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ADMINISTRAÇÃO

E EXTENSÃO
RURAL

EAD
DIRIGENTES FICHA TÉCNICA
| PRESIDÊNCIA | AUTORA
Prof. Dr. Clèmerson Merlin Clève Profa. Alyne Sant’ Ana Falcão

| REITORIA | COORDENAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD


Esp. Janaína de Sá Lorusso
Profa. Dra. Lilian Pereira Ferrari

| PROJETO GRÁFICO
| DIRETORIA ACADÊMICA EAD Esp. Janaína de Sá Lorusso
Profa. Me. Daniela Ferreira Correa Esp. Cinthia Durigan

| DIRETORIA ACADÊMICA PRESENCIAL | DIAGRAMAÇÃO


Profa. Me. Márcia Maria Coelho Marcelo Winck

| DIRETORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO | REVISÃO


Profa. Dra. Liya Regina Mikami Esp. Ísis C. D’Angelis
Esp. Idamara Lobo Dias
| DIRETORIA EXECUTIVA
Profa. Esp. Silmara Marchioretto | PRODUÇÃO AUDIO VISUAL
Esp. Rafael de Farias Forte Canonico
| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GRADUAÇÃO EAD Estúdio NEAD (Núcleo de Educação a Distância) -
UniBrasil
Prof. Me. João Marcos Roncari Mari

| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE PÓS-GRADUAÇÃO EAD | ORGANIZAÇÃO


NEAD (Núcleo de Educação a Distância) -
Prof. Me. Marcus Vinícius Roncari Mari
UniBrasil

| IMAGENS
shutterstock.com

EAD

EDIÇÃO: FEVEREIRO/2021
SUMÁRIO

UNIDADE 01 - INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..........................................................06
INTRODUÇÃO.......................................................................................07
1. O QUE É ADMINISTRAÇÃO.............................................................07

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1.1 O que significa a palavra administração?.......................................08
2. PROCESSO ADMINISTRATIVO.........................................................08
2.1 Planejamento................................................................................09
2.2 Organização...................................................................................09
2.3 Direção ou coordenação................................................................10
2.4 Controle e avaliação......................................................................10
3. HABILIDADES GERENCIAIS.............................................................11
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................12

UNIDADE 02 - TEORIAS ORGANIZACIONAIS E MERCADO


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..........................................................14
INTRODUÇÃO.......................................................................................15
1. TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES.........................................................15
1.1 Teoria da administração científica..................................................15
1.2 Teoria da administração clássica....................................................16
2. MERCADO.....................................................................................17
2.1 Análise de mercado.......................................................................18
2.2 Segmentação de mercado..............................................................18
3. PRECIFICAÇÃO...............................................................................19
3.1 Preço.............................................................................................19
SUMÁRIO

3.2 Valor..............................................................................................19
3.3 Gastos...........................................................................................19
3.4 Definição do preço.........................................................................20
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................23

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UNIDADE 03 - EXTENSÃO RURAL NO BRASIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..........................................................24
INTRODUÇÃO.......................................................................................25
1. EXTENSÃO RURAL NO BRASIL........................................................25
1.1 História da Extensão Rural no Brasil...............................................26
1.2 Principais Conceitos da Extensão Rural..........................................27
1.3 Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agri-
cultura Familiar e na Reforma Agrária (PRONATER)........................28
2. POLÍTICAS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS PARA A AGRICULTURA
FAMILIAR.......................................................................................29
2.1 O Produtor Rural Familiar..............................................................29
2.2 Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).... 30
2.3 Enquadramento no PRONAF..........................................................31
3. EXTENSÃO RURAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.................31
3.1 Impactos Ambientais.....................................................................32
3.2 Plano de agricultura de baixa emissão de carbono (ABC)...............34
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................35
SUMÁRIO

UNIDADE 04 - PLANEJAMENTO DE PROGRAMA DE EXTENSÃO RURAL


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..........................................................36
INTRODUÇÃO.......................................................................................37

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1. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO
CAMPO..........................................................................................37
2. PLANEJAMENTO EM EXTENSÃO RURAL..........................................38
2.1 Diagnóstico....................................................................................38
3. MÉTODOS DE COMUNICAÇÃO EM EXTENSÃO RURAL.....................39
3.1 Métodos Individuais......................................................................40
3.2 Métodos Grupais...........................................................................40
3.3 Métodos Massais...........................................................................42
4. FORMULAÇÃO DO PROJETO DE EXTENSÃO RURAL.........................43
4.1 Dimensões de um Projeto de Extensão Rural.................................44
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................44

REFERÊNCIAS.......................................................................................46
UNIDADE

01
INTRODUÇÃO À
ADMINISTRAÇÃO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

» Compreender o conceito de administração;

» Estudar os principais conceitos da administração e compreender os principais


fundamentos;

» Entender o conceito de planejamento, organização, direção e controle;

» Identificar as principais habilidades de um gestor.

VÍDEOS DA UNIDADE

http://bit.ly/3rIy5X4 http://bit.ly/2OpvrHj http://bit.ly/38ByYt3


INTRODUÇÃO
Esta Unidade tem o objetivo de proporcionar ao aluno conhecimento sobre os fundamentos da

UNIDADE 01
Administração, o fluxo do processo administrativo na gestão de negócios pessoais, empresariais
e agropecuários, além de conhecer as habilidades gerencias necessárias para atingir os objetivos
das organizações.
Muito mais que realizar uma abordagem da fundamentação teórica, esta Unidade tem o obje-
tivo de trazer uma reflexão da importância de desenvolver habilidades ligadas à gestão para alcan-
çar seus objetivos tanto pessoais quanto profissionais.

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Dessa forma, espero que esta pequena introdução à administração seja o impulso para que
você aprofunde ainda mais seus conhecimentos.
Não se esqueça de realizar as atividades propostas no Fórum!
Bons estudos!

1. O QUE É ADMINISTRAÇÃO
Para se desenvolver um entendimento consistente do que é administração é necessário que se
tenha a compreensão de alguns termos e definições.
Uma palavra muito usada quando se estuda administração é organizações, por isso é de extre-
ma importância compreender seu conceito. Segundo Chiavenato: “As organizações são unidades
sociais intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos” (CHIA-
VENATO, 2011, p. 13). É a sociedade que determina os objetivos e como a organização irá atuar,
sendo orientada pelo ato de consumo de produto ou serviço.
As organizações podem apresentar vários formatos, tamanhos e finalidades, podendo ser lu-
crativa, não lucrativa, governamentais, privadas, entre outros. Alguns exemplos de organizações:
empresas, associações, órgãos do governo, entidades públicas, privadas, ONGs, entre outras.
Outra palavra que precisa ter sua definição compreendida é empresa. As empresas são um tipo
especial organização econômica, composta de pessoas e recursos, para alcançar fins lucrativos
através da venda de produtos e serviços.

7
1.1 O QUE SIGNIFICA A PALAVRA ADMINISTRAÇÃO?
A palavra administração tem origem do latim ad, direção; minister subordinação ou obediência,
e significa aquele que realiza algo sob o comando de outro.
Assim podemos concluir que administrar trata do atingimento dos melhores resultados possí-

UNIDADE 01
veis, por intermédio de outras pessoas, para alcançar os objetivos e metas das organizações.
É importante termos em mente que a Administração é uma ciência social que estuda e organiza as
práticas para administrar. Pode parecer um mundo um pouco distante de nós médicos veterinários,
que temos nas ciências agrárias e biológicas o nosso dia a dia, mais o real entendimento dos preceitos
da administração contribui de forma significativa para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

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Atividade Sugerida 1:
Assista ao vídeo “História da Administração”, disponível no link: https://bit.ly/2LZ8oSD. Acesso
em 17 dez. 2020.
Autor: Alexandro Alves em 28/04/2018.
Perceba como a administração evoluiu e se desenvolveu com o tempo, sempre atendendo às de-
mandas da sociedade, tendo a influência de fatos históricos e políticos na sua trajetória.
Agora, liste 03 eventos relevantes e quais foram os ganhos que trouxeram para os dias de hoje.

2. PROCESSO ADMINISTRATIVO
A administração, em sua essência, é a tomada de decisão sobre os recursos (humanos, financeiros,
materiais, tecnológicos e informações) que temos disponíveis, baseado nos objetivos e metas estipula-
dos. A direção a seguir deve ser amparada nas diversas áreas do conhecimento humano (exatas, huma-
nas, biológicas, agrárias), lembrando que é fundamental a participação das pessoas no desenvolvimento.
O processo de administrar se baseia no ato de planejar, organizar, dirigir e controlar. A Figura 1
apresenta um esquema demostrando a dinâmica do processo.
FIGURA 1 – PROCESSO ADMINISTRATIVO
AMBIENTE EXTERNO ENTRADA / INSUMOS

PLANEJAMENTO

CONTROLE ORGANIZAÇÃO

DIREÇÃO

SAÍDA / RESULTADO
Fonte: Chiavenato (2011).

8
2.1 PLANEJAMENTO
Segundo Chiavenato (2011, p. 15), “o Planejamento define o que a organização pretende fazer no
futuro e como deverá fazê-lo”. Por essa razão, o planejamento constitui a primeira função adminis-
trativa e define, bem como decide sobre os recursos e competências necessários para alcançá-los.

