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Fluxo Temático do Bhagavad-Gita

1- Introdução – 1 (1-27)
A Introdução descreve a situação específica em que se encontravam os
dois exércitos e seus soldados no momento em que a guerra começava. A
posição de Krishna, como quadrigário de Arjuna é revelada nos versos 21-
25 desta seção. Nesta primeira seção também se pode começar o estudo
do significado dos nomes usados por Arjuna para se referir a Krishna, e por
Krishna, para se referir a Arjuna. Segundo comentadores do Bhagavad-gita
como Baladeva Vidyabhusana e Visvanatha Cakravarti esses nomes
revelam a conotação e o humor das palavras usadas no diálogo entre os
dois. Este estudo será relevante até o fim do último capítulo.

2- Dúvidas de Arjuna – 1(28-46)


As dúvidas de Arjuna podem ser agrupadas em cinco diferentes classes de
argumentos de acordo com os seguintes temas: 1- Compaixão; 2- Apego
ao desfrute natural; 3- Medo das reações pecaminosas; 4- Apego às
tradições familiares; 5- Hesitação.

3- Mais dúvidas – 2(1-10) (Introdução)


Onde Arjuna apresenta mais razões para não lutar, no entanto,
decide se render a Krishna; Observe que Arjuna mantém as 5 linhas
de argumentação.

4- Jñana – 2(11-30)
As primeiras instruções de Krishna sobre o conhecimento
transcendental: A alma nunca morre, enquanto o corpo jamais é
preservado;

5- Sakama-Karma – 2(31-38)
Krishna explica a mentalidade Karma-kanda: lutando conseguiria ganhos
materiais (planetas celestiais ou um reino) e, desistindo da luta teria perdas
materiais (infâmia e pecado).

6- Niskama-Karma – 2(39-53)
Krishna explica Buddhi-Yoga, através da qual a pessoa atua munida de
conhecimento e assim se mantém desapegada dos frutos de sua ação.

7- Samadhi – 2(54-72)
O resultado de agir em buddhi-yoga é que a pessoa alcança a
equanimidade, o desapego material e a liberação. Este nível é conhecido
como samadhi.

8- Ação ou Renúncia? 3(1-2)


Arjuna pergunta o que é melhor entre essas duas atitudes opostas.

9- Niskama-karma-yoga 3(3-9)
2

Krishna recomenda que o trabalho seja combinado com conhecimento e


desapego e que seus frutos sejam oferecidos para a satisfação de Vishnu.
A purificação da alma é recomendada através de atividades em desapego,
ou niskama-karma-yoga.

10- De Karma-kanda a Karma-Yoga 3(10-16)


Aqui, Krishna demonstra a vantagem que teriam aqueles que não podem
trabalhar com desapego e por questão de dever ao seguir as
recomendações Karma-kanda dos Vedas. Mas, já no verso 12, Ele mostra
a importância de se reconhecer as autoridades cósmicas. No verso 13, Ele
passa a mencionar os devotos do Senhor, e no 15, Ele demonstra a relação
entre os Vedas, os atos de sacrifício recomendados nos Vedas e o próprio
Senhor, a Transcendência, ou a Suprema Personalidade de Deus. No
verso 16, Ele diz claramente o que acontece com quem não segue o ciclo
de sacrifício resumido nesta seção “10”, que corresponde à seção “c” do
terceiro capítulo.

11- Niskama-karma para estabelecer o exemplo correto. 3(17-35)


As pessoas menos avançadas precisam identificar padrões
comportamentais exemplares para seguir os deveres prescritos nos
Sastras. O padrão recomendado aqui é agir por uma questão de dever e
sem apego.

12- Precaução contra os inimigos 3(36-43)


A luxúria e a ira, ou a paixão e a ignorância, privam a pessoa da capacidade
de cumprir com seus próprios deveres. A conseqüência disso é o pecado.
No verso 43 Krishna recomenda que a mente seja controlada através de
deliberada inteligência espiritual e que, movida pela força espiritual, a
pessoa deva controlar a luxúria.

13- Conhecimento Transcendental Acerca de Krishna 4(1-10)


É recebido através da sucessão discipular iniciada pelo próprio Krishna e
revela a verdade acerca da forma de Krishna, de Seu nascimento e Suas
atividades neste mundo. Uma pessoa pode se purificar e alcançar Krishna
obtendo tal conhecimento e refugiando-se nele.

