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● Bactérias gram-negativas
● Brucelose
○ Doença associada a infecções crônicas e
lesões nos tecidos do sistema genital
● Zoonose cosmopolita, porém pouco diagnosticada
Características descritivas
● Espécies
○ B. abortus
○ B. melitensis
○ B. suis
○ B. canis
○ B. ovis
○ B. neotomae
○ Apenas B. ovis e B. neotomae não são zoonóticas
● Morfologia e coloração
○ Cocobacilos gram-negativos geralmente únicos
● Imóveis
● Intracelular facultativa
● Não encapsulados
● Não esporulados
● Morfologia colonial
○ B. abortus, B. suis, B. melitensis, B. neotomae (B.lisa)
■ Colônias lisas, redondas e brilhantes
○ B. ovis, B. canis (B.rugosa)
■ Colônias rugosas, granulares e secas
Fatores de virulência
● LPS: presença do antígeno O
● Membrana externa: lipídeo A (endotoxina)
● T4SS – sistema de secreção tipo 4
● BvrR/S: proteína que regula a expressão de moléculas envolvidas na invasão de
células hospedeiras
● Operon VirB
Características de crescimento
● Aeróbias estritas
● Colônias se tornam visíveis em meio sólido após 3 a 5 dias
Resistência
● Sobrevivem melhor em ambientes úmidos e frio, com exposição mínima a luz
● Suscetíveis à maioria dos desinfetantes
● Pasteurização do leite é suficiente para eliminação da bactéria
Transmissão
● Por meio de aerossóis, via oral ou relação sexual
● B. abortus e B. melitensis
○ Espécies mais patogênicas
○ Transmissão principalmente por fluidos ou tecidos dos associados a parição
ou aborto de fetos infectados
○ Transmissão vertical pela ingestão de leite contaminada
○ Transmissão venérea pouco importante
● B. suis, B. ovis, B. canis
○ Transmissão venérea é importante
Patogênese
● Brucella atravessa as membranas mucosas e instalam-se inicialmente nos tecidos
linfáticos regionais
● Se propagam pelo tecido linfático e órgãos
● Se instalam no útero prenhe e no lúmen das glândulas mamárias
○ Tecidos imunologicamente privilegiados
○ Eritritol presente no útero prenhe atua como quimiotático e fator de
crescimento para Brucella
● Internalização das brucelas nas células fagocíticas
● Brucelas lisas
○ Cadeia lateral O do LPS interage com um grupo de lipídeos (lipid raft) na
superfície do fagócito
○ Bactérias são internalizadas em um fagossomo, onde são expostas a
radicais livres
○ Ativam a produção do sistema de secreção de tipo IV que interfere na fusão
do fagossomo com o lisossomo
○ Fagossomo interage com o retículo endoplasmático da célula e forma o
brucelossomo (BCV)
○ As bactérias se multiplicam no interior do brucelossomo
● Brucelas rugosas:
○ Não interage com os lipid-rafts, entrando por outro mecanismo; também fica
dentro do BCV, mas a brucela é destruída porque o fagossomo se funde com
o lisossomo.
● Epidemiologia
○ Doença ocupacional
■ Trabalhadores rurais, veterinários, funcionários de laboratórios e
abatedouros, caçadores
○ Consumo de produtos lácteos não pasteurizados atua como forma de
transmissão
○ Contato direto com animais infectados ou materiais associados a abortos
○ Portas de entrada
■ Inalação por aerossóis
■ Ingestão
■ Penetração por pele lesada
○ Veterinários podem se infectar por meio de cepas vacinais de B. abortus e B.
