-EMPG “Brigadeiro Henrique R. D. Fontenelle”
NAE 5-EMPG “Pracinhas da FEB
NAE 1-EMEDA “Helen Keller” í »

NAE 6-EMPG “Bernardo 0'Higgins


NAE 3-EMPG “Comandante Garcia Dávila” EMPG “Carlos de Andrade Rizzini”
NAE 4-EMPG “Imperatriz Leopoldina” EMPG “José Dias da Silveira”
NAE 6-EMPG “Linneu Prestes” NAE 7-EMPG “Amadeu Amaral”
NAE 7-EMPG “Presidente Kennedy EMPG “Assad Abdalla
NAE 9-EMPG “Benedito Calixto NAE 9-EMPG “Danylo José Fernandes”
NAE 10- EMPG “Ezequiel Ramos Júnior

2? FASE: 13 escolas -Agosto/91


4? FASE: 19 escolas -Março/92
N A E 2 - E M P G “ A l m i r a n t e Ta m a n d a r é ”
EMPG “Gastão Moutinho” NAE 1-EMPG “Olavo Fontoura”
EMPG “Ruy Barbosa” NAE 2-EMPG “Prof. Esmeralda Salles Pereira Ramos”
1 »

NAE 3-EMPG “Prof. Osvaldo Quirino Simões NAE 3-EMPG “Tte. Aviador Frederico Gustavo dos Santos”

EMPG “Plínio Ayrosa” NAE 4-EMPG “Tte. Alípio Andrada Serpa”


1 »

NAE 4-EMPG “Prof. Amadeu Mendes EMPG “Marechal Deodoro da Fonseca


EMPG “General Liberato Bittencourt NAE 5-EMPG “Euclides da Cunha”
NAE 5-EMPG “Prof. Carolina Rennó Ribeiro de Oliveira EMPG “Ministro Synésio Rocha”
EMPG “General De Gaulle” NAE 6-EMPG “Prof. Antonio Sampaio Dória
NAE 7-EMPG “19 de Novembro” EMPG “Alferes Tiradentes”
1 »

EMPG “Bartolomeu Lourenço de Gusmão EMPG “João de Deus Cardoso de Mello


NAE 8-EMPG “Cleómenes Campos NAE 7-EMPG “Visconde de Cairu”

EMPG “Arquiteto Vilanova Artigas NAE 8-EMPG “Deputado Flores da Cunha” 1 1

EMPG “Prof. Queiroz Filho


EMPG “Visconde de Taunay”
3? FASE: 12 escolas -Outubro/91 NAE 9-EMPG “José Maria Whitaker”
EMPG “8 de Maio”

NAE 1-EMPG “Maria Antonieta DAlkimim Bastos” NAE 10- EMPG “Prof. José Bento de Assis”
1 1
E M P G “ P e d r o Te i x e i r a ”
NAE 2-EMPG “Lourenço Filho
EMPG “Raul Pilla”
EMPG “Martin Francisco Ribeiro de Andrada”

6 5
ANEXO 2

QUADRO 2. TOTAL DE ESCOLAS DE 1° GRAU POR NAE, ESCOLAS ATENDIDAS PELO GÊNESE EPERÍODO DE IM¬
PLANTAÇÃO -PORCENTAGEM DE ATENDIMENTO EM RELAÇÃO ÃREDE
D ATA
03/91 08/91 10/91 03/92 T O T A L TO TA L P O R C E N TA G E M
GÊNESE NAE
N A E s

NAE-1 01 01 01 03 26 11,54 %
NAE-2 03 02 01 06 32 18,75 %
NAE-3 01 02 01 04 27 14,81 %
NAE-4 01 02 01 02 06 53 11,32 %
NAE-5 02 01 02 05 37 13,51 %
NAE-6 01 03 03 07 38 18,42 %
NAE-7 01 02 02 01 06 36 16,67 %
NAE-8 02 03 05 28 17,86 %
NAE-9 01 01 02 04 46 8,70 %
NAE-10 01 03 04 30 13,33 %