UNIDADE 01
O ato de planejar exige dos envolvidos um conhecimento prévio da organização e do ambiente.
Deve-se conhecer o potencial e a habilidade das pessoas envolvidas, a capacidade e a qualidade
dos equipamentos e dos processos que temos a disposição. Analisar o ambiente externo significa
estimar o potencial de consumo dos clientes, avaliar a capacidade de suprimento e a qualidade dos
fornecedores, conhecer os concorrentes, e acompanhar as novidades advindas da inovação e tec-
nologia. Assim podemos dizer que o processo de planejamento possui pelo menos quatro etapas:

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• Avaliação do ambiente externo e interno da organização – Quais os recursos disponíveis? Em
que ambiente está inserido?
• Definição de objetivos – O que deve ser alcançado? Aonde se quer chegar?
• Definição dos meios de execução - Como? Quando? Quem?
• Definição dos meios de controle – Quais os resultados? É necessário ajuste?
O planejamento deve ser constante dentro das organizações, mas é nos períodos de mudanças
significativas no ambiente que o planejamento tem seu uso intensificado, sendo uma ferramenta
importante nos momentos em que se busca aumento de eficiência e eficácia.

Atividade sugerida 2:
Você conhece algum aplicativo que auxilia na organização da vida pessoal ou profissional? Existem
vários aplicativos gratuitos disponíveis para download nos sistemas iOS e Android. Baixe um apli-
cativo no seu smartphone e teste, vamos começar a colocar em prática o planejamento!
Algumas sugestões: ZeroPaper, Trello, Evernote, Google Keep.

2.2 ORGANIZAÇÃO
O processo de organização envolve a destinação das tarefas às pessoas que irão executá-las, e a
alocação de recursos necessários, para que os responsáveis consigam desempenhar suas respon-
sabilidades, colocando em prática que foi desenvolvido durante o planejamento.
• Durante a organização deve-se considerar os seguintes passos:
• Articular as atividades que serão realizadas;
• Alocar os recursos necessários (pessoas, instalações, espaços e dinheiro) à realização das tarefas;
• Definição das responsabilidades e hierarquia.

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2.3 DIREÇÃO OU COORDENAÇÃO
A direção ou coordenação trata das relações interpessoais, especificamente da relação entre os
gestores e seus colaboradores (subordinados).
Essa etapa depende substancialmente das habilidades do gestor, que deve orientar, comunicar,

UNIDADE 01
influenciar e motivar seus colaboradores para que eles desempenhem o melhor resultado possível,
atendendo o que se espera dele como gestor e de sua equipe. Para isso é essencial que o gestor
tenha um perfil de liderança para que ele e seus colaboradores consigam atingir as metas propostas.
Os aspectos que constituem a fase de direção ou coordenação são: guiar e motivar o comporta-
mento dos colaboradores, adequando-os aos planos e funções que foram estabelecidos; compre-
ender as percepções e desafios que os colaboradores trazem ao conhecimento do gestor, atuar no

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desenvolvimento pessoal dos colaboradores.
Portanto é fundamental que o gestor domine a arte de liderar, seja uma fonte de inspiração para
seus colaboradores. Existente vários estilos de liderança dependendo do perfil e estratégia do gestor,
porém a liderança sempre envolve os conceitos de decisão, confiança, otimismo, empatia e foco.

2.4 CONTROLE E AVALIAÇÃO


O processo de controle possibilita ao gestor avaliar e monitorar o desempenho das ações e re-
sultados obtidos, baseado no que foi o previsto pelo planejamento, organização e direção.
A palavra controle pode ser empregada com significados diferentes, dependendo da forma
como for usada, por exemplo pode ser a:
• função administrativa que compõe ou faz parte do processo administrativo;
• meio de regulação utilizado por um indivíduo ou empresa;
• função restritiva de um sistema para manter os participantes dentro dos
• padrões desejados e evitar desvios;
• conferência;
• exercício de autoridade sobre alguém.
A função de controle dentro do processo administrativo exige o levantamento de dados e infor-
mações que permitiram ao gestor comparar resultados e, quando necessário corrigir algum desvio.
Na fase de Controle e Avaliação, as etapas são distribuídas da seguinte forma:
• Definição dos resultados esperados: definir o ideal, o padrão esperado de determinadas atividades;
• Mensuração: parâmetro para aferir os resultados;
• Avaliação: consiste na comparação do desempenho obtido em determinada atividade com o
que era esperado, já previamente estabelecido nas fases anteriores;
• Ação corretiva: conforme o resultado da avaliação entre o resultado obtido e o resultado
esperado é possível estabelecer medidas de correção e ajuste.

10
O processo de controle possui um forte aspecto comportamental, por envolver interações entre
gerentes e colaboradores, os quais apresentam diferentes habilidades técnicas, estilos de lideran-
ças, habilidades interpessoais, experiências e abordagem para o processo de tomada de decisão.
A empresa e os membros devem estar habilitados e dispor do tempo necessário para realizar
o processo de controle e avaliação. Caso contrário, a análise dos resultados não auxiliaria no pro-

UNIDADE 01
cesso decisório.
De acordo com Oliveira (2005, p. 85), existem três conceitos envolvidos na atividade de controle
e avaliação:
• Eficiência na otimização dos recursos utilizados para a obtenção dos resultados;
• Eficácia na contribuição dos resultados obtidos para a consecução dos objetivos gerais da empresa;

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• Efetividade na relação entre os resultados alcançados e os objetivos propostos ao longo do tempo.

3. HABILIDADES GERENCIAIS
Agora que já sabemos o que é administração, e como ocorre a dinâmica do processo adminis-
trativo, chegou a hora de conhecermos as habilidades e competências que o administrador (ges-
tor) precisa ter para que consiga entregar que se espera dele.
Conceitualmente habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação gerando
um resultado esperado. Katz (1955 apud CHIAVENATO, 2011) prevê três tipos de habilidades ne-
cessárias para que o administrador possa ter um desempenho eficaz:
• Habilidades técnicas – Consistem em conhecimentos especializados, métodos e técnicas ne-
cessários para a realização de tarefas específicas, através da experiência e educação. Como
exemplos, podemos citar: a habilidade na técnica cirúrgica, habilidade com programação,
habilidade com direito, entre outras.
• Habilidades humanas – Consiste na aptidão em relacionar-se com pessoa e grupos. Envol-
vendo a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos.
• Habilidades conceituais – Consiste na habilidade para compreender as complexidades da
organização global e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da organização.
Esta habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organiza-
ção total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato.
A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala
hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. A utilização dessas habilidades
varia conforme a escala de hierarquia dentro da empresa. Assim quando o gestor é promovido
será necessária uma combinação diferente de habilidades. A Figura 2 apresenta um esquema de-
mostrando a as habilidades essenciais ao administrador:

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FIGURA 2 – HABILIDADES DO GESTOR

NÍVEL
INSTITUCIONAL HABILIDADES

UNIDADE 01
CONCEITUAIS

NÍVEL HABILIDADES
INTERMEDIÁRIO HUMANAS

HABILIDADES

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NÍVEL TÉCNICAS
OPERACIONAL

Fonte: Chiavenato (2011).

Atividade sugerida 3:
Dois termos muito utilizados no que se refere à gestão são: eficiência e eficácia.
Você sabe o que significa? Parecem significar a mesma coisa, mas na administração tem aplicações
diferentes. Faça uma breve pesquisa on-line para entender cada um e liste as principais diferenças.
E você? Vem atuando de forma eficiente ou eficaz em seus estudos?

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade foi possível compreender que a administração trata do atingimento dos melho-
res resultados possíveis, por intermédio do desempenho de outras pessoas, para o atingimento
dos objetivos e metas das organizações.
Também aprendemos que o processo administrativo apresenta etapas de planejamento, or-
ganização, direção e controle, e identificamos as habilidades necessárias para um gestor (técnica,
humana e conceitual).
Até a próxima Unidade!

12
ANOTAÇÕES

13
UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL UNIDADE 01
UNIDADE

02
TEORIAS
ORGANIZACIONAIS
E MERCADO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
» Identificar a importância das teorias organizacionais;

» Entender o conceito e significado de cada teoria administrativa;

» Compreender o conceito de mercado e identificar seus elementos;

» Entender o conceito, significado e composição do preço, valor, gastos, custos e despesas;

» Calcular preço de venda.

VÍDEOS DA UNIDADE

http://bit.ly/2OOnafI http://bit.ly/3csIcbV http://bit.ly/3eLdz4D


INTRODUÇÃO
Nesta segunda Unidade teremos contato com duas abordagens teóricas da administração, a teo-
ria científica e a teoria clássica. Será abordada a dinâmica e o funcionamento do ambiente onde as

UNIDADE 02
empresas atuam, conheceremos seus elementos e como se relacionam. Trabalharemos os conceitos
de preço, valor e gastos, e colocaremos em prática o cálculo para formulação de preço de venda.
Tenha em mente que entender o mercado no qual a empresa está inserida, além de conhecer
seus clientes e concorrentes, é fundamental para conseguir alcançar resultados. O estudo cons-
tante do mercado, resulta em ótimos insumos para a tomada de decisão dos gestores empresa-
riais e empreendedores.

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Reforço que essa é apenas uma pequena parte do universo da administração, que segue seu
caminho de evolução constante.
Não se esqueça de realizar as atividades sugeridas e de participar do Fórum!
Bons estudos!

1. TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES


As tentativas de se desenvolver teorias da administração iniciaram com a revolução industrial,
nos séculos XVIII e XIX, quando os produtos passaram as ser produzidos em larga escala, preci-
savam ser transportados até os consumidores, havia a necessidade de aquisição de uma grande
quantidade de insumos.

1.1 TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA


Formulada pelo norte-americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915), a teoria se baseia na
aplicação do método científico na administração com o intuito de tornar o processo de fabricação
mais eficiente. Em suas publicações Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do “estu-
do dos tempos e movimentos”. Esse estudo se baseia em aferir e mesurar o tempo dos movimen-
tos dos operários na realização das tarefas.
Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são:
• Princípio de planejamento – substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos;
• Princípio de preparo dos trabalhadores – considerar a aptidão para escolher qual tarefa
cada operário irá executar. Posteriormente ele é treinado para que execute suas tarefas de
forma mais eficiente;

15
• Princípio de controle – durante a execução das tarefas deve-se realizar o controle com o
objetivo de confirmar se tudo está sendo realizado conforme estabelecido. Evitando a perda
de tempo dos operários, esforço físico desnecessário, desperdício de insumos;
• Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades buscando um sistema
de produção industrial disciplinado.

