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Gladis Teresinha T. Perlin e Ronice *.

c o c o . . . D EBATE
Muúller de Quadros **

* Mestranda em Educação da UFRGS INES


** Doutoranda em Linguística
Aplicada da PUCRS
ESPAÇC
JUN/97

Educação de Surdos em
35

Escola Inclusiva?
A política nacional de edu-
cação atual favorece a educa-
ção integradora, ou seja, aque-
la que esteja organizada para
atender a todos, incluindo os
portadores de necessidades
especiais (concepção que está
sendo divulgada pelo MEC nos
meios de comunicação). O
que sustenta essa política é a
Declaração de Salamanca. Essa vada em consideração, por atendimento clínico com ênfa-
declaração é resultado de uma exemplo, a importância da se no ensino da língua oral
conferência realizada em linguagem dos sinais como (português falado e escrito) e
Salamanca, Espanha de 07 a 10 meio de comunicação para os recuperação das perdas audi-
de junho de 1994 com a pre- surdos, e ser assegurado a to- tivas. Os resultados desses tra-
sença de mais de 392 repre- dos os surdos acesso ao ensi- balhos não são nada estimu-
sentações governamentais e no da linguagem dossinais de lantes.
mais de 25 organizações inter- seu pais. Face às necessidades Através de pesquisa reali-
nacionáis, entre elas represen- específicas de comunicação zadaporprofissionais da PUC
tantes da UNESCO e das Na- de surdos e de surdos-cegos, do Paraná em convênio com
ções Unidas. O objetivo bási- seria mais conveniente que a o CENESP (Centro Nacional de
co dessa Declaração é promo- educação lhesfosse ministra- Educação Especial) pu-
ver a educação para todos. da em escolas especiais ou em blicada em 1986 em Curitiba,
Tendo em vista esse documen- classes ou unidades especiais constatou-se que o surdo apre-
to e a sua seriedade diante de nas escolas comuns.
sua representatividade, nós senta muitas dificuldades em
(Declaração de relação aos pré-requisitos
gostaríamos de pensar sobre a Salamanca, 1994)
educação de surdos. quanto à escolaridade, e 7á%
Conforme previsto pela Li- não chega a concluir o 1º
Quando se menciona o
nha de Ação da Declaração no atendimento especial, logo se grou. Segundo a FENEIS, o
capítulo II, artigo 21, os alunos associa a supressão de deficiên- Brasil tem aproximadamente
surdos devem ter um atendi- cias ou atendimento diferen- 5% da população surda total
mento específico: ciado considerando a estudando em universidades
21. As políticas educativas integração na sociedade. No ea maioria é incapaz de li-
deverão levar em conta as di- Brasil, essa concepção levou as dar com o português escrito.
ferenças individuais e as di- escolas especiais para surdos
versas situações . Deve ser le- a realizarem programas de (FENEIS, 1995:07)
INES
ESPAÇO Nós acreditamos que a edu-
cação de surdos, na verdade,
JUN/97
deve acontecer em uma esco-
la regular de ensino que apre- professores em geral, funcio-
SÓ senta uma peculiaridade: lín- nários), familiares e comunida-
gua utilizada-para difundir co- de surda (representantes de culturais e políticas da comu-
nhecimento é a língua de si- associações de surdos e outras nidade surda. Esse equívoco,
nais, no caso do Brasil, a Lín- organizações); assim, es- que não é identificado somen-
gua Brasileira de Sinais LI- tar-se-á observando um dos te no Brasil, desencadeou
BRAS. Além disso, essa escola pontos abordados na Declara- muitos problemas. Na Itália,
estará atendendo a uma comu- ção de Salamanca no item 5: por exemplo,foi realizada uma
nidade que possui história e e bromover e facilitar a pesquisa mencionada por
cultura que tem sua própria participação depais, comuni- Skliar (no prelo) que verificou
forma de expressão. Dessa for- dades e organizações de pes- o baixo rendimento dos alu-
ma estará sendo observada a soas com deficiência no pla- nos surdos integrados em clas-
Declaração dos Direitos Hu- nejamento e noprocesso de to- ses regulares por não possuí-
manos de 1954: mada de decisões para aten- rem competência linguística
(...) é um axioma afirmar der a alunos e alunas com ne- básica, condição mínima para
que a língua materna - língua cessidades educativas especi- o acompanhamento das aulas.
natural - constitui a forma ais. Além disso, nessa mesma pes-
idealpara ensinar a uma crian- quisa, aos professores regen-
ça (...) Obrigar um grupo a (Declaração de tes de classe foi perguntado se
utilizar uma língua diferente Salamanca, 1994)* eram feitas simplificações dos
da sua, mais do que assegu- conteúdos escolares para os
rar a unidade nacional, con- Diante das citações feitas, alunos surdos e as respostas
tribui para que esse grupo, podemos antecipar uma con- indicaram que 80% dos con-
vítima de uma proibição, clusão e afirmar que a teúdos eram simplificados e/
segregue-se cada vez mais da integração dos surdos em es- ou reduzidos, o que para nós
vida nacional (...) colas comuns, considerando a (e certamente para os profes-
perspectiva dos programas de sores que têm alunos integra-
(UNESCO, 1954)! escolas inclusivas, é um equí- dos em classes comuns) não é

