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trepidações
Escrito por Arthur Gomes Rossetti
Apesar de ser possível encontrar o serviço com facilidade em diversas oficinas e auto centers,
a técnica requer atenção a detalhes para a perfeita afinação do veículo
A necessidade de alinhar a direção e balancear as rodas de um veículo pode ter diversas causas,
como, por exemplo, a reclamação de um condutor sobre trepidações e mudanças da trajetória ao
trafegar, ao se efetuar reparos ou substituição de componentes da suspensão e direção, após o
impacto em um buraco ou colisão com outro veículo, entre outras causas.
Após a orientação do instrutor técnico Robson Brosler, da escola Senai Conde José Vicente de
Azevedo, localizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, fica evidente que a tarefa é muito
mais complexa e delicada do que parece. Transmitiremos algumas dicas de inspeção e
manutenção para o perfeito alinhamento e balanceamento em veículo automotor.
Evolução
Os automóveis mais antigos, das décadas de 1970 e 1980, permitiam em sua maioria o ajuste
fino de cambagem, cáster e convergência, a exemplo dos modelos Corcel, Belina, Del Rey,
Opala, Caravan, entre outros. Com o passar dos anos, os únicos ajustes manuais possíveis (que
dispensam o auxílio de “ciborgs”, repuxadores e macacos hidráulicos) são convergência e
divergência (ou convergência negativa).
Pode ocorrer também de um veículo possuir maior quantidade de recursos no eixo traseiro, a
exemplo do Ford Fusion, que disponibiliza convergência e cambagem, ao contrário do eixo
dianteiro, que disponibiliza apenas convergência.
Pré-inspeção
Antes de colocar o veículo na rampa alinhadora, o reparador deverá utilizar o elevador como um
aliado, para a devida inspeção da suspensão, direção, pneus e rodas.
Os pneus deverão ser calibrados com intuito de favorecer altura idêntica nos quatro pontos de
sustentação e, consequentemente, maior precisão na aferição. Além da calibragem, o TWI
deverá ser verificado. A sigla significa Tire Wear Index, ou índice de desgaste do pneu. Para
facilitar a localização dos indicadores (lombada entre os sulcos do pneu), existe uma seta em sua
lateral. Geralmente existem quatro pontos de conferência da altura mínima. Mesmo com o
auxílio do TWI, o reparador poderá conferir com a parte de trás do paquímetro se o sulco possui
altura mínima de 1,6mm, exigida pela legislação de trânsito brasileira. Dica: A medição da
profundidade deverá ser efetuada em três pontos, sempre aonde há menor concentração de
borracha (maior desgaste).
É valido também um bate papo com o proprietário do veículo para saber todo o histórico do
veículo, como por exemplo, se ele recebeu adaptações, sofreu colisão, reparos de alinhamento
técnico, entre outros que poderão afetar diretamente o alinhamento.
Hoje o reparador poderá optar por três tipos de tecnologia para a perfeita conferência dos
valores da geometria da suspensão. São eles: ótico, laser e computadorizado.
- Ótico: Utiliza a luz e sombra como fator de orientação. Possui escala de medição do quadro
mais precisa em comparação ao modelo a laser. O que dificulta o manuseio é o peso elevado do
dispositivo de medição (cabeça) e baixa visibilidade em locais com alta luminosidade ambiente.
- Laser: Como o próprio nome sugere, o facho de luz emitido por um laser (localizado na
“cabeça”) vai de encontro ao painel e escala de medição. A fixação poderá ser feita diretamente
na roda ou também no pneu. Na roda a precisão será maior, pois se houver alguma anomalia,
como empenamento, a “cabeça” reconhecerá com maior facilidade em comparação à fixação
direta no pneu. Caso a fixação seja no pneu, o reparador ganha em agilidade, devido à maior
facilidade de encaixe.
Este sistema é o mais propenso a interferências, uma vez que os dispositivos de medição
informam ao computador valores que, a olho nu, o reparador não poderá conferir.
Dica operacional
Ordem de verificação
Logo após o veículo ser colocado na rampa alinhadora, o reparador costuma verificar a
geometria da suspensão através da seguinte ordem: camber, cáster e convergência.
Posteriormente, caso os três pontos devam receber ajustes, o reparador deverá proceder na
seguinte ordem: cáster, camber e convergência.
Se esta ordem for ignorada, o reparador estará sujeito a retrabalho, pois se o camber for ajustado
antes do cáster, por exemplo, o já citado camber será “perdido”, ou seja ficará fora de
especificação.
Curiosidade
O procedimento mais seguro é a verificação dos itens como um todo, para saber qual deles
permitiu o deslocamento do conjunto e, após identificar, substituir.
Caso o proprietário do veículo recuse a troca dos componentes, crie um documento excluindo a
oficina da responsabilidade e peça para assinar.
Pesos diferentes para rodas de ferro e liga-leve
Balanceamento
Dica: Ao utilizar a máquina de balanceamento, evite martelar o peso na lateral da roda. Apenas
encaixe-o na borda com as mãos, rode a manivela e após confirmar o local correto, retire a roda
do equipamento e, aí sim, aplique o impacto (martelada) necessário. Esta ação preserva os
sensores do eixo, localizados na parte interna do equipamento.
Os pesos de chumbo com garras podem ser aplicados em rodas de ferro, porém as rodas de liga
leve exigem pesos com cola dupla face, a fim de preservar a região das bordas e melhorar a
estética.