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ELIASSON, Olafur.
5
esclarecimentos 11
introdução 12
ii. espaço-cidade 24
balanço 26
i. análise conceitual 27
projeto 50
i. esclarecimentos 51
iii. partido 62
iv. memorial 64
v. desenhos técnicos 65
referências 110
esclarecimentos
10 11
12 13
“uma cidade é construída por diferentes tipos de indivíduos; Essa multifuncionalidade de usos dentro deste complexo se deu a partir
pessoas iguais não podem fazê-la existir. “1 da análise de projetos sendo discutidos como correlatos conceituais, mais do
que correlatos programáticos, com base nos temas estudados e que identifi-
cam os conceitos estudados. Não o bastante, para um melhor embasamento
do conteúdo programático, olha-se também para dois grandes exemplos de
edifícios condensadores: Conjunto Nacional, do arquiteto Daniel Libeskind, e
1. ARISTÓTELES, política, livro ii,
O local sobre a qual esse trabalho se debruça é um local entre: entre as pesso- o Copan de Oscar Niemeyer, ambos na cidade de São Paulo. Analisados como
Capítulo 1.
as e a cidade; entre a rua e o eu; entre o eu e o outro. Assim, procura-se discutir projetos de uma vitalidade tão extrema e que se conectam e se relacionam
sobre a cidade como o local de possibilidade de interação, de conhecimento com o entorno no cotidiano da metrópole.
do outro, uma zona passível de ação e reação e do inesperado.
A ideia inicial para esse trabalho manifestou-se durante uma viagem, obser-
vando a cidade a partir da perspectiva do pedestre e a relação do indivíduo Para tanto, cria-se um ponto de encontro no espaço arte-cidade, uma área de
com o seu entorno. Ao nível do chão, andando pelas calçadas, pelas praças e permanência em uma região central a partir da vitalidade de usos se apoiando
até mesmo pelos miolos de quadra, foi possível observar como uma arquitetu- em três pilares: o lazer pelo uso cultural traduzido em espaço arte, como a
ra convidativa pode tornar a relação do ser com a cidade e do ser com o outro forma de lazer e acesso democrático ao complexo, juntamente com o intuito
algo mais interessante. de aproximar o indivíduo da cultura. O morar e o trabalhar identificado como
espaço cidade, definido por um edifício que concentra comércios, serviços e
uma torre residencial e um segundo que concentra usos de comércios, servi-
Dessa forma, a partir da leitura de diversos autores que discutem temáticas ços e torre de escritórios. O espaço entre – uma praça sem uso específico que
como vitalidade, cidades caminháveis, apropriação e o encontro com o “ou- será essencial para a conexão desses dois programas entre si, e destes com o
tro” no âmbito urbano, foi possível compreender os aspectos que podem in- meio urbano no qual o projeto se integra, servindo como uma passagem no
fluenciar nessa melhor ocupação da cidade pelas pessoas, como essa pode ser meio de quadra e uma área de estar para a cidade, interessante ao olhar e
influenciada e até mesmo porquê elas acontecem em determinados locais, convidativa ao pedestre.
tentando entender, não apenas esses pontos de encontro, mas também como
criá-los e estimulá-los.
Com isso, esse trabalho visa a criação de um complexo com vitalidade de usos
que englobem o morar, o trabalhar e o lazer. Este último quesito de extrema
importância é abordado como uso cultural, por conta da apropriação democrá-
tica e abrangência que escapam aos limites do complexo em si. O uso cultural
garante esse acesso mais permeável à cidade, atingindo a comunidade exter-
na. A democratização do espaço destinado ao ser, possibilitando sua “desindi-
vidualização”, abordada por Sennett, a partir de um contato com outro em um
lugar confluente de diferentes pessoas e diferentes usos.
14
: pontos de encontro na
cidade democrática
15
i.
sobre as cidades caminháveis e a
apropriação dos espaços na cidade contemporânea
1. SENNETT, 2006, p. 289) Para o autor, as relações das pessoas com o Outro e com a cidade se efetivam
a partir do corpo, e são as vivências de cada sociedade específica que acabam
por determinar seus espaços públicos. Sennett exemplifica como o compor-
tamento do homem molda diferentemente a participação na cidade em cada
época: em Atenas, a cultura cívica era tão intrínseca ao dia a dia da cidade que
o significado da palavra Polis era “espaço onde as pessoas expressam a mais
alta expressão de unidade” (SENNETT, 2006, p. 36).
i.
