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A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98
e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Sinopse Uma guerra sempre gera consequências e, mortes... Perdas dolorosas. Rossi Ricci, Capo da máfia Fratelli sentiu na pele todo peso da dor que as perdas que sua família teve, lhe causou. Ele precisou ir até o fundo do poço para ser resgatado. Entretanto, as coisas mudaram... Em meio a tantos acontecimentos, agora sua esposa precisa dele. Ela precisa ser resgatada... E ele será capaz de mover Céus e Terra para trazê-la de volta. Sumário Sinopse Capítulo 1 Maya Capítulo 2 Maya Capítulo 3 Maya Capítulo 5 Maya Capítulo 6 Maya Capítulo 7 Rossi Capítulo 8 Maya Capítulo 9 Rossi Capítulo 10 Maya CONHEÇA OUTROS TRABALHOS Capítulo 1 Maya Mais um dia amanhecia com o Sol me brindando com sua luz... Mais um dia que tudo o que eu podia fazer era continuar me escondendo atrás da minha escuridão. Apesar de assustador era um bom lugar. Um lugar seguro. — Maya, meu amor. Eu estou aqui. Volte para mim, querida... — Rossi soava tão devastado. No fim das contas, eu me via num estado em que já não sentia mais nada. Nem raiva. Nem dor. Nem amor. Nada. Eu estava vazia. Oca. Mal tinha superado a perda do Odin, que era como um filho, como superaria a perda de outro? *** — Maya...? — Ouvi a voz de alguém, mas não me importei. Era como se eu não estivesse ali, apenas o meu corpo moribundo. — Querida, você precisa superar isso. Era Paola? Ou talvez pudesse ser a Rosa. De qualquer maneira, não fazia a mínima diferença. — Benjamin está sentindo sua falta — comentou a voz que reconheci como sendo da Beatrice. O embargo em seu tom me fez deduzir que estivesse chorando. — Já se passaram vinte dias. Está na hora de reagir. Vinte dias? Eu não estava contando, porque para mim era como se todo dia fosse o mesmo... cinza. Existe um prazo estipulado para que uma mãe fique de luto por um filho? Existe alguma fórmula para diminuir a intensidade da dor? Era estranho, porque eu sequer cheguei a descobrir o sexo do meu bebê, porque foi arrancado de mim. Arrancaram meu coração. Arrancaram um pedaço do meu ser. Eu queria ter forças para responder à Beatrice de que, não, não estava na hora de reagir, porque ainda havia sangue dentro de mim... a ferida sangrava. Ao invés disso, me mantive calada... Inerte. Eu apenas queria a escuridão. A solidão. Por que não me deixavam sozinha? *** Encolhida na cama, abri os olhos quando ouvi a voz do Rossi no quarto; ele estava com Benjamin em seus braços. — Querida, olhe quem está aqui para te dar bom dia... — murmurou ele, mas não me movi. Nem mesmo quando Benjamin começou a balbuciar e a estender os bracinhos em minha direção. Tudo em mim estava doendo, será que não conseguiam ver? Devastada, me virei de costas para os dois, fechando os olhos o máximo que eu podia. A dor estava tão forte que estava me consumindo aos poucos. O choro do Benjamin amplificou o meu, que fez com que os soluços chacoalhassem meu corpo frágil e dolorido. Eu queria pegá-lo e escondê-lo em meus braços..., mas naquele momento, eu não tinha nada para oferecer. Para ninguém. Instantes depois, notei quando Rossi deixou o quarto com nosso filho aos berros, partindo meu coração ainda mais. De olhos fechados, me deixei dominar pela devassidão que vinha atormentando meus dias. Não notei em que momento ele retornou ao cômodo, mas quando menos esperei, Rossi se aninhou ao meu lado na cama, amparando-me em seus braços de amor. — Shh... — soprou, enchendo minha cabeça de beijos. — Eu estou aqui. Vai ficar tudo bem, eu prometo. Capítulo 2 Maya Eu tinha acabado de sair da cama quando ouvi o barulho da porta do quarto sendo aberta. Não precisei olhar para saber que era o Rossi; podia senti-lo em qualquer lugar. Ignorando-o, caminhei até o banheiro e fechei a porta na chave, pois não queria que ele me incomodasse. Lentamente, retirei minhas roupas e amarrei meus cabelos no alto, já que não queria lavá-los. Na verdade, eu sequer tinha ânimo para tomar banho. Passei pelo espelho sem querer olhar para meu reflexo, porque sabia que a Maya que me olharia de volta pioraria meu estado de espírito. — Maya? — Rossi chamou, e tentou abrir a porta. Abri a saída de água do chuveiro e, em seguida, entrei debaixo da ducha. — Maya, abra essa porta. — Rossi insistiu, forçando a maçaneta. De olhos fechados, espalmei as mãos na parede fria e deixei com que a água gelada ferisse minha pele quente. Eu não queria outra coisa, a não ser me torturar pela perda do meu bebê. Porque a culpa foi minha. Fui incapaz de mantê-lo a salvo. Não sabia dizer em que momento aconteceu, mas quando percebi, Rossi já tinha arrombado a porta do banheiro e, simplesmente, escancarou a porta do Box. — Puta merda, Maya! — exclamou ele, entrando. — Essa água está um gelo, mulher. — Esticou o braço e desligou o registro. — Você está tremendo. Não falei nada. Puxando a toalha do suporte, Rossi me enrolou rapidamente, abraçando-me. Eu podia sentir quão desapontado ele estava. — Qua-quando vo-você va-vai dizer? — perguntei com dificuldade por causa dos tremores, fazendo-o se surpreender. Só não soube dizer se a surpresa foi por minha pergunta, ou se por ter ouvido minha voz depois de tantos dias de silêncio. — O que quer eu diga? Pegou-me no colo e me carregou novamente para o quarto. Esperei até que ele me colocasse no chão, perto da cama. Calmamente, começou a me enxugar, enquanto todo meu corpo chacoalhava de frio. — Que a-a culpa foi mi-minha — declarei, olhando para ele, que enxugava meus pés. — Não co-consegui segurar nosso filho — eu lutava contra a enxurrada de lágrimas que ameaçava me abater. O rosto do Rossi escureceu na mesma hora, e ele parou o que estava fazendo. Em seguida, se colocou de pé e beijou minha testa. — Você não tem culpa de nada — afirmou com a voz falha. Cobriu minha nudez com um roupão e depois me fez deitar na cama, entre as cobertas. Segurei-me em seu paletó quando ele se deitou comigo. — O que aconteceu