Você está na página 1de 17

FACULDADE INTEGRADA APARÍCIO DE CARVALHO- FIMCA

ANA CAROLINA SANTOS ASENSI


CLEILDA MARTINS DA SILVA
IRISLANE DIAS ARAUJO
JOÃO VICTOR DE ALMEIDA
KETELEN PRUDENTE
LUCAS HENRIQUE NASCIMENTO PARENTE
MAIANE SOUZA SALES CUEVAS
MARISSOL GOMES DE OLIVEIRA
SANDRA CRISTINA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM BACTERIOSCOPIA E PREVENTIVO

PORTO VELHO 2022


ANA CAROLINA SANTOS ASENSI
CLEILDA MARTINS DA SILVA
IRISLANE DIAS ARAUJO
JOÃO VICTOR DE ALMEIDA
KETELEN PRUDENTE
LUCAS HENRIQUE NASCIMENTO PARENTE
MAIANE SOUZA SALES CUEVAS
MARISSOL GOMES DE OLIVEIRA
SANDRA CRISTINA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM BACTERIOSCOPIA E PREVENTIVO

PORTO VELHO 2022


INTRODUÇÃO
Os corrimentos vaginais são, comumente, as principais queixas das mulheres
atendidas em unidades de saúde onde é realizada a coleta de material para o exame
ginecológico. Estes sinais e sintomas, também conhecidos como síndromes,
geralmente responsáveis pelas vulvovaginites por interferirem no relacionamento
entre os parceiros e pertencerem ao grupo das infecções sexualmente
transmissíveis (IST), são considerados um grande problema de saúde pública
(AMARAL AD, 2012).

Diante destas considerações, podemos apontar como uma das prioridades do


enfermeiro na atenção à saúde da mulher a prevenção e a identificação precoce das
vulvovaginites, de modo a oferecer tratamento adequado a cada especificidade de
acometimento. Para isto, a equipe de Saúde da Família, deve ter à disposição
materiais suficientes e adequados para identificar estas síndromes e assim,
interromper a cadeia de transmissão ( TONINATO LGD, et al., 2016).

Amaral AD (2012) relata que muitas técnicas laboratoriais existentes para detectar
as IST não apresentam a sensibilidade e especificidade satisfatória. Poucas
unidades são capazes de oferecer resultados de testes conclusivos no momento da
consulta. Além disso, o sistema público de saúde do Brasil, apresenta reduzidas
condições para a realização dos exames e freqüentemente os técnicos responsáveis
estão desmotivados e/ou despreparados.

Mediante esta situação, a realização, do exame preventivo,e da coleta de amostra


de secreção vaginal para o exame de bacterioscopia (coloração de Gram demonstra
a eficácia importante da bacterioscopia e da assistência de enfermagem a essa
população ( TONINATO LGD, et al., 2016).
BACTERIOSCOPIA
A bacterioscopia é uma técnica de diagnóstico que permite identificar de forma
rápida e simples as bactérias, já que é feita através de colorações específicas que
permitem visualizar as estruturas bacterianas no microscópio.A bacterioscopia pode
ser realizada para diagnosticar diversas infecções causadas por bactérias, como
infecções sexualmente transmissíveis, amigdalite, infecção urinária e tuberculose,
por exemplo (CAVALI MDL, et al., 2015).

Cavali MDL, et al., (2015), afirma que esse exame pode ser feito com qualquer
material biológico, devendo ser indicado pelo médico qual o material a ser coletado e
analisado, e o resultado indica se foi verificada a presença ou não de bactérias, bem
como sua quantidade e características visualizadas.A bacterioscopia serve para
investigar doenças causadas por bactérias, sendo principalmente realizada em caso
de:

Infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia e clamídia, por exemplo,


sendo utilizado para esse objetivo a secreção peniana ou vaginal. A coleta é feita por
meio da utilização de um swab estéril e é contraindicado realizar a higienização da
região genital 2 horas antes do exame e nem ter relações sexuais nas 24 horas que
antecedem a coleta;

Amigdalite, pois por meio da coleta da secreção de garganta é possível identificar


bactérias gram-positivas responsáveis pela inflamação na amígdala, sendo
normalmente identificada bactérias do tipo estreptococo;

