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Nutrição Materno Infantil

Alimentação Escolar e Pré-Escolar


Profa. Renata Avelar Menezes
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Pará - CESUPA
Pós Graduada em Nutrição Pediátrica e Escolar pela Universidade Gama Filho
Pós Graduada em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional

www.renataavelarmenezes.com @avelarnutripediatrica

renata@renataavelarmenezes.com /renata.avelarmenezes
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Requerimento Energético para Lactentes Segundo a Idade
Idade (anos) Meninos kcal/kg/dia Meninas kcal/kg/dia
Leve Moderada Intensa Leve Moderada Intensa
1-2 82 80
2-3 84 81
3-4 80 77
4-5 77 74
5-6 75 72
6-7 62 73 84 59 69 80
7-8 60 71 81 57 67 77
8-9 59 69 79 54 64 73
9-10 56 67 76 52 61 70

FAO, 2004.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Consumo Mínimo de Proteína para Crianças até 10 anos para Ambos os Sexos

Idade (anos) Consumo ptn Mínimo (g/kcal/d)


1 1,14
1,5 1,03
2 0,97
3 0,90
4-6 0,87
7-10 0,92

FAO, 2007.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendação de Fibras para Crianças

Idade (anos) Fibras (g/dia)


1-3 19
4-8 25
IOM, 2005.

Atenção aos micronutrientes: cálcio, ferro, vitaminas A e C.


Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Suplementação de Macro e Micronutrientes no Pré-escolar e Escolar

O esquema alimentar recomendado de acordo com as faixas etárias permite o suprimento de todos os
nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento da criança.

Algumas situações como erros alimentares, mau aproveitamento dos nutrientes, o metabolismo individual e
a depleção das reservas podem atrapalhar o suprimento correto dos nutrientes.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Suplementação de Macro e Micronutrientes no Pré-escolar e Escolar

Quando a deficiência nutricional está presente, a alimentação por si só não é capaz de restaurar os
depósitos em curto prazo, sendo necessário o uso de suplementos nutricionais:

Ferro
• Suplementação: A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda 1 mg de ferro por Kg de peso para crianças
até 2 anos.

Cálcio
• Situações de restrição por doença instalada ou tratamento (ex: dieta cetogênica)
• AI - 1 a 3 anos → 500 mg
• AI - 4 a 8 anos → 800 mg
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Vitaminas e Minerais que podem estar Deficientes em Dietas de Restrição

Alérgeno Vitaminas e Minerais


Leite Vitamina A, Vitamina D, Riboflavina, Ácido
Pantotênico, Vitamina B12, Cálcio e Fósforo
Ovo Vitamina B12, Riboflavina, Ácido Pantotênico,
Biotina e Selênio
Soja Tiamina, Riboflavina, Piridoxina, Folato,
Magnésio, Ferro, Zinco, Cálcio e Fósforo
Trigo Tiamina, Riboflavina, Niacina, Ferro e Folato se
enriquecido
Amendoim Vitamina E, Niacina, Magnésio e Manganês
Nutrição do Pré-Escolar
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Nutrição do Pré-escolar

CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E ASPECTOS FISIOLÓGICOS

Crescimento
• Pré-escolar: 12 meses a 5 anos 11 meses e 29 dias;
• É influenciado por fatores genéticos, ambientais e psicológicos;
• Na ocorrência de déficit nutricional em qualquer idade, a altura não sofre impacto imediato, mas o peso
sim;
• Perigo da desnutrição crônica;
• para avaliar a velocidade de crescimento linear, deve-se observar um período superior a um ano, devido às
flutuações no ganho de estrutura;
• 12 - 24 meses: há um ganho de 12 cm no comprimento e 5 cm de perímetro cefálico.
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Nutrição do Pré-escolar

Crescimento
• 2 - 3 anos: há um ganho de 10 cm no comprimento e o aumento encefálico passa a ser bem pequeno;

