Você está na página 1de 30

Índice

Introdução....................................................................................................................................4
O positivismo lógico do círculo de Viena....................................................................................5
Pensamentos anteriores a Popper.................................................................................................9
Popper: uma postura contrária ao indutivismo...........................................................................11
Críticas ao pensamento popperiano............................................................................................16
Paradigmas científicos segundo Thomas Kuhn..........................................................................19
Estabelecimento e um novo paradigma......................................................................................22
Programa de pesquisa Segundo Lakatos.....................................................................................23
Retransmissão da falsidade........................................................................................................23
Heurística...................................................................................................................................24
Classificação dos programas de pesquisa...................................................................................24
Superação de um programa de pesquisa.....................................................................................24
O anarquismo metodológico de Feyerabend...............................................................................25
Anarquismo metodológico.........................................................................................................26
Pilares do (não)método...............................................................................................................26
Conclusão...................................................................................................................................29
Referencias Bibliográficas.........................................................................................................30
1.Introdução
No capítulo “os grandes debates da ciência contemporânea”, retrata a grande
importância do que seria e o que não poderia ser considerado conhecimento científico,
partir do ponto de vista de importantes pensadores, procuram por a prova as afirmações
filosóficas que tomam base o pensamento científico.

O positivismo lógico do círculo de Viena, surgiu quando alguns filósofos e cientistas


começaram a se reunir em Viena, para debater grandes questões científicas da época.
Propõe a explicitação das afirmações por meio de análise lógica, objectivando superar
as dificuldades geradas pelo uso impróprio da linguagem. Ressalta o papel da indução
como principal processo para gerar conclusões científicas validas.

Karl Popper e o princípio da Falseabilidade, Popper denominou a questão da indução,


ao contrário da dedução, não havia nenhuma garantia de que a conclusão obtida através
do raciocínio indutivo fosse definitivamente verdadeiro, pois sempre podia surgir um
cisne negro para acabar com a história. Dessa forma, ele concluiu que as observações e
testes sucessivos não teriam a capacidade de provar que uma teoria era verdadeira,
apenas que era falsa.

Paradigmas científicos e programas de pesquisa, Karl Popper, tinha uma visão das
teorias científicas como modelo que por acumulo gradual das evidências, seguiam
mantendo-se intactos até que determinado momento, éramos falseados e postos de lado.
De modo geral podemos entender o termo paradigma como um conjunto de crenças,
valores, técnicas e conceitos compartilhados pela comunidade científica que por um
determinado tempo fornecem dados para analise em determinada área do conhecimento.

Foram usados também outras pesquisas que mostraremos ao decorrer do trabalho.


Os grandes debates da ciencia contemporânea

O positivismo lógico do círculo de Viena


O Círculo de Viena, enquanto movimento cultural deixou marcas profundas e indeléveis
no pensamento ocidental. Tanto Popper, quanto Kuhn, Lakatos e Feyerabend foram,
dentre os principais pensadores do século XX, de uma maneira ou de outra, fortemente
influenciados pelos temas ali tratados.

Ainda que Kant tenha insistido sobre a impossibilidade do conhecimento derivar dos
dados sensíveis, não estabelece com isso o fim do ideal da filosofia clássica de uma
ciência baseada na possibilidade de acesso à realidade, “fonte segura do nosso
conhecimento”, pelos sentidos. O positivismo lógico do Círculo de Viena foi uma
tentativa (mutatis mutandis) de retomar o ideal clássico de buscar a origem do
conhecimento numa base empírica, mas não só.

O circulo de Viena surgiu nas duas primeiras décadas do século XX, sendo responsável
pela criação duma corrente de pensamento intitulada “positivismo lógico”. Este
movimento surgiu na Áustria, como reacção a filosofia idealista e especulativa que
prevalecia nas universidades alemãs. A partir da primeira década do século, um gripo de
filósofos austríacos iniciou um movimento de investigação que tentava buscar nas
ciências a base de fundamentação de conhecimentos verdadeiros. Neste sentido, tal
grupo constatou que o conhecimento possui valor de verdade devido a sua vinculação
empírica, isto e, o conhecimento científico é verdadeiro na medida em que relaciona-se,
em alguma dimensão, a experiencia.

Foi formado no início da década de 20 por um grupo de pensadores, como reacção à


filosofia idealista e especulativa que, como acreditavam seus membros (Philipp Frank,
Otto Neurath, Hans Hahn, Moritz Schilick e Rudolf Carnap, Hans Reichenbach), era
praticada nos centros de estudos da Alemanha naquela época, o Círculo de Viena
(Wiener Kreis) teve como principais influências as ideias dos positivistas Ernst Mach e
Auguste Comte, a lógica de Russell, Whitehead, Peano e Frege, bem como os novos
paradigmas da física contemporânea, especialmente as descobertas de Einstein. A
leitura do Tractatus Logico-Phylosophicus de Wittgenstein permitiu ao grupo elevar ao
máximo o alcance filosófico de uma nova lógica, possibilitando, assim, incorporá-la a
uma interpretação empírica dos fundamentos do conhecimento.

O positivismo lógico ou neopositivismo tinha em seu programa três pontos principais:

1. A ciência deve poder ser unificada na sua linguagem e nos factos que a
fundamentam, bem como todo conhecimento científico vem da experiência e do
carácter tautológico do pensamento.

2. A filosofia, quer seja ou não considerada como uma verdadeira ciência, se reduz a
uma elucidação das proposições científicas e estas se referem directa ou indirectamente
à experiência. A ciência tem por tarefa verificar tais proposições. A filosofia será, antes
de tudo, filosofia da ciência e, ocupando-se assim deste aspecto positivo do
conhecimento humano, estará na direcção de uma efectiva objectividade. O simbolismo
lógico de Frege e de Russel será utilizado para tornar clara a linguagem da ciência.

3. O sucesso de tal filosofia porá fim à metafísica, pois não será mais necessário tratar
“questões filosóficas”, já que toda questão será tratada, agora, em uma linguagem
provida de sentido. As questões tradicionais da metafísica serão questões que falarão
apenas sobre termos dos quais o sentido não foi suficientemente esclarecido ou sobre
proposições inverificáveis.

O objectivo do Círculo era desenvolver uma nova filosofia da ciência dentro de um


espírito rigoroso, por intermédio de uma linguagem lógica, e fundamentar na lógica
uma ciência empírico-formal da natureza empregando procedimentos lógicos e rigor
científico. Tendo como tema central a formulação de um critério que permitiria
distinguir entre proposições com ou sem significação, os pensadores do Círculo
consideram a ciência empírica (a Física) como modelo e propõe que apenas os
enunciados científicos que descrevem observações, poderiam ser considerados
verdadeiros ou falsos pela verificação empírica. Esta marca distintiva das ciências
empíricas seria o traço característico das proposições que têm significação.
Podemos dizer que estamos diante de uma proposta “semânticoverificacionista”, ou
seja, conhece-se o sentido de uma proposição se for possível conhecer as circunstâncias
pelas quais ela é verdadeira ou falsa.

