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SOS PEDIATRIA 5º ANO

TEMAS
 Puericultura
o Crescimento
o Desenvolvimento puberal, puberdade precoce
o Alimentação
o Distúrbios alimentares (obesidade)
o DNPM (PAPEL + aqui) – TERMINAR reflexos e distúrbios do DNPM
o Vacinação

Crescimento
Crescimento por ano:

 1o ano de vida: 25 cm
 2o ano de vida: 10 - 12 cm, até 15 cm por ano (em média 1 cm por mês)
 A partir do 3o ano de vida: 5 - 7 cm
 Fase puberal: estirão caracterizado por um crescimento rápido até atingir um pico, com
desaceleração posterior até atingir a altura adulta (relacionado a esteroides sexuais e GH).
 VC ♂ = 10 - 12 cm/ano (média 25 - 30 cm)
 VC ♀ = 8 - 10 cm/ano (média 20 - 25 cm)
 Fase puberal final = 1 - 1,5 cm/ano

Estatura-alvo

Para avaliar o crescimento da criança deve-se acompanhar 3 fatores: peso, estatura e


perímetro cefálico.

1. PESO

 PERDA: 10% nos primeiros dias de vida, recuperar em 2 semanas.


 Regrinha: peso de nascimento  duplica em 6 meses, triplica em 12 meses, e
quadruplica em 36 meses
 
 GANHO
 25 g/d (750 g/m) - 1º trimestre
 20 g/d (600 g/m) - 2º trimestre
15 g/d (450 g/m) - 3º trimestre

10 g/d (300 g/m) - 4º trimestre

2. ESTATURA: estadiômetro infantil em pé (> 2 anos ou 1m) ou régua horizontal (< 2
anos)

VC do lactente: 25 cm no 1º ano e 12 cm no 2º ano, a partir do 3o ano de vida: 5 - 7 cm

4º ano atinge 1 metro; 4 até puberdade: 5 a 7 cm/ano; puber

 1º mês = 5 cm

 2 a 3 meses = 3 cm/mês

 3 a 6 meses = 2 cm/mês

 6 a 12 meses = 1 a 1,5 cm/mês

 1 a 2 anos = 1 cm/ mês

3. PERÍMETRO CEFÁLICO: É importante medir o PC em todas as consultas nos 3 (até 2


anos completos) primeiros anos de vida! PC ao nascer = 34-36 cm.

Velocidade de crescimento do PC:


 1o trimestre = 2 cm/mês

 2o trimestre = 1 cm/mês

 3o semestre = 0,5 cm/mês

SCORE Z – DIAGNÓSTICOS

PESO PARA A IDADE


Z ¿ -3 = MUITO BAIXO PESO PARA A IDADE
-3 ≤ Z ¿ -2 = BAIXO PESO PARA A IDADE
-2 ≤ Z ≤ +2 = PESO ADEQUADO PARA A IDADE
Z ¿ +2 = PESO ELEVADO PARA A IDADE
 
ESTATURA PARA A IDADE
Z ¿ -3 = p < 0,1 = MUITO BAIXA ESTATURA PARA A IDADE
-3 ≤ Z ¿ -2 = P 0,1-3 = BAIXA ESTATURA PARA A IDADE
-2 ≤ Z ¿ +2 = P 3 A 97 = ESTATURA ADEQUADA
Z ≥ +2 = P > 97 = ALTA ESTATURA PARA A IDADE
 
IMC PARA A IDADE
(0 a 5 anos incompletos)
Z ¿ -3 = P < 0,1 =MAGREZA ACENTUADA
-3 ≤ Z ¿ -2 = P 0,1-2,9 = MAGREZA
-2 ≤ Z ≤ +1 = P 3-85 = EUTROFIA
+1 ¿Z ≤ +2 = P 86-97 = RISCO DE SOBREPESO
+2 ¿Z ≤ +3 = 97,1 A 99,9 = SOBREPESO
Z ¿ +3 = P > 99,9 = OBESIDADE
 
IMC PARA A IDADE
(5 a 10 anos incompletos)
Z ¿ -3 = MAGREZA ACENTUADA
-3 ≤ Z ¿ -2 = MAGREZA
-2 ≤ Z ≤ +1 = EUTROFIA
+1 ¿Z ≤ +2 = SOBREPESO
+2 ¿Z ≤ +3 = OBESIDADE
Z ¿ +3 = OBESIDADE GRAVE

DESENVOLVIMENTO PUBERAL

♀ = BROTO MAMÁRIO = TELARCA  M2 8 - 13 anos


* 1ª manifestação puberal ♀ = desenvolvimento ocorre 1 - 2 anos ANTES do ♂

♂ =  VOL. TESTICULAR ( ≥ 3 cm3 )  G2 9 - 14 anos

Estadiamento Maturacional de Tanner = avalia características das mamas e dos pelos


pubianos e genitais.