UNIDADE 02
A teoria de Taylor era uma verdadeira revolução para a época, foi utilizada como base para o de-
senvolvimento de outras teorias que vieram posteriormente. Um de seus seguidores mais notáveis
foi Henry Ford, fundador da Ford Motor Company. Foi Ford quem desenvolveu a montagem em
série, produzindo uma grande quantidade de automóveis, mais rápido e com redução dos custos.

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1.2 TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA
O Frances Jules Henri Fayol (1841-1925) foi o criador da Teoria Clássica da Administração. Di-
ferente de Taylor, em que a teoria ficava na execução da atividade pelo operário, para Fayol a pre-
ocupação principal estava na estrutura das organizações. Ambos os visionários acreditavam nos
métodos científicos para alcançar maior produtividade e eficiência na produção.
Na Teoria Clássica as operações empresariais são dívidas em funções, da seguinte forma:
• Técnicas - refere-se à produção e fabricação de produtos;
• Comerciais - refere-se à compra venda e de insumos e matéria-prima;
• Financeiras – refere-se à busca e gerência de capitais;
• Segurança – refere-se à proteção e preservação da propriedade e dos funcionários;
• Contábeis - refere-se aos registros, com inventários, balanços, custos entre outros;
• Administrativas – se relaciona com as outras funções, está acima delas.
A Figura 1 apresenta um esquema demostrando a relação entre as funções administrativas pre-
vistas na teoria clássica da administração.

FIGURA 1 -FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

FUNÇÕES
ADMINISTRATIVAS

TÉCNICAS COMERCIAIS FINANCEIRAS SEGURANÇA CONTÁBEIS

Fonte: A autora (2021).

16
Atividade sugerida 1:
Você já ouviu falar em “Fordismo”? Sabe quais os avanços esse modelo de produção industrial
trouxe para o mundo? Assista ao vídeo “Fordismo” e depois liste os principais ganho.
Disponível em: https://bit.ly/3qPI5wK. Acesso em 05 jan. 2021.

UNIDADE 02
Autor: Ricardo Carvalho em 12/02/2012.

2. MERCADO

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Mercado é local onde a empresa atua, no qual disponibiliza seus produtos e serviços, também
é onde encontramos seus clientes e concorrentes. O mercado surge quando se unem grupos de
vendedores e de compradores, articulando um mecanismo de oferta e procura.
Chiavenato (2011) prevê três situações que o mercado pode apresentar:
• Situação de oferta: quando a oferta é maior que a procura. Os preços ficam mais baixos pois
a oferta de produtos e serviços pelos vendedores é maior que a procura pelos compradores.
Existe a concorrência entre os vendedores;
• Situação de equilíbrio: quando a oferta é igual á procura, os preços não sofrem variação;
• Situação de procura: quando a procura é maior que a oferta. Nesse caso os preços sobem,
já que o mercado tem falta do produto ou serviço. Existe a concorrência entre compradores.

» Cliente:
O Cliente é o patrimônio mais valioso de uma empresa, é quem traz resultado, é o capital mais
disputado no mercado. Os clientes podem ser tanto pessoas (pessoas físicas) como outras empre-
sas (pessoas jurídicas públicas ou privadas). Constitui o grupo de consumidores dos produtos e
serviços de uma empresa.

» Concorrente:
São empresas que disponibilizam no mercado produtos ou serviços simulares e disputam o
mesmo cliente. Os concorrentes podem ser classificados de duas formas: concorrentes reais que
são aqueles em que a disputa pelo cliente existe de fato, e os concorrentes potenciais que são
aqueles que ainda não disputam o mercado de forma direta, porém tem potencial para isso, fal-
tando apenas algum ajuste ou decisão por parte da empresa concorrente.

17
2.1 ANÁLISE DE MERCADO
A análise de mercado é um método utilizado para entendermos e/ou conhecermos o comporta-
mento de um setor. Não existe um momento exato em que deva se lançar mão dessa ferramenta,
podendo ser utilizado na formulação de um plano de negócio onde deve se conhecer o mercado

UNIDADE 02
em que pretende atuar, no lançamento de um novo produto, ou simplesmente para determinar o
direcionamento estratégico da empresa.
A análise de mercado é feita por meio de fontes de informações obtidas sobre mercado, poden-
do ser Primárias o Secundárias.
• Fontes Primárias – Se obtém as informações diretamente das pessoas ou empresas que se deseja
saber a opinião. Para se levantar essas informações pode se realizar entrevistas ou questionários;

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• Fontes Secundárias – Se obtém as informações de forma indireta. Realiza-se consultas a
entidades que disponibilizam dados e informações, coletadas diretamente das fontes pri-
márias. Essas entidades podem ser institutos, governos, faculdades e associações do setor,
conselhos de classe, entre outros.

Atividade sugerida 2:
Você conhece alguma instituição que disponibilizada informações sobre o Mercado Agro? Busque
duas instituições que disponibilizem dados sobre o mercado de leite na região de Castro-PR e faça
uma comparação das informações apresentadas.

2.2 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO


As pessoas possuem valores e princípios diferentes, algumas residem em lugares quentes, ou-
tras em lugares frios, umas tem um elevado nível de instrução outras não. Todas essas variáveis
determinam como a pessoa irá consumir um produto ou serviço.
Para facilitar o entendimento da dinâmica de consumo os clientes foram divididos em grupos meno-
res (segmentos) unindo-os por similaridades, comportamento de consumo e características pessoais.
• Segmentação demográfica: a segmentação se baseia na idade, sexo, renda, estado civil,
educação, nível socioeconômico do cliente. Segmentação mais utilizada;
• Segmentação geográfica: o modelo de segmentação geográfica lida com a localização dos
clientes. Este tipo de segmentação possibilita que uma empresa atue de forma diferente em
cada região do país;
• Segmentação comportamental: este tipo de segmentação trata da maneira como o cliente
se comporta durante as compras (presencial, on-line), a maneira como ele utiliza e consome
produto e/ou serviço, analisa quais atividades realiza no seu dia e quais são seus valores.

18
A segmentação de mercado permite definir como a empresa deve oferecer seu produto e ser-
viço, como irá se relacionar com cada cliente, sendo que para segmento a empresa adotará um
padrão diferente.

UNIDADE 02
3. PRECIFICAÇÃO

3.1 PREÇO

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O preço é expresso pela quantidade monetária que o cliente paga para adquirir determinado
produto ou serviço. Os fatores que irão influenciar no preço ofertado são: o jogo da oferta e da
procura no mercado, custos da produção, preço cobrado pelos concorrentes.
Existem fórmulas que possibilitam a precificação utilizado as informações de custos e despesas
da empresa, porém deve se lembrar de que esse cálculo é uma referência, já que devem ser con-
siderados outros fatores de mercado que influenciam no preço final, como por exemplo, o preço
praticado pela concorrência.

3.2 VALOR
Valor apresenta um conceito mais subjetivo. Ele é dado individualmente pelo cliente, que avalia
o benefício que ele vai ter com a compra. Normalmente envolve um desejo particular, uma con-
quista, ou uma ligação com o produto ou serviço.

3.3 GASTOS
Os gastos de uma empresa podem ser divididos em três seguimentos:
• Custos - sacrifício de recursos para gerar produto ou serviço. Exemplo: Gastos no processo
de fabricação, matéria-prima, aquisição de bem que será revendido, custos da hora de tra-
balho do veterinário que trabalha como assistente técnico, entre outros;
• Despesas – sacrifício de recursos para obtenção de receita e manutenção da estrutura ad-
ministrativa. Exemplo: salário de funcionários em cargos administrativos, comissões, frete,
entre outros;
• Investimentos – tem o objetivo de ampliar a capacidade produtiva, não diminui o lucro da
empresa. Exemplo: aquisição de máquinas, equipamentos, software, entre outros.

19
Caso tenha dúvida no enquadramento entre custo ou despesa, faça a seguinte pergunta: “O
estoque de produto será afetado caso seja eliminado esse gasto?” Se “SIM” trata-se de um custo,
se “NÃO” trata-se de uma despesa.
Ainda os gastos podem ser classificados em fixos e variáveis:

UNIDADE 02
• Custos e despesas fixas – Existe independente das vendas. Seus gastos estão relacionados
com a atividade empresarial, não está vinculado com o desempenho das vendas. Exemplo:
salários administrativos, aluguéis e tarifas bancárias, entre outros.
Atenção! Um custo ou uma despesa fixa não quer dizer que o valor será igual todo mês, pode
haver variação. Exemplo: Conta de água pode variar todo mês.
• Custos e despesas variáveis – Tem que existir a fabricação do produto ou a execução do

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serviço para existir, diretamente relacionado ao faturamento da empresa. Exemplo: Gastos
com comissões, impostos relacionados a venda, frete, matéria-prima, embalagens, taxa de
cartão, entre outros.

Atividade Sugerida 3:
Você sabe o que significa o termo commodities, e qual a sua importância para a economia? Faça
uma breve pesquisa para entender melhor seu significado, como funciona a dinâmica de preço
para esses produtos.
Liste as principais commodities do Brasil.

