Você está na página 1de 57

espaço arte-cidade – ponto de

encontro no âmbito urbano

geórgia haddad peinado


orientador: aníbal verri júnior
2 trabalho de conclusão do curso 3
de arquitetura e urbanismo da
Universidade Estadual de Marin-
gá, realizado em 2019 pela aluna
geórgia haddad peinado, sob a
orientação de aníbal verri junior

“Não precisamos ser iguais para


dividir um espaço.“

ELIASSON, Olafur.
5

ao totô, por me ensinar a olhar para


o outro.

à moirinha e ao carlinhos, por me


criarem com carinho, autonomia,
liberdade e pensamento crítico.

à minha família, por todo o apoio e


as boas trocas.

aos meus caros, que participaram


dessa jornada crescendo comigo.
A 7

meu orientador, Aníbal, pela men-


toria semanal, dedicação e cuidado,
bem como pelas conversas arquite-
tônicas sempre tão enriquecedoras.

meu professor e amigo, Eduardo,


que começou isso comigo e sempre
se fez presente na construção deste
ao longo dos últimos anos.

Bia, pelas conversas semanais que


tanto contribuíram para o anda-
mento e a estabilidade que esse
trabalho demandava.

meus professores, pelo discerni-


mento e dedicação ao longo desses
anos.

meus amigos, pelo companhei-


rismo, conhecimento contíguo, os
cafés, as risadas, as trocas na mesa
de bar e as vivências que tornaram
tudo tão único.

aqueles que contribuíram, de


alguma forma, para a discussão e
engrandecimento desta ideia.
sumário
9

esclarecimentos 11

introdução 12

pontos de encontro na cidade democrática 14


i. sobre as cidades caminháveis e a apropriação dos espaços na cidade contemporânea 15

ii. sobre a interação do corpo e a cidade, por sennett 18

sobre espaço arte-cidade: como forma de apropriação criativa 20


i. espaço-arte 21

ii. espaço-cidade 24

balanço 26
i. análise conceitual 27

ii. edifícios condensadores 44

projeto 50
i. esclarecimentos 51

ii. local - análises do entorno 53

iii. partido 62

iv. memorial 64

v. desenhos técnicos 65

considerações finais 109

referências 110
esclarecimentos
10 11

Este trabalho tem como proposta principal a requalificação de uma grande


área central em maringá hoje subutilizada, onde se encontra parte da infra-
estrutura educacional da unifamma e terrenos de garagem, com o intuito de
criar um novo ponto de conexão, um ponto de encontro a partir da vitalidade
de usos e da apropriação democrática neste entroncamento local.

1. Vista superior - Maringá, PR.


Fonte: Google Earth - alterado pela
autora. Acesso em junho, 2019. (1)
introdução

12 13

“uma cidade é construída por diferentes tipos de indivíduos; Essa multifuncionalidade de usos dentro deste complexo se deu a partir
pessoas iguais não podem fazê-la existir. “1 da análise de projetos sendo discutidos como correlatos conceituais, mais do
que correlatos programáticos, com base nos temas estudados e que identifi-
cam os conceitos estudados. Não o bastante, para um melhor embasamento
do conteúdo programático, olha-se também para dois grandes exemplos de
edifícios condensadores: Conjunto Nacional, do arquiteto Daniel Libeskind, e
1. ARISTÓTELES, política, livro ii,
O local sobre a qual esse trabalho se debruça é um local entre: entre as pesso- o Copan de Oscar Niemeyer, ambos na cidade de São Paulo. Analisados como
Capítulo 1.
as e a cidade; entre a rua e o eu; entre o eu e o outro. Assim, procura-se discutir projetos de uma vitalidade tão extrema e que se conectam e se relacionam
sobre a cidade como o local de possibilidade de interação, de conhecimento com o entorno no cotidiano da metrópole.
do outro, uma zona passível de ação e reação e do inesperado.
A ideia inicial para esse trabalho manifestou-se durante uma viagem, obser-
vando a cidade a partir da perspectiva do pedestre e a relação do indivíduo Para tanto, cria-se um ponto de encontro no espaço arte-cidade, uma área de
com o seu entorno. Ao nível do chão, andando pelas calçadas, pelas praças e permanência em uma região central a partir da vitalidade de usos se apoiando
até mesmo pelos miolos de quadra, foi possível observar como uma arquitetu- em três pilares: o lazer pelo uso cultural traduzido em espaço arte, como a
ra convidativa pode tornar a relação do ser com a cidade e do ser com o outro forma de lazer e acesso democrático ao complexo, juntamente com o intuito
algo mais interessante. de aproximar o indivíduo da cultura. O morar e o trabalhar identificado como
espaço cidade, definido por um edifício que concentra comércios, serviços e
uma torre residencial e um segundo que concentra usos de comércios, servi-
Dessa forma, a partir da leitura de diversos autores que discutem temáticas ços e torre de escritórios. O espaço entre – uma praça sem uso específico que
como vitalidade, cidades caminháveis, apropriação e o encontro com o “ou- será essencial para a conexão desses dois programas entre si, e destes com o
tro” no âmbito urbano, foi possível compreender os aspectos que podem in- meio urbano no qual o projeto se integra, servindo como uma passagem no
fluenciar nessa melhor ocupação da cidade pelas pessoas, como essa pode ser meio de quadra e uma área de estar para a cidade, interessante ao olhar e
influenciada e até mesmo porquê elas acontecem em determinados locais, convidativa ao pedestre.
tentando entender, não apenas esses pontos de encontro, mas também como
criá-los e estimulá-los.

Com isso, esse trabalho visa a criação de um complexo com vitalidade de usos
que englobem o morar, o trabalhar e o lazer. Este último quesito de extrema
importância é abordado como uso cultural, por conta da apropriação democrá-
tica e abrangência que escapam aos limites do complexo em si. O uso cultural
garante esse acesso mais permeável à cidade, atingindo a comunidade exter-
na. A democratização do espaço destinado ao ser, possibilitando sua “desindi-
vidualização”, abordada por Sennett, a partir de um contato com outro em um
lugar confluente de diferentes pessoas e diferentes usos.
14
: pontos de encontro na
cidade democrática
15

i.

sobre as cidades caminháveis e a
apropriação dos espaços na cidade contemporânea

“O automóvel como transporte há muito tempo está 1. Paulo Mendes da Rocha,


condenado“.1 entrevista ao programa
Conversa com o Bial, 18.08.2017.

2. (SENNET, 2006, p. 295)


O caminhar pelas cidades é um conceito retomado pelos estudos urbanos
como um dos meios para se compreender melhor as dinâmicas das cidades,
em uma visão mais sensível. Essa teoria, explorada por Francesco Careri nos
livros “Walkscapes: o caminhar como prática estética” e “Caminhar e Parar”,
auxilia na conformação de uma nova noção de direito à cidade.

É possível afirmar que esse conceito da exploração da cidade a pé e da sua


escala apropriada ao pedestre foi se perdendo a partir dos novos preceitos
urbanos modernistas sob os quais Maringá, o lugar do projeto, foi projetada. O
que acabou se acentuando a partir da subordinação das pessoas aos automó-
veis como meio prioritário de locomoção (GEHL, 2010): a disponibilidade do
automóvel e a sua participação nas cidades se tornaram um pivô na segrega-
ção das funções pelo espaço, o que faz com que atualmente existam espaços
livres próximos à área central, devido às mudanças de uso de alguns bairros.

Agora, as pessoas mexiam-se rapidamente, em especial para


e no interior dos subúrbios a que só tinha acesso por meio
de automóveis. A logística da velocidade, porém, aliena o
corpo dos espaços através dos quais ele se desloca e, por isso,
1. Avenida Paulista fechada considerando mínimas razões de segurança, o planejamento
aos domingos para carros,
das vias expressas tornou-as neutras e padronizadas.2
proporcionando um espaço
de encontro dentro da cidade
democrática. Pedestres, ciclistas, Mesmo com uma área central concentrada, com calçadas largas, grandes pra-
artistas em confluência neste ças dentro da malha urbana e que esteja alocado sob um terreno plano, não é
grande meio. Fonte: imagem de se negar a prioridade pelo espaço do automóvel, o rumo dos acontecimen-
cedida por Lilian Camillo, junho tos históricos acabou por reduzir as oportunidades do pedestrianismo como
2016. (1)
locomoção (GEHL, 2010), e o mercado imobiliário limitou os espaços públi-
16 cos em seus edifícios, como era frequente em alguns edifícios modernos – as 17
agências bancárias, por exemplo, tinham seus térreos livres e permitiam a pas-
sagem de pedestres, conectando diferentes ruas em seus meios de quadras
como se fossem praças cobertas (VERRI, 2016). Tudo isso acabou restringindo
1. CARERI, 2017; p. 81
os pedestres ao desinteressante e limitado espaço da calçada, linear, óbvio e
2. Dicionário Priberam da Língua
monótono, o que torna o caminhar pela cidade uma escolha menos viável.
Portuguesa. Site: <https://
www.priberam.pt/dlpo/ Caminhar, estar lá é um ato de democracia, de reapropriação do
apropria%C3%A7%C3%A3o>. espaço público, em algum modo, de revolução. (CARERI, 2017;
Acesso: nov. 2018. p. 81) 1
1. Praça Rocha Pombo - Maringá,
a.pro.pri.ar
 PR. Espaço verde obsoleto por
3. GEHL, 2010, p. 38)
1. Tornar ou ser adequado ou conveniente a. estar circundado por uma grande
2. Apossar-se. 2 avenida, inibindo acesso e
permanência dos pedestres. Fonte:
da autora, abril 2019.
O ato de apropriar-se das cidades através do explorar a pé se torna um ato
muito mais político e saudável para as cidades. Para Gehl (2010, p. 157), a 2. Praça do Ingá - Avenidas
“cidade como local de encontro também é uma oportunidade para trocas de- fechadas ao redor do Parque do
mocráticas”, e a presença dos habitantes em seus espaços acaba favorecendo Ingá para que foodtrucks, artistas e
a sensação democrática de segurança e compartilhamento do espaço urbano. produtores locais possam se alocar.
Dessa forma, passa-se a prestar mais atenção à qualidade não só das calçadas, Espaço se torna convidativo ao
pedestre não só pelos usos, mas
mas dos espaços públicos de apropriação em si.
pela ampla área livre. Crianças
e adultos andando de bicicleta,
Ao analisar as praças e áreas comumente de lazer da área central da cidade, é (1) fazendo exercícios, contato
possível perceber a subutilização desses locais, devido a um uso pouco inse- com o verde são algumas das
rido na rotina da cidade. Praças e áreas verdes ficam geralmente isoladas por vantagens desse grande espaço
avenidas tomadas por automóveis, não facilitando o seu acesso e a sua apro- livre disponível. Fonte: Blog do
Rigon - Maringá News, disponível
priação. Há nos dias livres uma intensa e dinâmica ocupação dos gramados
em: < https://angelorigon.com.
da Praça da Catedral e das avenidas ao redor do Parque do Ingá, fechadas aos br/2017/09/22/feira-do-parque-
carros aos domingos. do-inga-tera-musica-e-artistas-
plasticos/>. Acesso em janeiro de
Enquanto a rua sinaliza movimento [...], psicologicamente a 2020.
praça sinaliza a permanência. Enquanto o espaço de movimento
diz “vá, vá, vá”, a praça diz “pare e veja o que acontece aqui.3

