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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO


CURSO DE CONTABILIDADE E AUDITORIA
Regime Pós-laboral
4º Ano
Auditoria Interna

Regulamento de Auditoria Interna no município da Elvira

Discente: Elvira da Paz Matavela

Docente: José Jorge Muchenga

Beira, abril de 2022


Introdução
Com o presente trabalho pretendemos fazer um estudo profundo em torno do tema:

Importância de Informatização da Gestão. Devido a crescente demanda de informações pelos


gestores, existe quase uma obrigação de se utilizar sistemas de informações para gerenciar e
filtrar os dados recebidos e transformá-los em informações úteis para a organização. A
competitividade global torna os mercados acirrados e as empresas necessitam das informações
para sobreviver e crescer.

A informação é, hoje em dia, um dos motores da atividade humana. De facto, independentemente


do tamanho, natureza ou mesmo atividade de uma organização, a verdade é que esta precisa de
informação para poder executar e prosseguir a sua missão e cumprir os objetivos a que se
propõe.

Qualquer organização moderna recorre a Informática como forma de garantir a função dos
sistemas de informação enquanto infraestrutura de suporte ao fluxo de informação na
organização.

Desta forma, torna-se necessário conhecer os conceitos essenciais sobre a informática e sobre a
gestão.

Para McRae (1998), a informática é uma área de informação digital, que inclui os processos de
recolha, armazenamento, processamento, transferência e difusão de dados.

O termo é a reunião das palavras informação e automática, por isso, pode ser resumido como a
informação tratada por meios automáticos.
1. História da gestão

Segundo Chiavenato (1993), a história da gestão ou administração iniciou num tempo muito
remoto, mais precisamente no ano 5.000 a.C, na Suméria, quando os antigos sumerianos
procuravam melhorar a maneira de resolver os seus problemas práticos, exercitando assim a arte
de administrar gerir.

No Egipto, Ptolomeu dimensionou um sistema económico planeado que que não poderia ter-se
operacionalizado sem uma gestão (administração) sistemática e organizada.

Em Seguida na China de 500 a.C, a necessidade de adotar um sistema organizado de governo


para o império, a constituição de Chow, com os seus oito regulamentos e as regras de gestão ou
de administração pública, exemplificam a tentativa dos chineses definir regras e princípios de
administração.

Na evolução histórica da gestão, duas instituições se destacaram: a Igreja Católica Romana e as


organizações militares.

A Igreja Católica Romana pode ser considerada a organização formal mais eficiente da
civilização ocidental. Através dos séculos mostrou e provou a força de atracão dos seus
objetivos, a eficácia das suas técnicas organizacionais e administrativas, espalhando-se por todo
o mundo e exercendo influência, inclusive sobre os comportamentos das pessoas.

As organizações militares evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros medievais e dos
exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII até aos tempos modernos com uma hierarquia
de poder rígida e adoção de princípios e práticas administrativas comuns a todas empresas da
atualidade.

1.1. A revolução industrial

Para Chiavenato (1993), o fenómeno que provocou o aparecimento da empresa e da moderna


gestão ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo do século XIX, chegando ao li-
miar do século XX. Esse fenómeno trouxe rápidas e profundas mudanças económicas, sociais e
políticas, a chamada revolução industrial.
A revolução industrial teve início na Inglaterra, com a invenção da máquina a vapor, por James
Watt, em 1776. A aplicação da máquina a vapor no processo de produção provocou um enorme
surto de industrialização, que se estendeu rapidamente a toda a Europa e Estados Unidos.

A revolução industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: a primeira fase de 1780 a 1860. É
a revolução do cartão, como principal fonte de energia, e do ferro, como principal matéria-prima.
A segunda fase foi de 1860 a 1914. É a revolução da eletricidade e derivados do petróleo, como
as novas fontes de energia e do aço, como a nova matéria-prima.

Até ao final desse período, o mundo já não era mais o mesmo. E a moderna gestão ou
administração surgiu em resposta a duas consequências provocadas pela revolução industrial, a
saber:

1. Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma


administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação;
2. Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer face à intensa
concorrência e competição no mercado.

Já no século XX, surge Frederic Winslow Taylor, engenheiro americano, apresentando os


princípios da administração científica e o estudo da administração como ciência.

Conhecido como percursor da Teoria da Administração Científica, Taylor preconiza a prática da


divisão do trabalho, enfatizando tempos e métodos a fim de assegurar os seus objetivos de
máxima produção a mínimo custo, seguindo os princípios da seleção científica do trabalhador,
do tempo padrão, do trabalho em conjunto, da supervisão e da ênfase na eficiência.

Nas considerações da administração científica de Taylor, a organização é comparada com uma


máquina, que segue um projeto pré-definido; o salário é importante, mas não é fundamental para
a satisfação dos funcionários; a organização é vista de forma fechada, desvinculada do seu
mercado; a qualificação do funcionário passa a ser supérflua em consequência da divisão de
tarefas que são executadas de maneira repetitiva e monótona e, finalmente, a administração
científica, faz uso da exploração dos funcionários em prol dos interesses particulares das
empresas.
1.2. A administração científica

Em 1911, Taylor publicou o livro, considerado como a bíblia dos organizadores do trabalho:
Princípios da Administração Científica, que se torna um best-seller no mundo inteiro.