• Até dois anos de vida, o crescimento reflete as condições de nascimento (gestação) e ambientais
(nutrição). Ex.: criança magrinha ou pequena;
• Só a partir dos dois anos de idade que o potencial genético passa a ter impacto sobre o crescimento da
criança (projeção até a fase pré-puberal).
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Nutrição do Pré-escolar

Crescimento
• Do 1º ao 3º ano de vida, ocorrem modificações importantes no formato corporal:

As pernas tornam-se mais longas e a criança começa a perder a gordura do bebê (aos 6 meses representa
25% do peso total)

Ocorre desenvolvimento da massa muscular que corresponde à metade do peso ganho nesse período

A erupção dentária, importante índice de maturação, pode ser relacionada, quando atrasada, com alguns
tipos de atraso no crescimento
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Nutrição do Pré-escolar

Crescimento
• Cronologicamente, espera-se que os incisivos centrais inferiores e superiores e aparecem ao redor dos seis
meses, seguidos pelos incisivos laterais (8 meses), primeiros molares (14 meses), caninos (18 meses) e
segundos molares (24 meses).

• Aos 12 meses a criança tem de 6 a 8 dentes, e passa ter a dentição completa (22 dentes), aos 3 anos.
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Nutrição do Pré-escolar

Crescimento
• Para ambos os sexos até a puberdade, a partir dos 3 ou 4 anos, a crianças apresenta velocidade constante
de crescimento, apresentando ganho médio de 2 a 3 Kg 3 5 a 7 cm por ano.
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Nutrição do Pré-escolar

Desenvolvimento e Aspectos Fisiológicos


• O processo de desenvolvimento tem como base a maturação progressiva do sistema nervoso central

• É necessário que existam estímulos ambientais que capacitem a criança a adquirir e aprimorar habilidades
funcionais

• Esses estímulos são essenciais e devem ser adequados às etapas já superadas pela criança

• A estimulação muito precoce pode gerar tensões na criança e na família e atuar negativamente no
desenvolvimento
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Nutrição do Pré-escolar

Desenvolvimento e Aspectos Fisiológicos


• Também por outro lado, a estimulação tardia pode resultar em resultado parciais

• Importância de um trabalho interdisciplinar


Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Nutrição do Pré-escolar

Desenvolvimento e Aspectos Fisiológicos


• Por volta dos 12 meses surgem as primeiras palavras-frase. Ex.: água

• Aos 18 meses a crianças apresenta habilidade para manipular talhares de mesa que não confiram riscos de
ferimentos, expressa frases simples e já apresenta bom repertório de palavras

• Impacto do aleitamento materno

• Uso de Ômega 3 durante a gestação


Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Energia
• A saúde na idade pré-escolar refletirá na adolescência e na vida adulta, sendo fundamental que sejam
atendidas as exigências nutricionais nesta faixa etária.

• Observe o paciente!
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Energia
Recomendação pela FAO/OMS em 1985
Idade (anos) Energia (kcal/kg/dia)
Pré-escolar Meninos Meninas
1-2 104 106
2-3 104 102
3-4 99 95
4-5 95 92
5-6 92 88

A fibra pode reduzir a energia disponível nos alimentos em até 6%. Portanto, ao realizar o cálculo de ingestão
de energia, deve-se corrigi-lo em função do teor de fibras da dieta:
- Dieta com quantidade moderada de fibra: GET x 1,025
- Dieta com quantidade excessiva de fibra: GET x 1,05
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Distribuição dos Macronutrientes

CHO: 55% a 60%

Lipídeos: 25% a 30% (máximo 10% de ácidos graxos saturados)


Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Distribuição dos Macronutrientes


Proteínas: as necessidades são maiores que as do adulto e as crianças também precisam de maior proporção
de aminoácidos essenciais, sendo necessário para isso, que a proporção de proteína de alto valor biológico
seja dois terços do total recomendado.
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Recomendações Nutricionais para Crianças