Infecções no sistema urinário, que é feita por meio da análise da urina de primeiro
jato;

Tuberculose, em que é analisado o escarro;

Infecções em feridas de cirurgia, pois é comum que ocorram infecções após


operações devido à diminuição do sistema imune da pessoa. Assim, pode ser
indicada a coleta de secreção da ferida com um swab estéril para verificar a possível
presença de bactérias no local;
Lesões de pele ou de unha, que consiste na coleta de uma amostra superficial,
sendo indicado não utilizar cremes e esmaltes pelo menos 5 dias antes do exame.
Apesar de poder ser realizada a bacterioscopia, normalmente são observados
fungos quando se analisam a amostra de unha, por exemplo.

Além disso, a bacterioscopia pode ser utilizada para auxiliar no diagnóstico da


meningite bacteriana, doenças do trato respiratório e gastrointestinais, podendo ser
feita por meio da biópsia ou de material da região anal. O exame de bacterioscopia é
feito em laboratório e o material coletado do paciente é analisado no microscópio
para que seja investigada a ausência ou presença de bactérias, além de suas
características (CAVALI MDL, et al., 2015).

A preparação para fazer o exame depende do material que será coletado e


analisado. No caso do material vaginal, não é recomendado que a mulher faça
higienização 2 horas antes do exame e não tenha relações sexuais nas últimas 24
horas, enquanto que no caso da coleta de material da unha ou da pele, por exemplo,
é recomendado não passar esmalte, cremes ou substâncias na pele antes do exame
(AMARAL AD, 2012).

No caso de amostra de secreção vaginal, por exemplo, o swab que foi usado
para fazer a coleta, é passado em movimentos circulares em uma lâmina, que deve
ser identificada com as iniciais do paciente, e em seguida deve ser corada com a
Coloração de Gram. Já nos casos de amostra de escarro, por exemplo, que é o
material coletado principalmente para verificar a presença da bactéria responsável
pela tuberculose, a coloração utilizada na bacterioscopia é a de Ziehl-Neelsen, que é
mais específica para esse tipo de microrganismo. Normalmente quando é verificada
a presença de bactérias, o laboratório realiza a identificação do microrganismo e
o antibiograma, dando um resultado mais completo (CAVALI MDL, et al., 2015).

A coloração de gram é uma técnica de coloração simples e rápida que permite


a diferenciação das bactérias de acordo com as suas características, permitindo
diferenciar as bactérias em positivas ou negativas de acordo com a sua coloração,
permitindo a sua visualização no microscópio. Esse método de coloração utiliza dois
corantes principais, um azul e um rosa, que podem corar ou não as bactérias. As
bactérias coradas em azul, são ditas gram-positivas, enquanto que as em rosa são
denominadas gram-negativas. A partir dessa classificação, é possível que o médico
dê início ao tratamento preventivo, antes mesmo de ter a identificação do
microrganismo ( TONINATO LGD, et al., 2016).

Brasil (2011), afirma que o resultado da bacterioscopia tem como objetivo


indicar se há presença ou ausência de microrganismos, características e quantidade,
além do material que foi analisado. O resultado é dito negativo quando não são
observados microrganismos e positivo quando são visualizados microrganismos. O
resultado é normalmente indicado em cruzes (+):

● 1 +, indica que foram visualizadas 1 a 10 bactérias em 100 campos,


podendo ser indicativo de uma infecção inicial;
● 6 +, representa a presença de mais de 1000 bactérias por campo
observado, representando uma infecção mais crônica ou resistência bacteriana, por
exemplo, indicando que o tratamento não está sendo eficaz.

Além disso, é informado no laudo a coloração que foi utilizada, podendo ser
Gram e Ziehl-neelsen, por exemplo, além das características do microrganismo,
como forma e disposição, se em cachos ou em cadeia, por exemplo. Normalmente,
quando o resultado é positivo, o laboratório faz a identificação do microrganismo e
antibiograma, indicando qual o antibiótico mais recomendado para tratar a infecção
por determinada bactéria ( TONINATO LGD, et al., 2016).
PAPANICOLAU (PREVENTIVO)

É um exame realizado para detectar alterações nas células do colo do útero.


