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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL

BENEFICIAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE
RESÍDUOS GERADOS NA PRODUÇÃO DE BLOCOS
CERÂMICOS VISANDO À APLICAÇÃO COMO
ADIÇÃO POZOLÂNICA

Igor Soares Pinheiro

Belo Horizonte
2008
Igor Soares Pinheiro

BENEFICIAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE
RESÍDUOS GERADOS NA PRODUÇÃO DE BLOCOS
CERÂMICOS VISANDO À APLICAÇÃO COMO
ADIÇÃO POZOLÂNICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Construção Civil da Escola de
Engenharia da Universidade Federal de Minas
Gerais, como parte dos requisitos necessários
à obtenção do título de Mestre em Construção
Civil.

Área de concentração: Materiais de Construção


Civil.

Linha de pesquisa: Resíduos como Materiais


de Construção Civil.

Orientadora: Profª. Drª. Adriana Guerra Gumieri

Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2008
Pinheiro, Igor Soares
P654b Beneficiamento e caracterização de resíduos gerados na produção de
blocos cerâmicos visando à aplicação como adição pozolânica.
[manuscrito] - MG / Igor Soares Pinheiro. – 2008.
152p., enc. : il.

Orientador: Adriana Guerra Gumieri

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais,


Escola de Engenharia.
Inclui bibliografia

1. Cerâmica (tecnologia) - Teses. 2. Engenharia Civil – Teses. I.


Gumieri, Adriana Guerra. II. Universidade Federal de Minas Gerais,
Escola de Engenharia III. Título.

CDU: 666.3.7:624
iii

A Deus e a São Judas Tadeu,


por me manterem no caminho.

Aos meus pais, Jandyra e José,


pelo amor eterno, carinho e dedicação.
iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, p or t o da s as op or t uni d a d e q ue m e co n ce d e di ar i am ent e,


p e rm it ind o q u e e u t rilh as se o cam in h o q ue m e t ro ux e at é a qui.

A os m eu s p ais, J a nd yr a e J os é, p o r s em pr e acr e d ita r e m na e duc aç ão


c om o elem e n to d e t r ans f orm a ç ão, f urt an do - se d e um a vi da m ais
t r an q üil a e c onf ort áv el, n ã o m e din d o esf or ços p ar a pr opic ia r t o d a a
a ju d a n eces s ár ia par a a m inh a f orm ação m ora l e ac ad êm i ca.
O br i ga do, s em vo cês s er ia im p os sí ve l .

A os m eus ir m ã os, Tar s us e T hia g o, po r a cr e di tar em e m m im , s em pr e


a p oi an d o e i nce nt i van do m e us so n h o s e pr oj et os .

A M ar ia n a, m inh a es pos a, qu e s em pr e es tá a o m e u l ad o, at ur a nd o
m eus m om ent os d e m au h um or e d e sc re nç a na v i da.

A m inha o ri ent ad or a , Pr of . ª Adr ia n a G um i er i, p ela a t enç ão e a j u da


d isp e ns a d a ao l on go d es te s 2 an os, s em pr e ac om pa nh a nd o e
c ont r ib ui nd o com s eus c o n h ecim ent o s p ar a o en gr an deci m e nt o d a
p es qu is a.

A os pr of es sor es e ser v id or es d o Dep ar t am ent o d e E nge n ha r ia de


M in as , em es pe c ial aos P r of ess or es L ui z C lá u dio Mo n te ir o
M o nt e ne gr o e P a ulo Ro b er to G om es B ra n dã o, e a os s e rv id or es
A lber t o e I s ab e l, pel a c oo pe r aç ã o, ori ent aç ã o e aj u da du ra n te os
e ns ai os d e c ar ac te r i zaç ão das am os t r as.

A o Pr of . W ander Lui z V asc o nc elos , do D e pa rt am en t o de E n g en h ar i a


M et a lúr gic a e de m at eriai s, p el o auxi l i o e or ie nt aç ão dur a nt e os
e ns ai os p ar a d et er m in açã o d a á re a s u p erf icial es p ecí f ica.

A os pr of es sor es e ser v id or es d o Dep ar t am ent o d e E nge n ha r ia de


M at e ria is e C on st ruç ã o, q u e d e al g um a f orm a c ontr i buí r am pa ra a
c oncl u s ão dest e t r ab al ho.
v

A os m eus co le gas e am ig os d a Pr oc ur ad ori a d a R ep ú b lic a em Mi n as


G er a is, pe la c om p re ens ão e a po io d ur ant e e st e p e rí o d o.

A t odos a q uel e s q ue v e nc em pe l o e sf orç o e q ue n u nc a d e sist em de


a p re nd er e d e l ut a r po r um a s oci ed a de m ais j us t a, m e s m o dia nt e das
m azel as s oc i ais d o n oss o p aís .
vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... VIII

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. X

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................. XII

LISTA DE UNIDADES ............................................................................................ XIV

RESUMO.................................................................................................................. XV

ABSTRACT............................................................................................................. XVI

1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................17

1.1. IMPORTÂNCIA DO TEMA .........................................................................20

1.2. OBJETIVOS....................................................................................................21

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................22

2. MATERIAIS POZOLÂNICOS.........................................................................24

2.1. POZOLANAS NATURAIS ..............................................................................28


2.1.1. Vidros Vulcânicos ............................................................................................. 30
2.1.2. Tufos Vulcânicos............................................................................................... 31
2.1.3. Sílicas Opalinas e Terras Diatomáceas............................................................ 31
2.2. POZOLANAS ARTIFICIAIS ............................................................................32
2.2.1. Argilas Calcinadas e Metacaulim ..................................................................... 32
2.2.2. Cinzas Volantes ................................................................................................. 34
2.2.3. Sílica Ativa ......................................................................................................... 36
2.2.4. Escória de Alto-Forno ....................................................................................... 38
3. CARACTERÍSTICAS E EFEITOS DAS ADIÇÕES POZOLÂNICAS SOBRE
AS PROPRIEDADES DO CIMENTO PORTLAND ...................................................41

3.1. CIMENTO PORTLAND ...................................................................................41

3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE POZOLÂNICA...........................43

3.3. CIMENTO PORTLAND E CONCRETO COM ADIÇÕES POZOLÂNICAS.....45

3.4. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE ADIÇÕES DE CERÂMICA


VERMELHA MOÍDA ..............................................................................................54

4. CERÂMICA VERMELHA ...............................................................................57

4.1. INDÚSTRIA CERÂMICA.................................................................................57


vii

4.2 MATÉRIAS-PRIMAS DA CERÂMICA VERMELHA ........................................59

5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS E RESULTADOS.............................68

5.1 VISITA À OLARIA E AMOSTRAGEM .............................................................68

5.2. RESÍDUOS CERÂMICOS...............................................................................69

5.3 PROCESSO DE PRODUÇÃO DOS BLOCOS CERÂMICOS .........................70

5.4 MOAGEM DOS RESÍDUOS ............................................................................77

5.5 CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO ................................................................86


5.5.1 Granulometria por elutriação (Cyclosizer Warman)......................................... 87
5.5.2 Granulometria a Laser........................................................................................ 89
Considerações Sobre os Ensaios de Granulometria................................................ 94
5.5.3 Densidade (Picnômetro a Gás).......................................................................... 94
5.5.4 Área Superficial Específica................................................................................ 95
5.5.5 Espectrometria de Fluorescência de Raios-X .................................................. 97
5.5.6 Difração de Raios-X............................................................................................ 98
5.5.7 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Microanálise (EDS)............... 100
5.5.8 Índice de Atividade Pozolânica com Cimento Portland................................. 112
5.5.9 Índice de Atividade Pozolânica em Cimento Portland Pozolânico ............... 115
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................118

7. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ..........................................121

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................122

ANEXOS .................................................................................................................133
viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Pantheon Romano ...........................................................................24

Figura 2.2 - Partícula esférica de cinzas volantes .............................................35

Figura 2.3 - Partículas cenosféricas de cinzas volantes...................................35

Figura 3.1 – Hidróxido de cálcio X cura..............................................................47

Figura 3.2 – Expansão (%) X cura .......................................................................49

Figura 3.3 – Calor de hidratação X % de material pozolânico ..........................51

Figura 3.4 – Resistência à compressão até 28 dias ..........................................51

Figura 3.5 – Resistência à compressão até 1 ano .............................................52

Figura 3.6 – Retração por secagem X tempo .....................................................53

Figura 4.1 – Diagrama das estruturas da caulinita e serpentine......................62

Figura 4.2 – Diagrama das estruturas da montmorilonita e saponita..............63

Figura 4.3 – Diagramas das estruturas da muscovita e ilita e vermiculita.....63

Figura 4.4 – Diagramas das estruturas da haloisita hidratada e não-hidratada


...............................................................................................................................64

Figura 4.5 – Caulinita de origem inglesa - 17 µm...............................................65

Figura 4.6 - Haloisita de origem americana - 2 µm. ...........................................65

Figura 4.7 - Ilita de origem americana – 7,5 µm. ................................................66

Figura 5.1 – Bloco estrutural ...............................................................................69

Figura 5.2 – Vista superior do forno ...................................................................74

Figura 5.3 – Vista superior de uma janela de alimentação ...............................74

Figura 5.4 – Esquema de forno Hoffman – vista superior ................................76

Figura 5.5 – Esquema de forno Hoffman – corte AA .........................................76

Figura 5.6 – Esquema de funcionamento de forno contínuo ...........................76

Figura 5.7– Bloco cerâmico triturado manualmente .........................................77

Figura 5.8 – Moinho utilizado na 1ª tentativa .....................................................78

Figura 5.9 – Amostra após a 1ª tentativa de moagem.......................................79


ix

Figura 5.10 – Britador de mandíbulas.................................................................80

Figura 5.11 – Amostra britada .............................................................................81

Figura 5.12 - Granulometria de entrada no moinho (bloco de vedação) .........82

Figura 5.13 - Granulometria de entrada no moinho (bloco estrutural) ............83

Figura 5.14 – Amostra de vedação após a moagem.........................................85

Figura 5.15 – Amostra estrutural após a moagem.............................................85

Figura 5.16 – Granulometria a laser - (lente = 20 mm – bloco de vedação) ...92

Figura 5.17 –Granulometria a laser - (lente = 50 mm – bloco de vedação) .....92

Figura 5.18 - Granulometria a laser - (lente = 20 mm – bloco de vedação) .....93

Figura 5.19 - Granulometria a laser - (lente = 20 mm – bloco de vedação) .....93

Figura 5.20 – Espectro de difração (bloco de vedação)....................................99

Figura 5.21 – Espectro de difração (bloco estrutural).......................................99

Figura 5.22 – Metalizador...................................................................................101

Figura 5.23 – Porta amostra do metalizador ....................................................101

Figura 5.24 – MEV e EDS ...................................................................................102

Figura 5.25 – Amostra de bloco de vedação (75 X) .........................................103

Figura 5.26 – Amostra de bloco de vedação (1500 X) .....................................104

Figura 5.27 – Amostra de bloco de vedação (1500 X) .....................................104

Figura 5.28 – Bloco de vedação (5000 X) .........................................................106

Figura 5.29 – Bloco de vedação (7500 X) .........................................................107

Figura 5.30 – Bloco estrutural (75 X) ................................................................108

Figura 5.31 – Bloco estrutural (1000 X) ............................................................108

Figura 5.32 – Bloco estrutural (1000 X) ............................................................109

Figura 5.33 – Bloco estrutural (5000 X) ............................................................111

Figura 5.34 – Bloco estrutural (7500 X) ............................................................112

Figura 5.35 – Amostra de bloco de vedação....................................................116

Figura 5.36 - Amostra de bloco estrutural........................................................117


x

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Exigências químicas........................................................................26

Tabela 2.2 - Exigências físicas ............................................................................26

Tabela 2.3 - Exemplos de pozolanas ..................................................................28

Tabela 2.4 - Composição química de pozolanas naturais ................................29

Tabela 2.5 - Composição mineralógica de pozolanas naturais ........................30

Tabela 2.6 - Composição química das cinzas volantes ....................................36

Tabela 2.7 - Composição química da escória de alto-forno moída ..................39

Tabela 3.1 – Abreviação dos compostos do clínquer .......................................42

Tabela 3.2 - Penetração de água em pastas de cimento Portland e pozolana 47

Tabela 3.3 - Expansão de corpos-de-prova imersos em sulfatos (solução 10%


Na2SO4)..................................................................................................................53

Tabela 3.4 - Perda de resistência à compressão (solução 4% Na2SO4)...........54

Tabela 3.5 - Propriedades físico-químicas .........................................................55

Tabela 3.6 - Atividade pozolânica com CP II F 32 após 28 dias de cura..........55

Tabela 3.7 - Hidróxido de cálcio presente na pasta após 28 dias de cura ......56

Tabela 3.8 - Resistência à compressão simples (MPa) .....................................56

Tabela 4.1 - Cerâmica vermelha no Brasil (ano 2003) .......................................58

Tabela 4.2 – Cerâmica no Brasil..........................................................................58

Tabela 5.1 - Composição química de uma lama de alto-forno .........................71

Tabela 5.2 - Resultado do peneiramento da 1ª tentativa de moagem..............79

Tabela 5.3 - Granulometria após britagem (bloco de vedação).......................81

Tabela 5.4 - Granulometria após britagem (bloco estrutural)...........................82

Tabela 5.5 - Percentual retido acumulado após 2ª tentativa de moagem........84

Tabela 5.6 - Fatores de correção.........................................................................88

Tabela 5.7 - Granulometria por elutriação (vedação) ........................................89

Tabela 5.8 - Granulometria por elutriação (estrutural). .....................................89


xi

Tabela 5.9 - Granulometria a laser ......................................................................91

Tabela 5.10 – Análise química geral (bloco de vedação) ................................105

Tabela 5.11 – Análise química pontual (bloco de vedação)............................105

Tabela 5.12 – Análise química geral (bloco estrutural) ...................................109

Tabela 5.13 – Análise química pontual (bloco estrutural)...............................110

Tabela 5.14 – Cimento Portland CP V – ARI.....................................................113

Tabela 5.15 – Índice de consistência ................................................................114

Tabela 5.16 – Índice de pozolanicidade............................................................115


xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC Associação Brasileira de Cerâmica

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANICER Associação Nacional da Indústria Cerâmica

ARI Alta Resistência Inicial

ASE Área Superficial Específica

BET Brunauer, Emmett e Teller

C2S Si licat o D icálc ico

C3A Al um inat o T ric ál ci co

C3S Si licat o tr ic álc ico

C 4 AF F err o alum i n at o T e t rac á lcic o

CAD concreto de alto desempenho

CEFET-MG Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

CH Cristais de Hidróxido de Cálcio

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CP Cimento Portland

C-S-H Silicatos de cálcio hidratado

CST Companhia Siderúrgica de Tubarão

DRX Difração de raios-X

EDS Energy-Dispersive Spectrometer

FRX Espectrometria de Fluorescência de Raios-X

IAP Índice de Atividade Pozolânica

IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis

IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia

MC Metacaulim
xiii

MCAR Metacaulim de Alta Reatividade

MEV Microscopia Eletrônica de Varredura

MMA Ministério do Meio Ambiente

NBR Norma Brasileira Registrada

ONU Organização das Nações Unidas

PIB Produto Interno Bruto

PNUMA Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente

RCD Resíduos de Construção e Demolição

TM Tijolo Moído

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UMA Universidade Livre da Mata Atlântica

UN United Nations (Organização das Nações Unidas)


xiv

LISTA DE UNIDADES

# mesh (malha de peneira)

µm micrometro

Å Ångström

kgf/cm² quilograma força por centímetro quadrado

Mega 1 x 106

Micro 1 x 10-6

Mili 1 x 10-3

Nano 1 x 10-9

mmHg milímetros de coluna de mercúrio

MPa mega Pascal

nm nanometro

ø diâmetro

ºC graus Celsius

RPM rotações por minuto

Tor Torricelli (mesmo que mmHg)


xv

RESUMO

O em preg o d e bl o cos de c e râm i c a ve rm el h a f in am e nt e m oí dos com o


a diç ã o p o zol â nic a aos cim en t os , ar gam as s as e c o ncr et os m os tr a -s e
u m a alt er nat iv a v i ável, c om v ant ag e ns d e cu n ho t écn ic o, ec on ôm ic o e
a m bie nt a l, u ni nd o um m at eri al des pe rdiç a do p ela in dús t r ia, e qu e
n em s em pr e p os sui d est i naç ão a de qu a da, a ins u m os e pr od u t os
l ar gam e nte em p r e ga dos n a co ns tr uç ão civil . E st e t r ab a lh o a pr es e nt a
o b e n ef ic iam en t o e ca r act er i zaçã o de st es r es í d uos, obj et iv an d o s u a
a pl icaç ã o c om o adiç ã o p o zol ân ic a às ar gam as s a s , c im ent os e
c onc r et os. P ara t ant o, f oram ut ili z ad as d uas am ost ras di f er ent es:
b loc os c er âm ic os d e v e d aç ão e est r u tur ais. A s am os tr as f or a m o íd as
d u ra nt e 1 5 0 m in u to s, obt en d o val o r es a b aix o d e 1 9 % r et id os n a
p e ne ir a #3 2 5 ( 4 5 µm ) . A d ens id a de obt i da at ra v és d e pic n om et ri a f oi
d e 2, 81 e 2, 82 g/ c m ³, re sp ect iv am en t e. A á re a s up erf ici al es pec í f ic a
d as am os t ras f oi de 8, 4 6 e 4,2 6 m ²/ g, r esp e ct iva m ente , s e n do
s up er i or es aos v a l or es m é di os obt i d os n o c im e nt o P or tlan d . O e ns a io
d e dif r açã o d e r aios -x a pr ese nt o u pic os c r is tali n o s ide nt if icad os
c om o q u art zo e he m a tit a, e p a rcia lm ent e i de nt if icad os, com o r u til o e
m icr ocli na , c or r ob or an d o c om os el em e nt o s obt i d os na
e sp ec tr om et ria d e f luore sc ênc ia d e r aios -X. A m icro sc opi a el et r ônic a
d e v ar r e d ura ( ME V) e m icro a ná lise (E DS) m ost ra r am am os tr as com
m orf ologi a i r re gu l ar, com pr ed om in ânci a d os óxi d os SiO 2 , Al 2 O 3 e
F e 2 O 3 , c uj a s om a f oi su per io r a 92% . Os e ns ai o s de at ivi d a d e
p o zol ân ic a c om ci m ent o Po rt a nd f oram sat is f at ór ios qu a n d o
c om pa r a dos à NB R 57 5 2, o bt e nd o í ndic es d e ati vi da de p o zol â nic a
s up er i or es à 78% , co m á g u a r e qu er i da a ba ix o d e 10 1 % , . O en s ai o d e
a tiv id a de po zol â n i ca com cim en to P o rt a n d p o zol â ni c o clas sif icou as
a m ost r as com o s en do m at e r ia l po z olâ nic o. O s r es u lt ad os o bt id os
m ost ra r am - se pr o m iss ores q ua nto à ut ili zaç ã o d os res í d u os c om o
a diç õ es p o zo lâ nic as , ap re s e nt a nd o í ndic es f í si co-q uím icos e d e
a tiv id a de p o zo lâ ni c a d e nt ro d os va lor es perm iti d os pe l as no rm as
b r asi l eir as .

P alav r as- c h av e: r esí d uo c er âm ic o, ch am ot e, r ecic l ag em , bloc os


c er âm icos , a diç õ e s po z olâ nic as , í n di c e d e at iv i d ad e p o zolâ nic a.
xvi

ABSTRACT

T he u s e of re d c e ra m ics br ic ks f i nel y gr i nd e d as p o zz ola nic a ddit i o n


t o c em en ts , m ort a r an d c o ncr e te r e vea ls a v i abl e alt er n ativ e, wit h
t ec h nica l, ec o nom ic a nd e nvir onm e nt al a dv a nt a g es, j oin in g wa st e d
m at eria l b y t h e in dust r y, wh ich n ot al wa ys has a pr o p er dest i n at io n,
t o the i np ut a nd pr od uc t s wid e us e d in t h e civi l c on s t ruct io n. T his
w ork p r es e nt s t he im pr ov em ent an d c ha rac t e ri za tio n of t hes e
r esi d u es, o bj ect if yi ng it s ap p l icat i on as p o z zola n i c ad dit i on t o
m ort ar s, c em en ts a nd co ncr et es. Th e ref or e, t wo d iff er ent s am pl es
h a d be e n use d : st r uc t ur al a nd s e al c er am ic br ic ks . T h e s am pl es wer e
g ri nd e d du ri ng 1 5 0 m inut es, g ett in g valu es b el o w of 19 % in t he siev e
# 3 25 (4 5 µm ) . Th e de nsi t y g ot t en t hr ou gh of p yc nom et er was of 2, 82
a n d 2,8 1 a n d g /c m ³, res p ect iv el y. The s urf ace ar ea of t he s am pl es
w as 4, 2 6 an d 8, 4 6 m ²/ g, r esp ec ti v e l y, be in g s up eri or t o th e av er a ge
v alu es g ot te n in t he P o rt la nd c em e nt . T he X-r a ys dif f r act i on a n al ysis
p r ese nte d cr ys ta l li ne pe a ks id e nt if ied as q u art z a nd h em at it es, a nd
p a rt ial l y i de nt if ied , a s r u til o a n d m ic roc li n e, co r ro b or ati n g wit h t h e
e lem e nt s got t e n in t h e X-r a ys f luor esc e nce s p ect rom et r y. T h e
s can n i ng e lect r o n m icr osc o p y an d m icr o an al ysis ha d sho wn s am pl es
wit h ir re gu la r m or ph ol og y, wit h p re dom in a nc e o f t he oxid e s SiO 2,
A l2O 3 a nd Fe 2 O3, wh os e ad diti o n was s up er i or 9 2% . T he p o z zola nic
a ct ivit y t est s wit h Por tla n d c em ent wer e sa tis f a ct or y if com pare d t o
N BR 5 75 2 v al ues , g et t in g su p er i or i nd exe s of p o z zo la nic ac t ivit y t o
7 8% , wit h r eq ui r e d wat er be lo w 1 0 1% . Th e p o z zo la n i c act ivi t y t es ts
wit h p o zzo la nic P ort a nd c em en t c lass if ied t h e sa m ples as b e i n g
p o zzo l an ic m at er i als. T h e obt ai n e d r es ul ts r ev ea l e d to be pr om is in g
f or t he us e of t he st udi ed w ast es, pr ese nt in g p h ys i och em ical i nd exes
a n d p o zzola nic act ivi t y wit hi n r a n ge a llo we d b y t h e Bra z ilia n n orm s.

K e ywo r ds: c er am i c was t e, rec ycl in g, c er am ic br ick s, po z zol a nic


a d dict i on, po zzo l a nic act iv it y tes t.
17

1. INTRODUÇÃO

A t ravé s d e s ua ex i s tênc i a, o s er h um an o t em oc up a do e t r an sf orm a do


a s u p erf í cie t er r est r e d e a c or d o c om s uas co n v eni ê nc i as. Suas
n ec es si da d es d e m o rad ia, a lim ent a ç ão, h igi e ne e o ut r as , f izer am com
q u e o hom em ha bi t asse t o das as r eg iões do pl an et a, c o m exce ç ão ao
c ont i ne nt e a nt á rt i co . O r epr es am e nt o e m u da nç a de c u rs o de
a q üíf er os p a ra c apt açã o de ág u a pot ável, o des m at am ent o de
f lor est as p ar a p l a n tio e cr iaç ão d e a n im a is, m odif icaç ão d a t o p og r af ia
a tr av és de es cav a çõ es e at err os e a ext r aç ã o d e m inér i os s ão
e xem p l os d as m od if ic ações im p os tas a o m ei o am bi ent e .

E ss as alt e raç ões t orn ar am - se m ai or es , m ais r áp id as e s ig nif icat ivas


c om o adv e nto d a Rev ol uçã o In d u st rial. I nic ia da n a Ingl a ter ra, em
m ead os d o séc ul o XVI I I , es ten de u -s e a o utr os p aí se s da Eu r o p a,
J ap ão e Es tad o s Uni d os d u r a nt e o s écul o XI X e c ar a ct er i zou- s e p el a
s ubst it uiç ã o d a e n er gia f í sic a pe la e ne rg i a m ec ân ica, da f e rr am e nt a
p el a m áq ui na e d a m anuf at ur a p el a f áb ric a no pr oces s o pr o duti v o.

A Rev ol uç ã o I nd ust ri al ace le r o u o cr esci m e nt o d a s c id a des. As


p o pu laç õ es ab a nd on av am o c am p o e m igr a vam p a r a os c ent ros
u r ba nos à pr oc ur a d e o port un id a d es . Es tabe lec ia- s e, ent ão, um a
n ov a o rd em so cia l , ond e a esc r avi dã o e os pr od ut os a gr íc o las dav am
l ug ar ao t r a bal h o ass al ar i a do e os p r o dut os in dus t r ia li za d os.

O im pac t o d a s ativ id a des i n du st r iais , d os gr a nd e s agl om er ad os


u r ba nos e d a ex p ans ão d a ag ric ult u ra s o br e a biosf er a a um ent ou. O
c res cim e nto da p op ul aç ã o u rb a na t roux e p ro bl em as. Nã o h av ia a
i nf r a-es t r ut ur a p ar a r ec e ber a m assa de t r ab al ha do res qu e c h e gav a.

C om o co ns eq üê nc ia d es te p an or am a, h ouv e a ex pa n s ão d esm e d i da
n a g er aç ão d os r esí d uos , t a nt o in d ust r ial c o m o urb an o. C o nt u do,
a in d a n ão hav ia n en hum t ip o d e g er enc i am e nt o so b r e os r esí du os e
n ã o exis t i am r e de s d e a b ast ec im e nt o d e á g u a e de es got o sa nitá r io.
18

O s vet or e s s e p rol if er avam nest as c on diç ões, es p al ha nd o d o e nç as e


l eva n do m il h ar es d e p es so as à m ort e .

Na Se g un da Re v oluç ã o I n d us tr ia l, a pa rt i r de 18 6 0, n ova s
t r ansf orm aç ões t é c nicas c om o o m o tor d e c om b us t ã o int er na e o
d ín am o, al av a nc a r am ain da m ais a pr od u çã o. A int ro duç ão d a l i n ha
d e m o nt a gem em s éri e, n os Est ad os Un id os , n a d é cad a d e 19 2 0,
r ev ol uc io no u o pa r q ue i nd us tr i al da é poc a, a um ent a n do a
p r od ut ivi da de e, cons eq ü ent em ent e, bar at e a nd o os pr o d utos p a ra o
c ons u m id or . A s m erc ad ori as at in gi r am pa dr o ni zaç ã o e q u ant i d ad es
i m pens áv eis , g er an do, pos t er i orm ent e, o f en ô m en o da
s up er p r od uç ão. C o m eçav a aí o est í m ulo ao c o ns um o.

