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Controlo e Certificação dos Modos de Produção Agrícola na

CERTIS

Raul Dias Basílio

Relatório apresentado à Escola Superior Agrária de Bragança para


obtenção do Curso Técnico Superior Profissional em Produção
Agricola.

Orientado por
Engenheiro Luís Ferro

Supervisionado por
Professor Doutor Manuel Ângelo Rodrigues
Bragança
2022

1 - Agradecimentos

A realização deste trabalho não seria possível se não se tivessem reunido vários apoios
que não posso, nem quero, ignorar. Todos foram importantes. Pretendo agradecer a todos.
Porém, a ordem que seguirei não quer dizer que os últimos foram menos importantes. Reforço
a nossa ideia, a ausência de um criaria, certamente, dificuldades à concretização do nosso
trabalho.
Começamos por agradecer ao nosso Supervisor, Professor Doutor Manuel Ângelo
Rodrigues, pelo seu apoio, desde o primeiro contacto que tivemos. Acredite, senhor Professor,
o seu apoio foi fundamental.
Outro apoio fundamental foi o do nosso Orientador, Senhor Engenheiro Luís Ferro. Após
o nosso primeiro contacto, a sua disponibilidade e preocupação com o andamento dos trabalhos
foi determinante para a conclusão do nosso estágio.
Não posso, de igual modo, deixar de agradecer a colaboração, o apoio e a constante
disponibilidade de toda a equipa da CERTIS. Não temos dúvidas que foram muito importantes
nesta jornada.
Por último, não queremos ignorar o apoio de toda a minha família que sempre me
incentivaram a trabalhar para atingir os nossos objetivos.

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Índice

1 - Agradecimentos......................................................................................................... 2

2 - Enquadramento ......................................................................................................... 4

3 - Definição do âmbito do estágio ................................................................................. 5

4 - Metodologia .............................................................................................................. 6

5 - Trabalho realizado....................................................................................................... 7

5.1 - Organização de arquivo morto ........................................................................... 7

5.2 - Organização de arquivo vivo (Prodi e AB) ........................................................... 8

5.3 - Contas ................................................................................................................. 8

5.4 - Notificações DGADR ........................................................................................... 9

5.5 - Visita a campo .................................................................................................... 9

6 - Conclusão ................................................................................................................ 11

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2 - Enquadramento

No âmbito do CTESP de Produção Agrícola, lecionado na Escola Superior Agrária do


Instituto Politécnico de Bragança, está prevista a frequência obrigatória de um estágio curricular
de 810 horas. O estágio é proposto para que os alunos ponham em prática o que aprenderam
ao longo dos 3 semestres anteriores de aulas.
O estágio tem como finalidade identificar os trabalhos e as tarefas numa exploração
agrícola, identificar ou executar tarefas relacionadas com a implantação de culturas perenes na
exploração, executar tarefas que levem à melhor gestão de recursos da exploração de forma
sustentável e, ainda, acompanhar trabalhos e prestar apoio em gabinetes técnicos de projetos
agrícolas, em cooperativas e organizações de produções agrícolas.
Quando o nosso Supervisor, o Professor Doutor Manuel Ângelo Rodrigues nos comunicou
as linhas gerais a seguir durante o estágio e as várias empresas que o mesmo nos aconselhava,
não hesitámos e escolhemos a CERTIS – Controlo e Certificação.
A CERTIS é uma empresa de controlo e certificação acreditada pelo Instituto Português de
Acreditação (IPAC) desde 2010.
Esta empresa é reconhecida a nível nacional pelo serviço de qualidade que presta a todos
os operadores e transformados do setor Agropecuário, produtores, gestores florestais e
organizadores da indústria florestal. Este serviço praticado pela CERTIS consiste em avaliar e
certificar o produto ou o sistema de produção, com a isenção, eficácia, imparcialidade e
competência que o processo e o consumidor final exigem.
Este serviço de qualidade e a exigência exigida aos técnicos despertou o nosso interesse
para saber como eram efetuados o controlo e a certificação.

