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Processo de elaboração de uma

boa silagem
Eng. Agr. Roberto Serena Fontaneli
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
CENTRO DE PESQUISA EM ALIMENTAÇÃO
LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL
Estabilidade
SILAGEM
– SILAGEM
– é o produto obtido pelo
processo de
fermentação anaeróbia
da forragem sob
condições adequadas
visando preservar a sua
qualidade
ENSILAGEM x SILAGEM
• ENSILAGEM - é o processo de conservação da
forragem com adequada umidade via fermentação
dando origem a silagem.

• SILAGEM - é o produto obtido pelo processo de


fermentação anaeróbia da forragem sob condições
adequadas visando preservar a sua qualidade
Ensilagem X Silagem
ETAPAS
• ESCOLHA DA ESPÉCIE
– são várias as espécies que podem ser ensiladas

• VERÃO: milho, sorgo, girassol, soja, alfafa,


papuã, capins em geral (tiftons, elefante, cana)

• CEREAIS DE INVERNO: trigo, cevada, triticale,


aveia, azevém, centeio
ETAPAS
• ESCOLHA DA ESPÉCIE

• Potencial produtivo
• Resistência à pragas (insetos e doenças)
• Estabilidade de produção
• Valor nutritivo
• Adaptado as condições locais
ETAPAS

• ESCOLHA DA ESPÉCIE

– PRODUTIVIDADE
• QUANTIDADE DE FORRAGEM PRODUZIDA
POR UNIDADE DE ÁREA (hectare)
– QUALIDADE
• RESPOSTA ANIMAL
• VALOR NUTRITIVO (PB, ENERGIA,
DIGESTIBILIDADE)
Rendimento de MS de cereais de inverno.
Embrapa trigo – Passo Fundo, 2004
Cereais de inverno kg/ha de MS
1. Aveia branca UPF 18 9.015
2. Aveia preta IPFA 990009 7.726
3. Aveia Preta Agrozebu 7.036
4. Centeio BR1 10.197
5. Centeio BR3 13.049
6. Cevada BRS 195 5.325
7. Cevada BRS 224 7.936
8. Cevada BRS 225 5.819
9. Triticale BRS 148 7.642
10. Triticale BRS 203 7.292
11. Triticale Embrapa 53 8.435
12. Trigo BRS Figueira 7.710
13. Trigo BRS Umbu 6.395
14. Trigo PF 990423 6.632
ETAPAS
• CUIDADOS CULTURAIS

– SEMEADURA E
ADUBAÇÃO

– CONTROLE DE INSETOS,
DOENÇAS E PLANTAS
DANINHAS
ETAPAS
• ÉPOCA DO CORTE
– ESTÁDIO DE CRESCIMENTO
• MILHO (estágio de grão farináceo ou 1/2 linha do
leite até 3/4 da linha do leite ou semi-duro)
• SORGO ( grão farináceo)
• CEREAIS DE INVERNO (de grão leitoso, grão
farináceo até massa dura)
• Pré-secada ( torção da forragem verificar se não
escorrimento de água de água) umidade entre 62% e
68% ou MS entre 32 e 38% é o ideal).
Concentração de umidade ou
matéria seca
• Umidade é a quantidade de água na forragem
• Matéria seca alimento é a fração depois descontada a
água
• É um fator determinante para a adequada fermentação
• Umidade aceitável: 75% a 60%
• Faixa ideal de umidade 62 a 68% ou
• Matéria-seca: 32% a 38%
• Umidade de 68% significa uma Matéria seca de 32%
Relação entre umidade e matéria
seca
30%
Umidade (Água)

Matéria Seca
(MS)
70%

Umidade (Água)
40%

Matéria Seca
60%
(MS)
Matéria Seca (35%)

• Fermentação adequada
• Menor perdas de colheita e no silo ( mofo
ou efluentes)
• Melhor compactação
• Melhor desempenho do equipamento de
corte para o tamanho de partícula
• Melhor valor nutritivo, consumo e
desempenho dos animais
Como determinar a MS em
Microondas
• Material necessário:
– Balança com precisão 5g
– Microondas doméstico
– Prato de papelão
– Copo de vidro de 250 mL
Como determinar a MS em
Microondas
• Procedimento:
– Pesar 300g no prato e colocar no microondas
com o copo cheio até 3/4
– Regular o Microondas para potência máxima
– 1 ciclo 5 minutos: pesar, anotar, substituir a
água do copo, revolver o material e fazer ciclos
sequênciais de 1 minuto até peso constante (22
minutos)
Mudanças da qualidade do milho cortado para
silagem em diferentes estádios de maturidade

Estádio MS MS MV % %
(%) (t/ha) (t/ha) Espigas Consumo
Leitoso 21 9,3 43,8 30,1 75