14- O Conhecimento Transcendental Aplicado 4(11-15)


Krishna autoriza a recompensa ao fruto do trabalho de cada pessoa, mas,
Ele é imparcial e recompensa esses frutos de acordo com os desejos e o
karma das entidades vivas. A pessoa que compreende Krishna dessa
maneira permanece livre do cativeiro material.

15- Compreendendo Karma Através da Plataforma de Jñana 4(16-24)


Krishna explica que Karma, ou trabalho, quando executado com pleno
conhecimento transcendental, sem apego e para o serviço a Krishna é
conhecido como akarma, ou ações livres de reações e situadas na
plataforma absoluta. Neste sentido Karma pode ser visto como Jñana.
Nesta seção Krishna glorifica Jñana e fala da ação na inação e da inação
na ação.
3

16- Os Sacrifícios Conduzem ao Conhecimento Transcendental 4(25-33)


O fruto de todos os tipos de sacrifícios Védicos é conhecimento
transcendental, o qual conduz à liberação e, em última análise, ao serviço
devocional puro.

17- Conclusão (34-42) – Agir de acordo com o conhecimento transcendental recebido


através do parampara é a maneira que se pode destruir as reações pecaminosas
resultantes de todas as ações. Portanto, a pessoa deve cumprir com seu dever
mantendo-se fixa em conhecimento transcendental.

18- Niskama-karma-yoga, 5(1-6)


Como no capítulo 3, Arjuna, outra vez, pergunta se a renúncia à ação é
superior a ação com desapego. Krishna responde que ambos são
equivalentes, considerando que ambos são meios para se alcançar o
mesmo objetivo. Mas Krishna enfatiza que o trabalho em desapego é mais
fácil e superior.

19- A execução de Niskama-karma-yoga, 5(7-12)


O praticante de niskama-karma-yoga não se identifica com o próprio corpo
nem com as atividades que o corpo executa. Através de suas atividades em
desapego, ele se liberta das reações de suas atividades.

20- Conhecimento: Os três executores 5(13-16)


Jiva, ou a entidade viva – Se ela tem conhecimento, compreende
que todas as atividades do corpo são automaticamente levadas a
cabo pelos modos da natureza material, ou gunas.
i. Gunas, ou modos da natureza material – Sattva, Rajas e Tamas que
consistem de matéria inerte e executam a ação desejada pela Jiva
e sancionada por Paramatma, ou a Superalma.
ii. Paramatma, ou a Superalma – Esta age como o melhor amigo da
Jiva e satisfaz seus desejos, Embora seja o controlador supremo,
Paramatma é neutra e atua simplesmente como quem sanciona os
desejos, ela não pode ser considerada responsável pelas escolhas
feitas pelas entidades vivas, portanto, também não pode ser
responsável pelas ações, nem pelas reações das mesmas.

21- Liberação: Focada na Superalma 5 (17-26)


Aquele que, dotado de conhecimento, fixa sua consciência na
Superalma através da devoção e se posiciona materialmente de
maneira apropriada, alcança a liberação em futuro próximo.

22- Liberação: Prevista Pela Astanga-Yoga 5(27 e 28)


A mesma liberação estudada na seção anterior pode ser alcançada pela
prática do processo óctuplo de yoga.

23- Paz na Plataforma de Liberação 5 (29)


Uma pessoa em completa consciência de Krishna alcança a liberação das
dores das misérias materiais. Vishvanatha Cakravarti Thakura explica este
verso prafraseando Krishna com as seguintes palavras: “Eu sou o amigo
de todas as entidades vivas: Eu sou aquele que, por misericórdia e por
4

intermédio de meus devotos, dá os benefícios para todas as entidades


vivas através das instruções sobre bhakti. Eu sou o objeto de adoração
para meus devotos”.

24- Avançando na Yoga Através do Trabalho em Desapego 6(1-4)


Nesta seção Krishna apresenta pela terceira vez no Bhagavad-gita a
importância de não se abandonar a ação. Krishna mantém sua instrução
de que o verdadeiro renunciante é aquele que apesar de executar seu
dever, renuncia aos respectivos frutos. Krishna está repetindo este
importante ponto filosófico um pouco antes de descrever o sistema de
astanga-yoga justamente para que Arjuna e os futuros leitores do BG não
se confundam, Embora os astanga-yogis eventualmente sigam para a
floresta após renunciar seus deveres prescritos, Krishna quer esclarecer
que, assim como os niskama-karma-yogis, os astanga–yogis devem, antes
de tudo, executar seus deveres desapegadamente até que avancem o
suficiente para renunciar ao mundo. Nesta seção Krishna ainda explica a
relação entre sannyasa e yoga e os dois níveis de divisão do processo de
yoga.

