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Se você chegou aqui agora, talvez ainda não saiba.

Mas nosso grande objetivo é propulsionar e


democratizar o conhecimento científico. A ciência é o que une todos nós aqui da Mettzer.

E o motivo é bastante claro: a ciência é responsável, de forma ativa, pelo desenvolvimento da


humanidade.

Então, vamos lá, esse é o primeiro conceito importante desse conteúdo: para produzir novos
conhecimentos científicos é necessário desenvolver uma pesquisa científica.

Eu já chego lá, vou te contar sobre tudo isso. Mas, antes de pedir que você se junte ao nosso
movimento de democratizar a ciência, você precisa entender o que é e como funciona a pesquisa
científica, não é mesmo?

Se você não sabe muito bem o que é uma pesquisa científica, não se preocupe, eu escrevi esse post
pensando em você

Então, pega teu café e vem comigo. Esse é um guia completo sobre pesquisa científica. Você vai gostar
de conhecer.

O que é pesquisa científica?


Para começar, o primeiro passo é entender o que é uma pesquisa científica.

O primeiro conceito importante é a definição de ciência. Pois bem, a ciência compreende os


conhecimentos que se obtém a partir de investigação e de estudos, para encontrar solução de algum
problema.

Então, para ser científica, a pesquisa deve ser passível de validação e de demonstração, através de
investigações e experimentações. 

A pesquisa científica é, portanto, um tipo de pesquisa que é passível de teste, racionalmente válida e
justificável e que pode ser replicada e alcançada através de estudos, observações e experimentações.

Mas não é só isso. O desenvolvimento de uma pesquisa científica passa, de forma obrigatória, pela
compreensão de que a ciência atende a um procedimento metódico cujo objetivo é conhecer, interpretar
e intervir na realidade. 

Isto é, a pesquisa científica se compõe principalmente através de três elementos: a observação, a


experimentação e as leis. Esse é, em linhas gerais, o método científico. 

Então, a pesquisa científica jamais será uma mera suposição, porque produz conhecimentos que
decorrem da aplicação do método científico. 

Ou seja: em linhas gerais, a pesquisa científica produz o conhecimento científico e leva em


consideração um conjunto de procedimentos sistemáticos, que se apoiam no raciocínio lógico.
Em outras palavras, a pesquisa científica usa métodos científicos para encontrar soluções ou explicar
algum tema.

Por ser um conjunto de procedimentos sistemáticos, a pesquisa científica pode ser classificada quanto à
abordagem, à natureza, aos objetivos e aos procedimentos. Em relação à abordagem, por exemplo, a
pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa. Mas você pode ler mais sobre os tipos de pesquisas
científicas.

A pesquisa científica não produz conhecimento empírico


O conhecimento empírico é um conjunto de saberes adquiridos e transmitidos no cotidiano, que
depende das experiências de vida e oferece respostas às questões frequentes do dia a dia. É um saber
transferido de geração em geração.  Aquilo que você aprende na prática, através de repetição.

Por exemplo, colocar um pedacinho de algodão na testa do bebê para fazer parar o soluço. Você já
ouviu isso?

É um conhecimento que minha avó passou para minha mãe. Espalhou por toda família. Minha avó,
com certeza, aprendeu com sua avó. E aí por diante. Esse é um saber empírico.

Afinal de contas, não existe comprovação científica – nem mesmo (que eu saiba) uma pesquisa – que
garante que utilizar o algodão realmente resolve. 

Pesquisa científica também não é um mero argumento de


autoridade
Para ser uma pesquisa científica não basta que a pesquisa tenha sido desenvolvida por
um cientista reconhecido. Precisa ser uma pesquisa que leve em consideração o método científico. 

Por exemplo, não bastou que Einstein tenha falado sobre a teoria da relatividade para que ela fosse
considerada científica. Ele precisou comprová-la a partir de um método científico.

Isto é, a ciência não é importante porque foi dita por determinadas pessoas que são reconhecidas e
consideradas importantes. Isso é um mero argumento de autoridade. Mas porque é comprovada a partir
de um método científico. 

