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LÍNGUA PORTUGUESA

Organizando as orações e os
períodos de nossos textos
Objetivos
Vamos estudar a organização de orações e períodos. Um dos pontos
que gera textos confusos (seja por falta ou excesso de informações) é
o modo como construímos nossas frases e como as relacionamos.
Nesse sentido, um de nossos objetivos mais importantes é apresentar
estratégias que você possa utilizar para escrever frases claras,
objetivas e bem articuladas, permitindo atingir melhor seus objetivos
na comunicação escrita.
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Organizando as orações e os períodos de nossos textos

Qualquer texto que produzirmos com palavras, seja na fala ou na escrita, apresentará
orações mais ou menos organizadas; elas são uma das bases da comunicação e podem ser
definidas como enunciados de sentido completo, que giram em torno de um verbo.
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Agora veja::

Nesse caso, temos o verbo (foi) e sabemos que ninguém foi capaz;
mas fica a pergunta: capaz de quê? Do que ninguém foi capaz?
Sendo assim, o enunciado está com sentido incompleto.

Ninguém foi
capaz.
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Quando nossas orações estão bem organizadas, isso significa que o enunciado ficou completo. Se,
por outro lado, estão mal organizadas, é porque ficou faltando alguma palavra ou expressão para
que pudéssemos compreender a mensagem.

Temos aqui uma oração: há um verbo (adoro) e


Eu adoro meu compreendemos o enunciado. Isso porque a oração indicou
carro!
quem adora (eu) e o que é adorado (meu carro).
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É importante ressaltar que essas duas orações usadas nos exemplos estão descontextualizadas, servindo apenas
para ilustrar. Pode ser que, em uma situação real, alguém tenha perguntado antes “Alguém foi capaz de chegar até
a linha de chegada?” e a resposta tenha sido “Ninguém foi capaz” ou mesmo “Ninguém”.

Devemos ter em mente, no entanto, que, na escrita, não estamos diante


de nosso leitor e, portanto, é mais provável que aconteçam enganos. Por
isso, quando escrevemos, é essencial construir orações com
sentido completo, para que não haja dúvidas sobre a mensagem. Não
podemos e não devemos contar com a boa vontade do leitor para
entender o texto, pois ele não está na nossa cabeça e não é
obrigado a saber o que está afirmado, mesmo que sejam
informações já ditas em mensagens anteriores. O leitor pode,
simplesmente, não se lembrar.
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Para Refletir:

Para escrever com clareza


Se você deseja ser compreendido, suas frases deverão atender a um
requisito fundamental: a clareza. É uma exigência para a qual não existe
meio termo. Se a frase for clara, você dirá o que quis dizer; se for obscura,
você provocará confusão.
Enfim, toda vez que você se sentar para escrever, lembre-se: é importante
escrever sentenças de breve extensão. Seja simples; utilize o ponto com
frequência; corte palavras inúteis; não seja repetitivo; não use
excessivamente partículas como “que”, “quando”, entre outras. Esses
procedimentos ajudam você a aproximar seu texto do leitor.

CIPRO NETO, Pasquale, INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo:
Scipione: 1998, p. 343, adaptado.
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Em nossa língua, a forma mais comum de construir as orações é:

Sujeito Verbo Complementos


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“Contrato de celular pré-pago desrespeita o consumidor.”

A expressão “contrato de celular pré-pago” é o sujeito, o verbo é “desrespeita”, e o


complemento é “o consumidor”. A maior parte das notícias de jornal são compostas
nesse formato, construindo orações completas, claras e objetivas.

Quanto mais temos familiaridade com a escrita, mais podemos variar essa estrutura,
dependendo do objetivo de nosso texto.

No entanto, se temos dificuldade em expressar nossas ideias ou temos como objetivo a clareza da mensagem,
essa é a forma mais direta de escrever.
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É claro que cada pessoa escreve do seu jeito. Algumas produzem o texto de uma vez (se não for muito longo),
outras vão escrevendo aos poucos; algumas pensam na estrutura do que estão escrevendo, outras não pensam
nisso no ato da escrita. Seja como for, em algum momento é preciso pensar naquilo que escrevemos, fazendo
uma revisão.