25- Yogarudha, o Estágio da Yoga em que se Abandona o Agir. 6(5-9)


Depois de enfatizar a importância de renunciar aos desejos de gozo dos
sentidos, e de apontar que em caso contrário, a mente da pessoa seria o
meio de sua degradação, Krishna, nos versos 7,8 e 9 descreve os sintomas
de uma pessoa cuja mente está sob controle e que, portanto, alcançou o
estágio avançado da yoga conhecido como yogarudha. Este estágio se
caracteriza pelo controle da mente por parte do yogi, a ponto de considerar
benquerentes, invejosos, piedosos e pecadores em nível de igualdade.

26- Estágios Suplementares na Prática de Yoga. 6(10-32)


Krishna descreve as práticas de astanga-yoga e seus resultados:
yogarudha (o estágio ideal) e por fim a visão da Superalma.

27- A Necessidade de Controlar a Turbulenta Mente. 6(33-36)


Para a prática de Yoga é essencial controlar a mente, por mais difícil que
isto possa de fato ser. Krishna recomenda a prática apropriada e o
desapego. Aquele que, dotado de conhecimento, fixa sua consciência na
Superalma através da devoção e se posiciona materialmente de maneira
apropriada, alcança a liberação em futuro próximo.

28- O Destino do Yogi Malsucedido. 6(37-45)


Os transcendentalistas malogrados obtêm resultados diferentes de acordo
com o tempo de prática na transcendência, ou seja, os que caem após
pouca experiência são promovidos aos planetas celestiais e depois
retornam a nascer neste planeta em famílias aristocráticas; os que caem
após muita experiência nascem diretamente em famílias de
transcendentalistas cultos para continuar seu treinamento.

29- O Mais Elevado Yogi 6(46-47)


Os yogis são mais elevados do que os filósofos empíricos, trabalhadores
fruitivos e ascetas. E de todos os yogis, aqueles que pensam em Krishna
5

com completa fé e oferecem serviço devocional amoroso a Ele, são os


maiores de todos.

30- Conhecer Krishna através de ouvir sobre Ele 7(1-3)


Krishna pede que Arjuna escute acerca de Suas energias material e
espiritual, e declara que os transcendentalistas que obtêm êxito em
conhecê-lO de verdade são muito raros.

31- Conhecendo as energias Material e Espiritual de Krishna 7(4-12) Krishna,


como a fonte tanto da matéria como do espírito, pode ser visto no mundo quando
observamos toda a existência como sendo a combinação de Suas energias
material e espiritual. Ele é também o princípio ativo de tudo, e, embora Krishna
não esteja sob o jugo de Suas energias (os três modos), tudo mais na existência
material é manifestado pela combinação de bondade, paixão e ignorância.

32- Krishna controla os Modos da Natureza – Portanto, Renda-se! 7(13 e 14)


Aqueles que se rendem a Krishna, o controlador dos modos, podem
ultrapassar a ilusão causada pelos três modos e chegar a conhecê-lO.

33- Os impiedosos não se rendem; os piedosos sim. 7(15-19)


Quatro classes de pessoas nunca se rendem a Krishna e quatro classes se
rendem. Entre as que se rendem, o jñani, que não tem desejos materiais,
é tanto o melhor, quanto o mais raro.

34- Rendição aos Semideuses e Impersonalismo 7(20-25)


Aqueles que se rendem aos semideuses e aqueles que são
impersonalistas não têm conhecimento sobre Krishna, portanto, devido a
sua ignorância não se rendem a Ele.

35- Confusão – Libertação da dúvida por conhecer Krishna. 7(26-30)


A confusão que atinge a entidade viva é provocada pela influência de Maya,
forçando-a a enxergar dualidades; A liberdade pode ser alcançada através
do serviço devocional, o qual tem o poder de colocar a entidade viva além
das dualidades. Assim, tornando-se consciente de Krishna em serviço
devocional, a pessoa pode conhecer Krishna no momento da morte.

36- Perguntas de Arjuna e correspondentes respostas de Krishna 8(1-4) Arjuna


pergunta sobre os seguintes termos usados por Krishna nos versos 29 e 30 do
capítulo sete: 1- Brahman; 2- Adhyatma; 3- Karma; 4- Adhibhuta; 5- Adhidaiva; 6-
Adhiyajña; 7- Prayana-kale. Para as primeiras seis perguntas, acima enumeradas,
Krishna responde o seguinte: 1- É a entidade viva indestrutível; 2- É a natureza
de prestar serviço, própria da entidade viva; 3- São as atividades e suas reações
que causam o desenvolvimento de um corpo material; 4- É a mutável natureza
material; 5- É a forma universal do Senhor, que existe além de todos os
semideuses e seus planetas; 6- É Krishna, Paramatma, o Senhor de todos os
sacrifícios e que está localizado no coração de todas as entidades vivas. A sétima
pergunta é respondida na próxima seção.