Proteínas

Idade (anos) Ingestão Proteíca (g/kg/dia)


Pré-escolar Meninos Meninos Meninas Meninas
----- FAO/85 Corrigida FAO/85 Corrigida
1-2 1,2 1,61 1,2 1,61
2-3 1,15 1,54 1,15 1,54
3-6 1,1 1,47 1,1 1,47

A correção de acordo com a digestibilidade (quantidade de tanino, fibras, etc.) da dieta brasileira (82%)!
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Cálcio 1 a 3 anos = 500 mg/dia
4 a 6 anos = 800 mg/dia
- Importante na formação dos ossos e dentes;
- Nas crianças em idade pré-escolar, cerca de 100 mg de cálcio são incorporados aos ossos diariamente.

• Fontes: produtos lácteos (55% da ingestão de cálcio), vegetais de folhas verdes, leguminosas, tofu, ovos,
mariscos, nozes e castanhas
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Cálcio
- É importante considerar que a criança na idade pré-escolar apresenta capacidade gástrica reduzida, e que a
obtenção de cálcio de outras fontes que não os produtos lácteos pode exigir quantidade de alimentos maior
do que a que ela pode tolerar.

• Relação da mãe com mamadeira (leite) até 6 anos de idade.

• Função do nutricionista: informar outros tipos de fonte, inclusive dos derivados e preparações.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Ferro
- Há uma rápida mobilização de reservas que ocorre para acompanhar o crescimento.
- O suprimento é muito importante para evitar a anemia (comum entre crianças de 0 a 5 anos), que
prejudica o crescimento e o desenvolvimento normais e a capacidade de aprendizagem.
• Cuidado:
- Desmame precoce;
- Excesso de leite em substituição as principais refeições.
• Fontes:
- 15% a 20% de absorção: carnes, peixe e frango;
- 5% a 10% de absorção: leite, ovos, vegetais e grãos.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Ferro
- Suplementação: a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda 1 mg de Ferro por kg de peso para crianças
até 2 anos.

- Com utilização de fórmulas infantis, poderia dispensar essa suplementação.


Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Vitamina A
- Importante na redução da gravidade das doenças e a mortalidade nas crianças, devido ao seu importante
papel no sistema imunológico.
- Aumenta os níveis séricos de ferro, a concentração de hemoglobina, de transferrina e hematpocrito, pois
na deficiência, os depósitos de ferro não são mobilizados.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Zinco
- A síntese protética é dependente de inúmeras enzimas que contem zinco, sendo o sistema imune, a pele e
o trato gastrointestinal os tecidos com a maior taxa de síntese.
- A deficiência está associada à anorexia, ao atraso no crescimento, à deficiência no sistema imunológico e
ao atraso da maturação sexual.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Suplementos Nutricionais na Infância


- As necessidades nutricionais das crianças saudáveis são influenciadas pela idade, peso , velocidade de
crescimento, metabolismo e atividade física.
- Prescrição pela RDA = 97% a 98% de necessidades atendidas.
- O esquema alimentar recomendado de acordo com as faixas etárias permite o suprimento de todos os
nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento da criança.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Suplementos Nutricionais na Infância


