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6 - Precipitação de uma solução homogênea

A precipitação de uma solução homogênea é uma técnica na qual o agente precipitante é


gerado em uma solução contendo o analito através de uma reação química lenta. Nesse
caso, o agente precipitante é gerado gradativamente e homogeneamente, reagindo
imediatamente com o analito, logo não há excessos de reagente, tendo como consequência
a baixa supersaturação relativa, durante toda a precipitação.
De forma geral, os precipitados, tanto coloidais e cristalinos, formados nesse processo, são
mais adequados para uma análise gravimétrica do que os formados pela adição direta de
agente, por formarem precipitados mais puros (evitam contaminação por coprecipitação e
pós-precipitação), e são mais fáceis de filtrar. É importante ressaltar que, na maioria das
vezes em que esse tipo de reação acontece, há aumento de pH na solução, e também maior
formação de cristais.
Exemplo de precipitação por meio de uma solução homogênea:
H2N-CO-NH2 + 3H2O -> CO2 + 2NH4+ + 2OH-
HIdroxila é usada na reação para formar um bom reagente precipitante para o íon férrico,
pela formação de formiato de ferro III
HCOOC + OH -> HCO2- + H2O
Essas reações acontecem de forma simultânea, e a partir do momento em que o íon
formiato é formado, o íon férrico é precipitado:
HCO2- = Fe3+ -> Fe(HCO2)3.nH2O(S)
6.1 - determinação do cálcio por precipitação homogênea
Para essa determinação é utilizado excesso de ácido oxálico (H 2C2O4), que é adicionado, a
um volume cuidadosamente medida da amostra. Em seguida a amônia é adicionada para
neutralizar o ácido e causar a precipitação do cálcio presente na amostra. Como CaC 2O4, que
é insolúvel em meio básico. A calcinação converte o óxido de cálcio, após o esfriamento, o
precipitado é pesado e massa de CaO é determinada, e assim, por cálculos
estequiométricos, se obtêm a quantidade de cálcio na amostra.
Ca2+(aq) + C2O42-(aq) -> CaC2O4(s)
2 NH3 + H2C2O4 <-> 2 NH4+ + C2O42-
Ca2+(aq) + C2O42-(aq) <-> CaC2O4(s)
Ca2+(aq) + 2 NH3 + H2C2O4 <-> 2 NH4+ + CaC2O4(s)
Calcinação Seco Filtrado (préviamente pesado)
CaC2O4(S) -> CaO(s) + CO(g) + CO2(g)

7 - Contaminação dos precipitados


Nem sempreme em uma solução existe somente os constituintes para a determinação
gravimétrica, e estes constituintes podem ser carregados com os precipitados, o que causa
contaminação. Esse tipo de impureza contitui a maior fonte de erros na análise
gravimétrica.

7.1 - Precipitação simultânea


Outras substâncias podem estar precipitando ao mesmo tempo que a substânia desejada
está precipitando.

