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O EXAME FÍSICO DA

CRIANÇA - Geral

AULA 4 - SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


PROF. JANINE BRIXNER
profjaninebrixner@gmail.com.br
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INTRODUÇÃO
• O exame físico em pediatria apresenta
algumas particularidades que o diferencia do
exame físico em adultos.
• Apesar da sequência crânio-caudal ser
a preferida para evitar que se deixe de
examinar algum órgão ou sistema
importante, em pediatria muitas vezes
temos que nos adaptar a situação e seguir
uma sequência diferente de acordo com o
grau de cooperação do paciente.

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• Deve-se abordar a criança de tal forma que ela
fique confortável, facilitando a obtenção dos
resultados esperados no exame físico.
• O paciente deverá ser observado desde a
entrada no consultório, avaliando sua postura,
atitude, fácies, interação com os responsáveis,
marcha, etc.

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• Algumas manobras do exame físico
poderão ser realizadas ainda no colo
da mãe, deixando para o final
aquelas que são dolorosas ou
desagradáveis.
• Da mesma forma, os procedimentos
que requerem a criança calma
devem ser efetuados no início, de
preferência ainda no colo do
responsável (ex. verificação de
frequência respiratória e cardíaca).

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• É importante também explicar algumas técnicas do exame
físico para criança e responsáveis, mostrando inclusive os
instrumentos que serão utilizados, com objetivo de diminuir
a ansiedade durante a realização das manobras.
• Solicite sempre a presença dos cuidadores ao lado da criança,
também para diminuir a ansiedade.
• A cada exame, em qualquer idade, deve-se avaliar o grau de
urgência e de sofrimento presente na consulta para priorizar
procedimentos e evitar aqueles desnecessários no momento

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O EXAME FÍSICO DA
CRIANÇA
1-EXAME FÍSICO GERAL:
• Verificar estado geral do paciente, aparência
(saudável ou doente), consciência, irritabilidade,
choro, grau de cooperação, presença de cianose,
icterícia, edema, hidratação, temperatura,
frequência cardíaca e respiratória, pressão
arterial, exame de cadeias ganglionares, grau de
nutrição. Verificar interação da criança com seus
responsáveis

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O EXAME FÍSICO DA
CRIANÇA
APARÊNCIA GERAL: Saudável,
enfermo, ativo, irritado,
prostrado, conformação
corpórea, fácies, posições
características, movimentos
significativos, padrões
respiratórios, estado de vigília,
estado de nutrição e hidratação.

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SSVV

MENSURAÇÃO DOS SSVV: temperatura axilar ,


frequência cardíaca (durante 1 minuto), frequência
respiratória (durante 1 minuto), pressão arterial (a
partir de 3 anos - Em repouso, com manguito
adequado para o tamanho do braço; A largura da
bolsa de borracha do manguito deve corresponder a
40% da circunferência do braço e seu comprimento,
envolver pelo menos 80% do braço.)

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LEITURA DA TEMPERATURA
PADRÃO

-ORAL: 360C-37,40C

- RETAL: 360C-37,50C

-AXILAR: 35,50C-370C (média entre 36


a 36,5°C)

(Valores de referência Porto, 2011).

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FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL
IDADE PULSAÇÃO (BPM*)
RECÉM-NASCIDO 100-180
1 SEMANA a 3 MESES 100-220
3 MESES a 2 ANOS 80-150
2 ANOS a 10 ANOS 70-100
10 ANOS a 18 ANOS 55-90
ADULTO 60-100
* BPM = Batimentos por minuto
Dados de referência de acordo com WILSON e HOCKENBERRY, 2012.
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VALORES DE REFERÊNCIA de acordo com WILSON e HOCKENBERRY,
2012.
IDADE RESPIRAÇÃO (IRPM*)
RECÉM-NASCIDO 35
1MÊS a 11 MESES 30
1ANO- 2 ANOS 25
4 ANOS 23
6 ANOS 31
8 ANOS 20
10 ANOS 19
12 ANOS 19
14 ANOS 18
16 ANOS 17
18 ANOS 16-18
ADULTO 12-20
* IRPM = Incursões respiratórias por minuto
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MÉDIA DOS VALORES DA PA
IDADE MÉDIA VALORES- SÍSTOLE/DIÁSTOLE
0-3 MESES 75/50 mmHg
3-6 MESES 85/65 mmHg
6-9 MESES 85/65 mmHg
9-12 MESES 90/70 mmHg
1-3 ANOS 90/65 mmHg
3-5 ANOS 95/60 mmHg
5-7 ANOS 95/60 mmHg
7- 9 ANOS 95/60 mmHg
9- 11 ANOS 100/60 mmHg
11- 13 ANOS 105/65 mmHg
13- 14 ANOS 110/70 mmHg
14-17 ANOS 120/75 mmHg
> 18 ANOS 120/80 mmHg
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ANTROPOMETRIA

MENSURAÇÃO DA ANTROPOMETRIA: altura,


peso e perímetro cefálico.