1. ELIASSON, Olafur. Série Abstract: Meu trabalho depende completamente do espectador. De
The Art of Design “Olafur Eliasson: transformar ideias em arte. 1
O design da arte”. espaço-arte
No decorrer da história, a arte fez contribuições valiosas para 1. GEHL, 2010. p. 179
a qualidade do espaço urbano, através de monumentos,
esculturas, fontes, detalhes de construções e decoração. A arte 2. RAMOS, 2007; p. 106
comunica beleza, monumentalidade, memória de eventos
importantes, comentários sobre a vida em sociedade, os
concidadãos e a vida urbana, junto com surpresas e humor.
Agora, como sempre, o espaço urbano pode atender a uma
função relevante como uma interface entre arte e gente. 1
A proposta de uma nova biblioteca se justifica, uma vez que atualmente o acer-
vo de 136 mil livros do município se encontra dissolvido em seis bibliotecas.
no entanto, para a bibliotecária Romi Matos, o acervo é pouco aproveitado
pela população: há o desafio de fazer as pessoas irem às bibliotecas, que hoje
encontram-se espaços alugados, que não atendem as demandas de ilumina-
ção, ventilação e salubridade adequadas.
ii.
1. (ROGERS, 1997, p. 152)
i.
O balanço feito neste capítulo articula bons exemplos de vitalidade e multipli-
cidade de uso. Fatores de extrema relevância após a análise teórica e o princí-
pio empírico que embasaram este trabalho. análise conceitual
Dessa forma,a primeira parte desse capítulo conta com análises conceituais
feitas a partir de lugares visitados nas viagens, auxiliando na criação de um
partido arquitetônico, que pudesse transmitir de alguma forma toda a expe- Como a análise empírica foi de extrema importância para a concepção deste
riência agregada e o sentimento vivenciado, principalmente pela perspectiva trabalho, alguns dos locais visitados nos últimos anos foram analisados a par-
do pedestre. tir das teorias estudadas e serviram como correlatos conceituais para o projeto
em si. Ora analisando o porque eles são apropriados, ora condizendo como
Não o bastante, na segunda etapa, estuda-se dois edifícios renomados no con- pontos de encontro no âmbito urbano e o impacto disso na cidade em si.
texto nacional como “condensadores sociais”, sinônimos de vitalidade e multi-
funcionalidade de usos para o contexto da cidade, como base para o programa
e as áreas a serem empregadas no projeto em si.
(1)
28 29
20 m
(2) (2)
autora. 0,25 km 0,50 km 0,75 km 1 km 1,25 km 1,50 km 1,75 km 2 km 2,25 km 2,50 km
30 1. Fotos da antiga vila operária, no 31
bairro de Alcântara, Lisboa. Fonte:
Arquivo Municipal de Lisboa, via
blog SAPOÊNCIA. Disponível em:
<https://bocasfoleiras.blogs.
4º pvto elementos de destaque servem como pontos de atração que atraem a atenção
do pedestre ao entorno. Ademais, além da oportunidade de divulgar artistas
locais, têm-se também a criação de uma identidade cultural e empoderamen-
to da história.
3º pvto
2º pvto
Esta revitalização da antiga praça do Mercado dos Anjos, projetada pelo es-
critório Balonas & Menano (2013) - como resultado de concurso público -, 1. PASSEIO DOS CLÉRIGOS – PRAÇA
LISBOA – SITE: Disponível em:
surpreende pelo partido de conexão em um jardim urbano com comércio no
<https://architizer.com/projects/
terreno. O edifício em si que se relaciona com seu entorno não apenas em praca-de-lisboa/>. Acesso em
gabarito, mas fazendo a conexão entre a Torre do Comércio e a Livraria Lello dezembro, 2019.
1. PASSEIO DOS CLÉRIGOS – PRAÇA Neste exemplo, os usos comerciais voltados para dentro, o jardim elevado e o
LISBOA – SITE: Disponível em: partido arquitetônico garantem a apropriação deste miolo de quadra e a rela-
<https://architizer.com/projects/ ção do novo edifício com o entorno, no local da antiga praça, favorece o fator
praca-de-lisboa/>. Acesso em histórico, as conexões e o diálogo com a cidade. 1
dezembro, 2019.