melitensis
○ Sintomas em seres humanos
■ Febre ondulante, cefaleia, mal-estar, dores articulares e musculares,
sudorese noturna e manifestações neurológicas
Formas clínicas
● Suscetibilidade é influenciada pela condição vacinal, maturidade sexual e prenhez
● Instalação no sistema genital e glândula mamária
○ Forma mais grave
○ Maior capacidade de transmissão
● Prevalência de 40 a 60% em rebanhos não vacinados
● Brucella abortus
○ Aborto no terço final da gestação, nascimento de crias fracas e infertilidade
○ Pode causar mastite
○ Podem se instalar em articulações, gerando artrites
● Brucella ovis
○ Principal forma de transmissão ocorre durante o acasalamento
○ Carneiros são mais acometidos que as ovelhas
■ Orquites e epididimites
Diagnóstico laboratorial
● Amostras suspeitas devem ser processadas apenas em laboratórios de
biossegurança nível 3
● Principais amostras
○ Leite, swab vaginal, sangue, sêmen, placenta, urina, conteúdo de fetos
abortados, tecidos de necropsia (útero, glândula mamária, tecidos do sistema
genital de machos, linfonodo mamário)
● Isolamento
○ Crescimento lento, podem ser inibidas por contaminação com outras
bactérias
○ Uso de meio seletivo: Farrel
● Testes sorológicos
○ Brucelas lisas
■ Identificação pelo antígeno O
■ Teste do anel do leite (Ring Test)
● Vigilância epidemiológica
● Teste coletivo
■ AAT (Antígeno acidificado tamponado)
● Teste de triagem, individual
● Alta sensibilidade
● Não deve ser feito com fêmeas abaixo de 24 meses de idade
(reação com os anticorpos vacinais)
■ 2-ME (2-Mercaptoetanol)
● Teste confirmatório, individual e quantitativo
● Alta especificidade
■ Fixação de complemento
● Teste confirmatório, individual
● Alta especificidade
○ Brucelas rugosas
■ IDGA (Imunodifusão em gel de ágar)
Tratamento
● Não é recomendado o tratamento para B. abortus, B. suis e B. melitensis
○ Tratamento prolongado e impossível de assegurar a eliminação total do
patógeno
● Em pacientes humanos é realizada antibioticoterapia de longa duração
○ Podem ocorrer recidivas
Controle e Prevenção
● B. abortus
○ PNCEBT (Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e
Tuberculose)
○ Descarte de animais positivos nos testes sorológicos
○ Vacinação
■ Deve ser realizada por médico veterinário cadastrado no órgão
estadual (risco de infecção)
■ Vacina obrigatória desde 2001
■ Vacinação de todas as bezerras de 3 a 8 meses de idade com a
vacina viva atenuada B19 ou RB51
■ Vacinação de fêmeas que não foram vacinadas entre os 3 e 8 meses
com a vacina RB51
■ São marcadas no lado esquerdo da face
● B19: Ano da vacinação
● RB51: Letra V
● B. ovis
○ Teste e abate de animais infectados
■ Palpação escrotal e testes sorológico
○ Eliminação de Brucella no sêmen pode ser intermitente, sendo necessário
realizar mais de um teste
○ Vacinação dos animais, principalmente de reprodutores
Enterobacterales
Características descritivas
● Bastonetes retos
● Gram-negativos
● Não é possível diferenciá-los entre gêneros e espécies
Escherichia
Infecções clínicas
● Colibacilose entérica
○ Acomete primariamente bezerros, cordeiros e leitões
○ Patogenia geral
■ Ingestão
■ Colonização do intestino
■ Algumas produzem toxinas
■ Alteração da fisiologia intestinal e diarreia
○ Maior incidência e mortalidade em sistemas intensivos
○ Bezerros
■ Ocorre durante os primeiros dias após o nascimento
■ Fezes podem ser profusas e aquosas ou pastosas e fétidas
■ Desidratação, acidose, desequilíbrio eletrolítico e depressão
○ Leitões
■ Morte em até 24 horas após o nascimento
■ Diarreia aquosa profusa
■ Desidratação, fraqueza e morte
● Colissepticemia
○ Frequente em bezerros, cordeiros e aves domésticas
○ Invadem a corrente sanguínea após a colonização do intestino, pulmões e
tecido umbilical
○ Ocorrência maior em bezerros com baixo nível de anticorpos maternos (falha
na transferência de imunidade passiva via colostro)
○ Doença de curso agudo e fatal
■ Endotoxemia
■ Pirexia, depressão, fraqueza e taquicardia
■ Pode ou não ocorrer diarreia
■ Hipotermia e prostração antecedem a morte
■ Meningite e pneumonia podem ocorrer em bezerros e cordeiros
■ Pode ocorrer artrite com aumento de volume, dor claudicação e
dificuldade de locomoção
○ Boca aguada
■ Ocorre em cordeiros com mais de três dias de idade
■ Severa depressão, perda de apetite, salivação profusa e distensão
abdominal
■ Mortalidade alta, em até 24 horas
○ Aves domésticas
■ Aerossaculite e pericardite
● Doença do edema de suínos
○ Toxemia que ocorre entre uma e duas semanas após o desmame
○ Etiologia
■ Infecção pela VTEC, associada com as alterações de ambiente e
nutricional, além de outros fatores estressantes
○ Patogenia
■ Ingestão
■ Proliferação no trato gastrointestinal
■ Produção de toxina Shiga
■ Toxina absorvida e atinge a circulação sanguínea
■ Lesão de células endoteliais
■ Edema perivascular
