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a) A educação realiza-se na vida e a escola é apenas uma de suas instâncias.

Ao longo da vida o ser humano toma conhecimento de uma quantidade incontável de


coisas, princípios, métodos etc. e a escola proporciona apenas uma parcela destes
conhecimentos. O conhecimento adquirido contribui para que o indivíduo se adapte ao
meio em que vive. Por exemplo, se vive numa floresta, aprenderá a reconhecer ruídos de
animais, escalar árvores, nadar entre outras coisas. Por outro lado, se vive em uma cidade
grande, aprenderá a atravessar ruas, dirigir, onde e como conseguir dinheiro etc. Em sua
totalidade a educação formal busca capacitar indivíduos apenas para o mercado de
trabalho, onde a aplicação dos seus conhecimentos gera lucro.

b) A escola existe para cumprir os objetivos colocados pela estrutura social (formar para
o trabalho).

Como mencionado no tópico anterior, a educação formal está voltada para o mercado de
trabalho, porém, ao mesmo tempo que o faz, promove aos indivíduos um pensamento
único, dá-lhes um grande catálogo de escolhas. Infelizmente nem todos têm total acesso às
opções concedidas devido à divisão social de classes existente na sociedade. Boudieu
disse que a educação deveria ter base no capital cultural de cada aluno para que pudesse
ser bem sucedida, o que muito se aproxima da visão marxista, pois ambos propõem
igualdade. A função social da escola é o desenvolvimento das potencialidades físicas,
cognitivas e afetivas do indivíduo, capacitando-o a tornar um cidadão, participativo na
sociedade em que vivem, proporcionar a garantia de aprendizagem, habilidades e valores
a serem aplicados dentro do contexto social. Tudo isso faz a escola ganhar grande
complexidade dentro do pensamento, não só marxista, mas de diversos filósofos dentro do
âmbito educacional.

c) A escola, no Brasil, a partir de nossas circunstâncias históricas, é permeada pelas


contradições que perpassam o social e vive internamente outras contradições: por
exemplo, propõe-se um trabalho crítico, dentro dos limites de seu funcionamento, mas
na prática pedagógica assume pressupostos que inviabilizam a crítica, como teorias
pós-modernas.

As escolas brasileiras enfrentam diversas dificuldades, especialmente as públicas. A


superlotação das salas de aula tornou-se um problema frequente em todas as escolas da rede
pública. Além disso, há professores que não recebem devida formação continuada e
demonstram dificuldade para ministrar certas aulas. As mudanças necessárias dentro do
sistema educacional brasileiro devem começar dentro do currículo para posteriormente atingir
as paredes. A construção curricular brasileira se depara com várias ideologias e ganha espaço
a abordagem crítica das obras do brasileiro Paulo Freire com sua Pedagogia do Oprimido, que
busca a conscientização do oprimido sobre sua realidade social, tornando-o capaz de refletir
sobre seu papel na sociedade. O currículo é mais que um cronograma a ser seguido pelo corpo
docente, mas também, principalmente, serve de instrumento para a propagação de cultura e
transformação social.

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