T O TA L 06 13 12 19 50 353 14,20 %

ANEXO 3

QUADRO 3. TOTALGERALEPORCENTAGEM DE PROFESSORES DA2? E3^ GERAÇÃO DE MULTIPLICADORES QUE


PASSARAM PELA 1? ETAPA DE FORMAÇÃO; POR NÍVEL ECOMPONENTE
AMOSTRAGEM: 31 ESCOLAS -DADOS DE DEZEMBRO/91

COMPONENTE T O TA L PORCENTAGEM

NÍVEL I 188 47,59 %

NÍVEL n Português 54 13,67 %


Inglês 03 0,76 %
Ed. Alt. 08 2,02 %
Ed. Fís. 15 3,80 %
Ciências 37 9,37 %
Matemática 45 11,40 %
Mat/Ciências 06 1,52 %
Hist/Geografia 02 0,52 %
História 16 4,05 %
Geografia 11 2,78 %

NÍVEL IEn Matemática 01 0,26 %


Educ. Art. 01 0,26 %
Ciências 01 0,26 %
Português 01 0,26 %

PLANEDI 06 1,52 %

TO TA L GERAL 395 100,00 %

6 6
AIMEXO 4

QUADRO 4. EVASAO DE PROFESSORES DA 2? E3? GERAÇAO DE MULTIPLICADORES, POR ESCOLA

AMOSTRAGEM: 121 PROFESSORES DAS 06 ESCOLAS -PILOTO (31 DA 2? GERAÇAO E90 DA 3? GERAÇAO)
DADOS DE MARÇO/91 AMARÇO/92 (01 ANO LETIVO).

2? GERAÇAO 3? GERAÇAO TO TA L : 2 ? E3?

UNIDADES TO TA L E VA S Ã O TO TA L E VA S Ã O TO TA L E VA S Ã O
N? N? % N ? N? % N ° N ?

HELEN KELLER 03 0,0% 06 0,0% 09 0,00%


COMTE. GARCIA DáVILA 06* 02 33,3% 12 05 41,7% 18 07 38,89%
I M P E R AT R I Z LEOPOLDINA 06* 03 50,0% 23 47,8% 29 14 48,28%
P R O F. L I N N E U P R E S T E S 06* 02 33,3% 08 02 25,0% 14 04 28,57%
PRESIDENTE KENNEDY 05 0,0% 2 9 20 68,9% 34 20 58,82%
BENEDITO CALIXTO 05 0,0% 12 06 50,0% 17 06 35,29%

T O TA L 31 07 22,6% 90 44 48,8% 121 51 42,15%

(*) OBSERVAÇÃO:
-Inclusão de 03 professores da 1?geração.

ANEXO 5

QUADRO 5. período DA EVASAO DE PROFESSORES DA 2? E3? GERAÇAO DE MULTIPLICADORES

AMOSTRAGEM: 121 PROFESSORES DAS 06 ESCOLAS -PILOTO (31 DA 2? GERAÇAO E90 DA 3? GERAÇAO)

DADOS DE MARÇO/91 AMARÇO/92 (01 ANO LETIVO).

ÉPOCA DA EVASÃO 2? GERAÇAO 3?GERAÇÃO T O TA L

N ? N ? N?

Durante ocurso de formação 01 3,23% 1 3 14,44% 14 11,57%


Após otérmino do curso 0,0 % 20 22,22% 20 16,53%
Durante oprocesso de
desenvolvimento do projeto 06 19,35% 11 12,22% 17 14,05%

T O TA L 07 22,58% 44 48,88% 51 42,15%

6 7
ANEXO 6

QUADRO 6. JUSTIFICATIVA DA EVASÃO DE PROFESSORES DA 2? E3? GERAÇÃO DE MULTIPLICADORES

AMOSTRAGEM; 121 PROFESSORES DAS 06 ESCOLAS -PILOTO (31 DA 2? GERAÇÃO E90 DA 3? GERAÇÃO)
DADOS DE MARÇO/91 AMARÇO/92 (01 ANO LETIVO).

