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UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

Faculdade de Ciências de Saúde

Curso de Farmácia

Ano: 2º

Cromatograma

Discentes:

Anita Mafalda Fernando

Esperança Armando Eduardo

Jofry Joaquim Machava

Neto Macanga Bizeque

Sarita Mário Cardoso

Beira, Setembro 2022

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UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

Faculdade de Ciências de Saúde

Curso de Farmácia

Ano: 2º

Cromatograma

Discentes: Docente:

Anita Mafalda Fernando Dr: Alberto Tungadza

Esperança Armando Eduardo

Jofry Joaquim Machava

Neto Macanga Bizeque

Sarita Mário Cardoso

Beira, Setembro 2022

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Índice
Introdução ......................................................................................................................... 4

Objectivos de estudo ..................................................................................................... 5

i. Objectivo geral ................................................................................................... 5

ii. Objectivos específicos ....................................................................................... 5

Conceitos gerais ................................................................................................................ 6

Cromatograma ................................................................................................................. 8

Classificações da cromatografia pelo mecanismo de separação ...................................... 9

Adsorção ..................................................................................................................... 10

Mecanismo de adsorção .............................................................................................. 10

Partição ....................................................................................................................... 10

Troca iónica ................................................................................................................ 11

Exclusão (cromatografia por permeação em gel) ....................................................... 12

Classificações de métodos cromatograficos ................................................................... 14

Cromatografia planar .................................................................................................. 14

Cromatografia em coluna clássica .............................................................................. 15

Empacotamento da coluna ...................................................................................... 15

Introdução da mistura para a separação cromatográfica ......................................... 16

Cromatografia gasosa ..................................................................................................... 17

Cromatografia Líquida ................................................................................................... 18

Cromatografia supercrítica ............................................................................................. 19

Aplicações da cromatografia .......................................................................................... 19

Conclusão ....................................................................................................................... 21

Referencias Bibliográficas .............................................................................................. 22

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Introdução

A cromatografia é uma técnica relatada cientificamente há pouco mais de cem


anos e baseia-se na migração de componentes de uma mistura entre duas fases: a fase
estacionária que retém elementos e a fase móvel que conduz a mistura por meio de um
soluto através da fase estacionária. É uma técnica que pode ser utilizada para
purificação de substâncias, na detecção de substâncias ou auxiliar a separação de
substâncias indesejáveis.

As técnicas cromatográficas podem ser divididas principalmente em


cromatografia em papel, cromatografia em coluna, cromatografia gasosa (CG),
cromatografia líquida, Os métodos cromatográficos podem ser utilizados separadamente
ou em conjunto dependendo dos componentes a serem separados ou identificados. A
cromatografia tem sido desenvolvida e utilizada em diversos meios da ciência.

A química é a área mais actuante no desenvolvimento de métodos


cromatográficos, mas outras áreas da ciência também utilizam dessas técnicas, sendo
elas muito difundidas na área farmacêutica e médica. Devido à alta precisão e
confiabilidade dessas técnicas, elas são muito utilizadas na detecção ou separação de
substâncias que estão em pequenas quantidades em uma mistura. Assim, na área médica
a cromatografia tem grande utilização na toxicologia, seja para monitorar o uso de
medicamento ou para o seu uso na ciência forense, dosando drogas de abuso e
auxiliando a elucidar crimes.

Da mesma forma que ocorre na medicina, na medicina veterinária as técnicas


cromatográficas podem ser empregadas no diagnóstico de doenças e em estudos de
farmacocinética, mas é na toxicologia que a técnica ganha maior destaque. O estudo
toxicológico envolve a identificação de substâncias, seja após a intoxicação ou em
estudos experimentais quando essa identificação pode ser realizada previamente,
certificando que a quantidade de princípio ativo a ser utilizada esteja correta. Outro
grande interesse para o uso das técnicas cromatográficas na medicina veterinária é na
identificação de resíduos de drogas em produtos de origem animal.