foi uma fatalidade do destino, Maya. E se existe um culpado, este se chama Louis, e já está ardendo no inferno agora. — Apertou-me em seus braços. Não falei nada. Não tinha o que dizer. Capítulo 3 Maya Alguém apareceu no quarto de repente e arregaçou as cortinas; os raios de Sol invadiram o cômodo obrigando-me a correr para o outro lado da cama. Correndo da luz. Eu não queria luz. — Já chega! — rugiu Rossi, fazendo-me ter um sobressalto por causa do tom de voz empregado. — Você está nessa cama há exatos, trinta dias — ditou, caminhando pelo quarto. — Fui paciente até agora, mas já deu! Dizendo isso, ele simplesmente puxou as cobertas de cima de mim. Assim que nossos olhos se chocaram, eu vi... meu marido estava por um fio. — Levante-se! — exigiu, naquele tom mandão que eu odiava. — Vamos viajar. Apenas nós dois. — Continuei no mesmo lugar, mas olhando para ele, em pé e tão imponente. — Por favor, Maya, faça o que estou pedindo, ou terei que tirá-la daí a força. Eu estava cansada. Cansada de tudo. Então, decidi me sentar na cama, deixando Rossi surpreso pela minha atitude. Talvez, uma parte dele teria gostado se eu lutasse contra ele, mas tudo o que eu queria era poder ficar sozinha e, em silêncio. *** Agindo no automático, me deixei ser guiada pelo meu marido para o andar de baixo, onde toda família esperava para se despedir de nós dois; eu sequer sabia para onde estávamos indo, mas também nem me importei em perguntar. Eu sentia como se minha alma estivesse presa no dia em que descobri ter perdido meu bebê. Ignorei todo mundo. Ignorei todos os abraços. Até mesmo Thor, que nos últimos dias sequer saiu do meu lado da cama, eu conseguia amparar. Quando Beatrice, com aquele barrigão, se aproximou de mim carregando Benjamin em seus braços, eu me debulhei em lágrimas. Por que ela estava com a criança dela, e eu perdi a minha? Nesse momento, Rossi me pegou em seu colo e me levou para fora, aos prantos. Não vi mais nada. Só senti quando fui colocada na parte de trás do carro, para que eu pudesse me deitar. Em seguida, Rossi deu a volta no veículo e logo o carro entrou em movimento. *** Depois que desembarcamos do jato particular da família, Rossi já tinha alguém esperando com um carro para nos levar para sabe-se lá onde. Me mantive calada durante todo o trajeto. Não por falta de tentativa do meu marido, claro. Eu tinha consciência de que estava fazendo um caminho longo, duro e torturante para ele, mas não conseguia agir diferente. Não conseguia sequer encontrar uma luz dentro de mim mesma para poder me agarrar. Não havia nada. Novamente dentro de um carro, Rossi se ajeitou comigo na parte de trás do veículo depois que deu instruções ao motorista. Meus olhos se arrastaram para fora da janela, para as lindas paisagens dos Alpes Austríacos e das Dolomitas Italianas. — Você sabe que não sou bom com as palavras. — Rossi quebrou o silêncio, mas não me dignei a olhar para ele. Seu braço esquerdo estava sobre meus ombros, e sua mão direita segurava a minha com tanta força que parecia que tinha medo de que eu fosse desaparecer a qualquer momento. — Sou um homem frio e duro, então não sei como lidar com o que estamos passando, baby... — seus dedos passaram a acariciar minha mão, causando-me arrepios leves. — Sei que está triste, mas estou passando um inferno por você. Aquela Maya, a minha Maya, que mudou minha vida, ainda está aí dentro, então você pode, por favor, voltar para mim nem que seja para chutar minha bunda? Eu apenas permaneci encarando a paisagem. Era a única coisa que eu poderia fazer. Capítulo 5 Maya O ar era fresco e leve naquela pequena cidade italiana, que ficava no sopé dos Alpes, perto da fronteira com a Áustria. A casa em que Rossi me levou era, praticamente, isolada de tudo. — Quando comprei esse lugar a única coisa que ainda se mantinha em pé era uma pequena capela de 200 anos — contou Rossi. — A casa de fazenda original já tinha desabado havia muito tempo: tudo o que sobrou foi uma alta e solitária parede de pedras. Assim que a porta de entrada foi aberta, meus olhos logo avistaram uma cozinha moderna e uma sala de jantar com armários pretos de ferro, que iam do chão ao teto, fluindo em direção a um “lounge”. Observei quando o senhor que nos levou até ali se aproximou com nossas malas. Não fazia ideia de quem tinha preparado a minha, com minhas coisas. Rossi conversou alguma coisa com ele, mas não dei atenção. Aproveitei sua distração e comecei a circular pelo ambiente. Obviamente que eu tinha consciência de que os Fratelli possuíam mais bens e imóveis do que podiam contar, mas, às vezes, eu ainda me surpreendia. Logo atrás da cozinha, vi uma escada de ferro fundido, ladeada pela parede de pedra antiga. Descobri que ela levava a três quartos no primeiro andar, além de uma espécie de brinquedoteca com parede de vidro inclinada e encravada na encosta com vista para um resort de esqui da região. Acabei ficando ali, sentada no chão e mirando aquela visão incrível das montanhas. Quando Rossi me encontrou, ele ficou parado na porta por um tempo, parecendo sem coragem de se aproximar. Minutos depois, se afastou, deixando-me sozinha, porém voltou minutos depois carregando uma garrafa de vinho e duas taças nas mãos. Sentou-se ao meu lado. — Não sei você, mas eu preciso beber. — Murmurou, servindo vinho nas duas taças, depois de depositá-las no chão. Em seguida, pegou uma e ofereceu a mim. Encarei-o, mas aceitei a taça com um pequeno sorriso. Seus olhos brilharam como turquesas e um sorriso largo se espalhou pelo seu rosto lindo. Parecia que ele estava tentando se conter. Parte de mim sabia que eu estava sendo uma cadela agindo desta forma, mas eu não tinha certeza de como explicar meus sentimentos. Entretanto, entendia como ele se sentia em relação ao meu problema, embora eu não pudesse evitar continuar vivendo naquele maldito limbo. *** — Lembra daquela vez em que comparecemos àquele evento em nossa homenagem por causa das nossas doações? — Rossi perguntou, enquanto estávamos deitados na cama do