- Algumas situações como erros alimentares, mau aproveitamento dos nutrientes, o metabolismo individual
e a depleção das reservas podem atrapalhar o suprimento correto dos nutrientes.
- A alimentação é fundamental para a prevenção das deficiências nutricionais (base).
- Quando a deficiência nutricional está presente, a alimentação por si só não é restaurar os depósitos em
curto prazo, sendo necessário o uso de suplementos nutricionais.
- Alimentos enriquecidos/fortificados: aqueles que em 100g ou 100ml de produto pronto correspondem a
30% da IDR (ingestão diária recomendada) se for sólido e 15% se for liquido.
- Suplementos vitamínicos ou minerais: são alimentos que servem para complementar, com vitaminas e
minerais, a dieta diária de uma pessoal saudável, correspondendo a, no mínimo, 25% e, no máximo, 100% da
IDR da porção diária recomendada.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Práticas Alimentares
- A formação dos hábitos alimentares inicia-se com a bagagem genética que interfere nas preferências
alimentares, e que vai sofrendo diversas influências do meio ambiente: o tipo de aleitamento recebido nos
primeiros 6 meses de vida; a forma como os alimentos complementares foram incluídos no primeiro ano de
vida; experiências positivas e negativas quanto à alimentação ao longo da infância; hábitos alimentares e
condições socioeconômicas entre outros.
- As recomendações nutricionais e os hábitos alimentares devem convergir para um único fim: o bem-estar
físico e social da criança.
- As necessidades nutricionais de cada criança podem diferir em uma
mesma faixa etária, o que indica a necessidade de análise individualizada.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Características Nutricionais
- Esse período caracteriza-se pela diminuição da velocidade de crescimento e apetite devido a atenção
desviada para outras atividades como andar e mexer em objetos espalhados pela casa.
- Apresenta apetite inconstante.
- Deve-se comentar com os pais que a falta de interesse pela alimentação é natural e que se deve evitar as
famosas chantagens e artifícios para obrigar a criança a comer.
- As atitudes mais comuns, como disfarçar alimentos, distrair a crianças com brincadeiras ou televisão na
hora das refeições, podem gerar uma verdadeira desestruturação do comportamento alimentar normal,
aumentando a rejeição principalmente dos alimentos mais saudáveis.
- Já a inapetência para chamar a atenção, que é muito comum, pode ser resultante da dinâmica familiar, para
a qual esse tipo de comportamento demanda cuidados e atenções adicionais.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Características Nutricionais
- Tomar cuidado com a determinação de alimentos bons ou ruins.
- A restrição de determinados alimentos, comumente preferidos pelas crianças, acaba estimulando o seu
maior consumo.
- Os fatores ambientais exercem papel importante no padrão alimentar das crianças. Os pais devem ser
orientados quanto às porções adequadas para as necessidades nutricionais de seus filhos, afim de evitar o
risco de obesidade.
- A criança já está apta a receber a alimentação normal da família, desde que esta não apresente temperos e
condimentos fortes, de sabor acentuado.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Características Nutricionais
- As mamadeiras precisam ser substituídas pelo copo, para que, aos dois anos de idade, já não seja utilizadas
na alimentação da criança.
- Apresentam interesse em manipular talheres e alimentos com as mãos, e esse processo deve ser
estimulado.
- A preferência por doces e a rejeição do azedo são determinados geneticamente.
- Preferem os alimentos de maior densidade energética, devido a saciedade e garantia do fornecimento de
energia suficiente para as necessidades metabólicas básicas.
- O sistema metabólico e digestivo apresenta funções comparáveis às do individuo adulto.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Inapetência
- É necessário avaliar a criança, se a queixa é consistente, considerando o crescimento, o desenvolvimento,
os hábitos alimentares e parâmetros bioquímicos.
- A falta de apetite verdadeira é caracterizada por ingestão alimentar insuficiente para as necessidades
nutricionais, baixo peso em relação à estatura, diminuição do ritmo de crescimento e independe da
presença da mão ou do local das refeições.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Inapetência Comportamental
- Tem origem na dinâmica familiar.
- A criança deixa de comer para chamar a atenção e observa que essa tática funciona.
- Cria-se um círculo vicioso difícil de ser rompido, pois a mãe teme que seu filho não coma nunca mais, e
permite que ele consuma alimentos de fácil aceitação pela criança, sem nenhuma restrição de horário.
Assim, a criança alimentada com esses produtos vai recusando sequencialmente as refeições.
- A mãe é incapaz de colocar limites e a disciplina necessária para conseguir o rompimento do círculo vicioso
e ela acaba cedendo antes da criança.
- É necessário que o nutricionista observe com cuidado o grau do comprometimento emocional presente na
criança e na família e seu impacto no estado nutricional da criança para o devido encaminhamento a um
especialista da área de psicologia.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Principais causas da Inapetência