37- Lembrando de Krishna no momento da morte 8(5-8)


6

A resposta para a sétima pergunta de Arjuna, ou seja, “como, no momento


da morte, aqueles ocupados em serviço devocional podem conhecê-lO?”,
é a seguinte “...todo aquele que, no fim de sua vida, abandone seu corpo
lembrando-se unicamente de Mim, no mesmo instante alcança Minha
natureza...” Uma vez que a pessoa alcança na próxima vida o que quer que
se lembre no momento de sua morte, Krishna recomenda que Arjuna, sem
desvios, medite nEle, dedique suas atividades para Ele e assim O alcance.

38- Lembrando de Krishna 8(9-13)


Meditando em Krishna e em Suas qualidades, ou praticando yoga-misra-
bhakti, a pessoa pode pensar na Suprema Personalidade de Deus. Aqueles
que se rendem a Krishna, o controlador dos modos, podem ultrapassar a
ilusão causada pelos três modos e chegar a conhecê-lO.

39- Serviço devocional puro 8(14-16)


Aquele que se lembra de Krishna, sem desvios, facilmente alcança Sua
morada, que fica muito distante deste miserável mundo material, devido a
sua ocupação constante em serviço devocional.

40- Comparando os mundos material e espiritual 8(17-22)


O mundo material, tão antigo como é, está constantemente sendo criado e
destruído. Além deste oceano de criação e destruição se encontra a eterna
morada de Krishna, onde Ele está presente, e que é alcançável apenas
através de serviço imaculado a Ele.

41- A supremacia da devoção pura para alcançar Krishna 8(23-28)


Para alcançar a morada de Krishna, os yogis devem deixar este mundo de
acordo com fórmulas místicas. Os devotos necessitam apenas permanecer
fixos em devoção.

42- Ouvir – Qualificações e desqualificações. 9(1-3)


Os não invejosos e fiéis alcançarão Krishna por ouvir este conhecimento
mais confidencial acerca dEle. Falta de fé força a pessoa a nascer e morrer
repetidamente.

43- Aisvarya-jñana: A relação de Krishna com o mundo. 9(4-10)


Krishna penetra, cria e aniquila todo o cosmos através de Sua energia
material. Embora Krishna seja o supremo diretor, o mundo material, no
entanto, move-se independentemente e, dessa forma, Krishna se mantém
neutro e desapegado.

44- Os tolos negligenciam Bhakti; Os divinos, não. 9(11-25)


Os tolos que consideram a forma de Krishna como algo ordinário são
frustrados em seus esforços (11 e 12); Os mahatmas que sabem que
Krishna possui uma forma transcendental se abrigam nEle e O adoram (13
e 14). Na realidade, todos aqueles que adotam uma concepção do supremo
e o adora, estão em última análise, adorando a Krishna, mas, eles O
adoram indiretamente. Estes são de 3 tipos: 1- Ekatvena – O monista, o
mais inferior, considera-se uno com o Supremo (11 e 12). 2- Visvato-
mukham – O adorador do que é material, para eles, a forma universal é a
7

melhor opção (16 –19). 3- Prthakvena – O adorador de semideuses, que


está situado numa posição mais elevada do que o ekatvena (20-25).

45- As glórias do Serviço devocional a Krishna. 9(26-34)


Aquele que adora Krishna com devoção ou que Lhe oferece o fruto de seu
trabalho liberta-se das reações e vai para Krishna. A adoração é simples e
o resultado super excelente (26-28); 2- Krishna demonstra favoritismo para
Seu devoto. Krishna considera a santidade do devoto e, mesmo que este
cometa uma ação abominável, Ele rapidamente retifica o devoto (29-31);
3- Todos aqueles que estão purificados através da prática do serviço
devocional, por pensar em Krishna, oferecer-Lhe suas reverências e se
render a Ele, retornarão ao Supremo, independentemente de sua posição.
(32-34)

46- Compreendendo as desconhecidas opulências de Krishna a pessoa se


ocupará em serviço a Ele. 10(1-7)
Krishna declara que é impossível entender Sua origem, pois Ele é a origem
de tudo. (Que aquilo que foi criado não pode compreender sua própria
origem independentemente) A pessoa que compreende isso ocupar-se-á
em serviço devocional a Krishna.