No entanto, faltam ainda os espaços de transição e permanência inseridos


no cotidiano, que se utilizem de uma lógica de redes e passagens urbanas
multifuncionais que possam, por intermédio da arquitetura na escala urbana,
atender a imprevisibilidade de usos que as pessoas da cidade demandam.
(2)
18 19

ii. sobre a interação do corpo e a cidade, por sennett

1. SENNETT, 2006, p. 289) Para o autor, as relações das pessoas com o Outro e com a cidade se efetivam
a partir do corpo, e são as vivências de cada sociedade específica que acabam
por determinar seus espaços públicos. Sennett exemplifica como o compor-
tamento do homem molda diferentemente a participação na cidade em cada
época: em Atenas, a cultura cívica era tão intrínseca ao dia a dia da cidade que
o significado da palavra Polis era “espaço onde as pessoas expressam a mais
alta expressão de unidade” (SENNETT, 2006, p. 36).

O individualismo moderno sedimentou o silêncio dos cidadãos


na cidade. A rua, o café, os magazines, o trem, o ônibus e o
metrô são lugares para se passar a vista, mais do que cenários
destinados a conversações. 1

“A sociedade moderna está desabilitando as pessoas da prática da cooperação”


(SENNETT, 2012, p.19), o que o autor justifica em seu livro “Juntos“, de 2012,
como um “isolamento causado pela lógica material geradora de desigualda-
de”. Este processo também foi debatido por David Harvey (2002) em seu livro 1. Praça em frente ao Mercado
“A condição pós-moderna”, ao explicitar uma mudança no comportamento das de Abastos - Alhama de Múrcia,
Espanha. A sombra e o banco e
pessoas a partir do novo capitalismo moderno industrial do século XIX. Para
degraus servindo como ponto de
Harvey, perdeu-se o senso de coletividade e de luta de classes, a percepção e a encontro e contato com o Outro em
empatia para com o outro em um espaço de apropriação e relação das pessoas plena terça-feira. Fonte: da autora,
com a cidade, em prol de uma individualização pessoal em um capitalismo câmera analógica, junho 2018.
pós-moderno que, justamente, tira vantagem desta não coletividade como
forma de não reivindicação e alienação de direitos.

Assim, é plausível concluir que o encontro no âmbito público da cidade, a partir


das teorias de Harvey e Sennett, pode ser analisado como um ato democrático,
de empoderamento e tomada de consciência de direitos. Este trabalho aplica
essa abordagem teórica de encontro de corpos no âmbito urbano a partir de
“edifícios condensadores sociais” em sua multifuncionalidade de usos. (1)
20
: sobre espaço arte-cidade:
como forma de apropriação criativa
21

i.
1. ELIASSON, Olafur. Série Abstract: Meu trabalho depende completamente do espectador. De
The Art of Design “Olafur Eliasson: transformar ideias em arte. 1
O design da arte”. espaço-arte

No decorrer da história, a arte fez contribuições valiosas para 1. GEHL, 2010. p. 179
a qualidade do espaço urbano, através de monumentos,
esculturas, fontes, detalhes de construções e decoração. A arte 2. RAMOS, 2007; p. 106
comunica beleza, monumentalidade, memória de eventos
importantes, comentários sobre a vida em sociedade, os
concidadãos e a vida urbana, junto com surpresas e humor.
Agora, como sempre, o espaço urbano pode atender a uma
função relevante como uma interface entre arte e gente. 1

A denominação espaço-arte entra neste projeto como um dos usos de lazer


que ganha a função de uso cultural, com a intenção de aproximação do indi-
víduo da cultura, como o meio mais democrático e permeável ao aspecto da
cidade como espaço de apropriação, bem como base de conhecimento, ques-
tionamento, criação e liberdade de expressão. Dessa forma, o centro cultural
1. Obra da artista Laura Vinci em (1) culmina na vitalidade de diversos usos culturais que viabilizam a dinamicida-
homenagem a Paulo Mendes da de de horários e apropriações que fogem ao controle, em se tratar de mora-
Rocha - em vapor de água, elevando
dias e horário comercial. Para Milanesi (1997, apud ramos, 2007), a principal
a marquise (“pedra”) para as nuvens
no prédio do Mube, projetado
função de um centro cultural relaciona-se com o acesso à informação, estando
pelo arquiteto em parceria com o vinculada a três verbos fundamentais: informar, discutir e criar.
escritório MMBB. Fonte: da autora,
câmera analógica, julho de 2017. [...] os centros culturais poderiam funcionar como um espaço
de leitura crítica, apropriação, conciliação e intervenção na
contemporaneidade, propondo uma relação de diálogo com a
cidade, a comunidade, as pessoas, o seu entorno. 2

Além de ser ponto de confluência de informações artísticas e culturais, o proje-


to do centro tem a proposta de reunir programas que atualmente encontram-
-se espalhados pela cidade em espaços sublocados, por vezes sem infraestru-
tura adequada, gerando um custo que poderia ser revertido em investimento
para a cultura. Ademais, o extenso programa que um centro cultural, enquan-
(1) to instituição pública, compreende em seus equipamentos (salas de teatro,
22 1. ROGERS, 1997, p. 150 bibliotecas, salas multiuso, auditórios, espaços de exposições) garante uma 1. Atualmente a Biblioteca Bento 23
Munhoz da Rocha foi transferida
vitalidade constante, em diferentes horários (COELHO,1997).
para uma das lojas do térreo de um
edifício comercial no novo centro
Nunca estivemos tão eletrônica e fisicamente ligados,
da cidade de Maringá. Fonte: da
contudo, nunca estivemos socialmente tão separados. A
autora, abril de 2019.
liberdade individual reduziu nossa interdependência e,
como consequência, nosso senso de interesse comum. Para
2. A única forma de identificação da
contrabalancear estas forças, precisamos incentivar e premiar
Biblioteca Bento Munhoz da Rocha
a participação em tarefas que servem de base à sociedade.
visual do equipamento público são
Poderíamos aproveitar o potencial de “tempo livre” para incluir
seus adesivos sutis que comunicam
uma gama ampla de atividades culturais.1 (1)
o uso, mas não garantem a entrada
nem a permanência no espaço.
Já que centros culturais são reconhecidos como disseminadores de informa- Fonte: da autora, abril de 2019.
ções, em um contexto de dependência tão grande dos fluxos de informações
na era digital, é possível olhar para a informação não só como uma oportuni-
dade para questionar e refletir sobre a cultura, mas como uma oportunidade
de criação desses novos encontros.

Assim, propõe-se como principal equipamento de uso cultural deste comple-


1. Interior da biblioteca do Centro
Cultural São Paulo, na qual se tem
uma interação com o verde exterior
e inúmeras pessoas aproveitam da
(2)
infraestrutura do lugar para sentar,
estudar, passar e ficar. Fonte: da
autora, abril de 2019. xo, uma nova biblioteca pública, juntamente com um auditório (teatro, cine-
ma, palestras); salas destinadas à musica, dança, artes visuais, artes gráficas,
pintura; um espaço para exposições e espaços de convívio que permeiam e
costuram a vida deste complexo com o seu entorno.

A proposta de uma nova biblioteca se justifica, uma vez que atualmente o acer-
vo de 136 mil livros do município se encontra dissolvido em seis bibliotecas.
no entanto, para a bibliotecária Romi Matos, o acervo é pouco aproveitado
pela população: há o desafio de fazer as pessoas irem às bibliotecas, que hoje
encontram-se espaços alugados, que não atendem as demandas de ilumina-
ção, ventilação e salubridade adequadas.

Dessa forma, a congestão de usos culturais dentro de um complexo híbrido


agrega à vida coletiva aspectos da democraticidade e da permeabilidade do
público externo ao recinto, bem como se torna um ponto de respiro e de refle-
(1) xão criativa em meio a congestão da vida cotidiana.
24 democráticos e saudáveis em diversos horários do dia. Para Rogers (1997, p. 25
10), estes espaços de alteridade que reúnem partes diversificadas da cidade
“desenvolvem um sentimento de tolerância, consciência alerta, identidade e
respeito mútuo”.

ii.
1. (ROGERS, 1997, p. 152)

[...] partilhar espaços públicos derruba preconceitos e nos


espaço-cidade obriga a reconhecer responsabilidades comuns, ou seja, une
as comunidades. A liberdade do espaço público deve ser
defendida tão fortemente como a liberdade de expressão. 1

1. Fonte: Dicio online. Site: al.te.ri.da.de


<<https://www.dicio.com. 1. Caráter ou estado do que é diferente, distinto, que é outro.
br/alteridade/>>. Acesso em Que se opõe à identidade, ao que é próprio e particular; que
novembro de 2018. enxerga o outro, como um ser distinto, diferente.
2. {Filosofia] Circunstância, condição ou característica que se
2. CUNHA, Gabriel Rodrigues desenvolve por relações de diferença, de contraste.1
da. A Arquitetura Russa nos
Primeiros anos da Revolução:
O que se compreende aqui como o espaço-cidade seria a diversidade de usos
o Construtivismo e a noção
de“condensador social. Dissertação
compreendidos dentro do cotidiano da cidade – morar, trabalhar, vivenciar
(Mestrado em Teoria e História da – concentrados em um mesmo local. Este princípio teórico, mais conhecido
Arquitetura) – Universidade de São como “condensadores sociais”, foi idealizado por vanguardas russas do século
Paulo, São Carlos. XX, demonstra uma forma de conceber arquitetura a partir das atividades hu-
manas no espaço e na cidade. Esta noção vanguardista embasava a construção
do socialismo, identificando a edificação em um modo de vida coletivo que
se relaciona e organiza a vida na cidade. O socialismo russo também tinha (1) 1. Sobre congestão de fluxos e
embasamento na arte soviética juntamente com a vida coletiva e a vida políti- pessoas no espaço público - estação
de metrô em São Paulo. Fonte:
ca. Assim, a efervescência natural da vida democratizada se unia às artes que
imagem cedida por Amanda
deveriam se dissolver e atingir as ruas. 2 Baretta, julho de 2012.