Pensando especificamente na questão das orações, uma


boa estratégia para revisar nossa mensagem é observar se
as orações estão completas; para tanto, observe se todas
têm verbo, quem pratica a ação ou vive o processo
indicado pelo verbo (sujeito), e se essa ação recai em
alguém ou alguma coisa (complementos).
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A maioria dos verbos apresenta sujeito, mas nem todos (os de


fenômenos da natureza, como “choveu”, “amanhece”, etc. não
verbos
apresentam).
- Chover
- Amanhecer
Da mesma forma, muitos verbos pedem complementos, mas nem todos. - Ventar
É preciso ter isso em mente para completar as orações de forma adequada. - Anoitecer

Se você procurar construir suas orações dessa forma, terá mais


chances de organizar textos compreensíveis para o leitor.
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 A organização do período

Quando escrevemos, é muito comum construirmos períodos compostos, em que duas


ou mais orações aparecem associadas. Nesses casos, é ainda mais frequente a
produção de textos confusos, seja pelo excesso de informações, seja por informações
incompletas.

Quando cheguei, o rapaz que costuma fazer as entregas ainda não havia trazido minhas
encomendas.

 Nesse exemplo, temos um período composto por três orações.


 Não há excesso de informações, e a mensagem está completa.
 As orações são:
Quando cheguei.
O rapaz ainda não havia trazido minhas encomendas.
O rapaz (substituído por “que”) costuma fazer as entregas.
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Agora observe este caso:

Ele, que sempre diz o que pensa, que não se preocupa com o que os outros pensam.

Nesse outro exemplo, temos duas orações, mas deveríamos ter três. Observe:

Ele não há verbo não há complemento.

Não sabemos, portanto, o que ele fez.


Sabemos que ele diz o que pensa e que não se preocupa com o que os outros pensam, mas
ficou faltando a informação principal. O período poderia ser reescrito da seguinte forma:

Ele, que sempre diz o que pensa, sem se preocupar com a opinião dos outros, contou
aos pais sobre sua viagem de dois anos.
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Glossário*

Frase Oração
É o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma É um tipo específico de frase, organizada
comunicação. Existem as frases sem verbo, as chamadas frases em torno de um verbo ou locução verbal.
nominais.
Exemplos: Exemplos:
- Atenção! A fábrica produziu bem hoje.
- Que frio! Ele não vai reclamar da proposta.
As frases classificam-se em:
- Declarativa: faz uma declaração. Exemplo: Gosto de roupas
confortáveis. Período
- Interrogativa: utiliza uma pergunta. Exemplo: Você vai telefonar É um tipo de frase mais complexa. Pode
para ele hoje? se organizar com uma oração (período
- Exclamativa: expressa emoções. Exemplo: Vai começar tudo de simples) ou mais (período composto).
novo!
- Imperativa: dá uma ordem ou pedido. Exemplo: Diga tudo de uma Exemplo de período simples:
vez. Eu disse a verdade.
- Optativa: expressa um desejo. Exemplo: Tomara que você passe no Exemplo de período composto:
exame! Eu disse que ele viria.
* http://www.infoescola.com/portugues/frase-oracao-e-
periodo/ - Adaptado
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Para Refletir:

Cuidado com o excesso de “que”

Muitas vezes, escrevemos períodos demasiadamente longos e acabamos inserindo


dentro deles uma série de orações introduzidas pela partícula “que”. Construímos,
desse modo, períodos confusos e, em alguns casos, incompletos.
Veja um exemplo:
Vários cientistas dizem que a clonagem humana, que é um avanço científico
inevitável, tem que ser explorada de maneira que a dignidade das pessoas seja
respeitada.
Esse período ficaria mais claro da seguinte forma:

Segundo vários cientistas, a clonagem humana (um avanço científico inevitável)


deve ser explorada sem que a dignidade das pessoas seja prejudicada.

http://www.mundovestibular.com.br/articles/107/2/Dissertacao---Dicas-Importantes/Paacutegina2.html - Adaptado
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Evite orações e períodos ambíguos.