ÇAUSAS DA E VA S A O 2? GERAÇAO 3?GERAÇÃO T O TA L

N ? % N ? N ? %

Não disponibilidade de tempo 0,0 % 08 8,88% 08 6,61%


Motivos administrativos * 02 6,45% 23 25,55% 25 20,66%
Não adaptação ao projeto
e/ou àequipe 02 6,45% 0 7 7,78% 09 7,44%
1 Problemas familiares
e/ou de saúde 01 3,23% 0 6 6,67% 07 5,79%
Convocação para os Sub-
núcleos do Projeto 02 6,45% 0,0 % 02 1,65%

T O TA L 07 22,58% 44 48,88% 51 42,15%


(*) Motivos administrativos:
—2? Geração: Mudança de Unidade (02)
—3? Geração: Mudança de Unidade eAssunção de outros cargos (19); Professores substitutos eventuais sem regência de
classe (04).

ANEXO 7

QUADRO 7. EXTENSÃO DO PROJETO GÊNESE NAS ESCOLAS: NÚMERO DE PROFESSORES MULTIPLICADORES


NO PERÍODO DE 03/91 A03/92.

AMOSTRAGEM: PROFESSORES ATUANTES NO PROJETO DE MARÇO DE 1991 AMARÇO DE 1992, NAS 06


ESCOLAS-PILOTO

UNIDADE MARÇO/91 MARÇO/92 P O R C E N TA G E M DE


CRESCIMENTO

EMEDA HELEN KELLER 03 09 200,00 %


EMPG COMTE. GARCIA DáVILA 06 11 83,33 %
EMPG I M P E R AT R I Z LEOPOLDINA 06 15 150,00 %
E M P G P R O F. L I N N E U P R E S T E S 06 10 66,67 %
EMPG PRESIDENTE KENNEDY 05 14 180,00 %
EMPG BENEDITO CALIXTO 05 11 120,00 %
T O TA L 31 70 125,81 %

6 8
ANEXO 8

QUADRO 8. NÚMERO DE CLASSES POR ANO (ANTIGAS SÉRIES), NAS ESCOLAS-PILOTO,


NOS ANOS DE 1991 E1992.

U N I D A D E HELEN GARCIA I M P E R AT R I Z LINNEU PRESIDENTE BENEDITO


KELLER DÁVILA LEOPOLDINA PRESTES KENNEDY CALIXTO
ANOS

(ANTIGAS SÉRIES) 1991 1992 1991 1992 1991 1992 1991 1992 1991199219911 9 9 2
1? C. Ini. 06 04 08 08 07 06 06 06 06 06 14 1 3
2? C. Ini. 06 07 06 07 06 06 05 05 06 06 11 10
3? C. Ini. 07 05 07 06 06 06 07 07 06 06 08 10
1? C. Int. 06 05 06 06 07 06 06 06 07 07 07 0 7
2? C. Int. 03 05 08 07 05 07 08 08 06 08 09 0 8
3? C. Int. 04 03 06 07 04 06 09 09 05 04 07 0 8
1° C. Int. 03 04 06 06 04 03 08 08 05 04 07 0 7
2? C. Int. 01 03 03 04 03 03 06 06 04 04 04 0 6
SUPLÊN. 06 09 08 12 14 09 09 11 11 13 11
E D A 04 04 10 10

T O T A L 42 4 5 54 6 3 54 5 7 74 7 4 56 5 6 80 80

ANEXO 9

QUADRO 9.ANOS (ANTIGAS SÉRIES) ECLASSES ATINGIDAS PELO PROJETO GÊNESE NAS ESCOLAS-PILOTO,
NOS ANOS DE 1991 E1992.