As propostas básicas de Taylor: planeamento, padronização, especialização, controlo e


remuneração trouxeram decorrências sociais e culturais da sua aplicação, pois representaram a
total alienação das equipas de trabalho e da solidariedade grupal, fortes e vivazes no tempo da
produção artesanal. Apesar das decorrências negativas para a massa trabalhadora, que as
propostas de Taylor acarretam, não se pode deixar de admitir que elas representaram um enorme
avanço para o processo de produção em massa.

Paralelamente aos estudos de Taylor, Henri Fayol que era francês defendia princípios
semelhantes na Europa, baseados na sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos
de Taylor eram estudados por executivos, os seguidores da administração científica só deixaram
de ignorar a obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. O atraso na
difusão generalizada das ideias de Fayol fez com que grandes contribuintes do pensamento
administrativo desconhecessem os seus princípios. Fayol relacionou 14 (catorze) princípios
básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor.

As 5 funções principais da gestão como: planear, comandar, organizar, controlar e coordenar, são
os fundamentos da Teoria Clássica defendida por Fayol. Esta teoria considera a obsessão pelo
comando, a empresa como sistema fechado e a manipulação dos trabalhadores, que é semelhante
à administração científica desenvolvia princípios que buscavam explorar os trabalhadores.

Convém citar, ainda, a teoria de sistemas desenvolvidos a partir de 1970, que passou a abordar a
empresa como o sistema aberto em contínua integração com o meio ambiente que o envolve e a
Teoria da Contingência, desenvolvida no final da década de 1970. Para essa teoria, a empresa e a
sua gestão são variáveis dependentes do que ocorre no meio ambiente externo, isto é, a medida
que o meio ambiente muda também ocorrem mudanças na empresa e na sua administração como
consequência. Assim sendo, os princípios fundamentais das teorias de Taylor, fayol, Mayo e
Weber foram e serão sempre os pilares da evolução e do desenvolvimento da ciência da gestão.
2. História da informática

A história da informática começa antes do surgimento do primeiro protótipo de um computador,


que só foi criado no início da década de 1930. O princípio que levou ao desenvolvimento desse
tipo de tecnologia é bem mais antigo, quando surgiu a necessidade de criar um dispositivo que
pudesse fazer cálculos rapidamente.

Para Veloso (2017) A criação da primeira calculadora, que era baseada em algoritmos
matemáticos e foi inventada pelo matemático francês Blaise Pascal (1623-1662) em 1642 é
reconhecida como a primeira criação da informática. A criação de Pascal foi chamada de
Pascaline.

A Terceira Revolução Industrial (entre as décadas de 1950 e 1970) representa um momento


fundamental na história da informática. Nessa época, surgiram tecnologias avançadas que mais
tarde originaram e popularizam os computadores pessoais, arquivos digitais, internet e a
comunicação virtual que conhecemos hoje.

Já o matemático inglês Alan Turing (1912-1954) criou os primeiros conceitos da ciência da


computação e do uso de algoritmos.

2.1. ENIAC: o primeiro computador digital

O Computador e Integrador Numérico Eletrônico (Electronic Numeral Integrator and Computer -


ENIAC) foi o primeiro computador digital do mundo, mas em nada se parecia com os
computadores que conhecemos hoje.

Pesava cerca de 30 toneladas e ocupava um espaço de 150 m2 e, apesar do tamanho, tinha


memória de apenas 200 bits.

Foi desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e começou a operar em 1947.
Foi criado por John William Mauchly (1907-1980) e John Presper Eckert (1919-1995).

Foi encomendado e usado pelo exército americano para processar dados sobre pesquisas táticas.
Funcionava com um sistema manual de perfuração de cartões e tinha capacidade de fazer até
5000 operações por segundo e esteve em atividade por dez anos.

2.2. Resumo da evolução da informática em quatro períodos


A história da informática pode ser contada pela evolução dos computadores. É dividida em
quatro etapas, chamadas de gerações:

Primeira geração (1951/1959): os primeiros computadores apresentavam muitos problemas,


como alto consumo de energia, baixa velocidade de processamento e pouca memória. Ainda
assim, representaram o avanço da informática na década de 1950. O ENIAC faz parte dessa
primeira geração.

Segunda geração (1959/1965): os computadores da segunda geração ficaram um pouco menores


e já consumiam menos energia, mas ainda ocupavam grandes espaços e apresentavam problemas
parecidos com os da primeira geração. Foram os primeiros computadores usados em atividades
comerciais.

Terceira Geração (1965/1975): os computadores ficaram ainda mais leves e menores e foram
incrementados com inovações tecnológicas importantes, como o chip. Eram dispositivos mais
rápidos e com mais capacidade de processamento e armazenamento. Foi nesse período que
surgiram os primeiros computadores de uso pessoal.