Muitas vezes, um trecho pode gerar mais de uma interpretação, o que é um “desastre” do ponto de vista
textual. Observe:

Encontrei meus amigos passeando no parque.

Nesse caso, não sabemos quem estava passeando: eu ou meus amigos?


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Transforme períodos compostos em períodos simples.

Sempre que possível, reescreva as frases, transformando os períodos compostos em períodos simples.
Observe os exemplos:

Acho que a reforma da casa é urgente.

Acho urgente a reforma da casa.

O diretor acha que a compra desses livros é importante.

O diretor acha importante a compra desses livros.


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Escreva períodos curtos.

Use, sempre que possível, períodos simples (com apenas uma oração) ou períodos compostos com até três
orações. Assim é mais provável conseguir clareza e objetividade. Veja:

Governo exonera mais três funcionários dos Transportes.


Período simples.

O governo federal, que já está envolvido em outros escândalos, enfrenta


mais este: o Ministério dos Transportes está afundando na corrupção.
Período composto por três orações.
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Atenção à pontuação.

Com relação à pontuação, vamos destacar dois pontos principais:

1) Não devemos separar o sujeito do verbo e o verbo dos complementos por vírgulas. Se quisermos colocar
alguma informação acessória (seja uma palavra, uma expressão ou uma oração inteira), ela deverá ficar
isolada por vírgulas. Veja:

Ele, aquele seu primo, veio aqui te procurar.


João, que não é bobo, chegou antes dos outros.

2) As pontuações que encerram os períodos simples e composto são: o ponto, a interrogação e a exclamação.
Portanto, se seu parágrafo é longo e apresenta pouco essas pontuações, significa que seu período está muito
longo, cheio de informações e com grande probabilidade de estar também confuso.
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Para Refletir: Vírgula – Período simples


Quando se trata de separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a
vírgula nos seguintes casos:

1. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados: Ex. A maioria dos alunos,


durante as férias, viajam.
2. Para isolar os objetos pleonásticos: Ex. Os meus amigos, sempre os
respeito.
3. Para isolar o aposto explicativo: Ex. Londrina, a terceira cidade do Sul do
Brasil, é muito agradável.
4. Para isolar o vocativo: Ex. Alberto, traga minhas coisas pra cá!
5. Para separar elementos coordenados: Ex. As crianças, os pais, os
professores e os diretores irão à festa.
6. Para indicar a elipse do verbo: Ex. Ela prefere filmes românticos; o
namorado, de aventura. (o namorado prefere filmes de aventura)
7. Para separar, nas datas, o lugar: Ex. Londrina, 20 de novembro de 1996.
8. Para isolar conjunção coordenativa intercalada: Ex. Os candidatos,
porém, não respeitaram a lei.
9. Para isolar as expressões explicativas isto é, a saber, melhor
dizendo, quer dizer... Ex. Irei para Águas de Santa Brárbara, melhor dizendo,
Bárbara.
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Para Refletir: Vírgula – Período composto


Período composto por coordenação:
As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula.
Ex. Todos gostam de seus projetos, no entanto não há verbas para viabilizá-
los.
Nota: as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão
vírgula quando os sujeitos forem diferentes ou quando o e aparecer
repetido.
Ex. Ela irá no primeiro avião, e seus filhos, no próximo.
Ele gritava, e pulava, e gesticulava como um louco.

Período composto por subordinação:


Orações subordinadas substantivas: não se separam por vírgula.
Ex. É evidente que o culpado é o mordomo.
Orações subordinadas adjetivas: só a explicativa é separada por vírgula.
Ex. Londrina, que é a terceira cidade do Sul do Brasil, é muito agradável.
Orações subordinadas adverbiais: sempre se separam por vírgula.
Ex. Assim que chegarem as encomendas, começaremos a trabalhar.

http://www.dsconcursos.com.br/index.php?view=article&catid=43%3Aportugues&id=242%3
Apontuacao&format=pdf&option=com_content&Itemid=88 - Adaptado
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Revise o texto.