Assim, a associação de arquitetos participantes da Revolução da década de


XX, intitulados “construtivistas” são uma organização militante pela tradução
arquitetônica do “novo modo de vida socualista”, sendo vinculada a outras
organizações e personalidades progressistas como a Bauhaus e Le Corbusier
(KOPP, pág. 20, 1990). Algumas variações dessas transformações político so-
ciais econômicas russas podem ser vistas dentro do movimento da arquitetura
moderna no Brasil.

A partir dessa interação e das confluências de usos dos “edifícios condensa-


dores”, de pessoas e dos fluxos de diferentes modais influenciando sobre
este espaço, as trocas entre as pessoas acabam tornando estes espaços mais
26
: balanço
27

i.
O balanço feito neste capítulo articula bons exemplos de vitalidade e multipli-
cidade de uso. Fatores de extrema relevância após a análise teórica e o princí-
pio empírico que embasaram este trabalho. análise conceitual

Dessa forma,a primeira parte desse capítulo conta com análises conceituais
feitas a partir de lugares visitados nas viagens, auxiliando na criação de um
partido arquitetônico, que pudesse transmitir de alguma forma toda a expe- Como a análise empírica foi de extrema importância para a concepção deste
riência agregada e o sentimento vivenciado, principalmente pela perspectiva trabalho, alguns dos locais visitados nos últimos anos foram analisados a par-
do pedestre. tir das teorias estudadas e serviram como correlatos conceituais para o projeto
em si. Ora analisando o porque eles são apropriados, ora condizendo como
Não o bastante, na segunda etapa, estuda-se dois edifícios renomados no con- pontos de encontro no âmbito urbano e o impacto disso na cidade em si.
texto nacional como “condensadores sociais”, sinônimos de vitalidade e multi-
funcionalidade de usos para o contexto da cidade, como base para o programa
e as áreas a serem empregadas no projeto em si.

1. Mirante/praça em cima do museu


do MAAT, em Lisboa – Portugal
– projeto da arquiteta Amanda
Levete. Aqui, este local se insere
como um ponto de permanência,
contemplação que, a partir da sua
laje inclinada, acaba se tornando
um ponto integrado e de fácil
acesso ao pedestre. Vista para
a Ponte 25 de abril e o Rio Tejo.
Fonte: da autora, julho de 2018.

(1)
28 29

a. miradouro de santa catarina - lisboa, portugal.

Este miradouro, localizado em uma das sete colinas da cidade de Lisboa, no


Bairro Alto pode ser analisado como um atrativo para a cidade pela paisagem.
A altitude em que se encontra e a sua localização privilegiada e com vista para
o Rio Tejo e a Ponte 25 de Abril tornam o ambiente, que não possui um uso es-
pecífico em um espaço livre para apropriação. Assim, é possível observar que
uma ausência de uma arquitetura e um uso, mas sim uma vista, pode garantir
a ocupação do espaço pelas pessoas.

(1) 1. Miradouro de Santa Catarina,


Bairro Alto, Lisboa – Portugal. Fonte:
da autora, julho de 2018.

2. Miradouro de Santa Catarina,


Bairro Alto, Lisboa – Portugal. Fonte:
da autora, julho de 2018.
1. Mapa da localização do (1)
miradouro – Fonte: Google Earth,
dezembro de 2019. Alterado pela
autora.
70 m

2. Corte do perfil de elevação 60 m


48 m
50 m
do Miradouro, demonstrando a 40 m

elevação a 48m acima do nível 30 m

20 m

do rio Tejo - Fonte: Google Earth, 10 m

dezembro de 2019. Alterado pela


0m

(2) (2)
autora. 0,25 km 0,50 km 0,75 km 1 km 1,25 km 1,50 km 1,75 km 2 km 2,25 km 2,50 km
30 1. Fotos da antiga vila operária, no 31
bairro de Alcântara, Lisboa. Fonte:
Arquivo Municipal de Lisboa, via
blog SAPOÊNCIA. Disponível em:
<https://bocasfoleiras.blogs.

b. lx factory - lisboa, portugal sapo.pt/companhia-de-fiacao-


e-tecidos-700516>. Acesso em
dezembro de 2019.

2. Pintura da antiga caixa d’água do


bairro como marco na paisagem.
Situada no antigo bairro industrial de Alcântara, o espaço que hoje dá lugar ao Fonte: da autora, julho de 2018.
Lx Factory era no século XIX a localização da Companhia de Fiação e Tecidos Lis-
bonense, com um grande complexo de barracões e uma vila operária. Com a
falência da Companhia, o espaço deu lugar a inúmeras fábricas até ser abando-
nado na metade do século XX. Após décadas de decadências deste patrimônio (1)
industrial, ele foi revitalizado e transformado em LxFactory pela empresa Main-
side Investments, após o incentivo de negócios inovadores com a crise de 2008
na Europa. 1

Assim, LxFactory se tornou um complexo comercial cultural, denominado


como uma “ilha criativa” que une a atmosfera industrial à arte, em seus inú-
meros usos, dentro de um espaço que aglomera inúmeras atividades com-
plementares: cafés, restaurantes, oficinas de artistas, restaurantes, estúdios
de tatuagens, fotografia e design, lojas de comércios locais, escritórios de
coworking e companhias de teatro, juntamente com espaços mais tradicionais
como escritórios de contabilidade e advocacia se aglutinam dentro desta fábri-
ca “ressuscitada” tão diversa e única.

Uma fracção de cidade que durante anos permaneceu escondida é


1. Fonte: Revista EFE - Disponível
agora devolvida à cidade na forma da LXFACTORY. Uma ilha criativa
em: >https://www.efe.com/
ocupada por empresas e profissionais da indústria também tem
efe/portugal/destacada/
sido cenário de um diverso leque de acontecimentos nas áreas da
lx-factory-a-fabrica-de-ideias-
moda, publicidade, comunicação, multimédia, arte, arquitectura,
e-experiencias-artisticas-
música, etc. gerando uma dinâmica que tem atraído inúmeros
lisboa/50000440-2628910<.
visitantes a re-descobrir esta zona de Alcântara. 2
Matéria de 2 de junho e 2015,
acesso em dezembro de 2019.
O fator artístico passa a ter um caráter relevante dentro deste complexo, unida
2. SITE Lx Factory - Como começou aos usos diversificados, no qual a antiga arquitetura industrial não é descarac-
- Disponível em: <https://lxfactory. terizada e nem restaurada, mas ganha um novo fator de destaque a partir das
com/a-lxfactory/>. Acesso em artes espalhadas, tornando cada um de seus cantos algo singular e característico
(2)
dezembro de 2019. à atmosfera vintage e underground que perpassa todo o espaço. 1
32 As artes espalhadas ao longo das construções desse espaço ou até mesmo em 33

4º pvto elementos de destaque servem como pontos de atração que atraem a atenção
do pedestre ao entorno. Ademais, além da oportunidade de divulgar artistas
locais, têm-se também a criação de uma identidade cultural e empoderamen-
to da história.

3º pvto

2º pvto

(1) 1. Pinturas murais nas diversas


construções que formam o
1º pvto complexo da antiga fábrica - Lx
Factory. Fonte: da autora, julho de
2018.

2. Pinturas murais identificando


personalidades da cultura local.
Fonte: da autora, julho de 2018.

térreo 3. Intervenções murais como pontos


artísticos nas construções. Fonte: da
autora, julho de 2018.

1. Mapa de usos - Lx Factory. Fonte:


site Lx Factory - Disponível em: restaurantes serviços escritórios
<https://lxfactory.com/mapa/>.
Acesso em dezembro de 2019. lojas ateliês outros
(1) (2) (3)
Mapa de usos - Lx Factory. Fonte: site LxFactory - Disponível em: <https://lxfactory.-
34 35

c. passeio dos clérigos, praça de Lisboa – porto, portugal

Esta revitalização da antiga praça do Mercado dos Anjos, projetada pelo es-
critório Balonas & Menano (2013) - como resultado de concurso público -, 1. PASSEIO DOS CLÉRIGOS – PRAÇA
LISBOA – SITE: Disponível em:
surpreende pelo partido de conexão em um jardim urbano com comércio no
<https://architizer.com/projects/
terreno. O edifício em si que se relaciona com seu entorno não apenas em praca-de-lisboa/>. Acesso em
gabarito, mas fazendo a conexão entre a Torre do Comércio e a Livraria Lello dezembro, 2019.

1. Escultura emoldurando a vista (1)


para o Rio Tejo e a Ponte 25 de
Abril a partir do terraço do bar Rio
Marabilha Fonte: da autora, julho
de 2018.

2. Pintura mural como ponto de


destaque em restaurante . Fonte: da
autora, julho de 2018.
1.Implantação com o jardim
elevado e o caminho de conexão
entre as pontas da praça. Desenho:
Balonas & Menano - Architectural
and Urban Concept – SITE:
Disponível em: <https://architizer.
com/projects/praca-de-lisboa/>.
(2) (1) Acesso em dezembro, 2019.
36 (dois pontos importantes dos arredores) em uma escala pequena e que não 1.Corte demonstrando o jardim, 37
o passeio interno semi-coberto
quebra a ligação do interior e exterior.
e os pavimentos destinados a
estacionamento.. Desenho: Balonas
O programa que consiste majoritariamente por estacionamento, em seu sub- & Menano - Architectural and Urban
solo e outro pavimento semi-enterrado, conta em seu térreo com lojas de co- Concept – SITE: Disponível em:
mércios nessa rua interna que se abre pra cidade em um âmbito semi-coberto, <https://architizer.com/projects/
enquanto no seu terraço funciona um jardim com área de lazer e bares, tendo praca-de-lisboa/>. Acesso em
uma extensa área verde acessível à população. (1) dezembro, 2019.

1. PASSEIO DOS CLÉRIGOS – PRAÇA Neste exemplo, os usos comerciais voltados para dentro, o jardim elevado e o
LISBOA – SITE: Disponível em: partido arquitetônico garantem a apropriação deste miolo de quadra e a rela-
<https://architizer.com/projects/ ção do novo edifício com o entorno, no local da antiga praça, favorece o fator
praca-de-lisboa/>. Acesso em histórico, as conexões e o diálogo com a cidade. 1
dezembro, 2019.