7.2 - Coprecipitação
É o processo em que substâncias solúveis se incorporam ao precipitad. O íon contaminante
é capaz de substituir o ânion ou cátion dentro da rede cristalina do precipitado. Pode
ocorrer com íons que tenham tamanhos próximos e mesma carga, e também com íons de
carga diferentes. Exemplo: BaSO4 precipitado a partir de uma solução de BaCl 2 e Na2SO4,
pode ter contaminação com Na2SO4, mesmo que esse sal seja solúvel em água.
Se em um processo de precipitação pode ocorrer esse tipo de contaminação, a purificação,
geralmente, não é possível. Um modo de se controlar esse tipo de problema é colocar a
substância contaminante sob outra fórmula química, antes da precipitação. Exemplo:
Podemos evitar a contaminação de BaCrO 4 na precipitação do BaSO4 reduzindo o íon CrO4- a
Cr3+ antes de uma precipitação.
Adsorção superficial: As impurezas são adsorvidas na superfície do precipitado. Nesse tipo
de contaminação, vemos que a medida que o precipitado cresce, o contaminante fica
ocluído (preso) entre o precipitado. Nesse caso de contaminação o cátion ou o ânion não
são substituídos, e o que acontece, é a modificação na estrutura do precipitado.
Exemplo: Quando BaSO4 é precipitado pela adição de íons Ba 2+ a uma solução de Na2SO4, o
íon sulfato estará em excesso durante a precipitação. A medida que os íons sultfato se
juntam com os íons bário por estarem em excesso, acabam formando uma camasa com
densidade negativa. Por não haver nenhum outro ânion em solução, os íons sódio são
atraídos por essa desnidade, e acabam sendo incluídos na rede cristalina do precipitado,
contaminando-o – BaSO4 contaminando com uma camada de Na2SO4. O mesmo pode
acontecer, só que de forma contrária, em uma solução de BaCl 2, só que dessa vez, íons bário
estarão em maior número, criando uma densidade positiva sobre sua superfície, atraindo
íons cloreto da solução - BaSO4 contamindo com uma camada de BaCl2.
É também um fato importante a se considerar, que quanto menor a solubilidade do sal
contaminante maior será a coprecipitação.
A adsorção de íons precipitados coagulados, como exemplo o cloreto de prata, ocorre pelo
mesmo mecanismo para precipitados cristalinos. Porém, a única diferença está no fato de
que os precipitados coagulados não crescem além do tamanho de partículas coloidais, nisso
as impurezas adsorvidas podem ser arrastadas por lavagem do precipitado.
Tem – se também os precipitados gelatinosos, e como exemplo óxido de ferro hidratado. As
partículas desse precipitado são muito pequenas – e por isso ele adquire uma superfície
específica muito grande – sendo assim impurezas adsorvidas são grandes e não podem ser
eliminadas por uma simples lavagem.
As cargas elétricas destas patículas dependem do pH da solução. Então o óxido de ferro
hidratado está carregado positivamente em pH menores que 8,5 e por isso adsorve
fortemente ânions sulfato e nitrato em vez de cátions, entretanto em pH maiores que 8,5
ele estará carregado negativamente., mais especificamente em pH acima de 10 adsorverá
cátions, mas não ânions.
Os precipitados gelatinosos devem ser lavados em soluções aquecidas e na presença de um
eletrolítico volátio (que possa ser removido durante a lavagem) para que não ocorra a
peptização.

7.3 - Pós precipitação


SE uma substância é deixada em repouso após a precipitação ter sido concluída, uma
segunda substância pode precipitar lentamente por reação com o reagente precipitante, e
assim, se depositar sobre o precipitado original. Tem usualmente um íon em comum com o
precipitado inicial. Exemplo: Quando CaC 2O4 é precipitado em solução for deixada em
repouso por um tempo, como MgC 2O4 tende a formar soluções supersaturadas, o magnésio
vai após precipitar sobre o precipitado de cálcio.

7.4 - Diferenças entre coprecipitação e pós-precipitação


Com relação a Copreciítação versus Pós Preciitação, alguns fatores podem ajudar ou
atrapalhar os mecanismos de precipitação. Enquanto o maior tempo com a água mãe
diminui a contaminação por Coprecipitação, aumenta por Pós-Precipitação. Na pós-
precipitação a contaminação aumenta com a rapidez da agitação, na coprecipitação dá-se o
oposto.

7.5 Precipitação de uma solução homogênea por adição lenta de agente precipitante
Nos procedimentos gravimétricos aconselha-se adicionar lentamente a solução diluída do
reagente precipitante com agitação. O propósito é manter a supersaturação em um grau
baixo para obter partículas maiores, perfeitas e puras de acordo com a teoria de Von
Weimarn. Entretanto, ainda usando esse procedimento, pode criar uma zona de contato
entre as duas soluções relativamente concentradas, surgindo várias partículas pequenas.
8 – Controle da Contaminação dos Precipitados
Existem formas de evitar que os precipitado sejam containados.
Agentes com o pH e a temperatura certos podem ajudar no controle da precipitação
simultânea, uma vez que certas substâncias exigem pH específico para a precipitação, como
por exemplo o Mn(OH)2 que precipita em pH>9,0. Em soluções que contenham mais de um
íon (Fe3+ e Mn2+) em que se precipita por adição de base forte, a contaminação pode ser
evitada com hidróxido de magnésio controlando o pH.

9 – Cuidados a serem tomado para se ter uma determinação gravimétrica quantitativa


A vantagem em dominar a relação de Von Weimarn é que podemos relacionar muitas coisas
no processo de precipitação, para aumentar ou diminuir o grau de supersaturação relativa,
aumentando ou diminuindo o tamanho da partícula (colóide ou cristal) e assim sua
filtrabilidade que proporcionalmente influencia a um menor ou maior erro na determinação
quantitativa gravimétrica.
Os cuidados para uma determinação gravimétrica quantitativa são de várias naturezas,
químicas, físicas e etc. Podemos assim afetar tanto a sua concentração quanto a sua
solubilidade, como visto anteriormente quanto menor o grau de supersaturação relativa
melhor será o tipo do nosso precipitado.