S om en te a p ar tir d a d éca da de 19 6 0, es te q ua dr o com e çou a m u da r.


A lgu ns a ut or es p as sa r am a s e p re oc u pa r c o m o im pa ct o c aus a do
p el as at iv i d ad es a nt r ó pic as s ob r e o m ei o a m bie nt e. F at os
i m por ta nt es c om o a r e un i ã o do Cl u b e d e R om a ( f in al d os an os 6 0), a
C onf e r ênc ia d e Es toc olm o s o br e M ei o Am bient e ( em 197 2) e o
r el at ór io “ N oss o Fut ur o C om um ” , e la b or ad o po r um a com iss ão d a
O NU em 1 98 7, a um ent a ram a f om ent a çã o s ob re o A SS UNTO . A
c ham a d a “ C art a de R o ter dã ” (el a b o ra da em 19 9 1 p el a C âm ar a
I nt er n ac io na l d o Com ér ci o - In t er n at io na l Ch am b er of Co m m er ce)
p r op or ci o no u m u d anç as no p os ici on a m ent o d a s em pr e s as em r el aç ã o
à qu es tã o am bi e n tal. Est e d oc um e nt o t r at a d os “ Princ í pi os do
D ese nv olvim e nto Sus ten t áv e l” - 1 6 pri nc í pi os q u e est a bel e c em a
g est ão a m bi ent al com o um a d as m ai s alt as p ri or i da d es das em pr es as
( CLUB O F R O ME, 2 0 07; MEAD OW S, 19 72 e ALB ERT ON , 200 3) .

U m d os m ai or es m ar cos das m u d a nças oc orr i d as f oi a C onf er ênc ia


d as Naç ões Un id a s p ar a o M eio A m bien te e o D e s env olv im e nt o,
c on hec id a com o ECO -92 ( UNI T ED NA TI O NS, 200 6 e M MA , 2 0 0 6).
R ea li zad a no a no de 1 99 2, n a ci d ad e d o R io d e Ja n eir o, c o nto u c om
a pr es enç a d e vá r i os lí d er es m u n dia i s, que dis c ut ir a m m eios p ar a um
d es env olv im ent o i n d ust ri al am pa ra d o e m qu est õ es am bie nt a is . A
p a rt ir d aí f oi g er ad o um d oc um ent o, co nh ec i do c om o A g en da 2 1,
19

o n de e st ã o a p res e n ta da s as c onc l us ões d e st e en c ont r o. Dest ac a m -s e


a s se gui nt es pr ovi dê n ci as:

 Red uç ão de r esí d u os ;

 Reut i li z açã o d e su bp r o dut os;

 Rec icl a gem d e r es í du os ;

 Pr om oç ã o de s i st em as ad eq u ad o s de t rat am ent o e
disp o siç ã o d e r esí du os e am pli aç ão da c ob ert ur a d os serv iç os
de lim p e z a ur b an a .

O s Est ado s t am bé m m udar am , na t e nt at iv a d e c ont er o s av a nços d a


d e gr ad aç ão am bi e nt al. A p ar t i r d a déc ad a de 1 98 0, a m aio r ia d os
p aís es c ri ou l eis am bie nt ais mais r est ri tiv as. Sur gir am órg ã os
e sp ec íf icos par a t rat ar das q u e st õ es am bi ent ais. J unt e a is to o
a um e nt o d a c o nsc i ent i zaç ã o d a p o pu l açã o, pri nc i p alm en t e dos paí s es
d es env olv id os e a m ai o r v e ic ul aç ão d e t em as r el at ivo s a es t as
q u est õ es em gr a n des m e i os d e com u nic aç ão.

N as últ im as d éc a das, a s oc ie da d e t em ex per im ent a d o um i nter ess e


m aior e c r es c ent e q u a nt o a ut i li z açã o de n ov os m at eri ai s em
s ubst it uiç ã o à pr o dut os c ons ag ra d o s, num a t e nt at iv a d e dim in uir o
i m pac to a m bi e nt al c ausa d o p o r el es . Um a das f orm a s enc o nt r ad as é
o ap r ov eit am ent o de r e sí d uos c om o subs tit uiç ã o tot al ou p arc i al d e
o utr os p r o d ut os. Dent r o d es t e t em a , os div er s o s s et or es que
c om põ e m a co ns tr uç ã o c ivil, pri nc ip alm e n te as in dúst r ias
c im en tei r as, têm es p eci al im po rt â n cia, um a ve z qu e sã o um dos
m aior e s co ns um id or es d e rec urs o s n at ur ais .

A ut ili za ç ão de ad ições m in er ais r ep res ent a a ec o nom i a d e rec u rs os


n at ur ais n a p r o d u ção de cim e nt os e co nc r et os, um a v ez q ue s ão
s ub pr o d uto s i nd u s tr iais . Al ém d e res í d u os j á c ons ag ra do s, com o
20

e scó r ia d e alt o f or no e a sí lic a a tiv a, exis t e um a gam a m ai or de


r esí d u os e/ o u s u bp ro dut os c om p ot e nci a l pa ra a s ubst it uiç ão o u
i nco r p or aç ã o a os c im ent os e c o ncr e to s, c om o os p ró pr i os resí du os
d e co nst r uç ã o e d em oliç ão ( RC D) e c er âm icos , c om o t elh as , t i jol os e
b loc os .

1.1. IMPORTÂNCIA DO TEMA

Os prob lem as am bie nt a is t êm des p ert ad o no s er hum a no,


p ri nc i palm e nt e a q uel e q ue v ive n as gr an des c id a des , um pe ns am ent o
m ais prof un d o so br e a m inim iz aç ã o de r es í d u os p o r int er m é di o da
r ecic l a gem e r e u til izaç ã o d e p r o d ut os qu e sim p les m ent e s eri am
c onsi d er ad os i n se rv í veis . A s oci e da de , pr eoc up a da c om o f u tur o d o
p la n et a, est á m a is c onsc i ent e e e xig e nt e c om o dest in o f in al
r es er va d o a os s e u s re sí d uos.

É nes t e co nt ex to qu e o r e uso, a r ec icla gem d e r esí du os e a r ed uç ã o


d o c ons um o (“ 3 R’ s ”) g an ha m d est a q ue.

O Cons e lh o N aci on al d o Mei o A m bie nt e ( CO NA MA) , por m eio d a


r es ol uç ã o n. º 26 4 ( BRAS IL , 19 99 ), d ef in e p roc e d im ent os, cr it ér ios e
a sp ec tos t éc nic o s par a o lic e nci a m ent o am bi en t al par a o c o-
p r oce ss am ent o d e r esí d u os em f orn o s r ot at iv os d e c lí nq u e r, p a r a a
f abr icaç ão d e cim e nt o. Es ta r eso lu ç ão d ef ine o c o- pr oce ss am ent o
c om o sen d o a “ t éc nic a de uti li zaç ã o de r es íd uos s óli do s ind us tr i ais a
p a rt ir d o p r oc es s a m ent o d es s es c o m o s ubst it ut o p ar cia l d e m at é ria -
p rim a e/ o u d e c o m bus tí ve l no sis tem a f or n o de p ro d uç ão d e c lí nq u e r,
n a f ab ric aç ã o d e c im en to” . O utr oss i m , ent r e os c rit éri os b ás ic os p ar a
a ut ili za ç ão d e r e sí du os dit ad os p o r es sa r eso l uç ão, en co nt r a- s e a
a lte r n at iva d a ut ili zaç ã o do r esí d uo com o su bs t itut o à m at éri a -p ri m a,
d es de q ue ap r es e nt e c a rac t erí st ic a s s im ilar es à s d o s c om po ne n tes
n o rm al m ent e em pr eg ad o s n a p ro d uç ão d e c lín q ue r, in c lui nd o-s e os
m at eria is m ine ra l i zad or es e/ ou f un d en t es .
21

A c onst r u çã o civi l é r esp o ns áv el por ent r e 15 e 5 0% do c ons um o d os


r ec ur sos nat ur ais ext raí dos e é r es p on s áve l po r c erc a de 1 5% d o P IB
b r asi l eir o ( JO HN, 20 0 7). Se g u n do ME TH A e MO NT E I RO (1 99 4 ), o
c ons u m o m un di al de c o n cret o é e st im ad o em 5,5 bil h ões de
t on el a d as p or an o , en qu ant o o d e c im ent o ati n gi u 2 , 1 39 bil hõ e s de
t on el a d as em 20 0 4 (CI MENT O .O RG , 20 07 ).

U m gran d e n úm e ro d e p es quis a do res tem ab or d ad o o t em a do


a p rov e itam e nt o e reci cl a gem de m a t eri ais or i u nd os d e re sí d u os d e
c onst r uç ão e dem oliç ão, d eix a n do de f or a os r es íd u o s g er a dos n a
p r od uç ã o d e i ns um os p a r a a co ns tr uç ão civ i l.

A in d úst ri a c er âm ic a t em um í n dic e de p e r das n a c a dei a pr od ut iv a


e ntr e 5 e 1 0% d a p r o duç ã o ( SAB O YA JÚN IO R et al, 2 00 0 a p ud
C ORDE I RO, VA ILL ANT & DÉSI R, 20 01 ). Se c o nsid er arm os q ue a
p r od uç ã o bra s il eir a gi ra em t or n o de 64 m il hõ es d e t on ela d as / a no
( AB C, 20 0 7 ), o v o lum e de r esí d uo p od eri a c h eg ar a 6 , 4 m ilh õe s d e
t on el a d as/ a no, o qu e por si só jus t if ica o int er esse e o est u d o d e
t em as rel a ci on a do s ao a pr ov eit am e n to des t e s r es íd uo s .

E nt ret a nt o, a lém do vo l um e g er ad o, os su bp r o d ut os c e râm icos


a p res e nt am pot en cial pa ra ut ili z aç ão c om o a diç ões m iner ai s a o
c im en to Por tl an d e c o nc r et os, c a be nd o a os p esq uis ad or es
d el in e arem su as qu al i d ad es e pro pr i ed a des , a lém do s asp ec to s
t éc nic os , ec on ôm i cos e s oc ia is. S om ent e c om es tu d os s o b re os
p r oce ss os e nv olvi d os s er á p os sí ve l det erm in ar a a p li cabi li da d e d os
n ov os m at er i ais, e cons eq üe nt em ent e, di m in uir o vol u m e de r esí d uos
g e ra dos .

1.2. OBJETIVOS

O obj et iv o g er al d est e tr ab al h o é a c ar ac ter i zaç ão d o s res íd u os d e


c er âm ica v erm e l h a g e ra d os du r a nt e o p roc es s o pr od u ti vo de bl ocos
c er âm icos est r ut ur ais e d e v ed aç ão, co m vi st as ao b e nef iciam e nto e
22

a pl icaç ã o co m o ad iç ã o p o zol â nic a em arg am ass a s, c im ent os e


c onc r et os.

D ent r e os o bjet iv o s e sp ecí f icos dest e tr a ba lh o, p od em os c it ar:

• E st udo d o m ét od o d e b e nef ic iam e n to do r esí du o b r ut o p or m ei o


d a c om i nu içã o ( tr it ur aç ã o e m o ag e m ), vis and o su a a pl icaç ã o
c om o a diç ã o a o c i m ent o Por t l a nd;

• C ar ac ter i zaç ã o f ísic o- quí m ic a e m ic ro es tr ut u r al d os r esí d uos


a p ós o be n ef iciam ent o ;

• A vali aç ã o d e su as pr opr ie d ad es p o zo l ân icas .

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O cap ít ul o 2 a pr es e nt a um a rev is ão bib li o gr áf ica dos m at e ria is


p o zol ân ic os, su a his tó r ia, def i niç ões e c l ass if ic açõe s. Ap res ent a
t am bém os p rinc i p ais m at eri ais po z olâ nic os n at u r a is e art if icia is,
u tili z ad os d os c om o a diç õ es m in e r ais ao ci m e nt o Por tl a nd .

O ca pít ulo 3 a pr ese nt a um a r e visã o b i bli o gráf ic a s obr e as


c ar ac t erí st ic as e ef e itos d as a diç õ es p o zo lâ ni c as s ob r e as
p r opr i e d ad es do c im ent o Po r t l an d e c o nc r et os, al ém de
c onsi d er açõ es s o br e as re aç õ es p o zol â nic as e a d iç ões à bas e d e
r esí d u os c er âm ico s .

O capí t ul o 4 ap r es e nta a c er âm ic a ver m el h a e s u as a pli c açõ e s,


f or nec en do um pan or am a sob re a ind ú st ri a cer âm ic a br asil ei r a,
p ri nc i pais m at ér i a s-p rim a s e s u as co m posi çõ es.

O capí t ulo 5 ap res ent a os pr oc e dim e nt os ex pe rim ent ai s d a pes q ui sa,


d es de a vis it a à o l ari a, c olet a d os r esí du os , be nef ic iam e nt o,
c ar ac t eri za ç ão, en saios e r esult ad os .
23

O c apí tul o 6 ap re s ent a as c o nsi d e r açõ e s f inais s obr e a p es qu i sa,


a b or da n do os r es ulta d os o bt id os, c om par a n d o- os c o m os m odel os
e xist e nt es . O utr o ss im , es t e c apí t ulo ap r es e nt a as dif ic uld ad es
e nc ont ra da s na p e squis a e pr oce dim ent os ex pe r im ent a is .

O capí t ulo 7 a pr es ent a as s ug es t õ es e t em as pa r a a c ont i nu id a de d a


p es qu is a.
24

2. MATERIAIS POZOLÂNICOS

O nom e p o zo la na rem ete à Rom a ant i g a. Os r om a nos u til i zav am


r oc ha s v ulc â nic as c ont en d o ze ólit a, q u e é um a d e n om i naç ão g en éric a
de s il ic at os hi dr at a dos de al um í nio e/ ou cálc i o. A z eó lit a er a
e nc ont ra da a os p és d o M ont e V es uvi us, em P o zzu o li. Dev i do a o
n om e da cid a de , o m at er i al f icou c on hec i d o c om o p o zol an a ( ME H T A,
1 9 87 ).

A nt es d o adv e nt o dos cim e nto s à b a s e d e s il icat os d e cálc i o (cim ent o


P ort la nd ) no s éc ulo XI X, t raç o s de p o zol a na e cal f or am os
p r ecu rs or es do s m a ter ia is cim en tí c io s n a c onst r uç ão de e st r ut ur as
h id rá ulic as e alv en ar i a at r av és d o m und o.

A s po zol a nas f ora m utili zad as p e l os Rom an o s em div e rs os tipo s de


c onst r uç ões (a q ue du t os , cist e r n as, d iqu es , etc . ), e s u a res ist ê ncia e
d u ra bili d ad e s ã o c om pr ov a das p el as est ru t ur as q ue s ob r eviv er am aos
m ilêni os , c om o p or ex em pl o, o P a nt h eo n Rom a n o ( f igu r a 2. 1 ).

Figura 2.1 – Pantheon Romano


F on te : WI K I P ÉDI A, 2 00 6.
25

E m bor a, o n om e t en ha s i d o c e le bri zad o p el os r om an o s , há i ndí ci os


d a ut ili za çã o d e ar g am as s as co nt e n d o ar gil a c alc i na d a e m es t rut uras
e dif ic a das p ela cu lt ur a m ino a na, ent re 15 00 e 20 0 0 a. C. , na i l h a d e
C ret a (LE A, 19 71 ) . O s greg os t a m bém f a zi am uso de m at e ria is
p o zol ân ic os, u tili z an do c in z as v u lc ân icas or i u nd as da i lh a de
S ant o rin i.

C om a i nv e nç ão do c im en to Por tl a n d, o u s o d e p o z ola n as n at u ra is
d ec re sc eu gr ad u al m ent e. Est e de c lí nio dev e u-s e às c ar ac te rí st ic as
c om pa r at iv as e nt r e os m at er iais, c o m vant ag e ns p ar a o prim e ir o, q u e
p oss u i t em p o d e p eg a m ais r ápi d o e m a ior r es ist ê nci a m ecânic a.

S eg un do a NBR 1 2 65 3 ( ABNT , 19 9 2d ), m at eri a is p o zol â n icos s ão:

“ Mat er i ais si l icos o s ou s ilic oa lum i n osos q u e, po r si sós , p os su em


p o uca ou n en h u m a a tiv id a de ag lo m er an t e, m as qu e, q u a n do
f inam ent e divi di d o s e na pr es enç a d e á g ua, re ag em c om o hi d róx i d o
de c á lci o à t em pe r at u ra a m bi e nt e para f or m ar c om post os com
p r opr i e d ad es a gl o m erant es” .

P ara q u e o m at eri al s ej a co nsi d er ad o com po zol ânic o, al g um as


c on diç ões ge rais ( clas sif icaç ã o; em b ala g em e m ar caç ã o; t rans p ort e e
a rm a ze n am en t o) e esp ec í f ic as ( q uím icas e f í s icas ) d ev e m ser
s at isf eit as.

A clas sif icaç ão ob ed ece às s e g uint e s det e rm in açõ es :

 C las s e N: Po zola nas n at u ra i s e art if iciais qu e ob e de çam aos


r e quis itos d a NB R 1 26 5 3 ( Ex. : t er r as di at om ác ea s e ar gil as
c alci n a d as) ;

 C las s e C: Ci n za v ol a nt e pr o du zi d a pe la q ue im a d e c arv ão
m iner a l em usi nas t erm oe lét r ica s q u e o b ed eça m aos r eq u isit os d a
N BR 12 65 3;

 C las s e E: Q u al q ue r p o zol a na c uj os r e q uisit os dif er em das


c lass es a nt eri o r es , conf or m e est a b el ec id o n a N BR 1 2 6 53.
26

A s tabe l as 2. 1 e 2. 2 ap re s e nt am a s ex i gê nci as q uí m ic as e f ís icas


r e qu er i d as.

Tabela 2.1 - Exigências químicas


CLASSE DE MATERIAL POZOLÂNICO
PROPRIEDADES
N C E
SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 (% mín.) 70 70 50
SO3 (% máx.) 4,0 5,0 5,0
Teor de Umidade (% máx.) 3,0 3,0 3,0
Perda ao Fogo (% máx.) 10,0 6,0 6,0
Álcalis disponíveis em Na2O 1,5 1,5 1,5
Fonte: ABNT, 1992d.

Tabela 2.2 - Exigências físicas


CLASSE DE MATERIAL POZOLÂNICO
PROPRIEDADES
N C E
Material retido na peneira 45 µm
34 34 34
(% máx.)
Índice de atividade pozolânica:
Com cimento aos 28 dias, em relação
75 75 75
ao controle (% mín.)
Com cal aos 7 dias, em MPa 6,0 6,0 6,0
Água requerida (% máx.) 115 110 110
Fonte: ABNT, 1992d.

L EA (1 9 7 1) c it a q ue n ão d eve hav e r l im it açõ es r est r it iv as qu ant o à


c om po siç ã o quí m i ca dos m ate ria is p o zol â ni c os, um a ve z qu e n ão h á
u m a cor r e laç ão e xa ta ent r e c om po siç ão q uí m i ca, f inur a e o es t ad o
v í tr eo des t es m at er i ais. MEHT A e MA LHO RT A ( 19 87 ) acr esc en t am
q u e a r el aç ão e n t re o es t a do v ít re o e a at ivi d ad e p o zo l â nica é
c om pl ex a e q ue as n orm as dev e ri am con s id er a r c ar ac t erí st ic as
f í sic as e m iner a ló gica s, al ém d a c o m pos içã o q uí m ic a do s m at e ria is
p o zol ân ic os.
27

U sua lm ent e, o s m ate r iais po zol ân ic os são divi did os e m dois gra n de s
g r up os :

a) P o zo la na s Nat u r a i s: nor m a lm en t e de or i gem v ulc ân i c a, t am bém


p o dem s er ori u n d as d e r oc h as s e d im en tar es o u f óss eis. Pos su em
g r an de t eo r d e sí li ca ( d ióxi d o d e sil íc io - SiO 2 > 65% ) ;

b) P o zo la na s Ar ti fi c i ai s: or i un d as d e pr oc ess os i n d us t riais ( Ex. :


e scó r ias, ci n zas v ola nt es , et c. ) ou tr at am e nt o tér m ic o de a lg u ns t ipos
d e ar gil as .

E nt ret a nt o, ex is te m div e rg ênc ias e ntr e q u ant o es t a clas sif ica ç ão,
p ri nc i palm e nt e q u ant o à n at ur e za de ar gil as c alci na das. Al gu ns
a ut or es, c om o MO NT ANHE IRO et al ( 2 00 2a ) e AB NT (19 9 2 d ),
c lass if icam c om o po z ol an as nat ur a i s t od as as r oc h as po rt a do ras de
a tiv id a de po z ol âni ca n at ur al. Por o u tr o la do, ME HT A ( 19 8 7 ) t am bém
c onsi d er a c om o p o z ola n as nat ur a is o s pr od ut os d a c a lc inaç ã o des s as
r oc ha s.

F A ICK ( 196 3, a pu d SANT O S, 19 92 ) c onsi d er a q ue o t e r m o “ po zo l a na


a rt if i cial” d eve ri a s er r es er v ad o a p e na s a os s u b pro d ut os i nd ust ri ai s,
i ncl ui nd o a ut ili zaç ão de tij ol o s e/ o u t elh as m oí d os.

A cont r ov é rs ia ta m bém at i ng e a qu ali f ic aç ão da s p o zol an as


a rt if i ciais . D AL MO LI N ( 2 00 5) c lass if ica a e scór i a gr a nul a da d e a lt o-
f or no c om o m at er i al cim e nt a nte , q u e nã o n eces sit a d o hid róx id o d e
c álci o - Ca (O H) 2 - pr es e nte no c im e n t o Por tla n d p ara f orm ar s il ica t os
d e c álc io hi dr ata d o s (C -S -H) , n ão l he atr i b ui nd o a d en om in aç ã o de
p o zol an a. Já MO N T ANHE I RO et al ( 20 02 a) c las s if ica- a c om o s e nd o
u m a p o zol a n a ar t if ic ial.

A tabe l a 2 . 3 a pr es ent a ex em plos de po zol a n as n at u ra is e ar tif ic iais.


28

Tabela 2.3 - Exemplos de pozolanas


POZOLANAS NATURAIS POZOLANAS ARTIFICIAIS

Rochas Vulcânicas Ácidas Escórias Ácidas de Alto-forno

Tufos Vulcânicos Cinzas Volantes


Resíduos Argilosos de Folhelhos Betuminosos
Terras Diatomáceas
Após Extração
Arenitos e Folhelhos
Microssílica
Opalinos
Argilitos de Argilas Mal
Argilas Calcinadas (Metacaulinita)
Cristalizadas
Fonte: MONTANHEIRO et al, 2002a.

2.1. POZOLANAS NATURAIS

A lém das co nt r o v érs i as cit a das an t eri o rm en t e, a cl as sif ic açã o d e


p o zol an as nat ur ai s é dif icul ta da p el a va r i ed ad e de su as c om p os iç ões
e pr o pri ed a des.

F at or e s c om o f o r m a, t am an ho e di st ri b uiç ã o do t am an ho d as
p a rt íc ul as, d ens id ad e , com p osiç ão quí m i ca e m in e r a lóg ic a p od em
i nf lue nci ar a at ivi d a de p o zol â nic a, r e pres e nta nd o u m em pec i lh o à
c lass if icaç ã o d e st es m at er i ais.

B ase ad o n o c o ns t it uint e q u ím ico cap a z d e r ea gir c om o Ca(O H ) 2


p r ese n te n os p r o d ut os h id r at a d os d o cim ent o, MEHT A (1 98 7) p ro p õe
a c lass if ic aç ão da s p o zola n as n atur ais em q ua tr o c at e go rias :

a ) V idro s V ulc â nic os ;

b ) T uf os V ulcâ nic os;

c ) A rgil a s o u Fol h e l h os Calc i n a dos;

d ) T er r a Di at om ác ea.
29

P ara ef eit o di d át ic o, as a r gi las c a lci na das s er ã o a b or da das n o i tem


s ob re p o zol a nas a rt if ic iais (2. 2. 1 ), uma vez que o m et ac a ulim
( es pé ci e de ar gil a calc i na d a) j á é u t iliz a do em es ca la ind us tr i al na
a diç ã o a o c im e nt o Por tl a n d e n a pr od uç ã o de c on cret os d e alt o
d es em p e n ho ( CAD ) .

A s t abe las 2. 4 e 2. 5 a p res e nt am , r es pec t iv am en t e, a com p osiç ão


q uím ica e an ális e m ine ra ló g ic a t í pic as de al g um as p o zola n as
n at ur ais.

Tabela 2.4 - Composição química de pozolanas naturais


PERDA REFERÊNCIA
POZOLÂNA SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO ÁLCALIS AO BIBLIOGRÁFICA
FOGO (*)
Terra de
65,1 14,5 5,5 3,0 1,1 6,5 3,5 1
Santorini
Tufo
Vulcânico de 53,0 16,0 6,0 7,0 3,0 6,0 --- 2
Rheinisch
Fenólito 55,7 20,2 2,8 4,2 1,1 10,8 3,6 3
Tufo
44,7 18,9 10,1 10,3 4,4 6,7 4,4 4
Romano
Vidro
54,5 18,3 4,6 7,4 1,0 11,0 3,1 4
Napolitano
Sílica
65,4 10,1 4,2 4,6 2,7 1,4 6,3 5
Opalina
Diatomita 86,0 2,3 1,8 --- 0,6 0,4 5,2 5
Púmice 65,7 15,9 2,5 3,4 1,3 6,9 3,4 5
Púmice de
68,7 14,8 2,3 --- 0,5 9,3 5,6 6
Jalisco
4
Fonte: ¹MEHTA (1981), ²LOCHER (1985), ³KASSAUTZKI (1983), MASSAZA &
COSTA (1979), 5MIELENZ, WHITTE & GLANTZ (1950), 6POO et al (1985) apud
METHA, 1987.
30

Tabela 2.5 - Composição mineralógica de pozolanas naturais


MATÉRIA NÃO- PRINCIPAIS REFERÊNCIA
POZOLÂNA CRISTALINA MINERAIS BIBLIOGRÁFICA (*)
ESTIMADA (%) CRISTALINOS
Quartzo, anortita, 1, 7
Terra de Santorini 65 - 75
labradorita
Quartzo, 8
Tufo Vulcânico de
50 – 60 feldspato,
Rheinisch
analcine
Ortoclásio, albite, 3
Fenólito Não reportado
piroxênio, calcita
Chabazite, 9
Tufo Romano Não reportado filipsita,
herschelilite
Quartzo, 10
Vidro Napolitano 50 – 70
feldspato
Púmice de Jalisco 90 Sanidina 6
7 8
Fonte: ¹MEHTA (1981), NICOLAIDIS (1957), SCHWIETE, LUDWIG & WIGGER
(1961), ³KASSAUTZKI (1983), 9LEA (1971), 10MASSAZA (1977), 6POO et al (1985)
apud METHA, 1987.

