UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DPTO. DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: Pesquisa e Prática Pedagógica III

Data:_12/06/2022
Acadêmico(a): __Priscila Lima
Professora: Victoria Mottim Gaio

Atividade avaliativa- valor 1,0

1. A partir do texto de Chizzott (2003), elabore um fichamento textual. O

fichamento deve ser anexado no google classroom, em formato PDF, até o dia
24 de junho de 2022.
2. Apresentação e discussão do fichamento/texto: 24 de junho/2022.

Referência:

CHIZZOTTI, Antonio. A pesquisa qualitativa e

desafios. Revista Portuguesa de Educação, Un
16, núm. 2, p. 221-236, 2003.
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DISCIPLINA: Pesquisa e Prática Pedagógica III

Fichamento textual

Página Citação Síntese/Apontamentos

222
A pesquisa qualitativa recobre, hoje, um A pesquisa qualitativa se faz
campo transdisciplinar, envolvendo as necessária para compreender
ciências humanas e sociais, assumindo fenômenos com mais profundidade,
tradições ou multiparadigmas de análise, e seus multimétodos, podem ser
derivadas do positivismo, da fenomenologia, abordagens documentais, verbais,
da hermenêutica, do marxismo, da teoria visuais e até mesmo auditivas, para
crítica e do construtivismo, e adotando que possa haver uma
multimétodos de investigação para o estudo triangularização, isto é, uma
de um fenômeno situado no local em que comparação de dados. O objetivo é
ocorre, e enfim, procurando tanto encontrar que se extraia o maior número de
o sentido desse fenômeno quanto interpretar dados possíveis. Principalmente,
os significados que as pessoas dão a eles. para a compreensão dos
fenômenos humano-sociais, que é
algo tão complexo e plural, é
considerável que esta investigação
se dê detalhadamente.

A pesquisa qualitativa, em
detrimento da quantitativa,
possui um aprofundamento
maior em relação aos ideais
humanos, a fim de desvelar os
sentimentos e perspectivas que
motivam suas ações implítitas
nas relações sociais que elas
estabelecem.

223
Diferentes tradições de pesquisa invocam o As quantificações estatísticas
título qualitativo, partilhando o pressuposto organizam dados, os deixando mais
básico de que a investigação dos fenômenos padronizados, porém, ao se tratar
humanos, sempre saturados de razão, de fenômenos humanos e nas
liberdade e vontade, estão possuídos de relações que estabelecem,
características específicas: criam e atribuem buscando significados para
significados às coisas e às pessoas nas elementos tão abstratos, que é
interações sociais e estas podem ser necessário observações mais
descritas e analisadas, prescindindo de reflexivas, portanto, as abordagens
quantificações estatísticas. qualitativas que tem cunho mais
minucioso, já é suficientemente
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225 Um primeiro marco remonta às raízes
mais remotas da pesquisa qualitativa e está
associado ao romantismo e ao idealismo, e
às querelas metodológicas do final do século
XIX, reivindicando uma metodologia
autônoma ou compreensiva para as ciências
do mundo da vida procurando, a partir do
neokantismo, estabelecer as fases
evolutivas pregressas da sociedade européia
ocidental, contraposta a outros povos
colonizados ou a culturas primitivas.
226
O segundo marco ocupa a primeira metade
do século XX quando, impulsionada pelos
estudos sócio-culturais, a antropologia
constitui-se em disciplina distinta da história
aceitável.
Existem vários métodos dentro da
própria pesquisa qualitativa, as
quais, terão por objetivo central, a
mente humana e sua subjetividade
( liberdade e vontade) esses métodos
vão muito além das estatísticas
quantitativas, pois são muito
instrumentais para um objeto de
estudo que está em constante
movimento, o homem.
O Romantismo e o Idealismo vieram da
fase da Revolução Francesa, onde o
lema era Igualdade, Fraternidade e
Liberdade, sendo assim, com um olhar
mais horizontal, perpassam os padrões
estabelecidos, dando ênfase à ciência e
às pesquisas, da mesma forma, no
Neokantismo, com Hume e Kant, os
quais, redefiniram conceitos através de
investigações em suas épocas,
rompendo com as correntes filosóficas
anteriores.
Estes fatos sociais
mencionados, despontam uma
nova reflexão sobre a maneira
de olhar o mundo e o homem,
esta ruptura de pensamento
levou à humanidade a olhar
mais pra dentro do ser, do que
para um padrão universal
estabelecido (como nas
culturas primitivas) que muitas
vezes não trazem sentido para
muitos. Este novo olhar tende a
ser mais compreensivo.
A Antropologia e o Historicismo
tiveram papéis fundamentais no
campo investigativo, promovendo
debates sobre sobre as práticas
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e procura estabelecer meios de estudar
como vivem grupos humanos, partilhando de
suas vidas, no local onde vivem e como dão
sentido às suas práticas e coesão ao seu
grupo.
227
A etnografia, neste período, e o trabalho de
Malinowski é, nisso, exemplar, busca
fundamentar a descrição científica das
observações sobre a vida do “outro”,
procurando enquadrar seu relato nos
critérios científicos canônicos de validade,
confiabilidade e objetividade.
228
Os autores paradigmáticos ou as pesquisas
exemplares constituíam fundamentos de
validade científica, diante da soberania das
sociais, coletando dados, como
vestígios de outros tempos vividos,
a partir de observações e
contribuindo com relatos do
cotidiano, contribuindo com a
ciência e assim, se consolidando
como novos campos da mesma.
Antropologia e Historicismo
foram grandes influências para
que culminasse na pesquisa
qualitativa, por sentir a
necessidade de analisar com
mais profundidade e
subjetividade o ser.
A Etnografia, portanto, é decorrente
da Antropologia, que utiliza de
registros para coleta de dados em
um determinado grupo ou cultura
que deseja se inserir para tal
investigação. Pesquisadores em
Chicago, no ano de 1982,
buscavam investigar sobre a vida
de camponeses, e desenvolveram
um método interpretativo realista,
pois queriam se aprofundar para
proporcionar soluções para suas
eventuais necessidades
cotidianas,a partir de análises das
narrativas dos próprios
pesquisados, por isso, era tinha
características fidedignas, ou seja,
realistas.
Bronislaw Malinoski, inclusive,
foi bastante criticado pelo
Positivismo,que é pautado na
ciência puramente objetiva, e sua
pesquisa não trouxe algo
concreto e palpável, mas gerou
ainda mais questionamento.
Neste período pós II Guerra, já se
iniciam novos paradigmas em
relação às pesquisas, pois um
pensamento pós Positivismo,,
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pesquisas experimentais. defendendo que conceitos podem