9.1 - Soluções relativamente diluídas


Soluções relativamente diluídas são melhores para se obter cristais, pois em uma solução
diluída vemos que a concentração de íons(Q) é relativamente menos gerando assim um
grau de supersaturação menor e maiores cristais melhorando a filtrabilidade e diminuindo o
erro na determinação gravimétrica.

9.2 - Adição lenta do agente precipitante


A adição lenta do reagente precipitante com agtação intensa é muito importante para evitar
uma condição local de elevada supersaturação, ou seja, ele diminui o Q, diminuindo o grau
de supersaturação relativa, gera maiores cistais na precipitação aumentando a filtrabilidade
e diminuindo o erro na determinação gravimétrica.

9.3 - Ajuste de pH e temperatura


A temperatura e o pH podem mexer com a solubilidade de um composto afetando
diretamente o grau relativo de supersaturação. Por exemplo, o exalato de cálcio tem uma
solubilidade maior, então neste meio ele gera cristais maiores, que são melhores para
filtração. Posteriormente à formação de cistais, o meio é neutralizado com amônia para que
todo o oxalato de cálcio seja precipitado em cima dos cristais maiores já formados.

9.4 - Escolha do gerente precipitante


A escolha de um bom precipitante é essencial.
Um bom a gente precipitante tem como características: ser facilmente filtrado e lavado para
remoção de contaminantes (produto puro), de solubilidade suficientemente baixa para que
não haja perda significativa do analito durante a filtração e a lavagem (precipitado obtido
deve ser altamente insolúvel), não se reativo com os constituintes da atmosfera. Com
decomposição química conhecida após sua secagem ou, se necessário, calcinação (estável,
não higroscópico, não ser volátil), reação completa nas condições de análise. Um bom
exemplo de agente precipitante é a dimetilglioxima em gravimetria de precipitação com
níquel.

9.5 - Digestão
É o tempo em que o precipitado, após ter sido formado, permanece em contato com o meio
de precipitação (água-mãe). A digestão é processada com o objetivo de se obter um
precipitado constituído de partículas grandes, facilmente filtráveis, e o mais puro possível.
Este tempo de digestão nem sempre é necessário, sendo mesmo em alguns casos
indesejáveis. Assim sendo, quando da formação de precipitados gelatinosos, como o
hidróxido de ferro, bastam poucos minutos de fervura para se ter um precipitado
quantitativamente formado e de boas filtrabilidade. Este composto, se fosse submetido a
uma digestão mais prolongada sofreria uma contaminação através de um processo de um
tempo de absorção, por causa da sua alta superfície específica. A necessidade ou não de um
tempo de digestão pode ser determinada pelo conhecimento das características físicas e da
solubilidade do precipitado já formado, sendo que os procedimentos analíticos clássicos já
especificam o tempo e a temperatura mais adequada para cada caso.

9.6 - Envelheciemnto
Tempo de mais ou tempo de menos em um envelhecimento pode gerar produtos
indesejáveis.
A pós-precipitação ocorre quando o precipitado é deixado em contato com a água mãe e
uma segunda substância pode precipitar lentamente por reação com o agente precipitante,
e depositar-se sobre a superfície das partículas do precipitado de interesse.

9.7 Cuidados x Solubilidade


Infelizmente, nem sempre é possível melhorar o tipo de precipitação obtido, às vezes o
composto é tão insolúvel, tem uma solubilidade tão pequena que mesmo alterando vários
passos na gravimetria não é possível obter cristais dele, e tudo que podemos obter é apenas
ma quantidade gravimétrica quantitativa. Um exemplo disso são sais derivados de sulfeto e
hidróxidos.

10 - Conclusão
Portanto, para se possa realizar uma análise graimétrica o precipitado precisa se insolúvel,
filtrado e lavável e não deve arrastar na solução impurezas, sendo eles nomeados como
cristalinos, coágulos e gelatinosos. Entretanto nem sempre isso ocorre. ALém disso, os
precipitados podem arrastar outras substâncias solúveis que nem sempre é possível separá-
lo do precipitado por uma simples lavagem e esta contaminação é a maior fonte de erro na
análise gravimétrica. Então há várias técnicas que amenizam a impureza ao precipitado, que
são? A influência das condições de precipitação (solução menos supersaturada). Controle
experimental das partículas (solubilidade, temperatura, concentração dos reagentes),
precipitação a partir de uma solução homogênea.

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