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PESO

Nunca se deve pesar crianças com fraldas,


roupas pesadas, segurando objetos, com
pulseiras, presilhas ou adereços no cabelo e
pescoço.
Também é fundamental que a superfície onde a
balança esteja apoiada seja a mais reta possível,
e a balança seja tarada a cada medida.
Pesando crianças menores de 2 anos ou com até 16 kg
Peso médio ao nascer
3,3Kg menino
3,2Kg menina

Nos 1º dias de vida, o RN a termo pode perder peso (fisiológico) em


torno de 10%, que é recuperado em 10 dias.
A criança aumenta de peso 700g/mês no 1º trimestre; 600g/mês no
2º trimestre; 500g/mês no 3º trimestre; e 400g/mês no 4º trimestre de
vida.

O peso ao nascimento: dobra aos 4 a 5 meses; triplica aos 12 meses e;


quadriplica aos 24 meses de vida.

A partir do 2º ano de vida até a puberdade, o ganho médio de peso


está em torno de 2 a 2,5Kg/ano.

Índice peso/idade = reflete sua situação global com referência ao


estado nutricional. 18
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ESTATURA
Medindo crianças menores de 2
anos
Estadiômetro ou Antropômetro Horizontal
Medindo crianças maiores de 2 anos e adultos
Altura para a idade – é considerado o índice mais sensível para a
qualidade de vida da população infantil, pois é o dado que reflete o
crescimento linear ao longo de determinado tempo, representando a
influência de variadas situações adversas naquele período.

Estatura média ao nascer

49,9 cm menino
49,1 cm menina

No 1º semestre de vida, o lactente cresce em torno de 15cm, no 2º


semestre cerca de 10cm.
Aos 12 meses alcança aproximadamente 75cm de estatura.

Critério de normalidade = velocidade de crescimento (cm em 1 ano)

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PERÍMETRO CEFÁLICO

Reflete o desenvolvimento
do conteúdo intracraniano. RN a termo
35 cm menino
Até os 2 anos de idade o 34 cm menina
cérebro cresce mais que em
todo o resto da vida (alcança Aumenta cerca de 12 cm no
50% e 75% do tamanho final 1º ano de vida, sendo 6cm
adulto aos 9 meses e aos 2 no 1º trimestre (2cm/mês),
anos respectivamente. 3cm no segundo trimestre
(1cm/mês) e 3cm no 2º
semestre (o,5cm/mês),
alcançando cerca de 47cm
no 1º ano de vida.
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O EXAME FÍSICO NA
CRIANÇA
CABEÇA E PESCOÇO: O crânio pode ser
dolicocéfalo, quando o diâmetro
longitudinal é maior que o látero-lateral,
sendo esta forma característica do
longilíneo.
Crânio de brevelíneos é o braquicéfalo, cujo
diâmetro latero-lateral é maior que o
diâmetro longitudinal.
(acrocefalia, escafocefalia, dolicocefalia,
braquicefalia, plagiocefalia,).

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HIDROCEFALIA

MACROCEFALIA MICROCEFALIA

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Couro cabeludo: É importante a verificação de
inflamações, infecções e infestações parasitárias no
couro cabeludo.

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Olhos:
Pálpebras: Se o mesmo faz uso de
proptose palpebral;

nódulos e lesões, edema;

globo ocular está protuso/exoftalmia ou


afundamento/enoftalmia;

Esclerótica: coloração/icterícia,
hemorragia;

Pupilas: isocóricas ou anisocóricas,


diâmetro, fotorreagência
• Teste de reflexos nos olhos
Reflexo fotomotor - projeta-se um feixe de luz em
posição ligeiramente lateral a um olho. A pupila deve
se contrair rapidamente. O teste deve ser repetido no
outro olho, devendo ser comparado com o primeiro
(avaliação da estrutura anátomo-funcional).
Teste do reflexo vermelho ou Bruckner test – deve
ser realizado na penumbra (para a pupila ficar mais
dilatada), com o oftalmoscópio colocado
aproximadamente de 5cm a 10cm de distância dos
olhos da criança (iluminar os 2 olhos ao mesmo
tempo), para se observar o reflexo vermelho nos 2
olhos.
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ESTRABISMO exoftalmia
midriase

ptose Teste do olhinho

heterocromia

anisocoria
Catarata

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Nariz = observar a forma,
tamanho, movimento
das asas do nariz,
secreções, lesões, ou
epistaxe.

