Você está na página 1de 8

*Narizinho entra e começa a tocar música da Emília"

*Emília pula da caixa e cumprimenta Narizinho"

Narradora: O cenário é em 1947 quando Narizinho e Emília estavam brincando e acharam as


recordações de 1922.
(Carta de Anita, fotos e Emília).

*Narizinho tira as recordações da caixa.*

Narizinho: Monteirooooo

*Monteiro entra em cena e dá vida à Emília*

*Senta às duas com o Monteiro.*

Narizinho: Que carta é essa?

Monteiro: Calma, já vou explicar, pra isso vocês tem que entender lá do começo.
No início do século 20, surgiu a influência das vanguardas europeias.

Emília: Mas qq é isso?

Monteiro: São tendências artísticas que influenciaram tudo na arte, como o Futurismo,
Cubismo, Dadaísmo, Expressionismo e Surrealismo.

Narizinho: Continua, continua…

Monteiro: Em 1917 ocorreu a exposição daquela mulherzinha anormal…

Emília: Não fala assim delaaa, mas quem que era essa?

Monteiro: Uma tal de… Anita Malfatti

Narradora: 30 ANOS ATRÁS Voltaremos ao ano 1917 para presenciarmos a exposição de


Anitta dita pelo Monteiro, onde ele irá recitar trecho da sua crítica "Paranoia ou Mistificação?".

*Monteiro desce da cadeira e bota o terno*

*Anitta entra tranquilona para expor seus quadros e começa expor os quadros do slide*

Anita: Bem vindos a minha exposição, sou Anita Malfatti, me inspirei nas vanguardas europeias
para criar meus quadros.
Anita: Esta obra é o Homem Amarelo, que criei nesse mesmo ano.
Anita: Tropical 1917, A boba 1916, O Farol 1915, A Onda 1917

*Fumaça bem forte*

*Monteiro entra em cena xingando a Anita*

Monteiro: "Você é aquela parte que veem ANORMALMENTE a natureza e, interpretam-na à luz
de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como
FURÚNCULOS da cultura excessiva (...) são frutos de fins de estação, bichados ao
nascedouro(...)"

*Monteiro taca o papel no chão e volta para conversa com a Narizinho e a Emília, e Anita sai
chorando*

*Fumaça*

Narradora: DE VOLTA A 1947 Monteiro retorna a explicação para as meninas

*Os quadros da semana aparecem no slide*

Narizinho: E esses quadros, são de onde?

Monteiro: Daquela tal de SEMANA DE ARTE MODERNA…

Emilia: Qq foi isso?

Monteiro: Foram três dias que aquele grupinho dos cinco organizou, pelo que eu sei essa
Tarsila do Amaral aí nem participou. (SLIDE)

Emília: Mas pra que que eles fizeram isso?

Monteiro: Eles queriam criar uma arte brasileira, rompendo com os ideais parnasianos, mas
nem todo mundo gostou.

Emília: Quê quê isso de parnasiano? É de comer?

Monteiro: Não (risos), era um movimento literário que valorizava muito a estética artística, ou
como diziam, a arte pela arte.

Narizinho: Tá, mas quando foi isso de "semana de 22"?

Monteiro: Nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.


*Heitor Villa Lobos aparece no slide*

Emília: Eita, desse você não disse… Quem é?

Monteiro: Esse é… Heitor Villa-Lobos

*Fumaça*

*Monteiro continua assistindo a peça e Narradora introduz*

Narradora: 1922 dia 13 de fevereiro ocorreu a abertura da Semana com a conferência A


EMOÇÃO ESTÉTICA DA ARTE MODERNA proferida por Graça Aranha, o patrocinador da
Semana. Logo após Oswald contratou estudantes para vaiar a próxima apresentação.
*Oswald entra em cena contratando os estudantes para vaiar a próxima cena*

Heitor Villa-Lobos: Sou compositor, maestro, pianista e violonista, participei da Semana de 22.