3.4 DEFINIÇÃO DO PREÇO


Existem várias formas de se determinar o preço de um produto ou serviço. Trarei um método
muito utilizado chamado Markup.
O Markup é um índice que permite se estabelecer o preço de venda garantindo a cobertura de
todos os gastos e proporcionando lucro para a empresa.
Primeiramente é necessário realizar o levantamento de algumas informações:
• O custo do produto ou serviço;
• As despesas fixas e variáveis em relação ao faturamento da empresa;
Exemplo: Depois de se levantar todas as despesas fixas chegou-se à conclusão que elas repre-
sentam 10% do faturamento da empresa (regra de 3 da matemática).
• Margem de lucro desejada.
Deve-se aplicar os valores a fórmula, a Figura 2 apresenta a fórmula para cálculo de preço
de venda.

20
FIGURA 2 - FÓRMULA PARA CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA

PV = CUSTO
1-DF%-DV%-LUCRO%

UNIDADE 02
Fonte: A autora (2021).

Onde:
PV = Preço de venda.
CUSTO = Custo total.

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DF% = Despesa fixa em porcentagem.
DV% = Despesa variável em porcentagem.
LUCRO% = Lucro em porcentagem.

Exemplo: revenda de ração em um pet shop:


Custo = R$ 50,00 (valor de aquisição do produto da revendedora)
DF% = 10%
DV% = 20%
Lucro% = 15%
A Figura 3 apresenta uma demonstração da aplicação da fórmula de preço de venda:

FIGURA 3 - FÓRMULA PARA CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA

PV = 1-0,10-0,20-0,15
50

PV = 0,55
50

PV = R$ 90,90
Fonte: A autora (2021).

O valor 0,55 resultado do cálculo do denominador da fórmula (1-DF%-DV%-Lucro%) é chamado


de Markup Divisor. Sempre que o custo de um produto for dividido pelo Markup divisor se terá o
valor do preço de venda.

21
Exemplo: um produto da mesma empresa onde o custo é de R$ 100,00.
A Figura 4 apresenta uma demonstração de cálculo de preço de venda utilizando Markup Divisor.

FIGURA 4 – CÁLCULO DE PREÇO DE VENDA UTILIZANDO MARKUP DIVISOR

PV = 0,55

UNIDADE 02
100

PV = R$ 181,82
Fonte: A autora (2021).

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Também é possível se estabelecer o Markup multiplicador, que em vez de se realizar uma conta
de divisão se realiza uma multiplicação para se estabelecer o preço.
A Figura 5 demonstra do cálculo para se determinar o Markup Multiplicador.

FIGURA 5 – CÁLCULO DO MARKUP MULTIPLICADOR

MARKUP
MULTIPLICADOR
= MARKUP100DIVISOR
MARKUP 100
MULTIPLICADOR
= 0,55
MARKUP
MULTIPLICADOR
= 1,8182

Fonte: A autora (2021).

O Markup é uma solução para formulação de preço muito utilizada pela sua fácil aplicação e
fácil adaptação a diversos produtos e serviços. Lançar mão dessa ferramenta facilita a gestão em-
presarial e a tomada de decisão.

Atividade Sugerida 4:
Você sabe o que significa Ticket médio? Sabe como ele é calculado?
Faça uma breve pesquisa para entender melhor esse importante indicador.

22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade foi possível conhecer as teorias da administração, suas histórias e os ganhos que
trouxeram para as organizações e para a sociedade.

UNIDADE 02
Aprendemos sobre mercado e seus principais agentes, a análise de mercado e a segmentação
de mercado. Entendemos o conceito de preço e valor, aprendemos sobre os componentes neces-
sário para cálculo do preço de venda, gastos, custos e despesas.
Até a próxima Unidade!

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ANOTAÇÕES

23
UNIDADE

03
EXTENSÃO RURAL
NO BRASIL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
» Conhecer a história da extensão rural no Brasil e seus fatos mais importantes;
» Entender o conceito de extensão rural, assistência técnica, extensionista e po-
líticas públicas;
» Compreender o funcionamento do Programa Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (PRONATER);
» Compreender o funcionamento do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (PRONAF);
» Entender a importante relação da extensão rural e do desenvolvimento susten-
tável das comunidades rurais;
» Conhecer as principais formas de impacto ambiental no campo.

VÍDEOS DA UNIDADE

http://bit.ly/3l9Aesp http://bit.ly/3vjLZkz http://bit.ly/3exDnRr


INTRODUÇÃO
Há muito tempo a extensão rural tem um importante papel na transformação da realidade no campo.
Nesta Unidade iremos abordar a história e evolução da extensão rural no Brasil, seus principais

UNIDADE 03
conceitos, entenderemos a importante função do extensionista com desenvolvedor. Serão apre-
sentadas as principais políticas públicas para o desenvolvimento do campo, além da importante
relação da extensão rural com o desenvolvimento sustentável.
Não se esqueça de realizar as atividades sugeridas e participar do Fórum!
Sucesso em seus estudos!

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1. EXTENSÃO RURAL NO BRASIL
“Extensionista rural, agente de transformação no campo”.

A extensão rural trata de um processo cooperado de educação não formal, realizado entre o
profissional denominado extensionista, que traz as tecnologias, procedimentos, ferramentas e no-
vas técnicas já consolidadas por meios de pesquisa científica até o campo; e o produtor rural que
tem seu conhecimento consolidado no dia a dia da produção. Assim, extensionista e produtor rural
formam um elo de desenvolvimento contínuo de conhecimento.
O objetivo da extensão rural é prover a melhora na qualidade de vida das comunidades rurais, esti-
mulando o desenvolvimento da produção, alavancando o ganho de renda para os produtores rurais; e
auxiliando também no enfrentamento dos desafios socioambientais. O principal foco da extensão rural
é a agricultura familiar, que carece de orientação técnica para a produção e gestão do negócio.
A extensão rural é constituída por uma complexa relação de várias áreas que envolvem o cam-
po, como por exemplo: Políticas Públicas (Programa de Aquisição de Alimentos - PAA, Programa
Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, entre outras), pesquisa, infraestrutura, crédito rural, se-
gurança alimentar, educação no campo, organização comunitária, meio ambiente, entre outras.
Assim, o trabalho de extensionista pode ser realizado por profissionais de formações diferen-
tes, podendo ser exercido por médicos veterinários, agrônomos, zootecnistas, técnicos agrícolas,
engenheiros florestais, administradores, contadores, assistentes sociais, entre outros. Este profis-
sional deve conhecer a realidade da comunidade em que atua, estando familiarizado com informa-
ções sobre o clima, tipo de solo, produtividade esperada, mercado, crédito rural, meio ambiente,
gestão e políticas públicas aplicadas à região.

25
SERVIÇO DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL, DE CARÁTER CONTÍNUO, NO MEIO RURAL, QUE
PROMOVE PROCESSO DE GESTÃO, PRODUÇÃO, BENEFICIAMENTO, E COMERCIALIZA-
ÇÃO DAS ATIVIDADES E DOS SERVIÇOS AGROPECUÁRIOS, INCLUSIVE DAS ATIVIDADES
AGROEXTRATIVISTAS, FLORESTAIS E ARTESANAIS (BRASIL, 2010).

UNIDADE 03
A Figura 1, a seguir, demostra as principais áreas que envolvem a extensão rural no Brasil.
FIGURA 1 – EXTENSÃO RURAL NO BRASIL

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL


Fonte: A autora (2021).

1.1 HISTÓRIA DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL


O primeiro passo para se estabelecer a extensão rural no Brasil, data de 1910, com a criação e
regulamentação do ensino agrícola e da instalação das primeiras fazendas experimentais. Foi no
governo Vargas, com o Decreto-lei de 1945, onde foram instituídas as “Casas Rurais” que eram
responsáveis por promover o aprendizado ao homem do campo.
Com a boa relação entre Brasil e EUA, pós-segunda guerra, o Brasil importou o modelo que
vinha dando bons resultados em território estadunidense, baseado no estreitamento do contato
com o produtor rural, esse foi o princípio do modelo de extensão rural que temos hoje no Brasil.
Nesse período foi criada a Associação de Crédito e Assistência Rural (ACAR) e outras instituições
ligadas ao desenvolvimento da agropecuária de forma regional no país, todas com o objetivo de
oferecer suporte técnico e financeiro ao homem do campo.
A partir da década de 1960 o modelo produtivo brasileiro se baseava no tripé: ensino, pesquisa
e extensão, em que as instituições governamentais e órgãos de pesquisas e extensão rural eram
responsáveis por estimular a adesão ao chamado “pacote tecnológico” que estimulava a utilização
de insumos, máquinas e implementos na agropecuária com o objetivo de modernizar a produção
brasileira. Tal estratégia era uma grande novidade para a época, utilizando tecnologias advindas da
chamada “Revolução Verde”, que pregava a modernização das práticas agrícolas com a utilização
de sementes de bom desempenho, fertilização solo, uso de máquinas, adubos e agrotóxicos. Ini-
cialmente os produtores rurais foram resistentes a essa proposta de modernização, uma vez que
exigia investimento e não havia a certeza de quanto ao retorno.

