O artista Nuno Ramos experimentou com a técnica da monotipia, resultando em obras abstratas com formas geométricas, animais e texturas em cores saturadas. A imprevisibilidade da monotipia se encaixou com o estilo experimental de Ramos, onde cada impressão é única. As obras sugerem formas orgânicas e estruturas, deixando espaço também para a representação do nada.
O artista Nuno Ramos experimentou com a técnica da monotipia, resultando em obras abstratas com formas geométricas, animais e texturas em cores saturadas. A imprevisibilidade da monotipia se encaixou com o estilo experimental de Ramos, onde cada impressão é única. As obras sugerem formas orgânicas e estruturas, deixando espaço também para a representação do nada.
O artista Nuno Ramos experimentou com a técnica da monotipia, resultando em obras abstratas com formas geométricas, animais e texturas em cores saturadas. A imprevisibilidade da monotipia se encaixou com o estilo experimental de Ramos, onde cada impressão é única. As obras sugerem formas orgânicas e estruturas, deixando espaço também para a representação do nada.
VESTÍGIOS A MONOTIPIA DE NUNO RAMOS Texto por Bianca Ramos
As efemeridades entre a morte e a vida representadas por relevos, cores, instalações,
pinturas e esculturas; um catálogo variado e repleto de subjetividade. Nuno Ramos é conhecido por uma infinidade de projetos que, em um primeiro olhar, não possuem ligação estética entre si. Contudo, ao nos debruçarmos sobre as suas obras no das Artes Visuais, é possível se destacar algumas características em comum, desde os temas até a transformação deles para o mundo físico. Nota-se, principalmente, uma quantidade significativa de obras tridimensionais, como esculturas, instalações e mesmo as suas pinturas, recheadas de materiais que criam camadas e explosões de volume, possíveis de capturar aos seus expectadores. É um artista cercado de experimentações, de imprevisibilidade e desprendimento da tradição no universo das artes. Então, como seria o encontro de Nuno Ramos com a monotipia? Consistindo em uma simples impressão feita com um papel sobre uma superfície manchada de tinta, resultando em uma revelação única — e por isso o termo mono —, a monotipia foi muito utilizada ao longo da história por conhecidos artistas como Degas, Gauguin e Klee. Possível de se criar um desenho diretamente na tinta ou servindo como base para outras pinturas no próprio papel já impresso, a monotipia brinca como a imprevisibilidade. Por mais clara que seja preparação da tinta e do desenho nela, é impossível saber acertadamente qual será resultado final da impressão. O que é uma ironia, já que, muitas vezes, a monotipia anda lado a lado com a gravura, alguns, inclusive, a considerando uma variante dessa técnica. Mas, diferente da gravura, que necessita de todo um cuidado para se preparar o ambiente, as placas, matrizes e impressões, onde se é possível obter resultados semelhantes a partir de uma mesma matriz, a monotipia flerta com a casualidade e a liberdade de se criar manchas sobre o papel muito mais espontâneas do que as delimitações encontradas na gravura, como acontece com a linoleogravura e a calcogravura. Diante da experiência de se produzir pela primeira vez com a monotipia lado a lado da gravura em metal, Nuno Ramos se enlaça naturalmente com uma técnica onde o controle é restrito e a experimentação vem à tona. Formas geométricas, animalescas e texturizadas se destacam com o colorido contrastante escolhido pelo artista. As abstrações sugerem formas que vão desde um potro a partes de um navio, a machados e canos, como nas imagens 1 e 6, mas a incerteza e a possível representação do nada é a parte mais interessante de se analisar as monotipias. As cores saturadas, com laranja, vermelho, verde, amarelo, azul e roxo, por vezes lembram revelações negativas, com o uso do fundo preto e junto a figuras neon. Respingos de tinta, vestígios de misturas e impressões anteriores, a desconstrução das formas geométricas até a aproximação de manchas aleatórias indicam que, aos olhos de Nuno Ramos, a unicidade que há na monotipia dá lugar a novas possibilidades de impressão. A baixa tonalidade das imagens, quase chegando a transparência, não são descartadas por ele, como comumente acontece ao se trabalhar com a gravura. Ao contrário, elas ganham tanta importância quanto as impressões mais definidas e vivas. É interessante ver essa desestruturação, espontaneidade e transformação, com os trabalhos ligados entre si em equilíbrio. O que parece incompleto, nas mãos de Nuno Ramos está finalizado. Se em sua trajetória normalmente nos deparamos com a tridimensionalidade, a casualidade dessas monotipias a tornam tão cativantes quanto as suas obras cercadas de cores e volumes. IMAGEM 1 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 31 x 49,5 IMAGEM 2 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 31 x 49,5 IMAGEM 3 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 31 x 49,5 cm IMAGEM 4 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 59 x 39,5 cm IMAGEM 5 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 59 x 39,5 cm IMAGEM 6 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 98,3 x 72 cm IMAGEM 7 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 98,3 x 72 cm IMAGEM 8 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 25 x 34,5 cm IMAGEM 9 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 24,5 x 34,5 cm IMAGEM 10 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 39 x 54 cm IMAGEM 11 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 39,5 x 53,5 cm IMAGEM 12 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 39 x 53,5 cm IMAGEM 13 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 39 x 54 cm IMAGEM 14 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 39 x 53,5 cm IMAGEM 15 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 54 x 78 cm IMAGEM 16 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 53,5 x 78 cm IMAGEM 17 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 78, 5 x 107 cm IMAGEM 18 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 78, 5 x 107 cm IMAGEM 19 Sem título, 2014 Monotipia sobre papel 78, 5 x 107 cm