Por exemplo, a proposição “existem seres vivos em Plutão”, pode ser verdadeira ou
falsa e tem uma significação, pois, em princípio, é possível de ser verificada ainda que,
no momento, não tenhamos condição de fazê-lo. O mesmo não poderia ser dito de
enunciados do tipo “Deus é perfeito” ou “A alma é imortal”, pois não sendo
susceptíveis de verificação, são, em consequência, sem significação. Apesar do facto de
estarem gramaticalmente correctos são pseudo-enunciados, pois se situam fora do
domínio do conhecimento, não têm valor cognitivo, ainda que possuam valor poético,
estético ou emocional. Assim, as proposições metafísico-especulativas deveriam ser
afastadas, não porque fossem falsas, mas porque nada significavam, eram desprovidas
de sentido. Fora, portanto, do pensamento racional.

As proposições lógicas e matemáticas seriam proposições analíticas, quer dizer,


verdadeiras ou falsas graças, apenas, a sua significação. Seu valor de verdade pode ser
estabelecido apenas pela razão e independente de qualquer experiência. Se forem
verdadeiras, são tautologias, se forem falsas, são contradições. De acordo com os
neopositivistas, as proposições lógico-matemáticas, enquanto meios para organizar
nossos conhecimentos empíricos não têm significação e, em consequência, não têm
valor de verdade.

A partir dessas ideias, o conhecimento começa então pelas “proposições de base” ou


“enunciados protocolares” (as “proposições de base” devem ter a forma de protocolos,
relatórios de uma experiência em um laboratório) que são um reflexo da experiência, do
observável, expressam uma linguagem factual. Esses enunciados descrevem casos
particulares de fenómenos observáveis num determinado lugar e num determinado
momento, são susceptíveis de verificação imediata e exprimem as impressões sensoriais
que recebemos do mundo.

Tomando-se as “proposições de base” como ponto de partida, emprega-se o método de


indução na construção de uma teoria científica: apoiando-se num grande número de
enunciados protocolares é possível estabelecer uma proposição geral, e uma teoria
científica nada mais é do que um sistema lógico de proposições gerais.

A indução não é apenas um método para se obter proposições gerais, mas é também um
meio para a justificação, quer dizer, uma teoria científica está justificada na medida em
que existam proposições de base, deduzidas das proposições gerais que a confirmam. E
vale também dizer que um grande número de proposições de base pode justificar a
indução que se faz para uma proposição geral. Consideremos como exemplo a
proposição geral “Todos os corvos são negros”, dela pode-se deduzir a predição “O
próximo corvo que encontrarmos será negro”.

Esta última proposição pode ser confirmada ou refutada pela experiência sensorial. Se a
experiência confirma um grande número de tais proposições, a proposição geral em
questão é confirmada pela experiência e justificada. Assim, as teorias científicas
permitem conceber experiências científicas e deduzir proposições que predizem os
resultados das experiências, e as proposições de base, se confirmadas pelas observações
dos resultados das experiências confirmam, de maneira indutiva, as teorias científicas.

Até meados dos anos 30, a filosofia do Círculo de Viena exerceu uma profunda
influência na cena cultural europeia. Mas, com a ascensão do nazismo e a consequente
mudança para os Estados Unidos de Carnap e outros membros, aliada às mortes de
Hahn, Schlick e Neurath, bem como uma série de contradições internas, o movimento
começou a se dispersar, mas suas teses, até hoje, são discutidas. Esta concepção da
filosofia da ciência, uma combinação de um formalismo extremado com um empirismo
radical, não demoraria a ser contestada e seu projecto colocado em questão por diversos
pensadores, entre eles, Karl Popper.

Muitos autores tratam da questão do progresso da ciência em diferentes abordagens.


Com o objectivo de construir um painel da filosofia da ciência que nos permita
compreender melhor os pontos de vista feyerabendianos, apresentaremos a seguir, as
idéias principais de alguns epistemólogos contemporâneos que, de uma maneira ou de
outra influenciaram as ideias de Feyerabend.

Karl Popper e a falseabilidade


A ciência, como um projecto que vem sendo construído no decorrer dos anos,
consolidou, como modelo básico, como paradigma, o método hipotético-dedutivo. Isso
não significa, entretanto, que tal método seja absoluto ou definitivo, pois não existem
critérios imutáveis. Assim, o próprio conceito de “ciência” e a sua metologia básica
hipotético-dedutivo, embora ainda hegemónica, é possível de criticas e de revisões,

A partir dos anos 30, iniciou-se um processo de questionamento das formas de se


caracterizar a ciência. Esse questionamento vem atingindo de maneira diferenciada a
diversa ares do conhecimento, umas mais e outras menos. “Na medida mesma em que a
metodologia científica esta recebendo as criticas que a levam a se constituir como Nova
paradigma poderia a Psicanálise, caso não se mostre científica pelos padrões
metrológicos tradicionais, requerer o estatuto de conhecimento dentro desse
paradigma?” Essa questão, em aberto, depende um pouco

Pensamentos anteriores a Popper


Desde a antiguidade, o critério de demarcação entre o que é ciência e o que não é
ciência tem sido discutido. Entre os pensadores gregos, o problema epistemológico
crucial que se colocava era o estabelecimento de uma distinção clara e segura entre o
que era ciência por um lado e o que era opinião por outro.

A noção que então se tinha se ciência coincidia com a busca, por assim dizer, do saber
absoluto, que se pudesse dizer verdadeiro acima de qualquer dúvida. Tornava-se
necessário para eles, portanto, a consolidação de uma distinção precisa entre o saber
contingente, que se expressava na opinião, e o saber necessário, que constituía o objecto
do discurso científico, uma vez que o único discurso que poderia satisfazer às
exigências do rigor científico era aquele que apontasse nos fenómenos conexões causais
cuja necessidade pudesse ser demonstrada.

O mero enunciado nunca poderia ser satisfatório numa investigação científica, mas
apenas a sua demonstração. Marias (1981, p. 73), quando expõe o pensamento
aristotélico, afirma que, para Aristóteles, “ [...] a demonstração leva à definição,
correlato da essência das coisas, e se apoia nos primeiros princípios que, tais como, são
indemonstráveis e somente podem ser apreendidos directa ou indirectamente pelos
noûs”.
A ciência suprema, continua Marias, “ [...] é demonstrativa, mas seu último fundamento
é a visão no ético dos princípios”. Em outra passagem, quando trata do pensamento de
Pitágoras, faz uma menção á advertência de Aristóteles ao problema epistemológico da
distinção entre o que é ciência e o que é opinião.

Segundo Marias (1981, p. 22), Aristóteles separa o que é científico do que é sensação,
ou seja, “se se refere ao ponto de vista da verdade (ciência) ou simplesmente da dóxa
(opinião) ”. Essa armação do problema forjado pelos gregos da procura da verdade
evidente, e que ganhou sua moldura definitiva na obra de Aristóteles, sofreu uma grande
derrocada no século XX, principalmente com o surgimento do pensamento popperiano.
Antes de Popper, o pensamento filosófico ocidental, partindo da presunção da evidência
da verdade, atravessou séculos tentando explicar por que, afinal, nossas teorias
frequentemente estavam erradas.

Descartes, por exemplo, postulava que se partirmos do estabelecimento de axiomas


indubitáveis, necessariamente verdadeiros — com idéias claras e distintas — e
geradores, por dedução, de novas verdades, estaremos livre de erro. Para Descartes,
existe um critério de verdade que elimina todas as dúvidas, evidencia idéias com
absoluta claridade e distinção.

O elemento que determina “[...] o critério de verdade: a evidência. Em posição de uma


verdade firme e um critério seguro, Descartes se dispõe a reconquistar o mundo”
(Marias, 1981, p. 209).