26
Após a Segunda Guerra Mundial a principal preocupação dos governos era garantir a produção
de alimento para a população que passava fome, e no Brasil não era diferente. Nessa época a ex-
tensão rural brasileira trabalhava com modelos técnicos preestabelecidos que muitas vezes não
refletiam a realidade da região, a intenção era prover a resoluções rápidas dos problemas, não
havia a preocupação com questões de desenvolvimento sustentável, meio ambiente ou qualidade

UNIDADE 03
do produto. Nesse período o governo brasileiro estabeleceu políticas públicas de incentivo, facili-
tando o crédito aos produtores e estabelecendo taxas de juros subsidiadas.
Com a grande oferta de recursos financeiros e a pouca habilidade em gestão e planejamento,
conjugada a escassez na fiscalização, fez com que boa parte dos recursos federais disponibilizados
nesse período fosse mal aplicada, não atingindo os resultados esperados.
Na década de 1970 foi criada a EMBRATER (Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL


Rural) que coordenava as EMATERs estaduais, com o objetivo de difusão de inovação e tecnologia
para aumentar a produtividade e produção no campo. O extensionista tinha papel de tutor, deten-
tor de todo o conhecimento necessário, nessa época não era levado em conta o conhecimento do
produtor rural. O extensionista tinha a função de alavancar a escala de produção no campo com
o objetivo de garantir o abastecimento do mercado brasileiro, já com a visão da possibilidade do
mercado internacional.
Com o fim do crédito subsidiado pelo governo federal na década de 1980, produtores rurais
e extensionistas foram obrigados a rever a forma como atuavam, iniciou-se uma nova forma de
extensão rural, baseada na construção de uma “consciência crítica”, questionou-se o processo de
transmissão do saber e aprendizado no campo, percebeu-se que era possível prover o desenvol-
vimento, utilizando além do conhecimento técnico, o conhecimento informal do produtor rural,
fazendo com que o produtor integre o processo de inovação de desenvolvimento do campo.
Em 2010, pela Lei nº 12.188, foi constituída a nova Política Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural (PNATER) e se estabeleceu o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão
Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (PRONATER).

Atividade Sugerida 1:
Assista ao vídeo “Revolução Verde| Geografia| Quer Que Desenhe”
Autor: Descomplica
Data: 27/01/2021.
Link: https://bit.ly/2MExUN7. Acesso em 20 fev. 2021.
Perceba como a Revolução Verde foi fundamental para o modelo de exploração agropecuário que
temos hoje no Brasil. Liste três pontos positivos e três pontos negativos advindos da Revolução Verde.

1.2 PRINCIPAIS CONCEITOS DA EXTENSÃO RURAL


Para compreender como se dá o trabalho do extensionista no campo é necessário consolidar
alguns conceitos:

27
• Assistência Técnica:
Atuação pontual, com o objetivo de resolver um problema específico de um produtor rural.
Por exemplo: Caso de mastite em uma propriedade de produção de leite.
• Extensão Rural:

UNIDADE 03
Atuação de forma integrada tem o objetivo de resolver um problema ou necessidade da comu-
nidade rural.
Por exemplo: Comunidade rural não consegue um bom preço na venda do leite devido à baixa
qualidade do produto.
• Políticas Públicas:

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Conjunto de ações e programas desenvolvidos pelo Estado com o objetivo de trazer desenvol-
vimento para o campo.

1.3 PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA


E EXTENSÃO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR E NA
REFORMA AGRÁRIA (PRONATER)
Programa instituído em 11 de janeiro de 2010 que prevê a destinação de recurso financeiro
federal para as organizações de assistência técnica e extensão rural (Ater), sendo ela pública ou
privada, com ou sem fins lucrativos, desde que previamente credenciadas.
O modelo de extensão rural pretendido no PRONATER mantém o foco no aumento da produção
e na melhora da qualidade dos produtos agropecuária, agregando como objetivo o desenvolvi-
mento de atividades não agropecuárias (artesanato, turismo rural, extrativismo, entre outros),
tendo como base o desenvolvimento do produtor rural como cidadão e a sustentabilidade tanto
na gestão dos negócios, com das questões ambientais.
São beneficiários do PRONATER: assentados da reforma agrária, os povos indígenas, os rema-
nescentes de quilombos e os demais povos e comunidades tradicionais; e os agricultores familia-
res ou empreendimentos familiares rurais, os silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores,
bem como os beneficiários de programas de colonização e irrigação enquadrados na Lei nº 11.326,
de 24 de julho de 2006.

Atividade Sugerida 2:
Faça uma breve consulta a art. 4º da Lei 12.188, de 11 de janeiro de 2010 e liste os principais
objetivos do PRONATER.
Link: https://bit.ly/3sLoKO6. Acesso em 21 fev. 2021.

28
2. POLÍTICAS E PROGRAMAS GOVERNA-
MENTAIS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

UNIDADE 03
O agronegócio desempenha papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
Já há algum tempo possui participação importante no PIB (Produto Interno Bruto) e no saldo da
balança comercial. A agricultura familiar está inserida nesse contexto, e tem papel importante para
a conquista desses resultados tão importantes para a economia e sociedade brasileira.
No Brasil a agricultura familiar apresenta diferentes realidades dentro das várias regiões do país,

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL


sendo a região sul e sudeste mais tecnificada e competitiva, voltada ao agronegócio, já no norte e
nordeste a atividade é voltada a subsistência do produtor rural, pouco tecnificada. Independente
da região, a agricultura familiar tem grande importância na geração de empregos no campo e na
produção de alimentos, garantindo a subsistência do produtor rural, encurtando a cadeia de for-
necimento de alimento até o consumidor final.
O Governo Federal possui políticas públicas com a intenção de apoiar e garantir o bom desem-
penho do agronegócio no Brasil, tendo um cuidado especial com o pequeno produtor rural. O
nome dado a esse conjunto de políticas públicas que abrangem os serviços de Assistência Técnica
e Extensão Rural, crédito, seguro da produção, garantia de preços, comercialização e organização
econômica das famílias residentes no campo, é Plano Safra.
Através do Plano Safra que são definidas questões como o volume de recursos e as taxas de
juros a serem praticadas no Ano Safra, que diferentemente do ano civil tem seu início em 1º de
julho e vai até 30 de junho do ano seguinte.
A principal ferramenta que o governo utiliza para garantir o desenvolvimento e os bons resulta-
dos do agronegócio brasileiro é o suprimento de recursos financeiros, intermediado por instituições
do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), através do Crédito Rural. Este é regido por diversas
leis e normativos que estão consolidados em um único documento chamado Manual de Crédito
Rural. Também conhecido pela sigla MCR pode ser consultado no site do Banco Central do Brasil.

2.1 O PRODUTOR RURAL FAMILIAR


No Brasil, o início do reconhecimento da agricultura familiar deu-se em 1964 com o Estatuto
da Terra, que tinha como objetivo a promoção do ordenamento agrário do estabelecimento da
“Propriedade familiar”.

ART. 4º - II - [...] IMÓVEL RURAL QUE, DIRETA E PESSOALMENTE EXPLORADO PELO


AGRICULTOR E SUA FAMÍLIA, LHES ABSORVA TODA A FORÇA DE TRABALHO, GARAN-
TINDO-LHES A SUBSISTÊNCIA E O PROGRESSO SOCIAL E ECONÔMICO, COM ÁREA
MÁXIMA FIXADA PARA CADA REGIÃO E TIPO DE EXPLORAÇÃO, E EVENTUALMENTE
TRABALHO COM AJUDA DE TERCEIROS (BRASIL, 1964).

29
Com a constituição das propriedades familiares pelo governo federal, foi possível consolidar o
conceito da Agricultura Familiar. Esta é definida com base em três características centrais:
• Gestão da unidade produtiva exercida por indivíduos que mantém entre si laços de sangue
ou casamento;

UNIDADE 03
• Maior parte do trabalho igualmente fornecida pelos membros da família;
• Propriedade dos meios de produção pertence á família, e é em seu meio que se realiza a
transmissão dessa posse em caso de falecimento ou aposentadoria dos responsáveis pela
unidade produtiva.
Atualmente, a agricultura familiar desempenha papel central na estratégia de segurança alimen-
tar nacional, sendo ela a principal origem dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Em 2014, o

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reconhecimento da FAO de que o Brasil não mais figurava no mapa da fome é uma conquista de
extrema relevância e demostra a importância do setor para o cenário socioeconômico do país.
É reconhecido também o êxito da agricultura familiar em resgatar a cidadania dos pequenos
produtores, reforçar o uso racional e sustentável da terra, reduzir a desigualdade social, e evitar o
êxodo rural que resulta em bolsões de pobreza nos grandes centros urbanos.

2.2 PROGRAMA NACIONAL DO FORTALECIMENTO DA AGRI-


CULTURA FAMILIAR (PRONAF)
O Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos que
geram renda a pequenos produtores rurais e assentados da reforma agrária, o qual é coordenado
pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O PRONAF foi criado pelo Governo Federal na
década de 1990 (Decreto n° 1.946, de junho de 1996) antes não havia linha de crédito específica
para a agricultura familiar, assim os pequenos produtores tinham grande dificuldade no acesso
ao crédito uma vez que competiam com produtores que apresentavam melhor desempenho na
produção além de capital para garantir as operações de crédito.
O PRONAF tem a finalidade de promover o desenvolvimento sustentável rural, tendo como objetivo:
• Aumentar a capacidade produtiva e da geração de renda;
• Aperfeiçoamento do uso da mão de obra familiar, dos recursos e da terra;
• Profissionalização dos produtores familiares;
• Fortalecimento das atividades desenvolvidas;
• Agregar valor ao produto e a produtividade, mediante a modernização do sistema produtivo.
• Integração a cadeia do agronegócio.
A atuação do PRONAF se dá por meio do financiamento de atividades e serviços rurais agrope-
cuários e não agropecuários desenvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias
próximas e é caracterizada por condições diferenciadas para a concessão do crédito, principalmente
em relação aos encargos financeiros, seguros, assistência técnica e comercialização da produção.

30
Fique atento! O nome do programa é “Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura
Familiar” mais engloba também as atividades de exploração pecuária.