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3 - Definição do âmbito do estágio

De acordo com o que referimos anteriormente, os dois pilares da atuação desta empresa
são a certificação e o controlo.
Logo no primeiro contacto com o nosso orientador, Engenheiro Luís Ferro, sentimos
curiosidade em perceber as diferenças entre estas duas atividades e, mais ainda, perceber como
elas funcionam e como elas podem ser importantes para a nossa agricultura. Nesse sentido,
sensibilizámos o nosso orientador para que as atividades a desenvolver, durante o estágio,
envolvessem todas as ações destas duas vertentes da empresa.
Assim, começámos por conhecer a organização do arquivo morto. Trata-se da organização
dos processos de agricultores que desistiram da certificação ou rescindiram contrato. Estes
devem ficar organizados por ordem numérica e arquivados em caixas.
Posteriormente dedicámos o nosso interesse ao arquivo vivo dos processos de produtores
em Produção Integrada (Prodi) e Agricultura biológica (AB).
No caso do arquivo vivo a organização era bem mais simples. Com efeito, quando um
técnico chegava do campo entregava uma MP6. Essa MP6, após os seus dados estarem inseridos
no sistema informático, era arquivada junto do restante processo.
Pouco tempo depois, os técnicos e o nosso orientador de estágio, sensibilizaram-nos para
a importância da atividade relacionada com as contas. Trata-se de uma atividade muito
importante por facultar informação relevante aos técnicos. Com efeito, estes precisavam de ir
para campo dispondo de informação acerca da área de produção e da cultura instalada.
Dispondo já de uma vasta informação recolhida nestas atividades, abordámos a área das
Notificações à Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR).
Trata-se de informação que se aplica, apenas, à Agricultura Biológica. Esta serve para
comunicar a atividade do agricultor, as áreas envolvidas, as culturas exploradas e, se for o caso,
informação sobre a produção animal.
Por último, surge a atividade mais atrativa para quem se envolve na problemática da
agricultura. Trata-se das visitas ao campo.
Por várias vezes acompanhei os técnicos em auditorias. Essas auditorias serviam para
certificar se o agricultor respeitava todas as medidas exigidas pelo seu método de produção
(produção integrada ou agricultura Biológica).

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Estamos conscientes que é uma vasta matéria para o estágio proposto. No entanto, não
deixa de ser uma oportunidade para conhecer a realidade da nossa agricultura e sedimentar os
conhecimentos adquiridos ao longo do nosso curso.

4 - Metodologia

Para a realização do nosso estágio tivemos que nos socorrer de diversas ferramentas que
nos auxiliaram a cumprir a nossa tarefa.
Desde logo utilizámos a análise dos documentos para verificar a sua numeração o que nos
permitiu organizar os processos por ordem numérica. Por outro lado, fizemos uma pequena
conferência no sentido de verificar se os mesmos estavam integralmente preenchidos e
assinados.
Estas mesmas ferramentas foram utilizadas no que respeita à atualização e pedido de
atualização das notificações na página da DGADR.
Posteriormente, relativamente às contas, socorremo-nos de um equipamento
informático para verificação das áreas. O mesmo aconteceu com a conferência das áreas
certificadas.
Nas visitas ao campo, além da conferência dos documentos, utilizámos uma máquina
fotográfica para guardar prova documental do que foi visto,

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5 - Trabalho realizado

No passado dia 20/02/2022, pelas nove da manhã, apresentámo-nos nos escritórios da


empresa CERTIS para iniciar a realização do nosso estágio. Fomos recebidos pelo nosso
orientador de estágio, o Sr. Engenheiro Luís Ferro. O mesmo teve uma conversa franca connosco
onde nos apresentou aos colaborados da empresa presentes e nos proporcionou uma visita às
instalações. Após a visita esclareceu-nos sobre o funcionamento da empresa, tendo realçado
que a mesma se suporta em dois pilares fundamentais, “Controlo” e “Certificação”. Neste
sentido toda a atividade da empresa está relacionada com estes dois fundamentos.

5.1 - Organização de arquivo morto


Relativamente à primeira tarefa que vamos realizar, o orientador deu algumas normas de
organização dos arquivos e pediu-nos que organizássemos os processos nas respetivas caixas.
Após o esclarecimento sobre a organização dos processos
foi-nos pedido a nossa compreensão por existir um elevado
número de processos por organizar e arquivar, referindo
que seria proveitoso para nós porque praticávamos e
adquiríamos mais alguns conhecimentos e competências.
Começámos por separar os processos de Produção
Integrada (PRODI) dos de Agricultura Biológica (AB). Após
essa separação dos contratos, os mesmos foram dispostos
por ordem numérica.
Reaproveitamos caixas de papel da impressora para inserir os contratos e todas as caixas
foram identificadas com um intervalo numérico e com o tipo de produção.
Após esta tarefa, inserimos os processos nas caixas e as mesmas foram transportadas
para uma prateleira tendo tido o cuidado de as dispor por ordem numérica e por tipo de
produção.