2.1.1. Vidros Vulcânicos

Os vidr os v u lcâ nic os são r oc h a s ex tr us iv as pr o veni e nt es do


r esf ri am ent o r áp id o d o m agm a. S ã o ric os em c om p os to s r e at iv os,
p ri nc i palm e nt e os sili cat os d e al um í nio. A s c in zas v ul c ânic a s d a i l h a
d e S a nt o ri ni, n a Gr éci a, sã o ex em plo s de st e t i po de p o zol a n a.

D e n at ur e za v ít r e a ( nã o cr ist ali n o) , pos s ui t ext ur a m i cr o por os a, q ue


p r opic ia um a g r an de s up erf í cie espec í f ic a, res po nsá v el p el a
r e at ivid a de q uím ica do m at er ial. A á re a s up erf ici al es pec íf ic a obt i d a
p el o m ét o d o d e B ET (ads orç ã o d e nit r og ê n io ), ap res ent a um a f aix a
d e v al or es e nt r e 3 80 0 e 15. 5 0 0 m ²/ k g. ( ME HT A, 19 8 7 e MI NERO P AR,
2 0 06 ).
31

2.1.2. Tufos Vulcânicos

S ão r och as vu lc â nica s d e g r an ul aç ão m é d ia à f ina, f orm adas p el a


a çã o hi dr ot ér m ic a s o br e de p ós it os de m at er iais m ag m át ic os (c in zas
v ulcâ n ic as ) e/ o u pulv eri z açã o de roc h as pr é- ex is t ent e s. Seus
c om po n e nte s pos s uem di âm et ro i nf er ior a 2 m m . A m aior i a p os su i d e
0 ,0 62 a 2 mm (LE INZ & ME ND ES, 19 59, P ERO NI , 20 07 e
MI NERO PA R, 20 0 6) .

Q ua nt o à c om po s ição d os f ragm e nt os, po dem se r de t r ês t i p os


( SUG UI O , 199 8 e G UERRA , 196 9) :

a ) T uf o v ulc â nic o cr i st alin o: O tuf o v ul cânic o cr ist ali no p os sui em


s ua c om pos içã o m ais de 7 5% de c r is ta is v ul câni c os e
f r agm ent os de c r is t ais ej e ta d os ;

b ) T uf o vulc â n ico lí t ic o: No t uf o v ul cân ic o lít ic o pr e dom in am


f r agm ent os de r oc h as c r ist ali n as ge ra d as do r e sf riam ent o
r á pid o d os m ate r ia is v ulcâ nic os;

c ) T uf o vulc â nico ví t reo: M a is de 7 5 % da com p osiç ão d o t uf o


v ulcâ n ic o ví t re o é cons ti t uí d a p or c i n za vulc ân ica en d ur ecid a.

2.1.3. Sílicas Opalinas e Terras Diatomáceas

A s sí lic as opa li n as s ão f or m ad as pe l a de p o siçã o de sí lic a g el


h id rat ad a, r esu lt an t e da de p osi ç ão d e óxi dos s ol úve i s l ixiv ia d os.

A s sí lica s op ali n as são m uit o re a tiv as à c al, p oi s s ua alt a ár ea


s up er f ic ial re qu e r um c ons um o elev ad o de á gu a. E st a car act erí st ic a
m icr oest r u tur al é pr eju dic i al à r esis t ê nci a e d ur ab il i da de d o c o ncr et o
( ME HT A & MO NT E I RO , 199 4) .

G er a lm ent e, es te s m ate riais pos s uem um a gr a nd e qua nt i da d e de


a r gil om ine ra is , se nd o n eces s ár i a a c alc in aç ã o d os m es m os p ar a o
u so c om o m at eri al po z olâ nic o.
32

U m dos pri nc ip ais tip os d e sí lica o pal in a é a ter ra d iat om áce a. A


t er r a di at om ác e a é um se d im e nt o a m orf o, d e or i gem or gâ ni c a,
f or m ada a p art i r de c om pos t os hi d r ata d os d e s íli ca nã o- cr i st al in a,
o ri gi na dos a par ti r d a p ar ed e c el u lar d e o r ga nis m o s u nic elu lar es
a q uát ic os, com o alg as m ic ros c ó pic as ( SA NTO S , 19 92 ). A s ter ras
d iat o m áce a s se dest acam com o se n d o um a da s pr inci p ais
s ubst ânc i as nat ura is po zol ân ic as ( M ON TA NHEI RO , 20 02 b ).

2.2. POZOLANAS ARTIFICIAIS

2.2.1. Argilas Calcinadas e Metacaulim

C om o dit o a nt eri or m e nt e, ex is t em diver g ênci a s qu an t o à


c lass if icaç ã o d a s ar gil as calci n ad as.

A o co nt r á ri o d os vidr os e t uf os vu l c ânic os, a arg il a s ó a pr es ent a


r e at ivid a de q u an d o s of r e p roc ess o t érm ico. Q ua n do su bm etid a s à
t em per at u ra s e ntr e 6 00 e 1 0 00 ºC , a es tr ut u ra cr i st ali na d os si lic a tos
p r ese n tes na ar g ila é alt er ad a, t ra ns f or m and o- a em co m pos tos
a m orf os e d eso r d en ad os, qu e r e ag em pr on t am ent e co m a c al , à
t em per at u ra am bi ent e. Ent ret ant o, nem t o das as a rg ilas c a lci na d as
a p res e nt am com po rt am en t o po z ol ânic o. A r gil as c om post as po r
g r an de q ua nt id a d e d e m ine r a is m uit o cr is t al in os, com o q ua r t zo e
f elds pat o, n ão pr o du zem um m at erial r eati v o com c al ( ME HT A, 1 9 8 7).

MI ELE NZ ( 1 9 83, a pu d ME HTA , 1 9 8 7 ) d es crev e qu e ar gi l as ric as em


m iner a is c a uli nit a e/ o u m o ntm oril o ni t a n eces s it am s er c alci na d as em
t em per at u ra s e nt r e 5 4 0 a 9 8 0 º C pa r a a pr es e nta r em r es ult a d os
s at isf at óri os d e at i vida d e p o zo l â nic a. E nt ret a nt o, se a m ont m or il onit a
f or r ica em c át io n s de só di o liv r es , s eu us o em co nc re tos d ev e ser
e vit a do, d evi d o à pos sí veis r e aç õ e s ál cali - a gr e ga do. J á as ar gil as
r icas em v erm icu lit a, clo rit a e m i c a n ão a pr ese nt a r am at ivi d a d e
p o zol ân ic a s at isf at óri a, se ca l cin a das ab a ixo d e 1 10 0 º C.
33

O m et acaul im é um a a diç ão m in e ra l ori g i na d a n a calc i naç ã o d o


r ej eit o d e a r g ilas caul in ít ic as e c a ul ins em t em pe r at u r as e nt r e 6 0 0 e
9 0 0 ºC. N est a f aix a de t em p er atu r a, a ar g il a p er de os í ons h id rox i la
de su a es t rut ur a c ris tal i n a, c aus a n do a d es tr uiç ã o do ar ra nj o
a tôm ico, c r ia nd o um com p o ne nt e a m or f o e d e g ra n d e i nst a bili d a d e
q uím ica, c ham a d o d e m e tac au lin i t a ( Al 2 Si 2 O 7 ) , r e s po nsáv el p e la
a tiv id a de p o z olâ ni ca , f or m an do p r e dom i n a nte m e nt e C-S -H e C 4 AH x
( DAL MOLI N, 20 05 ).

A tem per at ur a de v e se r c o ntr ol ad a pa ra ev it ar a f usã o d o m ater ial,


m as g ar ant i nd o q ue o p ro d ut o f inal sej a r e at iv o c om o h i dró x id o d e
c álci o - C a( OH) 2 . Se g u nd o B ARA T A ( 1 99 8), acim a d e 90 0 º C h á a
f or m aç ão de c o m pos to s c ris t ali n o s es t áv eis c om m enor ár e a
s up er f ic ial esp ec íf ica e p o uc a a tiv i da de po zol â n ica.

S eg un do SO UZ A & DAL MO LI N ( 2 0 02 ), c om a r ed uç ão d o t am an ho
d as pa rt íc ul as a va lor es i nf erior e s a 5 µm at rav é s d a m oa g em ,
c onst at a-s e um a exc el e nt e at iv i da d e p o zolâ ni c a, s e n do d en om in a d o
p o r al g uns a ut or e s com o m et ac aul i m de alt a r eat iv i da de ( MCA R ).
E st a c ap acid a de po zo lâ nic a f az c om que e st e m at eri al poss a
s ubst it uir p ar t e d o cim e nto n o conc r et o c om o o bjet iv o de a um ent ar a
s ua d u r a bili da d e e a su a resi st ên cia. O no m e MC AR tam bém é
a tr i buí do ao r esí d uo o ri un d o d a in d ús tr i a d e c o be rt ur a d e p ap e l, q u e
c onst it ui um c a u lim ben ef iciad o de ext rem a f inu r a , br anc ur a e
p u re za . Ou tr oss im , o te rm o t am bém é em pre g ad o pa r a d is t in gu ir o
p r od ut o d a c alc i n açã o de a r g ilas e xt r em am e nt e f inas , co m alt o te or
d e ca ul ini t a e m at eri al a m orf o, de o ut ra s, p rov e nie nt e da c alc in aç ã o
d e ar gil as r ic as e m f as es po zol a nic am ent e in er t es.

D e ac or d o c om RA MA CHAND RA N et al ( 2 0 02), a á re a s up erf ic ial


e sp ec íf ica da m e ta c aul in it a é d a or de m de 20 m ²/g
34

2.2.2. Cinzas Volantes

S ão r es íd u os o bt idos po r m eio d a pr ec i pit aç ã o el et ros t á tic a ou


c apt açã o m ec â nic a d as p o eir as q ue acom p a nh am os g as es de
c om bu st ão dos q uei m a d or e s d e ce ntr a is t erm o el ét ric o al im en t ad as
p o r car v ã o p ulve ri zad o o u g r a nu la d o (CA MÕ ES , 20 0 2) .

A s pa r tí cul a s de c arv ão p ulv er i zan d o pe r m an ec em na c ham a ox i d ant e


( 1 20 0 a 1 6 00 ºC ) du ra nt e c e rc a d e d ois s e gu n d os, pr om ove n do a
f us ão t ota l o u p ar c ial d o m ate ri al ( S I LVA , 19 9 9). F orm a m -s e, ass im ,
d ois t i pos d e cin z a s: pesa d as e v o la n t es.

A s ci nzas pes ad a s pos s uem g r a nu l om etr ia m ais gr o ss eir a q ue as


c in za s v ol ant es, cai n d o e m tan q u es de r es f r iam ent o e rem o vi das .

D evi do à f inur a d as p art í cu las , a s cin zas v ol ant es s ão ar r ast a d as


p el os g as es or i u nd os d a com b ust ão do c a rv ã o. Par a col et á- las,
u tili z am - se pr ecip i t ad or es e let r os t áti c os o u m éto d os m ec â nic o s, q ue
c apt ur am as par tí c ul as a nt es d a em is são n a at m o sf era . Re pr ese ntam
d e 80 a 8 5% d as c in zas pr od u zi d a s.

É um a das p o zo la n as a rt if i ciais m ais co m uns . Ger a lm ent e, as


p a rt íc ul as poss u e m f orm ato esf éric o ou c e n osf éric o, m uit o f ina, com
d iâm et r os e nt r e 1 e 15 0 µm , s end o q ue a m aior par t e enc o ntr a -s e
a b aix o d e 4 5 µm . A f a ixa g r a n ulo m ét r ica é alt am en t e inf lue nc i a da
p el o t ip o d e e qu ip am ent o ( m ec â nic o ou el et r os tá tic o) ut ili zad o p ar a
c olet a d as ci n za s. Suas p ro p ri e d ad es q uí m ic as v ari am com a
c om po siç ã o do c arv ão e i m pur e z a s c o nti d as no pr oc ess o. D e um
m odo ger al, 8 5% da c om p os iç ão quím ica d as c i n zas é f orm a d a
c om po st os quí m ic os e c rist ais d e sí lic a ( SiO 2 ) , al um in a ( Al 2 O 3 ) , óx i do
f ér ric o ( F e 2 O 3 ) e c al ( CaO ) (BE RR Y & MA LHO RT A, 1 9 87 e CA MÕ E S,
2 0 02 ). A s f igu r as 2. 2 e 2. 3 apr e s e nt am ex em pl os de p ar tí c ul as de
c in za s v ol ant es.
35

Figura 2.2 - Partícula esférica de cinzas volantes


Fo nte : CAM Õ ES, 2002 .

Figura 2.3 - Partículas cenosféricas de cinzas volantes


Fo nte : CAM Õ ES, 2002 .
36

A t abel a 2. 6 ap r e se nt a a com pos i ç ão quí m ic a m édi a d a s c in zas


v ola nt es.

Tabela 2.6 - Composição química das cinzas volantes


PERDA
PAÍS SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO Na2O K2O SO3 AO
FOGO
Mínimo
Máximo
42 24 5,4 0,6 0,6 0,2 1,1 0,04 0,8
Alemanha
55 33 13 8,3 4,3 1,3 5,6 1,9 5,8
48 22 4,2 0,8 1,9 0,3 2,1
Canadá --- ---
56 33 11 9,7 44 1,8 5
48 26 3,3 2,2 1,1 3,1
Dinamarca --- ---
65 36 8,3 7,8 2,8 4,9
32 21 5,1 1,3 0,5 0,03 0,4 0,2 0,5
Espanha
64 35 26 20 2,7 0,7 4 4 10
40 17 8,5 1,2 0,8 0,4 1,8 0,3 1,2
EUA
51 28 19 7 1,1 1,8 3 2,8 18
47 26 6,9 2,3 1,5 2,3 0,1 0,5
França
51 34 8,8 3,3 2,2 6,4 0,60 4,5
Fonte: ALONSO & WESCH, 1991 apud CAMÕES, 2006.

2.2.3. Sílica Ativa

A sí lic a at iva, t am bém co n he c id a c o m erc ialm e nte com o m icr oss íl i ca,
é um pr o dut o re s u lt ant e do pr oc ess o de f a bric aç ã o de f err o-s ilí ci o o u
d e s i lí cio m e t álic o, e m ais r a r am e nt e, em li gas de f er ro- cr om o e
f er ro- m an g an ês .

O proc ess o é r ea li z ad o em f or no el ét r ico d e f us ão, t ip o arc o-v o lt ai co,


e m t em per at u r as e lev a das (m a is d e 200 0 º C ), pro m ov en d o a re aç ã o
d e q u art zo de alt a p ur e za com o carv ão. Du ra nt e o pr oc ess o d e
r e duç ã o d o q ua r tz o, p a rt e d o s ilí c io é l ib er ad a n a f orm a de g ás
( m onó x id o d e si lí cio g as os o - SiO ) , qu e é tr a nsp or t ad o à zo n as d e
t em per at u ra s m ai s b aixa s, o n de ent r a em co nt at o c om o a r,
o xid a nd o- s e n a f o rm a de d ióx i d o d e s ilí cio (S iO 2 ).
37

A s í lica at iv a é c o nst it uí d a p or al t os t eo r es d e S iO 2 (e nt re 8 5 a 9 8 % ),
c om part í c ulas es f ér ic as am orf as, c o m diâm et r o ent r e 0, 1 e 0,2 µ m e
s up er f í cie es p ecí f ica em t or n o de 20. 0 0 0 m ²/ kg ( M EHT A, 19 87 e
MA LHO RT A, 19 8 7) .

Q ua nd o a dic io na d a a o co ncr et o, a s íli ca at iv a pro m ove r e aç ões


p o zol ân ic as, a l ter an do a m i cro es t rut ur a d o m at eri al. Ao co nt rá r i o d as
p o zol an as n at ur ais , esc ó rias e ci n zas v ol ant es, a r eaç ã o do SiO 2 c om
o C a (O H) 2 ac o nt e ce d e f orm a rá pid a e po uc o v ar i áv e l, perm it i nd o o
d es env olv im ent o da r es ist ênci a e da b aix a p erm ea bil id ad e em
p e rí o dos c ur t os . D evid o a o r ed u zi d o t am an ho d as pa rt í culas , a sí l ic a
a tiv a pr o d u z o ef ei to m icr of íler , pr ee n ch e nd o os es paç os ent r e os
g r ãos d e cim e nt o e a pas t a, a tu a n do c o m o p o ntos d e n ucl e aç ão e
m elho r a n do a a de r ênci a p as t a-a gr e g ad o (DAL MO LI N, 20 05 ).

D ent r e as m elh ori a s at ri b uí d as à ut i lizaç ão da sí l ica a tiv a, p od em os


c it ar:

 M ai or r esis tê nc i a m ecâ nic a;

 P rot eç ão da ar m a d ur a;

 R ete n çã o de ág ua;

 M ais po nt os de nu c leaç ã o;

 R ed uç ão do v ol um e d e va zi o s;

 E leva d a r esis t ên c i a à a br as ão;

 M ai or r esis tê nc i a à a lt as tem pe rat ur a s (c o ncr e tos al u m inos os );

 M e nor pe r m ea bil i d ad e.
38

2.2.4. Escória de Alto-Forno

A lgum a s es c óri a s si d er úr gicas p od em a pr ese nta r pr op ri ed ad es


p o zol ân ic as, m as n em t o das. Ent r e a s m ais est u d a s e ut i li za d as,
e nc ont ra- se a esc óri a d e alt o-f orn o.

A es có r i a de a l to- f o rn o é um resí d u o si de r ú rg i c o i nd us tr i al,


p r ove n i ent e da pr od uç ã o d e f err o- g us a. O pr o cess o é re al i zad o n a
u ni d ad e i n du st r ial cham a d a a lt o-f or no, on d e s e r ed u zem os óxid os
c ont i dos n os m in e r ais d e f er r o e s e s e par am as im pu re z as q u e os
a com p a n h am .

A s esc óri as s e f orm am pela f u são d as im pur e zas do m in é ri o de f er r o,


j unt a m ent e com a adiç ã o d e f u nd e nt es ( c alc á ri o e dol om it a) e as
c in za s d o co qu e. A es córi a f und id a , por s ua ins ol ub i li da de e m en or
d e nsi da d e, sob r e n ad a n o f er ro gus a.

A s esc óri as d e a lt o-f or n o p o dem s er res f r iad as d e d u a s f o rm as ( CST ,


2 0 06 ):

a) Resfriada ao ar ou cristalizada

S ão va z ad as em es ta d o li q uid o em pát ios ap r o pri a d os , on de s ão


r esf ri ad as ao a r. P or se r um p r oc e s so l ent o , os s eu s c om po n e nt es
f or m am dis t inta s f as es c r ist a lin as , e , com i st o, n ão a dq ui r em p od er
d e a gl om er ant e hi dr áu l ico. E ss a es cór i a r ec eb e o n o m e d e es cór ia
b r ut a d e a lt o- f or n o, p o d e nd o s er br itad a ou ut i li za d a c om o m at er ia l
i ne rt e em diver s as a plic aç ões, s ubs ti t uin do m a t er i ais p ét re o s.

b) Resfriada com Água ou Granulada

A es cór i a li qui d a é t rans p ort a d a pa r a os gr a n ul a d or es , qu e s ã o


e q ui pam e nt os on d e el a é r e sf riad a b rus c am ent e po r m e io de j at os de
á g ua so b alt a pr e ssão . N ã o h av en d o t em p o suf icie n te pa ra f or m aç ão
39

d e c r is tais , es sa e scó ri a se gr an ul a " v it rif icand o " e r e ce be o n o m e d e


e scó r ia gr an ul ad a de al t o- f o rn o. D ev id o a o se u gr a nd e p ot e nc i al
h id rá ulic o, a esc ó ria g ra nu la d a de alt o -f orno t o rn o u- se um m at er i al
c ons a g ra d o com o a diç ã o a o cim ent o P ort la nd.

A com posiç ã o quí m ic a d as e scó r ia s d e a lt o-f or no v ari a d e ac or do


c om as m até r i as- p rim as em p r e ga d as e o ti po d e f err o- gus a f abr ic a d o.
A t abe la 2. 7 m o s t ra a c om pos içã o q u ím ica a pr oxi m ada de um a
e scó r ia de alto - f orno.

Tabela 2.7 - Composição química da escória de alto-forno moída


CARACTERÍSTICA QUÍMICA RESULTADOS (%)
SiO2 34,2
Al2O3 11,9
CaO 42,0
Fe2O3 0,4
FeO 0,2
MgO 3,2
K2 O 0,7
Na2O 0,1
Mn2O3 0,9
SO3 0,03
S 0,06
Fonte: VELTEN, 2006.

S eg un do o In st itu t o Bras il ei ro de Si d e rur g i a (I BS , 20 0 7), a p ro d uç ã o


b r asi l eir a de f err o -g us a at i ng iu 2 6. 7 33, 9 x 1 0³ t o nel a das em 20 0 6.
E m 200 7, a pr o du ção ac um u la d a e n t r e j an ei r o e out u br o j á ati n gia
2 9. 16 1 ,0 x 1 0³ t on ela d as.

N os f orn os m od e r n os, c o nsid er a nd o-s e m iné r i o d e f err o d e alt a


q u ali d ad e, a e sc ó r ia é pr od u zi da n a r a zã o d e 2 8 0 a 3 4 0 k g p or
t on el a d a de f er r o- gus a. Ass im , a gera çã o d e es có ri a d e alto - f orn o no
B ras il é d a or dem de 9 m ilhõ es d e t o nel a da s.
40

A escó r ia d e al t o- f o r no já é c o nsi de r ad a c om o um m ate r ial tr a dici o n a l


n a a diç ão a o c im ent o Po r tla n d . A AB NT, po r i nt e rm édi o d as NBR ’s
5 7 35 (A BNT , 1 99 1 c) e 11 5 78 (A BNT , 199 1 e) , ins t itu i a clas sif icaç ão
“ CP II I ” p ara cim e n to P or tla n d de al t o- f o rn o e “CP I I E ” p ar a cim e nt o
P ort la nd c o m pos t o com escó ri a.
41

3. CARACTERÍSTICAS E EFEITOS DAS ADIÇÕES POZOLÂNICAS


SOBRE AS PROPRIEDADES DO CIMENTO PORTLAND

3.1. CIMENTO PORTLAND

A pal a vr a cim ent o de r iva do l at im ca e m ent u, qu e e ra u sad a n a R om a


a nti g a p ar a des i g na r um a e s p écie de p e d ra n a tu r al de roc h ed os e
não p oss uí a c or te s e/ o u ân gu l o s r et os (F E RRE I RA, 20 04 e
B AT T AG I N, 2007) .

O te rm o cim ent o P ort lan d é a de nom in aç ão c o nv e nc io n al p ar a o


m at eria l us u alm e n t e con hec id o n a cons tr uç ão civ il c om o c im ent o,
s en do ass im rec on hec i d o n o m un do i nt ei ro (A BCP , 20 0 2) .

O cim ent o P ort l an d é um ag lom er a n t e hi d rá ul ic o, o bt i do at rav é s d o


p r oce ss o de m o ag em do c l ín qu e r, qu e é um m at eri a l s i nte r i za d o, c om
d iâm et r o e nt r e 5 e 25 m m , rico e m silic ato s d e cál c io hi dr áu lic o s,
g e ralm e nte a dic i o na do c om sulf at os de c álc i o ( MEH TA & MONT EI RO ,
1 9 94 ).

A nt es d a m oag em , o c línq u er s of re a adi ç ão d e a pr oxi m adam e nt e 5%


d e gips ita ou s ulf ato de c álci o, c om o int uit o de c ont r o lar a s r e açõ es
i nici ais d e pe ga e e n du rec im ent o do c o ncr eto. O p ro dut o e nt ão é
m oí do em p art í cul as p eq u en as, com di âm et r os i n f er io re s a 75 µ m .

O s co m pos tos d o cim ento P or t l an d s ão ex pr es sos at r a v és d os óxi dos


d os el em ent os p r e sent es, us an d o- s e as a br e vi aç õ es a pr es e nta d as n a
t ab el a 3. 1.
42

Tabela 3.1 – Abreviação dos compostos do clínquer


ÓXIDO ABREVIAÇÃO COMPOSTOS ABREVIAÇÃO
CaO C 3CaO.SiO2 C3S
SiO2 S CaO.SiO2 C2S
Al2O3 A 3CaO.Al2O3 C3A
Fe2O3 F 4CaO.Al2O3.Fe2O3 C4AF
MgO M 4CaO.3Al2O3.SO3 C4A3S
SO3 S 3CaO.2SiO2.3H2O C3S2H3
H2O H CaSO4.2H2O CSH2
Fonte: MEHTA & MONTEIRO, 1994.

E nt re os c om p os tos co nst it ui nt es d o ci m ent o Port l an d, q uat r o d el es


s ão c ons i d er ad os pri nc i pais (NE VI LL E, 199 7) , a s ab er :

• C 3 S (S ilicat o T ric á lcico )

• C 2 S (S ilicat o D icá l cico )

• C 3 A (A lum ina t o T ri c álcic o)

• C 4 AF (F er r o al um in at o T etr ac ál cic o)

P ara qu e o c im ent o Por tl an d ad qu ir a as pr o pri ed a des a glom e r a nt es e


e n du reç a é pr e c iso que um a s é rie de r e aç õ es de hi dr at aç ão
a co nt eç a.

E st es com post os, ao hi dr at a r em , c ri st ali zam - s e em 3 f as es di st i nt as:


s ilic at os d e cálci o hidr a t ad os ( C-S - H), c ris tai s de h id róx i do de c álc i o
( CH) e s ul f oal u m in at os d e cá lc i o.

S eg un do MEHT A & MO NTE I RO ( 19 94 ), os s ulf oal um ina t os d e c álc i o


c orr esp o nd e m a c erc a d e 15 a 20 % do vol u m e da p a s ta e nd ur ec i da,
s en do a f as e d e m en or dest aq u e par a o d ese nv o lvim ent o das
p r opr i e d ad es d a p ast a.

Já os s il ica t os de c álc i o hi d r at a dos poss u em um a com p osiç ã o


q uím ica qu e v a ria de ac or d o com a r el açã o ág ua /c im e nt o,
t em per at u ra e i da d e de hid ra t aç ã o. P or iss o r ece b em a ab r evi aç ão d e
43

C -S- H, o qu e n ão im p lic a n um a co m pos iç ão f i xa. Os C- S- H


r e pre s e nt am e nt r e 5 0 e 60% d o v ol u m e d e s óli do s d a pas t a hid r at a d a
de c im ent o Po r t lan d, se n d o re s po nsá v eis p el as res ist ênc ias
m ecân ic as a d qu ir i das ap ós o en d u re ci m ent o.

D if er ent em ent e d o C- S-H , os c ri st ais de hi d r óxi d o de c álc i o ( CH ) n ã o


c onc o rr em su bs t a ncia lm ent e pa ra a res ist ê ncia m ecâ n ica da p ast a
e n du rec id a. D ep e nd en d o d a qu a nt i da de d e C H, s e u ef eit o p o de s er
d el et é ri o, tor na nd o a p ast a s us cet ív el à a ta qu e s q uí m ico s.