2.3 ENQUADRAMENTO NO PRONAF

UNIDADE 03
Para que se possa enquadrar um produtor rural no PRONAF, e assim garantir o acesso aos pro-
gramas do Governo Federal, existe um documento que confirma tal situação, chamado Declaração
de Aptidão PRONAF (DAP).
A DAP é emitida para a unidade familiar, isto quer dizer que serão vinculados todos os membros da
família no cadastro. Para que o produtor possa emitir a DAP é necessário que ele atenda alguns critérios:

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL


• Tenha como principal fonte de renda a atividade explorada na propriedade rural;
• Possua renda bruta anual de até R$ 360 mil;
• Explorar uma área de até quatro módulos fiscais.
Para a emissão da DAP o produtor rural deve ir até uma entidade credenciada pelo Ministério
do Desenvolvimento Agrário, podendo ser empresas de assistência técnica e extensão rural ou
sindicatos de trabalhadores rurais. Atualmente, a DAP possui validade de três anos e, após o seu
vencimento, o agricultor familiar deverá fazer uma nova solicitação.

Atividade Sugerida 3:
Você já tinha ouvido falar em Módulo Fiscal?
Faça uma breve pesquisa sobre o que é módulo fiscal, qual a sua aplicação e o que ele representa.
Diferencie Módulo Fiscal de Módulo Rural.

3. EXTENSÃO RURAL E DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL
Um dos grandes desafios da agropecuária brasileira, se não o maior em virtude da grande pres-
são de mercados internacionais, é estabelecer um modelo de desenvolvimento em que se garanta
o crescimento da produção agropecuária e assegure a conservação dos recursos naturais.
Rotineiramente vemos notícias sobre encontros internacionais, posicionamentos políticos de
países e agentes governamentais sobre a utilização de recursos naturais e à sustentabilidade do

31
crescimento econômico dos países. O Brasil por ser historicamente um dos grandes produtores
agropecuários no mundo, se torna foco das atenções no que envolve suas políticas públicas vin-
culadas ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável, se tornando muitas vezes o centro de
discussões internacionais.
Entende-se por “Desenvolvimento Sustentável” a capacidade de atender às necessidades da gera-

UNIDADE 03
ção atual, sem que haja um comprometimento dos recursos para as gerações futuras. Devido aos cons-
tantes debates sobre o assunto esse conceito vem sendo ampliado, antes o foco era principalmente
ambiental, hoje se tem o entendimento que o desenvolvimento sustentável engloba além de questões
de meio ambiente, questões de igualdade social e viabilidade de desenvolvimento econômico.
Considerando que o extensionista é o agente de transformação do campo, e participante do
processo de educação não formal, cabe a ele orientar o produtor rural quanto às regras ambientais

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL


da sua região e, caso necessário, guiá-lo para a devida adequação a esses normativos. Asseguran-
do ao produtor rural a conformidade com as questões ambientais, que hoje são consideradas para
acesso a políticas públicas e ao Crédito Rural, além de ser uma exigência dos próprios consumido-
res que tem consciência do seu papel.

3.1 IMPACTOS AMBIENTAIS


Os principais fatores na atividade agropecuária do Brasil que causam impacto ambiental são: o
desmatamento, onde o objetivo é ampliar áreas de cultivo; o manejo inadequado de áreas já cultiva-
das, causando a degradação do solo que não se recupera; o uso inadequado de agrotóxicos e fertili-
zantes; e a incorreta destinação de dejetos da produção pecuária causando contaminação ambiental.

3.1.1 DESMATAMENTO E CONSERVAÇÃO DO SOLO


No Brasil, de modo geral temos um solo que se caracteriza por ser mais sensível a processo de
degradação quando submetido a explorações intensivista e queimadas, se comparado a outras re-
giões do mundo. Cabendo ao extensionista prestar orientação ao produtor rural da correta utiliza-
ção do solo através de práticas como o rodízio do pasto, diversificação da atividade agropecuária,
plantio em curvas de nível, rotação de culturas, entre outros.
As queimadas são uma triste realidade no meio rural brasileiro, entretanto ações de combate e
fiscalização vêm se intensificando por parte do governo federal, diminuindo a escalada das taxas
de desmatamento, tal atitude decorre de pressões internas e externas, tendo principal foco a ma-
nutenção do mercado internacional dos produtos brasileiros. O Brasil ainda tem muito a desenvol-
ver no que se refere às políticas contra o desmatamento, porém já contamos com iniciativas como
o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmata-
mento na Amazônia Legal (PPCDAM).

3.1.2 AGROTÓXICOS E FERTILIZANTES


Conforme vimos anteriormente, a Revolução Verde tornou a exploração no campo mais tecnifi-
cada, lançando mão da utilização agrotóxicos e fertilizantes com o objetivo de aumentar a produ-

32
tividade. A utilização de tais produtos só cresceu com o tempo, com isso vieram várias consequ-
ências quanto à aplicação inadequada sem orientação, armazenamento incorreto e utilização de
produtos piratas, não certificados.
Entre os efeitos negativos da utilização desses produtos pode-se destacar a alteração da micro-

UNIDADE 03
biota do solo, causando acidificação; contaminação dos lençóis freáticos, rios e lagos; além do ris-
co de intoxicação ao homem que o aplica, e a quem consome produtos que utilizaram agrotóxicos
e fertilizantes em seu cultivo. Os problemas associados à contaminação por agrotóxicos podemos
citar: alergias, lesões renais, cânceres, redução da fecundidade, problemas relacionados ao siste-
ma nervoso, convulsões, envenenamento, podendo ainda levar a morte.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão federal responsável por regular

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL


e aprovar a utilização de agrotóxicos e fertilizantes no Brasil. Recentemente foi aprovado o marco
regulatório para agrotóxicos, medida que atualiza os critérios da classificação toxicológica desses
produtos, além de estabelece mudanças identificação e rotulagem. A Tabela 1 demostra a atual
classificação dos agrotóxicos segundo a ANVISA.

TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DE AGROTÓXICOS

Fonte: ANVISA (2019).

3.1.3 TRATAMENTO DE DEJETOS DA PECUÁRIA


O manejo inadequado dos resíduos da exploração pecuária pode causar grande impacto am-
biental, por se tratar de substâncias potencialmente poluidoras. Esses resíduos orgânicos quando
manejados da forma correta podem passar de vilões da produção a preciosos insumos em um
esquema de produção sustentável, apresentando menor impacto nas propriedades físicas e quí-
micas do solo se comparados a fertilizantes sintéticos, além do custo menor para o produtor rural.

33
Atividade Sugerida 4:
Você já ouviu falar em Cadastro Ambiental Rural (CAR)? Sabe para que ele serve?
Realize uma pesquisa sobre o que é CAR e quais são as consequências ao produtor rural quando
não possuir esse cadastro atualizado.

UNIDADE 03
Link: https://www.car.gov.br/#/

3.2 PLANO DE AGRICULTURA DE BAIXA EMISSÃO DE CARBONO (ABC)


Também conhecido como Plano ABC, é um plano setorial que apresenta o detalhamento das

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL


ações de mitigação e adequação às mudanças climáticas para o setor agropecuário. Ele aponta de
que forma o Brasil pretende cumprir os compromissos assumidos de redução de emissão de gases
de efeito estufa (GEE) pelo setor. Para isso o governo estabeleceu incentivo econômico e financei-
ro aos produtores que implementarem ações do Plano ABC em sua propriedade, para isso foram
traçadas ações desejadas que devem ser seguidas:
• Recuperação de pastagens degradadas;
• Implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e sistemas agroflo-
restais (SAFs);
• Sistema de plantio direto na palha (SPD);
• Fixação biológica de nitrogênio (FBN) em substituição ao uso de fertilizantes nitrogenados;
• Expansão da área de florestas plantadas;
• Ampliação do uso de tecnologias para tratamento de dejetos animais.
A procura por recursos provenientes do Programa ABC ainda é baixa, sendo concentrada nas
regiões sul e sudeste do país. Como consequência dessa baixa adesão uma parte dos recursos dis-
ponibilizados para o programa, pelo Governo Federal, não foram utilizados. Demostrando assim
a importante função do extensionista em orientar o produtor rural dentre as diversas formas de
financiamento disponíveis no mercado para o atendimento de suas necessidades.

Atividade Sugerida 5:
Considerando a seguinte situação:
Produtor rural da região de Chapecó/SC, explora suinocultura ciclo completo, deseja investir no trata-
mento dos dejetos da produção, porém não apresentar recursos financeiros para investir na construção.
Pesquise:
1. Quais as instalações físicas necessárias para o tratamento de dejetos da suinocultura?
2. Quais as linhas de crédito que o mercado disponibiliza para o financiamento?
3. Com relação à questão ambiental, qual documentação o estado de Santa Catarina exige para
exploração da Suinocultura?

34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade discutimos e conceituamos a extensão rural e seus elementos básicos. Enten-
demos o funcionamento de algumas políticas públicas, e conhecemos os desafios da agropecuária

UNIDADE 03
brasileira relacionados ao desenvolvimento sustentável. Bons estudo!

ANOTAÇÕES

UNIBRASIL EAD | ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL

35
UNIDADE

04
PLANEJAMENTO DE
PROGRAMA DE
EXTENSÃO RURAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

» Compreender a dinâmica da construção do conhecimento no campo;

» Conhecer os métodos e práticas didáticas mais utilizadas pela extensão rural;

» Compreender a importância das dimensões organizacional, tecnológica, e mer-


cadológica no processo de desenvolvimento rural.

VÍDEOS DA UNIDADE

http://bit.ly/3bIWfv8 http://bit.ly/3euYSm1 http://bit.ly/3cp848J


INTRODUÇÃO
Nesta Unidade iremos tratar da construção participativa de programas de extensão rural, entre
extensionista e a comunidade. Veremos como funciona a dinâmica da construção do conheci-

UNIDADE 04
mento no campo, baseada em uma relação de confiança e na comunicação clara e efetiva. Serão
apresentados os principais métodos e práticas utilizados na extensão rural e as dimensões que um
projeto de extensão rural deve abordar.
Não se esqueça de realizar as atividades sugeridas e participar do Fórum!
Sucesso em seus estudos!