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5.2 - Organização de arquivo vivo (Prodi e AB)
Após a organização do arquivo morto, o
orientador explicou-nos o método da organização do
arquivo vivo e, a função dos mesmos.
Frequentemente, foi-nos fornecido o relatório
da auditoria ao agricultor (MP6) para inserir sempre
atrás da folha de rosto dos contratos. Esta folha de
rosto inclui os dados do produtor, o tipo de produção e o número do processo.

5.3 - Contas
Para a preparação de uma visita de campo (auditoria) os técnicos presentes no escritório
deram-nos a tarefa de calcular as áreas para certificação através do Pedido Único (PU) de cada
agricultor.
Nesta tarefa, era essencial ser cuidadoso na
análise do pedido único porque a CERTIS controla e
certifica três modos de produção: Prodi, Bio e
Greening. Por outro lado, é necessário ser
cauteloso nos PU de Bio devido à existência de
parcelas em conversão.
Por exemplo, o olival tem de estar três anos
em conversão (C1, C2 e C3) para, depois, se
considerar que a parcela já está em AB.
Em relação ao PU, é necessário informar os técnicos acerca da sua data. Se o PU estiver,
temporalmente, desatualizado, o técnico responsável pelo processo deve a associação da
desatualização do PU. Caso a associação não faculte o PU do respetivo agricultor, o técnico deve
emitir uma não conformidade (NCM) por falta de documentos.

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5.4 - Notificações DGADR
No âmbito da auditoria a um agricultor, em modo de produção
de Agricultura Biológica, o produtor após a auditoria, deve atualizar,
todos os anos, as áreas e a produção animal (se for o caso)
comunicando essa atualização à DGADR através de uma notificação.
Foi-nos recordado pelo orientador que havia agricultores que
não tinham notificação ou que a mesma não estava atualizada.
Encaminhou-nos para um colaborador para que o técnico nos
facultasse o modo de atualização/criação de uma notificação.
Neste sentido e com este objetivo, para a criação/atualização
da Notificação tivemos de aceder ao site da Direção-geral da
Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) para inserir todos os
dados do Agricultor (NIF, Morada, Nome, email, etc.).

5.5 - Visita a campo


Após realizarmos todas as tarefas referenciadas anteriormente, o orientador considerou
que já dominávamos a informação necessária para podermos acompanhar um técnico a
realizar uma auditoria e, assim, ficarmos dotados de
uma nova competência.
A nós coube acompanhar dois técnicos. Por
diversas vezes saímos para o campo e procuramos
compreender os passos seguidos pelo auditor.
Convém referir que nenhum técnico começa uma
auditoria sem, previamente, ter uma conversa
sobre a candidatura a ser analisada explicando os
procedimentos que iria adotar.
Na generalidade das auditorias os
procedimentos adotados foram sempre idênticos o
que demonstra que o trabalho foi preparado pela
equipa no escritório.
Normalmente, a auditoria iniciava-se com o
cumprimento ao agricultor e a apresentação da equipa. Depois de uma pequena conversa
explicativa, o técnico pedia ao agricultor que indicasse a localização das parcelas a auditar para

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conferência das normas do método de produção. Aproveitamos, sempre, para tirar fotografias
que sustentem as opiniões a exprimir pelo auditor.
No diálogo com o Agricultor o auditor tentava perceber em que espaço temporal é que
o Produtor mobilizou o solo, procedeu à poda e à aplicação de qualquer produto
fitofarmacêutico.
Após estas questões, o técnico explicava ao produtor tudo o que tinha escrito no
relatório para que o agricultor, se necessário, se dirigisse à associação e regularizasse os erros
apontados pelo auditor.

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6 - Conclusão

A realização deste estágio permitiu-nos uma conclusão importante. Desde logo, pudemos
constatar que alguns conceitos e temas abordados nas aulas, têm uma utilização prática e diária
na vida das empresas ligadas à atividade agrícola. Importa, portanto, reconhecer a importância
destas aulas e da aquisição de conhecimentos que as mesmas proporcionam.
Temos, também, de reconhecer a importância desta etapa pela possibilidade de nos
debruçarmos sobre os modos de produção Greening, Prodi e Bio, permitindo-nos sedimentar e
alargar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.
Consideramos, igualmente, importante reconhecer que este estágio nos permitiu uma
aquisição de conhecimentos das áreas de certificação e controlo. Trata-se de áreas de atuação
fundamentais para a regulação da agricultura.

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