Este exame também pode ser chamado de esfregaço cervicovaginal e colpocitologia
oncótica cervical. O nome “Papanicolaou” é uma homenagem ao patologista grego
Georges Papanicolaou, que criou o método no início do século (OMS,2010).

Esse exame é uma estratégia para detectar lesões e fazer o diagnóstico da


doença no início. Pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública
que tenham profissionais capacitados. É fundamental que os serviços de saúde
orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois sua
realização periódica permite que o diagnóstico seja feito cedo e reduza a
mortalidade por câncer do colo do útero. O preventivo atua no diagnóstico de uma
série de irregularidades no aspecto das células do colo uterino, da infecção pelo
HPV. É considerado o principal método para se obter o diagnóstico precoce de
lesões cancerígenas no colo do útero, antes mesmo que o quadro evolua o
suficiente para externar sintomas notáveis. Quando as chamadas lesões precursoras
(que antecedem o aparecimento efetivo da doença) são detectadas precocemente,
as chances de cura do quadro são de 100% (BRASIL, 2011).

Além de servir para a detecção de lesões precursoras do câncer do colo do


útero e da infecção pelo HPV, o Papanicolaou indica se você tem alguma outra
infecção que precisa ser tratada. Siga corretamente o tratamento indicado. Muitas
vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses casos, é
bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações diretamente dos
profissionais de saúde (BRASIL, 2011).

O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um


pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for
realizado com boa técnica e de forma delicada (OMS,2010).

SITUAÇÕES ESPECIAIS

• Gestantes

Gestantes têm o mesmo risco que não gestantes de apresentarem câncer do colo do
útero ou seus precursores. O achado destas lesões durante o ciclo grávido puerperal
reflete a oportunidade do rastreio durante o pré-natal. Apesar de a junção
escamocolunar no ciclo gravídico puerperal encontrar-se exteriorizada na
ectocérvice na maioria das vezes, o que dispensaria a coleta endocervical, a coleta
de endocervical não oferece nenhum risco sobre a gestação quando utilizada uma
técnica adequada (HUNTER; MONK; TEWARI, 2008).

• Pós-menopausa

Mulheres na pós-menopausa, sem história de diagnóstico ou tratamento de lesões


precursoras do câncer do colo uterino, apresentam baixo risco para desenvolvimento
de câncer (SASIENI; CASTAÑON; CUZICK, 2010).

• Histerectomizadas

O rastreamento realizado em mulheres sem colo do útero devido à histerectomia por


condições benignas apresenta menos de um exame citopatológico alterado por mil
exames realizados. mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas,
sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau,
podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores
normais. Em casos de histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do
útero, a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada (USA/NCI,
2011).

• Mulheres sem história de atividade sexual

Considerando os conhecimentos atuais em relação ao papel do HPV na


carcinogênese do câncer do colo uterino e que a infecção viral ocorre por
transmissão sexual, o risco de uma mulher que não tenha iniciado atividade sexual
desenvolver essa neoplasia é desprezível. Recomendação: não há indicação para
rastreamento do câncer do colo do útero e seus precursores nesse grupo de
mulheres (USA/NCI, 2011).

PERIODICIDADE

• O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões


precursoras é o exame citopatológico. O intervalo entre os exames deve ser de três
anos, após dois exames negativos, com intervalo anual (A).
• O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram
atividade sexual.

• Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa
idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos
últimos cinco anos.

• Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame


citopatológico, deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se
ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames
adicionais.

TÉCNICA DE COLETA

Recomendações prévias

• A utilização de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais deve ser


evitada por 48 horas antes da coleta, pois essas substâncias recobrem os elementos
celulares dificultando a avaliação microscópica, prejudicando a qualidade da amostra
para o exame citopatológico.

• A realização de exames intravaginais, como a ultrassonografia, também deve ser


evitada nas 48 horas anteriores à coleta, pois é utilizado gel para a introdução do
transdutor.

• Não está no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o


diagnóstico citopatológico. Deve-se aguardar o 5º dia após o término da
menstruação.

ESPAÇO FÍSICO

O consultório ou sala de coleta deve ser equipado para a realização do exame


ginecológico com:

• Mesa ginecológica.

• Escada de dois degraus.


• Mesa auxiliar

• Foco de luz com cabo flexível.

• Biombo ou local reservado para troca de roupa.