M : desenvolvimento mamário ( ♀ )
* A presença de pelos não
G : desenvolvimento genital ( ♂ ) marca entrada na puberdade!

P : pilosidade pubiana ( ♀ e ♂ )

ALIMENTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

ANTROPOMETRIA

1) Peso:
 Lactentes (0 a 2 anos): utilizar balança pediátrica - lactente pesado despido de modo que o peso
seja igualmente distribuído pela superfície da balança.
 Crianças maiores de 2 anos e adolescentes: utilizar balança do tipo adulto
2) Estatura: utiliza-se a régua antropométrica (comprimento) e antropômetro/estadiômetro (altura)
 Comprimento: medir em crianças de até 2 anos que devem estar deitadas em superfície plana
 Altura: medir em pé, sem sapatos.
3) Circunferências corpórea: Circunferência do crânio é utilizada pata acompanhamento do crescimento em
crianças até a idade pré-escolar; circunferência da cintura é associada à gordura visceral e relacionada a
risco cardiovascular.

INQUÉRITOS ALIMENTARES

Existem alguns métodos disponíveis para avaliação do consumo alimentar:

 Recordatório de 24 horas
 Registro alimentar – todos os alimentos consumidos no momento da sua ingestão por 3 ou 4 dias
 Questionário de frequência alimentar – informa a frequência retrospectiva de consumo de grupos de
alimentos em um dado período

EXAME CLÍNICO
Alimentação
 Características físicas sugestivas de carência ou excesso  Alimentação do lactente (0 a 2 anos)
alimentar na pele e anexos, boca e língua  Alimentação do pré-escolar (2 a 6
anos)
EXAMES BIOQUÍMICOS  Alimentação do escolar (7 a 10
anos)
Indicadores bioquímicos dosados no sangue e valores normais

Indicador Valor normal


Albumina ≥ 3,5 g/dL
Transferrina 170 a 250 mg/dL
Fibronectina 30 a 40 mg/dL
Fibronectina 30 a 40 mg/dL
Glicemia de jejum 70 a 110 mg/dL
Folato sérico > 6 ng/ml
TP 11 a 15 segundos
Alfatocoferol ≥ 0,7 mg/dl
Ácido ascórbico > 0,2 mg/dl
Retinol ≥ 30 mg/dl
Glutationa redutase < 20%
Vitamina B12 ≥ 200 pg/mL
Fósforo 5 a 8 mg/dl
Zinco 60 a 120 mcg/dL
Colesterol total (2-19 anos) Desejável < 150 mg/dl
Limítrofe 150 a 129 mg/dl
Aumentado ≥ 170 mg/dl
LDL-colesterol Desejável < 100 mg/dl
Limítrofe 110 a 129 mg/dl
Aumentado ≥ 130 mg/dl
HDL-colesterol ≥ 45 mg/dl (desejável)
Glicemia de jejum – 8 a 12 < 100 mg/dl
h Alterada: > 126 mg/dl
GTTo 2h < 140 mg/dl
Alterada > 200 mg/dl
ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE À ADOLESCÊNCIA

Fatores nutricionais e metabólicos  programming da saúde futura.


 Lactente (0 - 2 anos) = sem rigidez de horário p/ mamar
 Pré-escolar (2 - 6 anos) = criar hábitos e horários p/ mamar e comer

Primeiros 1000 dias” = 270 dias (gestação) + primeiros 2 anos de vida = período que começa após
concepção, como uma janela de oportunidades para melhorar a saúde dos indivíduos, além de um
conjunto de intervenções altamente efetivas para a redução da desnutrição, e propõe que haja prioridade na
alocação de recursos em um grupo de países afetados.

Introduzir alguns alimentos “potencialmente alergênicos” (ovo, soja, trigo, peixes, frutos do mar), visando a
aquisição de tolerância e redução do risco de alergenicidade  Fazer isso entre 6 meses e 1 ano!

Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e
legumes), 3x/dia, se a criança receber leite materno, e 5x ao dia, se estiver desmamada.

ALEITAMENTO MATERNO

 OMS recomenda por 2 anos ou mais, exclusivo nos primeiros 6 meses.