Vamos falar sobre o método científico com detalhes mais adiante. 

A pesquisa científica não é uma crença inquestionável


Essa é a grande diferença entre ciência e religião. Enquanto a religião se baseia em um dogma que é
aceito pela fé e inquestionavelmente aceito, toda afirmação científica deve ser fundamentada e passível
de testes.

Você pode comprar cientificamente a eficácia da penicilina para tratar infecções bacterianas, mas você
não pode comprovar a existência do céu e do inferno. 
Características da pesquisa científica
Para que você entenda melhor o que é uma pesquisa científica, vou listar algumas de suas
características.

A partir delas, você vai notar que a ideia central é que você compreenda essa definição como uma
pesquisa que deve seguir algumas regras para existir. Vamos lá.

Parte de uma observação sistemática


No senso comum, o conhecimento parte de uma observação da vida cotidiana e das experiências das
pessoas.

A pesquisa científica, contudo, parte de uma observação que respeita uma sistematização e algumas
regras específicas. Por essa razão, é comum que a pesquisa científica seja mais confiável.

Exemplo

A alimentação de um grupo de onças-pintadas que vivem no Pantanal do Brasil é observada 24 horas


por dia durante 90 dias. A partir disso, é possível verificar qual é a dieta principal desses animais. Essa
pesquisa não se baseia em impressões gerais ou em intuição.

Experimentação controlada
Sempre que possível, a pesquisa científica parte de experimentos. E isso não significa fumaças
coloridas e tubos de ensaio.

Os experimentos partem de uma política sistematizada de análise, que estabelece quais as variáveis
controladas vão interferir naquele fenômeno.

Por exemplo, uma pesquisa sobre os efeitos de uma bactéria sobre um aquário. Nesse caso, os
pesquisadores vão testar a substância no aquário a partir de uma política sistematizada de horário e
quantidades durante um período específico.

Além do mais, será necessário verificar os outros fatores que também interferem no aquário. Assim, vai
ser preciso controlar temperatura e pH da água e outros aspectos do ambiente para encontrar as reais
consequências da bactéria. Isso é um experimento controlado.

Probabilidade e contexto
O mundo é bastante complexo e não tem uma ordem específica. É nesse contexto que a pesquisa
científica tenta entender os porquês do mundo. Só que é impossível chegar a uma verdade absoluta.
“Verdade” não é uma palavra que existe no mundo científico.

Por essa razão, os resultados de uma pesquisa científica são é sempre provisórios e delimitados: é
verdade apenas naquele contexto específico ou até que se prove o contrário.

Logo, a pesquisa científica é sempre probalística e contextualizada e leva em consideração apenas as


condições dos experimentos e das observações.

Capacidade crítica
O senso crítico é um fator relevante da pesquisa científica. Mesmo porque toda pesquisa surge de uma
dúvida.

Então, a capacidade crítica é fundamental para produzir um conhecimento científico. Também por esse
motivo, não existe espaço para verdades absolutas dentro da ciência.

Compõe teorias
As teorias são desenvolvidas a partir de pesquisas e experimentações que interpretam o mundo de
alguma forma.

Quando se fala em uma teoria deve-se partir do pressuposto de um conhecimento gerado a partir de
muito estudo e muita pesquisa.

Logo, a pesquisa científica produz um conhecimento regrado e disciplinado. Aí é que está o seu valor.
Não por alcançar uma verdade absoluta.

Mas, afinal, qual é a importância da pesquisa


Científica?
O Brasil ocupa o nono lugar no ranking de publicações científicas no mundo. Na América Latina,
nosso país ocupa o primeiro lugar. 

A ciência é fundamental para a construção, aquisição e manutenção do conhecimento. Aqui se


encaixam os diversos tipos de pesquisa científica, como TCC, monografia, iniciação
científica, dissertação e tese.