O C a(O H) 2 , p r es e n te na f as e CH, é dis so lv i do pe la á g ua e a rr as t a d o


a tr av és dos p or os . Est e pr oce s so de dis s ol uç ã o a um e nta a
p o ros i d ad e d a pas t a e nd ur ec i da e, c om ela, s ua pe r m e abi li da de. I st o
i m plic a n a dim i nui ç ão d a r es ist ê nci a m ec ânic a e t or na nd o o co nc r et o
m ais s usce tí ve l a o at aq u e d e a ge nt e s del et é rio s.

3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE POZOLÂNICA

O índ ic e d e at ivid a d e po z ol â nica (I AP ) é ut ili za d o c o m o p arâm etr o


p a ra av ali aç ã o d e am os tr as d e m ater iais d est i na do s à ut ili zaç ão
c om o a diç ã o p o zol âni c a e/ o u m iner al .

D e ac or d o c om a NBR 12 6 53 (1 9 92 d), o IA P é um a das ex i gê nci as


f í sic as par a a c las si f ic ação de um m ater ial c om o s e nd o p o zol â n ic o.

A lém das d ef in iç ões , cl a ssif ic açõ e s e ex ig ê nci a s fí s ico- q uím icas


e st a bel eci d as p ar a os m at e ria i s p o zol â nic os , a AB NT d isci p li n a a
m et od olo gi a apl ica da à obt en ç ã o d os índi c es de at iv i d a de p o zol â nic a
( I AP) atr av és d a s seg ui nt es no rm as :

• N BR 5 75 1: Mat e r i ais P o zol â nic os – Det er m in aç ã o de At ivi da d e


P ozol â n ica - Í nd ic e d e At ivid a d e P o zol â nic a com Ca l (A BNT ,
1 9 92 a);
44

• N BR 57 52: Mat eri ais Po zo lâ nic os - Det e rm in aç ã o de At ivid a de


P ozol â n ica com Cim ent o Port l a nd - Ín dic e de At ivid ad e
P ozol â n ica c om C im ent o (A BNT , 1 99 2b ) ;

• N BR 57 53: Cim e nt o Por tl a nd Po z olâ nic o - Det erm i naç ão da


P ozol a n icid a de ( A BNT , 199 2c) .

A s NBR ’s 57 51 e 5 75 2 d ete r m ina m o s ín dic es d e at iv i d ad e p o zolâ nic a


p el o c om pa r at iv o de r esis t ên c ia e ntr e c orp o s d e pr ov a o rig in a is de
c al o u c im e nt o P ort l an d e a m ost r a s co m su bst it uiç ã o p or m at er ia l
p o zol ân ic o. A NBR 57 53 ut ili za m ét od os q uí m icos p ar a d et er m in aç ão
da at ivi d ad e po zolâ n ic a. Es t es en s ai os s er ã o d es crit os m ais
d et al h a dam e nt e n o ca pí t ul o 5.

E m bor a s eja r ec on he ci d o o m ér it o d a s nor m as em cr iar m et odo lo gi as


p a ra a c om p ar aç ã o das at ivi d ad es p o zol â nic as , co ns i d er an do q u e os
m at eria is c om m aio r ati vi d ad e p o zo l ânic a se r i am m el hor es pa r a o us o
c om o c im e nt o P ort la nd, al g uns a ut or es c rit ic a m as s ol uçõ es
a d ota d as p or es t as n or m as . RÊ GO et al (2007) cit a qu e a
h et er og en ei d ad e ent re os m at eri ai s p o zo lâ nic o s e xplic ari a a
i nca p ac i da de d e c riar um m od el o ún ico pa ra a ava lia ç ão d os í n dic es
d e ati vi da d e p o z o lân ic a (I AP) , e q ue es tes e nsa ios ap re s ent ari am
a p en as t en d ênci a s ge r a is s obr e a ativ id a de p o zo lâ ni c a d o m at er i al
e ns ai ad o. Z A MPI ERI (19 9 4, ap u d RÊG O , 200 7 ) cit a q ue o s m ét od os
p a ra a a v ali aç ão da at ivi d a de p o zo lân ica s ão um a c om bin aç ão de
m uit os f at ore s, q u e n a m aior i a d as ve zes, n ã o po d em ser to talm e nt e
c ont r ol ad o s. As ca r act e r ís ti cas f í sica s e/ o u m iner al ógic as do
m at eria l, b em com o a d osa g em uti li zad a, ali ad o s aos f at ores
e xt er n os com o o c im ent o ut i li z ad o, a rel aç ã o á gu a /( agl om er a nt e +
a diç ã o) , a t em pe r at ur a e as co n diç ões de c ur a , sã o det er m in an t es
n os re s ult ad os d es t es t est es. A s sim , s egu n do es se a ut o r , os
r e quis itos b ásic os pa ra um a m eto d ol ogi a d e ens ai o se r iam :
45

a ) S er h ábi l p ar a d ist ing ui r e nt re m ate ri ais p o zo lâ nic o s o u nã o;

b ) F or nec er i nf o rm aç ões s ob re o gr a u de at ivi da d e p o zo l ânic a da


m ist ur a, al ém d e d ad o s s o br e o des e nvolv im ent o d a r e s ist ênc i a
d a m esm a;

c) P erm it ir a a v ali aç ã o d o s res u lta d o s n um cer to es paç o d e te m po,


p a ra q ue p oss am ser ut ili za d os o q u ant o a nt es p el a i n dús tr ia d a
c onst r uç ão.

3.3. CIMENTO PORTLAND E CONCRETO COM ADIÇÕES POZOLÂNICAS

S eg un do ME HT A & MO NTE I RO (1 9 94 ), a ec on om ia de c ust os d ev e


t er sid o a ra zão pri ncip al pa r a o des env olvim e nt o d e cim e n tos
P ort la nd com p ost os c om ad iç õ es m ine r ais, s ejam e las po z ol ân ic as,
c im en ta nt es ou de ef eit o f í ler.

A u tili zaç ã o d e a diç õ es m in er ais al t era as pr op rie d a des r e ol óg ic as,


m icr o e m ac r oes t r ut u rais d os ci m e nt os, a rg a m ass as ou c onc r et os,
p o de n do pr ov e r b en ef í cios ou nã o. A m ai or p art e des t as al te r aç õ es
e st á ass oci ad a à gr a nu lom e tr i a f in a das adiç õ es ( ef ei to f í sic o), à
a tiv id a de p o z ol âni c a (ef eit o q uí m ic o ), ou a com bi n açã o de am bos. O
b e nef i ciam e nto ca us a do pel a s a di ç õ es m iner ais é f un ção d ir et a d a
d os ag em , con d iç ões de cur a, c ar act er ís t ic as f ís ico - quí m ic as e
m iner a l ogi a d o m a t eri al em pr e ga d o ( DA L MO LI N, 2 00 5) .

A s a diç ões po zol â n icas d evem p oss uir a ca pac id ad e de s e c om bi n ar


c om o Ca ( OH ) 2 pr od u zi do d u ra nt e a hi d rat açã o d a p a s ta de c im ent o
P ort la nd, evit a n do os ef eit os n eg at iv os d esc rit os a nt er i o rm en t e.

O s m a ter iais p o z o lân icos pos s uem os m esm o s ó xid o s ut ili za d os no


c im en to P ort l an d ( SiO 2 , Al 2 O 3 e F e 2 O 3 ), q u e ir ã o re agi r c om o
C a(O H) 2 . Es ta int e r aç ão r ec eb e o n o m e de r eaç ã o p o z olâ nic a.
46

MEHT A & MO N TE I RO ( 19 94 ) d es cr ev em si m plif icad a m ent e a


f or m aç ão d e C-S- H a p art ir de c im ent o Por tl an d e c i m ent o Por t l a nd
p o zol ân ic o da s eg uint e f or m a:

• C im ent o P or tla n d ( re aç ã o r á pi d a) :

C3S + H → C-S -H + CH

• C im ent o P or tla n d po z ol ân ic o ( re aç ã o le nta ):

Po zo l an a + CH + H → C-S- H

D as re a ç ões p o zolâ nic as d ec o rr em t rês asp ec to s po sit iv os p ar a a


q u ali d ad e d a p ast a:

I . A r eaç ão é m a is lent a, s e com p ar ad a a o c im ent o Por tl a n d


com um . A ssim , a lib er açã o d e ca l or e a um ent o d a res ist ênc i a
t am bém a co nt ec e m de f orm a m ais len t a.

I I . A r eaç ã o p o z ol ân ica c ons om e C a( O H) 2 p r es ent e, a o i nvés d e


lib er á-l o. Est a i nte r aç ão é r es p o ns áv e l pel a f or m a ção de
pr o d utos c om pr o pri ed a de s a glom e r a nt es, d o m esm o tip o dos
f orm ados n a hid r a ta çã o d o s C- S- H, po rém d e n atu re za dif ere nt e,
com re laç ão C a O / SiO 2 m ais b ai xa (m e n o s alc a li nos ) , m ais
res ist ent e a os m eios a g ress iv os . A f igura 3. 1 m ost r a as
m ud a nças n a pr o p orç ão d o C a(O H ) 2 d ur ant e o p erí od o de cu r a,
com par a n d o um a a m ost r a c ont en d o a p en as cim e nt o P ort l an d com
out r a, q ue poss ui 4 0% de m ate ria l p o zo l â nic o.
47

Figura 3.1 – Hidróxido de cálcio X cura


Fo nte : L EA, 19 71

II I . O s pr o dut os d es t a re aç ã o s ã o ef icient es n o pr e e nc h im e nto d e


esp aços c a pil ar es g ra n des , pr om ov e nd o i ncr e m ent o da
im p erm e a bi li da de, c om cons e qü ent es m el h ori as d a re sist ênc i a
m ec ânic a e du r a b ilid a de. MET HA ( 19 8 7 ) es t u do u os ef eit os da
hid r at aç ã o p or m eio de um t est e de p e net r aç ão d e á gu a em
cor pos- d e- pr ova com perc ent u ais de te rr a de Sa nt or i ni em
sub st it u iç ão ao cim ent o P or tl an d, conf orm e ap r es ent ad o na
t ab ela 3. 2.

Tabela 3.2 - Penetração de água em pastas de cimento Portland e pozolana


PROFUNDIDADE DE PENETRAÇÃO (mm)
TEMPO DE
HIDRATAÇÃO Terra de Santorini
Cimento Portland
10% 20% 30%
28 dias 26 24 25 25
90 dias 25 23 23 22
1 ano 25 23 18 15
Fonte: MEHTA, 1981 apud MEHTA, 1987.
48

O bs erv a-s e a re d uçã o s ig ni f ic at iva na p erm e ab ili da d e d as am ost ras


c ont en d o 20 e 3 0% de m at er ia l po zol ân ic o a p ós um ano. E st a
r e duç ã o é d e c or r e nt e da r eaç ã o po zo l ânic a, que t rans f or m a o
C a(O H) 2 em C- S- H , re d u zi nd o, ass i m , a lar g ur a d os p or os c a pil ar es .

S ANT O S ( 19 92) a c re dit a q ue al gum as p o zol an a s pos s am a p res e n tar


e f eit os b e néf icos sob r e as r eaç õ es álc ali- a gr e g ad o, ini bi nd o- as o u
i m ped in do - as, por s erem ca pa z es d e re a g ir o u a ds or ver os álca lis
l ib er ad os pe lo c im ent o ( ge ra lm e nt e exp r ess os p o r K 2 O e N a 2 O ). E st a
o pi ni ã o é c o m pa rt i lha d a po r MEH T A ( 1 98 7), q ue c ita d uas c o rr en t es
d e p esq uis a so br e o ass unt o . S e g un do el e, alg u ns pes qu is a d ores
a cr ed it am q ue a r e aç ão á lcal i- ag re ga do é c aus ad a pe la p r ess ã o
o sm ót ic a, q u an do o gel de si l ica t os alc al i nos abs or v e gr an d es
q u ant i d ad es de ág ua. De p en d e n do do t am a n ho dos g rã os,
r e at ivid a de e pe r c ent ual de m at e ri al p o zo lâ nic o n a am ost ra, o gel
p o de ri a se r dis t ri b uí d o u nif orm em e nt e a o lo ng o do co n c ret o, ev it a n do
a f orm açã o de um a m as sa co nc ent r ad a do g el, qu e p od er i a c a usar
p r ess ã o osm ót ic a loc a li zad a s uf ic ient e p ar a a r upt u ra. Ent r et a nt o,
o utr os pes q uisa d or es ac re dit am q u e, na pr ese nç a de m at e r i al
p o zol ân ic o, a o i nv és de g el d e sí li c a alc ali na , s ã o f or m ados silic at o
d e c álci o alc al i n os d e ba ixa ra z ão álc ali/ ag re ga d o , q ue p oss u i
s olu bi lid a d e m ais lev e. E nt r et a nt o, o aut or a l ert a qu e n em t od as as
p o zol an as n at ur a is sã o ef et ivas no c om b at e à r eaç ão á lcal i-
a g re ga d o. A f i gura 3. 2 a p res e nta a ex pa n s ão perc e nt u al d e um a
a m ost r a de t e rr a d e S ant ori ni, em re l açã o a o te m p o d e cur a.
49

Figura 3.2 – Expansão (%) X cura


Fo nte : M EHTA, 1 981 apud M EHTA , 198 7.

MI ELE NZ ( 19 5 0, ap u d S a nt os, 1 9 9 2), desc rev e res u m idam e nt e as


v ant ag e ns e d es va nt a ge ns d ec o rr e nt es d o em pr eg o d e po zola n a s em
c onc r et os, a s a be r :

V an tag en s:

• A reaç ão ál c ali- a g re ga do po d e se r m uit o r et a rd a da ou i nib id a;

• A r esis tê nc i a do conc ret o ao at aq ue p or ág u as nat ur a is,


e sp ec i alm ent e as r ic as em s ulf a to, p od e se r a u m ent ad a;

• A pro duç ã o d e c al or p or es t rut ur as m aciç as p od e se r re du zi d a;

• A q u a nti d ad e e o cus to do com p o ne nt e c im ent o p o dem s er


r e du zi d os;

• A resi st ê nci a à t ra çã o do c onc r et o p od e s e r a um ent ad a;

• A perm e abi lid a de do c onc ret o p od e ser r ed u zi da ;


50

• P rop r ie d ad es ant e s no iní ci o d a pe ga p od em ser m e lho ra d as


( t ra bal h ab i li da de, t end ênc ia à se gr eg açã o e exs u d aç ão de
á g ua ).

D es v an t ag e n s:

• A um en to do c ons um o d e á gu a, co m c onse qü e nt e a um ent o d a


r et r aç ã o p o r s ec a g em ;

• P oss ív el d im inu i çã o d a res ist ê ncia à com pres s ã o;

• P oss ív el dim i n uiç ão da r esis tê nc i a ao con g e l am ent o e/ o u


d esc o n g el am ent o;

• D im inuiç ã o d a v el ocid a de de en d ur e cim e nto e d ese nv olvim e nt o


d a r esis t ên ci a m ec ânic a;

O ef eito de a diç õe s p o zol ânic as sob r e o c al or d e hid r at aç ã o f o i


e st u da d o p or MA SS AZ Z A e CO STA ( 19 79 ) a p ud M EHT A( 19 8 7) . Os
p es qu is a d ores de m onst r a ram a re du ç ão d o c a lor de h i dr at aç ã o c om o
u so d e a di ç õ es p o zol â nic as , co n f or m e ap res e nt a do p e la f igur a 3. 3.
P od e- se o bse r va r qu e a r el aç ão de dec r ésc im o do c al or de
h id rat açã o nã o é pr op or ci o na l a o pe r ce nt u al de c i m ent o Po r tl a n d
s ubst it uí d o.
51

Figura 3.3 – Calor de hidratação X % de material pozolânico


F on te : M ASSAZZA e CO ST A (19 79 ) apu d M EHT A (19 87 ).

A lém dos tem as j á ab or da d os n est e c apít u lo, MEHT A ( 19 87 ) t am b ém


p es qu is o u as p r o pri ed a des de c oncr et os co n t en do a diç ões
p o zol ân ic as, e nt re el as: des e n volv im e nt o da res ist ênci a à
c om pr ess ã o, r es is t ênci a ao at a q ue de s ulf at os e a ret r aç ã o po r
s eca g em . As f igur as 3. 4 e 3. 5 m ost r am o s r es ult ad os dos ens ai os d e
r esis t ênci a à c om p res s ão exec ut a dos pel o el e.

Figura 3.4 – Resistência à compressão até 28 dias


Fo nte : M EHTA, 1 981 apud M EHTA , 198 7.
52

Figura 3.5 – Resistência à compressão até 1 ano


Fo nte : M EHTA, 1 981 apud M EHTA , 198 7.

Até o vi gés im o oit av o dia, as am os t ras c o nt e nd o po zol a n a


a p res e nt ar am in cr em ent o s ubs t a nci a l à r es is t ê ncia. En t r eta n to, ap ós
u m an o, os r es u lt ad o s das am os tr a s c o nt e nd o 20 e 3 0% d e t err a d e
S ant o rin i f icar am m uit o pr óx im o a o p a dr ão de r ef erê n c ia, e a am os tr a
c ont en d o 1 0% d e po z ol an a t ev e u m des em pe nh o m elho r q u e o
p a dr ão.

E m relaç ã o à r et ra ç ão p o r s ec a ge m , am o st ras co n ten d o c im ent o


P ort la nd - p o zola n a c om um ente a p r es ent am m ai ore s v alor es se
c om pa r a das à am o s tr as com s om ent e c im en to Por t l an d. Ent r eta n to, o
a ut or cit a q ue ne m s em pr e ist o oc or r e. Seg u nd o e l e , ex ist em du as
e xpl ic aç õ es pr ová veis p a r a os v al or es d e ret r aç ão de am ost r as
c ont en d o po zol an a n em s em pr e s ej a m t ão al tas q u a nt o o es pe r a do. A
p rim e i ra é q u e o e f eit o res tr i n ge nt e d o a gr eg ad o na re t raç ã o da p ast a
é m ais det er m in an t e q ue a inf lu ênci a d a p o zol a na s o br e a am os t r a.
O ut ra te or i a é a d e qu e a pr e s enç a de p o zol a n a na a m o st ra t o rn a a
z on a de t ra ns iç ã o p ast a- a gr eg ad o m ais f or te, se com p ar a da à
a m ost r a s em po zol a na, c ons i d e ra nd o-s e a mesma relaç ã o
á g ua/ cim e n to. N es t e cas o, h á um a u m ent o da r esis t ên c ia à t r aç ão e à
f lex ão, c om con s e qü ent e a um ent o d a res ist ê ncia à r et r açã o.
53

A f igur a 3. 6 m os t r a a r etr açã o po r s eca gem p er c e nt u al em rel aç ã o ao


t em po d e c u ra de am os t ras c ont e n d o t er ra de S ant ori n i.

Figura 3.6 – Retração por secagem X tempo


Fo nte : M EHTA, 1 981 apud M EHTA , 198 7.

Q ua nt o à r esis t ên cia a o ata q ue de sul f at os , MEHT A a f ir m a que a


a diç ã o de m ate r ia l p o zolâ nic o ao ci m ent o P o rt l an d t r a z be n ef í ci os,
p ois a r eaç ã o po zol â nic a, al ém d e dim in ui r a p e rm ea bil id ad e d o
c onc r et o, t am bém f or m a prod u tos m ais res ist e nt es aos s u lf a tos
( C-S -H com b ai x a rel aç ão C aO / SiO 2 ) . As t abela s 3 .3 E 3. 4
a p res e nt am os res ulta dos d as p es q ui sas d o a ut or s o br e a ex pa ns ã o e
a r esis t ênc ia à c o m pres sã o d e c or p os - de- pr ov a im ers os em soluç ão
d e s ulf atos .

Tabela 3.3 - Expansão de corpos-de-prova imersos em sulfatos (solução 10% Na2SO4)


EXPANSÃO
AMOSTRA
4 semanas 8 semanas 12 semanas 26 semanas
Cimento Portland 0,004 0,034 0,212 0,520
10% Terra de Santorini 0,006 0,018 0,071 0,285
20% Terra de Santorini 0,007 0,010 0,048 0,050
30% Terra de Santorini 0,006 0,008 0,027 0,050
Fonte: MEHTA, 1981 apud MEHTA, 1987.
54

Tabela 3.4 - Perda de resistência à compressão (solução 4% Na2SO4)


RESISTÊNCIA RESISTÊNCIA
PERDA DE
AMOSTRA ANTES DA APÓS 28 DIAS DE
RESISTÊNCIA
IMERSÃO (MPa) IMERSÃO
Cimento Portland 18,0 6,1 65%
10% Terra de Santorini 18,5 9,5 49%
20% Terra de Santorini 16,1 12,9 20%
30% Terra de Santorini 15,2 12,8 16%
Fonte: MEHTA, 1981 apud MEHTA, 1987.

A m bos os r es ult a dos dem o nst r ar a m a su p eri or i da d e d as am ost r as


c ont en d o 2 0 e 3 0 % de ad içã o po z o lân icas . E nt r et a nt o, ass im com o
o co rr e nas inf or m açõ e s s o bre as r e aç õ es á lc ali - a gr eg ad o, nem to d as
a s p o zo la nas m el h or am a du r a bil id a d e d o c o ncr eto qu a nt o ao ata q u e
d e s ulf atos .

N os di as atu a is, c om o cr esc e nt e em pre g o de ad iç õ es po z ol ân icas


a os c im ent os e c onc ret os, a s v a ntag e ns e d esva n ta ge n s des c r itas
d ev em ser v erif ica da s pa r a c a da c as o, já qu e exis tem vá ri as o pç õ es,
c om dif er enç as e n tr e s i q u ant o à c o m posiç ã o e a plic a ç ões, c o nf orm e
a p res e nt ad o n os it ens 2. 1 e 2. 2 do pr ese nt e t r a ba lh o. O s pr o blem as
c om o aum ent o de c o ns um o de ág ua, p or exem p lo, po d e ser
a te nu a do ou res ol vido c om a ut ili za ç ão d e a dit iv os p l ast if icant es o u
s up er p l ast if icant es . Já os pr o bl em a s rel ac i on ad os c o m a r et raç ã o
p lást ic a p o dem s er so luci o na d os p or m ét od os ef ic a zes de c ur a.

3.4. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE ADIÇÕES DE CERÂMICA


VERMELHA MOÍDA

S ANT O S (1 99 2) c o nsi d er a q ue a ati v ida d e p o zo lâ nic a é t ant o m aio r


q u ant o f or o t eo r d e sí lic a am or f a ( n ão cr ist ali n a) do m a ter i al.
E nt ret a nt o, o aut o r res sa lt a q u e nã o há um a q ua nt if i ca ção ex at a q u e
d ef in a o te or d e sí lica p ar a qu e o m ate ria l sej a c o ns id er a do c om o
p o zol ân ic o.
55

A p ote n cia lid a de d o uso da m et ac au l i nita e d os res í d u o s de p r o duç ão


d e t i jol os c er âm ico s q u eim a dos e f ina m e nte m oíd o s, c o m o su bst it u tos
p a rci a is d o cim en t o P ort la n d, f oram es tu d a dos po r FA RIA S FI LHO ,
R OLI M e T O LEDO F I LHO (2 0 00 ) . Ne ss e t ra b a lh o, os m at er iais f or am
c ar ac t eri za dos f í s ica, q uím ica e m iner alo gic am e nt e, a lé m de
d et er m in ad o o í ndi ce d e at ivi d a d e p o z olâ nic a c om cim e nt o Port l a nd.

A t ab el a 3. 5 e 3. 6 a p res e nt am , r es pec tiv am ent e, as c ar ac te rí st ic as


f í sic o-quí m icas , r e sist ê nc i a à c om pr ess ã o e í nd ic e d e at iv i da d e
p o zol ân ic a do t ij ol o m oído e d a m et a c aul in it a.

Tabela 3.5 - Propriedades físico-químicas


PROPRIEDADES QUÍMICAS
CP II F 32 METACAULINITA TIJOLO MOÍDO
E FÍSICAS
SiO2 (%) 17,32 60,02 65,98
Fe2O3 (%) 1,40 1,19 6,15
Al2O3 (%) 6,70 29,91 23,25
CaO (%) 56,00 traços nulo
MgO (%) 11,28 traços traços
NaO2 (%) 0,06 nulo 1,35
K2O (%) 0,73 traços 1,82
Perda ao Fogo (%) 5,58 8,60 0,85
Resíduo Insolúvel (%) 0,41 --- ---

% Grãos <74 µm (via seco) 96,3 100 100


% Grãos <43 µm (via úmida) 69,2 71,2
Densidade (kg/dm³) 3,10 2,69 2,69
Fonte: FARIAS FILHO, ROLIM e TOLEDO FILHO, 2000.

Tabela 3.6 - Atividade pozolânica com CP II F 32 após 28 dias de cura


Resistência à Índice de Atividade
Traço em Peso
Compressão (MPa) Pozolânica (%)
Referência
1,0:1,5:0,41 25,03 100
(CP:areia:a/c)
Tijolo Moído
0,65+0,35:1,5:0,41 31,80 127
(CP+TM:areia:a/c)
Metacaulinita
0,65+0,35+1,5+0,41 34,85 139
(CP+MC:areia:a/c)
Fonte: FARIAS FILHO, ROLIM e TOLEDO FILHO, 2000.
56

A t abel a 3. 7 ap r e sent a o t eor d e hid r óx id o d e c álci o pr es ent e n a


p ast a d os cor p os de pr ov a ap ós 2 8 dias de c ur a.

Tabela 3.7 - Hidróxido de cálcio presente na pasta após 28 dias de cura


Substituição do Cimento Teor de Hidróxido de
Material
Portland (%) Cálcio (%)
Tijolo Moído 20 7,02
Tijolo Moído 40 4,04
Tijolo Moído 50 3,30
Metacaulinita 20 6,19
Metacaulinita 40 2,13
Metacaulinita 50 0,78
Fonte: FARIAS FILHO, ROLIM e TOLEDO FILHO, 2000.

A tab ela 3. 6 i ndi c ou a bo a re at ivi da de p o zolâ nic a qu e a m bos os


m at eria is a pr ese nt am , c om vant ag em p ar a a m et ac a uli n ita.

T ant o a m et aca u li nit a q ua nt o o tij o l o m oí d o, a pr ese n t ar am v a lor es


s ign if icat iv os d e SiO 2 e Al 2 O 3 , com pr ov a nd o a po t en c iali d ad e d es tes
m at eria is q ua nt o à at iv i d ad e p o zo lâ n ica. A t a bel a 3. 7 c onf irm a e st a
t eor ia, m os t ra nd o o decr ésc im o d o t eor d e hi dr ó xid o d e c álc i o em
f unç ão do a um e nt o d a s u bst it uiç ã o do c im e nt o Po r tla n d.