(2)
40 1. Planta Térrea do CCSP | 2019. 41
Este desenho foi feito para
exposição ‘’Access for All: São
Paulo’s Architectural Infrastructures”,
com curadoria Daniel Talesnik,
e. centro cultural são paulo - são paulo, brasil que acontece na Pinakothek der
Modern, Architecture Museum of
the Technical University of Munich,
a partir do dia 12 de junho de
2019. Fonte: Instagram Pianca.arq -
@pianca.arq. site: >> https://www.
Exemplo de apropriação em São Paulo, o Centro Cultural São Paulo não pode- (1) instagram.com/p/BzLWgTlIxRk/<<.
ria faltar ao contexto deste trabalho. Projetado pelos arquitetos Eurico Prado Acesso em dezembro de 2019.
Lopes e Luiz Telles (1972-1982), com cerca de 46.500.0 m², o antigo progra-
2. Cortes transversais do CCSP |
ma de uma biblioteca se tornou um centro cultural e um exemplo de arquite-
2019. Este desenho foi feito para
tura da “escola paulista”.
exposição ‘’Access for All: São
Paulo’s Architectural Infrastructures”,
Um dos capítulos do livro “Espaço em obra: cidade, arte, arquitetura” dos com curadoria Daniel Talesnik,
autores Guilherme Wisnik e Julio Marutti, chamado “Arquitetura: modos de que acontece na Pinakothek der
usar” aborda o Centro Cultural São Paulo, juntamente com o Sesc Pompéia Modern, Architecture Museum
– da arquiteta Lina Bo Bardi -, como projetos segundo os autores definidos of the Technical University of
Munich, a partir do dia 12 de
como “comoventes do ponto de vista do uso dos seus espaços” (WISNIK; MA-
junho de 2019. Fonte: Instagram
RUTTI, 2018, pág. 110). O projeto se integra de maneira muito simples na Pianca.arq - @pianca.arq. site: >>
cidade, associado à centralidade do equipamento que se encontra conectado https://www.instagram.com/p/
à Estação Vergueiro do Metrô, permitindo a integração visual e a privacidade BzIyWA5IwkN/<<. Acesso em
que determinadas áreas do programa exigem. Dessa forma, se relaciona de dezembro de 2019.
diferentes formas com o espaço público no qual se insere. O principal meca- (2)
nismo de conexão do Centro Cultural São Paulo são seus vagões que fazem as
distribuições dos programas ao longo e a partir dele.
Como resposta ao estudo dos “edifícios condensadores sociais”, que se ade- breve ficha técnica:
quam ao modo de vida do trabalhador, tem-se como resposta arquitetônica
das influências das vanguardas russas no contexto nacional da hibricidade de Autor: Oscar Niemeyer e Carlos Lemos Lote: 11.500m2
usos sociais e culturais (retomando os aspectos do morar, do trabalhar e do Ano: 1950
Número de Pavimentos:
lazer): o Edifício Copan (1950), projetado por Oscar Niemeyer e o Conjunto Área: 130.000m2
Base: 3 pavimentos;
Nacional (1955), de Daniel Libeskind, ambos em São Paulo. Ambos edifícios Localização: Av. Ipiranga,
jardim elevadoSão Paulo – SP Torre: 32 pavimentos de
que possuem a congestão de usos em um espaço de relação com o entorno e
a cidade. O edifício Copan que idealizava a modernidade nacional em um projeto pos-
residências 1.ROSA, Vanessa Calazans da.
Edifício Multifuncional. Trabalho de
sui uma forma arquitetônica única inconfundível na paisagem atualmente
comércio/serviço
Conclusão de Curso (Arquitetura
adensada noescritórios
centro de São Paulo. O programa que parte da multiplicidade de e Urbanismo) – Universidade
usos, conta com uma base destinada a comércio e serviço; juntamente com Estadual de Maringá, Maringá – PR,
uma galeria estacionamento
e um uso cultural pelo teatro de 3500 lugares. Um terraço e um 2013.
foyer destinado a escritórios, ao passo que dois andares previamente dedica-
dos a sobrelojas se tornaram obsoletos. 1 2. OUKAWA, Carolina Silva. Edifício
1. Edifício COPAN diretamente da Copan: uma análise arquitetônica
calçada. Fonte: da autora, julho de com inspiração na disciplina análise
2017.