Enquanto escola regular,


nós precisamos refletir, avali-
ar e propor princípios e obje- qen aprimeira
c E»
tivos que garantam o desenvol- is, como elao
vimento do aluno no seu pro- JC
a uage
cesso educacional. Isso exige
a elaboração de propostas
educacionais e tomada de de-
cisões que devem ser feitas
pela comunidade escolar, ou voco. As escolas inclusivas não uma surpresa. É óbvio que se
seja, profissionais (pesquisa- apresentam as condições bási- o conhecimento não está sen-
dores, professores surdos, cas para o desenvolvimento do veiculado através de uma
das relações linguísticas, sociais, língua compreensiva, porsi só

| Essa citação da UNESCO foiretirada do artigo de Skeliar et ali. (1995) e foi traduzida do espanholpara o português por Ronice Miller deQuadros. Talpassagem não for
consultada na sua forma original
2 Nós não vamos nos deter à terminologia nsada nascitações, tais como deficiência, necessidades educativas especiais, educação e escolas espectais, no entanto, registramos a nossa
discordância do uso de tais termos.
INES
escolas ou unidades somente ESPAC(
para surdos em sinais. A segun- JUN/97
da implicação está relacionada
com os conhecimentose infor- 37
mações trabalhados dentro relacionada ao português.
das escolas. Em que língua es- Como a escola inc.usiva vai tra-
ses conhecimentos escolares balhar com o português como
é limitado. são trabalhados nas escolasin- segunda língua com alunos
Nesse sentido, vamos discu- clusivas? Como a arquitetura surdos, se deve trabalhar com
tir sobre algumas das implica-
ções da integração de surdos
em escolas comuns (escolas
inclusivas).
|. Implicações Linguísticas-
Como já introduzi, anterior- a
e a
mente pela própria Declaração
se
esco|
lasqe
DI dtam E . voa
de Salamanca e pela Declara-
ção dos Direitos Humanos, os
4 cultural nnão:sódossurdos,
alunos surdos têm o direito de
terem acesso ao conhecimen-
to através da sua própria lín- da escdiá Pnidiiai está orga- essa língua partindo do pres-
gua, ou seja, a LIBRAS. A pri- nizada para trabalhar com os suposto de que seja a primei-
meira implicação linguística conteúdos escolares em sinais? ra língua dos demais alunos?
está relacionada com o fato de Nós sabemos que a língua usa- Ademais, se a escola inclusiva
95% dos alunos surdos serem da é o português (oral e escri-
não está conseguindo garantir
filhos de pais que não domi- to) para atender a esse objeti-
a aquisição da primeira língua,
nam a LIBRAS; portanto, a es- vo €, como já vimos, os surdos
a língua de sinais, comoela po-
cola para surdos se torna mais acabam tendo acesso a uma
derá garantir o processo de
fundamental ainda, pois pre- quantidade extremamente li-
aquisição do português, que é
cisa garantir a aquisição da lín- mitada desses conhecimentos.
uma segunda língua para sur-
gua de sinais que é a língua Um outro exemplo disso é a
que servirá de instrumento co- própria escrita, pois muitos dos, sem uma primeira língua?
municativo para o desenvolvi- dos alunos não conseguem se Simplesmente isso é impossí-
mento educacional. Devemos alfabetizar e quandoclassifica- vel. Precisamos pensar em
salientar que a aquisição de dos como alfabetizados apre- uma escola possível para sur-
uma língua de forma natural e sentam níveis de leitura e es- dos e essa precisa ter comolín-
espontânea é a chave para a crita questionáveis. Conforme gua a língua de sinais”.
aquisição da linguagem. Como mencionado por Quadros 2. Implicações Sócio-Po-
a escola inclusiva garante essa (1997), uma pesquisa america- líticas - Uma das implicações
aquisição? Quais são os profis- na citada por Duffy (1987) sociais está relacionada com a
sionais que usam a língua de constatou que apenas 10% dos alteridade (Bhabha, 1994), isto
sinais dentro das escolas inclu- adultos surdos são alfabetiza- é, com a identidade social (cul-
sivas? Às respostas a essas per- dos em inglês e a média de lei- tural e histórica). Na verdade,
guntas nos evidenciam os pro- tura e escrita dos alunos com os surdos precisam aprender
blemas que não têm como se- o segundo grau completo a ser surdos (Padden, 1988),
rem contornados em classes corresponde à quinta série. as crianças surdas precisam ter
comuns, a não ser através de Uma terceira implicação está referências de adultos surdos