quarto principal. Eu adorava me aninhar em seu peito, porque o som dos seus batimentos cardíacos me acalmava. — Você estava usando um vestido vermelho, com um decote tão fodidamente sexy que quase não fui capaz de me concentrar em nada, nem dar atenção às pessoas que se aproximavam de nós dois. — Seus dedos iniciaram um movimento de vai e vem em meu ombro, tão lento... — Desde a primeira vez que a vi, eu entendi que você, a mulher com quem me casaria, não seria do tipo que se contentaria somente com os holofotes das mídias, já que exalava uma força tão grande que fez com que eu me curvasse inteiramente aos seus pés. Fechei os olhos, querendo para de sentir tanta dor. — Aliás, você tem o poder de fazer com que todos ao redor se curvem a você, baby, sabe por quê? — não respondi, mas entendi que ele sequer esperava por resposta. — Porque você é uma Ricci. Uma de nós. Mortal e assustadora. De repente, se calou, enquanto se perdia em pensamentos. O único som ouvido era do vento lá fora, que uivava sua força contra as janelas. — Quando nos casamos, eu não sabia o que era ser forte, ao menos não entendia a definição da palavra — voltou a falar. — Mas você me consertou. Você me resgatou de um lugar tão escuro que tudo o que eu via era minha dor e nada mais. Não havia mais nada. Lágrimas banharam meus olhos. — Porém, no meio disso tudo descobri que com sua chegada ganhei um novo ponto fraco — alegou num sussurro. — Um com o poder de me derrubar para um lugar tão fundo que eu tenho certeza de que não conseguirei encontrar mais forças para voltar. — Suas mãos subiram para meus cabelos desgrenhados. — E acredite, odeio saber que você tenha esse poder sob mim. Mas, ao mesmo tempo, não posso sequer imaginar minha vida sem você, nem sem o Benjamin, baby. — Beijou minha cabeça. — Fique na cama e se aflija o quanto precisar — acrescentou. — Estarei aqui para você quando estiver pronta para voltar. Limpando o rastro das lágrimas, voltei a fechar os olhos. Agradeci quando o sono me empurrou para a escuridão bem-vinda. Capítulo 6 Maya Acordei no susto, apavorada com um pesadelo. Meus batimentos estavam acelerados e minha respiração entrecortada quando Rossi surgiu na porta do quarto, carregando uma bandeja com o café da manhã. — O que foi? — perguntou com semblante preocupado. Depositou a bandeja no armário de cabeceira, em seguida, se sentou ao meu lado na cama. — Parece pálida. Desesperada, eu o puxei contra mim, abraçando-o com tanta força que parecia que nunca seria o suficiente. — Ei?! Eu estou aqui, querida — soprou, nervoso. Afastou-se para poder me encarar, amparando meu rosto. — Vai ficar tudo bem. Quer conversar? Quer falar alguma coisa? Estou aqui para você, e sempre estarei. Trêmula, inspirei profundamente num esforço para tentar esquecer o pesadelo horrível que me acordou instantes atrás. — E-eu... sonhei que tinha perdido o bebê — contei, sentindo o ar me abandonar. Meu peito começou a subir e descer, conforme descia as mãos para abraçar minha barriga plana. — Foi horrível. — Fechei os olhos, lutando contra as reações ruins e indesejáveis. O silêncio do Rossi me incomodou e me obrigou a encará-lo; me deparei com seu olhar dolorido. Na verdade, não fui capaz de discernir toda a miríade de emoções que tomou conta de seu rosto naquele momento. — Maya... Comecei a negar com a cabeça, sentindo meu peito sufocado com a maneira como ele me encarava, como se quisesse me puxar para seus braços pra me consolar. Me consolar de quê? Por quê? — Infelizmente não foi um simples pesadelo, querida — declarou, temeroso. — Aconteceu, e foi há pouco mais de um mês. — Não, não, não... — fiquei negando com a cabeça. — Nosso bebê se foi, Maya. — Insistiu, segurando-me pelos ombros. Irritada, o empurrei fazendo-o cair de bunda no chão. — CALE A BOCA! — gritei, sentindo meus olhos úmidos. — Nosso bebê está vivo, porque ainda o sinto dentro de mim. — Abracei a mim mesma. Rossi me encarava com um misto de sentimentos; eu podia ver quão assustado ele estava, mas eu também estava. Como ele poderia alegar que nosso bebê estava morto? Desnorteada com tudo, rumei em direção a porta, mas Rossi me segurou. — Onde você vai? Sem pensar muito, ergui o joelho e o acertei bem no meio das pernas, fazendo-o se curvar de dor. Aproveitei para socar seu rosto. Eu não sabia direito o que estava fazendo, só sentia que precisava proteger meu bebê. Corri para fora do quarto, ofegante e desorientada. Desci as escadas sentindo meus pensamentos em desalinho, assim como minhas ações. Abri a porta de entrada e, simplesmente, corri. Corri sem rumo. Corri, ansiando me afastar da minha dor e de tudo aquilo que pudesse me fazer sofrer. Longos minutos depois, minhas pernas perderam as forças e acabei caindo de joelhos. Não fazia ideia de onde estava. Resfolegante, ergui os olhos e analisei o cenário ao meu redor; só havia mato e árvores. Soluçando, levei uma das mãos ao meu rosto a fim de enxugar as lágrimas que escorriam sem parar, e foi quando comecei a ouvir um rosnado assustador. Virei a cabeça para minha direita a tempo de ver uma loba, junto de seu filhote. Ela estava, claramente, tentando defender sua cria de mim. Sem saber como agir, permaneci petrificada no lugar, mas sem coragem de desviar os olhos. O rosnado daquele animal era tão assustador quanto a escuridão que passou a habitar em minha alma nos últimos dias. Soluçando, e sem forças, voltei a espalmar a terra com minhas mãos e ali fiquei, esperando a morte chegar. Em prantos, escutei quando Rossi chegou, batendo as pernas e lançando alguns gravetos e pedras em direção à loba de modo a afugentá-la, junto com seu filhote. — Querida... — correu até mim, ajoelhando-se em minha frente. — Você está bem? Está ferida? — Analisou-se com cuidado. Podia ver que seu lábio estava cortado por causa do soco que lhe dei, minutos atrás. Todo meu corpo começou a tremer descontroladamente quando a realidade se fez presente. — Eu o perdi, Rossi — choraminguei. — Perdi nosso bebê, não consegui protegê-lo — declarei, sentindo cada pedaço meu doer. — Fui fraca, falha. — Não fale assim — soou, em tom angustiado. — Você não teve culpa de nada. Fungando, segurei seu rosto e o encarei nos olhos, intensamente. — Você deveria me odiar — declarei, sem fôlego. — Não mereço seu amor, Rossi, não mereço seu cuidado. Não depois de ter sido tão fraca. Em silêncio, mas com o rosto endurecido, ele se levantou e me pegou nos braços. Agarrei-me a ele, inspirando seu cheiro e me deleitando com o seu calor conforme caminhava comigo de volta para casa. Capítulo 7 Rossi Um mês. Trinta malditos dias vivendo num tormento que parecia não ter mais fim. Desde que Maya se perdeu em sua dor, eu me perdi junto com ela, pois não sabia viver num mundo onde ela não estivesse ao meu redor. Porque, por mais que ela estivesse respirando naquela cama, era como se sua essência houvesse se perdido. E eu temia que houvesse se perdido para sempre. Tudo o que minha mente fodida conseguia pensar era numa forma de trazê-la de volta; eu precisava resgatá-la desse poço o qual se enfiou, porque se eu a perdesse temia não aguentar. Não suportaria a dor de uma perda dessa magnitude novamente. Jamais. No fundo, nos últimos dias, meus pensamentos ficaram tão desorientados que me vi perdido como há muito tempo. A possibilidade de ter uma irmã perdida me deixou em choque e, ao mesmo tempo, expectante. Meus irmãos e eu jamais cogitamos tal possibilidade, considerando que quando Bianca ainda era viva preencheu nossas vidas com sua luz e doçura. Então pensar que, em todos esses anos, nenhum de nós sabia que tínhamos uma irmã perdida em algum lugar do mundo me deixava sem ar, sem ação. Travado. Entretanto, eu ainda precisava ser forte. Precisava focar minha concentração na pessoa que tinha meu coração em suas mãos. Maya. Minha garota. Minha esposa. Minha mulher. Minha base. A mãe do meu primogênito. Devastado, entrei na casa, ainda com Maya em meus braços. Meu coração batia tão descompassado que eu temia sofrer uma síncope a qualquer momento, embora soubesse que não poderia. Precisava me manter firme. Precisava continuar ali, para dar suporte a ela. Minha Maya precisava de mim. Meu corpo todo ainda tremia de medo, daquele mais aterrorizante; quando ela teve aquele surto, longos minutos atrás, eu me senti perdido no meio de um furacão de desespero, angústia e dor. Era como se a estivesse perdendo para sempre. E essa sensação se intensificou quando a encontrei encurralada por um animal selvagem. Perdido. Era como eu me sentia por dentro. Lentamente, subi as escadas seguindo para a suíte principal no primeiro andar. Só a coloquei no chão quando abri a porta do banheiro. Tremendo da cabeça aos pés, Maya permitiu que eu retirasse sua camisola e peças íntimas. Eu estava com tanto medo de perdê-la que não sabia o que dizer. Não sabia mais o que fazer para ajudá-la. A deixei perto da porta por alguns instantes, apenas tempo suficiente para ir até o Box e ligar o registro do chuveiro. Regulei a temperatura primeiro antes de voltar para ela. — Venha, querida... Retirei meus sapatos e meias, em seguida, entrei com ela, que já estava debaixo da ducha morna, soluçando sem parar. — Você deveria me abandonar — choramingou, abraçando-se e me encarando com o olhar tão doloroso que me devastou ainda mais. — E-eu não sou digna de amor, não sou digna de nada, porque destruo tudo. Perdi o meu pai; depois perdi o irmão que nem sabia que tinha. Perdi o Odin, meu cão que deu sua vida por mim. E-e agora... perdi nosso bebê. Com roupa e tudo fui para debaixo do chuveiro com ela, puxando-a contra meus braços. — Você precisa se afastar de mim, Rossi — implorou, partindo meu coração. — Precisa afastar o Benjamin de mim. A abracei com força, forçando sua cabeça em meu ombro. — Shh... — murmurei, fingindo uma calma que estava longe de sentir. Na verdade, eu estava tão devastado quanto ela. — Vai ficar tudo bem. Vou cuidar de você. Peguei a bucha e comecei a esfregar sua pele com delicadeza, tentando ignorar o som dos seus soluços, que acabavam comigo. Os movimentos eram suaves; eu ansiava conseguir transmitir a ela todo meu amor; eu queria que ela soubesse o quanto eu a amava e a queria de volta. Depois de um bom tempo, decidi que já era hora de ela sair, ou acabaria ficando doente. Com cuidado, enxuguei sua pele sensível e macia; depois a levei para o quarto. Fui até o closet e escolhi outra camisola, pois era uma vestimenta leve e fácil de colocar. Maya continuou parada no mesmo lugar que a deixei, com o olhar vazio. Parecia uma boneca enquanto eu a vestia. Depois de pronta, mirou a cama e, simplesmente, se aninhou entre as cobertas, ignorando-me. Ignorando a chama de esperança que queimava em meu peito; esperança de que ela saísse dessa escuridão que estava afundando não somente ela, mas eu também. Desesperado para restabelecer minhas forças, decidi sair do quarto, ou sucumbiria. *** Pouco mais de quarenta minutos depois, retornei ao quarto com uma bandeja onde continha um prato de canja de galinha. Eu gostava de cozinhar para ela. Quando me aproximei da cama, depositei a bandeja no armário de cabeceira. Ao olhar para Maya, me deparei com ela dormindo; os espasmos do choro sacudiam seu corpo levemente fazendo-me sentir um nada. Um inútil. Eu estava falhando em minha missão. Estava falhando em resgatar meu anjo da escuridão que a abraçou. De repente, as feridas que tanto me esforcei para esconder de mim mesmo se tornaram visíveis aos meus olhos e eu vi... visualizei todas as merdas dos últimos meses, dias. O fim da guerra contra o Louis e todo seu clã. A perda do meu segundo filho. A descoberta de uma irmã. A depressão da Maya. Eu me esforcei tanto para me manter forte por ela, por todos..., mas meus pés estavam afundando. O ar abandonando meus pulmões. Eu não podia perdê-la... não aguentaria perder minha âncora. Me afastei da cama, porém me deixei cair de joelhos ali mesmo. Sem forças. Devastado. As lágrimas invadiram meus olhos sem permissão. Quando o choro irrompeu minha garganta, eu me