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Transferências da União:

Visão Geral

3
Instrumentos utilizados
nas Transferências
Discricionárias

1
Conteudista:
Mayra Santana Gonçalves (Conteudista, 2021);
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF

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Sumário

Unidade 1 – Os Tipos de Instrumentos utilizados nas Transferências Discricionárias.4


1.1 Modalidade de Convênios............................................................................................................................. 5

1.2 Contratos de Repasse................................................................................................................................... 8

1.3 Termo de Colaboração e Termo de Fomento.......................................................................................... 9

1.4 Acordo de Cooperação.................................................................................................................................11

1.5 Termo de Parceria..........................................................................................................................................12

Referências.................................................................................................................................. 13

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MÓDULO

Instrumentos utilizados nas


3 Transferências Discricionárias

Esse módulo contém uma unidade. Aqui, você verá alguns dos instrumentos utilizados nas transferências
discricionárias, com ênfase nas modalidades: Convênios, Contratos de Repasse, Termo de Fomento, Termo
de Colaboração e Termo de Parceria.

Agora, continue sua viagem rumo ao aprofundamento e ao detalhamento dos instrumentos utilizados nas
transferências discricionárias.

Unidade 1 – Os Tipos de Instrumentos utilizados nas


Transferências Discricionárias
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta Unidade, você será capaz de recordar os elementos que compõem os instrumentos executados
por meio de transferência discricionária.

Agora, você verá em destaque as Transferências Discricionárias, mais especificamente os instrumentos


utilizados nas transferências voluntárias e nas transferências destinadas às Organizações da Sociedade
Civil, mediante convênios e instrumentos similares, regulamentados pela legislação em destaque:

O Decreto nº 6.170, de 2007, e alterações posteriores, bem como a Portaria Interministerial nº 424,
de 2016, constituem os normativos básicos para o estudo dos convênios e dos contratos de repasse.

A Lei nº 13.019, de 2014, alterada pela Lei nº 13.102, de 2015, e regulamentada pelo Decreto nº
8.726, de 2016, estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias entre a administração pública e
as organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante termos de fomento ou acordos de cooperação; e, também, altera a Lei nº 9.790, de 1999,
“[...] que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria e dá
outras providências” (BRASIL, 1999). Entre outros avanços, essa lei institui o termo de colaboração e o
termo de fomento, bem como os procedimentos de manifestação de interesse social a serem adotados
pelas Organizações da Sociedade Civil (OSC).

Diante do entendimento dos normativos destacados, os instrumentos a serem utilizados nas


transferências discricionárias da União para as instituições públicas e privadas podem ser do tipo:
1 Convênios

2 Contrato de repasse

3 Termo de colaboração

4 Termo de fomento

5 Termo de parceria

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Esses instrumentos são, também, disciplinadores das relações entre órgãos/entidades envolvidos, visto
que, em suas origens, caberia à Administração Pública Federal, direta e indireta, a execução do programa
de trabalho cuja implementação esteja sendo transferida a outro ente ou entidade, sempre na busca dos
resultados esperados pela sociedade.

O Decreto nº 6.170/2007 aborda vários conceitos sobre esse tema de estudo. A Portaria nº 424/2016, em seu
parágrafo 1º, do artigo 1º, bem como a Lei nº 13.019/2014, ampliam esses conceitos e dão mais riqueza de detalhes.

No tópico a seguir, você vai conhecer em detalhes alguns dos principais instrumentos utilizados nas transferências
discricionárias. Continue seus estudos!

1.1 Convênios
Essa modalidade é considerada um instrumento disciplinador da transferência de recursos públicos que tem
por objeto a execução indireta de programas do Governo Federal ou de programas por este aprovados, e que
tem, como partes integrantes, de um lado, o concedente/repassador, representado pela União, por meio de
seus órgãos, e, de outro, os convenentes/recebedores, constituídos pelas instituições dos governos estaduais,
municipais ou do Distrito Federal, as entidades privadas filantrópicas e as sem fins lucrativos (nos termos do
parágrafo 1º, do artigo 199, da Constituição Federal), e os serviços sociais autônomos, sempre com interesse
recíproco e em regime de mútua cooperação.