Nos seios paranasais


devemos realizar a
palpação para detectar
a hipersensibilidade.
Nos ouvidos deve-se observar a forma,
higiene, presença de cerume e quantidade,
lesões e sinais flogísticos.
Realizar a palpação na investigação de dor.
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micrognatia

• BOCA - Palidez perioral, odor.


Lábios: (paralisias, fissuras, vesículas e
pústulas, cor, edema).
Dentes: (número, conservação, escovação).
Gengiva: (infecção, coloração, sangramento,
cisto, hipertrofia). Mucosa oral: aspecto,
coloração, monilíase, exantema, petéquias,
ulcerações. Língua: papilas, cor, aspecto,
tamanho (macroglossia), cicatrizes, “língua
presa”, cisto, paralisia (deve apresentar
superfície rugosa, recoberta por papilas e
levemente esbranquiçada superfície lisa,
hiperemiada e hipertrofia das papilas). Palato
e Faringe: cor, sangramento, fenda,
perfuração, palato ogival, úvula, faringe Macroglossia
posterior, amígdalas (tamanho, infecção),
epiglote. Laringe: voz, rouquidão, estridor.

anquiloglossia

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No pescoço, verificar a mobilidade, simetria,
aumento da tireóide, veias jugulares, pulso
carotídeo, palpar linfonodos e se apresenta
sensibilidade a dor, ou gânglios.
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• TÓRAX
– Inspeção (forma, simetria, rosário
costal), tiragem intercostal, tipos Torax em tonel
de respiração (toracoabdominal,
costal superior, abdominal*),
expansibilidade torácica. Mamas:
desenvolvimento, simetria,
Pectus Excavatum
Torax em funil
sensibilidade, hiperemia, mastite,
nódulos, ginecomastia. Torax cifótico
Pectus Cavinatum

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• SINAIS DE SOFRIMENTO
RESPIRATÓRIO
– Taquipneia
– Cianose
– Tiragem intercostal
– Batimento de asa de nariz

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• ABDOME
inspeção = forma abdominal, cicatriz
umbilical, etc.
palpação = hipersensibilidade/dor,
contorno de órgãos (fígado e baço
- este palpável em casos
normais);.
percussão = predomínio de sons
timpânicos, exceto em regiões
onde tenham órgãos como fígado,
baço ou vísceras preenchidas por
fezes líquidos;
Granuloma umbilical
ausculta: verificar a presença dos
ruídos hidroaéreos (5 a 35/min),
se estão aumentados, diminuídos
ou se não há ruídos (íleo
paralítico). Prof Janine Brixner 39
gastrosquise
• GENITÁLIA MASCULINA E ÂNUS
– Inspeção, características sexuais,
palpação testicular, fimose,
hérnias.; permeabilidade anal,
fissuras
– Observar anormalidade presentes,
sinais de irritações alérgicas, Hérnia inguinoescrotal
sangramento e fissuras no reto.
orquite

hidrocele

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fimose
• GENITÁLIA FEMININA E ÂNUS
– Inspeção, características sexuais,
grandes e pequenos lábios, hérnias,
higiene; permeabilidade anal, fissuras
– Observar anormalidade presentes,
sinais de irritações alérgicas,
leucorreia, sangramento e fissuras no
reto.

Sinéquia pequenos lábios


normal Hérnia inguinal

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• MEMBROS SUPERIORES E
INFERIORES
– Avaliar resistência a extensão,
flexão, flacidez excessiva de todas
as articulações, integridade da
pele, perfusão, temperatura.
– Pé torto congênito, polidactilia,
sindactilia, agenesia, luxação
congênita de quadril (manobras
Barlow-Ortolani, assimetria de
pregas cutâneas).
– Lesão de plexo braquial, fratura
clavícula.

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manobras Barlow-Ortolani,

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• DORSO
– Na linha média sugerem
alterações de fechamento do
tubo neural. meningocele

• Lipomas
• Hipertricose
• Hemangiomas capilares
• Atrofia cutânea delimitada
• Meningocele
– Escoliose e outras
anormalidades coluna
vertebral.

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O EXAME FÍSICO DA
CRIANÇA

3. DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PSICOAFETIVO:


observe e avalie o relacionamento
mãe/cuidador e dos familiares com o bebê:
como responde às suas manifestações, como
interagem com o bebê e se lhe proporcionam
situações variadas de estímulo.
Avalie os marcos do desenvolvimento segundo a
faixa etária (caderneta de saúde da criança).

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BIBLIOGRAFIA

DUTRA, Adauto. Semiologia pediátrica. 2 ed. Rio de


Janeiro: Rubio, 2010.

PORTO, Celmo C. Exame clínico: bases para a prática


médica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

WILSON, David; HOCKENBERRY, Marilyn J. Wong,


manual clínico de enfermagem pediátrica. 8. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012

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