- Inclusão de alimentos complementares. A utilização preferencial de alguns alimentos como batata e
legumes, sopas liquidificadas, dificultando o estímulo do paladar.
- Maior interesse pelo ambiente, diminuindo o interesse pela alimentação.
- Ansiedade dos pais, que tem maior expectativa quanto à quantidade de alimentos que seus filhos podem
ingerir.
- Criar estratégias para fazer a criança comer como: televisão, aviãozinho ou outras brincadeiras que
distraiam a criança para que ela coma sem perceber.
- Substituição da alimentação sólida por outras de aceitação mais fácil, como as bebidas adocicadas.
- Chantagem às primeiras recusas.
- Horários rígidos de alimentação. A criança não precisa almoçar às 11h00 se ela não tiver apetite, ou se
consumir algum alimento a um curto intervalo de tempo. Os intervalos é que devem ser respeitados.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Inapetência Orgânica
- Associada à deficiência de micronutrientes, especialmente o ferro.
- A criança tem alimentação homogênea, pobre em qualidade, associada à apatia e desinteresse pela
alimentação de um modo geral, e independe da presença da mãe.
- Se diagnosticada a anemia, é necessária a suplementação medicamentosa e a correção da alimentação,
para que se garanta a ingestão adequada de ferro de boa qualidade.
Nutrição do Escolar
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Crescimento, Desenvolvimento e Aspectos Fisiológicos

Crescimento
- Escolar: 6 anos a 9 anos, 11 meses e 29 dias.
- A criança precede o estirão pubertário e é possível ocorrer o fenômeno da repleção energética:
- Meninos e meninas apresentam maior velocidade de ganho de peso, como uma forma de guardar energia
para ser usada na fase de intenso crescimento pubertário.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Crescimento, Desenvolvimento e Aspectos Fisiológicos

Crescimento - Repleção Energética


- Se o pré-pubere apresenta sobrepeso (110% a 120% do peso relativo) e não há evidências de fatores de
risco para obesidade (hábitos alimentares, pais obesos, sedentarismo relevante, fatores emocionais, etc.),
não há necessidade de intervenção caso esteja seguro de que está diante de um fenômeno biológico.
- Para ocorrer o aumento da reserva genética, a criança modifica seus hábitos alimentares anteriores,
aumentando o consumo de alimentos energéticos, biscoitos, bolos, doces e sorvetes.
- Se a presença desses alimentos não estiver prejudicando a ingestão de pelo menos 80% dos nutrientes
necessários ao crescimento adequado, os mesmo precisam ser restritos.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Crescimento, Desenvolvimento e Aspectos Fisiológicos

Crescimento
- Os segmentos do corpo humano apresentam características próprias que podem ser valorizadas durante o
acompanhamento da criança:
• O tronco é maior que os membros inferiores. Essa diferença é compensada aos 12 anos.
- Com relação à dentição definitiva, os primeiros dentes a aparecer são os molares (6 a 7 anos), seguidos
pelos incisivos centrais (7 a 8 anos), incisivos laterais (8 a 9 anos), caninos (10 a 12 anos), e os terceiros
molares, já na faixa dos 17 a 22 anos.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Energia
- Como na fase pré-escolar, a saúde na idade escolar refletirá na adolescência e na vida adulta, sendo
fundamental que sejam atendidas as exigências nutricionais também nesta faixa etária.
- Observe o seu paciente!
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Energia
Recomendação pela FAO/OMS em 1985
Idade (anos) Energia (kcal/kg/dia)
Pré-escolar Meninos Meninas
6-7 88 83
7-8 83 76
8-9 77 69
9-10 72 62