É por meio dessas pesquisas que podemos compreender o mundo em sua complexidade e solucionar
problemas. Só assim encontramos algumas respostas e soluções para os problemas que atingem as
pessoas diariamente.
Foi a partir de diversas pesquisas científicas, por exemplo, que foi possível produzir vacinas para o
vírus da COVID-19. Ou seja: a solução de uma pandemia vem de uma pesquisa científica. O mesmo
aconteceu com a cura de diversas doenças, principalmente a partir de pesquisas que produziram novos
medicamentos e novos sistemas de diagnósticos.

Esses são apenas bons exemplos. As pesquisas científicas estão em todas as áreas do conhecimento e
respondem grandes perguntas para solucionar desafios importantes da sociedade. É através das
pesquisas científicas que conseguimos melhorar a educação e a qualidade de vida das pessoas,
reduzindo desigualdades e construindo pontes.

Conheça a profissão dos cientistas e


pesquisadores
Os cientistas e pesquisadores são pessoas que desenvolvem pesquisas com um método científico. Em
outras palavras, a partir de uma metodologia, testam e comprovam hipóteses para chegar em
conclusões nas diversas áreas do conhecimento. Ou seja, são as pessoas responsáveis por produzir e
construir a ciência. 

Vincula-se a formalização da profissão de cientista ao processo de institucionalização da ciência no


Brasil. O primeiro grande marco foi a criação do Conselho de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ), em 1951.

Quem trabalha com ciência deve ter um foco principal: produzir conhecimento científico. A conclusão
do conhecimento científico deve ser algo aplicável na vida das pessoas.

A rotina desses profissionais inclui: desenvolver pesquisas, publicar artigos científicos, participar de 
eventos acadêmicos, ministrar palestras e realizar treinamentos.

Programa de Iniciação científica


Nos cursos de graduação, o início da vida científica e o ingresso para a pesquisa científica costuma
acontecer por meio da iniciação científica.

A iniciação científica, como o próprio nome diz, tem o objetivo de apresentar a vida científica e
acadêmica aos alunos da graduação.

Para alcançar esse objetivo, o programa compreende projetos de pesquisa que, com auxílio


dos professores orientadores, inserem os estudantes universitários no universo da pesquisa científica.

Ou seja: a finalidade do programa é despertar o interesse dos alunos de graduação e incentivar o


desenvolvimento em técnicas e métodos científicos.

Então, o primeiro benefício de fazer iniciação científica é ter a oportunidade de estudar temas do seu
interesse e construir conhecimentos científicos. É assim que o aluno se vê inserido no meio acadêmico.

A Carreira acadêmica e científica


Quem trabalha com pesquisa deve ter um foco principal, que é: produzir conhecimento científico.

Quando trabalha para um empresa, em geral, essa função está associada às áreas que serão lucrativas
para a empresa, auxiliando o corte de gastos, a modernização do serviço e iniciativas pensadas na
sustentabilidade, por exemplo.

Algumas empresas, entretanto, trabalham com áreas como a criação de patentes, o que é muito
interessante.

Embora existam alguns conflitos com relação ao direito da empresa e do pesquisador sobre as
tecnologias patenteadas, em geral o pagamento para profissionais na área é muito compensador.
O foco do pesquisador na criação de patentes é criar qualquer tipo de tecnologia com possível uso
comercial: desde criar versões mais baratas ou modernas para utensílios modernos até mesmo o
desenvolvimento de coisas que possam revolucionar toda a vida humana.

Foi através de pesquisadores de patentes, por exemplo, que o aparelho celular foi desenvolvido. Muitas
outras tecnologias devem sua existência a esse tipo de desenvolvimento.

Existe, também, a possibilidade de se seguir carreira como pesquisador, em universidades, em especial


as públicas, em que esse conhecimento gerado obrigatoriamente será público, então, na sociedade
brasileira.

Independente de qual será o destino do conhecimento gerado, é conhecido o fato de que, para se tornar
pesquisadora e pesquisador, há um caminho de amadurecimento deste conhecimento a ser seguido.

A pesquisa científica dentro das instituições


de ensino
Dentro das instituições de ensino a pesquisa científica acontece nos âmbitos da graduação e pós-
graduação.