(2) 2. Imagem de uma das entradas do


caminho interno com lojas e cafés,
unindo usos ao partido de conexão
pelo miolo de quadra, sendo um
local de permanência e um convite
ao passeio. Fonte: da autora, julho
de 2018.

3. A cobertura do passeio dos


clérigos contém um grande jardim
verde que serve como um espaço
de permanência convidativo para
1.Planta térreo com o uso comercial as pessoas, em comparação com o
voltadas para esta caminho. entorno concreto e pouco natural
Desenho: Architectural and Urban da cidade. Fonte: da autora, julho
Concept – SITE: Disponível em: de 2018.
<https://architizer.com/projects/
praca-de-lisboa/>. Acesso em
dezembro, 2019. (1) (3)
38 39

d. casa da música – porto, portugal

Em uma análise conceitual da vista superior do projeto da Casa da Música, do


escritório OMA, em Porto, é possível perceber o contraste deste com o local.
Pela ausência de elementos paisagísticos e até mesmo pela escala do edifício (1) 1. Elevação noroeste do projeto,
em relação a praça cívica, bem como o seu projeto de integração com o entor- com as ondulações do terreno que
no acaba favorecendo conexões neste terreno de esquina. favorecem essa interação com a
praça. Fonte: site www.archdaily.
com.br, acesso em dezembro de
Na escala do pedestre ainda, é possível observar como sutilezas do projeto 2019.
arquitetônico conseguem favorecer inúmeras apropriações. Em específico no
dia da visita, as ondulações da praça bem como as suas curvas dentro deste 2. Praça cívica e entrada principal da
espaço livre de grandes obstruções se tornaram convidativas para a presença Casa da Música. Com as ondulações
de ciclistas e skatistas, juntamente com crianças que olhavam para as irregula- da praça, a escadaria demarcando
ridades do terreno como uma oportunidade de brincadeira. acesso e fornecendo sombra em
meio ao campo aberto do terreno.
Fonte: da autora, julho de 2018.

1. Vista superior - Porto, Lisboa, (1)


demonstrando o entorno na qual
o projeto da Casa da Música se
insere, como parte da análise.
Fonte: Google Earth, acessado em
dezembro de 2019. Alterado pela
autora.

(2)
40 1. Planta Térrea do CCSP | 2019. 41
Este desenho foi feito para
exposição ‘’Access for All: São
Paulo’s Architectural Infrastructures”,
com curadoria Daniel Talesnik,

e. centro cultural são paulo - são paulo, brasil que acontece na Pinakothek der
Modern, Architecture Museum of
the Technical University of Munich,
a partir do dia 12 de junho de
2019. Fonte: Instagram Pianca.arq -
@pianca.arq. site: >> https://www.
Exemplo de apropriação em São Paulo, o Centro Cultural São Paulo não pode- (1) instagram.com/p/BzLWgTlIxRk/<<.
ria faltar ao contexto deste trabalho. Projetado pelos arquitetos Eurico Prado Acesso em dezembro de 2019.
Lopes e Luiz Telles (1972-1982), com cerca de 46.500.0 m², o antigo progra-
2. Cortes transversais do CCSP |
ma de uma biblioteca se tornou um centro cultural e um exemplo de arquite-
2019. Este desenho foi feito para
tura da “escola paulista”.
exposição ‘’Access for All: São
Paulo’s Architectural Infrastructures”,
Um dos capítulos do livro “Espaço em obra: cidade, arte, arquitetura” dos com curadoria Daniel Talesnik,
autores Guilherme Wisnik e Julio Marutti, chamado “Arquitetura: modos de que acontece na Pinakothek der
usar” aborda o Centro Cultural São Paulo, juntamente com o Sesc Pompéia Modern, Architecture Museum
– da arquiteta Lina Bo Bardi -, como projetos segundo os autores definidos of the Technical University of
Munich, a partir do dia 12 de
como “comoventes do ponto de vista do uso dos seus espaços” (WISNIK; MA-
junho de 2019. Fonte: Instagram
RUTTI, 2018, pág. 110). O projeto se integra de maneira muito simples na Pianca.arq - @pianca.arq. site: >>
cidade, associado à centralidade do equipamento que se encontra conectado https://www.instagram.com/p/
à Estação Vergueiro do Metrô, permitindo a integração visual e a privacidade BzIyWA5IwkN/<<. Acesso em
que determinadas áreas do programa exigem. Dessa forma, se relaciona de dezembro de 2019.
diferentes formas com o espaço público no qual se insere. O principal meca- (2)
nismo de conexão do Centro Cultural São Paulo são seus vagões que fazem as
distribuições dos programas ao longo e a partir dele.

O que impressionou durante a visita, realizada em abril de 2019, foi a apro-


priação tão intensa desse lugar. Nos seus espaços de passagem, que acabaram
se tornando de permanência, pessoas ensaiando passos de dança diante dos
vidros dos corredores; os vazios aos lados do jardim serviam para grandes gru-
pos, enquanto as mesas espalhadas pelos pátios abertos estavam lotadas de
pessoas estudando, trabalhando, comendo. Espaços fluidos, sem um uso deter-
minado, sendo apropriados a partir de sua infraestrutura para diversas ações.
1. (WISNIK; MARUTTI, 2018, pág.
“[...] o evidente sucesso do edifício em relação aos seus ‘modos 111)
de usar’ possa trazer, [...], lições de vitalidade e inteligência para
a cidade de São Paulo em relação aos seus ‘modos de fazer’ nos
próximos anos”.1 (2)
42 43

1. O pátio interno com um extenso


jardim proporciona umidade e
sombra pra quem passa e para,
aproximando o verde do ambiente
urbano, trazendo aconchego.Fonte:
da autora, abril de 2019.

2. Imagem de pessoas usufruindo


da sombra das marquises voltadas
para o pátio entre as aberturas dos
vagões. Sem um uso específico,
o ambiente ainda se torna
convidativo para o parar. Fonte: da
autora, abril de 2019.

3. Imagem do restaurante do CCSP,


próximo ao jardim interno que (1) 1. Acesso ao telhado verde que
marca presença entre os corredores consta não apenas com uma horta
do centro. Fonte: da autora, abril comunitária, mas também propõe
de 2019. uma área de descanso/lazer em
contato com o verde. Fonte: da
(1) autora, abril de 2019.

2. Imagem de uma parte da área de


exposição ao longo dos corredores,
demonstrando essa permeabilidade
visual com todo o edifício, definido
a partir de seus recortes, suas
rampas e semi-níveis. Fonte: da
autora, abril de 2019.

(2) (3) (2)


44 45

ii. edifícios condensadores


a. copan, oscar niemeyer - são paulo, brasil

Como resposta ao estudo dos “edifícios condensadores sociais”, que se ade- breve ficha técnica:
quam ao modo de vida do trabalhador, tem-se como resposta arquitetônica
das influências das vanguardas russas no contexto nacional da hibricidade de Autor: Oscar Niemeyer e Carlos Lemos Lote: 11.500m2
usos sociais e culturais (retomando os aspectos do morar, do trabalhar e do Ano: 1950
 Número de Pavimentos:
lazer): o Edifício Copan (1950), projetado por Oscar Niemeyer e o Conjunto Área: 130.000m2
 Base: 3 pavimentos;
Nacional (1955), de Daniel Libeskind, ambos em São Paulo. Ambos edifícios Localização: Av. Ipiranga,
jardim elevadoSão Paulo – SP Torre: 32 pavimentos de
que possuem a congestão de usos em um espaço de relação com o entorno e
a cidade. O edifício Copan que idealizava a modernidade nacional em um projeto pos-
residências 1.ROSA, Vanessa Calazans da.
Edifício Multifuncional. Trabalho de
sui uma forma arquitetônica única inconfundível na paisagem atualmente
comércio/serviço
Conclusão de Curso (Arquitetura
adensada noescritórios
centro de São Paulo. O programa que parte da multiplicidade de e Urbanismo) – Universidade
usos, conta com uma base destinada a comércio e serviço; juntamente com Estadual de Maringá, Maringá – PR,
uma galeria estacionamento
e um uso cultural pelo teatro de 3500 lugares. Um terraço e um 2013.
foyer destinado a escritórios, ao passo que dois andares previamente dedica-
dos a sobrelojas se tornaram obsoletos. 1 2. OUKAWA, Carolina Silva. Edifício
1. Edifício COPAN diretamente da Copan: uma análise arquitetônica
calçada. Fonte: da autora, julho de com inspiração na disciplina análise
2017.
A lâmina do edifício é composta por seis blocos residenciais de tipologias di-
musical / Carolina Silva Oukawa. –
versificadas e que possuem metragens de apartamentos variadas (entre 25m2 São Paulo, 2010.
a até 170 m2). O acesso para esses blocos se dá a partir de torres de circulação
vinculadas aos corredores do térreo de comércio e serviços, se relacionando
interna e externamente ao edifício. Não rompendo com a pureza das formas
das lâminas onduladas, a circulação vertical das escadas foi desvinculada da
forma sólida do edifício em si, mantendo sua integridade visual. 2

sobreloja

residências

comércio/serviço

escritórios 1. Diagrama explicativo do


programa distribuído pelo edifício.
(1) estacionamento (1) Fonte: elaborado pela autora.
b. conjunto nacional, daniel libeskind - são paulo, brasil
46 1. Implantação COPAN. Fonte: 47
OUKAWA, Carolina Silva. Edifício
Copan: uma análise arquitetônica
com inspiração na disciplina análise
musical / Carolina Silva Oukawa. –
São Paulo, 2010, pág. 26.

2. Separação dos blocos pelos tipos breve ficha técnica:


de apartamentos e suas metragens.
Fonte: Texto citado acima, pág. 29. Autor: David Libeskind
 Lote: 14.600m2
Ano: 1955 (projeto) 1962 (conclusão) Número de Pavimentos:
3. Planta do térreo. Fonte: Texto Área: 150.000m2
 Base: 3 pavimentos;
citado acima, pág.51. (1) (2) Localização: Avenida Paulista, São Pau- Torre: 25 pavimentos
lo – SP

Em 1954, o arquiteto paranaense David Libeskind ganhou o concurso do pro- 1.(SORDI, 2016, apud URSINI 2005,
P .09)
jeto para o Conjunto Nacional, que se tornaria um dos símbolos de transforma-
ção da Av. Paulista em um polo de negócios – atualmente, a mesma avenida 2. (SORDI,2016, APUD URSINI,
ganhou um novo uso cultural com inúmeros museus e instituições culturais 2004, p.10).
espalhadas ao longo de seu comprimento.