Como exemplo, imagine que o Governo Federal estabeleça um programa de apoio às iniciativas de inclusão digital.
Após a disponibilização do programa, as instituições que se mostrarem interessadas e que se adequarem às regras
estabelecidas irão apresentar uma proposta para a execução da política pública em sua região. Assim, as propostas
celebradas terão seus recursos repassados para a execução da política prevista, como você pode ver na figura abaixo.


instituições interessadas
apresentam propostas para a
execução da política pública.

INSTITUIÇÕES
INTERESSADAS

1º SOCIEDADE
estabelece na internet um


Programa de apoio às A política pública é executada
iniciativas de inclusão digital pela instituição contemplada
GOVERNO
FEDERAL

Governo aprova a/as propostas

3º execucação
e repassa os recursos para a
da política pública.

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Resumidamente, em relação aos convênios, pode-se considerar:

Convênio

• Objetiva à execução de programas de governo.;

• Envolve interesse recíproco, mútua cooperação e transferências de recursos financeiros.

Atores envolvidos

• Concedente: órgão ou entidade da Administração Pública Federal, direta ou indireta.;

• Convenente: órgão ou entidade da Administração Pública Estadual, Distrital ou Municipal, direta ou


indireta, Organizações da Sociedade Civil (OSC), consórcios públicos ou entidades privadas sem fins
lucrativos (filantrópicas e Serviços Sociais Autônomos (S.S.A).

É importante que você compreenda as diferenças entre os convênios e os contratos administrativos. No contrato
administrativo, há sempre a intenção de obtenção de alguma vantagem, além do próprio objeto. O que eles têm
em comum é o fato de serem acordos de vontades, porém com características próprias.

Além de se ressaltar que a lei que rege os contratos administrativos (Lei nº 8.666/1993) aplica-se aos convênios
no que couber, é possível registrar algumas diferenças sintetizadas no quadro que se segue:

CRITÉRIO CONVÊNIO CONTRATO

Recíprocos: os partícipes desejam o bem Opostos e contraditórios: o contratante


Interesses Envolvidos comum, não se admitindo outra vantagem que espera o bem ou o serviço, e o contratado,
não seja o objeto. a remuneração devida.

Objeto dos envolvidos Objetivos institucionais comuns. Objetivos particulares.

Interesses antagônicos em sentidos


Interesses Mútua colaboração para alcançar o bem comum
opostos do bem ou serviço.

Incorporada ao patrimônio do contratado,


Destino Remuneração Vinculada ao objeto do ajuste. que poderá aplicá-la dentro de premissas
próprias.

Quadro 1. Diferença entre convênio e contrato administrativo.


Fonte: Desenvolvido pelos autores (2021)

Há, também, os tipos de convênios firmados com consórcios públicos. Esse tipo de consórcio é referente à
pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da federação, na forma da Lei nº 11.107, de 6 de abril de
2005. Convém destacar os seus artigos 1º e 2º para melhor entendimento sobre o tema:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.

§ 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.

§ 2º A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos
os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.

§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes


e normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS.

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Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se
consorciarem, observados os limites constitucionais.

§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:


I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contri-
buições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações
e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou
interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação.

§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades


de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo
uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização
específica, pelo ente da Federação consorciado.

§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de


obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público,
que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização
e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.

Com relação aos convênios pactuados entre órgãos federais e consórcios públicos, além da previsão
contida no inciso I, do parágrafo único, do artigo 2º, do Decreto nº 6.170/2007, o assunto foi objeto da
Portaria Interministerial nº 424/2016 (artigos 11 a 13):

Art. 11. Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão preferência às transferên-
cias voluntárias para Estados, Distrito Federal e Municípios cujas ações sejam desenvolvidas por
intermédio de consórcios públicos, constituídos segundo o disposto na Lei nº 11.107, de 2005.

Art. 12. A celebração do instrumento com consórcio público para a transferência de recursos da
União está condicionada ao atendimento, pelos entes federativos consorciados, das exigências legais
aplicáveis, sendo vedada sua celebração caso exista alguma irregularidade por parte de qualquer dos
entes consorciados.