 Presença de IgA
 Primeiros dias (3-5 dias): produção de colostro  próximas 2 semanas: leite de transição 
leite maduro (26-29 dias)
 Classificações do aleitamento
o Aleitamento materno exclusivo (AME): apenas leite materno
o Aleitamento materno predominante: LM + outras bebidas (água, sucos...)
o Aleitamento materno misto ou parcial: LM + outros leites
o Aleitamento materno complementado: LM + alimento sólido ou semissólido
 REFLEXOS PRIMITIVOS da alimentação = REFLEXO DE BUSCA + REFLEXO DE SUCÇÃO +
REFLEXO DE DEGLUTIÇÃO
 Leite materno sob livre demanda (quando quiser mamar, pode dar), mas não deve passar de 3h
sem mamar!
 Em cada mamada, esvaziar o 1º peito, para depois mudar de peito (maior teor de gordura no final
do leite + manutenção do reflexo PRL)
 Segurar a mama em C com 1º e 2º dedo, para que não haja obstrução dos ductos (não segurar

em tesoura).

 Retirada da boca da criança do peito: introduzir gentilmente o dedo mínimo no canto da boca (aí o
bebê suga o dedo em vez do mamilo)
 Após a mamada, colocá-lo de pé no colo, quando ele poderá ou não arrotar.

PONTOS-CHAVES PARA UMA BOA TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO

Boa posição:

1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz em oposição ao mamilo


2. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido; ereto ou um pouco curvado para trás)
3. Corpo do bebê próximo ao da mãe
4. Corpo da criança está voltado para o corpo da mãe.
5. Barriga do bebê está encostada na barriga da mãe.
6. Todo o corpo do bebê recebe sustentação (bebê está bem apoiado)
7. O bebê e a mãe devem estar confortáveis.

Boa pega:

1. Aréola um pouco mais visível acima da boca do bebê do que embaixo


2. Boca do bebê bem aberta
3. Lábio inferior do bebê virado para fora
4. Queixo do bebê tocando a mama
5. Ao amamentar, a mãe não sente dor no mamilo.
6. Bochechas do bebê ficam cheias (não pode fazer covinha)

Problemas acarretados pela má alimentação nos primeiros 2 anos de vida: Dermatite atópica, asma,
APLV, obesidade, HAS, DM 2, dislipidemias e deficiências cognitivas

Contraindicações ao aleitamento materno


ABSOLUTAS:
* Mãe com HIV ou HTLV
* Galactosemia (bebê não processa direito o açúcar do leite)

RELATIVAS:
* Doença materna grave (septicemia)
* HSV 1 (lesões em mamas) – se não tiver herpes no mamilo, ela pode amamentar
* Chagas (contra indicado na fase aguda ou com sangramento evidente)
* Alguns medicamentos: iodo radioativo (aguardar 2 meses), antineoplásicos, BDZ, antidepressivos
* Uso materno de álcool (aguardar 3 horas) e/ou de substâncias psicoativas

Colostro x Leite maduro: colostro – mais proteína; leite maduro – mais gordura e açúcar que o colostro. Porém o leite
do prematuro tem mais gordura (caloria) do que o leite do bebê a termo.

Leite de vaca é hipercalórico e hiperproteico (3x mais proteína que o leite materno  CAUSA SOBRECARGA RENAL).

Composição do leite materno: 90% água, rico em imunoglobulinas (IgA), principal proteína: alfa-
lactoalbumina (FACILITA A DIGESTÃO), ácidos graxos essenciais (DHA, ARA - mielinização), principal
açúcar = lactose, lisozima e lactoferrina (bacteriostáticos), fator bífido = promove a colonização pelo
lactobacilos bifidus (aumento prolif. Da flora saudável), LM: baixas concentrações de vit D/K e ferro

 O leite materno tem qtd. insuficiente de vitamina D, K e ferro e deve receber suplementação ao
longo dos 2 anos da vida.
 Se a mãe tiver deficiência de vitamina K, o bebê recebe vitamina K na sala de parto – Vit E, K,

A, D  lipossolúveis

Leite de vaca: sobrecarga de soluto (o rim sofre), presença da proteína beta-lactoglobulina (potencial
alergênico), açucares insuficientes, Vit D/E/K insuficientes no LV, mais LV = pior DNPM, baixo teor de
gordura

FÓRMULA INFANTIL: pega o leite de vaca e adaptado  mais aceitável para o bebê

 FLT de partida (< 6 meses)


 FLT de seguimento (> 6 meses)
 FLT para prematuros
 FLT parcialmente hidrolisada x FLT extensamente hidrolisada x FLT de aminoácidos livres
 Outras (FLT sem lactose, FLT antirrefluxo, FLT de soja)

ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR

 6-12 meses: LM supre metade das calorias; 12-24 m: LM supre 1/3 das calorias necessárias
 Dar em colher revestida de plástico ou de plástico
 Aos 6 meses: papinha = papa principal de misturas múltiplas  Vai progredindo a consistência
dos 6 aos 12 meses!