• Cesto de lixo.

Fonte: (LINKMED, 2012).

Material necessário para coleta:

• Espéculo de tamanhos variados, preferencialmente descartáveis; se instrumental


metálico deve ser esterilizado de acordo com as normas vigentes.

• Balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável.

• Lâminas de vidro com extremidade fosca.

• Espátula de Ayre.

• Escova endocervical.

• Par de luvas descartáveis.

• Solução fixadora, álcool a 96%.

• Gaze.
• Recipiente para acondicionamento das lâminas mais adequado para o tipo de
solução fixadora adotada pela unidade, tais como: frasco porta-lâmina, tipo tubete,
ou caixa de madeira ou plástico para transporte de lâminas.

• Formulários de requisição do exame citopatológico.

• Fita adesiva de papel para a identificação dos frascos.

• Lápis grafite ou preto nº 2.

• Avental

• Lençóis, preferencialmente descartáveis.

Etapas do atendimento prévias à coleta:

• Identificação: checar nome, data de nascimento, endereço.

• Informação: explicar o propósito do exame citopatológico e as etapas do


procedimento.

• História clínica: perguntar a data da última menstruação; se faz uso de métodos


anticoncepcionais, se utilizou lubrificantes, espermicidas, medicamentos vaginais,
realizou exames intravaginais ou teve relações sexuais com preservativos nas 48
horas anteriores; quando foi realizado o último exame citopatológico; ocorrência de
exames citopatológicos anormais, investigações e/ou tratamentos; sangramentos
vaginais pós-coito ou anormais; história obstétrica.
• Preenchimento dos dados nos formulários para requisição de exame citopatológico
do colo do útero: é de fundamental importância o correto preenchimento, pois dados
incompletos ou ausentes podem comprometer a análise do material.

• Preparação da lâmina: a lâmina e o frasco ou caixa de porta-lâminas que serão


utilizados para colocar o material a ser examinado devem ser preparados
previamente. A lâmina deve ser identificada com as iniciais do nome da unidade,
iniciais do nome da paciente, idade, 4 ultimos numero do SUS e data, com lápis
preto nº 2 ou grafite, na extremidade fosca, o frasco ou a caixa de porta-lâmina
devem também ser identificados a lápis.

• Solicitar que a mulher esvazie a bexiga e troque a roupa, em local reservado, por
um avental.

Procedimento de coleta

• O enfermeiro (a) deve lavar as mãos com água e sabão e secá-las com
papel-toalha, antes e após o atendimento.

• A mulher deve ser colocada na posição ginecológica adequada, o mais confortável


possível.

• Posicionar o foco de luz.

• Colocar as luvas descartáveis.

• Sob boa iluminação observar atentamente os órgãos genitais externos, prestando


atenção à distribuição dos pelos, à integralidade do clitóris, do meato uretral, dos
grandes e pequenos lábios, à presença de secreções vaginais, de sinais de
inflamação, de veias varicosas e outras lesões como úlceras, fissuras, verrugas e
tumorações.

• Colocar o espéculo, que deve ter o tamanho escolhido de acordo com as


características perineais e vaginais da mulher a ser examinada. Não deve ser usado
lubrificante, mas em casos selecionados, principalmente em mulheres idosas com
vaginas extremamente atróficas, recomenda-se molhar o espéculo com soro
fisiológico. O espéculo deve ser introduzido suavemente, em posição vertical e
ligeiramente inclinado de maneira que o colo do útero fique exposto completamente,
o que é imprescindível para a realização de uma boa coleta. Iniciada a introdução
fazer uma rotação deixando-o em posição transversa, de modo que a fenda da
abertura do espéculo fique na posição horizontal. Uma vez introduzido totalmente na
vagina, abrir lentamente e com delicadeza. Na dificuldade de visualização do colo
sugeria que a mulher tussa. Nessa fase do exame, também é importante a
observação das características do conteúdo e das paredes vaginais, bem como as
do colo do útero. Os dados da inspeção do colo do útero são muito importantes para
o diagnóstico citopatológico e devem ser relatados na requisição do exame
citopatológico.

• A coleta do material deve ser realizada na ectocérvice e na endocérvice em lâmina


única. A amostra de fundo de saco vaginal não é recomendada, pois o material
coletado é de baixa qualidade para o diagnóstico oncótico.

