Você está na página 1de 4

Curiosidades sobre motores trifásicos.

Todo motor elétrico de indução possui uma estrutura de bobinas dentro de sua carcaça. Essas
bobinas têm como objetivo criar um campo eletromagnético para forçar o eixo a girar.
No caso do motor trifásico convencional, as bobinas estão localizadas em seu estator
(carcaça), e o rotor (eixo) possui apenas um conjunto de materiais (ferrite) que favorecem a
máxima absorção do campo eletromagnético gerado pelas bobinas.

Nota rápida: É denominado “indutivo” todo circuito que gera campo eletromagnético.

Todo campo eletromagnético possui um sentido, como se fossem pólos de um ímã, que pela
figura abaixo podemos ver que o campo do pólo “SUL” tem sentido oposto ao do pólo
“NORTE”.

Quando energizamos uma bobina fazemos com que ela “imite” um ímã. Mas a polaridade deste
“eletroímã” depende da polaridade da tensão de alimentação. Observe a figura a seguir onde a
letra “I”representa a corrente do circuito.

Na figura, o eletroímã está alimentado com tensão em corrente contínua, que sempre tem
a mesma polaridade, então, o campo será sempre em um único sentido. Se no caso
alimentarmos o mesmo eletroímã com corrente alternada, que muda de polaridade
constantemente, (a corrente alternada muda de polaridade diversas vezes por segundo, isso
chamamos de frequência, que é medida em Hz - Hertz. O padrão desta frequência no Brasil é
60Hz, ou seja, a corrente muda de polaridade 60 vezes por segundo) nesse caso o eletroímã
mudará de polaridade constantemente acompanhando a frequência da rede de alimentação.

A rede de corrente alternada trifásica muda sua polaridade no decorrer do tempo da seguinte
forma:

Observe como as fases do sistema trifásico estão sobrepostas. As setas na diagonal mostram
o detalhe de que as polaridades parecem sempre estar deslocando para frente conforme
passamos da primeira até a terceira fase. Quando aplicamos as fases desta forma no motor, as
polaridades geram o mesmo efeito no campo magnético das bobinas.

Veja na figura a seguir como, ao longo do tempo, as fases mudam de polaridade gerando um
campo que parece estar girando dentro da carcaça do motor:

Nota: A cor cinza representa o campo enfraquecido.


O campo magnético inside fortemente sobre o rotor (eixo) do motor, isso gera uma corrente
elétrica que circula sobre ele. Essa corrente faz com que o rotor também fique polarizado, mas
sua polaridade será fixa.

Então, com o rotor (eixo) polarizado e com um campo magnético girando em torno dele, este
tenderá a acompanhar esse “giro” de campo.

Notamos que, como o campo gira a 60Hz, o rotor também tenderá a girar nessa mesma
velocidade, ou seja, 60 voltas por segundo ou 3.600 voltas por minuto (3.600rpm.).

O motor trifásico possui velocidade fixa, pois somente obedecem a frequência da rede, então
este motor alimentado via rede elétrica (220VCA - 60Hz) girará a 3.600rpm.

Mas para algumas aplicações essa velocidade é muito alta, por isso foram criados motores de
velocidade reduzida.

Mas como isso é possível?


Simples, para isso é necessário dividir o bobinamento do motor.

Número de pólos do motor (bobinamento).

Quando ouvimos “quantos pólos tem o motor?”, isso não significa a polaridade como nos ímãs,
mas simplesmente em quantos pontos as bobinas do motor são divididas.

A figura que utilizamos acima (animação dos campos) representa um motor de 2 pólos, note
que bobinas do motor são posicionadas uma após a outra até fechar em três bobinas
contínuas.

Mas no caso dos motores de 4 pólos, cada bobina é dividida em 2 partes, fazendo com que a
cada ciclo da rede (Hz) o eixo dê apenas meia volta, então consequentemente a velocidade
será a metade, tendendo a 1.800rpm.
No motor de 6 pólos, as bobinas são divididas em 3 partes, então a velocidade será 1/3 da total
da rede, ou seja, tendendo a 1.200rpm.
E no motor de 8 pólos as bobinas são divididas em 4 partes, então a velocidade será 1/4 da
velocidade total da rede, tendendo a 900rpm.

Motor Dahlander

Apesar de conseguirmos reduzir a velocidade nominal dos motores trifásicos dividindo suas
bobinas, esta velocidade será a nominal do motor, portanto será constante.

Para alterar a velocidade desses motores, foram criados os motores tipo Dahlander, que nada
mais são do que motores que possuem mais de uma possibilidade de posição do bobinamento.
Estas são selecionadas pelo usuário escolhendo-se os terminais do motor que serão ligados,
ou seja, dependendo da forma de ligação, o mesmo motor terá, por exemplo, 2 ou 4 pólos

Você também pode gostar