senti um menino outra vez. Perdido. Sem rumo. Capítulo 8 Maya Meus olhos se abriram ao som de gemidos. A princípio, demorei a entender a cena diante de mim, mas quando minha mente absorveu senti meu coração sufocar no peito. Rossi estava ajoelhado no chão ao lado da cama, chorando como uma criança. — Rossi...? — chamei. Quando mirou os olhos nos meus, eu vi... a sua dor estava lá, equiparando-se a minha. Rapidamente joguei meus pés para fora da cama e fui até ele, me ajoelhando em sua frente e amparando seu rosto. — Oh, meu amor... — soprei, beijando todo seu rosto molhado, esforçando-me para não chorar também, embora fosse uma missão quase impossível. — Me perdoe. Por favor, me perdoe... Naquele momento cheguei à conclusão do quão egoísta fui; pensei somente na minha dor e não consegui enxergar o quanto Rossi também estava sofrendo. Depois da perda da irmã, das milhares de vezes em que seus irmãos quase morreram, ele teria todos os motivos para desabar, para ir para a escuridão..., mas resolveu ficar ali... por mim. Resolveu se manter de pé por nós dois, esforçando-se para me trazer de volta para luz. E isso apenas me fazia amá-lo ainda mais. — E-eu estou com medo — admitiu aos prantos. — Medo, porque você está se perdendo e não tenho certeza se vou aguentar, Maya. Meu peito subia e descia conforme minha mente e meu corpo absorviam tudo. — Nós ficaremos bem — garanti, voltando a beijar seu rosto enquanto limpava suas lágrimas com meus dedos. — Sei disso, porque tenho você, e você tem a mim. E nada que aconteça nesse mundo pode mudar isso. Nós somos a luz um do outro, e sempre que um estiver indo para as trevas o outro estará lá para resgatar, para trazer de volta para a luz. — Sorri em meio às lágrimas. Fungando, ele também sorriu. Parecia tão perdido que me senti a pior pessoa do mundo por ter sido a causadora do seu descontrole. — Eu amo você — declarei, colando nossos lábios. — Eu também — soprou de volta, aprofundando nosso beijo. Ainda ajoelhados, comecei a arrastar a camiseta dele para cima ansiando acabar com aquela barreira que me impedia de tocar sua pele completamente. Percebendo minha ânsia, Rossi arrancou a peça de uma vez e a jogou num canto qualquer. Colocou-se de pé, em seguida, estendeu a mão para que eu ficasse de pé também. Nossas bocas se chocaram outra vez, e senti suas mãos arrastando-se para meu traseiro, apertando minha carne e pressionando nossos quadris, fazendo-me sentir sua excitação. Depois que arrancou minha camisola por minha cabeça, Rossi correu os dedos por meu pescoço e levou os lábios para a base da minha garganta, enquanto apertava meus seios desnudos. Quanto tempo se passou desde a última vez que estivemos juntos dessa forma? Como se lesse meus pensamentos, Rossi me depositou sobre a cama, terminando de retirar sua calça de moletom. — Senti sua falta também — sussurrou, apoiando um joelho na cama e se inclinando para deixar beijos por toda a extensão da minha perna. Gemi baixinho quando seus dedos se enrolaram nas laterais da minha calcinha antes de descer a peça por minhas coxas, aproveitando para resvalar a língua em meu clitóris pulsante. — Vivi mil mortes nos últimos dias, e descobri que preciso de você mais do que nunca, baby. Voltou a se colocar sobre mim, desta vez abocanhando minha intimidade sem cerimônia, pelo contrário, sua boca me sugou com uma fome aterradora, arrancando-me um grito de prazer. — E-eu preciso de você também... — soprei, revirando os olhos — fisicamente, espiritualmente e emocionalmente. Balancei contra seu rosto, implorando por libertação. Agarrei um punhado do seu cabelo em meus dedos e forcei sua cabeça para cima. — E preciso de você dentro de mim. Agora. — Sibilei num silvo, me erguendo para avançar minha boca na sua. Gemi ao sentir meu próprio gosto em sua boca. — Seu desejo é uma ordem, meu amor — declarou, abrindo um pouco mais as minhas pernas e empurrando sua grossura toda para dentro mim. — Puta que pariu! — gemeu, parecendo estar se controlando. — Você me tem, mulher. Sou inteiramente seu. Segurei seu rosto, puxando sua boca para minha. Todas as emoções e sensações estavam misturadas, me tornando uma tremenda bagunça. Contudo, havia uma certeza no meio de tudo... e era a força do nosso amor e da nossa família. Rossi estocava tão fundo e rápido dentro de mim que a cama chacoalhava batendo contra a parede. — Você não é e nunca será destruição... — disse, mordendo minha orelha, antes de empurrar um pouco mais fundo. Arrastei as mãos por suas costas, controlando o ímpeto de cravar minhas unhas ali. — Você é luz — agarrando minhas mãos, ele as ergueu no alto da minha cabeça, diminuindo as estocadas por alguns instantes até bater fundo novamente fazendo-me arquear as costas em delírio. — É a pessoa que lutou por mim quando eu nem tinha mais esperanças. A mulher que me resgatou das trevas e me amou quando eu nem sabia ser merecedor. Sua boca tomou a minha no instante em que eu balbuciava palavras incoerentes; Rossi bebeu todos os meus gemidos. Perdi as contas de quantas vezes gozei... ou talvez houvesse sido a intensidade do nosso sexo que me fez alcançar o pico mais alto do prazer. Quando ele gozou, seus olhos estavam nos meus o tempo todo, vidrados. O olhar em seu rosto... foi a coisa mais gloriosa que eu já tinha visto. Exausto, se jogou ao meu lado, ofegante. Ainda respirando com dificuldade, me virei de lado, amontoando sobre seu ombro e encarando seus olhos tão emocionados quanto os meus. — Obrigada por não ter desistido de mim — soprei. — Obrigada por todo cuidado, amor e paciência. — Você me assusta. Você me deixa puto. Mas você também é a dona do meu coração — trouxe uma das mãos para meu rosto. — Não consigo imaginar a proporção da dor que a perda do nosso segundo filho causou em você, mas sei o tamanho da minha. Quero tua ajuda para superar isso, e quero estar ao seu lado para ajudá-la também. Mas preciso que me deixe entrar, Maya. Preciso que me permita estar com você. Emocionada, assenti com a cabeça. — Está