Quarta geração (1975 em diante): a partir da década de 1970, a evolução da informática tem sido
veloz, com a criação de inúmeras tecnologias e dispositivos cada vez mais rápidos, inteligentes e
eficientes, e a comercialização dos computadores cresceu como nunca. Internet e robótica são
duas áreas que surgiram nessa época.

3. Informatização na gestão ou contabilidade

A informatização na contabilidade para Alan & Frankwood (2005), é um conjunto total de


componentes que em conjunto compreende todas as entradas, armazenamento, transações,
processamento, coleta e reporte de dados de transações financeiras.

3.1. Vantagens

Segundo Indira (2008), o computador é uma parte importante de um sistema de contabilidade. Os


sistemas de contabilidade informatizados são importantes para os negócios de várias maneiras.
Os computadores ajudam as empresas, tornando sua equipe eficiente, produtiva e também
economizando seu valioso tempo. Ele ajuda a manter os negócios e todas as informações
financeiras para o negócio são bem organizadas.
1) Economia de tempo e custo:

O uso de um sistema de contabilidade informatizado economiza tempo e dinheiro das empresas.


O uso do computador simplifica a entrada de informações contábeis. As transações comerciais
são inseridas no sistema e o sistema lança as transações de acordo.

2) Organização:

Um sistema de contabilidade informatizado ajuda as empresas a se manterem organizadas.


Quando as informações são inseridas no sistema. torna fácil encontrar as informações. Os
funcionários podem ver qualquer informação financeira sempre que necessário.

3) Armazenamento:

Armazenar informações é vital para um negócio. No Sistema Computadorizado os dados


podem ser armazenados rapidamente. depois que as informações são inseridas no sistema, as
informações são armazenadas indefinidamente. As empresas realizam backups no sistema
regularmente para evitar a perda de informações.

4) Distribuição:

Sistemas de contabilidade informatizados permitem que as empresas distribuam facilmente as


informações financeiras. As demonstrações financeiras são impressas diretamente do sistema e
distribuídas interna e externamente para quem precisa das informações.

5) Relatórios de gestão:

Os dados dentro do sistema de contabilidade informatizado são precisos e atualizados. A gestão


pode solicitar relatórios online em tempo real e isso torna as decisões de gestão mais confiáveis e
oportunas.

6) Conformidade Regulamentar:

Relatórios são exigidos regularmente de várias agências governamentais. um sistema


informatizado pode organizar seus dados e relatórios para cumprir com esses requisitos
estatutários economizando tempo.
3.2. Desvantagens

Para tudo que tem vantagem, tem também suas desvantagens e a informatização da contabilidade
ou gestão também tem as suas que são nomeadamente:

1) Alto Custo de Instalação:

O custo do Computador e seus acessórios são caros. Hardware de computador requer muita
manutenção, reparo e software precisa de taxas de assinatura. Após algum tempo de
aquisição de um sistema, sua nova versão chega ao mercado e faz com que o sistema antigo
fique desatualizado.

2) Custo de treinamento:

Operar um computador não é uma tarefa fácil. Uma pessoa precisa ser bem treinada e
qualificada para usar um computador. Conhecimento de software de contabilidade também é
necessário para fazer contabilidade.

3) Consumo de tempo:

Uma vez que haja algum padrão no sistema, leva muito tempo e esforço para restaurar o
sistema. Às vezes, os computadores funcionam lentamente devido ao clima e exigem uma
sala com ar condicionado para funcionar corretamente.

4) O sistema pode ser Hackeado:

Na era de hoje, é fácil hackear o sistema de segurança de alguém. Vírus podem ser inseridos
no sistema por hackers que causam perigo aos dados. Computador de nova geração vem com
forte segurança que pode combater este problema.

5) Problemas de saúde:

Ele coloca muita pressão sobre os olhos. também o uso excessivo de computadores leva a
dores musculares que resultam em ineficiência e maiores gastos com saúde para os
funcionários.
Conclusão
Chegado ao fim do trabalho pude concluir que por meio do sistema de contabilidade
informatizado, os respondentes conseguem terminar seus trabalhos com precisão e melhorar a
qualidade e a quantidade de seu trabalho, enquanto os respondentes que usam o sistema de
contabilidade manual também conseguem terminar seus trabalhos com precisão, mas acham que
o sistema de contabilidade computadorizado mais fácil de definir.

O principal problema encontrado pelo sistema de contabilidade manual é que ele consome mais
tempo do que o informatizado. Por outro lado, o sistema de contabilidade informatizado exige
maior custo devido à sua instalação de software dispendiosa. Em qualquer um desses dois
sistemas, o erro humano é um problema comum. O desempenho do sistema contabilístico
manual difere do sistema informatizado.
Referencias bibliográficas
BAREN, J. V. (2010). The Importance of a Computerized Accounting System (P. M. Campos,
Trad.).

CHIAVENATO, I. (1993). Introdução à Teoria Geral da Administração (4a ed.). Makron.

VELOSO, F. d. C. (2017). Informática - Conceitos Básicos (10a ed.). Saraiva.

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