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ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) PRESIDENTE DO COLEGIADO ESPECIAL

DA JARI - JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÕES –


DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA
FEDERAL/SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO ESTADO DO CEARÁ

RECURSO ADMINISTRATIVO

NOTIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO Nº 0073638034

AUTO DE INFRAÇÃO Nº T543793478

INFRAÇÃO GRAVISSÍMA

PAULO DANILO SÁ DE CASTRO, brasileiro, (profissão), portador do RG nº


__________, inscrito no CPF sob o nº ________, residente e domiciliado
__________, vem, apresentar a presente defesa em desfavor ao auto de
infração de referência supra, promovido por este órgão de trânsito, dirigido ao
veículo VOLVO/VM 270 6X2R – CAMINHAO - CARGA, Placa: POQ8B22/CE,
pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

I – DA TEMPESTIVIDADE

A presente Defesa é tempestiva vez que o prazo para a sua


apresentação se encerra em 05 de setembro de 2022, como consta nas
notificações de autuação recebida pelo Recorrente, conforme cópias dos
documentos acostadas.

De acordo com o art. 3º da Resolução do CONTRAN 404/12, o prazo


para interpor a defesa não pode ser inferior a 15 dias, senão vejamos:
Art. 3º-(...) § 3º Da Notificação da Autuação constará a data do
término do prazo para a apresentação da Defesa da Autuação pelo
proprietário do veículo ou pelo condutor infrator devidamente
identificado, que não será inferior a 15 (quinze) dias, contados da
data da notificação da autuação ou publicação por edital, observado o
disposto no art. 12 desta Resolução.

Portanto, a presente defesa é tempestiva.

II – PRELIMINARMENTE.

É necessário que sejam esclarecidas algumas situações particulares à


presente infração, as quais, sem dúvidas, servirão como subsídio para um
melhor e mais justo julgamento.

Conforme pode se depreender dos Autos de Infração, ora em comento,


esses documentos apresentam informações idênticas quanto à data de
expedição, infração cometida, placa do veículo autuado, bem como em relação
ao local, data e horários (aproximados) da infração, sugerindo, portanto, a
ocorrência de duplicidade na emissão das autuações, senão vejamos:
No presente caso, evidente a ocorrência de duplicidade na emissão dos
autos de infração, ensejando em grave irregularidade no documento emitido,
pois configura dupla penalização em relação ao ato infracional, sobre o qual
discute-se o mérito.

Importa asseverar que em relação ao Auto de Infração nº T543793486,


Notificação de Autuação nº 0073638067, não houve descumprimento de
norma de trânsito, merecendo revisão a penalidade de multa imposta,
consoante será tratado em item posterior.

Ante o exposto, preliminarmente, pugna-se pelo reconhecimento de


erro na emissão de Auto de Infração, especificamente, ocorrência de
autuação em duplicidade, de modo que em observância aos princípios da
legalidade e autotutela, desde já se requer a anulação do Auto de Infração
nº T543793478, Notificação de Autuação nº 0073638034, por ser medida da
mais lídima justiça.

III - DA SUPOSTA INFRAÇÃO COMETIDA – ART. 191 do CTB

Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em


sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo
outro ao realizar operação de ultrapassagem:

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
dirigir.     

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista


no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze)
meses da infração anterior

IV- DO MÉRITO

Na remota hipótese deste órgão administrativo de julgamento não


acolher a preliminar supra, o que se argumenta somente por observância à
eventualidade, o recorrente passa a impugnar os autos infracionais no que
concerne aos requisitos que devem revestir o ato administrativo, na forma
abaixo preconizada:

DA DUPLICIDADE DOS AUTOS DE INFRAÇÃO. DO PRINCÍPIO DO “NOS


BIS IN IDEM”. DA IRREGULARIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. DO
NECESSÁRIO ARQUIVAMENTO DO AUTO DE INFRAÇÃO Nº T543793478.