Art. 13. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão executar o objeto do instrumento cele-
brado com a União por meio de consórcio público a que estejam associados.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput, o instrumento poderá indicar o consórcio público como
responsável pela execução, sem prejuízo das responsabilidades dos convenentes.

Diante desses dispositivos, observa-se que o consórcio entre entes federativos é admitido para fins de pactuação
de convênios com órgãos federais, sendo que a inadimplência de um dos membros do consórcio impede a
liberação de recursos financeiros aos demais membros.

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1.2 Contratos de Repasse

Esse tipo de contrato é considerado um instrumento de interesse recíproco análogo ao convênio, no qual a
transferência dos recursos financeiros para estados, municípios e Distrito Federal é acompanhada por intermédio
de instituição ou de agente financeiro oficial federal atuando como mandatária da União.

O ministério competente para a execução do programa ou projeto deverá firmar com a agência financeira um
Contrato de Prestação de Serviço (CPS), em que serão fixados os limites de poderes outorgados, entre outras
determinações. Cabe ressaltar que o contrato de repasse é um instrumento voltado à execução de obras, com
regras estabelecidas pela Portaria nº 424/2016.

A Portaria nº 424/2016 veda a celebração de contrato de repasse exclusivamente para


aquisição de equipamentos e execução de custeio.

Veja um exemplo de celebração de contrato de repasse: imagine que a União estabeleça um programa com
previsão de pavimentação de ruas, tendo por objetivo a melhoraria da infraestrutura para o tráfego diário da
população. Os municípios interessados irão apresentar suas propostas para executar essa política. Porém, de
acordo com a previsão normativa da Portaria nº 424/2016, é necessário o acompanhamento técnico da obra a
ser executada. Para isso, o concedente/repassador deverá firmar um contrato de repasse, tendo a figura da
instituição mandatária para realizar o acompanhamento.

Para compreender o que é contrato de repasse é fundamental observar que há duas relações contratuais,
conforme a figura a seguir:

Órgão Instituição
Federal Financeira

Ente ou
Instituição Entidade
Financeira Executora

Relações Contratuais.

Observe na figura acima que:

• A primeira relação acontece entre o Órgão Federal e a Instituição Financeira escolhida, com a
finalidade de que esta execute o programa, o projeto, a atividade ou o evento de competência do
respectivo órgão federal, concernentes às políticas públicas sob sua responsabilidade.

• A segunda relação acontece entre a Instituição Financeira e o Ente ou a Entidade Executora do


projeto ou atividade, por meio do contrato de repasse. Exemplo: repasses efetuados pelo Ministério do
Desenvolvimento Regional, por intermédio da Caixa Econômica Federal, para execução do Programa
Construção de Casas Populares.

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No entanto, destaca-se que de acordo com a lei:

Art. 9º É vedada a celebração de:

I – convênios para a execução de obras e serviços de engenharia, exceto nos seguintes casos:

a) instrumentos celebrados por órgãos da administração indireta que possuam estrutura descen-
tralizada nas unidades da federação para acompanhamento da execução das obras e serviços de
engenharia; (Alterado pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).

b) instrumentos cujo objeto seja vinculado à função orçamentária defesa nacional, observado o
disposto no art. 8º do Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007; ou (Alterado pela PORTARIA
INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).

c) instrumentos celebrados por órgãos e entidades da administração pública federal, que tenham
por finalidade legal o desenvolvimento regional nos termos do art. 43 da Constituição Federal,
observado o disposto no art. 8º do Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. (Alterado pela POR-
TARIA INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).

1.3 Termo de Colaboração e Termo de Fomento

Com a entrada em vigor da Lei 13.019/2014, em 23 de janeiro de 2016 na União, nos estados e no Distrito
Federal, e em 1º de janeiro de 2017 nos municípios, passou a existir um novo regime jurídico das parcerias entre
a Administração Pública e as Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

Esse normativo, conhecido como novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC),
estabelece um conjunto de princípios para essas parcerias, com o intuito de simplificar e desburocratizar a
realização de parcerias entre governo e organizações da sociedade civil.