Nesta unidade, apontamos várias estratégias para a produção de períodos claros e


objetivos. Use-as para revisar seu texto e reelaborá-lo sempre que necessário.
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Dicas para elaboração de períodos claros e objetivos

• Construa orações completas, com sujeito, verbo e complementos.


• Corte palavras inúteis.
• Não seja repetitivo.
• Una, em um mesmo período, duas orações.
• Não use excessivamente partículas como “que”.
• Substitua orações inteiras por adjetivos.
• Ligue as orações com conjunções adequadas.
• Evite orações e períodos ambíguos.
• Transforme períodos compostos em períodos simples.
• Escreva períodos curtos.
• Atenção à pontuação.
• Utilize o ponto com frequência.
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Devemos levar em conta ainda outros aspectos:

 Não devemos ser repetitivos: observe se não está escrevendo a mesma coisa mais de uma
vez, com outras palavras.

 Unir, em um mesmo período, duas orações: sempre que possível, devemos unir orações, o
que, fatalmente, cortará algumas palavras e enxugará o texto.

 Não usar excessivamente partículas como “que”: cada vez que escrevemos um “que”, estamos
introduzindo uma nova oração no período, o que pode gerar um parágrafo sobrecarregado de
informações ou incompleto.

Desse modo, podemos garantir um texto mais claro e objetivo do ponto de vista da
organização de nossas orações e períodos.
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 Síntese
Até o momento estudamos a organização de orações e períodos. Uma oração, como vimos, é um
enunciado de sentido completo, que gira em torno de um verbo; já o período pode ser simples
(composto por uma só oração) ou composto (por duas ou mais orações relacionadas).
É muito importante escrevermos nossas orações e períodos com clareza e objetividade, pois assim
temos maior probabilidade de escrever textos compreensíveis para nossos leitores.

Para ter clareza e objetividade nas frases, devemos produzir orações e


períodos curtos, dispensando informações desnecessárias. Além disso,
devemos usar preferencialmente a estrutura sujeito + verbo +
complemento. Essa é a construção mais clara de nossa língua.
Organizando Textos com
coerência e coesão
Objetivos
Trabalhar dois temas muito importantes na produção de textos: a coerência e a coesão. De
modo geral, podemos dizer que a coerência diz respeito à harmonia entre as partes de um
texto e sua adequação ao contexto em que foi produzido (se a pessoa que produz faz
aquilo que foi solicitado). A coesão, por sua vez, é o conjunto de mecanismos que amarra
as partes do texto, como um tecido costurado, para que as ideias fiquem bem claras para o
leitor. Nesse contexto, os objetivos centrais são aprender a desenvolver narrativas e
opiniões de forma coerente e conhecer alguns mecanismos de coesão textual, para
empregá-los nos textos que escrevemos.
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Organizando Textos com coerência e coesão

É importante que os textos sejam coerentes.

Mas como sabemos se o que


escrevemos tem coerência ou não?

Para tentarmos responder a essa pergunta, leia o texto a seguir.


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Organizando Textos com coerência e coesão

“Aquela era a viagem de nossos sonhos...”

Nossa viagem estava programada há meses. O local, a data, os gastos, a


hospedagem, enfim, tudo o que era necessário para as férias de nossos sonhos.
Eu e meu namorado estamos muito felizes, curtindo a tranquilidade do campo,
o barulho dos passarinhos...
A mãe dele é uma chata! Fica sempre “de
olho gordo” em tudo! Como é que eu
aguento essa mulher, meu Deus! Sou uma
moça moderna! Só com muito amor mesmo!
Imagem: http://lazer.hsw.uol.com.br/como-desenhar-paisagens6.htm
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Organizando Textos com coerência e coesão

Não entendi
Como vimos, a história ficou incoerente a partir do nada...

momento em que a narradora mudou radicalmente o


assunto. Ela estava falando da viagem com o
namorado, detalhando os preparativos e, de repente,
do nada, começou a falar mal da mãe dele. O
problema é: não há nenhuma relação clara no texto
entre a viagem deles e a mãe do rapaz. Por isso
afirmamos que o texto ficou incoerente.
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Organizando Textos com coerência e coesão

Dicas para produzir uma narração bem feita


Para Refletir: Para fazer uma boa narrativa, é necessário que na
organização do texto você faça alguns questionamentos: o
que aconteceu? (enredo), quando aconteceu? (tempo),
onde aconteceu? (espaço), com quem aconteceu?
(personagens), como aconteceu? (trama, clímax,
desenlace).