A t abel a 3. 8 a pr e s ent a a ev oluç ã o d a res ist ênc ia à c o m pr ess ã o ax i al


p a ra ar gam as s as , com pa ra nd o um t raç o d e r ef e rê nc i a, com tr aç os
c ont en d o su bs ti tu iç ão do cim e n to Po rt l an d po r 3 0% de ti j ol o
q u eim a do m oí d o ou m eta c au lin it a. É pos sí v el o bse rv ar o g an h o de
r esis t ênci a em t odas as i da d es , m ais ac en t ua d am en t e a os 2 8 d i as,
c onf irm an do a r e at ivid ad e q u e es tes m at eria is a pr ese nt am .

Tabela 3.8 - Resistência à compressão simples (MPa)


MISTURA 28 DIAS 90 DIAS 120 DIAS 200 DIAS 365 DIAS
Referência (1:1,5:0,41) 25,05 30,60 33,54 38,88 40,45
Tijolo Moído
31,71 33,35 35,32 40,17 40,50
(0,7 CP + 0,3 TM) :1,5:0,41
Metacaulinita
37,79 36,67 39,19 42,57 43,05
(0,7 CP + 0,3 MC):1,5:0,41
Fonte: FARIAS FILHO, ROLIM e TOLEDO FILHO, 2000.
57

4. CERÂMICA VERMELHA

4.1. INDÚSTRIA CERÂMICA

O set or i n dus tr ial da c er âm ic a é b ast a nt e di v ers if ica do e p o de s er


d ivi di do nos s e gu i nt es s egm e nto s: c er âm ica ve r m elh a, m at eri ai s d e
r ev es t im ent o, m at eri ais r ef rat ári os , lou ç a sa nit ár i a, is ol a do res
e lét r icos d e po rc el an a, l ouç a de m es a, ce r âm ic a ar tí st i c a ( d ec or a tiv a
e uti lit ár i a), f ilt ros cer âm ic os d e á gu a p ar a us o d om és ti co, cer âm ic a
t éc nic a e is ol an t es t ér m ico s.

O ra m o da c er âm i c a v erm el h a com p re en de m at e ri ais c om c olor aç ão


a ve rm elh a da em p r eg ad o s n a c o nst ru ç ão ci vil ( ti jol o s, bloc os , tel has,
e lem e nt os v a z ad o s, lajes, tu b os c e râm icos e ar gil a s e xp an di das ) e
t am bém ut e nsí li os de us o d om és tic o e d e a do r n o.

O s dad os d o s et o r ce râm i co br a sil ei r o dif er em e ntr e a s as soc i açõ es


r e pre s e nt at iv as. De ac or d o c om a AB C ( As soc i aç ã o Br asil eir a d e
C er âm i ca), o s et o r é d e f ic ient e em da dos e st atí s tic os e i n dic a d or es
d e d es em pe nh o, dif icul ta nd o um a v isão glo b al so b r e o a ssu nt o. N o
c aso es pec if ico d a c e râm i c a ve r m el ha, os da d os ap r e sent ad os p e la
A BC s ão em pí ri c os, de ac or d o co m valor es o bt id os em art ig os
c ient í f ic os e j un t o ao m erc ad o. Est e lev a nt am e nt o é d if icul tad o p el a
q u ant i d ad e de e m pres as e s u a dis tr i bu iç ã o, q u e at in g e t o do o
t er rit óri o n ac i on al.

A s t ab elas 4. 1 e 4. 2 a pr ese nt am os d a dos d o s et o r d e c er âm ic a


v erm el ha no Br as il , d e ac or do c om a ABC e ANI CE R.
58

Tabela 4.1 - Cerâmica vermelha no Brasil (ano 2003)


CERÂMICA VERMELHA
Número de Unidade Produtoras (empresas) 7.000
Número de Peças/Ano (bloco) 25.224.000
Número de Peças/Ano (telha) 4.644.000
Quantidade Produzida (em massa t/ano) 64.164.000
Matéria-Prima (argilas) 82.260.000
Produção Média por Empresa (peças/mês) 365.000
Faturamento (R$ bilhões) 4,2
Empregos Diretos 214.000
Fonte: ABC, 2007a.

Tabela 4.2 – Cerâmica no Brasil


N.º DE % POR ÁREA PRODUÇÃO CONSUMO DE
EMPRESAS (PEÇAS/MÊS) ARGILA
(TON/MÊS)
Blocos / tijolos 3600 63 4 bilhões 7,8 milhões
Telhas 1900 36 1,3 bilhões 2,5 milhões
Tubos 12 0,1 325,5 km
Empregos 400.000
Diretos
Fonte: ANICER, 2007.

S eg un do a AB C ( 20 07 a), a i nd úst r i a ce râm ic a t em p art ic i paç ã o n o


P rod u to I nt er n o Br uto ( PI B) es t im a do em 1% , cor r esp o n de nd o a c erc a
d e 6 bi lh õ es d e dól ar es . Par a a A NI CER ( As soc i açã o N ac io na l d a
I nd ús t ri a Ce r âm i ca , 2 00 6) , a i nd úst ri a c er â m ica v erm e l ha
c orr esp o nd e ri a a 4, 8% d a i n d úst ri a da c o nst r uç ão ci vil br asil e ir a,
c om f at uram ento a nu al d e 6 bil h ões de r e ais.

E m bor a h aja di s c or dâ n ci a e nt r e os da dos d as du as a s soc iaç õ es , os


n úm er o s sã o re pr ese nt at iv os d a im po rt â ncia do set o r cer âm ic o na
e co nom i a br as il eir a. São m ais d e c inco m il em pr es as atu a n d o n a
f abr icaç ão de c er â m ica ver m el ha .
59

4.2 MATÉRIAS-PRIMAS DA CERÂMICA VERMELHA

A s m até rias -p ri m a s pa ra pr o dut os e m gr a nd e es ca la ( tij ol os, bl oc o s,


r ef rat ár io s, et c. ) t em ori g em n a na t ur e za, r ec eb e nd o p o u co ou
n e nh um b en ef icia m ent o pr évi o, dif er ent em ent e d e c er âm icas par a
e let r ô nic a o u e let rot éc nic a. A m at ér ia- pr im a b ásic a p a r a f abr ic aç ã o
d e c er âm i ca verm elh a é a ar gil a, q u e c orr esp o nd e à q uas e t o tali d a d e
d e s ua c om p osiç ã o.

A pal avr a “ a rg ila ” vem do gre g o á r gil os, q u e em la t im cham a-s e


a r gil a (F ERRE IR A, 200 4) . O t erm o é ut ili za d o p ara den om in ar e
c ar ac t eri za r um a g am a de m ate r iais , de pe n de n d o da ár e a de
a tu aç ã o. V ul ga rm e nt e, é a d esi g n aç ã o d e um sol o de gr a n ul açã o f ina,
t ex tu r a te r ros a e c om por t a m ent o pl á st ico q ua n do um ed ecid o s.

A ar gi la t em p r op r ie d ad es es tr ut ur as de um so l o co e siv o. Os
a r gil om ine ra is , qu an do na pr ese nç a de ág ua, s ão r esp ons áve is p el as
p r opr i e d ad es f r esc as das arg il as , t ais com o : plast ic i da de, r es ist ê nc i a
m ecân ic a a úm i d o, r etr açã o l i n e ar de s e ca g em , c om pac t aç ã o,
t ix otr o pi a e vis c osi d a de d e s us pe ns õ es a qu os as.

N a m ec â nic a d os solos e e ng en h a r ia, o t e rm o “a rg i la” é da d o a o


m at eria l n at ur al, c lass if icad o em e n saio de gr an ul om e tr ia, com p o st o
p o r p ar tí c u las ex t r em am ent e pe q ue nas , c o nst it uí d o e ss enci alm e nt e
d e a rg ilom i ne rais , pr inc ip al m e nt e si lic ato s hi drat a dos d e a l um í ni o,
f er ro e m a gn és i o , po de nd o c ont er out r os m in er ais q u e n ã o s ã o
a r gil om ine ra is ( q u art zo , m ic a, pi r it a, hem a tit a, e tc .) , m atér ia org â nic a
e o ut r as im p ur e za s ( SA NTO S, 1975 ) .

O te rm o f olhel ho s é ut ili zad o p a ra d es i gn ar r oc h as lam in a d as,


e st rat if ica das ou d et rí t ic as , cujos com p on e n t es p os su am
g r an ul om etr ia de s ilt es ou ar gil a s, pod e n d o p oss uir a m esm a
c onsi st ên cia qu e e st a o u a pr es e nt a r- s e com o um m at eri al a d ens ad o e
d u ro, ch am a do de ar gilit o (AB NT , 19 95 ) .
60

S ua com p o siç ã o, em bor a v ari áv e l, é f o rm ad a b as ic am ent e p or s ilíc i o,


a lum í ni o e á g ua, co m qu a nt id ad e s exp r ess iv as d e f er ro, m et ais
a lca li nos e alc a li n o-t e rr osos . En tr eta n to, al g uns t ip os d e a r gil as , com
a s f lint -cl a ys, em b o ra p os s uam bo a p a rt e d est es a t r ib uto s, n ão
a p res e nt am pl as t i cida d e qu a nd o m is t ur a d as à á g ua (S ANT O S, 197 5 ).
O t er m o n ão est á relac io na d o à or i gem des t es m at er iais, p od e n d o
d esi g na r sol os pr ov e ni ent es d e int em per ism o , aç ã o hid r ot erm al o u
s edim e ntos (f luviai s , m arinh os , lac us t res o u e ó lic os ).

A NB R 6 50 2 ( AB NT, 199 5) t r at a da t erm in ol og ia aplic a da a os


m at eria is da cr ost a ter r es tr e, r och as e solos , p ar a f ins de e ng en h ar i a
g e oté c nic a e f un d açõ e s. Alg um as d as d ef iniç õ es a pr es e nta d a s p or
e la s ão d esc rit as a se gui r :

a ) A rgil a : “ s ol o de g r an ul açã o f in a c on st it uíd o p or p ar tí c ula s com


d im ens õ es m en or es q ue 0, 0 0 2 m m , apres ent an d o c oes ão e
p last ic id a d e”.

b ) F r aç ão ar gil a: de s ign a a pa rc e la d e um s olo c u jas pa rt í cul as


p oss u em d iâm et r o s de nt r o d a f aix a g ra nul om ét ric a f ixa d a p ar a a
a r gil a.

c ) A rgil o m ine r a is: S ilica t os hid rá ulic o s de a l um í ni o, po d e n do


c ont er qu a nt id a de s v ari áv eis de fer r o, m ag n és i o, pot áss io,
s ódi o, lí ti o , et c . S ão g er al m ent e f orm a d os po r lam el as
c onst it uí d as p or e st rat os ou l âm in a s de t et r a ed r os d e SiO 4 e
o ct a ed ros d e A l ( O H) 6 , p os s uin d o cris t ali ni da d e v ari áv el. Os
a r gil om ine ra is se f orm a m por alt e r a ção d e m in e r ais prim ár ios
d as r oc h as í g n eas e m et a m órf ic as, c om o f elds pat os, p i r ox êni os
e a nf ibó l ios, ou são c o nst it ui nt es de ro c h as s e di m ent ar es.
P oss u em a pro pr i ed ad e d e a b so rv er às su p erf íc ies de su as
p a rt íc ul as q u anti d a d es v a ri áve i s de ág u a e í o ns. O s pr i nci pais
g r up os d e a r gi lom ine ra is sã o: cau lin ita, m ic as hi dr at a das ( Ex. :
i lít as ) e e sm ec t ita s .
61

d ) C au li nit a: si lic at o hi d rat ad o d e al um ín io pe r te nce nt e a o gr u po


d as c a nd ita s, c ar a ct eri z ad o po r est r ut ur a l am el ar f o rm ad a pe l o
e m pil ham e nt o r eg u la r d e c am ad as cons t it uí d as po r u m a f o lha
t et ra é d ric a d e s ílic a e um a f ol h a o ct a éd ric a de al um ina.

e ) I lit a: a r gi lom in er al do g r u po d as m ic as h i d rat ad as, f or m ado p or


l am el as q ue s ão c ons t it uí d as p or doi s es tr at os d e t et r a ed r os de
s ilí cio e u m d e o ct ae dr o d e a lum ín i o. A su a est r ut u r a é m ais
e st áv el qu e a d a s esm e ct ita s, im p e din d o a a dm iss ão de á g u a
i nte r lam e la r. O r igi na - se d as m icas p or d e g r ad aç ão ( p e r d a d e K
e ga n ho de H 2 O ), s em m odif icaç õ es est r u tur ais . P oss u i
c ap ac i da d e d e t ro c a cat i ônic a d e m édi a a b aix a e exp ans ã o
b aix a.

f ) E sm ect it as: f or m adas por l am el as cons t it uí d as p or u m es tr at o


d e oct ae dr o s d e a lum í nio ent r e d ois est r atos d e t et r a ed r os. As
e sm ec t itas poss ue m a c ap aci d a de d e a dm it ir H 2 O i nte rlam e l ar,
o q u e pro pic i a um a e le v a da ex pa ns ã o. O p r inc ip al ar gi l om ine r a l
d est e gr u po é a m ont m or i lo nit a.

S ANT O S (197 5) a c re dit a n a t en d ên c ia d e qu e os a rg ilom in er ais s e


c onc e nt r em em f aix as d e di âm et ro m enor es q u e 2 µ m , d ef end e nd o
q u e m at e ria is “ n ão -ar gi los os ” ge r a lm ent e est ão a use nt es a baix o
d est e di âm et ro, se n do a m elh or m aneir a de se pa r aç ão ( q ual i-
q u ant it at iv a) e nt r e os ar g il om in er a is dos nã o- ar gil om in er ais.

S eg un do P INT O ( 20 0 0 ), d ois t i pos de est r ut ur as est ã o p r es e nt es na


c om po siç ã o quí m i c a das ar gil as. Um a de las é f or m ada por te tr ae dr os
j ust a post os n um pla n o, co m át om os de silí ci o li ga dos à qu a tr o
á tom os de oxi gê ni o ( SiO 2 ) . A o ut r a, é f orm ad a p or oc t ae dr os, o nd e
á tom os de al um ín io sã o cir c u nd a d os p or ox ig ê ni o ou hi dr oxil as
[ A l(O H) 3 ] .

A lgu ns a rg il om ine rais , c om o a c a uli nit a, s ão f o rm ad o s po r um a


c am ad a t etr a é dri c a e um a oct a é dr ic a, c ha m a d a d e “es t rut ura de
62

c am ad a 1: 1”. E st e t ip o de c o nst it uiç ão a pr es e nt a c am ad as


f ir m em e nte e m pac o ta da s, c om l ig aç ões d e h id ro gê ni o , q u e im p ed em
a p e n etr aç ão d e m oléc ul as de á gu a. A f igu ra 4. 1 ap re s ent a a
e st rut ur a d a c aul i nit a e s er p e nti n e. A s let ras “G ” e “ B ” re pr es e nt am
c am ad a s oct a é dr i cas ric as em c át ions de alu m í ni o e m agn és io,
r es pe ct iv am ent e.

Figura 4.1 – Diagrama das estruturas da caulinita (esquerda) e serpentine (direita).


Fo nte : M I TCHE LL, 1 976.

O ut ro t ip o d e a r ra n jo é c om post o p or a e st r ut u ra oc t a é dric a é
e nc ont ra da e ntr e du as est r ut ur as t e t raé dr ic as (“ e st rut ur a d e cam a da
2 :1” ). A esm e ct ita e a ilit a s ã o ex em plos dest e t ipo d e f o rm aç ão.
D if er ent em ent e d o arr a njo a nt er io r , a s li gaç õ e s e nt r e as c am a da s é
o bti d a at r a vés d e í ons O 2 - . e O 2 + . Es t e t ip o d e li g aç ã o é m ais f rac a
q u e a a nte r i or. A s f ig ur as 4. 2 e 4.3 ap res ent am , r esp e c tiv am ent e, as
e st rut ur as da m ont m or i lo nit a e s ap on it a, e m us cov ita , ilit a e
v erm icul it a. As letr as “ G” e “B ” re p r ese n tam cam a d as oc ta éd r ic as
r icas em cát io ns d e al um ín io e m ag n ésio, r es pect iv am e nt e.
63

Figura 4.2 – Diagrama das estruturas da montmorilonita (esquerda) e saponita (direita).


Fo nte : M I TCHE LL, 1 976.

Figura 4.3 – Diagramas das estruturas da muscovita e ilita (esquerda), e vermiculita


(direita).
Fo nte : M I TCHE LL, 1 976.

O q ue dif ere n ci a o s ar g ilom i ner ais é bas ic am e nte o t i p o d e est r u tur a


e a s s u bs tit uiç õe s qu e po dem oc or r er, de nt r o d a es tr ut ur a, d o
a lum í ni o p or m ag nés i o o u f err o, e do s ilí ci o p or alu m í nio ou f er r o,
p ri nc i palm e nt e, e a c o nse q ü e nte n e ut r a li zaç ã o d as ca r g as r es id u ais
g e ra das p el as di f er enç as d e c ar ga s elé t r icas d os í o ns p or al gu ns
c át io ns. É com um , po r ex em pl o, a s u bst it uiç ão d e um á t om o d e silí c i o
( Si 4 + ) p or um de al um í nio ( Al 3 + ) na e st r ut ur a te t r a éd ric a. J á na
64

e st rut ur a oct a é dri ca, át om os d e al u m í nio po d em se r s ubst it uíd o s p or


á tom os d e m en or va lê nci a, com o os do m ag n ésio ( M g 2 + ), conf orm e
a p res e nt ad o n a f igur a 4. 3.

Q ua nd o na pr e se n ça d e ág u a, as pa r t í culas m in er ais d a a r gi la s of rem


f or ças d e at r aç ão e d e r e pul s ã o e nt r e e las . As f orç as d e at r aç ã o s ão
d et er m in ad a s p el as f o rças de Van Der W alls e de lig aç ões
s ecu n d ár ias , qu e at r a em m at eri ais a djac e nt es. A s f or ças d e r ep uls ão
d ec or r em das c a r gas lí q ui d as ne g a t ivas das pa rt í cul as , qu an d o as
c am ad a s du pl as e nco n tr am - se em cont at o. A es tr ut ur a d es t e tip o d e
s olo é det er m in ad a p el a com b i n açã o d est as f orç as. A libe r d a de d e
m ovim ent o das pl acas det erm i n a a cap a ci da d e d e a b sor ç ão de á g u a
d e c er t as ar g il as , det e rm ina n do a ex p ans ã o e/ ou cont r a ç ão das
m esm as. A f igur a 4.4 a pr es ent a o dia gr am a est rut u ral d a h al ois it a
h id rat ad a e nã o- hi dr at a da.

Figura 4.4 – Diagramas das estruturas da haloisita hidratada (esquerda) e não-


hidratada (direita).
Fo nte : M I TCHE LL, 1 976.

A s f i guras 4. 5, 4. 6 e 4. 7 ap res ent am as f ot om ic rog r af ia s d e am ost ras


d e c aul in it a, h a l ois it a e ilit a .
65

Figura 4.5 – Caulinita de origem inglesa - 17 µm.


F ont e: T O VEY, 1971 a pud M I TCH ELL, 19 76.

Figura 4.6 - Haloisita de origem americana - 2 µm.


F ont e: T O VEY, 1971 a pud M I TCH ELL, 19 76.
66

Figura 4.7 - Ilita de origem americana – 7,5 µm.


F ont e: T O VEY, 1971 a pud M I TCH ELL, 19 76.

S ANT O S (197 5) c onsi d er a qu e a ca r act er i zaç ão de arg i las é um


p r obl em a c om pl e x o, f ace a var ia bili d ad e de s uas pr o pri ed a d es,
n ec es sit a n do o e m pr eg o d e t écn ic a s s of i st icad as , c o m o m icr osco pi a
e let r ô nic a de t r ans m iss ã o e de v ar r e d ura. A ssi m , pro põ e a
d et er m in aç ã o d e s uas pr opr ie d ad es com o s e gu e:

I . T ext ur a;

I I . Com pos iç ã o Mi ne r al ó gic a;

II I . Í ons m ut áv eis;

IV . Pr op rie d a d es m icr om ét ri c as (G ra n ul om et r ia, área s up erf ic ial


esp ecí f ic a, f or m a dos gr ãos, p or os i d ad es, et c. );

V . Sis t em a ar gil a + águ a;

VI . Pr op rie d a d es t ec n oló gic as.


67

E m algu ns cas o s, em f un ção da a pli c açã o, as ar gi l as po d em r ece b er


d esi g naç õ es pr ó pri as , dec or re nt e s de a plic a çõ es tec nol ó gic as,
c om po siç ã o q uí m ic a/ m ine r a ló gic a ou or ig em ge ol ógic a, c o m o:
c aul ins , be nt o nit a s, argi l as r ef rat á r i as, f lint - cla ys, b al l c la ys e t err a
f uler .

A s argi l as m ais a pr opr ia d as p a ra u til izaç ã o f abr i caç ã o d e cer âm ic a


v erm el ha são a qu el as que c o nt êm em su a c o nst it uiç ão os
a r gil om ine ra is ilit a , de cam a das m ist as il it a-m o n tm oril o ni ta e c lo ri ta -
m ont m or il onit a, al ém de ca uli nit a, p eq ue n os t e or es d e m ont m or ilo nit a
e c om p os to s d e f er ro (A BC, 2 00 7 b).
68

5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS E RESULTADOS

5.1 VISITA À OLARIA E AMOSTRAGEM

F oi r ea li za d a u m a v isit a à f áb ric a de bl ocos c er âm i cos n o m ês d e


a g ost o de 2 00 6. Os r es í d uos sã o pr ove ni ent es de um a ol ar i a
l oca li z ad a n o m un ic í pio d e Rib ei rã o das N eve s, si t ua da na R e giã o
M et r op olit an a d a c ida d e d e B el o Ho ri z ont e, Min a s Ger ai s.

D ur ant e a v isit a, f or am obs e rva d o s os proc ess os p ro dut iv os, q u e


s er ão d esc rit os n o it em 5 .3. Na u nid a de es t ud a da, a pr od uç ão d e
b loc os c e râm icos os cil a e nt re 35 0 e 400 t /d ia út i l. O pe r ce nt u al d e
p e rd a é de ap r ox i m adam e n te 5% d o tot al p r o d u zid o ( 17, 5 a 20 t / di a
ú til) .

N a oc asi ão, f or am colet a d os s e par a dam e nt e os r esí d uos d e b loc os


d e v ed açã o e e st r ut ur ais , q u e est av am em pilh a do s j u n tos no pát i o d a
e m pre s a, à c éu a b e rt o. Pa r a n ão h ave r d úv i d as so br e os t ip os d e
r esí d u os , opt ou-s e pel a col e ta d e bl o c os int e ir os da pil ha, s e pa ra d os
m anu alm e nte p elo t ip o de seç ão, q ue sã o d if er e nt es ( ve d aç ã o o u
e st rut ur al ). As am ost r as f or a m ensa c a das, et iq uet a das e
t r ans p or ta d as p ar a os l a bo r at óri os da Es c ola d e E ng en ha ri a d a
U F MG.

O s res íd uo s s ã o rel at iva m e nt e hom o g ên e os, n ão s en do es p er a das


a lte r aç ões si gnif ica tiv as d as s uas c ar act erí s tic as f ís ico- quí m ica s a o
l on g o d o t em po.

N ão f oi pe rm it ido o r e gist r o f ot og ráf ico das ativ id ad es , eq ui pam e nt os,


e sp aç os d a in dúst r ia e o pr oc ess o de pr o d uçã o d as p e ç as c er âm i cas.
69

5.2. RESÍDUOS CERÂMICOS

O es tud o an alis a s ep ar ad am e nt e as am ost r as d e dois t i p os d e


r esí d u o: bl oc os c er âm icos p ar a a lve n ar i a de v e d açã o e b loc os
c er âm icos p ar a alv en a ri a est ru t ur a l.

T r ata -se d o r ef ug o d a pr od uç ã o d e t i jol os /bl oc os. S ã o p eç as q ue n ão


a p res e nt ar am qu a l id ad e d e ac a bam ent o, co nf or m ida d e dim e nsi o n al
ou pr o v en ie nt e de qu eb r as no pr o cess o pr od ut iv o, t or na nd o-s e
i na d eq u ad as a o com érc i o. Est es re s ídu os s ão c om um ent e c ham a d os
d e c ham ot e.

A f igur a 5. 1 ap re s ent a o r esí d uo d e bloc o s c e râm i c os pa ra a lve n ar i a


e st rut ur al .

Figura 5.1 – Bloco estrutural


70

5.3 PROCESSO DE PRODUÇÃO DOS BLOCOS CERÂMICOS

Na u ni da d e f abri l es t u da d a, o p roc e sso pr od ut ivo dos b loc os


c er âm icos a c ont ec e d a se gu i nt e f orm a:

1 . O b ten ção e T r a n sp or t e d a M a t é r ia- Pr i m a: As a r gil as q u e


s er ão util i zad as na f a br ic aç ã o dos bloc os c er âm i c os são
o bti d as d e j a zid as loc a li zad as n os a rr e do res d os m un i cí pios de
R ib eir ão d as Nev e s e Vesp asi an o, a m bos em Min as G er ais . S ão
a d qu iri dos t rês t i pos de a rgi las dif ere nt es , v ari an do -se a
p last ic id a d e ( t e o r de ar eia ) e n tr e e l a s.

2 . P r ep ar a ç ão d a M as sa : as ar gil as são m ist ur a das e nt re s i e


c om out ro pr od ut o , den o m in ad o f erc ok, qu e é u m a es péc i e d e
l am a de alt o-f or n o, q u e é a d ic io n ad o no t raç o d e 18: 1 ( em
v olum e, ar gil as: f erc ok) , c om i nt uit o d e ac ele ra r a qu eim a e
b a rat ear o c us to, c om a dim in uiç ã o do us o d a m at éri a- prim a
o ri gi nal.