A fibra pode reduzir a energia disponível nos alimentos em até 6%. Portanto, ao realizar o cálculo de ingestão
de energia, deve-se corrigi-lo em função do teor de fibras da dieta:
- Dieta com quantidade moderada de fibra: GET x 1,025
- Dieta com quantidade excessiva de fibra: GET x 1,05
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Distribuição de Macronutrientes

- CHO: 55% a 60%

- Lipídeos: 25% a 30% (máximo 10% de ácidos graxos saturados)

- Proteínas: as necessidades são maiores que as do adulto e as crianças também precisam de maior
proporção de aminoácidos essenciais, sendo necessário para isso, que a proporção de proteína de alto valor
biológico seja dois terços do total recomendado.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Proteínas

Idade (anos) Ingestão Proteíca (g/kg/dia)


Pré-escolar Meninos Meninos Meninas Meninas
----- FAO/85 Corrigida FAO/85 Corrigida
6-7 1,0 1,34 1,0 1,34
7-10 1,0 1,34 1,0 1,34

A correção de acordo com a digestibilidade (quantidade de tanino, fibras, etc.) da dieta brasileira (82%)!
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Cálcio: 6 a 8 anos = 800 mg/dia
9 a 10 anos = 1300 mg/dia
- Importante na formação dos ossos e dentes.
Fontes: produtos lácteos (55% da ingestão de cálcio), vegetais de folhas verdes, leguminosas, tofu, ovos,
mariscos, nozes e castanhas.
- Na idade escolar, a dificuldade da capacidade gástrica reduzida diminui, sendo a faze em que a criança
consome maior quantidade de alimentos, facilitando a obtenção de cálcio por meio de outras fontes
alimentares.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Ferro
- O suprimento é muito importante para evitar a anemia, que prejudica o crescimento e desenvolvimento
normais e a capacidade de aprendizagem.
- Cuidado com o excesso de leite em substituição às principais refeições!
Fontes:
- 15% a 20% de absorção: carnes, peixe e frango;
- 5% a 10% de absorção: leite, ovos, vegetais e grãos.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Vitamina A
- Importante na redução da gravidade das doenças e a mortalidade nas crianças, devido ao seu importante
papel no sistema imunológico.
- Aumenta os níveis séricos de ferro, a concentração de hemoglobina, de transferrina e hematócrito, pois na
deficiência, os depósitos de ferro não são mobilizados.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações Nutricionais para Crianças

Micronutrientes
Zinco
- A síntese protéica é dependente de inúmeras enzimas que contêm zinco, sendo o sistema imune, a pele e o
trato gastrointestinal os tecidos com a maior taxa de síntese.
- A deficiência está associada à anorexia, ao atraso no crescimento, à deficiência no sistema imunológico e
ao atraso da maturação sexual.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Suplementos Nutricionais na Infância

- As necessidades nutricionais das crianças saudáveis são influenciadas pela idade, peso, velocidade de
crescimento, metabolismo e atividade física.
- Prescrição pela RDA = 97% a 98% de necessidades atendidas.
- O esquema alimentar recomendado de acordo com as faixas etárias permite o suprimento de todos os
nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento da criança.
- Algumas situações como erros alimentares, mau aproveitamento dos nutrientes, o metabolismo individual
e a depleção das reservas podem atrapalhar o suprimento correto dos nutrientes.
- A alimentação é fundamental para a preservação das deficiências nutricionais (base).
- Quando a deficiência nutricional está presente, a alimentação por si só não é capaz de restaurar os
depósitos em curto prazo, sendo necessário o uso de suplementos nutricionais.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Suplementos Nutricionais na Infância

- Alimentos enriquecidos/fortificados: aqueles que em 100g ou 100ml de produto pronto correspondem a