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1. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E
PRÁTICA PEDAGÓGICA NO CAMPO
“Ensinar não é apenas transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua produção
ou sua construção” (FREIRE, 1996).
A extensão rural construtivista preconiza a integração dos saberes empírico e técnico como fer-
ramenta para a construção do conhecimento e desenvolvimento no campo. Torna o produtor rural
protagonista nesse processo, sendo um executor crítico das práticas e atividades mesmo quando o
extensionista não está presente. Nesse processo cabe ao extensionista estimular e fornecer insu-
mos para a continuidade desse processo de desenvolvimento. A Figura 1 demostra a dinâmica de
atuação da extensão construtivista.

FIGURA 1 – CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO CAMPO

SABER TÉCNICO SABER PRÁTICO


EXTENSIONISTA PRODUTOS

CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO

DESENVOLVIMENTO
NO CAMPO

Fonte: A autora (2021).

37
Paulo Freire, famoso educador e filósofo brasileiro, defendeu as metodologias participativas
aplicadas à extensão rural em seu livro “Extensão ou Comunicação?”. Em sua publicação contesta
a forma de difusão do saber no campo em que é colocado o conhecimento técnico como sobe-
rano. A partir daí a extensão rural construtivista ganhou força, e se consolidou como modelo de
desenvolvimento do campo.

UNIDADE 04
Nesse novo modelo de construção do saber o produtor rural é peça fundamental, as práticas
serão resultado de uma construção em conjunto, não mais por um processo de difusão de infor-
mação por parte do extensionista. Deixa-se de lado a lógica “paternalista”, com atuação focal no
problema, para a atuação através de ações integradas em torno de um objetivo maior.
Para o sucesso do processo é necessário estabelecer um laço de confiança entre produtor rural
e extensionista, para isso é fundamental que a comunicação seja adequada, respeitando a realida-

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de do produtor. É importante utilizar uma linguagem fácil, evitar termos técnicos, siglas ou palavras
em língua estrangeira, deve ser clara e objetiva. A comunicação através do diálogo com o produtor
deve ser preconizada evitando a relação aluno-professor.
O dia a dia no campo é estabelecido por rotinas que devem ser consideradas para que a co-
municação seja efetiva. Por exemplo, deve-se conhecer a rotina diária do produtor, seus horários,
entender como funciona o ciclo produtivo explorado, para identificar o melhor momento para
realizar uma visita técnica ou marcar uma reunião.

2. PLANEJAMENTO EM EXTENSÃO RURAL

2.1 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico em extensão rural consiste no conhecimento, análise e interpretação da realidade
de determinada comunidade, identificando os problemas e suas possíveis causas, determinando
potencialidades e identificando as possíveis soluções. Antes de iniciar um diagnóstico é necessário
que seja delimitado o público e a área a ser pesquisada.

2.1.1 DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO


O Diagnóstico Rural Participativo (DRP) consiste em um conjunto de técnicas que permite a
comunidade juntamente com o extensionista, realizar a análise da realidade local, identificar os
problemas e necessidades, elaborar o diagnóstico e planejamento para a solução.
O objetivo principal do DRP é reforçar o poder da comunidade e fornecer os recursos neces-
sários para aumentar sua capacidade de autogestão. Apesar de concebido no meio rural, o DRP
pode ser aplicado também em comunidades urbanas. Existem muitas ferramentas que podem ser
usadas em um DRP, a seguir seguem alguns exemplos:

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• Entrevista semiestruturada – Trata-se de um encontro informal com pessoas chaves ou gru-
pos, em que se estabelece previamente perguntas que irão guiar a conversa. Esse formato
permite a construção de diálogo dando espaço para o entrevistado se expressar, diferente-
mente de questionários fechados;
• Mapas participativos – Técnica muito utilizada em DRP, permite o envolvimento de todos os

UNIDADE 04
membros da comunidade através da execução de um registro gráfico (desenho manual). Pode
abordar diversos assuntos como recursos naturais, questões econômicas e sociais da comunidade;
• Caminhada transversal ou travessia – É a realização de uma caminhada com as pessoas da
comunidade, com o objetivo de reconhecer o espaço geográfico e recursos disponíveis, além
de observar eventuais problemas e necessidades. Devem ser anotados os pontos levantados
pelos participantes para posterior discussão;

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• Calendário agrícola – Permite realizar uma análise crítica quanto à distribuição das ativida-
des, operações e rotinas realizadas em um espaço de tempo;
• Árvore de problemas – Trata-se de um tipo de diagrama utilizado após o levantamento dos
assuntos e problemas que serão discutidos. Será feito pelos participantes o desenho de uma
árvore para representar a relação causa-efeito. As raízes simbolizam as causas do problema;
o problema se encontra no tronco; e os galhos e as folhas representam os efeitos;
• Matriz SWOT ou FOFA – A técnica tem o objetivo de determinar forças, oportunidades, fra-
quezas e ameaças frente a uma necessidade apresentada pela comunidade.
Antes de apresentar os resultados do DRP, eles devem ser revisados pela comunidade com a
intensão de verificar algum ponto não abordado, para posteriormente realizar a apresentação do
diagnóstico final. A partir daí é iniciada a fase em que devem ser realizadas as atividades necessá-
rias para tratar os problemas ou necessidades levantadas no DRP.

Atividade sugerida 1:
Agora vamos ver na prática a aplicação da DRP?
Assista ao vídeo: “Rio Rural - Diagnóstico Rural Participativo”.
Fonte: Canal YouTube da Rio Rural
Data: 12 /03/ 2008
Identifique as técnicas e ferramentas que foram utilizadas e identifique os problemas e necessida-
des levantadas pela comunidade rural.
Link: https://bit.ly/2Pnbr8d. Acesso em 22 fev. 2021.

3. MÉTODOS DE COMUNICAÇÃO EM EXTEN-


SÃO RURAL
Conhecer a realidade da comunidade e ter uma comunicação eficiente com o produtor rural é
fundamental para que o extensionista realize um bom trabalho. Para a efetiva atuação como de-
senvolvedor no campo seja alcançada, é primordial que o extensionista desenvolva um processo
de extensão rural planejado. Os métodos de comunicação em extensão rural serão ferramentas

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utilizadas pelo extensionista para a construção desse processo. Aplicação de uma técnica ou méto-
do de forma isolada não será eficiente, já que deve haver um contexto para sua utilização.

3.1 MÉTODOS INDIVIDUAIS

UNIDADE 04
Os métodos de alcance individual consistem em realizar o atendimento de forma pontual a
um produtor ou uma família. É uma importante forma de estreitamento vínculo e criação de uma
relação de confiança, além de propiciar um ambiente confortável para dar voz ao produtor rural.
Devem ser previamente planejados e organizados.

3.1.1 VISITA

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A visita pode ter várias finalidades podendo ser usada para coleta de informações ou para aper-
feiçoamento e demonstração de uma prática na propriedade. Tem como limitador o elevado custo
por ser um método individual.

3.1.2 CONTATO
O contato com o produtor rural poder ser feito com a intenção de realizar um convite para uma
atividade, na divulgação de comunicados, ou também no atendimento ao produtor que procura o
extensionista para obter informações. Pode ser feito por telefone, WhatsApp® ou e-mail.

3.1.3 ENTREVISTA
Pode ser realizada tanto no escritório como no campo, utilizada para conhecer a realidade do
produtor rural. Deve ser previamente planejada sendo elaborado roteiro e perguntas que irão nor-
tear a entrevista. O extensionista deve ser claro e simples nas perguntas e não intervir ou induzir
respostas para permitir a precisa coleta de informações.

3.2 MÉTODOS GRUPAIS


São os métodos que atingem grupos de pessoas previamente delimitados, proporcionando a
troca entre o extensionista e o público. Apresentam um custo menor se comparados os métodos
individuais, já que atingem de uma única vez um número maior de pessoas.

3.2.1 DINAMIZAÇÃO EM GRUPOS


Utilizadas para estimular a participação de todos os presentes, permitir que todos tenham
a oportunidade de expressar sua opinião. Sua aplicação propicia o surgimento de muitas ideias
que serão discutidas. Cabe ao extensionista ser o orientador e facilitador na execução da técnica,
ficando atento ao comportamento dos participantes que possam inibir a participação de uma
pessoa do grupo.
Existem várias técnicas de dinamização em grupos, sendo que as duas mais utilizadas são:

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• Tempestade de ideias (Brainstorming):
Objetiva estimular a criatividade e a participação de um grupo de pessoas, gerando ideias e
informações para solucionar problemas. A dinâmica consiste na elaboração de ideias pelos parti-
cipantes a partir de uma provocação do extensionista, que pode ser através de uma pergunta ou
outro recurso. Todas as ideias levantadas devem ser registradas e trazidas para discussão. Pode ser

UNIDADE 04
utilizada para situações que requeiram soluções criativas ou para captar conhecimentos e experi-
ências dos participantes sobre um determinado assunto.
Objetivo: Desinibir o grupo, desenvolver criatividade, colher opiniões e percepções e incentivar
a participação de todos.
Planejamento: Estudar profundamente o tema que será abordado, formular a situação, proble-

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matizando o assunto, para provocar o envolvimento dos participantes.
• Grupos de trabalhos:
Consiste na criação de pequenos grupos de discussão informal sobre um determinado assunto.
A técnica permite que os participantes construam juntos a resolução de problemas, permite tam-
bém que seja desempenhado alguns papéis como, por exemplo, o de liderança. Existem diversas
formas de trabalho em grupo, cabendo ao extensionista escolher as mais adequadas aos objetivos.
Uma boa estratégia é colocar uma situação-problema para ser resolvida pelo grupo, com o objeti-
vo de criar o espírito de grupo e de capacitar para o trabalho em equipe.
Objetivo: Desenvolver um tema ou atividade prática com a participação ativa do grupo, favore-
cer o desenvolvimento de atitudes sociais, chegar a conclusões, decisões ou produtos do trabalho
em grupo e capacitar para o trabalho em equipe.
Planejamento: Definir os objetivos que se deseja alcançar com a técnica do trabalho em grupo,
formular o tema ou a atividade prática a ser executada pelo grupo, preparar o roteiro do trabalho,
definir se a formação dos grupos será voluntária ou de acordo com critérios pré-estabelecidos e
disponibilizar e preparar o local para a atividade do grupo.