Após fazer essas perguntas e respondê-las, pode-se iniciar


a redação da narrativa, onde são incluídos todos esses
itens mencionados acima. Para uma redação escolar, o
melhor é que se distribuam as informações dessa forma:
Introdução: Com quem aconteceu? Quando aconteceu?
Onde aconteceu?

Desenvolvimento: O que aconteceu? Como aconteceu?


Por que aconteceu?

Conclusão: Qual a consequência desse acontecimento?


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Organizando Textos com coerência e coesão

Além das histórias, outro tipo de texto muito comum em nosso dia a dia
são os opinativos, aqueles em que expressamos nosso ponto de vista sobre
algum assunto.

Aí também é preciso ter


coerência!
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Organizando Textos com coerência e coesão

Observe a imagem a seguir e veja o que um estudante escreveu sobre ela:

Texto do estudante

Eu acho esse trânsito de São Paulo


impossível! Ninguém consegue andar direito,
nem mesmo os motoqueiros. A gente fica
uma ou duas horas para chegar a qualquer
lugar. Eu gosto de carros pretos, daqueles
agora que são meio foscos. Muito lindo!
Quando puder, vou comprar um.
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Organizando Textos com coerência e coesão

Para que possamos escrever um texto de opinião com


coerência, algumas estratégias são necessárias:
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Organizando Textos com coerência e coesão

Para que possamos escrever um texto de opinião com


coerência, algumas estratégias são necessárias:

Não fugir ao tema proposto: é fundamental tratar do assunto proposto.


Se, por exemplo, alguém nos pede para opinar sobre a questão do
a) trânsito, não devemos sair desse tema e fugir para discussões paralelas
como “poluição” e “aumento na quantidade de acidentes de carro”,
mesmo sabendo que há relação entre esses assuntos.
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Organizando Textos com coerência e coesão

Para que possamos escrever um texto de opinião com


coerência, algumas estratégias são necessárias:

Apresentar uma opinião sobre o tema: quando nos é solicitado dar uma
opinião, não devemos, em um texto breve, apontar para várias direções,

b) mas, sim, destacar apenas um ponto de vista. Em nosso exemplo, se


defendermos que o trânsito é o maior problema das grandes cidades, essa
é a opinião que devemos defender do início ao fim do texto, mesmo
sabendo que há outras formas de falar do assunto.
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Para que possamos escrever um texto de opinião com


coerência, algumas estratégias são necessárias:

Defender apenas essa opinião: defender uma opinião é dar argumentos,


motivos que nos levam a pensar da forma como pensamos, e não

c) apresentar outros pontos de vista sobre o assunto. Retomando nosso


exemplo, podemos argumentar que o trânsito é o maior problema de uma
grande cidade uma vez que, em muitos dias, ele simplesmente para, o
que gera prejuízos a todos, de toda ordem.
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Para que possamos escrever um texto de opinião com


coerência, algumas estratégias são necessárias:

Chegar a uma conclusão que reafirme nossa opinião: a conclusão é o momento


em que fechamos o raciocínio, reafirmando o que pensamos e, muitas vezes,
propondo alguma forma de intervenção no assunto. No caso do trânsito, podemos
d)
terminar sugerindo que resolver esse problema é um dever de todos, indivíduos e
instituições, e que medidas diversas precisam ser tomadas, desde incentivos a
empresas que estimularem o trabalho em casa, horários alternados de trabalho,
investimento público e privado em transportes coletivos, etc.
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Dicas para um bom texto de opinião


Para Refletir:
Segue abaixo uma síntese das sete dicas do grande
escritor Stephen Kanitz para argumentar bem:

1. Sempre escreva tendo uma nítida imagem da pessoa


para quem está escrevendo.