A lâmina do edifício é composta por seis blocos residenciais de tipologias di-
musical / Carolina Silva Oukawa. –
versificadas e que possuem metragens de apartamentos variadas (entre 25m2 São Paulo, 2010.
a até 170 m2). O acesso para esses blocos se dá a partir de torres de circulação
vinculadas aos corredores do térreo de comércio e serviços, se relacionando
interna e externamente ao edifício. Não rompendo com a pureza das formas
das lâminas onduladas, a circulação vertical das escadas foi desvinculada da
forma sólida do edifício em si, mantendo sua integridade visual. 2
sobreloja
residências
comércio/serviço
Em 1954, o arquiteto paranaense David Libeskind ganhou o concurso do pro- 1.(SORDI, 2016, apud URSINI 2005,
P .09)
jeto para o Conjunto Nacional, que se tornaria um dos símbolos de transforma-
ção da Av. Paulista em um polo de negócios – atualmente, a mesma avenida 2. (SORDI,2016, APUD URSINI,
ganhou um novo uso cultural com inúmeros museus e instituições culturais 2004, p.10).
espalhadas ao longo de seu comprimento.
escritórios
estacionamento
(3)
48 1. Planta Térreo CONJUNTO O programa do projeto foi dividido em duas lâminas: a horizontal, destinada 1. 3. Planta segundo pavimento 49
NACIONAL. Fonte: Revista Acrópole de lojas - CONJUNTO NACIONAL.
ao conjunto comercial (de três pavimentos) e a um jardim elevado em seu
n° 222 (CC BY-NC-ND 4.0). Via Fonte: Revista Acrópole n° 222
Arquivo Arq. Disponível em: site
terraço – fazendo a transição entre o âmbito público e privado; e a uma lâmina (CC BY-NC-ND 4.0). Via Arquivo
Archdaily: <https://www.archdaily. vertical, dividida em escritórios e duas tipologias de apartamentos residen- Arq. Disponível em: site Archdaily:
com.br/br/777375/classicos-da- ciais. <https://www.archdaily.com.br/
arquitetura-conjunto-nacional- br/777375/classicos-da-arquitetura-
david-libeskind>. Acesso em conjunto-nacional-david-
dezembro de 2019. libeskind>. Acesso em dezembro
de 2019.
2. Planta primeiro pavimento de
lojas - CONJUNTO NACIONAL. 2. Corte transversal - CONJUNTO
Fonte: Texto citado acima. NACIONAL. Fonte: Texto citado
acima.
(1)
(1)
(2) (2)
50
: projeto
51
i. esclarecimentos
zoneamento inicial do
plano diretor
zona 01 - zona
comercial
zona 07 - residencial
zona 09 - armazéns
para o escoamento da
produção na linha
férrea
1. Imagem da Avenida zona 10 - zona
industrial
Raccanello, no Novo Centro -
local do rebaixamento da antiga
linha férrea, altura da avenida
exatamente em frente ao terreno
escolhido para a proposta deste 1 - Mapa adaptado pela autora.
projeto.Fonte: da autora, abril de Fonte: MENEGUETTI, 2009 - Cidade
2019. (1) 0 100 200 (1) jardim, cidade sustentável.
usos atuais
shopping center
educação
52 Mesmo com as constantes transformações e a intensa valorização dos terrenos 53
lindeiros à linha férrea rebaixada, é possível encontrar regiões de barracões e
grandes terrenos subutilizados dentro dessa região central. Nessa quadra, as
mudanças de uso e gabarito se concentraram nas avenidas no sentido norte-
ii.
-sul, Av. São Paulo e Av. Pedro Taques, trazendo vitalidade para as bordas leste
e oeste, enquanto o meio de quadra ainda possui resquícios dos barracões e local - análises do entorno
terrenos subutilizados. Assim, o intuito é transformar este miolo de quadra
obsoleto e subutilizado em um “cenário de encontro” inserido no cotidiano ur-
bano, em resposta a uma frequente não convivência com o Outro, para zonas
zoneamento inicial do
de “respiro”.