47- O Catur-sloki Gita 10(8-11)


Krishna descreve a opulência de Sua posição como a origem de tudo, a
ansiedade de Seus devotos por amá-lO e servi-lO, e Sua própria maneira
de reagir a esta ansiedade. A essência do Gita está em quatro versos:
i. Todas as opulências de Krishna são resumidas no texto 8. Por
conhecer essas opulências como sendo do Senhor, a pessoa pode
alcançar as realizações dos versos 9, 10, e 11.
ii. Por conhecer Krishna como a origem de tudo, os devotos não
conseguem manter suas vidas sem Ele, portanto, eles O adoram
com a dedicação descrita no verso 9.
iii. A maneira de Krishna corresponder aos sentimentos de tais devotos
é descrita no verso 10.
iv. A verdadeira inteligência do devoto, que ultrapassa a ignorância
mantida em seu coração por milhões de nascimentos, é despertada
por Krishna como se descreve no texto 11. O Senhor entra no
coração do devoto como uma abelha entra na flor de lótus.

48- Arjuna aceita a posição de Krishna e pede para ouvir mais acerca de Suas
opulências. 10(12-18)
Arjuna se refere a autoridades prévias e confirma que Krishna é a Suprema
Personalidade de Deus. Ele então ora a Krishna para saber mais acerca
de Suas glórias para que ele possa sempre pensar nEle e lembrar-se dEle;
De outro modo, como o próprio Krishna disse anteriormente, Ele
permaneceria desconhecido.

49- As opulências de Krishna 10(19-42)


Em resposta ao pedido de Arjuna, Krishna descreve as mais proeminentes
entre suas ilimitadas e todo-penetrantes opulências. Após denominar 82
8

opulências, Krishna faz um resumo explicando que essas opulências são


um mero indício de Sua glória, pois Ele penetra e mantém o universo inteiro
com um simples fragmento de Sua total potência.

50- Arjuna pede e Krishna descreve Sua Forma Universal. 11(1-8)


Arjuna, embora concordando que a forma de dois braços de Krishna seja
Suprema, pede a Krishna para lhe mostrar a forma universal todo
penetrante da qual Krishna falara no capítulo 10. Primeiro Krishna descreve
sua forma universal e então, no verso 8, ele dota Arjuna com a visão
necessária para vê-la.

51- Sanjaya descreve a visão de Arjuna 11(9-31)


Sanjaya descreve que Krishna dota Arjuna com a visão necessária. Arjuna
então fica aturdido com o que contempla e, hesitantemente, começa a
descrever o que é capaz de ver. Primeiramente Arjuna vê tudo que existe
e que é imensurável colocado em um só lugar brilhando dentro daquela
forma. (14-19). Depois, Arjuna vê a terrível e todo-destrutiva Kala-rupa ou
a forma do tempo. Por fim, Arjuna se dirige àquela forma: “Qual é sua
missão? Quem é você?” (20-31)

52- “Eu sou o Tempo Eterno, torne-se meu instrumento.” 11(32-34)


Krishna responde, “Eu sou o tempo, o destruidor dos mundos. Por plano
meu os guerreiros de ambos os lados já estão destruídos. Tudo o que você
pode fazer é tornar-se meu instrumento. Levante-se e lute!”

53- Arjuna oferece orações 11(35-46)


Trêmulo, Arjuna oferece orações à forma universal. Ele também implora o
perdão de Krishna por ter previamente, devido à ignorância, tratado o
Senhor simplesmente como um amigo. Arjuna então, amedrontado, pede
a Krishna para outra vez revelar sua Forma de dois braços como a
Suprema Personalidade de Deus.

54- Somente os devotos puros vêem a forma de dois braços de Krishna. (47-55)
Atendendo ao pedido de Arjuna, Krishna recolhe Sua forma
Universal. (47 e 48). Então ele primeiro mostra a Arjuna Sua forma
de 4 braços (49 e 50) e por fim, Sua forma de dois braços (50 e 51).
A mais maravilhosa forma de Krishna de dois braços pode ser vista
diretamente apenas através do serviço devocional puro e indivisível.
(52-55)

55- Bhakti é superior ao impersonalismo. 12(1-7)


Um adorador do aspecto impessoal do supremo é menos perfeito e
enfrenta mais dificuldade do que alguém que adora Krishna com grande fé
e atenção fixa. O caminho da devoção é recomendado não apenas porque
é mais fácil de ser seguido, mas também porque o próprio Krishna
pessoalmente se encarrega de liberar Seu devoto.