Sabe-se que esses resíduos podem prejudicar o consumidor final, 2 e causar


descrédito à cadeia produtiva, assim o monitoramento destes produtos torna-se de
fundamental importância. Diante da versatilidade do uso da cromatografia e do

4
potencial de sua utilização na toxicologia, essa revisão teve o intuito de relatar as
diferentes aplicações de métodos cromatográficos no diagnóstico toxicológico, bem
como esclarecer seus usos na toxicologia veterinária.

Devido à alta confiabilidade e precisão das técnicas cromatográficas, essas são


bastante utilizadas na separação e/ou detecção de substâncias que estão em pequenas
quantidades numa mistura. Dessa forma, na medicina veterinária a cromatografia tem
sido muito utilizada na toxicologia, tanto para o monitoramento do uso de
medicamentos, quanto na toxicologia veterinária forense, levando a detecção e dosagem
de substâncias tóxicas, auxiliando na elucidação de mortes de animais, sendo um
importante instrumento dentro da patologia toxicológica veterinária. Essas técnicas
podem também ser empregadas no diagnóstico de doenças e em estudos de
farmacocinética, bem como na identificação de resíduos de drogas ou adulterações em
produtos de origem animal, que podem vir a prejudicar o consumidor final.

Objectivos de estudo
i. Objectivo geral

Conhecer o funcionamento de um sistema cromatografico.

ii. Objectivos específicos


 Definir o sistema da cromatografia.
 Diferenciar os tipos de cromatografia.
 Classificar os métodos cromatograficos.

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Conceitos gerais
Na área ambiental muito se questiona o que é cromatografia, como as análises
são realizadas, como os métodos são desenvolvidos, o que são compostos orgânicos,
onde eles são encontrados e porque é importante analisar estes compostos. O primeiro
passo para entender esta área da química é conhecer alguns conceitos básicos
relacionados a este assunto, começando pela definição de compostos orgânicos.

Os compostos orgânicos são formados por cadeias de átomos de carbono ligados


entre si ou a outros elementos químicos. Essas substâncias são muito importantes no
quotidiano e podem ser usadas tanto para beneficiar quanto para prejudicar o meio em
que vivemos, por isso é tão importante controlar a emissão destes compostos. Como
exemplos, temos os derivados do petróleo (como a gasolina e o óleo diesel), o etanol, os
biocombustíveis, polímeros (sintéticos e naturais), medicamentos, solventes,
cosméticos, insecticidas, venenos, entre outros milhares de produtos que possuem em
sua composição compostos orgânicos.

Segundo (Jenske, 2016, p. 1) A cromatografia é uma das mais importantes


técnicas atuais para a separação e quantificação de compostos voláteis ou semi-voláteis
com características físico-químicas muito semelhantes em misturas complexas.
Basicamente, trata-se da separação de misturas por interacção diferencial dos seus
componentes entre uma fase estacionária (líquido ou sólido) e uma fase móvel (líquido
ou gás), conforme pode-se ver na figura abaixo:

Transporte dos componentes de uma amostra por uma fase móvel através de uma
fase estacionária

6
Na cromatografia, a fase móvel carrega as moléculas nelas dissolvidas. Para
reestabelecer o equilíbrio, moléculas na fase estacionária passam para a fase móvel e
são arrastadas. Tem-se um equilíbrio dinâmico em cada segmento da coluna. Como a
fase móvel está em contínuo movimento, acaba retirando todas as moléculas da coluna.

Um dos grandes diferenciais da cromatografia frente às outras técnicas analíticas


é que o limite de detecção obtido pela cromatografia pode ser cerca de 100 a 1000 vezes
menor do que aquele obtido por outros métodos de separação (PENTEADO;
MAGALHÃES; MASINI, 2008, p. 2190).