Os princípios desse marco regulatório são:

• criar um ambiente estável e sadio que gere segurança jurídica;

• ampliar a transparência na aplicação dos recursos públicos, com geração de resultados para a sociedade; e

• fortalecer, institucionalmente, a atuação das OSCs na execução das finalidades de interesse público.

Para fins da aplicação da Lei 13.019/2014, considera-se:

Art. 2º
[...] III - parceria: conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica
estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em regime
de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante
a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.

A Lei 13.019/2014 introduziu dois instrumentos destinados à transferência de recursos da União à OSC: o Termo
de Colaboração e o Termo de Fomento. Para ambos instrumentos, a seleção se dá por meio de chamamento
público, sendo o Termo de Colaboração para a consecução de planos de trabalho propostos pela administração
pública e o Termo de Fomento para a consecução de planos de trabalho propostos pelas OSC.

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Ao instituir o Termo de Colaboração para a execução de políticas públicas e o Termo de Fomento para apoio a
iniciativas das organizações, a lei institui instrumentos próprios e adequados para essas relações, em substituição aos
convênios, e reconhece essas duas dimensões legítimas de relacionamento entre as organizações e o poder público.

A colaboração é a relação de parceria entre as OSCs e o Estado para a execução de políticas da administração
pública nas mais diferentes áreas. Nessa relação, o plano de trabalho é induzido pelo poder público, a partir
de objetos, indicadores e metas mínimas, determinando, desde o edital, o padrão de qualidade dos serviços
públicos ofertados pela rede privada complementar ou como devem ser feitos os projetos em parceria para gerar
os resultados de interesse público em maior grau de efetividade.

O fomento, por sua vez, é a relação de estímulo, de incentivo ou de financiamento pelo estado de políticas e de
ações específicas ou inovadoras desenvolvidas pelas OSCs de interesse público. Nesse caso, o plano de trabalho
tem maior liberdade de construção pela OSC, pois atende a uma demanda própria da organização.

O artigo 34, da Lei nº 13.019/2014, relaciona as condições para celebração das parcerias das Organizações da
Sociedade Civil:
I - (revogado);

II - certidões de regularidade fiscal, previdenciária, tributária, de contribuições e de dívida ativa, de


acordo com a legislação aplicável de cada ente federado;

III - certidão de existência jurídica expedida pelo cartório de registro civil ou cópia do estatuto registrado
e de eventuais alterações ou, tratando-se de sociedade cooperativa, certidão simplificada emitida por
junta comercial;

IV - (revogado);

V - cópia da ata de eleição do quadro dirigente atual;

VI - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com endereço, número e órgão expedidor
da carteira de identidade e número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF da Secretaria
da Receita Federal do Brasil - RFB de cada um deles;

VII - comprovação de que a organização da sociedade civil funciona no endereço por ela declarado;

VIII - (revogado).

De acordo com o artigo 39, da Lei nº 13.019/2014, ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria
a Organização da Sociedade Civil que:

I - não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no terri-
tório nacional;

II - esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada;

III - tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou enti-
dade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o termo de
colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou companheiros,
bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;

IV - tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco anos, exceto se:
a) for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os débitos eventualmente imputados;
b) for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição;
c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso com efeito suspensivo;

V - tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar a penalidade:
a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração;
b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública;
c) a prevista no inciso II do artigo 73 desta Lei;
d) a prevista no inciso III do artigo 73 desta Lei;

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VI - tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas
de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;

VII - tenha entre seus dirigentes pessoa:


a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou
Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;
b) julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de cargo em comissão ou
função de confiança, enquanto durar a inabilitação;
c) considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos estabelecidos
nos incisos I, II e III do artigo 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992.

§ 1º Nas hipóteses deste artigo, é igualmente vedada a transferência de novos recursos no âmbito de
parcerias em execução, excetuando-se os casos de serviços essenciais que não podem ser adiados
sob pena de prejuízo ao erário ou à população, desde que precedida de expressa e fundamentada
autorização do dirigente máximo do órgão ou entidade da administração pública, sob pena de res-
ponsabilidade solidária.

§ 2º Em qualquer das hipóteses previstas no caput, persiste o impedimento para celebrar parceria
enquanto não houver o ressarcimento do dano ao erário, pelo qual seja responsável a organização da
sociedade civil ou seu dirigente.