56- Estágios da devoção. 12(8-12)


i. A pessoa vive com Krishna por constantemente fixar sua mente e
inteligência nEle.(8)
9

ii. A pessoa pratica os princípios reguladores de bhakti-yoga para


aumentar seu desejo e habilidade de se lembrar de Krishna e de
alcançá-lO. (9)
iii. A pessoa dedica suas ações para Krishna. (10)
iv. A pessoa dedica os resultados de seu trabalho a Krishna. (11)
v. A pessoa pratica meditação ou conhecimento. (12)

57- Qualidades que conduzem a pessoa a Krishna. 12(13-20)


Possuir qualidades divinas faz a pessoa se tornar querida por Krishna, e,
qualquer um que siga o caminho de serviço devocional com fé, fazendo de
Krishna seu objetivo supremo, é muito querido por Ele.

58- As Seis Perguntas de Arjuna 13(1)


Os tópicos das perguntas são os seguintes: 1- Prakrti (natureza); 2 –
Purusha (o desfrutador); 3 – Kshetra (o campo de atividades); 4 – Kshetra-
jña (o conhecedor do campo); 5 Jñana (o conhecimento e o processo de
adquirir conhecimento); 6 – Jñeya (o objeto de conhecimento).

59- Respostas aos tópicos 3,4 e 5 13(2-7)


Respostas de Krishna para: - 3, Kshetra, é o corpo material, através do qual a
alma se ocupa em diversas atividades dentro do mundo material. – 4, Kshetra-jña,
São de dois tipos, a alma, ou atma, que tem conhecimento apenas de seu próprio
campo de atividades, e a Superalma, ou paramatma, que calha de ser Ele mesmo
e tem conhecimento de todos os campos de atividades de todas as entidades
vivas. – 5, Jñana, é conhecer o campo de atividades descrito na resposta ao tópico
3 e seus conhecedores, descritos na resposta ao tópico 4. (o processo de adquirir
conhecimento é mais explicado na seção seguinte).

60- Explicação complementar ao tópico 5 e suplemento sobre liberação. 13(8-


12)
O processo de adquirir conhecimento são todas aquelas atividades através das
quais a alma obtém conhecimento além dos limites de seu campo de ação.
Possuindo este conhecimento ela pode transcender seu campo de atividades ou,
se liberar.

61- Respostas ao tópico 6. 13(13-19)


Jñeya, o objeto do conhecimento, é a Superalma, a qual pode ser conhecida pela
alma. Apenas os devotos podem entender o campo de atividades, o processo de
adquirir conhecimento, e a alma e superalma.

62- Respostas aos tópicos 1 e 2 e suplementos: união de ambos, resultado e


liberação. 13(20-26)
Tópico 1, Prakrti - É a natureza material que causa todas as mudanças e efeitos
materiais.
Tópico 2, Purusha - São de dois tipos, a atma, como um kshetra-jña e Paramatma,
como outro kshetra-jña. Paramatma Purusha está presente em todos os corpos
como supervisor, testemunha das atmas e o supremo proprietário. (verso 23)
Suplemento 1, união de ambos - Pela associação com a natureza material, a jiva,
ou atma, se encontra com o bem ou com o mal de acordo com as qualidades
adquiridas pela associação com a natureza material. (versos 20,21 e 22)
10

Suplemento 2, resultado – A pessoa que compreende prakrti (kshetra), purusha


(kshetra-jña Jiva e kshetra-jña Paramatma) e suas interações, não volta a nascer
neste mundo. (verso 24)
Suplemento 3, liberação – Outros métodos de se obter liberação são jñana,
ashtanga e karma. (versos 25 e 26)

63- Jñana Cakshus: A visão do conhecimento. 13(27-35)


Aqueles que vêem a distinção entre o corpo, seu conhecedor e a Superalma, e
que reconhece o processo de liberação, podem atingir o objetivo supremo.

64- O condicionamento e liberação das entidades vivas 14(1-4)


Após glorificar o conhecimento que vai começar a dar, Krishna explica que,
através de si mesmo, o Supremo Senhor, a energia material se torna impregnada
de entidades vivas.

65- Os modos prendem a alma pura 14(5-9)


Nesses versos Krishna explica que a entidade viva eterna se conecta com a
energia material através de se condicionar aos três modos da natureza material.
O modo da bondade condiciona à felicidade, o da paixão, às atividades fruitivas e
o da ignorância, à loucura.