• Para coleta na ectocérvice utiliza-se espátula de Ayre, do lado que apresenta


reentrância. Encaixar a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo,
apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem em movimento rotativo de 360° em
torno de todo o orifício cervical, para que toda superfície do colo seja raspada e
representada na lâmina, procurando exercer uma pressão firme, mas delicada, sem
agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da amostra.

• Para coleta na endocérvice, utilizar a escova endocervical. Recolher o material


introduzindo a escova endocervical e fazer um movimento giratório de 360°,
percorrendo todo o contorno do orifício cervical.

• Estender o material sobre a lâmina de maneira delicada para a obtenção de um


esfregaço uniformemente distribuído, fino e sem destruição celular. A amostra
ectocervical deve ser disposta no sentido transversal, na metade superior da lâmina,
próximo da região fosca. O material retirado da endocérvice deve ser colocado na
metade inferior da lâmina, no sentido longitudinal.

• O esfregaço obtido deve ser imediatamente fixado para evitar o dessecamento do


material. Na fixação com álcool a 96%, considerada mundialmente como a melhor
para os esfregaços citológicos, a lâmina deve ser colocada dentro do frasco com
álcool em quantidade suficiente para que todo o esfregaço seja coberto, fechar o
recipiente cuidadosamente e envolvê-lo com a requisição. Acondiciona-se
cuidadosamente a lâmina em uma caixa de lâminas, a fim de evitar a quebra, para o
transporte ao laboratório, lacrando-se a tampa da caixa.

• Fechar o espéculo não totalmente, evitando beliscar a mulher.

• Retirar o espéculo delicadamente, inclinando levemente para cima, observando as


paredes vaginais e em seguida descartar.

• Retirar as luvas.

• Auxiliar a mulher a descer da mesa.

• Solicitar que ela troque de roupa.

• Informar sobre a possibilidade de um pequeno sangramento que poderá ocorrer


depois da coleta, tranquilizando-a que cessará sozinho.

• Enfatizar a importância de retornar ao local onde foi realizado o exame


(ambulatório, posto ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e
receber instruções. Tão importante quanto realizar o exame é buscar o resultado e
apresentá-lo.

Resultado:

Se o seu exame acusou:

• negativo para câncer: se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá
fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo
no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;

• infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: você deverá repetir o exame daqui a
seis meses;

• lesão de alto grau: o médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer
outros exames, como a colposcopia;
• Amostra insatisfatória: É considerada insatisfatória a amostra cuja leitura esteja
prejudicada pelas razões expostas abaixo, algumas de natureza técnica e outras de
amostragem celular, podendo ser assim classificada em:

1. Material acelular ou hipocelular (menos de 10% do esfregaço).

2. Leitura prejudicada (mais de 75% do esfregaço) por presença de: sangue,


piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou intensa
superposição celular.

Recomendação: A mulher deve repetir o exame entre 6 e 12 semanas com


correção, quando possível, do problema que motivou o resultado insatisfatório.

• Amostra satisfatória: Para avaliação Designa amostra que apresenta células em


quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que sua
observação permita uma conclusão diagnóstica. Células presentes na amostra
Podem estar presentes células representativas dos epitélios do colo do útero:

• Células escamosas.

• Células glandulares (não inclui o epitélio endometrial).

• Células metaplásicas.

Assistência de Enfermagem Aos Exames Ginecológicos

É necessário que o profissional de saúde, em especial o enfermeiro, continue


atuando junto a orientações de adesão e seguimento ao exame preventivo, bem
como à divulgação das formas de prevenção desse câncer, uma vez que ações
comportamentais podem minimizar os riscos a que as pacientes estão expostas
(GUIMARÃES et al ., 2013).

O enfermeiro é uma peça fundamental nesse processo, sendo ele responsável


pelas ações chaves como visitas em domicílio e consulta de enfermagem de forma
integralizada e humanizada, norteando cada procedimento da coleta do exame
citopatológico (Papanicolau), contribuindo assim para um bom atendimento a
mulheres da unidade básica de saúde, com encaminhamento adequado às mulheres
que apresentarem alterações citológicas, além de passar informações necessárias a
essa população, relacionada aos fatores de risco, trabalhando na prevenção e
descoberta precoce do câncer uterino. Portanto, o intuito dessas é de minimizar os
fatores que apresentam risco, com diagnóstico e tratamento precoce da doença
(ARAÚJO et al., 2014).