Graduação
Graduação é o curso de ensino superior e o primeiro nível da formação universitária. Grande parte das
atuações profissionais atualmente estão atreladas à graduação, e a carreira acadêmica e científica
especialmente.

Os cursos de graduação estão divididos entre bacharelado, licenciatura e superior de tecnologia


( tecnólogo).

Qualquer uma destas modalidades permite a continuação dos estudos.

Pós-graduação Stricto Sensu: mestrado


O mestrado é o primeiro nível de um curso de pós-graduação stricto sensu.

Além de possibilitar uma formação mais profunda também forma pesquisadores em


áreas específicas do conhecimento.

A dissertação é o trabalho acadêmico para obtenção do grau acadêmico de mestre. Ou seja: para
concluir o curso, deve-se demonstrar a habilidade em realizar estudos científicos e em seguir linhas
mestras na área de formação.

Alguns programas oferecem a possibilidade de mestrado profissional ou acadêmico.

Pós-graduação Stricto Sensu: doutorado


O grau acadêmico de doutor e doutora é o mais elevado dos sistemas de ensino superior.

No doutorado busca-se comprovar a capacidade de desenvolver investigação num determinado campo


da ciência.

A tese é um trabalho acadêmico Stricto sensu que importa em contribuição inédita para o conhecimento
científico. Para tanto, deve-se defender uma ideia obtida a partir de uma profunda pesquisa e trabalho
científicos.

Pós-doutorado
Pós-doutorado ou pós-doutoramento é um estágio de estudos e pesquisas que os pesquisadores
desenvolvem em uma universidade ou instituição de pesquisa, para aprimorar suas habilidades.

Ao contrário da pós-graduação (especialização stricto sensu, mestrado e doutorado), o estágio pós-


doutoral não corresponde a um grau acadêmico.

Mesmo assim, é comum observarmos que grande parte das pessoas que seguem carreira científica, são
pós-doutores ou doutoras.

Pós-graduação Lato Sensu: Especialização


As pós-graduações lato sensu compreendem programas de especialização e incluem os cursos
de MBA (Master Business Administration).

Para cursar uma pós lato sensu é necessário apenas o título de graduação.

A carreira acadêmica não exige esse nível de especialização, por não ser não tão específico quanto os
demais. No entanto, é uma opção interessante para quem quer começar a ter proximidade com a área de
pesquisa.

O que é método científico


O método científico é um conjunto de regras para realizar uma experiência, com o objetivo de produzir
um novo conhecimento ou atualizar e integrar conhecimentos existentes.

Essas regras são necessárias para eximir a pesquisa científica da subjetividade dos pesquisadores.
Sendo assim, os conhecimentos produzidos são considerados científicos e válidos.

Ou seja: o método científico é a conexão entre o conhecimento teórico, a prática e a técnica, que
garante rigor científico à pesquisa.

O caminho do método científico


Normalmente, mas não necessariamente, a utilização do método científico segue um caminho básico
que orienta o planejamento da pesquisa científica.

Observe

Em primeiro lugar, observe. Observe um fenômeno, um acontecimento ou um objeto. Como ele se


apresenta na natureza? Como ele acontece na realidade?

Você pode observar, por exemplo, que “o mercado de empresas feitas por mulheres que produzem
produtos artesanais está crescendo”. Ou então que “atualmente as crianças não assistem mais aos canais
abertos da televisão”.

Elabore um problema de pesquisa

A partir desse olhar cuidadoso, elabore um problema para sua pesquisa. Essa é a etapa em que o
cientista organiza questões sobre o que foi observado.

Por exemplo: “Por que está aumentando o número de empresas feitas por mulheres que produzem
artesanais?” Ou “Por que as crianças não estão mais assistindo à canais abertos da televisão?”.