U N I D A D E HELEN GARCIA I M P E R AT R I Z LINNEU PRESIDENTE BENEDITO


KELLER DÁVILA LEOPOLDINA PRESTES KENNEDY CALIXTO

A N O S

(ANTIGAS SÉRIES) 1991 1992 1991 1992 1991 1992 1991 1992 1991199219911 9 9 2
1? C. Ini. 02 01 01
2? C. Ini. 01 01 01
3? C. Ini. 01 02 01 06 02 03
1? C. Int. 01 03 04 07 06 02 06 07 04 07 0 7
2? C. Int. 03 07 04 07 08 08 06 08 09 0 8
3? C. Int. 03 01 06 06 04 08
1? C. Fin. 03 03 06 06 04 04 05 0 3
1? C. Fin. 01 03 03 04 03 04 04 0 6
SUPLÊN. 02 02 07 07
E D A 01 01

T O TA L 14 14 16 2 4 21 2 3 14 2 4 20 2 3 28 3 3

OBSERVAÇÕES:
(*) AEMEDA Helen Keller mudou seu planejamento, tendo em vista aavaliação feita no ano anterior.
(**)EDA- Educação de Adultos.

6 9
ANEXO 10

QUADRO 10. TOTAL DE ANOS (ANTIGAS SÉRIES) ECLASSES ATINGIDAS PELO PROJETO GÊNESE NAS
ESCOLAS-PILOTO, NOS ANOS DE 1991 E1992.

ANOS T O TA L

(ANTIGAS SÉRIES) 1991 PORCENTAGEM 1992 PORCENTAGEM

1? C. Ini. 02 1,77 % 02 1,42 %


2? C. Ini. 0,0 % 03 2,13 %
3? C. Ini. 07 6,19 % 08 5,67 %
I? C. Int. 28 24,78 % 26 18,43 %
2? C. Int. 30 26,55 % 38 26,95 %
3? C. Int. 04 3,54 % 24 17,02 %
I? C. Fin. 18 15,93 % 16 11,35 %
2? C. Fin. 12 10,62 % 16 11,35 %
SUPLÊNCIA 11 9,73 % 07 4,97 %
EDA * 01 0,88 % 01 0,70 %
T O TA L 11 3 99,99 %3 141 99,99 %

OBSERVAÇÕES:
(*) EDA- Educação de Adultos.
—Média de classes atingidas em 1991: 18 classes por escola
—Média de classes atingidas em 1992: 23 classes por escola
—Média de alunos por classe: 35
—Número de alunos atingidos nas escolas-piloto no ano de 1991: 113 X35 =4055 alunos
—Número de alunos atingidos nas escolas-piloto no ano de 1992: 141 X35 =4935 alunos
—Média de alunos atingidos por escola em 1991: 675
—Média de alunos atingidos por escola em 1992: 822

ANEXO 11

QUADRO 11. EXPANSÃO DO PROJETO GÊNESE, POR CLASSE EANO (ANTIGA SÉRIE), NAS ESCOLAS-PILOTO -
D A D O S C O M PA R AT I V O S D E 1 9 9 1 A 1 9 9 2 .

A N O 1991 1992 EXPANSAO


ANOS
(ANTIGAS TO TA L NAS TO TA L NO PORCEN. TO TA L NAS TO TA L NO PORCEN. %
SÉRIES) UNIDADES GÊNESE % UNIDADES GÊNESE %

1? C. Ini. 47 02 4,25% 43 02 4,65% + 0,40%


2? C. Ini. 4 0 0,00% 41 03 7,31% +7,31%
3? C. Ini. 41 07 17,07% 40 08 20,00% + 2,93%
1? C. Int. 39 28 71,29% 37 26 70,27% - 1,52%
2? C. Int. 39 30 76,92% 43 38 88,37% + 11 , 4 5 %

3? C. Int. 35 04 11,42% 37 24 64,86% +53,44%


1? C. Fin. 33 18 54,54% 32 16 50,00% -4,54%
1? C. Fin. 21 12 57,14% 26 16 61,15% +4,01%
SUPL. 51 11 21,56% 62 07 11,29% -10,27%
E D A 14 01 7,14% 14 01 7,14% 0,00%

T O T A L 360 11 3 31,38% 375 141 37,60% 6,22%


* *

*Na realidade, houve uma expansão das Escolas, pois no ano de 1991 eram 360 clasàes eem 1992, 375 classes; se mantida a
proporção de 360 classes em 1992, aexpansão do Gênese foi de 7,78% enão 6,22%.