De forma geral, falando especificamente da cromatografia gasosa, a técnica é


aplicável para separação e análise de misturas cujos constituintes sejam voláteis para
dissolverem-se, pelo menos parcialmente, no gás e serem arrastadas por ele. De forma
geral, utiliza-se para misturas cujos constituintes tenham pontos de ebulição de até
300oC e que sejam termicamente estáveis.

Para entendermos como as análises são realizadas é importante saber que os principais
componentes de um cromatógrafo a gás são: cilindro de gás, injector, forno, coluna,
detector, sistema de controle do instrumento e aquisição de dados. Na ilustração abaixo,
apresentamos um esquema demonstrando as partes de um cromatógrafo a gás (Silvério,
Barbosa, & Pilo-Veloso, 2008, p. 6)

Elementos de um cromatógrafo gasoso

Fonte: BIOMEDICINA BRASIL, S.D.

1. Reservatório de Gás e Controles de Vazão / Pressão;


2. Injector (Vaporizador) de Amostra;
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3. Coluna Cromatográfica e Forno da Coluna;
4. Detector;
5. Electrónica de Tratamento (Amplificação) de Sinal;
6. Registro de Sinal (Registador ou Computador);
Pelo exposto, a amostra gasosa ou líquida (solvente) é introduzida no injector
aquecido (através de uma micro-seringa), onde é vaporizada e transferida com o auxílio
do gás de arraste (gás hélio) para a coluna cromatográfica colocada dentro de um forno
pré-aquecido. Os componentes presentes na amostra são eluídos e conduzidos para o
detector conectado na saída da coluna.

O detector emite um sinal eléctrico que é registado graficamente sob a forma de


picos (cromatogramas). Os compostos são separados e saem da coluna em tempos
diferentes característicos da coluna e das condições experimentais, principalmente a
temperatura.

Cromatograma
Um cromatograma é uma representação da separação que ocorreu
quimicamente (cromatograficamente) no sistema HPLC. Uma série de picos
subindo de uma linha de base é desenhada em um eixo de tempo. Cada pico
representa a resposta do detector para um composto diferente. O cromatograma é
representado em gráfico pela estação de dados do computador.

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Na Figura acima, a faixa amarela passou completamente pela célula de fluxo
do detector; o sinal eléctrico gerado foi enviado para a estação de dados do
computador.

O cromatograma resultante começou a aparecer na tela. Observe que o


cromatograma começa quando a amostra foi injectada pela primeira vez e inicia
como uma linha recta definida perto da parte inferior da tela. Isso é chamado de
linha de base; representa a fase móvel pura que passa através da célula de fluxo ao
longo do tempo. Conforme a faixa amarela do anelito passa através da célula de
fluxo, um sinal mais forte é enviado ao computador. A linha se curva, primeiro para
cima e depois para baixo, em proporção à concentração do corante amarelo na faixa
da amostra. Isso cria um pico no cromatograma. Depois que a faixa amarela passa
completamente para fora da célula do detector, o nível do sinal retorna à linha de
base; a célula de fluxo agora tem, mais uma vez, apenas fase móvel pura. Como a
faixa amarela se move mais rápido, eluindo primeiro a partir da coluna, é o
primeiro pico desenhado.

Classificações da cromatografia pelo mecanismo de separação


A escolha do mecanismo de separação é normalmente feita com base na
sensibilidade e na velocidade de aquisição dos resultados. Entretanto, alguns processos
quando usados com atenção simplificam a técnica.
Os óleos essenciais constituintes voláteis das plantas são geralmente separados
por cromatografia gasosa, enquanto proteínas com massas molares diferentes são
separadas por cromatografia de exclusão. Portanto, separações cromatográficas se
devem à adsorção, partição, troca iónica, exclusão ou mistura desses mecanismos.

Estrutura do abietano, terpeno presente em óleos essenciais de algumas plantas.

