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Projeto: Forais medievais do concelho de Alter do Chão (1232-1293)

Parceiros: Centro de História da Sociedade e da Cultura (Universidade de Coimbra) e


Município de Alter do Chão

Prazo: 18 meses (de modo a ser apresentado no Dia do Município em 2024, como data
simbólica)

Introdução: Os forais medievais constituem a primeira base legislativa dos concelhos


atuais, norteando a sua vida social e económica, tendo sofrido uma reforma no reinado
de D. Manuel I (1495-1521). Ou seja, durante aproximadamente 300 anos serviram de
referência para a sociedade local. Para o atual concelho de Alter do Chão, conhecem-se,
com segurança, cinco forais: Alter do Chão (1232, 1292 e 1293), Chancelaria (1286) e
Seda (1271). Do foral de Chancelaria conhecem-se dois exemplares do mesmo
documento, um copiado para a chancelaria de D. Dinis e o outro (original) no fundo
“Feitos da Coroa”, ambos na Torre do Tombo.

Objetivos: O objetivo principal passa por transcrever e estudar os forais medievais do


concelho de Alter do Chão. No caso da transcrição e, não obstante alguns deles já terem
sido publicados, trata-se de uniformizar critérios e apresentar os forais, pela primeira
vez, juntos numa única publicação. Paralelamente, e talvez mais importante, é procurar
responder a algumas questões, como por exemplo: quais as razões subjacentes à outorga
destes forais? Seguem todos uma mesma linha, ou existem particularidades? Quais eram
as implicações sociais, económicas, fiscais, legais e militares destes diplomas? Porque
foram atribuídos dois forais à vila de Alter do Chão em menos de um ano? Terá (ou
não) existido um foral medieval de Alter Pedroso, uma vez que alguns autores apontam
o ano de 1212, no reinado de D. Afonso II, como data de outorga de um foral à
povoação? E Vila Formosa, recebeu foral ou era termo de um dos concelhos?
Em segundo lugar, pretende-se que a edição seja bilingue, em português e inglês. Este
facto permite duas cumprir duas importantes tarefas: 1. Disponibilizar à comunidade
académica internacional o acesso ao estudo e à transcrição de documentação medieval
portuguesa, o que seria pioneiro na historiografia nacional; 2. Dar visibilidade ao
Município e dotá-lo de uma ferramenta de divulgação que pode ser adquirida,
localmente ou de outra forma que se entender, por turistas e entusiastas da História de
Portugal em geral.

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Problemas: Já se tentou obter, junto da Torre do Tombo, uma cópia digital do foral de
Chancelaria (ANTT, Feitos da Coroa, Núcleo Antigo 386), tendo sido respondido que o
documento se encontra em mau estado de conservação, o que impossibilita quer a sua
consulta, quer a sua disponibilização em formato digital. Apesar de este foral já ter sido
publicado na coleção Portugaliae Monumenta Historica, é importante consultá-lo, até
porque existem dois documentos do mesmo foral e necessitamos de estudá-los para
saber se existem diferenças entre eles. Nalguns casos, a Torre do Tombo tem solicitado
que se comparticipe no restauro do documento. Pensamos que teria bastante pertinência,
considerando a importância do documento e o papel do município na preservação da
memória coletiva, mas não temos ideia do que isso pode aportar em termos de custos.

Publicação: A ideia, após conversa com o Professor Doutor José Pedro Paiva, diretor
do CHSC, é estabelecer um protocolo entre o CHSC e o Município de Alter do Chão. O
CHSC assegura a publicação em regime de ciência aberta (pdf), cabendo ao município
os custos inerentes à edição do livro em suporte físico, um pouco à semelhança do que
já foi protocolado entre o CHSC e o Município de Arouca
(https://www.cm-arouca.pt/assinado-protocolo-para-edicao-de-documentacao-do-
mosteiro-de-arouca-relativa-ao-periodo-medieval/). O encargo não será o mesmo, será
inferior, porque o que pretendemos é uma obra a rondar as 200 pp., já com a edição em
inglês, que faz todo o sentido que esteja tudo num só volume. Foi o que se fez,
recentemente, aquando da publicação do foral manuelino de Olivença (português e
espanhol). A tradução tem obrigatoriamente de ser feita por alguém com
conhecimentos de História Medieval e que domine o inglês. Os custos inerentes a este
encargo devem ser discutidos entre o Município e o CHSC. Também serão necessários
mapas, com escala e qualidade, para constar do volume.

Proposta: Caso se entenda que é do interesse do município proceder ao estudo e


publicação dos forais medievais do concelho, sem qualquer custo na vertente da
investigação, talvez a melhor maneira passe por uma manifestação de interesse por parte
do CHSC, que poderá materializar-se através de uma reunião posterior, presencial, entre
os elementos envolvidos no projeto para limar arestas e afinar procedimentos. Os
investigadores do CHSC responsáveis pelo projeto serão os medievalistas João Rafael
Nisa e Rui Pedro Neves.

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