De ac or do com CS T ( 20 07 ), a la m a de alt o- f or n o é um co-


pr od ut o ge ra do ap ós a eta p a de l ava ge m d o g ás d e alt o -f orn o e
a s e pa raç ã o d o s p a rt ic ula d o s s ól id os . Devid o a s e u a lt o t e or d e
car bo no (c er c a de 4 0% ), e la p r o porc io n a um te m po de
cam pa nh a (c o zim ent o) do lot e de t i jol o ou t el ha m e no r q u e o
usu al , c o ntr i bui n d o pa r a a e c o no m i a d e c om b u st ív el. Ess e
t em po c ai de a lg o em t orn o d e 8 0 ho ras de co z im ent o pa r a
ap rox im a d am ent e 48 h or a s. A pr es enç a d o car bo n o cont r ib ui
t am bém p ar a a o eq uilí bri o t é rm i c o dos f orn os , e vit an do o
co zim ent o m ai s r á pid o d e p a rt e d o l ot e o u per d a de p ar t e q u e
nã o f oi co zi d o ad eq u ad am e nt e dev i d o às dif ere nç as de
t em per atu r a n o f or no . Além dis t o, o teo r d e óx id o de f err o
pr es e nt e na l am a pr od u z um i nc r em e nt o de r es ist ê nc i a
m ec ânic a.
71

VI EI RA et al (20 0 7 ), es tu d ar am a i nc or p or aç ã o de l am a de a lto-
f o rno em c er âm ic a ver m e lh a e c o n side r am q ue est e res í d uo
poss ui gr an ul om et r ia ad e qu a da p ara es ta f ina li da de. E nt ret ant o,
sug er e q u e a ad iç ão de lam a de a lt o f orno se ja inf eri or a 5% do
pes o d a m as sa c er âm ica, d e m odo a evit a r p oss í vei s ef e itos
del et é ri os às pr o pri ed a des f í si cas e m ecân ic as d a c er âm i ca,
um a v e z q u e su a pe s qu is a dem o ns t r o u o a u m e nt o d a abs orç ão
de á gu a, r ed uç ão da t ens ã o de r u pt u r a à f lexão e a u m ent o da
ret r aç ã o l in ea r da c er âm ica qu eim a d a. A t a bel a 5. 1 a p r es ent a a
com posiç ã o quí m i ca d a l am a de alt o f orno e st ud a da po r es ses
aut or es .

Tabela 5.1 - Composição química de uma lama de alto-forno


CONSTITUINTES LAMA DE ALTO FORNO (%)
SiO2 4,94
Al2O3 2,22
Fe2O3 57,91
TiO2 0,12
CaO 2,97
MgO 0,77
K2 O 0,29
Na2O 1,18
ZnO 0,51
MnO2 0,54
P2O5 0,15
SO3 1,89
Perda ao Fogo 26,22
Fonte: VIEIRA, MARTINS, MOTHÉ, SANCHÉZ e MONTEIRO, 2007.

Na u ni d a de es tu da da nã o há um cont r ol e t ecn o lóg ico da


dos ag e m dos m at eri ais . A pr o p o rçã o ent r e os t ip os d e ar gi l a é
f e ita de m o do e m pír ico, d e ac or d o c om a s ens ibi l ida d e d o
op er ár i o, q ue av a li a m an ua lm e nt e a pl ast ic id a de da m a ssa.

Seg un d o a pró pr i a in d ú st ri a, a m ist ura d eve de sc a n s ar, p ar a


pr om over um a m elho r h om og en e i za çã o. O t em po i de al p ar a o
72

desc ans o é d e um a sem a n a, m as dif icilm ent e co nse g u e- s e est e


t em po, se nd o o m ais com u m o pe r í od o d e 7 2 ho ras , d evi d o às
nec es si da d e s d e p ro dut ivi d a d e d a i n dú st r ia.

3 . P r o du ção : A m as sa é t ra ns p ort ad a e i nt r o d u zid a num a li nh a de


p r od uç ã o m ecâ ni c a, c om pos t a p el o s seg ui nt es eq u i pam ent os:

T RIT UR ADO R ► L AM I N ADO R ► EX TR USO R ► COR TAD EI R A

A m as sa pass a pr i m eir o p el o t r itu r a d or, q ue pr om o ve u m m elho r


dest or r oam e nto e hom og e nei z aç ão . S egu e ent ão par a o
lam in a d or, q u e t e m a f unçã o d e d ar f or m a às peç a s.

Seg un d o AB C ( 20 07 b ), exis t e m div ers os pr oce s sos de


conf or m aç ão d e p r o dut os c er â m icos , e nt re e les a f un diçã o , a
pr ens ag em , o t or ne am ent o e a e x t rusã o , q ue é o m od el o
ad ot a d o p ela un i da de es tu d ad a . A m ass a c er âm ica dev e ter
com port am en t o pl ás tic o pa ra est e t i po de p r oce ss o.

A m ass a c er âm ica é c o l oca d a num a ext rus or a (t am bém


con he c id a c om o m aro m ba ), o n d e é f or çad a po r um pis tã o o u
eixo h elic oi da l , a t r av és d e um m olde, qu e d á f o rm a à s eç ã o
t rans v ers al d es e ja da. A m a ssa ext r u da da sa i de f or m a co nt í nu a
do e q uip am e nt o, s eg ui nd o p ar a a cor t a d eir a, qu e pr om ov e o
cor te t r a nsv e rs a l da c ol un a, at rav é s de um f io d e aç o. A alt u r a
da peç a, e nt ã o, é da da p ela v el o cid a de da est ei r a.

O t ijolo es tr ut u ral, qua n do p ro d u zid o nas dim ens õ es 39x 14x 1 9


(c om pr im e nt o, l ar gu ra e a ltu r a em c ent í m et ros ) p os su i p es o
úm ido a prox im ad o de 12k g. Ap ós a qu eim a, o p eso f ic ar á e n tr e
8, 0 e 8, 5 k g.

O tij ol o de v e daç ã o, q u an d o p ro du z i do n as dim en s õ es 29x 9x 19


(c om pr im e nt o, l ar gu ra e a ltu r a em c ent í m et ros ) p os su i p es o
úm ido ap r oxim a d o d e 5, 5 kg, e d ep ois d e q ueim a d o, de 3, 6 a
4, 0 k g.
73

4 . S ec ag em : A p ós se r c onf or m a do, o bloc o s e gu e p ar a um a


c âm ar a d e s ec ag em , on d e p er m a n ec e d ur ant e 1 8 h or as, n a
t em per at u ra e nt re 80 e 1 20 ºC. Es t a et ap a t e m a f ina lid ad e de
r et ir ar a á g ua d a m ass a de f orm a le nt a e g ra du al , evit an do q u e
a s p e ças s of ram pos sí vei s t e ns ões d ur ant e a q u eim a, evit a nd o-
s e tr inc as e f is sur as .

5 . Q u ei m a: t am bé m con hec id a c om o s int e ri zaç ã o. O blo co s eg u e


p a ra um a d as c âm ar as d o f or no e p a ssa p or tr ês f ases :

i. Aqu ec im ent o d a tem per at u r a am bi e nt e at é a t e m per a t ur a


des ej a d a;

ii. T em po det erm in ad o n a tem pe rat ur a es p ecif ic ad a;

iii. Resf ri am ent o at é t em p er at u ras i nf er i or es a 2 0 0 ºC .

O f o rno ut ili z a do é d o t i p o H of f m ann, co ntí n uo, c om c an al p ar a


vent il aç ão e r et ir ad a d a um id a d e. As p ar ed es sã o d e ti j ol o
cer âm ic o m aciç o, f orm an d o câm ar as s em i- in d ep en d ent e s.

As peç as s ão ar r um ad as em l otes de m il u nid a des d ent r o de


cad a c âm ara, d is pos t os s o b ab er t u r as exis te ntes n a est ru t ur a
sup er i or do f or no (t et o), l oc al p or o nd e e nt r a o c om bus tí v el. A
po rt a d a câ m a ra é s el a da c om u m a p ar e d e d e a lve na r ia de
t ijol os m ac iços .

Conf orm e o f ogo p erc orr e um a das câm a r as, a c âm ar a


adj ac e nt e é pré - a q uec i d a p e l a t r a nsf er ênc i a d e ca lo r e nt r e el a s.

O com bust í vel ut i li zad o n es ta uni d ad e é a l en h a. O con s um o do


com bust í ve l é d a o rd em de 1 m ³/ h ( 7 20 m ³/ m ês).

A f igur a 5. 2 m ost r a um a vis ã o d a p a r t e su p er i or do f or no , o n de


é pos sí v el ob s erv ar a s ja ne las su p e rior es d o f or n o, p or o nd e é
inse r i da a le n ha. A f igur a 5. 3 m os tr a a vis ão de de nt r o d o f or no
at rav é s d e um a da s jan el as , s e nd o p oss ív el obs er v ar a qu eim a.
74

Figura 5.2 – Vista superior do forno

Figura 5.3 – Vista superior de uma janela de alimentação


75

Após se r pr é- a qu eci d a, a c âm ar a re c eb e o c om bus t ív e l


dir et am e nte , at é at in gir a te m p er a t ur a des ej a d a ( e nt re 80 0 e
10 00 ºC) . O s b loc os pe rm a n ecem n est a t em pe r at ur a du ra nt e um a
ho ra.

Na f ábric a em q ue st ão, ass im c om o ac o nt ec e n a f ase de m is tu r a,


nã o h á qu al qu er cont r ol e t ec no ló gi co d a t em p er atur a de qu e im a.
O s aj ust es de q u a nt id ad e d e com b u s t ív el sã o f ei tos d e ac o rd o c om
a s ens i bil id a de d o f unc i on ár io r es po n sáv el p e l a ali m ent aç ão d o
f o go, q ue ava lia a tem pe rat ur a po r m eio da o b s erv a çã o da
colo r aç ã o d a ch a m a.

Dur an t e a q ue im a oc o rre m um a sér ie d e t ra n sf orm açõ e s em f unç ão


dos c om po n ent es d a m a t ér i a- pr im a, t ais co m o: p er d a de m as s a,
des en v olv im ent o de n ovas f ase s cr ist ali n as, f or m aç ão d e f as e
ví t rea e a so ld ag e m do s gr ãos .

Após a q ue im a, o m ate ri al c ont i n ua de nt r o d a c â m ar a d ur a nt e


alg um a s h or as , r e sf riand o le nt am e nt e .

A câm ara é a be r t a e r et ir am - se a s peç as c er âm ic a s, qu e s ã o


insp e ci o na das v is ualm e nt e, se pa r a n do -s e a q u el as qu e a p r ese n tam
def eit os, c om o qu eb r as e t rinc a s.

O pr oc es so t o do, c onsi de ra nd o t o das as eta p as de f a bric a çã o,


du ra c erc a d e 9 6 h or a s (4 di as) .

As F igu ra s 5. 4, 5 . 5 e 5. 6 m ost r a m o es q u em a de u m f orno t i p o


Hof f m an, c om alim ent a çã o à gás.
76

Figura 5.4 – Esquema de forno Hoffman – vista superior


F ont e : OS HI M O TO & TH OM AZ, 19 90.

Figura 5.5 – Esquema de forno Hoffman – corte AA


F ont e : OS HI M O TO & TH OM AZ, 19 90.

Figura 5.6 – Esquema de funcionamento de forno contínuo


F on te : O SHI MO TO & T HOM AZ, 19 90.
77

5.4 MOAGEM DOS RESÍDUOS

A seg un d a p ar t e da pes q uis a cons ist iu na ava liaç ã o da


p o zol an ic id a de d o m at eri al. P a ra t a nt o, o r esí d u o ce r âm ic o dev e s er
m oí do f ina m ent e, c om per c ent ua l máx im o d e 34% r et i do n a p en ei r a
# 3 25 ( 4 5µm ) , s e gu nd o NBR 1 26 5 3 (1 99 2d ).

1 ª T en ta ti va d e Mo ag em :

A pr im eir a t ent ati v a d e m o ag em f oi r e ali zad a no La bo rat óri o de


C onc r et o d o DE M C.

A nt es d a m o ag em , os bloc os f oram tr it ura dos m a nu al m ent e com um


m art elo, s em c on t rol e d a gr an u l om et ri a d e ent ra da no m oi nh o. A
f igur a 5.7 m ost ra um a d as am ost r as ant es d a m oa gem .

Figura 5.7– Bloco cerâmico triturado manualmente


78

U tili zo u-s e um m oin h o d e bo las, se m pre c om o t or qu e m áxim o


p e rm it ido p el o eq uip am e nt o. F or am ef et ua d as m oa g e ns c om c ar gas
d e 1 5 e 4 5 bol as de lo uç a ( 16 09, 8 kg e 4 84 0, 1 kg, r e spec t iv am e nt e)
p a ra a am os t r a d o bl oco d e v e daç ão. A f igur a 5 .8 m ost ra o m o i n ho
u tili z ad o n est a t en ta tiv a.

Figura 5.8 – Moinho utilizado na 1ª tentativa

A pós 60 m in ut os d e m oa ge m , o bs e rv ou -s e um a g r a nd e qu ant i d ad e de
m at eria l g ros s eir o . O s pe daç os m ai or es a pr ese nt av a m abr as ã o das
a r est as , ga n ha n d o f orm as arr e do n da das dur a nte a m oag em . Es t a
o bs er v açã o i ndic o u a f alh a no pr oc ess o de m oa g em , um a v e z q u e o
m at eria l nã o es t a v a sen d o t rit ur ad o, m as a pe n as d e sg ast a d o. A
f igur a 5.9 a pr ese nt a um a d as am ost ras a pó s a m oa gem , o n de é
p ossí v el o b s erv a r pe daç os gra n de s c om f orm at os ar r e d on da d os .
79

Figura 5.9 – Amostra após a 1ª tentativa de moagem

F e z-s e , e nt ã o, um pe ne ir am e nt o gro s seir o, c om pe n eir a d e m al ha 5, 5


m m, qu e ac a b o u po r com p rov ar a i nef icác i a d o m ét od o. P ar a a
a m ost r a d o bloc o est r ut ur al f oi r e a liz a da a m o a gem ap en a s c om a
c ar ga d e 45 b ol a s, a pe n as c om o c om pa rat iv o em r el aç ã o ao b l oco d e
v ed aç ã o. A ta b ela 5. 2 m os tr a os per c ent ua is ret id os ne st e
p e ne ir am ent o.

Tabela 5.2 - Resultado do peneiramento da 1ª tentativa de moagem (60 minutos)


AMOSTRA DE VEDAÇÃO AMOSTRA ESTRUTURAL
15 bolas 45 bolas 15 bolas 45 bolas
Peso (g) 4456,0 4456,0 - 4456,0
% retido 52,5 51,9 39,7
80

2 ª T en ta ti va d e Mo ag em :

A s eg un da t ent ati v a d e m oa g em f oi r e ali za d a n a s d e pe nd ê nci a s d o


L a bo rat óri o d e T r a t am ent o d e M i né ri o s d a UF MG . D es pr e zar am -s e as
a m ost r as q u e j á havi am sido m oí d as a nt er i orm e nt e, p ar a q ue n ã o
h o uves s e i nf luê nci a n a n ov a m et o d ol ogi a.

P ara av a li ar a ef ici ê nci a d a e n er g éti ca da m o a ge m , o pt ou - se po r


f azer um a brit ag e m pr évi a d o m at e rial ut ili za n d o-s e um br it a d or de
m andí bul as . Os bloc os f or am c ol o ca d os in t eir os, n a f o rm a com o
f or am colet a dos , nas m andí b ulas do e qui p am ent o , per m it in do a
p a dr on i zaç ão d o m at eria l q ue e nt ra r ia no m oi n ho p os t eri or m ent e. As
f igur a 5.1 0 e 5. 11 a p res e nt am , r esp e c tiv am ent e, o br it a do r e p art e d o
m at eria l br ita do .

Figura 5.10 – Britador de mandíbulas


81

Figura 5.11 – Amostra britada

A pós a brit ag em , as am o st ras f oram p e ne ir ad as , f ornec en do a


g r an ul om etr ia d e ent r a da, co nf orm e apr es ent ad o n as t abe l as 5. 3 e
5 .4, r es p ect iva m e nt e p ar a b loc o d e ve d açã o e est r ut ur al.

Tabela 5.3 - Granulometria após britagem (bloco de vedação)


Peneira (mm) % Passante Acumulado
19 74%
12,7 56%
9,52 41%
Bloco de Vedação 6,8 32%
4,76 26%
Peso da Amostra = 6,875 kg 2,38 16%
1,68 14%
1,2 11%
0,84 10%
0 0%
82

Tabela 5.4 - Granulometria após britagem (bloco estrutural)


Peneira (mm) % Passante Acumulado
19 73%
12,7 53%
9,52 35%
Bloco Estrutural 6,8 26%
4,76 19%
Peso da Amostra = 8,640 kg 2,38 7%
1,68 6%
1,2 2%
0,84 0%
0 0%

A s f igur as 5. 1 2 e 5. 1 3 a pr es ent am as cu r vas gr a nul o m ét ric as d os


m at eria is , a pós a br it ag em .

Curva Granulométrica - Bloco de Vedação

100%

90%

80%

70%
% Passante

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0,1 1 10 100
Diâmetro das Partículas (mm)

Figura 5.12 - Granulometria de entrada no moinho (bloco de vedação)


83

Curva Granulométrica - Bloco Estrutural

100%

90%

80%

70%
% Passante

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0,1 1 10 100
Diâmetro das Partículas (mm)

Figura 5.13 - Granulometria de entrada no moinho (bloco estrutural)

A s am os tr as a pr e s ent a r am gra nu l o m et ria pr óx im a ap ós a b r ita g em ,


m esm o poss u in d o f or m at os c onst r ut i vo s dif e r ent es.

A pós a b r it a gem , as am ost ras f ora m m oíd as n u m m oin h o d e bo las


m aior do qu e o util i za do na pr im eira t e nta tiv a, c om vo lum e
a p rox im a d o d e 50 lit r os, ut ili z a nd o- s e um a ca r g a de bol as d e f err o
f undi d o c or r es po n d e nte à 3 0% do v olu m e. A r o taç ão apl ic a d a f o i de
5 2 RP M.

A pós 3 0 m in ut os de m oa g em , f oi r et ir a d a um a am os t ra do m at er ia l
p a ra av ali a çã o. O res í d u o f oi pe n ei r a do a s ec o nas m alh as # 2 00 e
# 3 25. Es te t ip o d e pe nei ram e nt o m o st rou - se i nef ic a z, po is o m at er i al
a gl ut i nav a- s e d u r a nt e o p r oc es so, p o ssiv elm e nt e dev id o à
p ol ar i zaç ão d as car gas el étr ic as p r es ent es n as p ar tí cu l as,
c onsi d er an do - se o b aix o p es o d os gr ãos, q u e s e a t r aem . A ss im ,
p ass o u -se a o p en ei r am en t o po r vi a úm id a du ra nt e 3 0 m in ut os. O
m at eria l e nt ã o f o i pe s ad o e lev ad o à est uf a du ra nt e 48 h.
84

O t em po t ot al d e m oag em f oi de 1 5 0 m inut os, com a m os tr ag e ns em


3 0, 6 0 e 9 0 m inut os. A t abel a 5. 5 a pr es e nta os v al ore s obt i dos p el o
p e ne ir am ent o.

Tabela 5.5 - Percentual retido acumulado após 2ª tentativa de moagem


% RETIDO ACUMULADO
Vedação Estrutural
Tempo (min) #200 #325 #200 #325
30 22 34 35 46
60 16 26 17 32
90 13 21 10 23
150 3 8 5 16

O s res ult ad os m os t ram qu e, p ar a am bas as am os tr as, ap ós 6 0


m inut os de m o a g em o m at eri al r et ido n a p e nei r a # 32 5 ( 45 µm ) é
m enor q ue 3 4% , conf or m e e x ig id o pel a NB R 12 6 53 ( A BNT , 199 2 d)
p a ra cl as sif icaç ã o de m at e ri ais p o zo l ânic os (t ab el a 2. 2 ) .

A s am ost ras a pr e s ent ar am c olor a ç õ es di f er e nt es ap ós a m oag em . A


a m ost r a de b loc o de ve daç ã o p os s ui um a co lor aç ã o av erm el ha da,
e n qu a nt o a am o st ra de bloc o e st rut ur a l p o ss ui as p ect o m ais
a cin ze nta do , c on f o r m e ap re s ent ad o p elas f igu ra s 5.1 4 e 5. 15.
85

Figura 5.14 – Amostra de vedação após a moagem

Figura 5.15 – Amostra estrutural após a moagem


86

D evi do à m et od ol ogi a ad ot a d a, co m a an ál is e a p e nas d os g rã os


r et i dos n as pe n eir as #2 00 e # 32 5 , f o ram ut il i za d as am ost r as e nt r e 50
e 1 00 gr am as pa r a o p e nei r am e nt o à úm ido. Is to oc orr e u pa r a q u e
n ã o h o uv ess e p er da s s i g nif icat ivas do m at e ri al q u e c onti n u ar ia a se r
m oí do, o q u e po de r ia inf lu enc iar a a n ális e pos t er i or da m oa g em .
E nt ret a nt o, a p o uca qu a nt id a de am o st ra d a e a dif iculd a de no
p e ne ir am ent o d e um m at er ial f ino, ger ar am p er d as ao l on go do
e ns ai o, q ue po dem t er inf lue nci a d o n o s res ult ad os.

A ss im , pa ra um a conf er ê nci a dest e s val o r es, o pt o u-s e p el a an ális e


g r an ul om étr ica p o r m e io d e o ut r os m ét od os : C ycl os i zer W a rm an e
g r an ul ôm etr o a l as er , co nf or m e ap re s ent ad o n os it e ns 4 . 5. 1 e 4. 5. 2.

5.5 CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO

P ara c ar act e r i zaç ão d os r esí d uos, al ém do p e n eir a m ento po r v i a


ú m ida ( # 20 0 e #3 2 5) , f oram ef et ua do s os seg ui n tes en s aios :

 G r an ul om et r i a p o r elut riaç ã o ( C yc l osi z er W a rm an );

 G r an ul om et r i a a l a s er;

 M ass a es pec íf ica ( picn ôm et r o a g ás) ;

 Á rea s up erf icia l es pecí f ica (m ét o do d e B ET );

 E spec t r om et r i a d e f luor esc ênc ia de r aios -X ( F R X);

 D if r ação de rai o s- X (DR X) ;

 M icr osc o pi a el et rô nic a de v ar re du ra ( MEV) ;

 M icr o a ná lis e ( EDS );

 D ete r m inaç ã o d a ativ id a de po z ol ân i c a em cim e nto P ort l an d –


í ndic e d e ativ id ad e p o zol â nic a com c im en to - NB R 57 5 2;

 D ete r m inaç ã o d a at ivi da d e p o zol â nic a em c im e nt o Por tl a n d


p o zol ân ic o aos 14 dias - NB R 5 7 5 3.
87

5.5.1 Granulometria por elutriação (Cyclosizer Warman)

A lém do p e ne iram e nt o t r a dici on al, util i zo u- se t am bém a


g r an ul om etr ia p o r e lut r iaç ã o cent r íf uga (“ Cy cl os i ze r ”) . O Cyc losi ze r é
u m eq u ip am e nt o c om um ent e ut ili za do na i n dúst ri a de m in er aç ã o.
P oss ui m ai or pr e ci são qu e o p e n ei ra m e nto t r adic io n al pa ra pa rt í cul as
m enor e s qu e 45 µ m . O equi pam e n to se p ar a os gr ã os e m f raç ões m ais
o u m e no s hom o g ên eas , m e di ant e a se di m e nt aç ão num a c orr e nt e
a sce n d e nte de ág u a q ue pas s a p or c olu n as ver ti c ais.

A c orre nte d e f luid o p r om o v e a ace le r aç ão c ent rí f ug a d as p ar tí cu l as,


c uja v el oc i da d e p er m it e a p er m a nê nc ia d os g r ã os e m sus pe nsã o e
s ua s ubs e qü e nte sep ar açã o. Sã o c inco c ol un a s i nt er lig a das, q u e
p e rm it em a s ep ar açã o d e c i nco d if er ent es f raç õ es g ra nul o m ét ric as.
D ep ois de d et e rm in a do t em p o, as col u na s s ão esv a zi ad as
s ep ar a d am e nt e e m b éch er es e d e p ois f ilt ra da s. O s f i ltr os d e p a p el
f or am leva d os à e st uf a por 48 h e de p ois pes a do s.

A s f r açõ es gr a nul om é tr icas s ã o d a das po r um a f órm ul a es p ecí f i ca,


q u e co r r elac io n a o s da dos do e ns ai o ( va zã o apl ic a da e t em p er at ur a)
e o s va lor es obt i dos n a f ilt rag e m . O eq ui p am ent o é ca li br a d o d e
a co rd o com v al o res p a dr ão de t em per at u ra , v a zã o, d ensi d ad e
a p ar ent e e tem p o de e lut r iaç ã o.

A f ór m ula par a cor r eç ã o d es t es p ar âm etr os é dada p or


( MO NT ENE GRO , 200 6):

de = di x f1 x f2 x f3 x f4

O nd e:

a ) d e = T am an h o ef et ivo d e se p a raç ã o ;

b ) d i = T am anh o lim it e d e se pa r aç ão;


88

c ) f 1 = f a tor d e c o rr e ção pa ra a t em pe r at ur a;

d ) f 2 = f a tor d e c o rr e ção pa ra v a zã o;

e ) f 3 = f a tor d e c o rr e ção pa ra de ns i da d e;

f ) f 4 = f a tor d e c o rr e ção pa ra o t em po de elut ria ç ã o.

O t am a nh o ef etiv o de s ep ar aç ã o ( de ) re pr ese nt a o d i â m et ro n o q ua l
u m a p or c ent ag em do m at eri al f ica r et i da, d e f or m a a n ál o g a a o
p e ne ir am ent o t ra di cion al.

O s p ar âm e tr os m e did os d ur a nte o e n sai o, p ar a am b as as a m ost r as,


f or am :

 T em p e rat ur a = 25 º C;

 V azã o = 11,4 5 l/ m i n ( r ot âm e tr o = 19 0 m m );

 T em p o = 20 m in ut os .

A de nsi da d e das a m os t ras, co nf orm e e ns ai o d esc rit o n o it em 4. 5. 4, é


d e 2, 8 1 g/c m ³ e 2, 82 g /c m ³, res p ect iv am ent e p ar a bl oc o d e ve d açã o e
e st rut ur al .

A ta b ela 5. 6 a pr e se nt a os f at or es de c o r reç ã o ut i li zad os pa ra as


v ari á ve is d o en s ai o. Os va l or es de de ns i da d es d os bl o cos s ã o m uit o
p r óxi m os, n ão oca s ion a nd o d if ere nç a s ig nif icat iv a no f at or f 3 .

Tabela 5.6 - Fatores de correção


f1 f2 f3 f4
(TEMPERATURA) (VAZÃO) (DENSIDADE) (TEMPO)
FATOR DE 25 ºC 190 mm / 11,45 l/min 2,81 g/cm³ 20 min
CORREÇÃO 0,94 1,008 0,955 0,955
F o nte : M O NTENEG RO, 2 006.
89

As tabe l as 5. 7 e 5. 8 a pr e se n t am os r es ult a d os do e ns aio,


r es pe ct iv am ent e pa r a as am ost ra s d os bl oc os de ve d aç ão e
e st rut ur al .

Tabela 5.7 - Granulometria por elutriação (vedação)


Tamanho Efetivo % Retido % Passante
Tamanho Limite (µm)
(µm) Acumulado Acumulado
42,7 36,9 +/- 0,5 16 84
30,5 26,4 +/- 0,5 25 75
22,1 19,1 +/- 0,5 30 70
15 13, 0 +/- 0,5 37 63
12 10,4 +/- 0,5 43 57

Tabela 5.8 - Granulometria por elutriação (estrutural).