O projeto reconhecido pela multiplicidade de usos, conta com


uma base destinada a comércio e serviço que se relaciona com
o caminhar da calçada a partir de uma generosa marquise que
fornece abrigo, e de ruas internas de até 11m que cruzam os
terrenos, em um “hall central”, como bolsões de entrada ao
interior do complexo ao longo das vitrines. 1

O Conjunto Nacional se apresenta como um espaço público vivo, conectando


e animando fortemente às calçadas ao seu redor. Libeskind transforma, sem
comprometer a unidade do bloco-quadra horizontal, o térreo em um coeso
conjunto de cinco quadras delimitadas pelas ruas internas ao conjunto. Rein-
terpreta com um traço modernista os espaços das galerias comerciais inventa-
das na Paris do século XIX . 2
jardim elevado 1. Diagrama explicativo do
programa distribuído pelo edifício.
residências
Fonte: elaborado pela autora.
comércio/serviço

escritórios

estacionamento
(3)
48 1. Planta Térreo CONJUNTO O programa do projeto foi dividido em duas lâminas: a horizontal, destinada 1. 3. Planta segundo pavimento 49
NACIONAL. Fonte: Revista Acrópole de lojas - CONJUNTO NACIONAL.
ao conjunto comercial (de três pavimentos) e a um jardim elevado em seu
n° 222 (CC BY-NC-ND 4.0). Via Fonte: Revista Acrópole n° 222
Arquivo Arq. Disponível em: site
terraço – fazendo a transição entre o âmbito público e privado; e a uma lâmina (CC BY-NC-ND 4.0). Via Arquivo
Archdaily: <https://www.archdaily. vertical, dividida em escritórios e duas tipologias de apartamentos residen- Arq. Disponível em: site Archdaily:
com.br/br/777375/classicos-da- ciais. <https://www.archdaily.com.br/
arquitetura-conjunto-nacional- br/777375/classicos-da-arquitetura-
david-libeskind>. Acesso em conjunto-nacional-david-
dezembro de 2019. libeskind>. Acesso em dezembro
de 2019.
2. Planta primeiro pavimento de
lojas - CONJUNTO NACIONAL. 2. Corte transversal - CONJUNTO
Fonte: Texto citado acima. NACIONAL. Fonte: Texto citado
acima.

(1)

(1)

(2) (2)
50
: projeto
51

i. esclarecimentos

A região onde esse trabalho se debruça encontra-se a Zona 09 – antiga área


destinada aos armazéns para suporte da linha férrea, no projeto original de
Vieira dos anos 1940. Percebe-se assim, em um estudo morfológico, que as
dimensões da quadra de 100m x 550m se diferenciam das quadras da área
central, com 144m x 80m (MENEGUETTI, 2009), para atender à função relacio-
nada ao armazenamento de cargas para o transporte ferroviário.

A partir do crescimento urbano ao norte da cidade, e da barreira que a linha


férrea significava ao fluxo tráfego no sentido norte-sul, foi proposto o rebaixa-
mento da linha férrea e a transposição do seu pátio de manobras como solu-
ção. O rebaixamento do leito da ferrovia durou de 1995 até 1999, se esten-
dendo da Av. Paraná à Av. Pedro Taques (BELOTO, MENEGUETTI, REGO; 2009),
e deu lugar a uma nova paisagem urbana para o que ficou conhecido como
Novo Centro.

zoneamento inicial do
plano diretor
zona 01 - zona
comercial
zona 07 - residencial
zona 09 - armazéns
para o escoamento da
produção na linha
férrea
1. Imagem da Avenida zona 10 - zona
industrial
Raccanello, no Novo Centro -
local do rebaixamento da antiga
linha férrea, altura da avenida
exatamente em frente ao terreno
escolhido para a proposta deste 1 - Mapa adaptado pela autora.
projeto.Fonte: da autora, abril de Fonte: MENEGUETTI, 2009 - Cidade
2019. (1) 0 100 200 (1) jardim, cidade sustentável.

usos atuais
shopping center
educação
52 Mesmo com as constantes transformações e a intensa valorização dos terrenos 53
lindeiros à linha férrea rebaixada, é possível encontrar regiões de barracões e
grandes terrenos subutilizados dentro dessa região central. Nessa quadra, as
mudanças de uso e gabarito se concentraram nas avenidas no sentido norte-

ii.
-sul, Av. São Paulo e Av. Pedro Taques, trazendo vitalidade para as bordas leste
e oeste, enquanto o meio de quadra ainda possui resquícios dos barracões e local - análises do entorno
terrenos subutilizados. Assim, o intuito é transformar este miolo de quadra
obsoleto e subutilizado em um “cenário de encontro” inserido no cotidiano ur-
bano, em resposta a uma frequente não convivência com o Outro, para zonas
zoneamento inicial do
de “respiro”.
Como elemento de partida, foram feitos levantamentos físico-territoriais no plano diretor
entorno das longas quadras da antiga zona 09, analisando lotes mais propí- zona 01 - zona
Este ponto de encontro, denominado “espaço arte-cidade”, têm a pretensão de
cios à desapropriação por conta de seus usos/relação com o entorno (Mapa 02 comercial
se apropriar deste terreno obsoleto no centro da cidade, preenchendo-o com zona 07 - residencial
e Mapa 03). A intervenção deste projeto se faz presente no miolo da quadra
a vitalidade do convívio democrático, dentro de um programa que resume o zona 09 - armazéns
da antiga Zona 09 de armazéns que se compreende entre as avenidas São para o escoamento da
cotidiano: o morar, o trabalhar, o apropriar e o agregar; juntamente com a
Paulo, Raccanello, Pedro Taques e Bento Munhoz, na junção de três lotes que produção na linha
arte, passível de provocar questionamentos e interesse sobre a própria cultura.
totalizam 28.499,44 m²: no maior (157m x 124m) se encontra parte da in- férrea
Permeável a todos, com a intenção de recuperar a cidade pelo chão, essa área zona 10 - zona
fraestrutura educacional de uma faculdade privada da cidade, instituição que
de respiro se enquadraria como uma zona de abertura e de interação. industrial
aluga o espaço sem utilizá-lo em sua totalidade, com barracões antigos em
madeira da antiga indústria algodoeira, alguns reformados em laboratórios;
O projeto tem a intenção de mostrar ao pedestre a hora de parar: para que a
o terreno ao lado (116m x 20m) é usado como estacionamento privado; e o
angústia do chegar seja substituída pelo alívio de respirar, conciliando o mo-
terceiro (112m x 59m) é utilizado como garagem da Receita Federal.
mento de andar com o momento de contemplar. Uma ode ao chão da cidade,
ao transporte público e à mobilidade alternativa, à interação e à história. 0 100 200

usos atuais
shopping center
educação
edifício residencial
hotel
estacionamento
institucional
comércio e serviço
mercado
centro de eventos

1 - Mapa da análise dos usos atuais


no entorno da antiga quadra de
armazéns da zona 09. Produzido
0 100 200 (1) pela autora.

gabarito
térreo
térreo + 1
edifício residencial
hotel
estacionamento
institucional
comércio e serviço
mercado
centro de eventos

0 100 200

54 gabarito 1. Foto da interação visual do 55


térreo Angeloni com o terreno ao lado.
térreo + 1 Fonte: da autora, maio 2019.
até térreo + 3
até térreo + 7
até térreo + 10
2. Foto da relação propriedade
até térreo + 15
calçada, e como esse verde
até térreo + 20
até térreo + 25
convidativo é barrado
a quem passa. Fonte: da autora,
maio 2019.

3. Conexão com a quadra ao lado


por uma faixa de pedestres.
1 - Mapa da análise dos (1) Fonte: da autora, maio 2019.
gabaritos no entorno para melhor
compreensão da paisagem.
Produzido pela autora.
(1) 0 100 200

O intuito é transformar o miolo desta grande quadra em algo mais permeá-


vel à cidade e permissiva ao pedestre, tornando o caminhar uma prática mais
agradável. Encurtam-se assim as distâncias ao propor uma passagem no meio
da quadra de 550m, permitindo novas conexões ao caminhar. Como forma
de aproximar a população da cultura, propõe-se a instalação de um complexo
com uso cultural que se abre para essa passagem-praça interna, definida tam-
bém por um edifício multifuncional, que cumpre as demandas de densidade
e tipologia de comércios, serviços e residência do centro da cidade. (2)

Assim, a escolha desse terreno analisou não apenas a morfologia das quadras,
bem como os usos, o impacto que ele tem nessa região central e em constante
valorização/transformação, os seus fluxos e os equipamentos do entorno. De
um lado, encontra-se um super-mercado e centro comercial, que gera vitalida-
de para esse meio de quadra, em uma arquitetura que permite passagens de
pedestre singelas e tem uma intenção de diálogo com o terreno deste projeto
– que acabou sendo levada em consideração como partido de conexão visual.

Na ponta esquerda inferior da quadra de baixo ao terreno, encontra-se um


shopping center com uma proposta interessante de relação com o pedestre
em sua esquina da Av. Raccanello com a Av. São Paulo, com quiosques de
alimentação que se conectam ao espaço do pedestre na calçada, trazendo
vitalidade e um espaço criativo de apropriação para essa região da quadra. (3)
56 tos do entorno que proporcionam um grande deslocamento de pessoas, como 57
o shopping center e um complexo multifuncional de comércios e serviços com
torres para escritórios. Foi também realizada uma análise dos equipamentos
do entorno e dos espaços de permanência permeáveis ao pedestre na área
central da cidade.

modais entorno
espaço do automóvel
espaço do pedestre
quadra construída
ciclovia
pontos de ônibus
1. Gramado extenso na propriedade (1) terminal urbano
da Unifamma e alguns barracões terreno de intervenção
que encontram-se subutulizados
pela infraestrutura estudantil, Essa apropriação diferenciada, no entanto, não se expande mais além no seu
e baixíssima densidade neste entorno.
contexto dentro da área central.
Fonte: da autora, maio 2019. Já na porção norte do entorno, há torres residenciais monofuncionais isoladas
no lote, com uma tipologia diferente do padrão encontrado no Novo Centro e 1. Mapa de diferentes modais no
nas adjacências, com arredores de usos mistos, porém gabaritos majoritaria- (1) entorno. Produzido pela autora.
mente menores – em uma característica de transição para a escala do bairro.
0 100 300 600