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Adsorção
Adsorção é um fenómeno físico-químico através do qual um sólido (adsorvente)
fixa em sua superfície um líquido ou um gás, por meio de interacções como as “forças
de Van Der Waals”. Temos, como exemplo, a adsorção de gases e vapores em carvão
activo, bastante utilizado em residências para remoção de odores em exaustores de
fogão. A sílica gel ou sílica e a alumina são bastante utilizadas como adsorventes em
cromatografia.
Nas separações por adsorção, as substâncias são fortemente adsorvidas e, em
alguns casos, poderão ocorrer dificuldades no processo de dessorção dessas substâncias.
A substância mais fortemente adsorvida é mais dificilmente arrastada pela fase móvel.

Fonte: (Amorim, 2019)

Mecanismo de adsorção

Partição
O mecanismo de separação neste tipo de cromatografia, ou mecanismo de
distribuição, como também é chamado, baseia-se nas diferentes solubilidades que
apresentam os componentes da amostra na fase móvel e na fase estacionária. Desta
forma, os componentes mais solúveis na fase estacionária são selectivamente
armazenados por ela, enquanto os menos solúveis são conduzidos mais rapidamente
pela fase móvel.
O maior inconveniente desta técnica é a solubilidade da fase estacionária na fase
móvel, o que rapidamente inutiliza a coluna, levando a não reprodutibilidade nas
separações repetitivas. Isto pode ser resolvido de duas maneiras. A primeira é saturando
a fase móvel com a fase estacionária por meio de uma pré-coluna, colocada antes do
injector que contenha uma alta percentagem de fase estacionária. A segunda é utilizando
materiais que contenham a fase estacionária, quimicamente ligada a um suporte sólido.

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Um princípio básico fundamental na cromatografia de partição é: “semelhante
separa semelhante”, ou seja, substâncias apolares dissolvem-se e são separadas em fases
apolares. Substâncias polares demandam fases estacionárias ainda mais polares.

Fonte: MARZZOCO 2007

Troca iónica
O termo “troca iónica”, em regra, é entendido como a troca de íons de mesmo
sinal entre uma solução e um material insolúvel em contacto com ela. O sólido trocador
de íons contém seus próprios íons. Em tese, para que a separação ocorra de forma
eficiente é necessário que o sólido tenha uma estrutura molecular aberta e permeável
para que os íons e as moléculas do solvente possam circular livremente pela estrutura.
Os trocadores de íons utilizados na análise química têm várias propriedades em
comum: são praticamente insolúveis em água e em solventes orgânicos e contêm íons
activos (ou contra-íons) capazes de troca reversível com outros íons em solução, sem
que ocorra nenhuma mudança física perceptível no material.
O trocador de íons é um complexo polímero no qual a carga eléctrica é
precisamente neutralizada pelas cargas dos contra-íons. Portanto, um trocador de cátions
é um poliânion polimérico com cátions ativos e um trocador de ânions é um policátion
polimérico com ânions ativos.

Fonte: (Amorim, 2019)

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Quando uma resina trocadora de cátions com íons móveis x+ entra em contacto
com uma solução que contém cátions y+, estes últimos penetram pela estrutura da
resina ocupando as posições dos cátions x+, que, por sua vez, passam para a solução até
que o equilíbrio seja alcançado. A mesma coisa ocorre com uma resina trocadora de
ânions.
As resinas de troca iônica devem apresentar quatro requisitos essenciais:
1. O grau ligações cruzadas de uma resina deve ser satisfatório para que não ocorra
a sua solubilidade.
2. A resina deve ser bastante hidrofílica para permitir a propagação de íons pela
estrutura em uma velocidade finita e possível na prática.
3. A resina deve ser quimicamente estável e possuir grupos de troca de íons
suficientemente acessíveis.
4. A resina, quando ensoberbecida, deve ser mais densa que a água.