As ações preventivas em saúde devem basear-se nos princípios que norteiam


a elaboração de programas preventivos em saúde. O enfermeiro é responsável
pelas atividades assistenciais, educativas e de pesquisa. Desta maneira, os
princípios preventivos são: Identificação de populações de alto risco; Rastreamento:
Compreende o que se chama de busca ativa; Detecção: cuja finalidade é o
diagnóstico da doença; Tratamento: Tratar os fatores predisponentes para evitar que
haja o agravamento e assegurar o controle efetivo de doenças; Educação e
prevenção primária: Engloba todos os programas educativos de orientações, visando
à prevenção de doenças primárias e cura das existentes (MELO et al., 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

o exame de bacterioscopia, mostra a sua efetividade em maioria dos casos,


pois é um exame complementar eficaz para o diagnóstico das vulvovaginites, não
somente pela sua sensibilidade e especificidade, mas também pela agilidade na
obtenção do resultado; o exame “preventivo” pode demorar cerca de 20 a 30 dias
para ser conhecido pela paciente enquanto, a bacterioscopia de secreção vaginal
demora cerca de 07 dias até a divulgação do resultado. com isso podemos concluir
que devemos inserir mais a bacterioscopia de secreção vaginal na rotina dos
exames ginecológicos. O enfermeiro tem um papel prioritário no preventivo para
prevenção de doenças, desempenhando ações educativas, identificando a
população de risco, realizando uma sensibilização das mulheres, usando todos os
meios acessíveis, oferecendo flexibilidade em horários, quebrando tabus,
aumentando assim o vínculo de confiabilidade com a mulher, facilitando assim sua
adesão ao exame.
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, E. N. de. et al. Prevenção do câncer do colo do útero na visão do


enfermeiro da unidade básica de saúde (UBS). Interdisciplinar: Revista Eletrônica
UNIVAR. n. 11, 2014.
AMARAL, A. D. Incidência de Gardnerella vaginalis nas amostras de secreção
vaginal em mulheres atendidas pelo Laboratório Municipal de Friburgo. Rev.
ciência Farm básica. Araraquara, v. 33, n. 3, p. 455-458, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de
Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Nomenclatura brasileira para
laudos cervicais e condutas preconizadas: recomendações para profissionais de
saúde. 2011.
CAVALI MDL, et al. Papel da bacterioscopia da urina como triagem na solicitação de
urocultura em serviço de atenção primária / Bacterioscopy of urine and urine culture.
Rev. paul. pediatr. 19(3): 117-121, set. 2015.
GUIMARÃES, J.A.F. et al. Pesquisa brasileira sobre prevenção do câncer de colo
uterino: uma revisão integrativa. Rev Rene. v.13, n. 1, 2013.
HUNTER, M. I.; MONK, B. J.; TEWARI, K. S. Cervical neoplasia in pregnancy: part 1:
screening and management of preinvasive disease. Am. J. Obstet. Gynecol., [s.l.], v.
199, n. 1, p. 3-9, 2008.
MELO, M. C. S. C. DE. et al. O Enfermeiro na Prevenção do Câncer do Colo do
Útero: o Cotidiano da Atenção Primária. Revista Brasileira de Cancerologia. v.58,
n.3, 2012.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção
à Saúde. Política nacional de promoção da saúde. 3. ed. Brasília, 2010.
SASIENI, P.; CASTAÑON, A.; CUZICK, J. Effectiveness of cervical screening with
age: population based case-control study of prospectively recorded data. BMJ, [s.l.],
v. 339, p. 2968, 2009.
TONINATO, L. G. D. et al. Vaginose bacteriana diagnosticada em exames citológicos
de rotina: prevalência e características dos esfregaços de Papanicolau. Rev. bras.
anal. clin, São Paulo, v. 48, n. 2, p. 165-169, 2016.
U.S.A. NATIONAL CANCER INSTITUTE. Cervical cancer screening. Disponível em:
. Acesso em: 19 out. 2022.

Você também pode gostar