O Código de Trânsito Brasileiro prevê expressamente sobre os


requisitos a serem observados no preenchimento do Auto de Infração de
Trânsito (AIT), quais sejam:

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-


se-á auto de infração, do qual constará:
I - tipificação da infração;
II - local, data e hora do cometimento da infração;
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e
espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identificação;
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente
autuador ou equipamento que comprovar a infração;
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como
notificação do cometimento da infração.

A legislação de trânsito estabelece ainda que o auto de infração será


arquivado e seu registro julgado insubsistente, caso seja considerado
inconsistente ou irregular:
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência
estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a
consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro
julgado insubsistente:

I - se considerado inconsistente ou irregular;


II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação
da autuação.

Conforme alhures narrado, o defendente foi duplamente penalizado em


relação ao mesmo ato infracional, como prova ambos Autos de Infração que
trazem informações idênticas quanto a data de expedição, infração cometida,
placa do veículo autuado, bem como em relação ao local, data e horário
(aproximado) da infração.

Os autos de infração somente diferem a respeito da sua numeração e


numeração da notificação de penalidade, mas atribuem a infração a mesma
pessoa física, razão pela qual verifica-se a ocorrência de duplicidade na
emissão das autuações, em manifesta inobservância à lei.

Tal irregularidade deve-se ao fato de que, provavelmente, houve


falha no preenchimento e emissão dos Autos de Infração.

Válido trazermos a colação enxertos jurisprudenciais de casos análogos,


de modo a se verificar qual o tratamento tem se dado a casos do gênero, em
tribunais por todo o país:

REEXAME NECESSÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO


ADMINISTRATIVO. PRELIMINAR. CARÊNCIA DE AÇÃO.
REJEITADA. MULTA DE TRÂNSITO. DUPLICIDADE.
IMPOSSIBILIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. SENTENÇA
CONFIRMADA EM REEXAME NECESSÁRIO. 1. Não se acolhe a
preliminar de carência de ação, uma vez que demonstrada a
existência de multas cobradas em duplicidade, outra opção não
restava ao impetrante, senão provocar a via jurisdicional, posto que
restou obstada sua pretensão pela via administrativa. 2. Verificada e
comprovada a ilegalidade do ato coator consubstanciado na
cobrança em duplicidade de multa pela infração de trânsito
cometida pelo impetrante. Correta a sentença ao acolher a
segurança pretendida no sentido de anular o auto de infração nº
P090038107 e todas as penalidades dele decorrentes. SENTENÇA
CONFIRMADA EM REEXAME NECESSÁRIO. (Classe: Remessa
Necessária,Número do Processo: 0118436-95.2003.8.05.0001,
Relator (a): Moacyr Montenegro Souto, Terceira Câmara Cível,
Publicado em: 26/11/2018) (TJ-BA - Remessa Necessária:
01184369520038050001, Relator: Moacyr Montenegro Souto,
Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: 26/11/2018)

APELAÇÃO - AÇÃO ORDINÁRIA - DECLARAÇÃO DE NULIDADE


DE AUTO DE INFRAÇÃO E DE MULTA DE TRÂNSITO -
CABIMENTO -AUTUAÇÃO EM DUPLICIDADE - AUSÊNCIA DE
PROVA EM SENTIDO CONTRÁRIO - ARTIGO 333, II, DO CPC. - É
de se reconhecer a nulidade do auto de infração e da multa de
trânsito quando demonstrada a duplicidade da autuação pelo
mesmo fato - Cabe ao Município, nos moldes do artigo 333, II, do
CPC, o ônus de comprovar qualquer fato impeditivo, modificativo,
extintivo do direito do autor. (TJ-MG - AC: 10702085278969001
Uberlândia, Relator: Silas Vieira, Data de Julgamento: 08/07/2010,
Câmaras Cíveis Isoladas / 3ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
28/07/2010)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - PROCEDIMENTO