Como elemento de partida, foram feitos levantamentos físico-territoriais no plano diretor
entorno das longas quadras da antiga zona 09, analisando lotes mais propí- zona 01 - zona
Este ponto de encontro, denominado “espaço arte-cidade”, têm a pretensão de
cios à desapropriação por conta de seus usos/relação com o entorno (Mapa 02 comercial
se apropriar deste terreno obsoleto no centro da cidade, preenchendo-o com zona 07 - residencial
e Mapa 03). A intervenção deste projeto se faz presente no miolo da quadra
a vitalidade do convívio democrático, dentro de um programa que resume o zona 09 - armazéns
da antiga Zona 09 de armazéns que se compreende entre as avenidas São para o escoamento da
cotidiano: o morar, o trabalhar, o apropriar e o agregar; juntamente com a
Paulo, Raccanello, Pedro Taques e Bento Munhoz, na junção de três lotes que produção na linha
arte, passível de provocar questionamentos e interesse sobre a própria cultura.
totalizam 28.499,44 m²: no maior (157m x 124m) se encontra parte da in- férrea
Permeável a todos, com a intenção de recuperar a cidade pelo chão, essa área zona 10 - zona
fraestrutura educacional de uma faculdade privada da cidade, instituição que
de respiro se enquadraria como uma zona de abertura e de interação. industrial
aluga o espaço sem utilizá-lo em sua totalidade, com barracões antigos em
madeira da antiga indústria algodoeira, alguns reformados em laboratórios;
O projeto tem a intenção de mostrar ao pedestre a hora de parar: para que a
o terreno ao lado (116m x 20m) é usado como estacionamento privado; e o
angústia do chegar seja substituída pelo alívio de respirar, conciliando o mo-
terceiro (112m x 59m) é utilizado como garagem da Receita Federal.
mento de andar com o momento de contemplar. Uma ode ao chão da cidade,
ao transporte público e à mobilidade alternativa, à interação e à história. 0 100 200
usos atuais
shopping center
educação
edifício residencial
hotel
estacionamento
institucional
comércio e serviço
mercado
centro de eventos
gabarito
térreo
térreo + 1
edifício residencial
hotel
estacionamento
institucional
comércio e serviço
mercado
centro de eventos
0 100 200
Assim, a escolha desse terreno analisou não apenas a morfologia das quadras,
bem como os usos, o impacto que ele tem nessa região central e em constante
valorização/transformação, os seus fluxos e os equipamentos do entorno. De
um lado, encontra-se um super-mercado e centro comercial, que gera vitalida-
de para esse meio de quadra, em uma arquitetura que permite passagens de
pedestre singelas e tem uma intenção de diálogo com o terreno deste projeto
– que acabou sendo levada em consideração como partido de conexão visual.
modais entorno
espaço do automóvel
espaço do pedestre
quadra construída
ciclovia
pontos de ônibus
1. Gramado extenso na propriedade (1) terminal urbano
da Unifamma e alguns barracões terreno de intervenção
que encontram-se subutulizados
pela infraestrutura estudantil, Essa apropriação diferenciada, no entanto, não se expande mais além no seu
e baixíssima densidade neste entorno.
contexto dentro da área central.
Fonte: da autora, maio 2019. Já na porção norte do entorno, há torres residenciais monofuncionais isoladas
no lote, com uma tipologia diferente do padrão encontrado no Novo Centro e 1. Mapa de diferentes modais no
nas adjacências, com arredores de usos mistos, porém gabaritos majoritaria- (1) entorno. Produzido pela autora.
mente menores – em uma característica de transição para a escala do bairro.
0 100 300 600
sala
pontos pontos camarim sala 2 multifunc. recepção recepção
hall de de diretoria
consulta consulta
sala de sala
guarda- multifunc. descanso descanso
periódi- gibiteca restauro apoio
volumes cos
espaço
emprés- técnico gráfica depósito depósito
referên- hora do registro
timo cia conto
sala de
banhei- ateliê reuniões
acervo acervo depósito
ros infantil de livros
mídiate- almoxa-
ca rifado
76394,6 (2)
iii.