2. Querer se exibir nem fica bem. Resumindo, não caia


nessa tentação, leitores odeiam ser chamados de burros.
Leitores querem sair da leitura mais inteligentes do que
antes, querem entender o que você quis dizer.

3. Releia e reescreva os seus artigos quantas vezes forem


necessárias.

4. Você normalmente quer convencer alguém que tem


uma convicção contrária à sua. Se você quer mudar o
mundo, terá que começar convencendo os conservadores
a mudar.
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Dicas para um bom texto de opinião


(continuação)
Para Refletir:
5. Cada ideia tem de ser repetida duas ou mais vezes. Na
primeira vez você explica de um jeito, na segunda você
explica de outro. Informação é redundância. Você tem que
dar mais informação do que o estritamente necessário.

6. Se você quer convencer alguém de alguma coisa, o


melhor é deixá-lo chegar à conclusão sozinho, em vez de
você impor a sua.

7. É preciso ser conciso, direto e achar soluções mais


curtas. Escreva um texto de quatro páginas, depois,
reduza a duas e, mais adiante, a uma. Assim, você
aprende a tirar as “linguiças” e redundâncias.

http://www.kanitz.com.br/impublicaveis/como_escrever_um_artigo.asp / Adaptado.
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COERÊNCIA

Agora que vimos como organizar histórias e opiniões de forma


coerente, vamos falar um pouco sobre coesão. De forma bem
simples, podemos dizer que um texto coeso é aquele que
apresenta suas partes amarradas. É como se fosse uma roupa:
para que as mangas fiquem juntas com o corpo de uma camisa, é
preciso costurar uma parte com a outra.
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Curiosidades*

Origem da palavra texto: textum é o particípio do verbo latino texere,


que significa tecer.
Tecer um texto, portanto, exige o entrelaçamento de palavras e frases,
a costura de períodos e parágrafos. Nesse trabalho de tecelão, o
redator aplica diversos recursos e estratégias, criando um produto
cujos aspectos formais, quando bem articulados, adquirem por si
mesmos um significado.
Uma das maneiras de se definir estilo é essa - a capacidade do
produtor de textos de imprimir em sua obra o talento individual e as
marcas de sua arte e sua técnica.
*http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/ingredientes-texto-suave-427353.shtml
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Agora que vimos como organizar histórias e opiniões de forma coerente,


vamos falar um pouco sobre coesão. De forma bem simples, podemos dizer
que um texto coeso é aquele que apresenta suas partes amarradas. É como
se fosse uma roupa: para que as mangas fiquem juntas com o corpo de
uma camisa, é preciso costurar uma parte com a outra.

A resposta é: Quem faz o papel


da linha?
palavras ou expressões! Mas como isso
acontece em um
texto?
???
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Podemos concluir, então, que, em um texto, normalmente há


palavras ou expressões que estão ali para articular as frases e
parágrafos. São elas que garantem a coesão do texto!
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Glossário

Parágrafo
(Grego: Para = perto, ao lado / grafo = escrevo)
Os textos em prosa (narrativos, descritivos ou dissertativos) são formados, geralmente,
por uma ou mais unidades menores chamadas de parágrafo.
Indica-se o parágrafo em um texto, seja ele impresso ou manuscrito, por um pequeno
recuo de sua primeira linha em relação à margem esquerda da folha. Inicia-se com letra
maiúscula e com o espaçamento em branco entre o anterior e o seguinte.
Do ponto de vista linguístico o parágrafo deve conter uma ideia central, à qual se agregam
outras, secundárias, ligadas entre si e relacionadas à ideia central.
http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/981073
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A coesão textual é feita de dois jeitos


principais. Vamos ver primeiro a
coesão que se faz por retomada ou
antecipação de uma informação.
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Ao acordar, disse para a mulher:


- Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito
com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade,
estou a nenhum.
- Explique isso ao homem - ponderou a mulher.
- Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente
as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não
faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar -
amanhã eu pago.
O termo “ele” é dos elementos de coesão do texto, pois retoma
uma informação já dita antes (ele é “o sujeito com a conta”).
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O outro tipo comum de coesão é composto por palavras que ligam as partes do
texto, mas não retomam nem antecipam informações. Nesse caso, não há
retomada nem antecipação de nenhuma informação, mas esses termos servem
para articular as partes do texto.
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Observe os termos ou expressões em destaque no fragmento.


