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ciência nã o é uma crença inquestioná vel. Isso a difere de uma religiã o. Enquanto uma religiã o
se baseia em um dogma, ou seja, uma hipó tese incondicional, que deve ser aceita pela fé, toda
afirmaçã o científica necessita ser fundamentada e passível de testes.
A ciência também nã o é um argumento de autoridade. Ou seja, nã o é suficiente para um
conhecimento ser considerado científico que, por si só . as prá ticas de curandeiros, monges,
cartomantes, feiticeiros e quaisquer outros seres que se auto-caracterizem como “místicos” também
nã o é ciência porque nã o pode ser racionalmente garantida.
a ciência também nã o é o senso comum, ou seja, saberes adquiridos e transmitidos socialmente
– pelas nossas experiências de vida – que oferecem respostas prontas para questõ es corriqueiras e
frequentes no nosso dia a dia.
Portanto, podemos tentar estabelecer uma definiçã o nossa de ciência como uma explicaçã o
possível de ser testada, racionalmente vá lida e justificá vel, que possa ser replicada, e obtida por meio
de estudos, observaçõ es e experimentaçõ es feitas sobre a afirmaçã o ou o objeto estudado.
 a ciência depende de interaçõ es dentro da comunidade científica. Partes diferentes do processo
da ciência podem ser executadas por pessoas diferentes, em alturas diferentes. o processo da ciência é
excitante, dinâ mico, e imprevisível. A ciência depende de gente criativa que sabe pensar de maneira
diferente.  as conclusõ es científicas podem sempre ser revistas se tal for justificado pela existência de
nova evidência. A investigaçã o científica é frequentemente uma atividade em evoluçã o, levantando
novas questõ es à medida que outras vã o sendo resolvidas.
Para entender a ciência é preciso também entender um pouco dos métodos cientificos, sendo
eles o indutivismo, o falsificacionismo e o anarquismo.
o processo da ciência é simplista, Capta a essência da ló gica da ciência: o teste de ideias através
do uso de evidência. Contudo, esta visã o do método científico é tã o simplificada e rígida que, na
realidade, nã o é ú til para expor com precisã o o modo como a ciência funciona no mundo real. Descreve
mais exatamente como a ciência é resumida depois de ter sido produzida — em livros e artigos de
revistas — do que como a pesquisa científica é realmente realizada. a investigaçã o científica segue
uma fó rmula invariá vel e linear. os cientistas quando fazem o seu trabalho efetuam mú ltiplas
actividades diferentes, seguindo diversas e variadas sequências. A investigaçã o científica exige
frequentemente que se repitam os mesmos passos, tantas vezes quanto as necessá rias, de modo a
enquadrar novas ideias e informaçã o.
O indutivismo tem suas origens justamente com as experimentaçõ es de Galileu.  Para ele, a
teoria deveria se adequar aos dados e nã o o contrá rio. Assim, primeiro se observa os  dados derivados
observados, deles se tiram conclusõ es, e dessas conclusõ es sã o construídas as teorias.
Essa é a concepçã o mais aceita de ciência, pois, de acordo com ela, qualquer observador poderia
chegar à s mesmas conclusõ es ao realizar o experimento. Partiria, assim, de afirmações
singulares (sobre o objeto de análise) para, através da observaçã o, chegar a afirmações
universais (generalizaçõ es) que teriam capacidade de explicaçã o e previsã o. Para isso, seriam
necessá rios três passos
1. O nú mero de observaçõ es que forma a base de uma generalizaçã o deve ser grande
2. As observaçõ es devem ser repetidas sob uma ampla variedade de condiçõ es
3. Nenhuma proposiçã o de observaçã o deve conflitar com a lei universal derivada
Um grande nú mero de observaçõ es em condiçõ es variadas gera uma teoria e, a partir dessa
teoria, podem ser feitas previsõ es dedutivas. 
O falsificacionismo, por sua vez, diferente do indutivismo, “abandona qualquer afirmaçã o de que
as teorias podem ser estabelecidas como verdadeiras ou provavelmente verdadeiras à luz da evidência
observativa 
As teorias, a partir dessa perspectiva, sã o vistas como especulaçõ es ou suposiçõ es criadas
livremente através do intelecto humano para superar problemas encontrados por teorias anteriores.