66- Reconhecendo a supremacia de um modo em particular. 14(10-13)


Dentro do indivíduo existe uma competição por predomínio entre os diferentes
modos. O conhecimento se manifesta do modo da bondade; o apego, desejos
incontroláveis e esforço intenso se manifestam do modo da paixão; e, inatividade
e loucura se manifestam do modo da ignorância.

67- Vivendo e morrendo aprisionado pelos modos da natureza. 14(14-18)


Os resultados das ações da pessoa, tanto nesta vida como após sua morte, são
decorrentes do predomínio de um modo específico e, dessa maneira, trazem à
tona os proporcionais resultados.

68- Transcendendo aos modos da natureza. 14(19-27)


A pessoa pode transcender aos três modos por tomar conhecimento de que tudo
dentro deste mundo acontece sob a influência desses modos e, através da
compreensão de que as atividades de Krishna são transcendentais a eles. Krishna
explica que a pessoa pode transcender aos modos ocupando-se sem falha em
completo serviço devocional. Assim, a pessoa alcança a plataforma de Brahman,
da qual Krishna é a fonte original.

69- Desapegando-se do mundo material 15(1-5)


O mundo material é um reflexo do mundo espiritual, a pessoa deve se desapegar
do mundo material e deve render-se a Krishna para, então, alcançar o mundo
espiritual.

70- Transmigração. 15(6-11)


A pessoa deve ter como seu objetivo pessoal deixar este mundo material e
retornar ao mundo espiritual. Embora as entidades vivas sejam eternamente
partes integrantes de Krishna, encontram-se lutando de corpo em corpo a procura
11

de prazer. Os transcendentalistas podem ver isso claramente, mas os


materialistas, não.

71- A posição de Krishna como nosso mantenedor. 15(12-15)


Conhecer a opulenta posição de Krishna como nosso mantenedor tanto em
âmbito pessoal como cósmico, e sua posição como o compilador do Vedanta e o
conhecedor dos Vedas, deve ser motivo para nos atrairmos por Ele.

72- Os três versos do “Gita Do Conhecimento”. 15(16,17 e 18)


16 – As entidades vivas condicionadas são falíveis. As entidades vivas em
harmonia com os desejos do Senhor são infalíveis. 17 – Além das falíveis e
infalíveis está a transcendental Pessoa Suprema, que mantém os três mundos.
18 – Krishna é reconhecido tanto neste mundo como nos Vedas como esta
Pessoa Suprema, a Superalma.

73- Conhecer Krishna significa conhecer tudo. 15(19-20)


Aquele que verdadeiramente conhece a posição de Krishna é reconhecido como
conhecedor de tudo. Tal pessoa se ocupa no serviço a Krishna. Conhecer esta
parte mais confidencial das escrituras Védicas faz da pessoa um sábio e favorece
a perfeição para os esforços por ela empreendidos.

Qualidades divinas e demoníacas. 16(1-6)


74- São 26, as qualidades divinas e 6, as demoníacas.

75- A natureza demoníaca. 16(7-20)


Para garantir a Arjuna que ele possuía qualidades divinas e não demoníacas,
Krishna descreve adicionalmente as atividades, a mentalidade e as qualidades da
pessoa que tem tendências demoníacas. Krishna declara que estes são lançados
repetidamente em formas demoníacas por meio de nascimentos em espécies
abomináveis.

76- A escolha: escapar para o Destino Supremo. 16(21-24)


21 e 22- Os três portões que levam à degradação da alma e a seu enredamento
na mentalidade demoníaca são: luxúria, ira e cobiça. Toda pessoa sã deve
abandonar isso e agir para sua própria purificação e para alcançar o destino
supremo.
23 e 24 - Isto significa que ao invés de agir controlado pela luxúria, ira e cobiça, a
pessoa deve agir de acordo com o sastra.

77- Os modos determinam os tipos de fé e de adoração da pessoa. 17(1-7)


Arjuna faz suas perguntas. Krishna responde que aqueles que não seguem os
Sastras adoram de acordo com a fé influenciada pelo modo da natureza no qual
estejam condicionados.

78- Os alimentos de acordo com os modos. 17(8-10)


A maneira mais fácil de descobrirmos a situação particular em que nos
encontramos de acordo com os modos da natureza é observar que tipo de
alimentos comemos. Krishna então descreve os alimentos em bondade, paixão e
ignorância.
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79- Os Sacrifícios de acordo com os modos. 17(11-13)


Os sacrifícios também podem ser executados de acordo com os modos: Por uma
questão de dever, na bondade; com aspirações fruitivas, na paixão; e, sem fé, na
ignorância.