3.2.2 DIA DE CAMPO


Trata-se de um complexo método em grupo para divulgação, demonstração e apresentação de
técnicas, práticas ou produtos na exploração agropecuária, como também pode abordar questões
socioambientais.
Objetivo: Divulgar inovações técnicas, práticas e produtos para campo, demonstrar a correta
aplicação/execução, capacitar o produtor para a aplicação/execução, estimular a adesão às inova-
ções técnicas, práticas ou produtos apresentados e promover o relacionamento entre extensionis-
tas e autoridades, através da demonstração da atuação da extensão rural.
Planejamento: Definir o tema, estudar o assunto, determinar a composição da equipe reali-
zadora, determinar e prepara o local onde será realizado, elaborar a programação detalhada e
divulgar o Dia de Campo.

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Atividade sugerida 2:
Você já participou de um dia de campo? Sabe como funciona?
Assista ao vídeo “Bahia Rural: Dia de Campo” que mostra um dia de campo realizado no interior
da Bahia para divulgação de técnicas e práticas na bovinocultura de leite.

UNIDADE 04
Fonte: Canal YouTube “Fabio Martins Oliveira - Engenheiro Agrônomo”
Data: 10/05/2020
1. Relate qual a importância do extensionista conhecer a realidade da região que atende.
2. Cite exemplos de práticas apresentadas que demostram o conhecimento prévio da região pelo
extensionista.
3. Quais eram os objetivos desse dia de campo?
Link: https://bit.ly/2NV9NKL. Acesso em 22 fev. 2021.

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3.3. MÉTODOS MASSAIS
Os métodos massais são aqueles que atingem um grande número pessoas, sendo difícil deter-
minar o seu alcance. Nesses métodos não existe o contato direto do extensionista com o produtor
rural e se caracteriza pela rápida divulgação da informação.

3.3.1 PUBLICAÇÃO EDUCATIVA


Trata-se da elaboração de materiais impressos com o objetivo de disseminar informações aos
produtores rurais. Os resultados das publicações educativas vão variar conforme conteúdo abor-
dado, linguagem utilizada e forma de distribuição. As principais formas publicações educativas
usadas na extensão rural são:
• Cartaz – Conteúdo informativo, composto de uma única folha grande, podendo apresentar
tamanhos variados. Utilizado para divulgação de métodos, campanhas, exposições, reuni-
ões, entre outros;
• Folder – Conteúdo pode ser técnico e/ou informativo, composto de uma única folha, poden-
do apresentar tamanhos variados. A mensagem deve ser simples e clara;
• Folheto – Conteúdo pode ser técnico e/ou informativo, deve ser composto por tópicos, ten-
do no mínimo 05 folhas e no máximo 48. Apresenta a informação de forma mais detalhada
que o Folder ou Cartaz.

3.3.2 RÁDIO
Método de comunicação com alta capilaridade, podendo chegar a áreas extremamente afasta-
das, inclusive desabastecidas de rede elétrica. Exige pouco investimento, se comparado a outros
métodos de comunicação massais, e possibilita que as informações cheguem até a fração analfa-
beta da população.

3.3.3 TELEVISÃO
Meio de comunicação audiovisual quando bem aplicado apresenta ótimos resultados. Por utilizar
imagens e som, torna a compreensão da informação mais fácil ao produtor rural se comparado ao ma-
terial impresso. Consegue chegar a áreas afastadas onde o extensionista tem dificuldade para chegar.

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3.3.4 E-MAIL
A utilização do envio de e-mails é um meio de comunicação que vem ganhando força como mé-
todo de comunicação em massa. Extremamente rápido, permite ao produtor rural armazenar as
informações em seu computador, ou até mesmo repassá-la a outros produtores. O grande desafio
na sua utilização é no pouco conhecimento dos meios digitais pelos produtores rurais e a dificul-

UNIDADE 04
dade de acesso à internet de boa qualidade.

3.3.5 APLICATIVOS DE TROCA DE MENSAGEM (WHATSAPP)


A utilização de aplicativos de comunicação instantânea também constitui uma ferramenta de ação
rápida e de grande alcance. Possibilita a troca de imagens e gravação de áudios, o que facilita muito
para os produtores que tem dificuldade com a escrita. Assim como o e-mail seu uso esbarra nas

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questões de afinidade do produtor rural com a tecnologia e no acesso à internet de boa qualidade.

4. FORMULAÇÃO DO PROJETO DE EXTEN-


SÃO RURAL
A formulação do plano de trabalho consiste no planejamento descritivo de todas as atividades
e ações necessárias para atender o que foi previsto no DRP. Da mesma forma que no diagnóstico
a construção do planejamento deve envolver a participação da comunidade. É importante que o
problema ou necessidade da comunidade seja bem definido, claro e específico.
A construção de um plano de trabalho envolve alguns pontos de devem ser abordados para sua
melhor execução:
• Identificar problema ou necessidade;
• Definir objetivos e metas;
• Determinar os métodos e estratégias a serem utilizados;
• Definir cronograma das atividades;
• Identificar possíveis parceiros e apoiadores no desenvolvimento do projeto;
• Definir a forma de avaliação e monitoramento dos resultados.
É importante ter em mente que nem sempre os problemas e necessidades levantados no DRP
e tratados no plano de trabalho serão solucionados rapidamente. Por ser um processo progressivo
de desenvolvimento muitas vezes a solução não é simples e envolve muitos elementos, deman-
dando tempo.

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4.1 DIMENSÕES DE UM PROJETO DE EXTENSÃO RURAL
A extensão rural tem por finalidade gerar a autonomia dos produtores rurais. Para isso são
constituídos projetos de desenvolvimento juntamente com as comunidades, estes devem ser ob-
jetivos e claros, além de abordar as seguintes dimensões:

UNIDADE 04
• Dimensão organizacional – O pequeno produtor rural acaba tendo que competir no mer-
cado com grandes produtores, posição muitas vezes desfavorável, já que não dispõe dos
mesmos recursos. Assim cabe ao extensionistas orientar e capacitar os produtores rurais
para ações coletivas, construção de parceiras e sistemas cooperativistas para que em grupo
tenham maior competividade no mercado;
• Dimensão de mercados – Na elaboração do projeto extensionista e produtor rural devem

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realizar uma avaliação de mercado para entender quais as características que o produto
deve ter para atender as necessidades dos consumidores, qual o preço praticado, histórico
comercial, posicionamento no mercado, entre outros pontos. Dimensão muitas vezes negli-
genciada na elaboração de projetos, porém de fundamental importância para a viabilidade;
• Dimensão tecnológica – No processo de extensão rural extensionista e produtores rurais de-
vem estar atentos às novas tecnologias e processos de inovação que possibilitem o aumento
da produtividade, melhora na qualidade dos produtos nunca deixando de lado a sustentabi-
lidade socioambiental. Deve-se analisar se a tecnologia é adequada à realidade da comuni-
dade e se o investimento em sua aquisição trará ganhos à comunidade.

Atividade sugerida 3:
Agora vamos ver na prática os resultados de um Programa de extensão Rural?
Assista ao vídeo “8 meses de assistência técnica e extensão rural do sistema produtivo Mais Leite/
Adapta Sertão”, trata-se de um programa de extensão rural aplicado em uma região do sertão do Brasil.
Fonte: Canal YouTube “Adapta Sertão”
Data: 23/072016
1. Cite os métodos de comunicação em extensão rural utilizados.
2. Relacione as práticas aplicadas nesse projeto com as dimensões que um projeto de extensão
rural deve envolver (organizacional, mercados e tecnologia).
3. Liste os resultados conquistados.
Link: https://bit.ly/3e3SUbA. Acesso em 22 fev. 2021.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade entendemos a importante função do extensionista como desenvolvedor do
campo. Compreendemos a dinâmica do processo conjunto de construção do saber pelo produtor
rural e extensionista.
Além disso, vimos as diversas metodologias que podem ser utilizadas para transmissão de in-
formações, e a importância de se estabelecer um plano de extensão contínuo em que o produtor
rural tenha autonomia para executá-lo mesmo na ausência do orientador técnico.

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ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS

ALVES, A. História da Administração, 2018, canal Alexandro Alves. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=5VYYbOFpMRQ Acesso em: 07 jan. 2021.
ANVISA. Anvisa vai reclassificar defensivos agrícolas que estão no mercado. Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Publicado em 23/07/2019. Disponível em: https://www.gov.br/agricultu-
ra/pt-br/assuntos/noticias/anvisa-vai-reclassificar-todos-os-agrotoxicos-que-estao-no-mercado.
Acesso em 20 fev. 2021.

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BRASIL. Lei nº 12.188, de 11 de Janeiro de 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12188.htm. Acesso em 20 fev. 2021.
_______. Lei nº 4.504, de 30 de Novembro de 1964. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l4504.htm. Acesso em 20 fev. 2021.
CARVALHO, R. Fordismo, 2012, canal Ricardo Carvalho. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=5VYYbOFpMRQ. Acesso em: 15 jan. 2021.
CHIAVENATO, I. Administração para Não Administradores. 2 ed. Barueri: Manole, 2011.
OLIVEIRA, P. R. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 2005.

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