A questã o aqui está que, uma vez pensadas, as teorias devem ser incessantemente testadas sob
observaçã o e experimento. As que nã o resistem aos experimentos devem ser abandonadas ou
substituídas.
Na luz do falsificacionismo, uma teoria nunca pode ser garantida como verdadeira, pois sempre
se espera que alguém, algum dia, a refute. Contudo, pode-se afirmar que ela é a melhor teoria
disponível para aquele momento, uma vez que foi capaz de refutar tudo aquilo que veio antes dela.
Dessa forma, para que uma hipó tese possa ser considerada científica, ela deve ser passível de ser
falseada ao má ximo possível.
Da mesma forma que existem aqueles que tentam estabelecer métodos para alcançar o
conhecimento científico, também existem aqueles totalmente contrá rios a sua adoçã o, que sã o os
anarquistas Para eles, nenhum dos métodos da ciência utilizados até hoje foram bem sucedidos.
Sã o vá rios os tipos de ciência. Apesar de suas diferenças, todos tentam se adequar a algum tipo
de método para sustentar suas afirmaçõ es e o sonho de toda nova disciplina é ser reconhecida como
científica. Os principais “tipos” de ciência sã o: ciências humanas, ciências exatas e ciências bioló gicas.
s ciências humanas, como o pró prio nome diz, tratam das relaçõ es entre diferentes grupos de
pessoas, tentando compreender há bitos, acontecimentos o funcionamento da sociedade, do Sistema
Internacional, a política, a histó ria, entre diversos outros fenô menos
As ciências exatas, por sua vez, sã o baseadas em raciocínios ló gicos sustentados com base em
aplicaçõ es quantitativas, com a utilizaçã o de nú meros, fó rmulas, equaçõ es, etc
as ciências bioló gicas envolvem a aplicaçã o da biologia para o estudo de organismos vivos
(espécies, reproduçã o, sistemas, saú de, etc.). Envolvem toda espécie de organismos vivos,
independente de seu reino, filo, classe, ordem, família, gênero ou espécie.
A ciência se distribui de forma desigual no mundo contemporâ neo. Grande parte disso é por
conta do elevado grau de investimento  que demandam as descobertas científicas. Apesar disso,
quando descobertas, geram grande impacto
o Brasil tem apresentado bons nú meros recentemente. De acordo com estudo realizado pela
Capes (Coordenaçã o e aperfeiçoamento de pessoal de nível superior), entre 2011 e 2016 o Brasil
publicou mais de 250.000 pesquisas, sendo o décimo terceiro país mais citado do mundo e o mais
citado da América Latina.
É importante ressaltar que, de toda a pesquisa científica brasileira, 95% se localiza
em Universidades pú blicas, modelo de universidade que o país estabeleceu há décadas e ao qual focou
seus investimentos. Por conta disso, recentes políticas de contingenciamento de gastos com
universidades tem levantado polêmicas dentro e fora do país.
Independente do que for escolhido no Brasil, é fato que nenhum país aumenta sua riqueza sem
grandes descobertas e nenhuma grande descoberta surge sem uma grande pesquisa. A construçã o
científica é trabalhosa, é fruto de grandes debates e contradiçõ es, mas ainda é, em nossos tempos, o
principal meio de organizar e construir conhecimento.
O contributo da ciência para a sociedade é inquestioná vel, na medida em que possibilita avanços
nos campos da saú de, da alimentaçã o, do ambiente, da tecnologia, da energia e muitos outros,
melhorando a qualidade de vida das populaçõ es e enriquecendo as sociedades intelectual e
culturalmente. Ao responder a grandes perguntas e enfrentar desafios importantes do nosso
quotidiano, a ciência cria conhecimento e melhora a educaçã o e a qualidade de vida das pessoas,
reduzindo desigualdades e construindo pontes. Assim, a ciência revela-se fundamental para o
desenvolvimento sustentá vel

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