entorno e com a praça interna
partido
1. Todos diagramas elaborados pela
autora. (1)
praças de convite
conexão
praças convite - usufruindo do verde
conexão principal - pedestres
praças de convite - mobiliário e
conexão secundária - pedestres
acessibilidade ao pedestre
faixa de pedestres existentes - reforçando
a conexão por esse lado até a rua na
diagonal de conexão principal
quadra superior
principal espaço de circulação de
pedestres atualmente
Inspirada nas vivências desta autora, a teoria da apropriação das cidades pelas
pessoas como meio de democratização e aperfeiçoamento da qualidade dos es-
paços públicos se encontrou com as minhas vontades pessoais e intenção de o
espaço da cidade mais convidativo. Assim, minha admiração pela arte e a expec-
tativa do que um espaço público pode fazer por um local nortearam esse projeto.
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desta prancha, acesse o QR Code
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disponível no final do caderno.
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projetada: 4.272,60 m²
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25 20 20
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9 35 36
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17 16 10 29 30
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escala gráfica
planta nível +551,00
escala 1/750 0m 5m 10m 30m
programa - espaço arte - complexo uso cultural programa - espaço cidade - uso morar, trabalhar, vivenciar
1. foyer 4. banheiro 7. bilheteria/chapelaria 10. escada incêndio 13. elevador visitante 16. escada externa 19.laboratório 22. sala multiuso 25. a.c. 26. lojas 29. hall acesso pavimentos superiores 32. praça convivência 35. escada externa
2. anfiteatro 5. sala técnica 8. administração 11. banheiros 14. dml 17. jardim interno 20. apoio 23. sala de dança 27. loja praça de alimentação 30. banheiro 33. área de serviço 36. pátio interno
3.camarim 6. café 9. elevador serviço 12. elevador carga 15. depósito 18. gráfica 21. ateliê 24. exposição 28. corredor coberto 31. ventilação subsolo 34. bicicletário
* Para uma visualização sem interrupções
desta prancha, acesse o QR Code
disponível no final do caderno.
B
A
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2
70 71
13
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17 18 25
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21
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escala gráfica
planta nível +554,00
escala 1/750 0m 5m 10m 30m
programa - espaço arte - complexo uso cultural programa - espaço cidade - uso morar, trabalhar, vivenciar
1. acesso cobertura verde 4. biblioteca infantil 7. lounge 10. escada incêndio 13. elevador visitante 15. jardim interno 17. varanda 20. depósito salão 23. playground 26.área técnica
2. acesso rua 5. exposição 8. escada 11. banheiros 14. escada acesso pavimentos 16. escada externa 18. salão de festas 21. cozinha salão 24. lojas 27. jardim interno
3.livraria 6. recepção 9. elevador serviço 12. elevador carga superiores 19. banheiro salão 22. hall 25. acesso pavimento superior
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7 7
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6
4
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72 5 1. Hall do complexo cultural - 73
9 3 10 produzido pela autora.
1
2 (1) 2. Auditório - produzido pela autora.
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+560,50
+557,25
+554,00
+550,00
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alinhamento predial
+560,50
+557,25
+554,00
+550,00
corte bb (2)
escala 1/750
fachada leste
escala 1/750
escala gráfica
0m 5m 10m 30m
1. ar condicionado 4. recepção 7. escada acesso mezanino 10. escada incêndio 13. elevador visitante
2. depósito 5. adm. biblioteca 8. escada 11. banheiros 14. controle acesso
3. guarda volumes 6. varanda 9. elevador serviço 12. elevador carga
76 1. Ateliê - produzido pela autora 1. Exposição - produzido pela autora 77
(2) (2)
78 1. Praça e corredor interno 79
complexo cultural com jardim
interno - produzido pela autora
(1)
80 1. Hall, lojas e calçada - Raccanello 81
C
(1) pela autora
3
1 1 2 2 2 2 1 1
D 5 5
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D 5 5 D
4 4 4
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1 2
2 1 1 1
3
escala gráfica
0m 5m 10m 30m
1. apartamento tipo 1 - 75,00 m² 4. passarelas de acesso 1. apartamento tipo 1 - 75,00 m² 4. passarelas de acesso
2. apartamento tipo 2 - 112,50 m² 5. circulação vertical 2. apartamento tipo 3 - 150,00m² 5. circulação vertical
3. sacada 3. sacada
2 3 4 2 3 4
1 1
5 5 6
6 7
3 4 5 3 4 5
1 6 1 7
2 2 6
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3 4 5 3 4 5
7 1 8
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2 6 2 6 7
8 8 9 9
+638,30 +638,30
+632,60 +632,60
+629,00 +629,00
+625,40 +625,40
+621,80 +621,80
+618,20 +618,20
+614,60 +614,60
+611,00 +611,00
+607,40 +607,40
+603,80 +603,80
+600,20 +600,20
+596,60 +596,60
+593,00 +593,00
+589,40 +589,40
+585,80 +585,80
+582,20 +582,20
+578,60 +578,60
+575,00 +575,00
+571,40 +571,40
+567,80 +567,80
+564,20 +564,20
+560,60 +560,60
+557,00 +557,00
+551,00 +551,00
+545,90
+542,30
corte cc corte dd
escala 1/750 escala 1/750
escala gráfica escala gráfica
0m 5m 10m 30m 0m 5m 10m 30m
86 87
7
E 7
3
1
5
4 6
E
90 91
7 2 7
7 7
7
1. Diagrama explodido -
apartamento 2 módulos.