Para ele, o cientista deve se libertar de todas as suas idéias preconcebidas sem
fundamentação, fontes do erro, para que possa atingir, através da observação paciente e
dispensa interpretação, pois é auto-evidente. Para o empirista, o rigor e a correção no
uso e na aplicação desse método indutivo é a única garantia contra o erro. Ainda que
intermediada por alguns séculos de controvérsias filosóficas, é evidente a vinculação do
positivismo lógico vienense do início do século XX à tradição empirista inaugurada por
bacon.

A seguinte passagem demonstra bem o posicionamento de bacon a respeito da indução e


da forma que estabeleceu sua teoria:
[...] de uma série de feitos individuais, agrupados de modo sistemático e
conveniente, se obtêm por abstracção, depois de seguir um processo
experimental e lógico rigoroso, os conceitos gerais das coisas e as leis da
natureza. (Marias, 1981, p. 241).

O alvorecer do século XX testemunhou com grande assombro a derrocada, após dois


séculos de hegemonia praticamente incontestada, do sistema teórico da física
newtoniana, que até então era tida não só como uma teoria hegemônica, mas também —
e mais importante — como verdade indiscutível. Esse facto deixou perplexa grande
parte da comunidade científica da época e gerou atitudes contrarias ao positivismo
lógico. Os positivistas lógicos, assustados com o que julgavam ser a intimidação ao
conhecimento seguro do mundo da experiência, desfecharam violento ataque a qualquer
reflexão metafísica, afirmando só possuírem significado aqueles conceitos que se
referissem a alguma coisa que pudesse ser concretamente identificada na experiência
sensível e verificável.

Assim, a partir da crítica e do diálogo com os integrantes do Círculo de Viena, Popper


irá superar o problema da distinção entre ciência, nos termos em que este foi colocado
por Aristóteles, ou seja, na forma de um receituário para se evitar o erro, além de se
posicionar radicalmente contra a postura indutivista.

Popper: uma postura contrária ao indutivismo


Em sua obra fundamental, A Lógica da Pesquisa Científica, Karl Popper coloca em
novos termos a discussão epistemológica ao demonstrar que o erro, em vez de ser um
mal que pode ser evitado através do recurso a algum procedimento metodológico
específico, constitui componente inevitável de qualquer teoria científica, sendo na
realidade o motor pelo qual a ciência se move.

Buscando captar a lógica do desenvolvimento da ciência, Popper inicia sua exposição


destruindo exactamente aquele que talvez fosse, de todos os princípios filosóficos, o
mais caro aos cientistas e à boa parte dos filósofos de seu tempo: o princípio da indução
como método de procedimento científico. Partindo da constatação a que Hume chegara
ao século XVIII, de que não se pode fundamentar um enunciado universal através de
enunciados particulares, pelo simples motivo de que uma única observação futura pode
contradizer todas as anteriores. Popper sempre procurou adoptar uma postura crítica aos
membros do Círculo de Viena, quando estes assumiram o critério da verificabilidade,
para comprovar o que é científico.

Para ele, “[...] era apenas outra maneira de formular o venerável critério dos
indutivistas; não havia diferenças real entre as idéias de indução e de verificação”
(Popper, 1986, p. 87-88). Popper é enfático quando afirma que a ciência não é
indutivista. De acordo com o seu modo de ver,

“[...] a ciência não tinha caráter indutivo, a indução era um mito que havia sido
destruído por Hume” (Popper, 1986, p. 88).

Primeiramente, Popper concorda com Hume em que a indução não pode levar à certeza.
Para Popper, só se pode tentar fundamentar a indução através de novas induções, o que
nos levaria a um circulo vicioso de induções sucessivas sem que qualquer conexão
causal entre fenômenos examinados fosse demonstrada. Popper, porém, vai adiante e,
afirmando que o empirismo confundia o problema da validade de uma teoria com a sua
origem, sustenta o ponto de vista de que esta última não é logicamente sistematizável,
além de ser irrelevante para determinar a validade ou veracidade da teoria. Assim, diz
Popper (2001, p. 29),

[...] se tentarmos considerar sua verdade (do princípio da indução) como


decorrente da experiência, surgirão de novo os mesmos problemas que levaram
à sua formulação. Para justificá-lo, teremos de recorrer a inferências indutivas
e, para justificar estas, teremos de admitir um princípio indutivo de ordem mais
elevada, e assim por diante.

Dessa forma, acrescenta Popper, “[...] a tentativa de alicerçar o princípio da indução na


experiência malogra, pois conduz a uma regressão infinita”. Prosseguindo na sua crítica,
Popper chega ao ponto crucial da argumentação ao sustentar que, além de atribuir
importância epistemológica indevida à questão da origem do acontecimento, o
empirismo estava gravemente equivocado quanto a ela, por ninguém procede
indutivamente na construção de uma teoria científica, nem mesmo aqueles que postulam
o método indutivo e que acreditam utiliza-lo.

É uma questão óbvia, segundo Popper (2001, p. 27), “[...] do ponto de vista lógico,
haver justificativa no interferir enunciados universais de enunciados singulares,
independentemente de quão numerosos sejam estes; com efeito, qualquer conclusão
colhida desse modo sempre pode revelar-se falsa”.
Popper (2001, p. 28) apresenta um exemplo que elucida intensamente o seu parecer:
“[...] independentemente de quantos casos de cisnes brancos possamos observar, isso
não justifica a conclusão de que todos os cisnes são brancos”. Portanto, Popper pôde
concordar com Hume e afirmar que enunciados singulares não podem atestar a
veracidade de uma teoria (eles podem refutá-la ou corrobora-la, mas nunca comprova-
la), sem que com isto precise abraçar qualquer postura cética em relação à ciência.

Em oposição ao pensamento contrário ao princípio da indução, Popper faz referência ao


trabalho de Reichenbach, no qual, aos olhos dos defensores da Lógica Indutivista, este
princípio é de vital importância para o método científico, pois ele determina a verdade
das teorias científicas. As palavras do próprio Reichenbach, transcritas por Popper
(2001, p. 28), são contundentes ao afirmarem que “[...] da ciência significaria nada
menos que privá-la do poder de decidir quanto à verdade ou falsidade de suas teorias”.

Para Popper, a ciência é feita através de uma permanente construção de hipóteses e de


seu cotejamento com a realidade. Rompendo com o pensamento aristotélico e sua
identificação entre ciência e opinião. Popper concebe a ciência como uma sucessão de
pensamentos, frutos da imaginação criadora do homem, que historicamente se aproxima
cada vez mais da verdade (ao mesmo tempo que, num certo grau, transforma essa
mesma verdade, ao transformar o mundo que nos cerca, parecendo afasta-la para uma
fronteira cada dia mais distante, sempre capaz de uma explicação cada vez mais
abrangente dos fenômenos observáveis, movida sempre pela crítica de nossos erros e
pela refutação sucessiva das teorias, uma após a outra, refutações estas que colocarão
novos problemas a serem enfrentados, novas perguntas a serem respondidas. Popper
afirma que o progresso cientifico demonstrou consistir, não em acumulação de
observações, mas em superação de teorias menos satisfatórias e sua substituição por
teorias melhores, ou seja, por teorias de maior conteúdo.

Para Popper, a realidade é potencialmente inteligível e passível de ordenação pelo


homem, mas nós nunca podemos saber se estamos certos, só conhecemos com certeza
ao nossos erros.