Processo de separação de proteínas utilizando resinas de troca iónica


Fonte: (Amorim, 2019)

Exclusão (cromatografia por permeação em gel)


A cromatografia por exclusão, também denominada de cromatografia por
permeação em gel, consiste num processo de separação das espécies segundo seu
tamanho, ou seja, a sua resolução é baseada no tamanho efectivo das moléculas dos
componentes da amostra em solução. A fase estacionária é um material polimérico
conhecido como gel.
Actualmente, dispõe-se de um grande número de materiais para cromatografia
por exclusão. Eles variam de acordo com a sua rigidez e com o intervalo de tamanho
dentro do qual são úteis, isto é, o material a ser utilizado na coluna dependerá do
tamanho efectivo das moléculas que devem ser t0.
Existem três tipos de materiais.
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Os primeiros são os materiais fracos (não rígidos), constituídos de géis de
polidextrano (Sephadex), poliacrilamidas (Bio-Gel P) e poliagaroses (Sepharose e Bio
Gel A), usados quase sempre com fases móveis aquosas. Sua capacidade é elevada, mas
eles não resistem a pressões superiores a 3 bars; então são usados somente na CE
clássica.
Os segundos são os materiais semi-rígidos que normalmente resistem a pressões
da ordem de 100 a 150 bars. Estes materiais são constituídos de microesferas de algum
copolímero, como o poliestireno-divinilbenzeno. Podem ser empregados com fases
móveis aquosas ou não aquosas e existem em uma grande variedade de porosidade. São
usados em CLAE e também em CE clássica.
Os terceiros são os materiais rígidos que resistem a qualquer pressão e são
geralmente constituídos de partículas de sílica porosa ou de vidro poroso.
Devido a sua rigidez, podem-se obter separações muito rápidas com fluxo de fase móvel
muito alto, o que produz pressões elevadas, para o uso de CLAE.
Os materiais à base de sílica ou vidro podem ter a superfície muito activa e
apresentar adsorção ou degradação de certos materiais (por exemplo: desnaturação de
proteínas). Existem tratamentos para eliminar estes efeitos mediante processos de
desativação química, tais como silanizar a sua superfície de modo muito similar ao
tratamento químico dos suportes em cromatografia gasosa.
Existem limites que determinam o intervalo de tamanhos em que um material é
útil para a cromatografia por exclusão. O primeiro é o inferior, chamado de limite de
permeação, abaixo do qual todas as moléculas de menor tamanho são igualmente
difundidas dentro dos poros do material, e o segundo é o superior, chamado limite de
exclusão, acima do qual todas as moléculas são muito grandes para penetrar nos poros.
Moléculas de tamanho intermediário entre ambos os limites serão separadas
totalmente ou parcialmente de acordo com a selectividade característica de cada
material. Então, serão eluídas sem resolução as moléculas menores que o limite de
permeação e as maiores do que o limite de exclusão, separando somente as que se
encontram dentro destes limites.
Na Figura, podemos observar uma mistura formada por duas proteínas (A e B),
com massas molares diferentes, aplicada sobre uma coluna de gel formado por esferas
porosas (a). As moléculas da proteína menor (proteína A) podem penetrar nos poros das
esferas (b), percorrendo a coluna mais lentamente (c); a proteína maior (proteína B) é,
então, eluída primeiramente (d), e a proteína menor (e).

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Figura. – Filtração em gel
Fonte: MARZZOCO, 2007

Classificações de métodos cromatograficos


Em se tratando de fase móvel, têm-se três tipos de cromatografia: a
cromatografia líquida, a cromatografia gasosa e a cromatografia supercrítica, usando-se
na última um vapor pressurizado, acima de sua temperatura crítica. A cromatografia
líquida apresenta uma importante divisão: a cromatografia líquida clássica (CLC), na
fase móvel é arrastada através da coluna apenas por força da gravidade, enquanto que,
na cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), utiliza-se fases estacionárias de
partículas menores, sendo necessário o uso de uma bomba de alta pressão para eluição
da fase móvel.
Na cromatografia gasosa, as separações podem ser obtidas por cromatografia
gasosa simples (CG) e por cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR). A diferença
entre as duas reside nos tipos de colunas utilizadas. Na CGAR, são utilizadas colunas
capilares, nas quais a fase estacionária é um filme depositado na coluna.