COMUM - ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO - INFRAÇÃO DE
TRÂNSITO - AUTO DE INFRAÇÃO - AUSÊNCIA DE REQUISITOS -
NULIDADE - ADMISSIBILIDADE. 1. Para a lavratura de auto de
infração de trânsito, é necessária a observância dos requisitos
previstos na legislação correspondente. 2. Lavratura do auto de
infração. Falta de indicação do local e da tipificação da infração (art.
280, I e II, CTB). Ausentes informações sobre o aparente estado de
embriaguez do infrator. Auto de infração que não preenche os
requisitos legais. Nulidade. Pedido procedente. Sentença mantida.
Recurso desprovido. (TJ-SP 00042198420098260602 SP 0004219-
84.2009.8.26.0602, Relator: Décio Notarangeli, Data de Julgamento:
18/04/2018, 9ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação:
18/04/2018)

Nesse viés, a irregularidade constatada nos Autos de Infração, objetos


do recurso, configura bis in idem, ou seja, condenação dupla pela mesma
infração, espécie de penalização vedada segundo o princípio amplamente
conhecido como "vedação da dupla punição pelo mesmo fato".
O princípio do “nos bis in idem” é balizador das penalidades
administrativas e decorre dos princípios da legalidade e tipicidade, consistindo
na vedação à autoridade de impor mais de uma penalidade administrativa no
sujeito infrator em relação ao mesmo ato infracional.

Quanto ao cotejo jurisprudencial de casos semelhantes ao apreciado, a


aplicação de pena em duplicidade é amplamente vedada pela jurisprudência:

MANDADO DE SEGURANÇA - Auto de Infração de Trânsito


lavrado em duplicidade - Comprovação de que a impetrante foi
autuada em duplicidade por uma mesma infração de trânsito -
Insubsistência de uma das autuações – Bis in idem configurado
– Concessão da segurança mantida – Precedentes desta Eg. Câmara
e Corte - Reexame necessário não acolhido.(TJ-SP - Remessa
Necessária Cível: 10000549420198260482 SP 1000054-
94.2019.8.26.0482, Relator: Rebouças de Carvalho, Data de
Julgamento: 29/06/2020, 9ª Câmara de Direito Público, Data de
Publicação: 29/06/2020)

APELAÇÃO – Ação declaratória – Multas de trânsito – Anulação –


Sentença de parcial procedência – Irresignação – Ausência de
interesse recursal quanto à parte da sentença que não lhe foi
desfavorável (constitucionalidade da delegação do poder de polícia,
bem como de aplicação de sanções, às empresas de economia mista,
reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão
geral - Tema 532) – Análise apenas de questão que lhe foi
desfavorável, relativa à anulação de Auto de Infração de trânsito –
Existência de duplicidade de punição em razão do mesmo ato
infracional, sendo de rigor a anulação do segundo Auto de
Infração de Trânsito lavrado pela Requerida Transerp
(F26984002), pois configurado o bis in idem. Recurso conhecido
em parte e desprovido na parte conhecida. (TJ-SP - AC:
10184735620208260506 SP 1018473-56.2020.8.26.0506, Relator:
Danilo Panizza, Data de Julgamento: 26/05/2021, 1ª Câmara de
Direito Público, Data de Publicação: 26/05/2021)

APELAÇÃO CÍVEL. SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO.


INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. CONDUÇÃO DE VEÍCULO NA
CONTRAMÃO DE DIREÇÃO.ART. 186,INC. II, DOCTB.LAVRATURA
DE DOIS AUTOS DE INFRAÇÃO EM LAPSO TEMPORAL INFERIOR
A DOIS MINUTOS. BIS IN IDEM CONFIGURADO. ILEGITIMIDADE
PASSIVA DO DETRAN. AUTUAÇÃO DO ÓRGÃO MUNICIPAL. - O
DETRAN, embora o responsável pela instauração de PSDD por
excesso de pontos, não detém gerência sobre as autuações
efetuadas por outros órgãos de trânsito. A retirada de pontos da CNH
do condutor é mera consequência da anulação da autuação, cuja
defesa cabe ao órgão autuador, no caso, o Município de São
Leopoldo. Acolhimento da prefacial da ilegitimidade passiva suscitada
pela autarquia estadual - No mérito, assiste razão à parte
autora/apelada quanto à duplicidade de multas, pois conforme os
autos de infração, que dizem respeito ao dia 13/02/2012 e local
Avenida Presidente Roosevelt, São Leopoldo/RS, a infração de
dirigir pela contramão se deu nos horários 11h19min e 11h21min,
ou seja, na sequência da direção empreendida pelo autor, tendo
sido este abordado após a segunda constatação de direção
irregular pela contramão. Desse modo, considerando as
condições de tempo e local, caberia uma única autuação do
infrator. Diferente seria o caso de o autor ser autuado após o
primeiro ato de direção na contramão e depois voltar a realizar a
infração, pois haveria, assim, uma diferença razoável de tempo a
configurar nova infração, além de que restaria totalmente
demonstrada a falta de respeito às normas de trânsito, eis que o
motorista teria sido advertido de forma clara. Assim, a segunda
penalidade deve ser anulada pela autoridade de responsável,
qual seja, o Município, o que repercutirá na contagem de pontos
e perda da habilitação de responsabilidade do Detran, conforme
art. 256,§ 3º, do Código de Trânsito Brasileiro. Manutenção da
sentença. PROVIDO O APELO DO DETRAN E DESPROVIDO O
APELO DO MUNICÍPIO. (Apelação e Reexame Necessário Nº
70075868653, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Marilene Bonzanini, Julgado em 25/01/2018) (TJ-RS -
REEX: 70075868653 RS, Relator: Marilene Bonzanini, Data de
Julgamento: 25/01/2018, Vigésima Segunda Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 01/02/2018)

DIREITO CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL


CIVIL. APELAÇÃO. INFRAÇÕES DE TRÂNSITO. NOTIFICAÇÃO
EXPEDIDA PARA O ENDEREÇO CONSTANTE NO CADASTRO DO
ÓRGÃO. AUSÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. MULTAS
CONCORRENTES E DUPLICADAS. ANULAÇÃO. LOMBADA
ELETRÔNICA. AUSÊNCIA DE PROVA DE AFERIÇÃO.
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS FIXADOS DE ACORDO COM
OART. 20,§ 4ºDOCPC/1973, VIGENTE À ÉPOCA DA SENTENÇA.
RECURSO DE APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. (...). 5.
Noutra vertente, assiste razão a autora no que diz respeito à
ilegalidade das multas concorrentes e duplicadas geradas por
um único ato, no mesmo momento. De acordo com o Manual de
Trânsito Brasileiro, do Conselho Nacional de Trânsito - Contran, são
infrações concorrentes aquelas em que o cometimento de uma
infração tem como pressuposto o cometimento de outra. Tal
resolução previu o sistema de absorção das penalidades nesses
casos, respondendo o condutor apenas pela infração mais específica.
6. No caso dos autos, observando o documento de fls. 21, consta
aplicação de multas pelo mesmo ato no dia 16/08/1999, no mesmo
momento (todos às 10h13) com três multas concorrentes, quais
sejam: I- dirigir com uma das mãos exceto fazer sinais
regulamentares de braço, II - dirigir utilizando fones de ouvido ou
telefone celular, III - dirigir sem atenção ou cuidados indispensáveis a
segurança. 7. Verifico, ainda, que há duplicidade dessas multas,
conforme se depreende dos autos de infração de nº D000233774-9 e
D000228765-2. Portanto, devem ser anulados o auto de infração de
nº D000233774-9, devido a duplicidade da cobrança; e duas das
multas constantes do auto de nº D000228765-2, sendo válida apenas
uma, a mais específica, que é a referente a dirigir utilizando fones de
ouvido ou telefone celular. 8. (...). 10. Recurso de Apelação
parcialmente provido para reformar a sentença, declarando a nulidade
dos autos de infração D000233774-9 e Q000058226-9 e duas multas
referentes ao auto de infração D000228765-2: dirigir com uma das
mãos exceto fazer sinais regulamentares de braço e dirigir sem
atenção ou cuidados indispensáveis a segurança; restando válidas
todas as demais.(TJ-PE - APL: 3553804 PE, Relator: Márcio
Fernando de Aguiar Silva, Data de Julgamento: 18/09/2018, 3ª
Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 28/09/2018,
#13677189)

Nesta senda, a irregularidade relativa a dupla emissão do auto de


infração conduz à imediata nulidade do ato, ora impugnado, e de todas as
penalidades dele decorrente.
Por todo o exposto, o Auto de Infração nº T543793478, Notificação de
Autuação nº 0073638034, trata-se de documento de autuação inconsistente e
irregular, devendo ser arquivado nos termos do Art. 281, inc. I do CTB.