Tamanho Efetivo % Retido % Passante
Tamanho Limite (µm)
(µm) Acumulado Acumulado
42,7 36,9 +/- 0,5 19 81
30,5 26,4 +/- 0,5 27 73
22,1 19,1 +/- 0,5 33 67
15 13,0 +/- 0,5 41 59
12 10,4 +/- 0,5 49 51

O m ét od o de el ut ri aç ã o ce nt rí f uga a pr es e n t ou r es ult ad os
s at isf at óri os q u an to à s exi g ên c ias da NB R 12 65 3 ( AB NT , 19 9 2 d).
A m bas as am os t r as o bt iv e r am v alo res i nf er io res à 3 4 % r et id o na
p e ne ir a # 32 5.

5.5.2 Granulometria a Laser

A pes ar do m at e r i al em est ud o já pos s uir um a ca r act er i zaç ão


g r an ul om étr ica ob tida p or m e i o de p en eir am e nt o à úm id o ( ap e nas
# 2 00 e # 32 5) e C ycl os i zer W a rm an , o p tam os p e la exec uç ão d o
e ns ai o de g ra n ulo m et ria a las er, c o m o i nt uit o de s e c om pr o v ar a
f aix a de v al or es e nco nt r a d a n os out ros ens ai os, j á qu e os m ét od os e
90

e q ui pam e nt os ap r es e nt am pr e cis õ es dif eren c ia d as , de acor do c om o


t am an ho e d ist r ib u iç ão dos gr ão s.

O gra n u lôm et r o ut ili za d o n o e ns a io f oi da m a rc a S ym pat ec , m od elo


H el os 1 2LA .

A pós a l im p e za do eq ui p am e nto , f oi int ro du zi d a um a sol uç ão


d isp er s a nt e ( h ex a m et af o sf ato de s ó dio, em s ol uçã o d e 0, 05% ) p ar a
f ac ilit ar a det ecç ão e leit u r a pel o e q ui pa m e nt o. O eq ui pam e nt o
e xec u ta um a l e itu r a inic ial da s ol uç ão, q ue se r vir á c o m o p ad r ã o de
r ef erê nc i a.

A nt es d e s er c o l oca da n o g ra n u lô m et ro, a am os tr a p as so u p el o
e q ui pam e nt o d e ul t ra- s om , c om o int uit o d e d e st o rr o ar as par tí cu l as,
e vit a nd o-s e p oss ív eis f ont es de err o s. As c on cen tr aç ões do
d isp er s a nt e ut ili z a do p ar a as am os tr as d e v e daç ão e e st rut ur a l f or am
d e 22 % e 2 0% , res pect iv am ent e.

C ad a am o st ra f oi e ns ai ad a utili zan d o- s e le n tes d e 2 0 e 5 0 m m . Es te


p r oce d im e nt o tev e c om o ob jet iv o conf ir m ar e c om p ar ar os d ad os
o bti d os, p ois as l ent es p o ssu em pr ec isõ es d i f er e nt es . A lent e d e
2 0 m m é m ai s pre c isa n a f aixa de 0 , 18 a 3 5, 0 0 µ m , enq ua nt o a d e
5 0 m m t em desem pe nh o m el ho r e nt r e 0, 4 5 e 87, 5 0 µ m .

A t ab ela 5. 9 e a s f igur as 5. 16, 5. 17 , 5. 1 8 e 5. 1 8 ap re s ent am os


r es ul ta dos do en s aio.
91

Tabela 5.9 - Granulometria a laser


Bloco de Vedação Bloco Estrutural
20 mm 50 mm 20 mm 50 mm
Diâmetro Diâmetro Diâmetro Diâmetro
% % % %
das das das das
Passante Passante Passante Passante
Partículas Partículas Partículas Partículas
Acumulado Acumulado Acumulado Acumulado
(µm) (µm) (µm) (µm)
0,18 0,00 0,45 1,99 0,18 0,00 0,45 1,47
0,22 0,00 0,55 3,40 0,22 0,00 0,55 2,58
0,26 0,00 0,65 5,05 0,26 0,00 0,65 3,93
0,30 0,07 0,75 6,90 0,30 0,06 0,75 5,44
0,36 0,38 0,90 9,90 0,36 0,31 0,90 7,93
0,44 1,09 1,10 14,12 0,44 0,94 1,10 11,46
0,52 2,12 1,30 18,40 0,52 1,86 1,30 15,07
0,62 3,76 1,55 23,61 0,62 3,35 1,55 19,47
0,74 6,14 1,85 29,39 0,74 5,52 1,85 24,38
0,86 8,83 2,15 34,52 0,86 7,99 2,15 28,74
1,00 12,17 2,50 39,72 1,00 11,06 2,50 33,17
1,20 17,00 3,00 45,95 1,20 15,51 3,00 38,51
1,50 23,93 3,75 53,45 1,50 21,87 3,75 45,03
1,80 30,20 4,50 59,41 1,80 27,58 4,50 50,31
2,10 35,66 5,25 64,13 2,10 32,52 5,25 54,61
2,50 41,76 6,25 68,90 2,50 38,04 6,25 59,10
3,00 47,92 7,50 73,30 3,00 43,72 7,50 63,47
3,60 53,87 9,00 77,42 3,60 49,34 9,00 67,80
4,20 58,74 10,50 80,91 4,20 54,01 10,50 71,53
5,00 64,04 12,50 84,85 5,00 59,15 12,50 75,75
6,00 69,23 15,00 88,65 6,00 64,33 15,00 79,92
7,20 74,02 18,00 91,81 7,20 69,31 18,00 83,54
8,60 78,33 21,50 94,04 8,60 73,98 21,50 86,29
10,20 82,25 25,50 95,55 10,20 78,35 25,50 88,46
12,20 86,29 30,50 96,91 12,20 82,87 30,50 90,97
14,60 90,42 36,50 98,47 14,60 87,46 36,50 94,26
17,40 94,54 43,50 99,88 17,40 92,09 43,50 97,82
20,60 98,02 51,50 100,00 20,60 96,29 51,50 100,00
24,60 100,00 61,50 100,00 24,60 99,36 61,50 100,00
29,40 100,00 73,50 100,00 29,40 100,00 73,50 100,00
35,00 100,00 87,50 100,00 35,00 100,00 87,50 100,00
92

Ensaio de Granulometria a Laser - Bloco de Vedação (Lente 20mm)

100

90

80
% Passante Acumulado

70

60

50

40

30

20

10

0
0,1 1 10 100
Diâmetro das Partículas (mm)
Figura 5.16 – Granulometria a laser - (lente = 20 mm – bloco de vedação)

Ensaio de Granulometria a Laser - Bloco de Vedação (lente 50 mm)

100

90

80
% Passante Acumulado

70

60

50

40

30

20

10

0
0,1 1 10 100
Diâmetro das Partículas (mm)

Figura 5.17 –Granulometria a laser - (lente = 50 mm – bloco de vedação)


93

Ensaio de Granulometria a Laser - Bloco Estrutural (Lente 20mm)

100

90

80
% Passante Acumulado

70

60

50

40

30

20

10

0
0,1 1 10 100

Diâmetro das Partículas (mm)


Figura 5.18 - Granulometria a laser - (lente = 20 mm – bloco de vedação)

Ensaio de Granulometria a Laser - Bloco Estrutural (Lente 50mm)

100

90

80
% Passante Acumulado

70

60

50

40

30

20

10

0
0,1 1 10 100
Diâmetro das Partículas (mm)
Figura 5.19 - Granulometria a laser - (lente = 20 mm – bloco de vedação)
94

A s dif eren ç as e nt re as c urv as g ra n ul om ét ric as e nt r e as am ost ras


f or am peq ue n as , cons i d er an do - se o t em p o e o m éto d o d e m oag em
a pl ica d o. E st as di f er enç as p o dem e s ta r li g ad as à qu eim a e f orm a
o ri gi nal d e ca da t ipo de bl oc o. No ent ant o, a d if er enç a e nt r e as
l ent e s a p lic ad as m ost ro u- s e sig ni f ic a ti va. E nq ua nt o a l ent e de 20 m m
a p res e nt a uma dis tr i bu içã o g r an ulom ét r ica a b aix o de 25 µm
( a pro x im ad a m ent e ), a l e nte d e 5 0 m m m ost ra pa r tí cu las ret i d as em
4 4 µ m ( ap rox im a d am ent e).

C on si d er a çõ e s S o br e o s En s ai o s d e Gr anu l o m e tr i a

O s m étod o s d e e ns ai o d e gr a n ul o m et ria a pr es e nt ar am di f er enç as


e ntr e s i, m as s ão ade q ua d os à f aix a gr an ul om ét ri c a d as am ost r as.
Q ual q u er qu e sej a o m étod o es col h i do, os r es u lta d os obt i dos f oram
s at isf at óri os , q ua l if i cand o o m at eri al p ar a o us o po z olâ nic o - c om
p e rce n tu al m áxim o de 3 4% r e tid o n a pe ne ir a # 32 5 ( 45 µ m ).

5.5.3 Densidade (Picnômetro a Gás)

U m a d as t écnic as m ais util i za das p a ra d ete rm in a ç ão d a de nsi da d e é


u tili z ar o hé li o c om o g ás d e i nt ru sã o, um a v e z q u e as p e qu en as
d im ens õ es at ôm ic a s dest e elem e nt o ass e gu ram u m a pe net raç ão
e ntr e as c av i da des e po ro s de a té um Å ngst röm .

A det er m in aç ã o d a de n si da d e f oi f eit a util i zan d o- se u m pic n ôm et ro a


g ás, m a rc a/ m o d el o Q ua nt a Chr om e St ere op yc n om ete r. O s r esult ad os
d o en s ai o e nco nt r am -s e n o a n exo B.

A s de nsi da d es m é dias o bt id as s ã o p r at ic am ent e i gu ais ent r e s i ( 2, 8 1


e 2,8 2 g/c m ³, r esp ec tiv am e nt e p ar a os b lo c os de ve daç ão e
e st rut ur al ). E st e s val o res s ã o r e lat iv am ent e pr óxim os à qu el es obt i d os
p o r F A RIA S FI LH O , RO LI M e T O LE DO F I LHO ( 20 0 0 ) - 2, 6 9 g /c m ³ - e
V I EI RA (200 0 ) - 2, 72 g/c m ³.
95

5.5.4 Área Superficial Específica

A áre a su p erf icial es p ecí f ica (A SE) po de s er de f ini da c om o a som a


t ot al d a ár ea su p e r f ic ial d e um m at e rial p ar tic ul ad o, p or u nid a de d e
m ass a. Pode s er obt i da po r du as té c nica s: a i nd ir e ta ( em pí ri c a), em
q u e s e usa o p er m eabi lí m et r o de B lai ne, e a di r et a ( cien tí f ica) , po r
a ds or ç ão gas os a, bas e a d a n a e q uaç ão de BE T – Br u n au er, E m m ett e
T ell e r (BR ANDÃO , 20 07 ).

A téc nica de a ds o rç ã o gas os a, ut ili z ad a n est e e ns ai o, bas eia -s e no


p ri nc ípi o de qu e a q ua n ti da d e d e um gás ou lí q uid o f is icam ent e
a ds or vi d o so b r e a su p e rf íc ie de um a am os tr a p ar a f orm ar um a
m onoc a m ad a é um a f unç ã o di re t a da s ua área su p erf icia l. A
q u ant i d ad e de gás ads o rvi d o p o d e s er det erm in ad a po r gr avim et ri a,
v olum etr ia o u p or u m a t éc nic a d e f luxo c o ntí nu o. A nt es d e qu al qu er
d et er m in aç ã o d e ár ea s up erf ici al f a z-s e n e cess ári o a r em oç ão de
g as es o u d e v ap o res a ds or vi dos n a sup er f í c ie d o sól ido d ura nt e o
s eu pr oc e ssam e nt o, m an u se io o u ar m az en am ent o. A r em oç ã o des s es
g as es o u v ap or es t em p o r o bj et ivo ev ita r a r e duç ão ou v a riaç ã o da
á r ea s up er f ic ial d e cor r ent e d e um a p r évi a oc u paç ão d a sup er f í cie p or
o utr as m o léc ul as . A s cond iç ões d e t em perat ur a , pr e ssão e t em p o
p a ra a rem oç ão d e g ás o u va po r ad s orv i do dev em s er be m def ini das
a f im de qu e a d et erm i n aç ão da á re a s u pe rf icia l d a am os t ra s eja
r e pro d u zi da c om m áxim a f idelid a de. A m edid a da a ds o rç ão do g ás é
r e ali z ad a a b aixa t em per at u ra um a v e z q ue a qu an t ida de d e g ás
a ds or vi d o n um a da da pr ess ã o t e nd e a bai x ar ou aum e nt ar a
t em per at u ra d u ra n t e o e nsa i o. O s d a d os g er ad os p el a det e r m inaç ã o
s ão tr at ad os d e ac or d o c om a c on he ci da f unç ão d e B r u na ue r , Em m et t
e T el ler ( BE T) . ( SANT O S, VE IG A e PI NA , 2006 ) .

P ara a r ea li zaç ã o d os ens ai os , as am os tr am f or am s ec as em est uf a


( 1 40 ºC), p a ra q u e a um id a de n ão i nf lue nci as se a ab so rç ão d o N 2
p el a su p er f í cie da s p art í c ulas dos m at er iais .
96

O m ét od o a d ot a do pa ra a o bt e nçã o da ár e a su p e rf icial esp ec íf ica f oi


o de BE T m ult ip o n to . Es t e ens ai o c o ns ist e n a in j eç ão d e dos a ge n s de
n itr og ên io, q u e v a riam d e b aix a a a lt a d e nsid a d e, c o m o int uit o d e
a ch ar v ári os p o n t os d a is ot er m a. A qua nt i da de d e p r ess ão de
n itr og ên io ins eri d a i nic i alm en t e é c on hec id a c om o P 0 e a rel aç ão
P / P 0 po de v a ria r de 0, 05 a 0, 03 5, f ai xa o n de o com po rt am ent o d a
i sot e rm a é li ne ar. O gráf ic o o bt id o pel a r elaç ã o vol u m e ( V) x P/ P 0
f or nec e o va lo r do co e f ic ient e li ne ar “C” at ra v és d o pro l on g am e nt o d a
r et a, no eix o v ert ic a l.

O s v alor es e nc o nt ra dos p ar a a á re a su p erf icial es p ecí fi ca, s eg u nd o o


m ét od o d e BE T, f or am 8,4 6 m ²/ g e 4, 2 6 m ²/g , r es p ec tiv am ent e p ar a
a s am os tr as d o bl oco de v e d aç ão e est rut ur al.

A dif e renç a e n tr e os val or es o bt i dos par a ca d a am os t r a m os tr o u-s e


g r an de (c er c a d e 10 0 % ), c o ns id er an do -s e a p ari da d e enc on t r a da n os
e ns ai os d e g r a nul om etr ia e a n atu r e za i dê n tic a d os m at er ia is. Além
d ist o, es tes v al or es s ã o s up er ior es aos val or es m é di os o bt i dos em
c im en tos P o rt la nd, qu e var iam e nt re 0, 3 5 e 0, 60 m ²/ g.

A AB NT, at r avés d as NB R’s 5 73 2 ( 1 99 1 a) , 5 73 3 (19 91 b) , 5 7 35


( 1 99 1c ), 5 7 36 ( 1 9 91 d) e 1 1 57 8 ( 19 9 1 e), p resc rev e v alo re s m í nim os
p a ra a ár e a s up erf icia l es p ecí f ica do c im ent o Port lan d c om um e
c om po st o ( a p ar ti r de > 0, 24 m ²/ g), e cim ent o Po r t la nd d e a lt a
r esis t ênci a i nic i al ( > 0 ,30 m ²/ g).

E nt ret a nt o, m esm o se nd o a ASE u m par âm et r o i m p ort a nt e pa r a a


a val iaç ã o da f inur a do m at er ia l, es t an do li g ad a diret am ent e à
r e at ivid a de d o m esm o, a AB NT n ão a d ot a a A SE com o e xi g ênc ia
f í sic a para c lass if icaç ã o d os c im e nt os Port l an d p o z ol ânic o e d e alt o
f or no.

O s r esult ad os c o m plet os e g r áf icos ( i sot erm as ) d o e nsa io e nc ontr am -


s e n o a nex o A.
97

5.5.5 Espectrometria de Fluorescência de Raios-X

A an ális e por f l uo res c ênc i a de r ai os X é um m ét od o qu ali -


q u ant it at iv o, b ase a d o na m edi d a das int ens id ad es dos r aios X
c ar ac t erí st ic os em iti dos p el os elem e nt os qu e c o ns tit u em a am os tr a
( BO UMANS & KL O CK ENKÄ MP ER, 19 89 a pu d NA SCI ME NTO FI LHO ,
1 9 99 ). O s rai os X em it idos p or t u bos de r ai os X, ou r ai os X ou gam a
p o r um a f on te r a dio a tiv a, ex cit am os el em e nt os c onst it uint es, os
q u ais, p or sua v e z, em i tem li nh as es pec t r ais com en er gi as
c ar ac t erí st ic as d o elem e nto e c ujas inte n si da d es est ã o r ela c io na d as
c om a c onc en tr aç ão d o e l em e nt o n a am ost r a ( NAS CIMENT O FI LHO ,
1 9 99 ).

A am ost ra cons ist e de um a pe q ue n a po rç ã o d o m at e r ial, com um a


f ina cam ad a de áci d o bór ic o em s ua s u pe rf í cie, com pact a d os
m anu alm e nte em um a pe q ue n a f orm a m et álic a c ilín d ric a. O
e q ui pam e nt o ut ili zad o f oi o Phili ps P W 2 400 Spec tr om et er.

O s r esu lt a dos d o s ens ai os de es p e ct rom etr ia d e r ai os X p ar a as


a m ost r as do bloc o d e ve daç ão e e s t rut ur al enc o n tr a m - se disp os to s
s eq ue nc i alm e nt e n o a nex o C.

O s res ult ad os d e cad a am os tr a sã o p ar ec id os e ntr e si , o qu e e r a


e sp er a d o, p os to q ue am bos poss ue m a m es m a m at ér i a- pr im a.

O s elem ent os co m pr ese nç a m ais signi f ic ati va s ão o s ilí cio (S i),


o xig ê ni o (O ) e al um í nio (A l), co r ro bo r a nd o c om a hi pót ese q u e as
a m ost r am p o ss ua m alg u m gr au d e p o zol a n ici da d e. E m nív el b ai x o,
a p res e nt am -s e o f er r o e m ag n és i o ( F e e Mg, r esp ec t i vam e nt e) . Além
d est es, os res ult a dos apr es ent am t raço s de zi nco ( Z n ) , ní qu el ( N i),
m ang an ês ( M n), c r om o (Cr ), t it â ni o ( Ti ), clo r o ( Cl ), c ál cio (C a) , cér io
( Ce), f ósf or o (P) , p otás s io ( K) , s ó dio ( Na ) , enx of re ( S) e chum b o
( Pb) .
98

5.5.6 Difração de Raios-X

A d if r açã o d e r ai o s X oc or re d ev i do a o es pa lh am en t o dess es r ai os
p el os át om os da r ed e c ris t ali n a. Q u an do os rai os X s ão es pal h ad os
p el o am bi e nt e o r d en ad o d e um cris t al, oco rr e a i nte rf erê nc ia e n tr e os
r ai os es p al ha d os (t a nt o c ons t r ut i va com o d es t r ut iva) , po is as
d ist â nci as e nt r e o s cent r os es p alh a do re s s ão da m e sm a or d em de
g r an de z a q ue o c o m p rim e nto d e on d a d a r a di açã o, r es ulta nd o, ent ão,
n um a f ig ur a de dif r aç ão, qu e é c apt ad a pe lo eq ui pam e nt o e
c om pa r a da c om um banc o d e d ad os , f ornec e n do ass im , u m gráf ico.

O eq ui pam e nt o us ad o f oi da m a rc a Phil i ps, Sér i e PW , r e gu la do p ar a


4 0KV d e vo l ta ge m e 2 0 m A de c or r e nt e ( F i g ur a 4 ) . O st ep s i ze f oi d e
0 ,0 60 e o â n gu lo d e leit ur a va r io u e nt re 3 e 8 0 .

O s es pect ros de dif raçã o d e ra ios X sã o a pr ese nt a d os n as f igur as


5 .2 0 e 5. 2 1, r es pe c t ivam e nt e, pa ra a s a m ost r as d e bl o c o d e ve daç ã o
e es t r ut ur al.
99

Figura 5.20 – Espectro de difração (bloco de vedação)

Figura 5.21 – Espectro de difração (bloco estrutural)


100

A m bos os d if r at og ram as das am os t ras a pr es e nt ar a m m at eria is


c ris ta li n os em su a com p osiç ão, c o m o o q u ar t zo e a h em at ita , e
p e qu e nos h a l os a m orf os. O s es pect ros t am bém m ost r am a pr es e nç a
d e pic os p ar ci alm ent e id e nt if i cad os , p rov a v elm e n te m icr ocl in a e/ ou
r ut il o, p ois p os suem el em ent os e nc ont r a dos no e nsa i o de
e sp ec tr om et ria de f luor e scê nc i a d e raios X (T i, Al, K , Si e O),
c onf orm e ap res e n tad o no it em a nt er i or. A pr ese nç a d e am bos os
m iner a is dif icult a a d etec ç ão pr ec is a , po is um i nter f e re n a m ediç ã o
d o ou tr o.

5.5.7 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Microanálise (EDS)

O ensa i o de m i c ros c opi a e let r ô ni c a d e v ar re du ra (MEV) o b tém


i m age ns a p ar ti r da v a rr e d ur a d a sup er f í cie de um a am ost ra só l id a
p o r um p a dr ã o d e r ast r ea m e nt o c o m um f eixe d e el é tr ons f inam e nt e
f oc aliza do . O pr o c edim e nto c ons is te no des loc am ent o do f eix e de
e lét r o ns s ob re um a s up er f í c ie e m l in ha r et a ( di reç ã o x) , qu e ret or nam
à p os içã o i nici al e desl oc am - se p a ra b aix o ( dir eç ão y) , com um
i ncr e m ent o p ad r ã o. Es se pr oc ess o é r ep et i do at é qu e um a á r e a
d es ej ad a d a s u p erf í cie t en ha s i do t ot alm en t e co ber ta . Dur ant e o
p r oce ss o d e v ar r ed ur a, u m s ina l é re c eb id o acim a da su pe r f í c ie
( dir e ç ão z) e ar m azen a d o em um com pu ta do r, no q ua l e le é
f inalm ent e c onv e rt ido em im age m .

C om o o m at er i al nã o p oss ui bo a c on dut iv id a de e lét r ica, a am os tr a


r ec eb e u um a c ap a m et álic a ( “m et a li z açã o” ), d e f o rm a a m elh or ar s u a
c on dut i bi lid a de . O m at erial uti li zad o f oi o our o. Uti li za- s e um a f it a
a d esiv a d e du pl a f ace, on de um d o s la dos é p res o a um pe q ue no
c ilin dr o m aci ç o d e l at ã o, e no o ut r o é a d e ri do o p ó d a am os t ra.
P ost er i orm e nte, o c ili ndr o é i nt r od u zid o n o a p a r elh o m et al i za d or
( m ar ca/ m od e l o D ent on Vac u um ) , p e rm a n ece n do po r cer c a d e 2 0
m inut os, at é obt er m os um a b aix a pr ess ã o. A am os t r a po de at i ng ir a
p r ess ã o d e at é 1 0 0 m ili- to r , uti l i za n do - se um a c or r ent e d e 10 m A. A
p a rt ir d aí o m at eri al f oi ex p ost o a um a nu vem d e v ap or d e o ur o
101

d u ra nt e 3 0 m inut o s, p rom o v e nd o a a d er ênc ia d o m e tal à su p er f í c ie


d a am ost ra . As f igu ras 5. 2 2 e 5. 2 3 ap r es en t am , r esp ec tiv am e nt e, o
e q ui pam e nt o pa ra a m e tali z açã o e a am os tr a j á m et ali zad a.

Figura 5.22 – Metalizador

O p eq u en o q u ad r ad o n o
cen t r o é a c am ad a d a
am o st r a já r eco b er t a
p el a p el í cu l a d e o u r o .

Figura 5.23 – Porta amostra do metalizador

E m bor a o t em p o de ex p osiç ã o s e ja im p or ta nt e, a qu ali d ad e e a


e sp es su ra d a m e ta li zaç ã o de pe n d em t am b ém d e out r os f at or es.
D est a f orm a, p ar a um a q u a ntif ic açã o quím ica m ais pr ec isa, d ev em os
102

a n alis ar e ret i r a r as p ossí v eis i nt e rf er ênci as d o o ur o na com p osiç ão


g e ral obt i d a.

O eq uip am e nt o us ad o p ar a a m ic ros copi a el et rô ni c a f oi da m a rca J eo l


J SM- 5 41 0, qu e c o nt in ha um E DS da m ar ca NO RAN a c opl a do a el e,
c onf orm e a p r ese n t ad o n a f igur a 5. 24 .

Figura 5.24 – MEV e EDS

D ur ant e a m icr o a nál ise ( EDS ), po d em ser uti li za d os d ois t i p os de


e lét r o ns: o s s ec u nd á ri os , qu e pos suem m el ho r r es oluç ã o e s ão
i nd ica d os p a ra m os tr a r a top o gr af ia (r e lev o) da a m o st ra, e os
e lét r o ns r et r o esp a lh a dos, que f orn ec em im ag ens com m elhor
c ont r as te.

A prim e ira am os tr a an alis a da f oi a d e bl oc o d e v e daç ã o , seg ui da p el a


a m ost r a d e bl oc o es t r ut u ral. Pa r a a im a g em d e p ar tí c ul as b em
p e qu e nas, p r óxim as a 3 µm, f oi ret i ra d o o t ub o de el ét ro ns
r et r oes pa lh a dos e dim in ui u- s e a t e nsã o, a f im de se obt e r um a
m elho r im ag em .
103

A nál i s e da Am o st r a d e Bl o c o Cer â m i co de V ed aç ã o

A s f igur a s 5. 2 5, 5 . 26 e 5. 2 7 a pr ese nt am as im ag e ns da am os tr a d o
b loc o d e v ed aç ã o a p a rt ir de el ét ro n s r etr o es pa lh ad os.