Heitor: Vou demonstrar um pouco dos meus talentos, alguém me dê um piano, por favor.

*Heitor se prepara e toca Raça Negra- Cheia de Manias, recebe vaias e sai de cena*

Heitor: Isso só pode ser obra de Oswald…

*Sai de cena feliz por ser vaiado*

Narradora: O auge da Semana foi o dia 15, nos mais escandalosos termos, se iniciou com o
poeta Menotti del Picchia, proferindo a CONFERÊNCIA ESTÉTICA MODERNA.

*Menotti entra proferindo*

Menotti: Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos,


motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho, na nossa Arte. E que o rufo de um
automóvel, nos trilhos de dois versos, espante da poesia o último deus homérico.

Estudante: Mas oq tu quis dizer com toda essa asneira aí?

Menotti: Quero dizer que queremos fazer nascer uma arte genuinamente brasileira, sem copiar
o estrangeiro.

*Menotti sai de cena*

*VAIAS*
Narradora: Logo após a abertura, se procede com a apresentação do poeta Mário de Andrade
que leu um trecho do texto a ESCRAVA QUE NÃO É ISAURA.

*Mário entra se apresentando*

Mário: "E essa mulher escandalosamente nua é o que os poetas se puseram a adorar... Pois
não há de causar estranheza tanta pele exposta ao vento à sociedade educadíssima, vestida e
policiada da época atual?"

Estudante: Tô entendendo nadaa...

*VAIAS*

Mário: A mulher nua a que me refiro, seria a arte nova que está surgindo através de nós, e a
sociadade educadíssima se refere aos parnasianos.

*Mário sai agradecendo*

Narradora: Depois se deu a apresentação mais escandalosa de toda semana de Arte Moderna,
a leitura do poema "OS SAPOS" que ridicularizava os parnasianos.

*Ronald de Carvalho entra em cena*

Ronald: Meu nome é Ronald de Carvalho e proferirei o poema OS SAPOS da autoria de


Manuel Bandeira.

Ronald:
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!"
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Estudante:Ah, sai daí, não tá falando nada com nada…

Ronald: O sapo-tanoeiro é um típico exemplar do poeta parnasiano, que destila as regras de


composição e que para ele, a grande poesia é como o ofício de um joalheiro, que tem que se
lapidar com precisão e paciência.
*Tomate no Ronald*

*STAFF limpa os tomates e recebe vaia*

Narradora: Prosseguiu-se com um concerto musical que envolvia a pianista Guiomar e a


dançarina Yvonne.

*Yvone e Guiomar entram juntas*

*Cada uma se apresenta*

Yvonne: Sou Yvonne Daumerie dançarina e coreográfa, que atuo nos palcos brasileiros e
internacionais.

Guiomar: E eu sou Guiomar Novaes grande pianista e especialista em reproduzir obras de


Frédéric Chopin.

*Ambas assumem seus postos e começam a dança de Dona Ivone Lara*

*Agradecem e saem*

Narradora: Após dois dias, começa o terceiro e último dia da semana da Semana de 22, o dia
17. Na qual foi mais calmo em vaias, porém aumentou quando Heitor Vila Lobos entrou de
chinelo.

Estudante: Porque esse homem tão renomado está de chinelo?

Heitor: Meu dedão está machucado, quase que não consigo vir apresentar.

Heitor: Se me permitirem, mostrarei mais de meus talentos.

*Heitor toca baile de favela*

*VAIAS*

*Fumaça*

Narradora: 1947

Emília: Mas para quê isso tudo serviu? "Povinho desocupado"

Monteiro: Dizem por aí que continua reverberando até hoje, mas esse povo exagera...

Narizinho: Nem tanto assim...


*Fumaça*

Narradora: 1970 Entenderemos o que foi as gerações 30 e 45 com o depoimento de Clarice


Lispector.