bem. — Soprei contra seus lábios, beijando-o com carinho. — Está bem... — Eu amo você. — Declarou, me abraçando e enchendo meus lábios de beijos. — Você capturou meu coração para sempre. Naquele instante senti que meus dias escuros estavam finalmente chegando ao fim. Capítulo 9 Rossi Quando acordei, percebi que o Sol já estava se pondo. Não somente isso, mas também notei que meu lado da cama estava vazio. Pulei da cama na mesma hora, preocupado e me perguntando onde Maya estaria. Rumei para fora do quarto, procurando por ela em todos os lugares. Quando desci as escadas, chamando pela mulher que tinha meu coração em suas mãos, alívio me invadiu por inteiro quando ouvi sua voz: — EU ESTOU AQUI. Segui o som e a encontrei numa das sacadas, que dava para a vista espetacular das montanhas. Maya estava deitada na espreguiçadeira. Quando seus olhos me encontraram, eu soltei o ar aos poucos, sendo tomado por todos aqueles sentimentos os quais eu não tinha controle algum. Me sentei na espreguiçadeira ao seu lado. — Fiquei assustado quando acordei e não te vi ao meu lado. — Desabafei, segurando suas mãos e levando-as até meus lábios. — Você está bem? Deslizando a mão pelo seu rosto perfeito, assisti quando Maya fechou os olhos sob meu toque; ronronando como uma gatinha manhosa. Virou a cabeça e, em seguida, amparou minha mão na sua e a beijou. — Ainda não, mas sei que vou ficar — admitiu. Respirei fundo antes de puxá-la para mim, beijando sua cabeça perfumada. — Eu sinto muito pelos últimos dias — murmurou, instantes depois. — Sinto muito por ter assustado você. Eu só precisava... — Viver o luto — concluí seu raciocínio, afastando sua cabeça para poder encarar seus incríveis olhos azuis. — Eu sei. — Deslizei uma mexa do seu cabelo para trás de sua orelha, admirando seus traços perfeitos. Jamais me cansaria de admirá-la. — Nosso bebê foi arrancado de você, querida. Não é algo simples de superar. Na mesma hora seus olhos se encheram de lágrimas não derramadas. — Você ainda se lembra do que me disse quando presenciou uma das minhas maiores fraquezas? — perguntei, referindo-me ao episódio em que ela me flagrou me autoflagelando. Continuava acariciando seu rosto e cabelos. Sua testa ganhou leves vincos. — Você pediu para que eu fosse sua luz. — Respondeu, abrindo um sorriso amoroso, enquanto deslizava a mão em meu rosto e colava nossas testas. De olhos fechados, ela suspirou baixinho. — Permitiu que eu cuidasse de você e de suas feridas. — Fechou os olhos, arrastando as mãos quentes do meu rosto à minha nuca. — Eu não sabia que precisava de uma esposa até me deparar com você... sempre me desafiando — murmurei, observando o instante em que ela abriu os olhos para mim. — Não sabia que precisava de uma parceira até me deparar com sua astúcia comigo e nos negócios. Eu sequer acreditava que um dia pudesse ser amado de verdade por alguém que não fosse meus irmãos. — Continuei acariciando seu rosto. — Mas você chegou para mudar toda essa merda aqui dentro... — levei suas mãos ao meu peito, sobre o coração — Eu posso não ser um homem bom com as palavras, mas a maneira como meu coração bate acelerado por você diz muito sobre como me faz sentir. — Oh, Rossi... — gemeu, colando nossas bocas num beijo intenso. — Você mudou a minha vida — soprei contra seus lábios. — Mudou meus pensamentos e minha forma de ver o mundo, que antes era apenas sombrio. Você e Benjamin se tornaram minha base de vida. Voltou a me beijar, enquanto eu limpava as lágrimas que desciam por suas bochechas. Em seguida, enrolou minha cintura com seus braços. — Temos a vida toda, querida — comentei, com os olhos no horizonte. Os raios de Sol deixavam a paisagem do céu esplendorosa. — Poderemos ter quantos filhos quiser. Ela não disse nada. *** Já tinha se passado quase duas semanas desde que decidi trazê-la para as montanhas e, finalmente estava começando a acreditar que minha esposa estava voltando para mim. Voltando da escuridão. Tinha acabado de ligar a lareira quando ouvi o som dos passos dela. Seu perfume logo invadiu minhas narinas. Virei para trás a tempo de observá-la entrando na sala espaçosa. Minha garota era tão linda e sensual... estava usando um conjunto de baby-doll que fazia minha mente derreter apenas com o desejo de arrancar de seu corpo. — Falou com seus irmãos hoje? — perguntou, chegando mais perto. — Já descobriram alguma coisa sobre o paradeiro da irmã desaparecida de vocês? Eu estava me esforçando para não perder o foco da minha atenção, considerando que minha prioridade no momento era ela. — Ainda estão procurando. — Respondi, enrolando sua cintura quando se aproximou. — Mas isso não importa agora — argumentei. — Apenas você. Jogando a cabeça para trás deu permissão para que meus lábios se arrastassem por seu pescoço. O som de seus gemidos quase me fez rosnar como um animal faminto. Pulando em meu colo, Maya agarrou minha cintura com suas coxas, esfregando-se tão desesperada quanto eu. Sua boca, praticamente, devorou a minha, sugando minha língua como se estivesse sedenta. Aproveitei que estávamos sob um tapete felpudo e, simplesmente, deitei com ela ali mesmo, no chão, sendo banhados pelo calor da lareira. Eu a amava tanto, embora não tivesse certeza se ela entendia isso. Minha esposa tinha uma maneira atrevida de me desafiar e, ainda assim, eu adorava quando ela fazia isso. — É melhor você começar logo, querido... — soprou ela, arqueando o traseiro e começando a retirar seu micro short. — Estou tão dolorida... — seus dedos pressionaram por cima da sua calcinha úmida, fazendo o desejo crescente em mim se intensificar. Terminei de tirar seu short, juntamente com sua calcinha minúscula, em seguida, agarrei-a pelos tornozelos e abri suas pernas até que sua bocetinha estivesse completamente exposta para mim. Eu podia sentir que ela ficava ainda mais molhada conforme meu olhar. Tinha consciência de que deveria me conter, mas naquele momento fui incapaz de esconder o animal dentro de mim... me tornei voraz. Cravei o rosto entre suas