O método de aprendizagem, segundo Popper (1983, p. 265), “[...] por tentativa e erro —
de aprender com nossos erros — parece ser fundamentalmente o mesmo, o pratiquem os
animais inferiores, ou superiores, os chipanzés ou os homens da ciência”. É inegável, no
pensamento popperiano, que o homem sempre aprende com seus erros. O erro deixa,
portanto, de ser algo como o inimigo do conhecimento que deve ser evitado a qualquer
preço para passar a ser, com Popper, o principal impulsionador do conhecimento
humano, ao gerar a crítica que faz a ciência se mover.

Contrariamente aos postulados positivistas de que a linha divisória entre a ciência e a


metafísica corresponde ao que tem sentido do que não tem, ou do que pode ser
confirmado, ou verificado ou não, Popper estabelece como critério de demarcação entre
ciência e metafísica: a falseabilidade, ou seja, toda proposição que possa ser refutada
por experiência empiricamente observável é científica; caso contrário, a proposição em
questão é metafísica.

Popper (2001, p. 42) não exige que “[...] um sistema seja susceptível de ser dado como
válido, de uma vez por todas em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica
seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso a provas empíricas, em sentido
negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico”.

Esta postura popperiana bastou para que integrantes do Círculo de Viena entendessem
que o que Popper propunha consistia na mera substituição de um critério de significação
que exigia a verificabilidade das proposições por outro que postulava sua falseabilidade.
O critério de Popper, entretanto, não é um critério de significado ou sentido como o
positivista, mas de demarcação entre ciência e não-ciência, não negando significado às
proposições não científicas (metafísicas).

Este critério de demarcação proposto por Popper dá à ciência uma concepção assaz
crítica, posto que o cientista deverá avaliar uma teoria de acordo com a capacidade de
ser exposta a críticas de todos os tipos e, no caso se pode, ou não, resistir a essas
apreciações.

A teoria do conhecimento, primeira grande obra publicada por Popper e já traduzida


para 19 idiomas, refuta letalmente o problema da indução e de seus defensores, em
especial os membros do Círculo de Viena. Para Popper, conhecimento representa um
sistema de enunciados, que são teorias apresentadas à discussão.
O conhecimento, dessa forma, apresenta-se como objectivo, hipotético ou conjuntural,
não permitindo que exista indução, pois jamais teorias universais são deduzidas de
enunciados singulares. Além de contestar a indução, Popper sustentou que toda e
qualquer teoria científica assenta-se sobre uma série de pressupostos metafísicos que,
mesmo não sendo refutáveis, podem ser discutidos criticamente, o que significa que são
inteligíveis e, portanto, possuem significado.

Esta postura inversa foi de encontro aos que defendiam que a metafísica não possuía
sentido — como intentou Rudolf Carnap, sem alcançar êxito, segundo Popper —
coloca-o como um defensor de que os grandes esquemas científicos assentam-se
necessariamente sobre inumeráveis pressupostos metafísicos, imputáveis
exclusivamente ao julgamento individual do cientista.

“No meu entender”, afirma Popper (1986, p. 93), “o conhecimento humano consiste em
teorias, hipóteses e conjecturas que nós formulamos como produto de nossas
actividades intelectuais”. Popper é um pensador inteiramente cônscio da importância do
papel da tradição na formação do pensamento e da conduta dos homens, os quais
necessariamente agem e pensam tendo como referência o ambiente em que vivem e as
teorias existentes em seu tempo.

Para Popper, a ciência é uma construção racional exactamente por ser histórica. Sua
construção se dá com base no enfrentamento, pelo homem, de problemas que lhe
surgem ao longo da vida, sendo, portanto, irrecusável sua estreita vinculação com a
realidade externa e com os fenômenos culturais de cada época. Popper (1986, p. 94) é
enfático ao afirmar que:

[...] iniciamos nossas investigações partindo de problemas. Sempre nos


encontramos numa situação problemática e escolhemos um problema que
esperamos podes solucionar.

A solução, que sempre tem o carácter de tentativa, consiste numa teoria, numa hipótese,
numa conjectura. As várias teorias rivais são comparadas e discutidas criticamente, a
fim de se identificar suas deficiências; os resultados permanentemente cambiantes,
sempre inconcludentes, dessa discussão crítica, formam o que poderia ser denominado a
ciência do momento.
O que Popper rejeita enfaticamente é o determinismo e a concepção segundo a qual tudo
o que acontece na história é fruto dos caprichos, vontades ou interesses de algum grupo,
camada ou classe social, econômica ou politicamente dominante. Para Popper, o futuro
depende de nós mesmos e nós não dependemos de nenhuma necessidade histórica.
Todas as profecias históricas de grande alcance estão completamente fora do método
científico. Em lugar de postarmo-nos como profetas, para Popper (1981, p. 440),
“devemos convertemo-nos em forjadores de nosso destino. Devemos aprender a fazer as
coisas o melhor possível e descobrir nossos erros”.

A atitude mais sensata de um cientista, segundo o pensamento popperiano, é de um


exercício crítico incessante do conhecimento e de um entusiasta ardoroso ao advento de
novas teorias.

Para Popper, uma teoria será tanto melhor quanto mais refutável — ou seja, quanto mais
audaciosa, proibitiva, restritiva e, portanto, quanto mais explicativa — ela for, pois
assim muito aprenderemos com o seu sucesso, e mais ainda, aprenderemos com a sua
posterior refutação; ao contrário, uma lei científica extremamente provável é
necessariamente uma lei da qual se extraem poucas inferências observáveis e, dessa
forma, uma lei pouco útil.

O progresso científico consiste num movimento em direção a teorias que dizem sempre
mais, teorias de conteúdo sempre maior. Popper assevera que quanto mais uma teoria
afirma, tanto mais ela exclui ou proíbe, de modo que crescem as oportunidades para seu
falseamento. Assim, a teoria de maior conteúdo é a que admite as provas mais severas.

Críticas ao pensamento popperiano


Este capítulo intenta aduzir alguns poucos debates filosóficos, justapondo às opiniões de
Popper e de críticos ao seu pensamento.

A contestação aludida ao pensamento popperiano, advém do professor Thomas S.


Kuhn, da Princeton University. Kuhn objeta à opinião de Popper, quando este afirma
que o cientista é um solucionador de problemas. Escreve Popper (1983, p. 67):

[...] não há dúvida de que nossas expectativas e, portanto, nossas teorias, podem
até preceder, historicamente, nossos problemas. Entretanto, a ciência só começa
com problemas. Os problemas afloram, sobretudo, quando estamos
decepcionados em nossas expectativas, ou quando nossas teorias nos envolvem
em dificuldades, em contradições.

Para Kuhn, os cientistas são solucionadores de enigmas e não de problemas. A


utilização do termo enigma, para Kuhn, tem o objectivo de enfatizar que as dificuldades
que costumeiramente são enfrentadas pelos cientistas são como enigmas de palavras
cruzadas ou de charadas de xadrez, desafios apenas ao seu engenho. Segundo Kuhn,
quem está em dificuldade é o cientista, não a teoria vigente. Essa posição, afirma Kuhn,
é quase contrária a de Popper.

Outro ponto controvertido do pensamento popperiano, consoante ao juízo de Kuhn, é o


de que Popper, embora sublinhe repetidamente o papel dos testes na substituição de
teorias científicas, em algumas circunstâncias, sente-se obrigado a reconhecer que em
certos casos, algumas teorias foram substituídas sem antes terem sido testadas. Dessa
forma, em algumas ocasiões específicas, os testes não são imprescindíveis às revoluções
das quais progride a ciência.