Pastoso 25 9,3 37,5 39,6 89

Farináceo 26 9,8 37,0 41,0 90

Far./Duro 35 10,8 30,8 56,8 100

Duro 38 9,5 25,0 56,0 98

Nussio, 1991
Produção e valor nutritivo da
silagem de milho
Fase do Produção
grão MS (t/ha) Constituintes (%)
MS PB FDN FDA DIVMS

Leitoso 12,11 24,0 10,3 52,7 27,2 77,1

Pastoso 14,00 27,0 9,9 48,0 24,3 79,0

½ ) Leite 15,80 34,0 9,2 45,1 22,8 80,0

¾ ) Leite 16,00 37,0 8,9 47,3 23,8 79,6

Duro 15,80 40,0 8,4 47,3 24,0 78,6


Wiersma et al. (1993)
Qualidade do milho cortado em diferentes
estádios de maturidade

Estádio MS % NDT Consumo VRF


(%) Espigas (%) (% PV)
Pré-leitoso 22,4 25,1 67 1,62 84,1
Leitoso 26,1 42,8 69 1,73 92,5
Farináceo 31,9 58,3 70 1,84 99,8
Far. Duro 37,5 65,4 70 1,89 102,6
Duro vítreo 46,8 62,1 68 1,87 98,6
Maduro 54,4 64,9 61 1,84 87,0
ETAPAS

• Corte (estádio)
– altura do corte (qualidade X quantidade)
• tamanho de partícula
– maior que 0,5cm e menor que 5 cm
– tamanho da fibra é importante para a adequada
ruminação
ETAPAS

• Tipos de silos
– trincheira
– torta ou superfície
– Embutidos em sacos (linguiças)
ROTEIRO

• CORTE DA PLANTA
• PICAGEM
• ENCHIMENTO
• EXPULSÃO DO AR
• ISOLAMENTO OU VEDAÇÃO
ROTEIRO -
CORTE DA PLANTA E PICAGEM
– Evitar cortar o material orvalhado ou após chuva intensa
– Ensiladeira regulada para cortar a 2cm, facas afiadas
– Ensiladeira - corta, pica e acondiciona (prensa)
– Estádio - concentração de glicídios (açúcares)
– Matéria seca - 32% a 38%
• > dificuldade de compactação e desenvolvimento de mofos
• < perdas de nutrientes por percolação
– tamanho de partícula (0,5 cm a 5cm)
• 0,5 a 2 cm desde que tenha-se um feno para evitar leite magro
Corte
ROTEIRO -
ENCHIMENTO E COMPACTAÇÃO
– O objetivo da compactação é expulsão do ar do
silo
– Tempo de enchimento: máximo 48 horas
– A compactação com trator com lastro e pneus
cheios
– Utilizar camadas não maior que um metro de
altura
– Densidade: 400 a 700 kg
Compactação
ROTEIRO -
ISOLAMENTO OU VEDAÇÃO
– O objetivo da vedação é evitar a entrada de ar ou água
– Lona plástica com 200 micra de espessura
preferencialmente de cor branca
– Evitar a formação de bolsões de ar
– Prender a lona com auxílio de pesos, terra, areia, pneus,
cordas esticadas nos silos tipo torta
– Evitar a circulação de animais, em caso de furo vedá-lo
imediatamente.
Característica de uma boa
silagem
• Presença de grãos
• cor: clara, verde amarelada ou caqui
• textura: firme, tecidos macios não
destacáveis das fibras
• cheiro: agradável, adocicado, melado
• baixa presença de mofos ou podridões
Influência da propriedades das plantas e
das bactérias sobre a qualidade da silagem
• a) Teor de matéria seca (32 a 38%)
• b) Teor de glicídios solúveis (6 a 8%)
• c) Poder tampão
– sais de ácidos orgânicos, sulfatos, nitratos, cloratos,
oxalatos, carbonatos, proteínas, málico, cítrico,
glicérico
• d) Tipo de bactéria predominante
– Lactobacillus plantarum
• e) Velocidade de fermentação (grau de preservação)
– inoculantes e melhoradores
Recomendações e utilização

• Abertura
– evitar a exposição ao ar e sol
– remover um camada não inferior a 20 cm do
perfil do silo
– eliminar partes estragas, mofadas ou
escurecidas
– eliminar as sobras dos animais
Perfil do silo
Recomendações e utilização

• NÃO UTILIZAR A SILAGEM COMO


ÚNICO VOLUMOSO
– vacas: até 20kg por dia
– Vacas secas: 9 a 15 kg por dia
– Touros: 10 kg/d
– Bezerros e novilhas: 5 a 8 kg/d
– Ovinos: 1 a 2 kg/ha
– eqüinos e muares: até 7 kg/d

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