A partir da legislação de uso e ocupação do solo, a zona à qual este terreno


Com relação a localização, é possível observar a proximidade do terreno com o pertence é classificada como ZE 17. Nela, permite-se a construção com outor-
terminal, com uma caminhada de 10 min, e a interação com modais alternati- ga até a cota de 650 m, bem como o coeficiente máximo de aproveitamento
vos como a bicicleta. Esses diferentes fluxos se combinam com os equipamen- de 4,5. Com isso, o terreno de 28.499,44 m² permite uma construção de até
128.247,48 m², em até 27 pavimentos.
equipamentos culturais
teatro Essa metragem será dividida para a elaboração do programa com um centro
biblioteca
puc
cultural, uma rua de pedestres/praça e um complexo multifuncional que com-
educação fac. maringá preende lojas, uma torre para escritórios e um edifício residencial, com aparta-
cinema mentos de diferentes tipologias.
biblioteca bento m.r. neto
teatro inativado teatro barracão

terreno de intervenção MEDIDA DA UNIÃO DOS 3 TERRENOS PELO CAD DA


avenida center unifamma PREFEITURA = 28.499,44
cineteatro plaza 28.499,44
terreno com outorga
4,50
máximo cosntruído 128.247,48
maringá park
2. Tabela adaptada pela autora, com
2. Mapa de equipamentos do
auditório luz amor
cota atual do terreno 554,2
27 PAV.
base na (Lei Complementar n. 888.
COM P.D. =
entorno. Produzido pela autora. (2) 0 100 300 600 3,5 (2) Maringá: PMM, 2015.)
com outorga 650
58 CENTRO CULTURAL Pré dimensionamento Biblioteca infantil 59
Biblioteca Infantil Área (m2)
Guarda volumes 20,00
biblioteca auditório exposições artístico convivência adm. centro Acolhimento
Recepção/Empréstimos 12,00
Acervo Infantil 42141 520,00
espaço espaço adm. e sala
acolhim. adulto infantil serviços foyer sala 1 multifunc. diretoria diretoria Hora do conto 100,00
Acervo/Estudo
sala Pontos de Consulta 53 160,00
pontos pontos camarim sala 2 multifunc. recepção recepção
hall de
consulta
de
consulta
diretoria Banheiros 6 20,00
sala de sala Administrativo 20,00
guarda- multifunc. descanso descanso
periódi- gibiteca restauro apoio
volumes cos Depósito de livros 12,00
espaço
emprés- técnico gráfica depósito depósito Administração Descanso/Copa 12,00
referên- hora do registro
timo cia conto
sala de Almoxarifado 12,00
banhei- ateliê reuniões
acervo acervo depósito
ros infantil de livros Banheiros/Vestiários 12,00

salas de descan- laboratório 900,00


estudo so
Pré dimensionamento Biblioteca Adulta
mídiate- almoxa-
ca rifado Biblioteca Adulta Área
(2) Hall de entrada 100,00
Guarda volumes 30,00
EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL Acolhimento
Recepção/Empréstimo 20,00
Como a biblioteca pública foi considerada um dos elementos âncoras dentro Acervo Adulto 126424 1550,00
do programaresidencial
do Centro Cultural, a sua escala municipal, nolojas
escritórios entanto, não tem Pontos de Consulta Adulto 421 1263,00
o intuito de competir com a biblioteca Bento Munhoz da Rocha Neto. Assim, o Periódicos 4200,0 55,00
térreo ed.
seu acervo e todo o programa de necessidades desse equipamento residencial - tipo 1 foi pré-di-
tipo 1 - 75 m2 tipo 1 * PC Periódicos 211 633,00
Referência 10500 150,00
mensionadotipocom base
m2 no livro “Lacircular
Arquitectura de La Biblioteca”
térreo ed. de Romero
*modulação
2 - 112,5 que pode térreo - tp.1 - 75 m2 Acervo/Estudo
residencial - tipo 2 Salas Multiuso/grupo 3 75,00
Santi (2003).
ser vinculada ou
não, aumentando
tipo 3 - 150 m2 térreo torre
a metragem Pesquisa internet 40 80,00
escritórios - tipo 3
Acervo multimidia 30,00
pavimentos de
lazer
Sala multimídia 30,00
Banheiros 60,00
Parâmetros de crescimento para pré-dimensionamento da Biblioteca Municipal
Diretoria 12,00
2019 2052
Atual Ideal Proposta Sala de funcionarios 30,00
População atual (1) 420.000 842.829 (2.) Sala de reuniões 30,00
População atendida (3) 210.000 421.415 Sala de restauro/registro 20,00
Usuários (4) 52.500 105.354
Acervo 60.000 104.253 (5) 210.707
Processamento técnico 100,00
Administração
Depósito de livros 50,00
FONTE: IBGE - Censo Demográfico Copiadora 12,00
(1) População Estimada habitantes. FONTE: IBGE. Nota: Dados divulgados pela fonte, em agosto de 2018 (arredondando para cima para vazão de erro)
(2) Taxa de crescimento geométrico de Maringá = 2,13 Segundo Ipardes Maringá, 2019
Sala de descanso funcionários 12,00
(3) População atendida = 0,5 Almoxarifado 12,00
Considerando que a Biblioteca Bento Munhoz atende 50% da população maringaense Copa 12,00
(4) Usuários = 0,25
Banheiros/Vestiários 25,00
Número de usuários é de 25% da população total atendida - estimado por Santi , 2003
(5) Itens por habitante = 2 4391,00 2. Tabela adaptada pela autora, com
2. Mapa de equipamentos do Número entre 0,75 e 2,5 - estimado por San , 2003 base na (Lei Complementar n. 888.
entorno. Produzido pela autora. (2) FONTE: Elaborado pela autora AREA TOTAL BIBLIOTECA 5291,00 (2) Maringá: PMM, 2015.)
espaço espaço adm. e sala
acolhim. adulto infantil serviços foyer sala 1 multifunc. diretoria diretoria

sala
pontos pontos camarim sala 2 multifunc. recepção recepção
hall de de diretoria
consulta consulta
sala de sala
guarda- multifunc. descanso descanso
periódi- gibiteca restauro apoio
volumes cos
espaço
emprés- técnico gráfica depósito depósito
referên- hora do registro
timo cia conto
sala de
banhei- ateliê reuniões
acervo acervo depósito
ros infantil de livros

salas de descan- laboratório


estudo so

mídiate- almoxa-
ca rifado

ESTIMATIVA DE ÁREAS ESPAÇO ARTE CIDADE


60 61
EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL
ESPAÇO CIDADE
Quantidade Área Subtotal Total
RESIDENCIAL (20 pavimentos) 38480
APTO - TIPO 1 - mod. 7,50 x 10,00 80 75 6000
residencial escritórios lojas APTO - TIPO 2 - mod. 7,50 x 15,00 160 112,5 18000
APTO - TIPO 3 - mod. 7,50 x 20,00 40 150 6000
Pavimento resicendial 20 1515 30300
tipo 1 - 75 m2 tipo 1 * térreo ed. 1 *vagas p/ apartamento < 80 m2 80 x x
residencial - tipo 1
2 *vagas p/ apartamento > 80 m2 400 x x
*modulação
térreo ed. Pavimento lazer 1 2320 2320
tipo 2 - 112,5 m2 circular que pode térreo - tp.1 - 75 m2
residencial - tipo 2 Circulação x x 5860
ser vinculada ou
não, aumentando COMERCIAL 6880
tipo 3 - 150 m2 a metragem térreo torre
Lojas térreo tipo 1 - Modulação 5x 8m 32 40 1280
escritórios - tipo 3
Lojas térreo tipo 2 - Modulação 10 x 8m 20 80 1600
pavimentos de Lojas modulação circular - torre de escritórios
lazer *contando com as lojas da praça de alimentação no 2 2000 4000
(2) térreo inferior
ESCRITÓRIOS (6 pavimentos) 9540
Escritório tipo 1 - modulação circular (p/ pavimento) 11 88 968
Esse programa é assim parte de uma estratégia de recuperação dessa área do Pavimento tipo - escritórios 6 1590 9540
ESTACIONAMENTO 21494,6
centro e do seu tecido, com o intuito de enriquecer e reestruturar seu contexto Estacionamento - vagas 656 x x
imediato. 2 ou 3 subsolos 2 10747,30 21494,6

76394,6 (2)

ESTIMATIVA DE ÁREAS ESPAÇO ARTE CIDADE


ESPAÇO ARTE Com base nas definições técnicas do programa, o partido do projeto surgiu
das conclusões feitas com base nos mapas e na análise do entorno, conforme
COMPLEXO USO CULTURAL Área
Biblioteca Pública 5300
Auditório - 250 350 explanada anteriormente e das intenções de projeto baseadas em uma apro-
priação maior do térreo e essa conexão do indivíduo com a cidade.
Exposições 1000
Salas Multiuso - 50 (laboratórios/ateliê 150
Livraria 100
Café/Restaurante 200
Administração 100
Banheiros 40 80
Circulação/extras x
ESTACIONAMENTO
74 vagas *

* 1 vaga para cada 100 m2 (por se tratar de uma área


central com diversidade de acessos por outros modais)

* estacionamento junto ao ed. Multifuncional


2. Tabela adaptada pela autora, com
bicicletário (praça) 30
2. Mapa de equipamentos do base na (Lei Complementar n. 888.
entorno. Produzido pela autora. (2) 7280 Maringá: PMM, 2015.)
edifícios na paisagem
eixo principal - via com escala mais
central com paisagem de gabarito mais
elevado
eixo secundário - via com escala de
bairro e gabaritos menores
gabarito escalonado para a praça
inclinação que permite visibilidade por
62 parte do edifício ao lado e gabarito 63
semelhante a à paisagem
- implantação e volumetria que dialoga com o

iii.
entorno e com a praça interna

partido
1. Todos diagramas elaborados pela
autora. (1)
praças de convite
conexão
praças convite - usufruindo do verde
conexão principal - pedestres
praças de convite - mobiliário e
conexão secundária - pedestres
acessibilidade ao pedestre
faixa de pedestres existentes - reforçando
a conexão por esse lado até a rua na
diagonal de conexão principal
quadra superior
principal espaço de circulação de
pedestres atualmente

- a partir da ideia de não separar a quadra com


diretrizes viárias, a opção para essas conexões - elementos situados nas pontas da conexão
seria esse miolo de quadra mais permeável a partir principal como elemento diferente do entorno, um
dos seus caminhos possíveis “bolsão de respiro” na borda da calçada.

implantação dos edifícios espaços permanência e passagem

complexo uso cultural acessos possíveis em diferentes níveis ao


torre residencial e comércio complexo espaço arte-cidade
torre escritórios e comércio
diagonal de conexão principal

- é a diagonal traçada que define o partido de


implantação dos edifícios dentro do terreno, - a distribuição dos acessos de acordo com o
setorizando o programa em uso cultural e usos de desnível e essa permeabilidade tem o intuito de
morar e trabalhar; delimitando melhor esse meio de tornar todo o complexo passivel de apropriação,
quadra e deixando o caminho mais convidativo onde os espaços de passagem e permanência
podem se misturar.
64 65

iv. memorial v. desenhos técnicos

Inspirada nas vivências desta autora, a teoria da apropriação das cidades pelas
pessoas como meio de democratização e aperfeiçoamento da qualidade dos es-
paços públicos se encontrou com as minhas vontades pessoais e intenção de o
espaço da cidade mais convidativo. Assim, minha admiração pela arte e a expec-
tativa do que um espaço público pode fazer por um local nortearam esse projeto.