A tese defendida por Popper de que podemos aprender com nossos erros, é literalmente
arrasada por Kuhn. Para ele, não é claro que tenha sido cometido um erro com o qual se
possa aprender. Um erro, acrescenta Kuhn (citação inclusa na obra de Lakatos;
Musgrave, 1979, p. 17),

[...] é feito, ou cometido, num tempo e num lugar especificáveis, por


determinado indivíduo. Este indivíduo deixou de obedecer a alguma regra
estabelecida de lógica, de linguagem, ou das relações entre uma delas e a
experiência. Ou deixou de reconhecer as consequências de determinada escolha
entre as alternativas que as regras lhe facultam.

Para Kuhn, o máximo que se pode afirmar a este aspecto, é que uma teoria que não era
um erro, passou a sê-lo, ou por outro lado, que um cientista errou ao obstinar-se a uma
teoria por um tempo muito longo. Kuhn também é céptico com o que Popper descreve
como sendo falseamento o que ocorre quando uma teoria é tida como falha.

Para ele, falseamento é antónimo de prova, é retirado, em especial, da lógica e da


matemática formal. Popper (2001, p. 31) sugere que “ [...] depois que uma hipótese tiver
sido proposta e testada, e tiver demonstrado sua têmpera, não se deve permitir que seja
posta de lado sem uma boa razão. Uma boa razão pode ser, por exemplo [...] o
falseamento de uma das suas consequências”. Kuhn (apud Lakatos; Musgrave, 1979, p.
23) critica essa postura de Popper, indagando: “o que é o falseamento popperiano se não
uma refutação concludente?”.

E vai mais longe na sua inquisição:

“ [...] em que circunstâncias exigem a lógica do conhecimento que o cientista abandone


uma teoria previamente aceita quando se defronta não com enunciados sobre
experiência, mas com as próprias experiências?”.

Consoante, assevera Kuhn, o que Popper nos deu não foi uma lógica do conhecimento,
mas uma ideologia e em lugar de regras metodológicas, ofereceu aforismos de
procedimento. Um aspecto que merece destaque nesta polémica filosófica, relaciona-se
ao progresso da ciência. Kuhn perguntas de que forma os cientistas agem para escolher
teorias concorrentes. E centra o seu interesse em saber de que maneira nós podemos
compreender o modo com que a ciência progride.

Ele é enfático quando questiona se “[...] não será possível, nem mesmo provável, que os
cientistas contemporâneos saibam menos de que há para saber a respeito do seu mundo
de que sabiam a respeito do seu os cientistas do século XVIII?” (Lakatos; Musgrave,
1979, p. 29).

Para ele, enquanto não for facultável responder a este tipo de pergunta, não saberemos
direito o que é o progresso científico e não poderemos, inclusive, esperar explica-lo. Do
ponto de vista kuhniano, a ciência se divide em dois grandes campos: a ciência normal e
a ciência extraordinária.

A ciência normal, para Kuhn, seria a desempenhada por um cientista não-


revolucionário, ou seja, aquele que acolhe o dogma dominante do dia, que não deseja
contestá-lo e que só aceita uma teoria revolucionária, quando a maioria dos membros da
comunidade a que pertence está pronta para aceitá-la. Em contrapartida, aquele cientista
que desenvolve pesquisas extraordinárias, que possui uma postura revolucionária e
crítica, uma ousadia criadora, é classificado como executor da ciência extraordinária.

Para Kuhn, todo trabalho de Popper está diligenciado apenas em descrever a ciência
extraordinária, não se preocupando com a ciência normal. Estas poucas diferenças de
opinião entre Kuhn e Popper — certamente não tentamos esgotar o assunto nem,
tampouco, apresentar todos os pontos divergentes entre ambos — têm como intuito
incrementarmos a erudição acerca do pensamento popperiano. Nossa modesta crítica a
este debate será apresentada no próximo capítulo.

Paradigmas científicos segundo Thomas Kuhn


O conceito de paradigma surgiu das experiências de Kuhn como cientista, Kuhn
considera “paradigmas as realizações científicas universalmente reconhecidas que,
durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade
de praticantes duma ciência”.

Ele percebeu que a prática cientifica é uma tentativa de forçar a natureza a encaixar-se
dentro dos limites preestabelecidos e relativamente inflexíveis fornecido pelo
paradigma. Ou seja, a ciência é uma tentativa de forçar a natureza a esquemas
conceituais fornecidos pela educação profissional.

Na ausência de um paradigma, todos os factos significativos são pertinentes ao


desenvolvimento de uma ciência. O motor das ciências é a luta entre modelos
explicativos, entre teorias e concepções de mundo, “o desenvolvimento da maioria das
ciências têm-se caracterizado pela contínua competição entre diversas concepções de
natureza distintas”. (Kuhn, 1991, p.22).

É o que Kuhn denomina de ciência normal. A ciência normal não se desenvolve por
acumulação de descobertas e invenções individuais, mas por revoluções de paradigmas.
Por exemplo, a teoria geocêntrica de Ptolomeu, que afirmava ser a terra o centro do
universo, foi substituída por um novo modelo, a teoria heliocêntrica de Copérnico, que
afirmava ser o sol o centro. Outro exemplo é a teoria da gravitação de Newton, que
afirmava ser a gravidade uma força fundamental existente em todos os corpos. Essa
teoria foi completamente modificada por um novo modelo explicativo, a teoria da
relatividade-geral de Einstein. Segundo esse novo modelo, a gravidade não seria uma
característica dos corpos, mas das distorções do espaço-tempo local causado pelo peso
das massas dos corpos.

Essas transformações de paradigmas são revoluções científicas e “a transição sucessiva


de um paradigma a outro, por meio de uma revolução, é o padrão usual de
desenvolvimento da ciência amadurecida” (Kuhn, 1991, 32). Para Kuhn a ciência
normal são as pesquisas que estão baseadas em conquistas do passado.

Essas conquistas são reconhecidas pela comunidade científica de uma área particular e
possuem duas características comuns. A primeira característica é que suas conquistas
atraem um grande número de cientista em torno de uma actividade ou teoria. A segunda
afirma que suas realizações estão abertas para a comunidade científica problematizar e
resolver toda espécie de problemas. Os cientistas que compartilham um mesmo
paradigma estão comprometidos com as mesmas “regras” e “padrões” estabelecidos
pela prática científica.

Kuhn (1991) afirma ainda que o paradigma se constitui como uma rede de
compromissos ou adesões, conceituais, teóricas, metodológicas e instrumentais
compartilhados. O paradigma é o que faz com que um cientista seja membro de uma
determinada comunidade científica.

Através da educação o jovem adquire os esquemas conceituais de sua actividade. É a


educação profissional que lhe permitirá aprender e internalizar esses pressupostos. Uma
vez aprendido o cientista vai compartilha-los em sua prática profissional. Outra
característica importante do paradigma é que ele não depende de regras externas.

Para Kuhn (1991, p.69), os problemas e técnicas da pesquisa que surgem numa tradição
não estão necessariamente submetidos a um conjunto de regras. A falta de uma
interpretação padronizada ou de regras não impede que um paradigma oriente a
pesquisa.