Modulação das janelas definindo
F
planta nível +563,60
o layout das paredes dos quartos escala 1/750
e banheiros; com área molhada
F
concentrada. (1)
E
3 1
7 5
6
E
4 7
passarela - acesso
F
módulo - janelas altas planta nível +570,80
módulo - porta acesso escala 1/750
F
7
apartamento tipo 3 - 2
módulos E
3
1
5 1. jardim interno
6
E 2. corredor circular
módulo - vedação (acm) 3. escada externa
2 4 4. varanda
7
5. circulação vertical
módulo - janelas inteiras 6. ar condicionado
7. módulos circulares - escritórios
F
0m 5m 10m 30m
+587,60
+582,60
+578,00
+574,40
+570,80
+567,20
alinhamento predial
+563,60
+560,00
+554,00
92 +550,00 1. Praça de alimentação - produzido 93
+545,90 pela autora
+542,30 2. Pavimento de lojas - produzido
(1)
pela autora
corte ee
escala 1/750
+587,60
(2)
+582,60
alinhamento predial
+578,00
+574,40
+570,80
+567,20
+563,60
+560,00
+554,00
+550,00
+545,90
+542,30
corte ff
escala 1/750
escala gráfica
0m 5m 10m 30m
94 1. Varanda intercalada - torre de 95
escritórios - produzido pela autora
(2)
escala gráfica
fachada sul
escala 1/750 0m 5m 10m 30m
96 1. Praça com vista para os três 97
edifícios - produzida pela autora.
(1)
F
F
C
C
alinhamento predial alinhamento predial
98 99
E E E E
D D
D D
alinhamento predial alinhamento predial
F
F
C
C
planta estacionamento subsolo 1 - nível +545,90 planta estacionamento subsolo 2 - nível +542,30
escala 1/750 escala 1/750
escala gráfica
fachada da avenida - bento munhoz da rocha neto
escala 1/750 0m 5m 10m 30m
1. Acesso complexo uso cultural e jardim
102 1. Entrada para a torre de escritórios 103
elevado pela Av. Horácio Raccanello
pela Av. Bento Munhoz
2. Acesso complexo uso cultural pela praça - 2. Entrada pela Av. Horácio
(1) (1)
pela autora Raccanello - pela autora
(2) (2)
104 1. Vista do complexo pela avenida 105
Horácio Raccanello - produzida pela
autora.
(1)
106 1. Vista do complexo pela avenida 107
Bento Munhoz da Rocha Neto.
(1)
... considerações finais
109
Esse trabalho se apresenta como produto final dos últimos cinco anos de gra-
duação, das experiências, trabalhos e as viagens, mas, sobretudo dos últimos
dois. Após realmente entender o que eu gostaria de tratar, procurei agregar
a este trabalho pontos que me identifico dentro desta trajetória acadêmica:
pessoas, cidade, arte e arquitetura.
Buscando uma aproximação entre edifício, cidadãos e a cidade como fim para
um espaço mais democrático de interação com o outro: do caminhar dentro
do programa como uma tentativa da percepção das pessoas com o outro; na
tentativa de impulso ao ar livre da interação democrática e da empatia, do
retorno ao espaço da cidade como um espaço social.
110
. referências
111
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