ser refutados e reavaliados. Este
período ficou conhecido como a
Fase Áurea da Pesquisa
Qualitativa, pois foram consolidadas
até mesmo leis que fundamentaram
estudos pautados na objetividade,
validade e na autenticidade da
pesquisa.

A pesquisa científica é
sistemática e “irrefutável”, as
pesquisas experimentais se
dispõem a compreender
independentemente dos
resultados, o processo é tão
importante quanto o resultado.

230
No quarto marco, a década de 70 e 80,
ampliaram-se os investimentos públicos e
privados; com a expansão dos recursos e o
desenvolvimento da pesquisa, das equipes
de pesquisadores e centros de pesquisa
universitários e institucionais surgem novas
orientações e novos paradigmas, refletindo
uma mudança de visão sobre a natureza da
pesquisa e sua contribuição para a política e
a prática (v. World Yearbook, 1980-1985),
Pesquisadores começam buscar
novos referenciais diante de novos
conflitos sociais que surgem, se
atentando a diversos gêneros
literários, observando a arte, para
compreender os sentidos, a
significação e os contextos que
caracterizam uma cultura. Este
novo olhar perpassa os parâmetros
rígidos positivistas e dá espaço à
uma contemplação múltipla aos
fatos humanos e sociais.

Nessa época, o aumento dos

investimentos e da visibilidade
da pesquisa, impulsionou novos
paradigmas que modificou ou se
reenventou nas formas de
pesquisa, dando-lhe mais
evidência.

231
O quinto marco, a década de 90 em diante,
está demarcado pelo desaparecimento do
único sistema concorrencial ao capitalismo
liberal, o comunismo soviético, abrindo
caminho para a globalização planetária do
capitalismo e ascensão dos programas
políticos neoliberais. Se, de um lado
ressurge a confiança nas teses da
“sociedade do conhecimento” e o “fim das
ideologias” (Bell, 1974) e no poder
apaziguante do consumo capitalista,
fortalecido pelas novas tecnologias; de outro,
aguça-se o vigor analítico das teorias
Devido às diversas formas de vida e
cultura existentes e em
desenvolvimento, surge também, a
necessidade de consolidar novos
padrões. Reconhecendo que não
há homogenia nos aspectos da
realidade humana, aprimoram-se os
métodos de pesquisa, visando uma
necessidade em interpretar quais
são os problemas sociais.
Com o desenvolvimento do
Capitalismo, logo, das
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críticas, denunciando as desigualdades
subjacentes a essa ilusão igualitária.
232
A própria atividade pesquisadora tende a se
expandir como uma forma de ensino-
aprendizagem nas quais as novas gerações
serão formadas e, com isso, a pesquisa,
como uma prática social relevante, tenderá
cada vez mais a trazer novas questões
teórico-metodológicas nos anos vindouros.
tecnologias, houve uma
contribuição também para a
promoção de melhorias no
campo de pesquisa, dada ao
avanço dos meios de transporte,
comunicação etc, que facilitou o
acesso de pessoas a outros
estilos de vida e de cultura e
assim, podendo ser analisado
mais a fundo.
Em suma, a pesquisa é uma prática
que contribui na construção e
emancipação da vida humana.
Ademais, ela busca um
conhecimento infindo, pois a
cada descoberta, surge um novo
questionamento.