Na verdade, a existência de um paradigma nem mesmo precisa implicar a existência de


qualquer conjunto completo de regras. Isso significa que a ciência normal não é um
empreendimento unificado e monolítico. As várias ciências e seus vários ramos são
bastante instáveis, muitos delas não têm coerência entre suas partes. Há grandes
revoluções como pequenas revolução, algumas apenas afectam apenas uma parte de um
campo de estudos, outras afectam grupos bastante amplos.

Devido a esta estrutura instável das ciências é impossível uma total padronização dos
paradigmas.
Thomas S. Kuhn ocupou-se principalmente do estudo da história da ciência, no qual
mostra um contraste entre duas concepções da ciência:

a) Por um lado, a ciência é entendida como actividade completamente racional e


controlada (Perspectiva formalista);
b) Por outro, ela é entendida como actividade concreta que se dá ao longo do tempo
e que, em cada época histórica, apresenta peculiaridades e características
próprias (Perspectiva historicista).

Este contraste emerge na obra A Estrutura das Revoluções Científicas, ocasionando o


chamado giro histórico-sociológico da ciência, uma revolução na reflexão acerca da
ciência, ao considerar próprios desta os aspectos históricos e sociológicos que rodeiam a
actividade científica, e não só os lógicos e empíricos, como defendia o modelo
formalista, o qual estava a ser desafiado pelo enfoque historicista de Kuhn.

 Enfoque historicista

Segundo tal enfoque, a ciência se desenvolve segundo determinadas fases:

 Estabelecimento de um paradigma

A noção de paradigma resulta fundamentalmente neste enfoque historicista e não é mais


que uma macro teoria, um marco ou perspectiva que se aceita de forma geral por toda a
comunidade científica (conjunto de cientistas que compartilham um mesmo paradigma
e realizam a mesma actividade científica) e a partir do qual se realiza a actividade
científica, cujo objectivo é esclarecer as possíveis falhas do paradigma ou extrair todas
as suas consequências.
Em "Estrutura das Revoluções Científicas", o termo paradigma causou confusão a uma
série de estudiosos. Kuhn esclareceria posteriormente que o termo pode ser utilizado
num sentido geral e num sentido restrito. O primeiro diz respeito à noção de matriz
disciplinar, que é o "conjunto de compromissos de pesquisa de uma comunidade
científica". O segundo sentido denota os paradigmas exemplares, que são a base da
formação científica, uma vez que o pesquisador passa a dominar o conteúdo cognitivo
da ciência através da experimentação dos exemplos compartilhados.
 Ciência Normal
A ciência normal é o período durante o qual se desenvolve uma actividade científica
baseada num paradigma. Esta fase ocupa a maior parte da comunidade científica,
consistindo em trabalhar para mostrar ou pôr a prova a solidez do paradigma no qual se
baseia. Thomas Kuhn estabelece três classificações possíveis para a constituição da
ciência normal: determinação do facto significativo (constructos teóricos e práticos a
respeito de leis da natureza), harmonização dos factos com a teoria e articulação da
teoria (resolução de ambiguidades e problemas).

“A ciência normal, actividade na qual a maioria dos cientistas emprega inevitavelmente


quase todo seu tempo, é baseada no pressuposto de que a comunidade científica sabe
como é o mundo. Grande parte do sucesso do empreendimento derivada disposição da
comunidade para defender esse pressuposto – com custos consideráveis se necessário”.
(Kuhn, 1991, p.24). 

 Crise

Porém, em determinadas ocasiões, o paradigma não é capaz de resolver todos os


problemas, que podem persistir ao longo de anos ou séculos inclusive, e neste caso o
paradigma gradualmente é posto em cheque, e começa-se a considerar se é realmente o
marco mais adequado para a resolução de problemas ou se deve ser abandonado. Então
é quando se estabelece uma crise. O objecto de estudo predominante neste período
denomina-se de anomalias.

 Ciência Extraordinária

Ciência extraordinária, é o tempo em que se criam novos paradigmas que competem


entre si tentando impor-se como o enfoque mais adequado.

 Revolução científica

Produz uma revolução científica quando um dos novos paradigmas substitui o


paradigma tradicional. A cada revolução, o ciclo inicia de novo e o paradigma que foi
instaurado dá origem a um novo processo de ciência normal. Kuhn afirma que "decidir
rejeitar um paradigma é sempre decidir simultaneamente aceitar outro".
Estabelecimento e um novo paradigma
Desta maneira, o enfoque historicista dá importância a factores subjectivos que
anteriormente foram passados por alto na hora de explicar o processo de investigação
científica. Kuhn mostra que a ciência não é só um contraste entre teorias e realidade,
senão que há diálogo, debate, tensões e até lutas entre os defensores de distintos
paradigmas. E é precisamente nesse debate ou luta onde se demonstra que os cientistas
não são só absolutamente racionais, não podem ser apenas objectivos, pois nem a eles é
possível afastar-se de todos os paradigmas e compará-los de forma objectiva, senão que
sempre estão imersos em um paradigma e interpretam o mundo conforme o mesmo. Isto
demonstra que na actividade científica influi tanto interesses científicos (ex.: a aplicação
prática de uma teoria) quanto subjectivos, como a existência de colectividades ou
grupos sociais a favor ou contra uma teoria concreta, ou a existência de problemas
éticos, de tal maneira que a actividade científica se vê influenciada pelo contexto
histórico-sociológico em que se desenvolve. Também é verdade que,
epistemologicamente falando, Thomas Kuhn se guia por um paradigma para estudar a
formação dos paradigmas!

Para Kuhn a ciência é subjectiva e evolui de modo a se aproximar da verdade. Esta


aproximação é feita pela substituição de teorias, paradigmas que são, de acordo com
Karl Popper, objectivamente melhores que a teoria ou paradigma anteriores, sendo
assim a ciência objectiva. Mas Kuhn critica este ponto de vista e afirma que dois
paradigmas são incomensuráveis, e afirma também que, para um paradigma ser melhor
que o outro, tinha de ser objectivamente melhor que o anterior, mas isso não acontece,
pois os factores que levam a escolher um paradigma e desfavorecimento do anterior são
factores subjectivos. Sendo assim, a ciência não é objectiva, pois as escolhas que levam
à evolução da ciência são meramente subjectivas.

Programa de pesquisa Segundo Lakatos


Um programa de pesquisa é um conjunto de teorias e técnicas utilizadas por uma
comunidade científica. O termo foi introduzido na filosofia da ciência por Imre Lakatos.
Lakatos defendia a necessidade de um pluralismo teórico, ou seja, a concorrência de
programas de pesquisa, mesmo quando conflituantes é o que move o progresso do
conhecimento.
Retransmissão da falsidade
Lakatos defendia que uma consequência falsa em alguma previsão de uma teoria não
implica na refutação da teoria, mas aponta algum erro de alguma condição específica ou
das teorias auxiliares que estão envolvidas nos métodos observacionais.(fig.1)
Considerando assim o facto "refutador" como uma anomalia que futuramente será
resolvida.

Heurística
 Negativa (hard core ou núcleo firme): Determina quais são as ideias perenes,
que devem ser consideradas irrefutáveis dentro de um determinado programa de
pesquisa. Ex.: A lei da gravitação de Newton no modelo de órbitas do sistema
solar.
 Positiva (cinturão protector): Orienta como lidar com as divergências
experimentais da teoria; São as hipóteses, aproximações e adições ao núcleo
firme que respondem essas divergências, a fim de manter o núcleo firme como
referência absoluta. Seguindo o exemplo da gravitação de Newton, a suposição
de um planeta além de Úrano para corrigir sua órbita (que posteriormente seria
descoberto Neptuno), é considerado característico do cinturão protector, pois
não refuta a teoria, mas busca outra solução dentro dela.