pernas, lambendo, mordendo e chupando. Era como se eu estivesse perdendo minha cabeça, eu podia sentir isso. Tudo o que eu queria fazer era devorar tudo e cada pedaço dela. Desesperada, Maya levou minhas mãos aos seus seios, por baixo da peça de alças finas. Mesmo sob a pouca luz, pude vislumbrar suas bochechas coradas. Belisquei seus mamilos eretos, deliciando-me com seus gemidos. Eu lambi todos os sulcos que ela tinha para mim, enquanto ela engasgava esfregando-se contra meu rosto. — Rossi... Eu me afastei por um momento, apenas para fazer meu dedo encontrar o caminho da sua bocetinha enxarcada; Maya engasgou em êxtase. Eu batia meus dedos dentro e fora dela tão rápido e fundo quanto possível. Pegando-me desprevenido, Maya se ergueu, segurando meu rosto com sua mão e exigindo meus lábios no seus. O beijo foi do tipo urgente e esfomeado, conforme me jogava contra o chão e montava sobre mim como uma selvagem. Terminou de tirar a única peça de roupa que ainda tinha, em seguida, levou as mãos até minha calça, onde libertou meu pau. Ela olhou fixamente para ele por um instante; antes que eu tivesse tempo suficiente para pensar, Maya sentou sem pestanejar, escondendo-me profundamente dentro dela. Jogou a cabeça para trás, gritando em puro delírio. Maya se inclinou e beijou meu peito lentamente, se moendo contra meu pau. Quando ela chegou ao meu pescoço, minhas mãos foram para seu cabelo. Ela beijou meu pescoço, em seguida, minha orelha antes de parar em meus lábios, me olhando profundamente nos olhos. Os seus eram tão claros que eu podia me ver neles. Sua respiração estava tão alterada quanto a minha. — Eu amo você, Rossi — sussurrou e me beijou profundamente. Meu nome nos seus lábios era a porra da chave para abrir os níveis mais profundos de posse possível. Eu a empurrei de costas, fazendo com que nós dois gritássemos e assobiássemos quando meu pau se enterrou nela uma e outra vez. Suas pernas enrolaram-se em minha cintura enquanto impulsionava o quadril junto ao meu, seguindo meu ritmo. Ergui-me um pouco, apoiando meu peso sob um dos braços, em seguida, aproximei o rosto do seu seio, circulando minha língua em torno da auréola antes de abocanhar o mamilo durinho. Fiz isso em um, depois no outro. Fechei os olhos quando suas mãos deslizaram em minhas costas; ela era a única que eu permitia que tocasse essa parte do meu corpo. Com a boca em seu pescoço, intensifiquei os movimentos das minhas estocadas... eu não estava nem perto de terminar. Faria Maya gozar pelo menos duas vezes antes eu me derramasse dentro dela. Puxando meu pau para fora dela, nós dois gritamos em protesto até que eu a impulsionei para que ficasse sentada em meu colo; segurando-a na cintura e ombro, eu me forcei mais profundo. — Porra, Rossi! Mais duro, — ela implorou. — Mais rápido. Fiz exatamente como ela pediu, até que eu não consegui mais me segurar, assim como ela também não pôde, e nós dois gozamos juntos. Apertando-a contra mim, podia sentir seus seios pressionando meu peito. Com a cabeça apoiada em meu ombro, ouvi sua respiração ruidosa em meu ouvido. Quando empurrou a cabeça para trás para poder encarar meus olhos, me deparei com seu sorriso lindo. Aquele que aquecia meu peito. — Acho que está na hora de voltarmos para casa — declarou, fazendo meu coração vibrar. — Não estou mais me aguentando de saudades do Benjamin. Sorri, acariciando seu rosto. — Está pronta? — quis ter certeza. Assentiu, colando nossas testas. — Estou — soprou. — E sei que tenho você para me levantar quando eu cair. Meu sorriso se tornou largo. — Sempre — declarei com fervor. Capítulo 10 Maya Ao contrário da viagem de ida, a volta para casa foi bem mais tranquila e prazerosa. Aos poucos, eu estava aceitando o que aconteceu, embora a dor continuasse a mesma. Rossi e eu combinamos de que seria interessante que eu frequentasse algumas sessões com uma terapeuta, já que meu psicológico ainda estava bem abalado. — Vou sentir falta de ficar tanto tempo sozinha com você — comentei com ele, assim que desembarcamos em Palermo. — Aqui tenho que dividir você com os outros, e com frequência — reclamei, amando o sorriso que tomou conta de seus lábios. Era maravilhosa a sensação de não mais enxergar aquele terror que esteve presente em seus olhos nos últimos dias sempre que olhava para mim. — Ambos sabemos que você me domina com facilidade, hun? — revidou, inclinando o rosto e o escondendo em meu pescoço. Gemi ao sentir sua língua quente e macia deslizando em minha pele. — Basta você me atentar com seu atrevimento que acaba roubando toda minha atenção. Não resisti e dei risada., beliscando sua barriga. Rindo junto comigo, ele me encarou. Rossi era tão lindo... Em todos esses quase três anos de relacionamento, aprendemos tanto um com o outro..., mas acima de tudo, aprendemos a nos respeitar e a respeitar nosso amor. Rossi não era um homem normal, aliás, nem eu me considerava uma garota normal; tínhamos um passado obscuro e traumas mais sombrios ainda. Nossa realidade poderia ser assustadora para a maioria das pessoas, mas para nós, era somente a nossa história. O que nos tornava quem nós éramos. Quando o carro estacionou na fortaleza, esperei que Rossi descesse e abrisse a porta para mim. Eu sabia que ele fazia questão disso, então eu o respeitava. Demorei, mas entendi que quando estávamos sozinhos, ele era meu marido, meu amante, meu Rossi. Porém em público, ele era o Capo da máfia Fratelli. Assim que desci, fechei os olhos e inspirei o ar o mais profundamente que consegui. De mãos dadas, eu e ele caminhamos em direção à entrada da propriedade luxuosa e gigantesca. Não segurei às lágrimas quando me deparei com toda família reunida, incluindo alguns funcionários. Manuele foi o primeiro a se aproximar de mim, carregando um buquê de rosas em suas mãos. — Já posso voltar a te chamar de psicopata? — indagou em tom de zombaria. Semicerrei os olhos para ele, esfregando as bochechas para limpar a umidade das lágrimas insistentes. — Só se quiser levar um chute na bunda — revidei, atrevida. Ele