Levante algumas hipóteses

Nesta etapa, você deve tentar responder à pergunta que foi elaborada, a partir do levantamento
de hipóteses. Aqui, você deve utilizar conhecimentos prévios para supor respostas plausíveis aos
questionamentos. 
Defina os objetivos da sua pesquisa

O objetivo geral é o elemento que resume e apresenta a ideia central do trabalho acadêmico. Ele é o “o
que” do seu trabalho. Então, ele deve expressar de forma clara qual é a intenção do projeto de pesquisa
e delimitar qual será o escopo do trabalho.

Os objetivos específicos compreendem os resultados que se pretende alcançar com a pesquisa de forma
mais detalhada. Por esse motivo, de forma geral, estabelece-se mais de um objeto específico.

Neste sentido, ele é o como da sua pesquisa. É o detalhamento do objetivo geral.

Defina a metodologia

Existem várias formas de se comprovar a veracidade (ou não) de um fenômeno. Você deve definir
quais serão os procedimentos e as técnicas utilizadas na sua pesquisa. Isto é, definir qual é
a metodologia científica de seu trabalho. 

Teste sua hipótese

Agora, você deverá direcionar sua atenção à pesquisa bibliográfica e aos experimentos. Ao unir teoria e
prática, você deve testar as hipóteses levantadas. 

Análise de resultados

Em seguida, você deve analisar os resultados. Nessa etapa, você deve verificar, a partir dos dados e dos
resultados coletados, se o problema central da pesquisa foi respondido.

Conclusão

Por fim, a partir de tudo que foi pesquisado e dos resultados analisados, você deve apresentar suas
conclusões sobre a pesquisa. Apresente a resposta de seu problema central de pesquisa, a partir de
todos os resultados obtidos. 

Procedimentos metodológicos da pesquisa


científica
A escolha da metodologia é importantíssima para a realização do trabalho. É elas quem determina o
caminho que será percorrido através da pesquisa.

A metodologia de pesquisa escolhida também será uma forma de aproximar a sua experimentação


daquela realizada por outros pesquisadores tentando replicar seus resultados.

Tipos de pesquisa científica


Existem, na verdade, muitas formas de classificar a sua pesquisa científica. Saber em qual descrição
exata se encaixa o seu trabalho é uma tarefa importante para não ter problemas ao realizá-los.

A primeira forma de classificar a pesquisa é através da abordagem, fazendo referência a uma diferença
entre pesquisas qualitativas e quantitativas.

Outra forma é com relação à natureza da pesquisa. Essa é a descrição sobre a profundidade da pesquisa,
revelando se ela é apenas uma leve entrada em uma área ou um trabalho absolutamente aprofundado.

Também é possível classificar sua pesquisa científica com relação ao objetivo da pesquisa, o que
explica que tipo de resultado está sendo procurado, se algo mais amplo ou afinado.

Por fim, classifica-se a pesquisa através dos seus procedimentos, o que é o mesmo que dizer que
podemos separar a pesquisa através de quais atividades serão desempenhadas para se chegar aos seus
resultados.
Pesquisa científica quanto à abordagem
Em relação à abordagem, as pesquisas científicas sempre podem  ser qualitativas ou quantitativas, ou
ainda, agregar as duas classificações. A escolha vai depender da área, do objeto e dos objetivos.

A pesquisa qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito além daquela
traduzida em números. Essa modalidade de pesquisa é descritiva e o pesquisador tende a analisar seus
dados de forma indutiva.

Já a pesquisa quantitativa considera que tudo é quantificável. Ou que quantificar os fenômenos


possibilita uma melhor análise, de forma mais imparcial.

Isso significa traduzir opiniões e números em informações utilizadas para a sua classificação e
posterior análise.

Tipos de pesquisa científica quanto aos objetivos


Quanto aos objetivos, as pesquisas científicas podem ser:

Pesquisa exploratória

A pesquisa exploratória objetiva proporcionar maior familiaridade a um problema.

Para tanto, envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema, além da análise de exemplos.

Assumindo, em geral, a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.

Pesquisa descritiva

Em segundo lugar, a pesquisa descritiva objetiva caracterizar certo fenômeno, como, por exemplo,
descrever as características de certa população, a partir da relação entre variáveis.