Cromatografia planar
A cromatografia em papel (CP) é uma técnica de partição líquido–líquido,
estando um deles fixado a um suporte sólido. O suporte é saturado em água e a partição
se dá devido à presença de água em celulose (papel de filtro). Este método, embora
menos eficiente que a CCD, é muito útil para a separação de compostos polares.

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Utiliza-se pequenas quantidades de amostras (microgramas a miligramas)
retiradas com pequenos capilares de vidro que são depositadas sobre faixas de papel de
filtro e em seguida colocadas em cubas de vidro contendo a fase móvel, como pode-se
observar na Figura 15. Após o deslocamento por capilaridade da fase móvel pela fase
estacionária, o papel é retirado da cuba (as manchas podem ser reveladas por meio de
luz UV, vapores de iodo, soluções de cloreto férrico e tiocianoferrato de potássio, etc).

Cromatografia em coluna clássica


Esta técnica é bastante utilizada para isolamento de produtos naturais e
purificação de produtos de reacções químicas. Essa técnica fundamenta-se basicamente
na polaridade relativa das moléculas envolvidas. As fases estacionárias mais
empregadas são sílica e alumina, no entanto estes adsorventes podem servir somente
como suporte para uma fase estacionária líquida. Fases estacionárias sólidas levam à
separação por adsorção e fases estacionárias líquidas por partição. Suportes
quimicamente modificados também têm sido usados, sendo o processo de separação
misto, neste caso.

Empacotamento da coluna
Nesta técnica, utiliza-se colunas de vidro semelhantes a uma bureta. Suas
dimensões, obviamente, dependem da quantidade da amostra a ser processada. Para a
introdução do suporte na coluna (empacotamento), coloca-se uma pequena porção de
algodão na base inferior da coluna para evitar a passagem do suporte sólido pela
torneira e ela é preenchida até cerca da metade com solvente.
Com a ajuda de um funil adaptado na parte superior da coluna, introduz-se,
lentamente, a fase estacionária em suspensão no solvente, tendo-se o cuidado de retirar
quaisquer bolhas de ar formadas. O empacotamento poderá ser auxiliado com a
introdução e o escoamento de novas quantidades de solvente. Nunca deixe a superfície
do suporte livre de solvente.

Ilustração de uma coluna cromatográfica.


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Fonte: (Amorim, 2019)
Durante o enchimento, o ar pode ficar retido entre as partículas. Para evitar que
isso ocorra, deve-se agitar o adsorvente num frasco, com a fase móvel, até a
constituição de uma pasta, a qual será colocada dentro da coluna, já contendo 1/3 da
fase móvel.

Introdução da mistura para a separação cromatográfica


Quando a coluna estiver preparada, deixa-se escoar o solvente até que uma
pequena quantidade de solvente em torno de 1,0 cm fique na superfície. Deve-se evitar
que o solvente escoe da coluna. Introduzir, na sequência, o material que se deseja
separar, com a ajuda de uma pipeta de Pasteur, tendo cuidado para não perturbar a
superfície do adsorvente. Se a mistura for líquida, ela poderá ser introduzida
directamente na coluna.
Uma metodologia alternativa envolve a impregnação da amostra em pequena
quantidade do adsorvente, com o auxílio de um solvente, seguida de evaporação e
introdução do pó resultante na coluna.
Esse procedimento é particularmente útil quando pelo menos um dos constituintes da
amostra se dissolve apenas em solventes muitos polares. Inicialmente deixa-se eluir a
amostra com um pouco de solvente até quase a secura. Introduz-se uma nova quantidade
de solvente e repete-se a operação.
A coluna é, então, preenchida com o solvente, e iniciada a eluição propriamente
dita. À medida que as fracções vão sendo recolhidas na base da coluna (usando vários
Erlenmeyers, preferencialmente numerados) torna-se necessário adicionar mais
solvente, cuja polaridade eventualmente pode ser modificada mediante mistura com
outro solvente polar.
Faça-se então o monitoramento das fracções recolhidas utilizando-se uma
técnica cromatográfica auxiliar, como, por exemplo, a CCD, para verificar se todos os
componentes da amostra foram eluídos e quais as fracções podem ser combinadas, pois
um componente individual pode estar presente em várias fracções próximas. Algumas
fracções podem conter mais de um componente, essas fracções não devem ser
agrupadas com as que contêm apenas um componente.
As fracções recolhidas encontram-se diluídas, é necessário evaporar todo o
solvente para obter o componente puro. A escolha do eluente segue os princípios
discutidos em CCD, mas, neste caso, ele pode ser mudado durante o processo