80- As Austeridades de acordo com os modos. 17(14-19)


As austeridades podem ser do corpo, da fala e da mente. Cada um desses tipos
pode ser praticado de acordo com a influência de cada um dos modos.

81- As Caridades de acordo com os modos. 17(20-22)


A caridade também pode ser praticada em bondade, paixão ou ignorância. Os
resultados farão a diferença.

82- Conclusão: OM TAT SAT (23-28)


Todas as atividades são contaminadas pelos modos, e seus defeitos podem ser
compensados por se agir, ainda que nos modos da natureza, porém, em serviço
a Krishna: om tat sat. A conclusão é que, quando os sacrifícios e austeridades são
executados sem fé no Supremo, sem um objetivo transcendental, são inúteis tanto
nesta vida, como na próxima.

83- Resumo dos capítulos de 1 a 6: Seção Karma. 18(1-12)


Um verdadeiro sannyasi não renuncia suas atividades, mas se desapega dos
frutos delas. Assim, Krishna conclui que a ordem de vida renunciada e a renúncia
aos frutos da ação são o mesmo. Agir desta maneira é agir em renúncia e no
modo da bondade.
84- Resumo dos capítulos de 13 a 18: Seção Jñana. 18(13-18)
Para nos ajudar a agir sem nos enredar nas atividades, Krishna cita o Vedanta e
analisa as atividades como decorrentes de cinco fatores. O mais proeminente
desses fatores é a Superalma. Aquele que age sob a direção da Superalma não
se deixa afetar pelas reações de suas ações.

85- Os modos da natureza controlam todas as atividades. 18(19-40)


As atividades da pessoa de acordo com os cinco fatores são ditadas pelos modos
da natureza material. Todas as atividades dentro do universo são controladas por
esses 3 modos. Considere: (19-22) Conhecimento; (23-26) Ações; (27 e 28)
Propósito das ações; (29-32) Compreensão; (33-35) Determinação; e, (36-39)
Felicidade.

86- Liberdade das reações por trabalho prático. 18(41-48)


Embora todas as ações sejam controladas pelos modos, a pessoa, contudo, pode
se libertar das reações do trabalho por agir como um brahmana, um ksatriya, um
vaishya ou um shudra por meio de niskama-karma-yoga enquanto adora o Senhor
por meio de sua própria ocupação.

87- Conhecimento Confidencial: de ação livre de reação para jñana–yoga, para


a plataforma Brahman e para o Serviço Devocional Puro. 18(49-55)
Ao praticar niskama-karma-yoga, trabalho sem apego, a pessoa alcança o modo
da bondade e o conhecimento de que não é este corpo. Finalmente ela alcança a
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plataforma Brahman. Por servir a Krishna nesta plataforma, com devoção, a


pessoa alcança o reino de Deus.

88- Ocupando-se em Serviço Devocional Puro. 18(56-60)


A pessoa que está na plataforma da devoção deve agir sob a guia do Senhor,
completamente dependente d’Ele e sendo completamente consciente dEle.
Dessa maneira, ela se libertará do controle dos modos da natureza material.

89- Mais conhecimento confidencial: rendição à Superalma. 18(61-63)


O conhecimento mais confidencial do que o conhecimento de que uma pessoa é
alma espiritual, é saber que a pessoa deve se render à Superalma.

90- O conhecimento mais confidencial de todos: tornar-se um devoto puro de


Krishna. 18(64-66)
Pensar sempre em Krishna, tornar-se Seu devoto, adorá-lO, oferecer suas
homenagens a Ele e, assim, ir para Krishna. Se render a Krishna; não temer pelas
reações pecaminosas.

91- Estudando e Pregando o Bhagavad-gita. 18(67-71)


Para aquele que explica este conhecimento do Bhagavad-gita para devotos
austeros e desprovidos de inveja, o serviço devocional puro está garantido.
Aqueles que estudam o Bhagavad-gita adoram Krishna com sua inteligência,
aqueles que o ouvem com fé e sem inveja tornam-se livres das reações
pecaminosas.

92- Arjuna fica firmemente fixo. 18(72 e 73)


Após ouvir o Bhagavad-gita, Arjuna fica fixo e determinado a agir de acordo com
as instruções de Krishna.

93- Profecias de Sanjaya. 19(74-78)


Sanjaya se recorda da maravilhosa forma de Krishna e prediz vitória para Arjuna,
o Arqueiro supremo, e para Krishna, o mestre de todos os místicos

OM TAT SAT

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