Me baseando na realidade de Maringá, local onde se projeta, e das suas ne-


cessidades, procurou-se unir a ideia de um complexo de uso cultural, com um
espaço público generoso e convidativo, à proposta de um edifício multifun-
cional. Considerando as dinâmicas que terreno se encontra, considerada uma
expansão do centro da cidade, e de todo o seu potencial de desenvolvimento,
busca-se a vitalidade e os usos que tornam a área central convidativa e demo-
crática. Assim, os aspectos de morar, trabalhar, lazer se uniram à arte: o criar, o
explorar e o questionar.

O terreno de 28.499,44 m² têm o intuito de propor conexões com o seu entor-


no, antes prejudicadas pelo tamanho da quadra existente e pelas construções
presentes. Com a prerrogativa de tornar o caminho mais atrativo, pensa-se nas
distribuições dos volumes em torno do terreno, definindo seus espaços livres.
A intenção de criar locais de permanência e passagem, juntamente com o pro-
grama, moldaram as volumetrias.

Desse modo, temos um empreendimento público-privado em uma quadra mais


permeável ao pedestre. Um complexo de uso cultural (lazer público e democrá-
tico) com a complexidade de usos artísticos e a proposta de um espaço que se
conecta com o entorno; e o edifício multifuncional (morar e trabalhar no âmbito
privado) com os equipamentos comumente encontrados no centro, mas dispos-
tos de uma forma a garantir a apropriação dentro do seu miolo de quadra.

Desse modo, as diretrizes de partido e as intenções teóricas iniciais acabaram


guiando este projeto para se tornar um espaço de apropriação interessante na
escala do pedestre com equipamentos âncoras que pudessem viabilizar este
ponto de encontro; esta troca com o outro.
r

ber

ena
a
de c
rua

so p
av. be

af o n
nto m * Para uma visualização sem interrupções
unhoz

rua
desta prancha, acesse o QR Code
da roc

lôbo t.

de c nardino
aris
disponível no final do caderno.
ha net

os
o

rua

amp
ber

ena
rua

so p
av. be

afon
nto m
unhoz

rua
da roc
66 ha net 67
o
av. são paulo

av. raccanello
av. são paulo

s
que
av. raccanello

ro ta
taqu av. ped

linha do trem rebaixada


es
área permeável
legislação: 2.830,00 m²

edro
projetada: 4.272,60 m²

av. p

linha do trem rebaixada


av. mauá
área permeável
legislação: 2.830,00 m²
projetada: 4.272,60 m²
escala gráfica
implantação
escala 1/1500 av. mauá 0m 25 m 50m 100m 200m
* Para uma visualização sem interrupções
desta prancha, acesse o QR Code
disponível no final do caderno.

B
A

F
68 69
25 13
25 20 20
12
15 19
25 18 21
27 27
27
11
22 24
27 27

10
14
E
27 27
9 35 36
8 16 23
17 16 10 29 30
27
E
22
27
7
32 27

32
6

34 33
25 25 5 25 15 31
3
25
4
25 2
3 1
5
26 26 26 26 26 26 26 26
D 26 26 26 26 26 26 26
29 29
D
26 26 26 26 26 26 28
26 26 26 26 26 26 26 26 26
B
A

F
escala gráfica
planta nível +551,00
escala 1/750 0m 5m 10m 30m

programa - espaço arte - complexo uso cultural programa - espaço cidade - uso morar, trabalhar, vivenciar
1. foyer 4. banheiro 7. bilheteria/chapelaria 10. escada incêndio 13. elevador visitante 16. escada externa 19.laboratório 22. sala multiuso 25. a.c. 26. lojas 29. hall acesso pavimentos superiores 32. praça convivência 35. escada externa
2. anfiteatro 5. sala técnica 8. administração 11. banheiros 14. dml 17. jardim interno 20. apoio 23. sala de dança 27. loja praça de alimentação 30. banheiro 33. área de serviço 36. pátio interno
3.camarim 6. café 9. elevador serviço 12. elevador carga 15. depósito 18. gráfica 21. ateliê 24. exposição 28. corredor coberto 31. ventilação subsolo 34. bicicletário
* Para uma visualização sem interrupções
desta prancha, acesse o QR Code
disponível no final do caderno.

B
A

F
2

70 71
13

12
14 7
6
5 24 28
24
11
24 24

10 E
4
29
9 30
27
16 10
15 16 25 26
24
E
3
24
24

24 24
24

19
22
1
D 20
25
17 18 25
23 D

21
B
A

F
escala gráfica
planta nível +554,00
escala 1/750 0m 5m 10m 30m

programa - espaço arte - complexo uso cultural programa - espaço cidade - uso morar, trabalhar, vivenciar
1. acesso cobertura verde 4. biblioteca infantil 7. lounge 10. escada incêndio 13. elevador visitante 15. jardim interno 17. varanda 20. depósito salão 23. playground 26.área técnica
2. acesso rua 5. exposição 8. escada 11. banheiros 14. escada acesso pavimentos 16. escada externa 18. salão de festas 21. cozinha salão 24. lojas 27. jardim interno
3.livraria 6. recepção 9. elevador serviço 12. elevador carga superiores 19. banheiro salão 22. hall 25. acesso pavimento superior
A

B
2

13
8
12
7 7
14
11
6
4
10
72 5 1. Hall do complexo cultural - 73
9 3 10 produzido pela autora.

1
2 (1) 2. Auditório - produzido pela autora.

(2)
B
A

planta nível +557,25


escala 1/750
alinhamento predial

+566,40

+560,50
+557,25
+554,00
+550,00

corte aa escala gráfica


escala 1/750 0m 5m 10m 30m
1. ar condicionado 4. recepção 7. escada acesso mezanino 10. escada incêndio 13. elevador visitante
2. depósito 5. adm. biblioteca 8. escada 11. banheiros 14. controle acesso
3. guarda volumes 6. varanda 9. elevador serviço 12. elevador carga
A

B
2 15
15
13 14
15
1 8 7 15
7

74 1. Biblioteca infaltil - produzido pela 75


autora

2. Biblioteca adulta - produzido pela


(1)
autora
B
A

planta nível +560,50m


escala 1/750

alinhamento predial
+560,50
+557,25
+554,00
+550,00

corte bb (2)
escala 1/750

fachada leste
escala 1/750

escala gráfica
0m 5m 10m 30m

1. ar condicionado 4. recepção 7. escada acesso mezanino 10. escada incêndio 13. elevador visitante
2. depósito 5. adm. biblioteca 8. escada 11. banheiros 14. controle acesso
3. guarda volumes 6. varanda 9. elevador serviço 12. elevador carga
76 1. Ateliê - produzido pela autora 1. Exposição - produzido pela autora 77

2. Gráfica - produzido pela autora 2. Jardim Interno - produzido pela


(1) (1) autora

(2) (2)
78 1. Praça e corredor interno 79
complexo cultural com jardim
interno - produzido pela autora
(1)
80 1. Hall, lojas e calçada - Raccanello 81

2. Hall e praça interna - produzido

C
(1) pela autora

3
1 1 2 2 2 2 1 1

D 5 5
D
4 4 4

1 2 1 1
1 2 2 2

planta pavimento - tipo 1


escala 1/750

3
2 1 1 1 1 2

D 5 5 D
4 4 4
(2)
1 2
2 1 1 1
3

planta pavimento - tipo 2


escala 1/750
C

escala gráfica
0m 5m 10m 30m

planta pavimento - tipo 1 planta pavimento - tipo 2

1. apartamento tipo 1 - 75,00 m² 4. passarelas de acesso 1. apartamento tipo 1 - 75,00 m² 4. passarelas de acesso
2. apartamento tipo 2 - 112,50 m² 5. circulação vertical 2. apartamento tipo 3 - 150,00m² 5. circulação vertical
3. sacada 3. sacada
2 3 4 2 3 4

1 1
5 5 6

6 7

planta apartamento 1 - layout 1 quarto planta apartamento 2 - layout 2 quartos


1. Pavimento de lazer - playground
82 1. sala 4. banheiro 1. sala 4. banheiro 7. sacada 83
2. cozinha 5. suíte 2. cozinha 5. quarto e salão de festas
3. lavanderia 6. sacada 3. lavanderia 6. suíte
2. Corredores - pavimento tipo -
(1)
planta apartamento - tipo 1: 75,00 m² produzidos pela autora
escala 1/250

3 4 5 3 4 5

1 6 1 7
2 2 6

7 7 8 8

planta apartamento 1 - layout 1 quarto planta apartamento 2 - layout 2 quartos


1. sala de jantar 4. lavanderia 7. sacada 1. sala de jantar 4. lavanderia 7. suíte
2. sala de estar 5. banheiro 2. sala de estar 5. banheiro 8. sacada
3. cozinha 6. suíte 3. cozinha 6. quarto
planta apartamento - tipo 2: 112,50 m²
escala 1/250
(2)

3 4 5 3 4 5

7 1 8
1
2 6 2 6 7

8 8 9 9

planta apartamento 1 - layout 2 quartos planta apartamento 2 - layout 3 quartos


1. sala de jantar 4. lavanderia 7. suíte 1. sala de jantar 4. lavanderia 7. quarto 2
2. sala de estar 5. banheiro 8. sacada 2. sala de estar 5. banheiro 8. suíte
3. cozinha 6. quarto 3. cozinha 6. quarto 1 9. sacada

planta apartamento - tipo 3: 150,00 m²


escala 1/250
escala gráfica
0m 5m 10m
84 85

+638,30 +638,30

+632,60 +632,60
+629,00 +629,00
+625,40 +625,40
+621,80 +621,80
+618,20 +618,20
+614,60 +614,60
+611,00 +611,00
+607,40 +607,40
+603,80 +603,80
+600,20 +600,20
+596,60 +596,60
+593,00 +593,00
+589,40 +589,40
+585,80 +585,80
+582,20 +582,20
+578,60 +578,60
+575,00 +575,00
+571,40 +571,40
+567,80 +567,80
+564,20 +564,20
+560,60 +560,60
+557,00 +557,00

