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Manual para determinação de produtividade do

milho para silagem e coleta de amostras para


análise bromatológica

Alan Martins e Diego Santos


Sumário

1 SILAGEM DE MILHO ......................................................................... 1


2 COLETA DAS AMOSTRAS ............................................................... 2
2.1 MOMENTO IDEAL PARA AMOSTRAGEM ................................. 2
2.2 ESCOLHAS DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM ....................... 2
2.3 DETERMINAÇÃO DO ESTANDE, PRODUTIVIDADE, E
COLETA DAS PLANTAS ................................................................................ 2
2.4 COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE BROMATOLÓGICA 3
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 5
1 SILAGEM DE MILHO

A silagem de milho é o material mais utilizado como volumoso na dieta


de bovinos de corte em confinamento e de vacas leiteiras no Brasil. Sua
utilização é comum devido aos métodos de produção já estabelecidos, à
elevada produtividade de matéria seca e à facilidade de armazenamento
(NEUMANN et al, 2004).
Neumann (2011 apud MARCONDES, 2012.) indica as características
agronômicas e bromatológicas que um híbrido de milho deve possuir para que
tenha bom desempenho na sua utilização como silagem (tabela 1).
Segundo Bolzan (2013) a bromatologia tem por objetivo estudar a
composição química dos alimentos, com ênfase nos componentes presentes
em maior quantidade. Com isso, a análise bromatológica pode ser utilizada
para verificar a qualidade de matérias de milho para alimentação animal.

Tabela 1. Características agronômicas produtivas e parâmetros


bromatológicos de um híbrido ideais produção de silagem.

Parâmetros Faixa ideal


Características Agronômicas:
Número de folhas secas por planta na colheita <5
Altura de espiga (m) 0,8 a 1,2
Altura de planta (m) 1,9 a 2,6
Produção de matéria verde (kg ha-1) > 50.000
Produção de matéria seca (kg ha-1) > 17.000
. Produção de grãos (kg ha-1) > 7.000
Taxa de secagem da planta (% dia-1) < 0,50
Janela de colheita (dias) > 10
Constituintes físicos estruturais da planta, % na
MS
Colmo < 25
Folhas > 15
Brácteas mais sabugo < 25
Grãos > 35
Composição química da silagem:
Matéria seca, % 30-35
Proteína bruta, % na MS 7-10
Amido, % na MS > 30
Nutrientes digestíveis totais, % > 70
Fibra em detergente ácido, % na MS < 30
Fibra em detergente neutro, % na MS < 52
Extrato etéreo, % na MS 2a5
Fonte: adaptado de Neumann et al., 2011 apud MARCONDES et al., 2012.

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2 COLETA DAS AMOSTRAS

2.1 MOMENTO IDEAL PARA AMOSTRAGEM


Segundo Cruz (2008) a colheita do milho para ensilagem deve ser
realizada quando o teor de matéria seca na planta está na faixa de 30 a 35%.

2.2 ESCOLHAS DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM


Os pontos a serem amostrados devem ser escolhidos de forma aleatória
dentro da parcela, sendo selecionados cinco pontos por parcela. Deve-se evitar
as bordas da parcela.

2.3 DETERMINAÇÃO DO ESTANDE, PRODUTIVIDADE, E COLETA DAS


PLANTAS
Materiais: barbante, canivete, etiqueta, facão, fitilho, perneira, prancheta,
trena e caneta ou lápis.

 Procedimento para coleta (figura 1).


 Passo 1: Meça, com a trena, 3 metros no sentido da linha do milho
(conte quantas planta há em ambos os lados e anote os valores em
uma planilha);
 Passo 2: Utilizando o facão, corte as plantas de ambos os lados da
linha a uma altura de 20 cm do solo;
 Passo 3: Agrupe as plantas de cada linha, pese e anote os valores;
 Passo 4: Junte todas as plantas do ponto e amarre com o fitilho,
identificando, na etiqueta, o número do ponto;
 Passo 5: Após a pesagem e identificação de todos os 5 pontos,
elimine aqueles com maior e menor peso. As plantas dos três pontos
restantes deverão ser agrupadas, e o grupo identificado de acordo
com a parcela e repetição.

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Passo 1 Passo 2

Passo 3 Passo 4

Figura 1. Procedimento para coleta

2.4 COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE BROMATOLÓGICA


Materiais: plástico filme PVC, triturador forrageiro com a faca e contra
faca (estacionário ou acoplado ao trator), etiqueta e caneta ou lápis.

 Tritura e coleta das amostras (figura 2).


 Passo 1: Insira as plantas coletadas de cada parcela no triturador (o
triturador deve ser limpo ao término da tritura de cada amostra, para
que não ocorra contaminação);
 Passo 2: Misture o milho triturado e fracione em quatro partes;
 Passo 3: Elimine duas partes opostas e repita o processo até obter
uma amostra reduzida (no mínimo 500 g);
 Passo 4: Envolva as amostras em uma primeira camada de plástico-
filme e comprima moldando-a em formato de esfera;
 Passo 5: Fure o plástico filme com um objeto pontiagudo e comprima
novamente a amostra com o intuito de retirar a maior quantidade
possível de ar.
 Passo 6: Envolva a amostra em mais duas ou três camadas de
plástico-filme. Na penúltima camada, coloque a etiqueta com a
identificação da amostra, contendo o nome do híbrido, número da
repetição e data.

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Passo 1 Passo 2

Passo 3 Passo 4

Passo 5 Passo 6

Figura 2. Tritura e coleta das amostras

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3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOLZAN, R.C. Bromatologia. Frederico Westphalen: Universidade Federal de


Santa Maria, 2013. 81 p.

CRUZ, J.C.; CONTIJO NETO, M.M.; ALBEMAZ, W.M.; FERREIRA, J.J.


Qualidade da silagem de milho em função do teor de matéria seca na ocasião
da colheita. Circular técnica 112. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2008. 7
p.

MARCONDES, M.M.; NEUMANN, M.; MARAFON, F.; ROSÁRIO, J.G.; FARIA,


M.V. Aspectos do melhoramento genético de milho para produção de silagem.
Revista Brasileira de Tecnologia Aplicada nas Ciências Agrárias, Guarapuava,
v.5, n.2, p.173-192, maio/ago. 2012.

NEUMANN, M.; RESTLE, J.; BRONDANI, I. L. Avaliação de silagens de sorgo


(Sorghum bicolor L. Moench) e milho (Zea mays L.) na produção do novilho
superprecoce. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.3, n.3, p.438-452, 2004.

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