Eles possibilitam esse tipo de coesão.

Ao acordar, viu aos pés da cama o monte de uns trinta centímetros de altura. A
orelha crescera e se enrolara como cobra. Tentou se levantar. Difícil. Precisava
segurar as orelhas enroladas. Pensavam. Ficou na cama. E sentia a orelha
crescendo, com uma cosquinha. O sangue correndo para lá, os nervos, músculos, a
pele se formando, rápido. Às quatro da tarde, toda a cama tinha sido tomada pela
orelha. O escriturário sentia fome, sede. Às dez da noite, sua barriga roncava. A
orelha tinha caído para fora da cama. Dormiu.
Acordou no meio da noite com o barulhinho da orelha crescendo. Dormiu de novo
e quando acordou na manhã seguinte, o quarto se enchera com a orelha. Ela
estava em cima do guarda-roupa, embaixo da cama, na pia. E forçava a porta. Ao
meio-dia, a orelha derrubou a porta, saiu pelo corredor. Duas horas mais tarde,
encheu o corredor. Inundou a casa. Os hóspedes fugiram para a rua. Chamaram a
polícia, o corpo de bombeiros. A orelha saiu para o quintal. Para a rua.
http://www.releituras.com/ilbrandao_orelha.asp
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Lembre-se: Dois tipos principais de coesão


Coesão Referencial
Alcançamos a coesão referencial utilizando expressões que retomam ou antecipam
nossas ideias, por meio de termos como ele, isso, esta, ou sinônimos (também
chamada de coesão lexical), como vemos no exemplo: O presidente do Palmeiras,
Silvano Eustáquio, afirmou que o time tem todas as condições para ganhar o
campeonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense será
impenetrável. Na opinião do cartola, a torcida só terá motivos de alegria.

Coesão Sequencial
Trata-se de estabelecer relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto,
utilizamos os chamados conectivos (principalmente preposições e conjunções).
Alguns exemplos: por isso, logo, portanto, desde que, para que, assim, etc.
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 Síntese
Foram estudados dois assuntos principais: a coerência e a coesão textuais. Vimos
que, para garantir a construção de um texto coerente, é preciso que mantenhamos
o assunto que vem sendo tratado no texto, não fazendo mudanças bruscas.
Se estamos contanto uma história, cada fato que
aparece deve ser a consequência de um fato anterior;
se, em outros contextos, estamos elaborando um
ponto de vista, é necessário definir nossa opinião e
sustentá-la, apresentando motivos que nos levam a
pensar daquela maneira. Devemos, ainda, chegar a
uma conclusão coerente com o raciocínio que
desenvolvemos ao longo do texto.
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Organizando Textos com coerência e coesão

Com relação à coesão, compreendemos que é composta pelo conjunto de


mecanismos (palavras ou expressões) que mantém vivas as ideias ou fatos que
estão sendo desenvolvidos no texto. É importante perceber que esses recursos
auxiliam o leitor a entender a mensagem, uma vez
que relacionam as informações já ditas com as novas
que vão aparecendo ao longo da escrita.
Há dois tipos muito comuns de coesão: a primeira é a
que se faz por meio de retomadas ou antecipações.
Nesse caso, palavras como pronomes ou sinônimos
retomam ou antecipam outros, mantendo viva a
informação para o leitor.
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Organizando Textos com coerência e coesão

Já o segundo tipo de coesão se dá por meio de palavras ou expressões que não


retomam ou antecipam nada, mas estabelecem a ponte entre as informações do
texto. É o caso de conjunções como “portanto”, “assim”, “mas”, “pois”, entre muitas
outras, e expressões como “naquele dia”, “de
repente”, etc.
Para que possamos escrever textos com coerência e
coesão, é necessário estar atentos a essas
informações. Tomando esses cuidados, temos muito
mais chances de obter sucesso com nossas
mensagens.
Língua Portuguesa
Organizando as orações e os períodos de nossos textos

Bibliografia

ABREU, Antonio Suarez. Gramática mínima para o domínio da língua padrão. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2006.