 Deve-se respeitar a divisão de grupos no prato da criança!


o Hortaliça: verduras (a parte comestível é a folha) e legumes (a parte comestível é o caule) =
1/2 do prato
o Cereal ou tubérculo = 1/4 do prato
o Leguminosas (feijão) = 1/8 do prato
o Proteínas (carne, frango) = 1/8 do prato
 Dar suco de frutas só a partir de 1 ano de vida. Mel também só após 1 ano de vida (risco de toxina botulínica)
 Legumes são vegetais cujas partes comestíveis não são as folhas. Ex.: cenoura, beterraba, abóbora, chuchu,
vagem, beringela, pimentão, tomate etc.
 Verduras são vegetais cujas partes comestíveis são as folhas. Ex.: agrião, alface, taioba, espinafre, serralha,
beldroega, acelga, almeirão, couve, repolho, rúcula e escarola
 Os tubérculos são caules curtos e grossos, ricos em carboidratos. Ex.: batata (baroa, inglesa, doce), mandioca
(macaxeira ou aipim), cará e inhame
 Carnes e vísceras = Não existe nenhuma CI de carnes e vísceras; evitar carnes gordurosas para criança 
Preferir carnes de 2ª linha (têm mais ferro)

SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS NO LACTENTE

 Lipossolúveis: E, D, K, A; Hidrossolúveis: B e C
 Vitamina K: 1 mg via IM (RN termo) na sala de parto  Prevenção contra a doença hemorrágica do RN
 Vitamina A: deficiência - cegueira irreversível adquirida em crianças. Sintomas: de deficiência/carência 
Cegueira noturna, Xerose da conjuntiva, Manchas de Bitot, Xerose da córnea, Ulceração da córnea, Cicatrizes na córnea /
Ceratomalácia, Fundo xeroftálmico (bastonetes da retina)  tratamento na deficiência: megadose via oral a cada 4
a 6 meses
o 6 a 12 meses: 100.00 UI
o 12 a 72 meses (6 anos): 200.000 UI
 Prevenção: alimentação variada, qualitativa e quantitativa adequada, e incentivo ao aleitamento materno
 Vitamina D: 400 UI/dia de colecalciferol até 1 ano! (TODO BEBÊ RECEBE) Em seguida, dar 600 UI/dia até 2
anos de vida. Deficiência: raquitismo carencial (balanço negativo do cálcio e fósforo), osteomalácia no adulto.
o Valores de vitamina D: < 10ng/mL – deficiência; de 10 a 29 ng/mL – insuficiência; de 30 a 100 ng/mL –
adequado; > 100 ng/mL – intoxicação
o Tratamento da deficiência: ingestão de cálcio + ingestão de vitamina D
 Menores de 1 mês de vida: 1.000 UI/dia
 De 1 a 12 meses: 1.000 a 5.000 UI/dia
 Maiores de 12 meses: 5.000 UI/dia
o Tratamento de raquitismo (doença instalada): doses maiores
 Ferro: prevenção da anemia ferropriva; há vários tipos de ferro no mercado (Diferenças: tolerabilidade

(diarreia/constipação), sabor, absorção do ferro.

ALIMENTAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR

 Neofobia: resistência à introdução alimentos novos


 Seletividade alimentar – picky / fussy eating: Come todos os grupos, mas sem alterar os alimentos dentro do
grupo (não come carne, mas come frango).
 Dificuldade alimentar
 Leis de escudeiro: para crescimento, manutenção e desenvolvimento saudáveis
o 1ª Lei – Quantidade
o 2ª Lei – Qualidade
o 3ª Lei – Harmonia do prato
o 4ª Lei – Adequação

DISTÚRBIOS ALIMENTARES

ANEMIA FERROPRIVA
Principal causa de anemia = deficiência de ferro (associada a mais de 60% dos casos em todo o mundo)

Ferro participa da síntese proteica, sistema respiratório, oxidativo e anti-infeccioso.

Suplementar a partir de 3 meses se > 2500 ao nascimento.

Consenso sobre anemia ferropriva

PUBERDADE
Meninas: MP; 8-13 anos. Antes é precoce, depois é atraso puberal.

Meninos: GP; 9-14 anos. Antes precoce, depois atraso.

Após o nascimento: mini-puberdade – FSH > LH.

 Adrenarca → aumento da produção de andrógenos pela adrenal. Manifesta-se pela presença de odor
axilar com ou sem pelos axilares e pubianos, ocorre junto com a puberdade ou pode ocorrer antes
(adrenarca precoce)

 Tempo médio de evolução entre os estágios de Tanner → 6-18m; portanto duração média de 2 a 4
anos entre M2/G2 até M5/G5

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