Isso envolve técnicas de coleta de dados padronizados, como questionários e técnicas de observação.

Pesquisa explicativa

A última categoria, a pesquisa explicativa visa identificar os fatores que determinam os fenômenos e


tenta explicar o porquê das coisas.

Desta forma, assume em geral as formas de pesquisa experimental e pesquisa ex‐post‐facto.

Tipos de pesquisa quanto à natureza


De forma direta, a pesquisa básica objetiva gerar conhecimentos novos para avanço da ciência sem
existir a previsão da aplicação prática.

A pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidos à solução de


problemas específicos.
Pesquisa científica quanto aos procedimentos
As pesquisas também podem ser classificadas quanto aos procedimentos.

Pesquisa experimental
Na pesquisa experimental se determina um objeto de estudo e se objetiva selecionar as variáveis que
seriam capazes de influenciar o objeto.

Além disso deve-se definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objeto.

Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos,
Internet, etc.

Pode-se dizer que essa categoria de pesquisa é um tipo de revisão bibliográfica ou um levantamento
bibliográfico.

Pesquisa documental
A pesquisa documental é elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico.
A principal distinção entre a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica é que a bibliográfica parte
de materiais que já foram publicados.

Por exemplo, um texto jornalístico pode ser elaborado de um material sem tratamento analítico. É,
portanto, uma pesquisa documental.

Pesquisa de campo
A pesquisa de campo se caracteriza pelas investigações realizadas por meio da coleta de dados junto às
pessoas, somando à pesquisa bibliográfica e/ou documental.

Para alcançar seus objetivos, esse tipo de pesquisa depende da junção de recursos de diferentes tipos de
pesquisa, como, por exemplo,  a pesquisa ex-post-facto, pesquisa-ação, pesquisa participante.

Pesquisa ex-post-facto
A pesquisa ex-post-facto investiga possíveis relações entre causa e efeito de um fato e um fenômeno
que ocorre posteriormente.

A principal característica é o fato de os dados serem coletados após a ocorrência dos eventos.

Por exemplo um estudo sobre a evasão escolar, quando se tenta analisar suas causas. Já, num estudo
experimental, seria o inverso, se analisa enquanto se testa.

Pesquisa de levantamento
A pesquisa de levantamento é utilizado em estudos exploratórios e descritivos, podendo ser de uma
amostra ou de uma população (censo).

Desta forma, a coleta de dados se realiza através de questionários ou entrevistas.

Pesquisa com survey
A pesquisa com Survey visa buscar informações diretamente com um grupo de interesse a respeito dos
dados que se deseja obter.

É um procedimento útil especialmente para as pesquisas exploratórias e descritivas.

As pesquisas de opinião sobre determinado atributo e a realização de um mapeamento geológico ou


botânico são bons exemplos.

Estudo de caso
O estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos buscando profundo
detalhamento.

Por isso é amplamente usada nas ciências biomédicas e sociais porquanto tem o condão de conhecer
em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos
aspectos.

Pesquisa participante
A pesquisa participante depende do envolvimento e identificação do pesquisador com o grupo de
pessoas investigadas.

Exemplos de sua aplicação são o estabelecimento de programas públicos ou plataformas políticas e a


determinação de ações básicas de grupos de trabalho.

Pesquisa-ação
No formato de pesquisa-ação se associam a teoria e a ação.

De modo que os pesquisadores e participantes da situação ou problema se envolvem de modo


cooperativo ou participativo.

Pesquisa etnográfica
A pesquisa etnográfica é o estudo de um grupo ou povo, do modo que algumas características são
bastante marcantes, como o uso da observação participante, da entrevista intensiva e da análise de
documentos e a interação entre pesquisador e objeto e a não intervenção do pesquisador sobre o
ambiente.

Tipos de métodos de abordagem


Tendo em vista a importância de articular o método ao objetivo da pesquisa, tenha em mente que não
existe apenas um tipo de método de abordagem. Existem alguns tipos de métodos.