7 0
AIMEXO 12

QUADRO 12. TOTAL DE CURSOS MINISTRADOS

L O C A L DURAÇAO T O TA L

Laboratório Central 84h 3


S u b n ú c l e o Te n d a l 84h 3
S u b n ú c l e o Ve l e i r o s 84h 2
Subnúcleo Penha 84h 3
Unidades Escolares 84h 41

SUBTOTAL 52

Laboratório Central 40h 10


S u b n ú c l e o Te n d a l 40h 6
S u b n ú c l e o Ve l e i r o s 40h 5
Subnúcleo Penha 40h 6
Unidades Escolares 40h 1

SUBTOTAL 28

Laboratório Central 20h 2


S u b n ú c l e o Te n d a l 20h 2
S u b n ú c l e o Ve l e i r o s 20h 1
Subnúcleo Penha 20h 1
Unidades Escolares 20h 1

SUBTOTAL 7

TO TA L GERAL 87

O B S E RVA Ç Ã O :
*Dentre os cursos de 40h estão incluídos 10 Cursos Optativos de Férias destinados aeducadores da rede municipal de ensino;
09 cursos destinados aDiretores, Coordenadores Pedagógicos eRepresentantes de Naes das 50 escolas envolvidas no Proje¬
to; 01 Curso Noturno destinado afuncionários eeducadores que prestam serviços em CONAE eDOT; 01 curso destinado
ao pessoal administrativo dentro da própria Unidade Escolar e07 Cursos de Aprofundamento destinado aprofessores de 31
escolas do projeto (6 escolas-piloto e25 escolas da 2? e3? fases).

** Dentre os cursos de 20h estão incluídos 02 cursos de aprofundamento destinado aprofessores das escolas-piloto; 04 cursos
destinados arepresentantes de Naes efuncionários das Regionais que sediam os Subnúcleos do Projeto e01 curso destinado
apais da Comunidade dentro da própria Unidade Escolar.

71
ANEXO 13

QUADRO 13. PREVISÃO DE CURSOS ASEREM MINISTRADOS NO 2? SEMESTRE DE 1992.

L O C A L DURAÇAO T O TA L

Unidades Escolares 84h 19

SUBTOTAL 19

Laboratório Central * 4 0 h 1
S u b n ú c l e o Te n d a l * 4 0 h 1
S u b n ú c l e o Ve l e i r o s * 4 0 h 1
Subnúcleo Penha * 4 0 h 1
Unidades Escolares ** 40h 31

SUBTOTAL 35

S u b n ú c l e o Te n d a l 20h 2
S u b n ú c l e o Ve l e i r o s 20h 2
Subnúcleo Penha 20h 2

SUBTOTAL 6

TO TA L GERAL 60

OBSERVAÇÃO:

Os cursos de 84h são de iniciação edestinam-se aprofessores da 3? geração de multiplicadores das 19 escolas da 4? fase
de implantação.

Os cursos de 20h são de aprofundamento (Logo-Listas) edestinam-se aprofessores da 2? geração das 25 escolas da 2? e
3? fases de implantação.
*
Cursos de aprofundamento para professores da 2? geração das 19 escolas da 4? fase de implantação.

Cursos de aprofundamento para professores da 3? geração, das 6escolas-piloto e25 escolas da 2? e3? fases de im¬
plantação.

7 2
PROJETO GÊNESE

AInformática chega ao
aluno da Escola Pública

Trabalho realizado pela


Equipe Central:

Sulamita Ponzo de Menezes (Coordenadora)


Alayde Ribeiro Cariucci
Carlos Alberto Ortega de Carvalho
Davilson Francisco Bassi
Márcia Regina Teixeira Macedo
Maria Pompéia Del Corso de Moraes
Regina Celia Vieira

São Paulo, agosto de 1992


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