30% da IDR (ingestão diária recomendada) se for sólido e 15% se for líquido.
- Suplementos Vitamínicos ou Minerais: são os alimentos que servem para complementar, com vitaminas e
minerais, a dieta diária de uma pessoa saudável, correspondendo a, no mínimo, 25% e, no máximo, 100% da
IDR da porção diária recomendada.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Práticas Alimentares
- As necessidades nutricionais de cada criança podem diferir em uma mesma faixa etária, o que indica a
necessidade de análise individualizada.
Características Nutricionais
- A maior socialização e independência dessa faixa etária promovem a melhor aceitação de preparações
alimentares diferentes e mais sofisticadas.
- O trato gastrintestinal está mais desenvolvido.
- A maior segurança e independência das funções motoras remetem ao aumento da atividade física informal
como o uso de skates, patins, bicicleta, influenciando na estimativa do gasto energético diário.
- É nessa fase que se inicia o comportamento sedentário, algumas vezes de origem social ou cultural, como
por meio de videogames, computador, celular, tablet, etc.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Características Nutricionais
- A inapetência comum do pré-escolar transforma-se em apetite voraz nessa fase, o qual deve estar
compatível com o estilo de vida do escolar.
- A omissão do café da manhã inicia-se na idade escolar e pode ser explicada, em parte, pela maior
independência adquirida nessa faixa etária.
- É comum a diminuição de leite nesse período, o que pode comprometer o suprimento de cálcio necessário
à formação óssea.
- Recomenda-se a ingestão de alimentos fontes de vitamina A ou caroteno, para que, no momento do
crescimento máximo os depósitos vão estar adequados, garantindo assim as secreções normais do
hormônio de crescimento (GH).
- Respeitar o período próximo à puberdade em que o peso pode estar 20% acima do recomendado.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Práticas Alimentares na Infância

Características Nutricionais
- De acordo com estudos, o fato de a mãe trabalhar fora é fator determinante de menor variedade no
consumo alimentar.
- A análise mais contextualizada da contribuição de cada alimento para o valor nutricional global da dieta é
muito mais importante do que saber simplesmente se o alimento tem gordura ou açúcar.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações para a Prática Dietética Escolar

- Intervalo de 2 a 3 horas entre as refeições.


- Pequena quantidade de alimento nas refeições
- Se houver recusa da refeição principal, não substituir por leite ou outros produtos lácteos.
- Manter a presença de verduras e legumes nas refeições, mesmo que a crianças não os aceite, mas em a
obrigatoriedade do consumo e sem comentários, caso sobrem no prato.
- Servir as refeições sem a presença de sucos, refrigerantes ou líquidos açucarados.
- Retirar o que sobrou do prato sem fazer comentários.
- As guloseimas não devem ser utilizadas como recompensas ou castigos.
- Diversificar alimentos, forma de preparo e apresentação das refeições de maneira a estimular o aspecto
sensorial da alimentação.
- Preparar alimentos de forma que a auto-alimentação seja facilitada.
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Recomendações para a Prática Dietética Escolar

- Deixe a criança manipular o alimento, pois esta é uma fase de experimentações e a apresentação de
diferentes texturas dos alimentos é um excelente estímulo.
- Habituar a criança e a própria família, como petiscos mais saudáveis como: frutas frescas picadas, frutas
desidratadas (uva passa, maçã desidratada, etc.), legumes crus picados, etc.
- Oferecer alimentos novos em pequena quantidade. Se houver repetidas recusas, mudar forma de
preparação ou simplesmente dar um novo intervalo até uma nova apresentação.
- O horário da refeição deve se tornar agradável mas não pode tornar-se um entretenimento. Portanto, não
se deve utilizar brinquedos para convencer a criança a comer.
- Não estimular o consumo de petiscos em geral enquanto a criança assiste televisão, pois pode-se criar o
hábito de comer compulsivamente.
- Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação
adequados.
Nutrição Materno Infantil
Alimentação Escolar e Pré-Escolar
Slides disponíveis para download em www.renataavelarmenezes.com/edu

Muito Obrigada!

www.renataavelarmenezes.com @avelarnutripediatrica

renata@renataavelarmenezes.com /renata.avelarmenezes

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