Figura 5.25 – Amostra de bloco de vedação (75 X)


104

Ponto 1

Ponto 2

Figura 5.26 – Amostra de bloco de vedação (1500 X)

Ponto 2

Ponto 1

Figura 5.27 – Amostra de bloco de vedação (1500 X)

A t ab el a 5. 1 0 apr ese nt a um r es um o d a a n ális e qu ím ic a ge r al p ar a a


á r ea o bti d a co m o EDS , com b as e n a f igu ra 5. 2 5. A a nál ise com p let a
e nc ont ra- se no an exo D.
105

Tabela 5.10 – Análise química geral (bloco de vedação)


ÓXIDOS % EM PESO
SiO2 51,40
Al2O3 26,94
Fe2O3 13,98
K2 O 2,73
ZnO 2,21
TiO2 1,28
CaO 0,57
MgO 0,55
Na2O 0,34

A pes ar d e a a n áli s e s er obt i da po r m eio d e um a á re a m uit o pe q u e na


d o m a t er i al, os r es ult ad os m os tr a m coer ênci a c om os elem e n tos
o bti d os n o ens ai o de F R X. Há um a p r e d om inâ n ci a dos óxi d os d e
s ilí cio, al um íni o e f er ro, co m q ua nt ida d es m en or es d os óxi dos de
m agn és i o, pot ás s io, tit ân io, s ódi o , cá lcio e zi nc o. A s om a dos
p e rce n tu ai s d e S i O 2 , A l 2 O 3 e F e 2 O 3 é d e 92, 32% , a cim a d o v alo r
m í nim o exig i d o p el a N BR 1 26 53 (1 99 2d ), qu e é de 70% .

A t abel a 5. 1 1 a p r ese n ta um res um o da an ál is e q uím ica o bt id a n os


p o nto s dem a r ca do s na s f igu r as 5. 26 e 5.2 7 .

Tabela 5.11 – Análise química pontual (bloco de vedação)


FIGURA 5.26 FIGURA 5.27
(% EM PESO) (% EM PESO)
ELEMENTO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 1 PONTO 2
SiO2 2,26 92,83 97,68 33,31
Al2O3 1,53 5,56 1,33 11,78
Fe2O3 96,21 1,61 0,69 54,90

Na f i gur a 5 . 26, a a ná lise do p o nt o 1 a pr ese nt a um a gr a n d e


q u ant i d ad e d e F e 2 O 3 . J á o po nt o 2 a pr es e nta o q ue p o de se r um gr ão
d e qu a rt zo.
106

N a f igur a 5. 27, a an ális e d o po nt o 1 tam bém é ric a e m SiO 2 , no q u e


p r ova v elm e n te é u m a p ar tí cu l a d e q ua rt z o. J á n o po nt o 2, a an ális e
m ost ra a pr e dom in ânc i a d e f er ro, em m enor p ro p o rçã o qu e n a f igur a
5 .2 6, sob r e out r as qu ant i d ad es m en o re s d e silí ci o e alu m í nio.

A s f igur as 5. 2 8 e 5. 2 9 apr e s ent am as im a ge ns da am os t ra d o bl oc o


d e v e d aç ão util i za nd o el et r os sec un dá ri os, c o m au m e nt os d e 5. 00 0 e
7 .5 00 v e zes . E st as im age ns ap res e ntam um a qu a nti d a d e e no rm e de
p a rt íc ul as f in as, co m di âm et ros d e a pr oxim a dam e n t e 1 µ m , com
m orf ologi a i rr e gu l ar, qu e p od em e st ar r el aci on a dos não s ó com a
m iner a l ogi a, m as t am bém c om a m oage m do m at er ial. Es tas
c ar ac t erí st ic as p o dem t er i n f lue n cia do n os v al ores o bt idos n o e ns ai o
p a ra a o bte nçã o d a ár e a su p e rf icial es p ecí f ica (m éto d o d e B ET ).

Figura 5.28 – Bloco de vedação (5000 X)


107

Figura 5.29 – Bloco de vedação (7500 X)


108

A nál i s e da Am o st r a d e Bl o c o Cer â m i co Estr ut ur a l

A s f igur a s 5. 3 0, 5 . 31 e 5. 3 2 a pr ese nt am as im ag e ns da am os tr a d o
b loc o est ru t ur al a pa rt ir d e e lét r ons r etr o es pa l h ad os.

Figura 5.30 – Bloco estrutural (75 X)

Ponto 2

Ponto 1

Figura 5.31 – Bloco estrutural (1000 X)


109

Ponto 1 Ponto 3

Ponto 2

Figura 5.32 – Bloco estrutural (1000 X)

A t ab el a 5. 1 2 apr ese nt a um r es um o d a a n ális e qu ím ic a ge r al p ar a a


á r ea o bti d a co m o EDS , com b as e n a f igu ra 5. 3 0. A a nál ise com p let a
e nc ont ra- se no an exo D.

Tabela 5.12 – Análise química geral (bloco estrutural)


ÓXIDOS % EM PESO
SiO2 55,10
Al2O3 23,09
Fe2O3 16,67
K2 O 2,61
TiO2 1,17
CaO 0,64
Na2O 0,47
MgO 0,25

A ss im c om o o corr eu c om a a m ost r a do bl oc o d e v ed a ção, a p e sar de


a a ná lis e s er o b t ida po r m ei o d e um a ár e a m uit o pe qu e n a d o
m at eria l, o s r es ult ad os m o st r am co e r ê ncia com os el e m e ntos o bt id os
n o en s ai o d e FR X. H á um a p re d o m inânc ia dos óx i dos de s ilíc i o,
a lum í ni o e f erro , co m qu ant i d ad es m enor e s dos óx i d os d e p ot áss io,
110

t it âni o, cá lc io, s ó di o e m a g né si o. A s om a d os perc ent uais d e S i O 2 ,


A l 2 O 3 e F e 2 O 3 rep r e sen t am 94 , 86% d a am os tr a, ac im a d o v alo r m í nim o
e xig id o p el a NBR 12 65 3 ( 19 9 2d ), qu e é d e 7 0% .

A t abe l a 5. 1 3 a pr es e nt a um r esum o d a a ná l ise q uí m ica d os p o n tos


d em ar c a dos nas f igu r as 5. 3 1 e 5 . 32.

Tabela 5.13 – Análise química pontual (bloco estrutural)


FIGURA 5.31 FIGURA 5.32
(% EM PESO) (% EM PESO)
ELEMENTO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3
C 100 --- --- --- 100
SiO2 --- 1,26 99,45 2,83 ---
Al2O3 --- 0,64 0,55 2,07 ---
Fe2O3 --- 96,69 --- 46,48 ---
MnO --- 1,41 --- 3,14 ---
TiO2 --- --- 45,47 ---

A an ál is e q uí m ica g e ral é m uit o p ar e ci da co m a da am ost ra d e bl oc o


d e v ed aç ã o, c om o er a esp er ad o, co rr o bo r a n do m ais u m a vez c om o
e ns ai o d e f l uor es c ênc i a d e r ai os X.

A anál is e d o p ont o 1 d a f ig ura 5. 3 1 e d o po nt o 3 d a f igur a 5. 3 2


a p res e nt a 1 00% de c arb o n o. Is to é exp l ica d o p e l a pr es e nç a d e
c in za s de m a d eir a s ut il i za das no f orn o d e q ue im a da c er â m ica e p ela
i nco r p or aç ã o de l a m a d e a l to- f o r no d ur ant e a f a bric a ç ã o d as p eç as.

N o p ont o 2 d a f igu r a 5. 31, e xi st e a p r e dom in â nc ia d e ó xi dos d e f err o


s ob re o ut r o s óxi d os . A pr es en ç a d est es el em e nt os pr ov av elm e nt e
e st á li g a da a o t i p o d e a r gil a e ao f erc ok m is t ur ad o à m ass a d ur ant e a
f abr icaç ão.

N a f igur a 5. 3 2, ob ser v a- se n o p ont o 2 a pr ed om in ânci a d e óx id os d e


f er ro e t it âni o. N o p on t o 1 d a f i gur a 5. 32 há a pr ed om in ânci a de
s í lica, n o q ue p r ov av elm e n te é um gr ã o de ar eia (q ua r tz o).
111

A s f igur as 5. 3 3 e 5. 3 4 apr e s ent am as im a ge ns da am os t ra d o bl oc o


e st rut ur al ut i li za n d o-s e el ét r o ns s ec u nd ári os , co m a um ent os d e 5. 0 0 0
e 7. 5 0 0 v e zes . Es t as i m ag ens a pr ese nt am um a q ua nt id ad e e n orm e
d e p art í cu las f inas, c om d i âm et ro s d e i n f er i or es a 5 µ m . Es tas
i m age ns s ã o m uit o pr óx im as àq u el as obt i d as c om a s am o st r as de
b loc o d e v ed açã o. A pres ent am um a qu ant i d ad e e n orm e d e p art í cul as
f inas , co m di âm et ros d e ap rox im a da m e nt e 1 µ m , c om m or f olo gi a
i rre g u l ar, q ue p o d e m est ar r ela c io n ad os n ã o s ó c om a m iner al og ia,
m as t am bém c om a m oa gem d o m ater i al. E st as c a ract er ís t icas p od em
t er inf lu enc i a do n o s v al or es o bt i do s no ens ai o p ar a a o bt e nçã o d a
á r ea s up er f icial es pe cí f ic a (m é to do d e BE T) .

Figura 5.33 – Bloco estrutural (5000 X)


112

Figura 5.34 – Bloco estrutural (7500 X)

5.5.8 Índice de Atividade Pozolânica com Cimento Portland

D e ac or do c o m a N BR 12 65 3 (A BNT , 199 2 d ), o í n dic e de at ivi d a de


p o zol ân ic a ( IA P) com o c im e nt o P ort l an d é um a d a s ex ig ênc ias
f í sic as par a a c las si f ic ação de um m ater ial c om o s e nd o p o zol â n ic o.

A m et odol og ia p ar a a d e ter m i naç ão do IA P com c im ent o Po rt la n d é


d a da p el a NBR 5 75 2 ( AB NT, 1 9 92 b). O m ét od o t em com o o bj e tiv o
c om pa r ar a r e si st ênc i a de d uas ar g am ass as com dosa ge m e
c onsi st ên cia p a dr oni za d as. A a r g a m ass a de co n tr ol e, ch am a d a d e
“ A” , é pre p a ra d a com ar eia norm al, de ac or d o co m a NB R 72 14
( AB NT, 1 9 8 2), u s an do -s e co m o agl om er a n te ap e nas o c im ent o
P ort la nd, n o t r aç o d e 1: 3 ( em m as sa) . Pa r a o pr e par o da s e g u nd a
a r gam a ss a ( ar g am ass a “B” ), o v olu m e abso lu t o do c i m ent o Por t l an d
d ev e se r s u bst it uí do e m 35% p el o m at er ial po z ol ân ico .
113

A qu ant i d ad e de á gu a nec es s ár i a p a ra c ad a ar gam as s a é d ad a p e lo


í ndic e d e c on sist ê nc ia, q u e dev e s e r d e ( 2 2 5 ± 5) m m , det erm i n a d o
d e ac o rd o c om a N BR 72 15 (A BNT , 1 99 6 ).

D e ac or do com a no r m a, é re c om en d a da a m old ag e m de t r ês cor pos -


d e -pr o v a cilí nd r ic os d e 50 x 1 00 m m, que s e gu em pa r a c ur a em
c âm ar a úm id a d ur a nt e (2 4 ± 2) h or a s, à t em per at ur a d e (2 3 ± 2) º C.
A pós es t e p r a zo, sã o r et ir a dos d as f orm as e t r a nsf er id os pa r a
r eci p i ent es h er m e t icam ent e f echa d o s, se nd o s ubm et id os à cu r a
d u ra nt e m ais 27 di as , c om t em per atu r a d e ( 38 ± 2 ) ºC.

A det erm in aç ão d a r esis t ênc ia à co m pres sã o d os c or po s -d e- pr ov a e


s eus r es ult ad os s eg uem as r ecom e nd açõ e s da NBR 72 1 5 (A BNT ,
1 9 96 ).

O ti po de cim e nt o P ort la nd ut ili zad o no p re p ar o das ar gam as s as f oi o


C P V - AR I, qu e, s eg un d o a NBR 5 73 3 – Cim e nt o P o r t la nd d e A lt a
R esis tê nc i a I nici a l (A BNT , 1991 b) , dev e p o ssui r d e 9 5 a 10 0% d e
c lí nq ue r e s u lf a tos de c álc i o ( c o m po n ent e s em m ass a ), s e nd o
p e rm it ido at é 5% de a diç ão d e m at e rial c ar b on á tic o ( m íni m o de 8 5%
d e C a CO 3 ). Alg u m a s das c a ract er ís ti cas do c im e nt o ut ili za do s ão
a p res e nt ad a s n a t ab el a 5. 14.

Tabela 5.14 – Cimento Portland CP V – ARI


Resíduo na peneira 75 µm (%) 0,2
Resíduo na peneira 45 µm (%) 3
Finura
Área Específica (cm²/g) 4671
Blaine (cm²/g) 4500
Tempo de início de pega (h) 02:07
Expansibilidade a quente (mm) <2
1 dia 26
3 dias 41
Resistência à Compressão (MPa)
7 dias 46
28 dias 54,2
114

A m olda gem d o s c or p os- d e - pr ov a e r eal i zaç ã o d o e n s ai o d e ín di c e d e


c onsi st ên cia f ora m real i za dos n o L ab or at ór io d e C on c ret o d o DE MC
( De pa r tam e nt o d e E ng en ha ri a d e Mat er i ais e C o ns tr uç ã o) .

O í ndice de at ivi da de po z ol ân ic a é o b t ido po r:

(f c B / f c A ) x 1 0 0 ( %)

O nd e:

• f c B = r esis tê nc i a m édi a, a os 28 dias, d os c or pos -d e- p rov a


m olda d os c om cim ent o e m at er ia l p o zol â nic o ( ar gam as sa B) ;

• f c A = r esis tê nc i a m édi a, a os 28 dias, d os c or pos -d e- p rov a


m olda d os s ó com c im ent o ( ar gam as s a A) .

A águ a r eq u er i da é d a d a p o r:

(B/ A) x 10 0 ( %)

O nd e:

• A e B = qua nt id a des de á g u a n ec e ss ári as p ar a a o bt enç ão d e


í ndic es d e c o nsis tênc i a n o rm ais d e (2 2 5 ± 5) m m par a as
a r gam a ss as A e B , r esp ec ti v am en t e.

O s v alor es o b ti do s par a o ín di c e d e c onsis t ênc ia est ã o re pr es e nt a dos


n a t a b el a 5. 1 5.

Tabela 5.15 – Índice de consistência


RELAÇÃO ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA
AMOSTRA
ÁGUA/AGLOMERANTE (mm)
Referência 0,52 230
Bloco de Vedação 0,54 230
Bloco Estrutural 0,54 230
115

O ensa i o de r es ist ênc i a à c om pr es sã o f oi r eal i za d o d o La bo r at ó ri o d e


M at e ria is M etá lic o s do DE MC. A t a bel a 5. 1 6 a pr es en t a o r es ult a do
d os ens ai os .

Tabela 5.16 – Índice de pozolanicidade


RESISTÊNCIA À
ÁGUA REQUERIDA
AMOSTRA COMPRESSÃO IAP (%)
(%)
(MPa)
Referência --- 49,7 ---
Bloco de Vedação 100,2 39,1 78,7
Bloco Estrutural 100,3 39,5 79,5

O val or do I AP d as du as am ost ra s é s u p er ior a o de t erm ina d o p el a


N BR 12 6 53 ( 1 9 92 d) , q u e é d e 7 5% , ass im c om o os v alo r es d e á g ua
r e qu er i d a, qu e es t ão ab aix o d e 1 10 % .

5.5.9 Índice de Atividade Pozolânica em Cimento Portland Pozolânico

A NBR 575 3 (A BNT , 1 99 2c) v is a à obt enç ã o do í ndic e d e at iv i da d e


p o zol ân ic a e m cim e ntos P o rt la nd po zo l ân icos , po r m eio d e um
m ét od o quí m ico, qu e b usc a det er m ina r o co nsu m o d e hi dr ó xid o d e
c álci o d a am ost r a.

A po z ola nic i d ad e é o b ti da p ela c om par aç ão da qu ant i d ad e de


C a(O H) 2 pr es e nt e na f ase lí qui d a em c ont at o co m o cim ent o
h id rat ad o e a q ua n t ida de d e Ca (O H) 2 qu e p od e ri a s at u r ar um m eio d a
m esm a alcal ini d a d e.

O ens ai o f oi r ea l izad o n os L ab or a t ór i os de Q uím ica da A BCP. O


r es ul ta do é ex pr es so p or um a i s ot e r m a de so lu bil id ad e do C a (O H) 2 , à
t em per at u ra de 40 ºC, na pr es e nç a d e um a so l uç ão alc al i na.

A s am os t ras env i ad as p ara ens a i o f ora m com p o st a s p or 6 5% de


c im en to P ort l an d CP V - ARI e 35% de m at e ri al po zol ân i co,
m ist ur ad os. O per cent ual da p o zola na ( 35% ) f o i esc ol hid o d e ac or do
c om o v al or pr e scr ito pel a NBR 5 7 52 (A BNT , 1 99 2 b) , p oss ib ilit an do a
116

c om pa r aç ão dos r es ult a dos ent r e es te m é to do e o a nte r io r (it em


4 .5. 9 ) .

A s f igur as 3 5 e 36 apr es ent am os r e sult a dos d os e nsai os .

Figura 5.35 – Amostra de bloco de vedação


117

Figura 5.36 - Amostra de bloco estrutural

A m bas a s am os tr as f o ram c o nsi d er ad as com o c im ent o Por t l a nd


p o zol ân ic o, c o rr o b or an d o c om os re su lta do s obt i d os n os ens ai os d o
i tem 4 .5. 9.
118

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

P ouc os t r a ba lh os na ár ea f a zem ref er ê nci as ao be nef iciam e nt o


( m oag e m ) do m at e r ial e st u da do, a p r e sen t an d o s om ent e res u lta d os de
c ar ac t eri za ç ão e a plic aç ã o.

O s t rês m ét odos uti li za dos pa ra a ca r act er i zaç ã o gr an u l om ét ric a


( p en eir am ent o à ú m ido, C yc losi z er W arm a n e gr a n ulô m e tr o a la s er )
p oss u em ac u id ad es dif ere nc i ad as, n ão h ave n d o u m a com pa raç ã o
d ir et a e n tr e e les . Co nt u do, em b or a dif ere nt es e nt r e si, t od os os
r es ul ta dos m os tr a ram -se ad e q u ad o s aos e xig id os p ela AB NT par a
c ar ac t eri za ç ão gr an ul om ét r ic a do m ate ria l po z ol â nic o (% r eti do n a
p e ne ir a 4 5 µ m < 34% ).

M ét o d os pa r a ca r act er i zaç ão g ra n ul om étr ica c om o o pe ne ir am ent o à


ú m ido e o C yclos i z er W arm an perm i t em a insp e çã o vi s ual e an ál is e
d os gr ãos ret i d os po r f aix a, f at o q ue n ã o o co rr e n o g r an ul ôm etr o a
l ase r .

A am ost r a d e b lo c o d e v e daç ã o a pr ese nt o u um a ár ea s up erf ic ial


e sp ec íf ica cer c a d e 1 0 0% m ai or qu e o res ult ad o d a a m os t ra d o b loc o
e st rut ur al ( 8, 46 m ²/g c ont ra 4, 26 m ²/ g). Em am b os o s c as os, s ão
v alo r es s u pe ri o res aos d o cim e nt o P or tl a n d, q u e n orm a lm ent e v a ri am
e ntr e 0 ,3 5 e 0, 6 0 m ²/ g, m as a bai xo dos v al or es m é di o s o bt id os c om o
m et aca ulim (cer c a de 2 0 m ²/g) .

A a n ális e quí m ic a obt i da p el o EDS m ost ro u a p r ed om in ânci a d e SiO 2 ,


A l 2 O 3 e F e 2 O 3 . O som at óri o des t as f raç ões f oi d e 94, 8 6 % e 92, 32% ,
p a ra as am os tr as de bl o c o d e v e daç ão e es t r ut u ral, s e nd o s up er ior es
à s e xi gê nc i as quí m icas par a a clas sif ica ção d e um a am ost ra com o
s en do p o zo l â nica, qu e, s e gu n do a N BR 12 65 3 ( 19 9 2 d), é de 75% .

O s res ult a d os d o s ín dic es de at iv ida d e p o zol â nic a com cim ent o


P ort la nd at in gi r am 78, 7 e 79, 5% , re spe ct iv am ent e p a r a as am ost r as
d e bloc o d e ve d a ção e es tr ut ur al. E st es val o res s ão su p eri or es a o
e xig id o p el a NBR 57 52 ( ABNT , 19 92 b), q ue é d e 7 5% .
119

N o e n s aio p ara d e t erm inaç ã o d o I AP em cim en to P ort l a nd po zol ân i co,


e m bor a as am os t r as t en h am sid o pr ep ar a d as c om o t e or m áxim o
p e rm it ido (35% de adiç õ es p o zo lân i cas ) , os r es ult a dos f or am
s at isf at óri os , c lass i f ic and o am b as as am os tr as c om o p o zolâ nic as.

Os ensa ios de car act eri z aç ão das a m ost r as d em onst r a r am o


p ot en ci al de am bos os m at eri ais na ut ili z açã o c om o a diç ões
p o zol ân ic as em c im ent o Por tl a nd , a r g am ass as e c onc r et os.

A lém de p ossí v eis ga n hos ec on ô m icos e am bi e nt ai s, a uti li zaç ã o d e


a diç õ es p o zol ân ic as est á r el aci o na d a à d ur a bili d ad e d as est rut ur a s,
uma ve z q ue as po zo la n as c on som em o Ca (O H ) 2 e f or m am
c om po st os do t i p o d o C- S- H , só q u e m e nos alc a li n os , qu e a uxili am
na dim in uiç ã o da p erm e a bili da d e do m at er i al p or m ei o do
p r ee nc h im ent o d e esp aç os c a pil a r es.

A qu ant i da d e d e r esí d uos ge ra d os p ela in dú s t ria c er â m ic a e st u da d a é


r el ev a nte, c he g a n do a 2 0 t on el a das p o r di a.

O pro c ess o d e f abr icaç ão d e bl o cos de c er âm ic a ve rm e lha n ão poss ui


c ont r ol e t ec no ló gi co r i go ro s o, co nt ri bu i n do p ara o e le vad o í n dic e d e
p e rd as . As ind ús t r ias d ev er i am inv es t ir n a t ec nol o gi a d e pr od uç ão,
p ri nc i palm e nt e na q u eim a m ais ef ic ie nt e d os ar t ef at os , eco n om i za n do
m at éria - p rim a, co m b ust í vel e en er gi a, c om cons e q üe n t e re du ç ã o dos
r esí d u os g e r ad os .

A dim in uiç ão nas per das te ria ef eit os b e néf ic os m ai or es q ue a


r ecic l a gem do res í du o. Ent r et a nt o, a p oss ib ili da d e do a p rov e itam e nt o
d est e r esí du o com o a diçã o p o zo lâ nic a, tr ansf or m a nd o- o n um pro dut o,
c ria no v as alt e rn a tiv as p ar a a g e s t ão am bi ent al d as i n d ust ri ais
c er âm icas , d an do um a d es tin a çã o m ais n o bre e a d eq u ad a q u e a s u a
s im ple s d e posiç ã o em at err o s sa nit á r ios.

As c onclus õ es a p r ese n ta da s r ef er em -s e a pe n as a os r es ult a d os


o bti d os, p ar a os m ater ia is es p e cí f icos a n alis ad os n est e tr ab al ho,
p a ras as c o nd içõ es d e e ns a ios ad ot a das , e p ar a a s t écnic as d e
e xec u çã o ut il i za da s. S ua r e pr es ent ativ id ad e d eve s e r c onf irm ad a po r
120

m eio d e n ov as p esq u is as, q u e ap r es e nt em r es ult ad o s qu e p os sam


c om pl em e nt á -la e conf ir m á- l a.
121

7. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

P ara a c ar ac te ri za ç ão c om pl e ta dos res íd u os est ud a do s, visa n d o s u a


u tili z açã o c om o a diç ã o p o zo l â nica ao c im ent o Po r tl a nd, ar gam as s as
e c o ncr et os, pr o põ e- s e a com pl e m ent aç ão d a p es quis a c om as
s eg ui nt es s ug est õ es:

P ara os e nsai os de c a rac t e ri zaç ão, ut i li za ç ã o de am os tr as do


m at eria l c om gr a nul om et ri a i nf er ior a 4 5 µ m ( 1 00 % p ass a nt e n a
p e ne ir a # 32 5) , vis an do d et erm i n ar a in f luê n cia d a g r a nul om etr i a d a
r e at ivid a d e do m at er i al;

A vali aç ã o da i nf l uê nci a d os t eor e s de m at eri al p o zol â n ic o em


s ubst it uiç ã o ao c im ent o Po r tla n d, v ari an d o-s e os p er c ent uais d e
s ubst it uiç ã o;

A nális es t erm o g r a vim ét ric as, c om v i st as ao poss í v el be nef iciam e nt o


t ér m ic o dos r esí d u os , vis an do à m el h or i a da at iv id ad e p o zol â nic a dos
m esm os;

E st udo s o b r e a d ur abi l id a de d e art ef atos co nf ecc io n ad os c om es t es


m at eria is p o zo lâ n icos , co nt em pl a nd o p es q uis as s o br e as r e açõ es
á lca li- ag re g ad o , e xp a nsã o e ret r aç ã o.

A vali aç ã o dos pr oc ess os pr od uti v o s e n volv id os na c onf ecçã o de


p r od ut os de ce râ m ica ver m el ha, vi s an do a re d uç ã o d os r esí d uos
g e ra dos ;

E st udos s o br e o b ala nç o e n e rg ét ic o das at iv i da d es d e be nef iciam e nt o


( m oag e m , t ra tam e nt o t ér m ico , et c. ) e a viab ili da d e ec o nôm ic a na
u tili z açã o d es te s m at eria i s em esc a l a in dust ri a l.
122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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M at e ria is Po zo l ân ic os – D eter min a ç ão d e A t ivid a de Po zo l â nica -
Í ndic e d e A t ivid ad e P o zo lâ nic a co m Cal. Ri o d e Ja ne ir o, 19 9 2a .

A SS OCI A ÇÃO BRA SI LEI RA DE NOR MAS T ÉCNI CA S . NB R 5 75 2:


M at e ria is P o zo l ân i c os - Det er mi n açã o d e A t ivi d ad e Po zo lâ nic a c o m
C i me nt o P ort l an d - Í ndic e de At iv i da de P o zo l â nic a c o m C i m ent o. Rio
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C i me nt o P or t l an d Po zo l ân ic o - Det e r min aç ão da P o zol anic id a de. Ri o
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ANEXOS
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An e x o A – R esul t ado d os E n sai o s de Ár e a S up er f i ci al Esp e cí fi c a

Am o st r a 0 1 – Bl o co d e Ved a ção
135
136
137

.
138
139

Am o str a 0 2 – Blo co Est r ut u r al


140
141
142
143
144

An e x o B – R esul t ado d os E n sai o s de Den si d ade


145
146

An e x o C – R esul t ado d os E n sai o s de F RX


147
148
149
150
151

An e x o D – An ál i s es Qu í m i c as (ED S )
Am o s t ra d o B l o c o d e V e d a ç ã o
152

Am o s t r a d o Bl o c o d e Es t r u t u ra l

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