Classificação dos programas de pesquisa


 Teoricamente progressivo: quando as modificações no cinturão protector
levam a novas previsões.
 Empiricamente progressivo: quando algumas das novas previsões são
corroboradas.
 Regressivo ou degenerado: quando os ajustes no cinturão protector são ad-hoc,
isto é, não resultam em previsões de factos novos, ou prevendo, estes não são
corroborados.

Segundo Lakatos, um exemplo de um programa de pesquisa progressivo é o do modelo


atómico de Bohr, e um degenerado é o marxismo.
Superação de um programa de pesquisa
Processo histórico onde um programa de pesquisa possui um excedente de conteúdo de
verdade em relação a outro, explicando tudo que o outro explicava e prevendo factos
novos que o outro não previa. As revoluções científicas constituem-se em um processo
racional de superação de um programa por outro.

O anarquismo metodológico de Feyerabend


Paul Karl Feyerabend Nascido no dia 13 de janeiro de 1924 em Viena na Áustria, filho
de pai funcionário público e mãe dona de casa, desde muito pequeno, Paul Karl
Feyerabend já demonstrava interesse pela ciência. Ele era curioso e, ainda jovem,
montou um telescópio a partir de sucatas, tornando-se um observador do Instituto Suíço
de Pesquisa Solar. Talvez dessa curiosidade infantil é de onde parte as suas principais
características pessoais, dentre elas a multiplicidade de interesses (Biografías & Vidas,
2018).

Em 1943, Feyerabend ingressou nas Forças Armadas como voluntário e participou da


juventude Hitlerista, sendo oficial do exército alemão nazista durante a segunda guerra
mundial. Mas deixou claro que nunca aderiu emotiva ou ideologicamente ao nazismo.
Porém, quando estava em missão, Feyerabend acabou sendo alvejado e, a partir daí ele
passou a usar uma bengala para se locomover (Moreira e Massoni, 2011).

Enquanto aluno, estudou teatro, história, política, matemática, física, filosofia e


astronomia. Insatisfeito, buscou conhecer mais sobre a física e sob influência de Felix
Ehrenhaft passou a investigar a natureza da ciência, direcionando-se para a filosofia
(Barros, 2012).

Em 1948, faz seu conctato com Karl Popper, que o influenciaria mais tarde. No ano de
1951, conseguiu uma bolsa de estudos, mas com a morte de seu orientador Ludwig
Wittgenstein, elegeu Popper como orientador na London School of Economics .
Lecionou em diversos lugares ao redor do globo como, Bristol, Londres e Berlim.
Durante esse período, acabou desenvolvendo uma visão crítica da ciência, a qual,
descreveu como anarquista para ilustrar a sua rejeição ao uso dogmático das regras
(Brito, Portugal e Ventin, 2011).
Sua opção pelo anarquismo era clara, especialmente em seus escritos: “este ensaio é
escrito com a convicção de que o anarquismo, embora não constituindo, talvez, a mais
atraente filosofia política, é, por certo, excelente remédio para a epistemologia e para a
filosofia da ciência” (Feyerabend, 1989, p. 19).

Sua principal obra Contra o Método – Against the method (Feyerabend, 1977) surgiu a
partir da discussão entre as suas ideias e as ideias de Lakatos. Seria um debate
interessante se Lakatos não tivesse falecido antes de publicar a sua versão. Portanto,
Feyerabend decidiu publicar sua parte sozinho. Sua obra foi fortemente rejeitada pelos
críticos cientistas, o que o fez repensar se deveria mesmo ter feito isso (Feyerabend,
1996).

Anarquismo metodológico
Ao ter conctato com as mais diversas metodologias, Feyerabend se deu conta de que há
muito mais a ser explorado além do método “engessado” proposto pelas metodologias
já prontas. O anarquismo passou então a ganhar a sua atenção.

Para Feyerabend (1977, p. 17), “a ciência é um empreendimento essencialmente


anárquico: o anarquismo teorético é mais humanitário e mais susceptível de estimular o
progresso do que suas alternativas representadas por ordem e lei”. De modo geral, a
concepção anarquista faz oposição ao sistema tradicional, negação de autoridade e
quebra de paradigmas impostos pela estrutura dominante.

Essa estrutura dominante, na sua visão poderia comprometer seriamente as pesquisas


científicas, limitando os pesquisadores a meios já prontos e que não se aplicam a todas
as circunstâncias. Assim o anarquismo se refere “a visão céptica radical segundo a qual
todas as hipóteses, teorias e disciplinas são equivalentes” (Bunge, 2002. p. 27) nesse
sentido nenhuma delas comtempla a verdade. Ou seja, a partir dessas ideias é que surgiu
o desenvolvimento do Anarquismo metodológico e seus pilares.

Pilares do (não)método
O Anarquismo metodológico parte do princípio de que deve-se rejeitar a existência de
regras universais, defendendo a violação dessas regras metodológicas. Porém, isso não
quer dizer que tudo o que se construiu até hoje não deve ser aproveitado, ou ainda, que
as regras não servem para nada.

Essa metodologia prega que deve haver uma liberdade para que o cientista busque o
melhor caminho para a sua pesquisa. “A história da ciência não é composta apenas por
factos e conclusões, mas também por ideias, interpretações díspares e erros”
(Feyerabend, 1977, p. 20). Portanto, assim como pode vir o erro ao optar-se por um
certo caminho, pode vir o acerto também. O importante é que a ciência seja feita de uma
forma mais humana em que os instintos de quem está pesquisando também sejam
levados em consideração.

Sobre a produção do conhecimento e o processo de escolha, Feyerabend afirma que os


passos mais inovadores só foram possíveis porque cientistas ousaram desobedecer a
conjuntos de regras metodológicas que os prendiam (Feyerabend, 1977, p. 29).

Essa “rebeldia” científica pode contribuir muito mais para a sociedade do que se
imagina, como observamos na concepção teórica de dois grandes cientistas: Sigmund
Freud, em suas concepções e novos métodos para a psicanálise; Albert Einstein, que em
sua teoria da relatividade sustenta a física moderna. Por isso, o melhor método é não ter
método e deixar a ciência fluir naturalmente.

Neste princípio de fluidez da ciência, Feyerabend (1977, p. 43) vem com sua proposta
de “tudo vale”, em que expressa que “(…) só há um princípio que pode ser defendido
em todas as circunstâncias e em todos os estágios do desenvolvimento humano. É o
princípio: tudo vale” (Feyerabend, 1977, p. 34), no qual aborda no sentido de
pluralidade, afirmando que não existe uma única metodologia para a ciência. Esta
expressão muitas vezes foi interpretada de forma errônea pelos demais teóricos da
ciência. Feyerabend explicou que seu objectivo não é o de substituir um conjunto de
regras por outro conjunto do mesmo tipo: “meu objectivo é, antes, o de convencer o
leitor de que todas as metodologias, inclusive as mais óbvias, têm limitações”
(Feyerabend, 1977, p. 43).

Assim, deixando claro nesse artigo que ele não pretende afirmar que todas as
metodologias devem ser deixadas de lado pois estão erradas e precisam necessariamente
ser revistas e reformuladas, mas que as academias vislumbrem a possibilidade da
liberdade do cientista para decidir o seu caminho, arriscar com criatividade e novas
concepções, pois ele é quem sabe melhor para onde ir.