+551,00 +551,00
+545,90
+542,30

corte cc corte dd
escala 1/750 escala 1/750
escala gráfica escala gráfica
0m 5m 10m 30m 0m 5m 10m 30m
86 87

elevação oeste elevação sul


escala 1/750 escala 1/750

escala gráfica escala gráfica


0m 5m 10m 30m 0m 5m 10m 30m
88 1. Apartamento - 2 módulos sala, 89
estar e cozinha - produzido pela
autora.
(1)
F
7
7 7
7

7
E 7
3
1
5
4 6
E
90 91
7 2 7

7 7
7

1. Diagrama explodido -
apartamento 2 módulos.
Modulação das janelas definindo

F
planta nível +563,60
o layout das paredes dos quartos escala 1/750
e banheiros; com área molhada

F
concentrada. (1)

E
3 1
7 5
6
E

4 7
passarela - acesso

F
módulo - janelas altas planta nível +570,80
módulo - porta acesso escala 1/750

F
7

apartamento tipo 3 - 2
módulos E
3
1
5 1. jardim interno
6
E 2. corredor circular
módulo - vedação (acm) 3. escada externa
2 4 4. varanda
7
5. circulação vertical
módulo - janelas inteiras 6. ar condicionado
7. módulos circulares - escritórios

sacada escala gráfica


planta nível +578,00
escala 1/750

F
0m 5m 10m 30m
+587,60

+582,60
+578,00
+574,40
+570,80
+567,20
alinhamento predial
+563,60
+560,00

+554,00
92 +550,00 1. Praça de alimentação - produzido 93
+545,90 pela autora
+542,30 2. Pavimento de lojas - produzido
(1)
pela autora

corte ee
escala 1/750

+587,60
(2)
+582,60
alinhamento predial

+578,00
+574,40
+570,80
+567,20
+563,60
+560,00

+554,00
+550,00
+545,90
+542,30

corte ff
escala 1/750

escala gráfica
0m 5m 10m 30m
94 1. Varanda intercalada - torre de 95
escritórios - produzido pela autora

2. Interior sala de escritórios -


(1)
produzido pela autora

(2)
escala gráfica
fachada sul
escala 1/750 0m 5m 10m 30m
96 1. Praça com vista para os três 97
edifícios - produzida pela autora.

(1)
F
F
C

C
alinhamento predial alinhamento predial
98 99

E E E E

D D

D D
alinhamento predial alinhamento predial

F
F
C

C
planta estacionamento subsolo 1 - nível +545,90 planta estacionamento subsolo 2 - nível +542,30
escala 1/750 escala 1/750

quantidade de vagas: quantidade de vagas:


uso residencial: 241 vagas uso residencial: 241 vagas
uso cultural e escritórios: 87 vagas escala gráfica uso cultural e escritórios: 87 vagas escala gráfica
número total de vagas do pavimento: 328 0m 5m 10m 30m número total de vagas do pavimento: 328 0m 5m 10m 30m
100 101

fachada da avenida - raccanello


escala 1/750

escala gráfica
fachada da avenida - bento munhoz da rocha neto
escala 1/750 0m 5m 10m 30m
1. Acesso complexo uso cultural e jardim
102 1. Entrada para a torre de escritórios 103
elevado pela Av. Horácio Raccanello
pela Av. Bento Munhoz

2. Acesso complexo uso cultural pela praça - 2. Entrada pela Av. Horácio
(1) (1)
pela autora Raccanello - pela autora

(2) (2)
104 1. Vista do complexo pela avenida 105
Horácio Raccanello - produzida pela
autora.
(1)
106 1. Vista do complexo pela avenida 107
Bento Munhoz da Rocha Neto.

(1)
... considerações finais
109

Esse trabalho se apresenta como produto final dos últimos cinco anos de gra-
duação, das experiências, trabalhos e as viagens, mas, sobretudo dos últimos
dois. Após realmente entender o que eu gostaria de tratar, procurei agregar
a este trabalho pontos que me identifico dentro desta trajetória acadêmica:
pessoas, cidade, arte e arquitetura.

Foi apresentado um complexo com programa de usos diversificados (morar,


trabalhar e lazer), dividido em três edifícios isolados que se relacionam entre
si por meio de uma praça fazendo a transição e conexão dos espaços com a
cidade em uma escala pública, urbana por meio de uma arquitetura inclusiva
na escala da apropriação pelos pedestres.

Buscando uma aproximação entre edifício, cidadãos e a cidade como fim para
um espaço mais democrático de interação com o outro: do caminhar dentro
do programa como uma tentativa da percepção das pessoas com o outro; na
tentativa de impulso ao ar livre da interação democrática e da empatia, do
retorno ao espaço da cidade como um espaço social.
110
. referências
111

livros, artigos, teses em Maringá-PR. 2007. 205 f. Tese (dou- de Curso (Arquitetura e Urbanismo) vídeos BOA – SITE: Disponível em: <https://
torado) – Programa de Pós-Graduação – Universidade Estadual de Maringá, architizer.com/projects/praca-de-lis-
BELOTO, G. E. Cidade de Maringá: Re- em Arquitetura e Urbanismo, Universi- Maringá – PR, 2013. CONVERSA COM BIAL - ENTREVISTA O boa/>. Acesso dia 29 de dezembro,
flexos do planejamento regulatório. dade de São Paulo, São Paulo, 2007. ARQUITETO PAULO MENDES DA ROCHA 16:22.
Akrópolis, Umuarama, v. 14, no. 1: jan. SENNETT, Richard. Carne e pedra: o cor- - Disponível em: <https://www.you-
/mar., 2006. OUKAWA, Carolina Silva. Edifício Co- po e a cidade na civilização ocidental. tube.com/watch?v=1_mTG6Uf4b0>. CASA DA MÚSICA – SITE: Disponível
pan: uma análise arquitetônica com Rio de Janeiro: XXXX, 2006. Acesso 28 de junho, 12:04. em: <https://www.archdaily.com.br/
CARERI, F. Caminhar e Parar. Tradução inspiração na disciplina análise musical br/765378/casa-da-musica-oma?ad_
de Aurora Fornoni Bernardini. São Pau- / Carolina Silva Oukawa. – São Paulo, SENNETT, Richard. Juntos: os rituais, os ABSTRACT: The Art of Design “Olafur source=search&ad_medium=search_
lo: Gustavo Gili, 2017. 2010. prazeres e a política de cooperação. Rio Eliasson: O design da arte”. Série result_all>. Acesso dia 29 de dezem-
de Janeiro: Record, 2015. disponível no canal de streaming - bro, 17h35.
CARERI, F. Walkscapes. O caminhar RAMOS, Luciene. Centro Cultural: Ter- Netflix.
como prática estética. São Paulo: Gusta- ritório privilegiado da ação cultural e SENNETT, Richard. The Conscience of CONJUNTO NACIONAL – SITE: Disponí-
vo Gili, 2013. informacional na sociedade contem- the Eye: the design and social life of the sites vel em: <https://www.archdaily.com.
porânea. Salvador, 2007a. Disponível cities. Nova York, 1992. br/br/777375/classicos-da-arquitetura-
CUNHA, Gabriel Rodrigues da. A Ar- em: <http://www.cult.ufba.br/ene- SIMIÃO, Victor. Biblioteca central de -conjunto-nacional-david-libeskind>.
quitetura Russa nos Primeiros anos da cult2007/LucieneBorgesRamos.pdf>. SORDI, João Vitor Ricciardi. Oscar Nie- Maringá comemora 55 anos, 2018. Acesso dia 31 de dezembro, 23h45.
Revolução: o Construtivismo e a noção Acesso: 28 jun. 2019. meyer e o arranha-céu moderno: Uma Disponível em: <https://www.cbnma-
de“condensador social. Dissertação aproximação através do projeto da sede ringa.com.br/noticia/biblioteca-cen- leis e normas
(Mestrado em Teoria e História da Ar- REGO, Renato Leão. O desenho urbano do Banco Safra em São Paulo. Disser- tral-de-maringa-comemora-55-anos>.
quitetura) – Universidade de São Paulo, de Maringá e a Idéia de cidade-jardim. tação (Mestrado em Arquitetura e Ur- Acesso em 23 de abril, 13:38. Maringá. Prefeitura do Munícipio. Lei
São Carlos. Acta Scientiarum, v.23, n.6, p.1569- banismo) – Universidade Estadual de Complementar n. 1045. Maringá:
1577, 2001. Maringá, Maringá – PR, 2016. CENTRO CULTURAL SÃO PAULO – AR- PMM, 2016.
HARVEY, D. Condição pós-moderna: CHDAILY. Disponível em: <https://
uma pesquisa sobre as origens da mu- ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Phi- VERRI, Tânia Nunes Galvão. Arquitetura www.archdaily.com.br/br/872196/ Maringá. Prefeitura do Munícipio. Lei
dança cultural. São Paulo: Edições Loyo- lip. Cidades para um pequeno planeta. e Cidade: a modernidade em Maringá. classicos-da-arquitetura-centro-cultu- Complementar n. 888. Maringá: PMM,
la, 1992. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011. Tese (Doutorado em arquitetura) – Pro- ral-sao-paulo-eurico-prado-lopes-e-luiz- 2015.
grama de Pós-Graduação do Instituto -telles>. Acesso dia 28 de junho, 21:17.
KOPP, Anatole. Quando o moderno não ROMERO, Santi. La Arquitectura de La de Arquitetura e Urbanismo da USP, NPT 011/2016 - Instrução Técnica no
era um estilo e sim uma causa. São Pau- Biblioteca: Recomendaciones para um São Carlos, 2016. CENTRO CULTURAL SÃO PAULO – SITE: 11/2016 – Saídas de Emergência. Cor-
lo: Nobel, 1990. proyecto integral. 2ed. Barcelona: Esco- Disponível em: <http://centrocultural. po de Bombeiros da Polícia Militar do
la Sert, 2003. WISNIK, Guilherme; MARIUTTI, Julio. sp.gov.br/site/institucional/historia/>. Estado do Paraná.
MENEGUETTI, K. S. De cidade-jardim Espaço em obra: cidade, arte, arquitetu- Acesso dia 28 de junho, 20:42.
a cidade sustentável: potencialidades ROSA, Vanessa Calazans da. Edifício ra. São Paulo: Edições Sesc São Paulo,
para uma estrutura ecológica urbana Multifuncional. Trabalho de Conclusão 2018. PASSEIO DOS CLÉRIGOS – PRAÇA LIS-

Você também pode gostar