§ 3º (Revogado).

§ 4º Para os fins do disposto na alínea a do inciso IV e no § 2º, não serão considerados débitos que
decorram de atrasos na liberação de repasses pela administração pública ou que tenham sido objeto
de parcelamento, se a organização da sociedade civil estiver em situação regular no parcelamento.

O artigo 40 também veda “[...] a celebração de parcerias previstas nesta Lei que tenham por objeto, envolvam
ou incluam, direta ou indiretamente, delegação das funções de regulação, de fiscalização, de exercício do poder
de polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado” (BRASIL, 2014).

1.4 Acordo de Cooperação

Além dos Termos de Fomento e Colaboração, a Lei nº 13.019/2014 ocupou-se de tratar das parcerias sem
transferências de recursos financeiros, surgindo, assim, a modalidade chamada de Acordo de Cooperação,
que poderá ser proposta tanto pela Administração Pública Federal quanto pela Organização da Sociedade Civil.
Esse acordo também poderá ser prorrogado de acordo com o interesse público, não sendo necessária prévia
análise jurídica para essa prorrogação.

Como não envolve recursos financeiros, o plano de trabalho do Acordo de Cooperação pode ser bastante
simplificado.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:

[...] VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias es-
tabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;

O Acordo de Cooperação da Lei nº 13.019/2014, em geral, não exige prévia realização de chamamento público,
porém, no caso de comodato, de doação de bens ou de outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial,
deve haver chamamento público. Como exemplos, há o comodato de bens ou equipamentos públicos para o
desenvolvimento de trabalho de agricultores familiares; a manutenção de museus como espaço cultural público,
intercâmbio de conhecimentos e de quadros técnicos, com cessão de servidores no caso de entidades de
assistência social; entre outros.

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1.5 Termo de Parceria

O Termo de Parceria é uma modalidade de Transferência da União exclusiva para celebrações de instrumentos
entre o Poder Público e entidades do Terceiro Setor, qualificada como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIPs). Essa qualificação é outorgada pelo Ministério da Justiça, pois as OSCIPs comprovaram
a execução de atividades específicas de interesse público nos campos estabelecidos em lei.

Essa modalidade de transferência é regulamentada pela Lei n.º 9.790/1999 e pelo Decreto n.º 3.100/1999.
Acompanhe mais sobre, a seguir:

Art. 9º Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado
entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução
das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei.

Feita a contextualização quanto às normas, aos conceitos e a alguns dos principais instrumentos relativos aos
processos de Transferências Discricionárias da União, chegou a hora de você realizar os exercícios avaliativos
3 que está disponível no ambiente virtual. Boa sorte! . Bons estudos!

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Referências

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 maio 2021.

BRASIL. Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas relativas às


transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2007. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6170.htm. Acesso em: 25 maio 2021.

BRASIL. Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016. Regulamenta a Lei nº 13.019, de 31 de


julho de 2014, para dispor sobre regras e procedimentos do regime jurídico das parcerias
celebradas entre a administração pública federal e as organizações da sociedade civil.
Brasília, DF: Presidência da República, 2016a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8726.htm. Acesso em: 26 maio 2021.

BRASIL. Lei nº 13.102, de 26 de fevereiro de 2015. Altera a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014;
define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade
civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis n º 8.429, de 2 de
junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999. Brasília, DF: Presidência da República, 2015.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13102.
htm. Acesso em: 25 maio 2021.

BRASIL. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Brasília, DF: Presidência da República, 2014.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm.
Acesso em: 25 maio 2021.

BRASIL. Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2005.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107.
htm. Acesso em: 25 maio 2021.

BRASIL. Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9790.htm. Acesso em: 26 maio 2021.

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e
dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666compilado.htm. Acesso em: 25 maio 2021.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP). Portaria


Interministerial nº 424, de 30 de dezembro de 2016. Brasília, DF: Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, 2016b. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/
asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20457541/do1-2017-01-02-portaria-
interministerial-n-424-de-30-de-dezembro-de-2016-20457287. Acesso em: 26 maio 2021.

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