16
cromatográfico. Se, por exemplo, a amostra é constituída por duas substâncias, uma
apolar e outra polar, utiliza-se primeiramente um eluente apolar e, em seguida, um
eluente polar.

Figura – Resultados de uma cromatografia em coluna


Fonte: (Amorim, 2019)

Cromatografia gasosa
A cromatografia gasosa é um processo de separação dos componentes da mistura
através da passagem de uma fase móvel gasosa por uma fase estacionária sólida. Essa
técnica é do tipo coluna, onde o gás de arraste (fase móvel) passa por um longo tubo
estreito, que pode chegar a ter 30m, com material adsorvente sólido fixado em seu
interior (fase estacionária).

É uma técnica bastante sensível que pode separar inúmeros componentes de


misturas complexas. De forma geral, a amostra é injectada na coluna e a separação é
realizada a partir das diferenças nas estruturas dos compostos, a interacção com as fases

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móvel e estacionária e a temperatura da coluna, sendo que os componentes são
determinados a partir de um equipamento detector que fica no final da coluna.

Cromatografia Líquida
Na cromatografia líquida, a fase estacionária é constituída de partículas sólidas
empacotadas em uma coluna, que será percorrida por uma fase móvel líquida. Este tipo
de cromatografia compreende a cromatografia líquida clássica, utilizada por Mikhail
Tswett e a cromatografia líquida de alta eficiência.

Cromatografia líquida clássica: A coluna de vidro é preenchida com material


sólido adsorvente (fase estacionária), sendo completada com a fase móvel e em seguida
adiciona-se a mistura da qual deseja-se realizar a separação e identificação dos
componentes. Adiciona-se sucessivamente mais fase móvel até a completa separação de
todos os componentes. O processo é lento e necessita de grandes volumes do solvente
utilizado na fase móvel.

Cromatografia líquida de alta eficiência: Utiliza-se de colunas metálicas e


bombas de alta pressão para a eluição da fase móvel. Isso faz com que a fase móvel
migre com uma velocidade razoável através da coluna, permitindo a realização da
análise de várias amostras em pouco tempo. Sua desvantagem é a necessidade de
equipamentos específicos, que devido a sua tecnologia e capacidade de detecção
possuem preços elevados de custo e manutenção.

18
Cromatografia supercrítica
Este tipo de cromatografia caracteriza-se por utilizar como fase móvel um fluído
supercrítico, ou seja, acima da sua temperatura crítica. O eluente supercrítico mais
comumente utilizado é o dióxido de carbono (CO2).

1. Fase estacionária líquida: O líquido é adsorvido sobre um suporte sólido ou


imobilizado sobre ele (ex: Cromatografia em papel)

Fase estacionária sólida: A fase estacionária é constituída de material sólido que pode
ser empacotado ou adsorvido nas paredes de uma coluna (Cromatografia líquida e
gasosa) ou fixado em um suporte sólido (Cromatografia em camada delgada).

Aplicações da cromatografia
A cromatografia tem sido utilizada em diferentes áreas do conhecimento. A
grande sensibilidade de técnicas cromatográficas possibilitou o seu uso de forma
rotineira em análise de substâncias em baixa concentração, como no caso do doping,
controle de alimentos e medicamentos, contaminação ambiental, na toxicologia entre
muitas outras aplicações (NAKASHIMA, 2005).