CIPRO NETO, Pasquale, INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione: 1998.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2006.

FIORIN, José Luis SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2007.

GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

TUFANO, Douglas. Estudos de redação. São Paulo: Moderna, 1996.


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Links do YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=FqC4W0WCVAA&feature=related
– Aqui você encontra explicações didáticas sobre período simples e composto.

http://www.youtube.com/watch?v=0ie17PWK0lk&feature=relmfu
– Aqui você encontra explicações de como evitar vícios de linguagem,
como queísmo, intromissão, etc.

http://www.youtube.com/watch?v=YYezwvE_XfE&playnext=1&list=PL0DC2843497C353C9
– Aqui você encontra explicações didáticas sobre período simples e composto, mostrando exemplos práticos.

http://www.youtube.com/watch?v=7qY5ZZdT6hE&feature=related
– Aqui você encontra explicações didáticas sobre frases e suas classificações (interrogativa, imperativa, etc.).

http://www.youtube.com/watch?v=EaSIaTP1bNw&feature=related
– Aqui você encontra algumas explicações sobre o básico para a organização das orações e os termos acessórios.
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http://www.youtube.com/watch?v=kJ6RXKgD-h4&feature=related
– Aqui você encontra explicações didáticas sobre coerência e coesão textuais.

http://www.youtube.com/watch?v=ugmt14CDwYU&feature=related
– Aqui você encontra explicações didáticas sobre coerência textual.

http://www.youtube.com/watch?v=wzGQh2PyNh0&feature=related
– Aqui você encontra explicações didáticas sobre coesão textual.

http://www.youtube.com/watch?v=wmDQamQb0xA
– Aqui você encontra explicações didáticas detalhadas de como conseguir produzir textos coerentes e
coesos.

http://www.youtube.com/watch?v=x5l_g2yC1TM
– Aqui você encontra um vídeo de alunos do curso de Letras da Universidade Anhembi Morumbi,
explicando um pouco mais sobre a coesão e a coerência textuais.
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Links
http://www.momentocerto.com.br/exercicios-de-portugues/tipos-de-frases/
Aqui você encontra exercícios sobre frases.

http://www.alunosonline.com.br/portugues/o-periodo-composto-por-subordinacao-
uso-virgula.html Aqui você encontra explicações sobre o uso da vírgula no período
composto.

http://www.colegiomisericordia.com.br/images/materialdeestudo/exerciciosegabarit
os/9ANO/PORTUGU%C3%8AS.pdf
Aqui você encontra diversas atividades com períodos.

http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint1.php
Aqui você encontra muitas explicações didáticas sobre frase, oração e período.

http://exerciciosestruturais.blogspot.com/2010/12/eliminando-que-transformacao-de-periodo.html -
Aqui você encontra atividades de transformação de período composto em simples.
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Links
http://www.profaugusto.com.br/index.php?option=content&task=view&id=118
Aqui você encontra atividades de coerência e coesão textual, em forma de t
estes, com gabarito.

http://www.portuguesconcurso.com/2009/10/exercicios-de-coesao-textual.html
Aqui você encontra atividades de coesão textual, em forma de testes, com
gabarito.

http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u13.jhtm
Aqui você encontra mais explicações e exemplos de como conseguir a coesão textual.

http://www.infoescola.com/redacao/coerencia-textual/exercicios/
Aqui você encontra atividades de coerência e coesão textual, em forma de testes, com gabarito.

http://conhecimentopratico.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/16/artigo181085-
1.asp
Aqui você encontra mais explicações sobre como organizamos um texto com coerência e coesão.

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