DA AUSÊNCIA DE COMETIMENTO DE ATO INFRACIONAL. DA


DESCONSTITUIÇÃO DOS AUTOS DE INFRAÇÃO Nº T543793486 E Nº
T543793478.

Consoante exposto, nos Autos de Infração nº T543793486 e nº


T543793478, é apontada a ocorrência de infração de trânsito prevista no Art.
191, do CTB, in verbis:

Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em


sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao
realizar operação de ultrapassagem:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir.      

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em


caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração
anterior

Entretanto, o defendente não descumpriu norma de trânsito, razão pela


qual pugna pelo indeferimento das autuações, buscando a revogação da
penalidade de multa imposta.

Nos termos aludidos nessa peça de defesa, os autos de infrações


incorreram em ilegalidades e inconsistências de caráter relevante que
justificam que sejam arquivados e as penalidades deles decorrente sejam
canceladas.

O Auto de Infração Auto de Infração nº T543793478, Notificação de


Autuação nº 0073638034, trata-se de documento de autuação inconsistente e
irregular, pois foi emitido em duplicidade, configurando penalização dupla em
razão do mesmo fato, motivo pelo qual deve ser arquivado nos termos do Art.
281, inc. I do CTB.

Sobretudo, é importante assinalar que o referido erro formal eiva de


vícios insanáveis os autos de infração, objetos do recurso, ensejando o
questionamento a respeito da legalidade e regularidades das autuações ali
contidas.

Inobstante, a necessidade de provas para desconstituição de atos


administrativos, os quais são revertidos de poder de polícia, é perfeitamente
cabível a discussão a respeito da sua regularidade em respeito aos princípios
do contraditório e ampla defesa.

Nesse sentido, a recorrente desconhece o cometimento da infração do


Art. 191 do CTB, requerendo a desconstituição dos autos de infração nº
T543793486 e nº T543793478, por trataram-se de autuações eivadas de vícios
insanáveis e inaptas a responsabilizar o notificado pelas eventuais infrações de
trânsitos apontadas.

Ante o exposto, requer-se a desconstituição dos autos de infração nº


T543793486 e nº T543793478, bem como o cancelamento das penalidades
deles decorrentes.

V- DO PEDIDO

Em face de todo o exposto, requer que Vossa Senhoria se digne de


julgar procedente a presente defesa administrativa em todos seus termos e,
especialmente que:

a. Preliminarmente, pugna-se pelo reconhecimento de erro na emissão de


Auto de Infração, especificamente, a ocorrência de autuação em
duplicidade, de modo que em observância aos princípios da legalidade e
autotutela, desde já se requer a anulação do Auto de Infração nº
T543793478, Notificação de Autuação nº 0073638034, por ser medida
da mais lídima justiça.

b. No mérito, o Auto de Infração nº T543793478, Notificação de Autuação


nº 0073638034 seja arquivado, pois trata-se de documento de autuação
inconsistente e irregular, emitido em duplicidade, nos termos do Art. 281,
inc. I do CTB;

c. A defendente desconhece a ocorrência de infração de trânsito prevista


no Art. 191, do CTB, pleiteando a desconstituição dos autos de
infração nº T543793486 e nº T543793478, e das penalidades deles
decorrentes, tais como cancelamento da multa indevidamente imposta e
restabelecimento dos pontos eventualmente retirados da CNH do
defendente;

Nestes termos,
Pede e espera por deferimento.

Fortaleza/CE, 12 de September de 2022.

_______________________________________

PAULO DANILO SÁ DE CASTRO

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