*Clarice Lispector entra explicando*

Clarice Lispector: Eu sou Clarice Lispector, meus amigos Jorge Amado, Carlos Drummond de
Andrade, Cecília Meireles e Vinicius de Moraes participaram da Geração de 30, que foi
marcada pelas ideias modernas apresentadas na semana de 22, representou muito para nossa
literatura. Já eu, participei da geração de 45 junto com Guimarães Rosa e Adriano Suassuna foi
o desenvolvimento das manifestações da nossa cultura.

*Clarice Lispector agradece e sai*

Narradora: Receberemos Elza Soares e Elis Regina para falarmos mais profundamente sobre o
reflexo da Semana de 22 na música.

*Elza Soares e Elis Regina entram juntas*

Elza: Eu participei de um movimento chamado tropicália, que foi uma ruptura na música e o
novo processo de construção das referentes.

Elis: A gente precisa falar primeiro sobre o Festival de MPB.

Elza: Verdade!!!

Elis: Tudo começou naquele concurso que acontecia todos os anos das canções originais e
inéditas, que serviu pra nos revelar e revelar nossos amigos Chico Buarque, Roberto Carlos,
Gilberto Gil e o Caetano Veloso.

Elza: Esse movimento gerou uma quebra nos estilos musicais do momento, gerando novos
ideais na música brasileira.

*Trilha sonora de "como nossos pais"*

Elis: Que bom que naquela época de ditadura tínhamos as canções como forma de protesto,
apesar de muitas terem sido censurados.

Elza: Sim… Como a música "apesar de você" do Chico Buarque, "Cálice" do Gilberto Gil e
Chico Buarque, enfim, tempos difíceis.

*Sai Elza e Elis*


*Fumaça*

Narradora: 2022 Alguém pode vir aqui nos dizer o que conseguiu assimiliar do pós modernismo
em seus estudos?

*Estudante levanta e segue até a frente"

Estudante: Podemos se dizer que o pós-modernismo, é um amontoado de estilos literários e


artísticos convivendo juntos, sem briga, hierarquia e críticas, inclusive, estamos vivendo este
momento, graças a tudo o que aconteceu ao longo da semana de 22, talvez, nem aqueles
artistas imaginariam que o que fizeram reverberaria até hoje.

Narradora: Muito obrigada por nos ajudar com seu conhecimento!

*Estudante senta e a STAFF começa a desmontar o cenário e Emília a adverte*

Emília: Moça pq você está desmontando, nem teve nada que me impressione, ainda nem sei
de tudo.

STAFF: Ah, teve algumas coisas que ficaram meio ocultas como o fato de Macunaíma que foi
escrito em apenas 6 dias, é que Mário perdeu vários alunos em suas aulas de piano, ele
literalmente foi cancelado naquela época.

*Abre a porta bruscamente*

Oswald: Você esqueceu de falar do quadro abaporu, que foi um presente de tarsila para mim,
graças a ele originou o grupo antropofágico como forma de manifestação artística, que tinha o
desejo de criar e renovar, colidindo com diversos outros, como verde amarelista e pau brasil.
Dando origem as revistas que foram meios de divulgação das ideias modernistas, como a
Klaxon, por exemplo.

Narizinho: Ahh, dessas coisas eu não sabia.

Emília: Agora sim pode desmontar.

*Todo mundo vai pra frente e senta em direção ao slide*

Narradora: A seguir, veremos imagens do terceiro grupo do ano de 22, mais conhecido como
3001, em sua última apresentação.

*Vídeo*

Narradora: Laura
Emília: Juliana Martins
Monteiro: Eduardo
Narizinho: Caroline
Anita: Ellen
Mário de Andrade: Yuri
Oswald de Andrade: Lucas
Ronald de Carvalho: Carlos
Heitor Vila Lobos: Guilherme
Guiomar Novaes: Maria Eduarda
Clarice Lispector: Vitória
Yvonne: Tiffany
Elis Regina: Hayane
Elza Soares: Marcelly
Menotti del Picchia: Daniel
Estudante: Nathalia
STAFF: Juliana Magalhães

Você também pode gostar