A química é a área na qual as técnicas cromatográficas são mais utilizadas,


sendo muitos os trabalhos publicados que a empregam. Pode ser utilizada para dosar

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compostos em alimentos no monitoramento de componentes tóxicos no meio ambiente
ou mesmo na indústria petroquímica. Dessa forma é difícil definir em qual área dentro
dessa ciência que mais se utiliza das técnicas cromatográficas (NAKASHIMA, 2005).

Na área farmacêutica a cromatografia também tem vasto campo de utilização.


Pode ser empregada para dosar princípios activos de drogas em medicamentos, isolar
componentes medicinais de plantas, auxiliar em estudos de farmacocinética (AMORIM
2009), validar técnicas de identificação de agentes (AMORIM et al., 2008), entre
inúmeros outros usos. Na medicina a cromatografia é utilizada para realização de
exames anti-doping (NAKASHIMA, 2005), monitorar níveis de drogas em pacientes
que estejam em tratamento realizar diagnóstico de enfermidades, em estudos forenses e
na toxicologia.

Na medicina veterinária a cromatografia tem a possibilidade de ser utilizada em


diversos meios, como em estudos de farmacocinética, para monitorar resíduos de drogas
em produtos de origem animal (CARDOSO, 2009), na toxicologia entre outros.

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Conclusão

As Boas Práticas Cromatográficas se apresentam como ferramentas


indispensáveis nos laboratórios de controle de qualidade farmacêutica, e formam,
segundo nossa defesa, os alicerces técnicos para a sustentabilidade e segurança na
aplicação das técnicas de cromatografia.

É inegável que existem diferenças técnicas relacionadas a equipamentos,


consumíveis e softwares, portanto, é necessário que as Boas Práticas Cromatográficas
sigam preceitos harmonizados, através da definição de conceitos gerais com o intuito de
normalizar o conhecimento comum.

Recomenda-se a realização de mais pesquisas, que promovam cruzamentos de


informações dos diversos fabricantes, além do desenvolvimento de novas técnicas, que
aliados a testes práticos, possam averiguar e mensurar financeiramente e tecnicamente,
de forma inequívoca, o benefício da aplicabilidade das Boas Práticas Cromatográficas
para indústria farmacêutica.

Defende-se, portanto, que essa abordagem das Boas Práticas Cromatográficas


seja realidade dentro dos laboratórios de controle de qualidade farmacêutico, onde a
cultura da prevenção acaba não sendo, em alguns casos, mais interessante que a cultura
da correcção ou reparo.

21
Referencias Bibliográficas
José Carlos; MAGALHÃES, Dulce; MASINI, Jorge C. Experimento didático sobre
cromatografia gasosa: uma abordagem analítica e ambiental. Química Nova, v.31,
n.8, p.2190-2193. São Paulo, 2008.

Luiz Cláudio Almeida Barbosa; Dorila Piló-Veloso. A pirólise como técnica analítica.
Química Nova, vol. 31, n.6. São Paulo, 2008.

Jenske, G. (2016). Conceitos Basicos.

Amorim, A. F. (2019). Métodos Cromatográficos. 1a Edição.

MARZZOCO, A., TORRES, B. B. Bioquímica Básica, 3ª ed. Ed. Guanabara Koogan:


Rio de Janeiro, 2007.

Introduction to Modern Liquid Chromatography, Lloyd Snyder, Joseph USA, 2010.

NAKASHIMA, K. High-performance liquid chromatographic analysis of drugs of


abuse in biologic samples. Journal of Health Science, Tokio, v. 51, n. 3, p. 272-277,
2005.

https://cienciaemacao.com.br/tipos-de-cromatografia/

uNAKASHIMA, K. High-performance liquid chromatographic analysis of drugs of


abuse in biologic samples. Journal of Health Science, Tokio, v. 51, n. 3, p. 272-277,
2005.

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