■ Morte súbita
■ Pode ocorrer paresia de posterior, tremores musculares, edema de
pálpebras e face
■ Após recuperação, animais podem apresentar disfunções
neurológicas
Yersinia
● Bacilo gram-negativo
● Família Enterobacteriaceae
● Salmonelose: zooantroponose
● Entra por via oral e coloniza o intestino delgado e grosso causando gastroenterite
Características descritivas
● Espécies
○ Salmonella enterica
■ Principal espécie patogênica
■ 6 subespécies
● S. enterica enterica (acomete animais de sangue quente)
○ Dividida em vários sorotipos
● São móveis, com flagelos peritríquios, exceto a Pullorum e Gallinarum
● Não esporula
● Intracelular facultativo
Fatores de virulência
● Cápsula: antígeno capsular Vi
○ Protege a membrana externa da ligação do sistema complemento
● LPS
○ Antígeno somático O: Evasão do sistema complemento
○ Lipídeo A: Estimula a liberação de citocinas pró-inflamatórias
● Flagelo: antígeno flagelar F
○ Exceto os sorovares Pullorum e Gallinarum
○ Flagelos peritríquios altamente imunogênicos
● Adesinas
○ Conferem adesão na mucosa do trato gastrointestinal e nas membranas de
células fagocíticas
● Fímbrias
○ Polar longa
■ Adesão às células M
○ Agregativa
■ Adesão à fibronectina
■ Confere autoagregação
○ Tipo 1
■ Plasmidial
■ Adesão aos enterócitos
● SPI
○ Ilhas de patogenicidade de Salmonella
○ SPI1: Invasão intestinal
■ Codificam o SST3 e proteínas efetoras que provocam o rearranjo do
citoesqueleto de actina
■ Provocam a endocitose da bactéria
■ Ativada por alta osmolaridade e baixa concentração de O2
○ SPI2: Sobrevivência no interior dos fagócitos
■ Codificam SST3 e proteínas efetoras
■ Formação do filamento induzido por Salmonella (Sif)
● Posicionamento dos vacúolos próximos ao Complexo de Golgi
(SCV)
■ Bactérias provocam a apoptose da célula infectada
● Salmoquelina
○ Sideróforo
● Exotoxinas
○ Stn
■ Induz a secreção de água e eletrólitos pelas células-alvo
● Proteínas de estresse
○ Expressas quando a bactéria é submetida ao frio, calor, pH extremo,
oxidação, osmolaridade
Epidemiologia
● Principais fontes de infecção são o solo, vegetação, água e alimentos oriundos de
animais contaminados
○ Leite, carne e ovos
○ Fezes de animais
● Alguns sorotipos são adaptados à hospedeiros específicos
● Transmissão via oral-fecal
● Gravidade da doença depende da condição do hospedeiro, especificidade do
sorotipo, número de bactérias infectantes
● Sorovar Typhimurium acomete diversas espécies de animais
Patogenia
● Após a ingestão, as bactérias se aderem às células M do intestino
● São internalizadas por meio da ação do SST3
● Invasão causa morte da célula-alvo
○ Perda de células do epitélio intestinal
○ Má absorção de nutrientes e diarreia
● Se disseminam para submucosa e linfonodos
● Resposta inflamatória intensa pela liberação de citocinas pelas células mortas e pela
ação do LPS
● Liberação de prostaglandinas pelos neutrófilos agrava o quadro de diarreia
● Algumas cepas são capazes de gerar septicemia
○ Endotoxemia, lesão vascular e morte
● Pode se tornar subclínica, porém com a manutenção da excreção de bactérias pelas
fezes
Formas clínicas
● Ruminantes
○ Enterite ou enterocolites que podem evoluir para sepse
○ Sorovares Typhimurium, Dublin e Newport
○ Podem também causar pneumonia e abortos
○ Doença aguda: Febre, anorexia, diarreia profusa e fétida com presença de
sangue e muco
● Suínos
○ Septicemia aguda ou doença intestinal debilitante crônica
○ Sorovares Choleraesuis e Typhimurium
● Equinos
○ Diarreia e septicemia
○ Cólicas, cirurgias no trato gastrointestinal e uso de antimicrobianos podem
ser fatores predisponentes
○ Sorovares Typhimurium e Anatum
● Cães e gatos
○ Raramente são acometidos
● Aves
○ Sorovares Pullorum, Gallinarum e Enteritidis podem infectar os ovários de
aves e serem transmitidos pelos ovos
○ Sorovar Enteritidis em ovos pode causar infecção em humanos
○ Pulorose ou diarreia branca bacilar
■ Sorovar Pullorum
■ Acomete principalmente perus jovens e pintos
■ Alta mortalidade
■ Anorexia, depressão, presença de material fecal aderido ao ânus
■ Em necropsia, presença de nódulos esbranquiçados nos pulmões,
necrose de fígado e baço
○ Tifo aviário
■ Sorovar Gallinarum
■ Quadro similar ao da pulorose
■ Pode causar septicemia em adultos
○ Paratifo
■ Infecção por outro sorovar de Salmonella em aves
Epidemiologia
● Roedores e aves selvagens são importantes disseminadores
● Forma subclínica aumenta o risco de transmissão
● Humanos são suscetíveis a todos os sorovares
○ Sorovar Typhi é específico de humanos
Diagnóstico laboratorial
● Amostras de fezes (diarreia) e sangue (sepse)
● Uso de meios de enriquecimento
○ Caldo tetrationato
● Isolamento
○ Ágar-sangue, MacConkey, XLD, HE, SS e Verde Brilhante
● Não fermentam a lactose
● Produzem H2S (gás sulfídrico)
● Sorologia e PCR
Shigella
Pseudomonas aeruginosa