Não existe um método melhor do que o outro. O que existe é um método que se alinha melhor ao
modelo da pesquisa e suas especificidades.

Método experimental
Em linhas gerais, o método experimental é um tipo de abordagem que submete o objeto de estudo à
influência de variáveis controladas para analisar o impacto dessas interações.

Para que, ao final, se conclua sobre a interação dessas variáveis ao objeto e, por consequência, se
produza um novo conhecimento ou atualize e integre conhecimentos que já existiam.

A finalidade do método experimental é testar as hipóteses do pesquisador, para que se possa dizer de
que modo ou por quais causas o fenômeno é produzido.

Método dialético
O método dialético é um método de abordagem que tem como características centrais o uso da
discussão, da argumentação e da provocação.

Para a execução do método dialético o primeiro passo deve ser definir uma tese considerada uma
provável verdade. Na sequência, teremos uma antítese que vai negar a primeira tese apresentada. No
embate resultante entre a tese e antítese surge a síntese.

Essa síntese pode originar outra tese e recomeçar o ciclo. Esse ciclo acontecerá até que não seja mais
possível contestar a tese.

Exemplo de método dialético

Tese

A contaminação da água do rio acontece por falta de coleta e tratamento de esgoto sanitário.

Antítese

A contaminação da água do rio acontece por causa de descartes irregulares de resíduos sólidos.

Síntese

A contaminação da água do rio acontece por falta de coleta e tratamento de esgoto sanitário e por causa
de descartes irregulares de resíduos sólidos.
Método dedutivo
O método dedutivo é um dos métodos mais populares. Em linhas gerais, é um tipo de método de
abordagem que, parte de uma generalização para uma questão particularizada. Consiste, portanto, na
extração de uma conclusão particular, a partir de uma verdade geral.

Exemplo de método dedutivo

Premissa maior: A Lei de Licitações se aplica em todo Brasil.

Premissa menor: O Acre é um Estado do Brasil.

Conclusão: Logo, a Lei de Licitações se aplica no Acre.

No exemplo, as duas premissas são verdadeiras, portanto, a conclusão é verdadeira.

Deve-se partir de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis, possibilitando chegar a


conclusões de maneira puramente formal, em virtude de sua lógica.

Método indutivo
O outro método bastante popular é o método indutivo.

o método indutivo é o método de abordagem responsável por fazer generalização. Isto é, parte-se de
algo particular para uma questão mais ampla, ou seja, um aspecto geral.

O objetivo desse método é, em outras palavras, chegar em conclusões mais amplas do que o conteúdo
das premissas nas quais está se fundamentando.

Então, é o raciocínio que se faz ao considerar um número suficiente de casos particulares para concluir
uma verdade geral.

Exemplo de método indutivo

Observação 1: Cobre conduz energia.

Observação 2: Zinco conduz energia.

Observação 3: Cobalto conduz energia.

Observação 4: Ora, cobre, zinco e cobalto são metais.

Conclusão: Logo, todos os metais conduzem energia.

A partir da observação, é possível formular uma hipótese que explica a causa do fenômeno.

Portanto, por meio da indução chega-se a conclusões que são apenas prováveis.
Diferença entre
método indutivo e método dedutivo

Método científico hipotético-dedutivo


Por fim, outro método bastante comum é o hipotético-dedutivo, foi definido por Karl Popper, a partir
de suas críticas ao método indutivo.

A ideia central desse método é bastante simples: em resumo, consiste na eleição de proposições
hipotéticas, que possuem certa viabilidade, para responder a um problema – ou uma lacuna –
do conhecimento científico.

Em seguida, passa-se aos testes de falseabilidade das hipóteses, com o objetivo de comprovar as
hipóteses. Caso as hipóteses sejam refutadas, deve-se substituí-las e refazê-las. E iniciar o ciclo mais
uma vez.

Quer dizer, somente quando puder se comprovar as hipóteses é que se deve encerrar o método.

Método fenomenológico
O método fenomenológico foi proposto pelo filósofo alemão Edmund Husserl, como uma crítica ao
método indutivo e ao método dedutivo.