Por outro lado, também diz que as metodologias possuem limitações, e que assim não se
deve sempre aceitá-las como uma verdade única, questioná-las torna-se um importante
passo para os avanços científicos.

Partindo do princípio que “essa maneira liberal de agir não é, apenas um facto da
história da ciência, é algo razoável e absolutamente necessário para que se desenvolva o
conhecimento” (Feyerabend, 1977, p. 30). Desta forma, justifica-se a defesa ao
princípio da autonomia por parte dos cientistas, que podem se apropriar não só de
teorias, mas também de suas crenças e convicções, as quais podem proporcionar um
desenvolvimento criativo e uma alternativa ao tradicionalismo.

Nesta perspectiva, o fazer ciência é abordado como uma oportunidade para o cientista
permear suas próprias definições de qual regra empregar em determinada situação de
sua pesquisa.

Feyerabend (1978) acrescentou que sua concepção metodológica não é significado de


uma pesquisa arbitrária e sem orientação, entretanto os padrões existem e surgem
durante o processo e não de pontos de vistas abstractos sobre a racionalidade. O “Tudo
Vale”, assim não significa uma completa desordem e sim uma contínua busca de novas
“regras” a fim de relacionar teorias e buscar novas compreensões para elas. Estas
observações e hipóteses vêm auxiliar no entendimento de situação de pesquisa e da
busca de uma diversidade científica.

Neste contexto da abordagem anarquista da ciência, Feyerabend (1977) diz que a tarefa
do cientista não é mais de ir em busca da verdade, louvar a Deus, de sistematizar
observações ou de aperfeiçoar previsões, e que esses são apenas efeitos colaterais do
processo de tornar forte o argumento que então era fraco.
Conclusão

O homem usa a ciência para tentar explicar suas perguntas de como as coisas acontecem
ao seu redor. Com isto tenta-se criar novas tecnologias para termos um mundo melhor
em que vivamos. Existem campos da ciência que trazem benefícios incalculáveis para o
homem com as comunicações, medicina, informática e muitos outros. Usa-se isto para a
tomada de acções e decisões o que nos faz viver em uma sociedade baseada no
conhecimento. Uma nação que quer ser forte não basta sê-la belicamente e
monetariamente, necessita ter também um grande controle do conhecimento científico.
Porém se temos um grande conhecimento e não usarmo-lo correctamente poderemos
estar indo para o caminho errado.

No início do século XX as ideias de Einstein e Popper revolucionaram a concepção de


ciência e método científico. Os princípios tidos com incontestáveis no século passado
foram cedendo seu lugar à atitude crítica. A partir deles desmistificou-se a concepção de
que método científico é um procedimento regulado por normas rígidas que o
investigador deve seguir para a produção do conhecimento científico. Sendo assim, há
tantos métodos quantos forem os problemas analisados e os investigadores existentes.

A ciência actual reconhece que não existem regras para uma descoberta, assim como
não há para as artes. A actividade do cientista é semelhante a do artista. Os
pesquisadores podem seguir caminhos diversos para chegar a uma conclusão.

Analisando a história da ciência, constata-se que muito de seus princípios básicos foram
modificados ou substituídos em função de novas conjecturas ou de novos padrões.
Aconteceu quando Galileu modificou parte da mecânica de Aristóteles e Einstein fez o
mesmo com Newton. A concepção contemporânea da ciência está muito distante das
visões aristotélica e moderna, nas quais o conhecimento era aceito como científico
quando justificado como verdadeiro. O objectivo da ciência ainda é o de criar um
mundo cada vez melhor para vivermos e atingir um conhecimento científico sistemático
e seguro de toda realidade; que a ciência demonstra ser uma busca, uma investigação,
contínua e incessante de soluções e explicações pra os problemas propostos.
Referencias Bibliográficas
Barbosa Filho, B. Sobre o positivismo de Wittgenstein - Wittgenstein no Brasil, 2008.
Páginas 141 - 162.

https://cta.if.ufrgs.br/attachments/download/144 SILVEIRA, F. L. A epistemologia de


Imre Lakatos: A metodologia do programas de pesquisa.

Lakatos, I.; Musgrave, A. A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo:


Cultrix, 1979.

Lakatos, Imre. 1980. The Methodology of Scientific Research Programmes:


Philosophical Papers Volume 1. Ed. por John Worrall and Gregory Currie.
Cambridge:Cambridge University Press.

(http://books.google.com.br/books?
id=RRniFBI8Gi4C&dq=Research+programmes+lakatos&printsec=frontcover&source=
bl&ots=2kCDbfTMFm&sig=39m4CY5DdNr9j_LeP_x8hNhQxew&hl=ptBR&ei=gfFX
SuX4HZCWtgf2zIzdCg&sa=X&oi=book_result&c=re sult&resnum=6) (em inglês)

Marias, J. Historia de la filosofia. 33. ed. Madrid: Revista de Occidente, 1981. Magee,
B. Mens of Ideas: Some Creators of Contemporary Philisophy, 1978. Página 131

Michael Friedman, Reconsidering Logical Positivism (https://books.google.com/books?


id=e9TjZc9wNUAC&printsec=frontcover#v=onepag&q&f=false)web.archive.org(https
://web.archive.org/web/20140201051721/http://books.google.com/books?
id=e9TjZc9wNUAC &printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false) no Wayback
Machine (arquivado2014-0201) (New York: Cambridge University Press, 1999), p. xiv
(https://books.google.com/book s?
id=e9TjZc9wNUAC&pg=PR14)web.archive.org(https://web.archive.org/web/
20160628112455/https://books.google.com/books?id=e9TjZc9wNUAC&pg=PR14) no
Wayback Machine (arquivado 2016-06-28).

Moreira, M. A.; Massoni, N. T. Epistemologias do Século XX, 2011. Páginas 10 - 12.


Chalmers, A. A Fabricação da Ciência, 1939. Páginas 14 - 17.
Passmore, John. 'Logical Positivism', The Encyclopedia of Philosophy, Paul Edwards
(ed.). New York: Macmillan, 1967, 1st edition
(https://web.archive.org/web/20141014040321/htt p://collegewing.com/logical-
positivism-j-passmore-1967/).

Pedro Galvão (2006). «Positivismo


Lógico.»(http://criticanarede.com/docs/etlf_positivism o.pdf) (PDF). Enciclopédia de
Termos Lógico-Filosóficos. Consultado em 21 de abril de 2013

Popper, K. R. Autobiografia Intelectual, 1986. Páginas 95 - 98.

Popper, K. R. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 2001.

Silva, E. D.; Alencar M. S. D.; Morais J. A.; Barbosa I. S. (2012). «A epistemologia de


Willard van Orman Quine e suas contribuições para o ensino de ciências.»
(http://www.revi stas.uea.edu.br/download/revistas/arete/vol.5/arete_v5_n09-2012-p.44-
54.pdf) (PDF). Revista Amazonense de Ensino de Ciências. Consultado em 26 de abril
de 2013

Silveira, F. L. A metodologia dos programas de pesquisa: a epistemologia de Imre


Lakatos. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, 13(3): 219-230, 1997.
(htt p://www.if.ufrgs.br/~lang/Textos/Lakatos.pdf)

Thomas Uebel (2011). «Vienna Circle» (http://plato.stanford.edu/entries/vienna-circle).


Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 19 de abril de 2013

Você também pode gostar