riu, entregando-me o buquê. — Isso mostra que está de volta — comemorou, aproximando-se um pouco mais. — Seja bem-vinda, querida. — Beijou minha testa. Sorri para ele, sentindo meu coração aquecido. Luca foi o próximo, demonstrando todo aquele ar de moleque abusado. Observei que ele estava usando um brinco. — Pediu permissão para usar esse brinco, menino? — perguntei, zombeteira, fazendo os outros rirem, menos ele. Mesmo revirando os olhos, vi que não se irritou comigo, pelo contrário. — Que ninguém me ouça, mas senti falta de você e das suas piadas idiotas, sua insuportável — sussurrou para que apenas eu ouvisse. Em seguida, beijou minha testa. Piscou para mim antes de se afastar. Mariano estava logo atrás, sorrindo com toda aquela gentileza comum de sua personalidade. — Meu coração está feliz em voltar a tê-la aqui conosco, Maya. — Também beijou minha testa, fazendo-me fechar os olhos. Quando Fillipo chegou mais perto, eu já estava chorando de novo. — Você não sabe a falta que fez a todos nós. — Afirmou, também deixando um beijo em minha testa. Odiava não estar tendo controle das minhas emoções, embora meu coração estivesse extremamente inflado de amor. Beatrice, Paola, Rosa e Simona também se aproximaram, me abraçando tão apertado que meu ar chegou a faltar. — Me perdoem — soprei para elas. — Precisei ir até o inferno, mas agora voltei. Sorri entre lágrimas. Acariciei a barriga da Beatrice, em seguida, me inclinei para beijar seu rosto rechonchudo. Eu a amava. Amava todos eles. De repente, o latido do Thor invadiu meus ouvidos e o vi correndo em minha direção. — Oi, meu amor! — exclamei, me ajoelhando para poder abraçá-lo. Sua euforia era tanta que mal conseguia parar de me lamber. — Se comportou como um bom menino, hein? — Dei risada quando ele latiu para mim, como se estivesse respondendo. De repente, Rossi chamou minha atenção para si e olhei para trás. Cobri a boca quando visualizei o Benjamin, em pé, dando passos até onde eu estava. Foi impossível segurar a emoção. Continuei parada, instigando meu filho para que ele caminhasse até mim. — Vem, bebê... — chamei, com a voz embargada. — Vem com a mamãe. Rindo e soltando gritinhos, Benjamin foi dando passos lentos e desgovernados, mas conseguiu me alcançar. Quando o senti em meus braços, enchi seu rosto de beijos. Senti meu coração se enchendo de amor, alívio e esperança. Esperança de dias melhores. *** Mesmo depois que Benjamin adormeceu, longas horas depois, não consegui parar de admirá-lo no berço. Odiava-me por ter sido tão negligente; odiava-me por, de alguma forma, tê-lo rejeitado. — Querida? — Ouvi a voz do Rossi atrás de mim, mas continuei admirando nosso filho. — Ainda não acredito que tive coragem de ser tão má com ele nos últimos dias. — Desabafei, deslizando meus dedos no rostinho redondo. — Mas você não foi má. — Eu, praticamente, o rejeitei, Rossi. Que espécie de mãe faz isso? — Você estava doente, Maya — argumentou. — Não era o mesmo monstrinho com o qual estamos acostumados — zombou. O idiota conseguiu me arrancar um sorriso. Quando me virei para encará-lo, arquejei com a visão. Rossi estava segurando um filhote de cachorro. — Eu fiquei um bom tempo pesquisando a respeito do lugar em que seu pai lhe comprou seus cães, Odin e Thor. E acabei descobrindo que o sêmen do pai deles foi mantido congelado a pedido do velho Billy — referiu- se ao meu pai. — Este é Rush. Tomei a liberdade de batizá-lo por esse nome. — Aproximou-se de mim, visto que fui incapaz de sair do lugar. — Ele tem o mesmo sangue de Odin e Thor. Sem tirar os olhos do lindo animal, eu engoli em seco. — Se por acaso você acha que esse cachorro vai tomar o lugar do... — Não falei isso! — cortou-me. — O lugar do Odin é somente dele — garantiu com veemência. — Não há como apagar as lembranças. — Pegou minha mão e a depositou sobre o pelo macio do animal. — Rush veio para criar a própria história dele ao seu lado, sobretudo, ao lado do nosso filho. — Ergui meus olhos para encarar os seus. — Rush pertencerá ao Benjamin. Eu quero que você o treine para proteger o nosso filho. Meus olhos brilharam. Segurando o pequeno filhote, sorri quando o ergui na altura dos meus olhos. — Seja bem-vindo à família, Rush! — exclamei, feliz. Assim que me voltei para o Rossi, me deparei com o brilho em seus olhos. Eu não sabia que podia amar ainda mais esse homem. — Amo você demais. — Soprei, puxando seu rosto para mim. — Meu amor. Meu homem. — Mulher da minha vida — soprou de volta. Me permiti ser beijada por ele, um beijo repleto de promessas. Promessas estas que eu sabia que ele cumpriria. Meu marido era um homem de palavra. FIM CONHEÇA OUTROS TRABALHOS Disponíveis no site: https://amz.run/3cyZ (SÉRIE EM BUSCA DO AMOR) Eu sou a amante do meu marido — 1 Em busca do perdão da minha mulher — 2 Uma chance para recomeçar — 1,5 Eu sou dela — 3 Depois da Despedida — 4 Eu sou seu menino mau — 5 BOX com todos os cinco livros (SÉRIE CAFAJESTE) Um Cafajeste em Apuros — 1 Um Cafajeste no meu pé — 2 (TRILOGIA PECAMINOSO) Pecaminoso — da inocência a luxúria Pecaminoso — da luxúria ao perdão Pecaminoso — do perdão ao amor Conto Valentine’s Day BOX com os três livros juntos (IRMÃOS GONZÁLEZ) A paixão do CEO — 1 A obsessão do CEO — 2 A redenção do CEO — 3 A proibida do CEO — 4 BOX com todos os quatro livros juntos (LINHAGEM GONZÁLEZ) Protetor — 1 Libertino — 2 (CONTOS) Identidade G Ela não pode saber — As aventuras de um noivo atrapalhado Envolvida (HISTÓRIAS ÚNICAS) A Luz dos teus olhos Insolente De repente Casados (DUOLOGIA SOMBRIOS) Amarga solidão — 1 Doce libertação — 2 Box da duologia + conto fofo (SÉRIE MÁFIA FRATELLI) Anjo negro — 1 Anjo indomado — 2 Anjo selvagem — 3 Anjo perdido — 4 O bebê do Anjo — 4,5 Anjo ferido — 5 (PARCERIA COM A AUTORA BABI DAMETO) Rendido pelo amor — 1 Rendida pelo perdão — 2 Rendido por ela — 3 Box com os três livros juntos. Série Backstage (livro 1) — Dean SIGA A AUTORA EM SUAS REDES SOCIAIS Facebook — /SaraEster Instagram: @autorasaraester Wattpad: @SaradoJonas