Ou, em outras palavras, as coisas como elas realmente são e como se manifestam aos sentidos. Não
explica os fenômenos a partir de leis, nem deduz informações a partir de princípios. Simplesmente
considera o que está de imediato na consciência: o fenômeno.

Formatação automática de pesquisas


científicas
Para que atinja seu objetivo e seja comunicada à sociedade, a pesquisa científica deve ser publicizada
por meio de artigos científicos, anais, livros, dentre muitos tipos de trabalhos acadêmicos.

Se você precisa desenvolver uma pesquisa científica, conte conosco para otimizar a sua produção.

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trabalho nas normas ABNT. 

Assim, você ganha tempo e tranquilidade e pode se dedicar exclusivamente à ciência.

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O que é pesquisa científica?
A pesquisa científica é um tipo de pesquisa que segue padrões metodológicos rigorosos e que é
passível de teste, racionalmente válida e justificável e que pode ser replicada e alcançada através de
estudos, observações e experimentações.
Qual é a importância de desenvolver pesquisas científicas?
É por meio dessas pesquisas que podemos compreender o mundo em sua complexidade e solucionar
problemas. Só assim encontramos algumas respostas e soluções para os problemas que atingem as
pessoas diariamente. A vacina para o vírus da COVID-19, por exemplo, foi desenvolvida através de
pesquisa científica, assim como medicamentos para tratamento de diversas outras doenças.

Beatriz Coelho
Pesquisadora. Mestra em Direito pela UFSC. Acredita que conhecimentos
acadêmicos só servem se ultrapassarem os muros das universidades e
que conhecimento bom é conhecimento compartilhado e construído por
todas as pessoas.
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trabalho

 Codificando a pesquisa acadêmica: entenda como funciona o


Overleaf

 Cientometria: entenda sobre essa prática de medição do avanço


científico

8 comentários em “Pesquisa científica: um guia


completo com classificações e metodologia”

.
Joice Francisco
.
02/06/2022 às 23:46
.

Excelente explicação direta e sem enrolação, obrigada por compartilhar


conhecimentos. Segui sua sugestão, fiz um cafezinho e degustei enquanto lia o
artigo. Um forte abraço!
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Responder
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Beatriz Coelho

03/06/2022 às 11:10

Fico feliz, Joice! <3


Responder

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Anônimo
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06/04/2022 às 10:30
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O Conteudo foi de grande ajuda.


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Responder
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Levi Rodrigues da Silva
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26/05/2021 às 12:27
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Parabéns ! artigo muito bom.


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Responder
.
.
Lincon Laras
.
18/09/2020 às 09:55
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Parabéns pelo conteúdo!!


Sou estudante de letras e gostei muito da forma como expôs as ideias, me
ajudou bastante a compreender a diferença de uma pesquisa cientifica para
uma pesquisa acadêmica.
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Responder
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Cleverson Modesto
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18/08/2020 às 17:05
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Só é considerado uma pesquisa cientifica realizada junto a universidade? uma


pessoa comum não pode ser um pesquisador bibliográfico por exemplo?
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Responder
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Mettzer

20/08/2020 às 15:30

Oi Cleverson, existem muitos pesquisadores dentro de empresas e


independentes.

Você pode fazer pesquisas seguindo o método científico.


Porém para uma publicação científica (artigos e publicações em revista)


acontecer e ser válida, ela deve passar por uma revisão de pares, ou seja,
outros pesquisadores da mesma área e com conhecimento.

Então, você até pode fazer pesquisa, mas para publicar e ela ser válida, em
algum momento algum pesquisador envolvido com alguma universidade vai
validar o seu trabalho, metodologia utiliza, referências e outros fatores.

Espero ter te ajudado.


Abraços

Responder

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Livia Stocco Sanches Valentin
.
19/06/2020 às 14:55
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Caro colega, parabéns… você foi objetivo, claro e muito esclarecedor!


.

Profa. Dra. Livia Valentin


FMUSP
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