“Para mais detalhes verQuadros (1997).


recer as mesmas oportunida-
INES des. Surge então a seguinte
ESPAÇO questão: a escola inclusiva tem
oferecido as mesmas oportu-
JUN/97 nidades aos alunos surdos se
não utiliza uma língua acessí-
38 da comunidade surda para vel a esse grupo social? Con- 3. Implicações Culturais -
formarem sua identidade den- sequências dessa desigualdade Umadas implicações culturais
tro de um grupo social que acarretam impossibilidade do que pode ser mencionada é a
convive com grupossociais de aluno surdo desenvolver suas falta de produção cultural da
pessoas ouvintes. O que as es- capacidades, que por sua vez, comunidade surda. No Brasil,
colas inclusivas prevêem nes- lhe impedem de competir com a ausência de produção artís-
se sentido? Há professores sur- os demais arunos gerando uma tica dos surdos está diretamen-
dos integrando o quadro de verdadeira segregação. Então te relacionada com as implica-
educadores da escola? Há par- perguntamos: O que é ções sociais e linguísticas já
ticipação ativa da comunidade integração? A tentativa de in- mencionadas. A escola comum
surda nas atividades da esco- tegrar parece desintegrar gru- não dá espaço para a manifes-
la? Sabemos que isso não é pos sociais impossibilitando tação artística peculiar das pes-
previsto. O que acontece é a um convívio social em condi- soas surdas que dependem da
segregação dos alunos surdos ções de igualdade e de respei- expressão em sinais. Outra im-
da comunidade sur- Pplicação é a tendên-
da e da própria co- — e cia das escolas in-
munidade escolar. A —clusivas de “homo-
criança surda tende * geneizar” a produ-
a manter-se na fron- ção cultural. Os sur-
teira surdo-ouvinte dos passam a repro-
sentindo-se como duzir uma cultura
uma estrangeira | que não é a sua (por
descriminada. Uma | '* exemplo, cantan-
segunda implicação | * do). Na verdade,
é a desarticulação do gruposo- to das diferenças. Os surdos muitas vezes as escolas acabam
cial de surdos. Os atunos sur- adultos da comunidade surda limitando a produção cultural
dos parecem ser colocados manifestam-se desfavoráveis à não só dos surdos, mas de to-
estrategicamente em escolas integração de surdos em esco- dos os alunos. Conforme
separadas não sendo ofereci- las comuns porque, enquanto Apple (1996), há uma preocu-
da a oportunidade de se en- alunos, sentiam-se inferiores pação institucionalizada com a
contrarem e poderem se orga- aos seus pares ouvintes. Se tra- cultura universal. No entanto,
nizar enquanto grupo social. duzirmos Stam e Shohat essa representa um retrocesso
Como a escola inclusiva pode- (1995), quando analisam este- cultural. É fundamental que se
ria garantir a articulação do reótipos, a atual estrutura es- respeite a diversidade cultural
grupo social de surdos? Isso colar obriga o aluno surdo a e essa precisa ser resgatada nas
somente seria possível se fos- conviver com a suposta supe- escolas. A pergunta que se
se centralizado o atendimen- rioridade do ouvinte lhe impe- apresenta é a seguinte: como
to. Considerando as demais dindo de adotar posições a escola comum pode garantir
implicações já mencionadas, pró-surdos dado o preconcei- a manifestação dessas culturas
parece que de fato o ideal é o to existente; sendo assim, difi- considerando as formas parti-
que é previsto na Declaração cilmente esse aluno participa- culares de expressão da pes-
de Salamanca, ou seja, a esco- rá ativamente de suas causas. soa surda? Essa especificidade
la para surdos. Outra implica- Onde está a igualdade de con- não é representada através do
ção é a desigualdade de opor- dições propostas pelas escolas som e da audição, mas é essen-
tunidades. Uma escola para se não estão atentas a essas cialmente visual, corporal e
todos tem como objetivo ofe- questões? espacial. Considerando outras
ER
o DEBATE
perspectivas de cultura, há INES
uma implicação que deve ser
mencionada, que, por sua vez,
ESPAÇ
integração persiste até os dias
relaciona-se com as questões de hoje. Por queos proponen- JUN/97
sociais e políticas, ou seja, a tes de uma educação integra-
imposição dosilêncio aos alu- da para surdos não abrem es- 39
nos surdos. Vários relatos de - paço para a comunidade sur- dominação). Vale ressaltar que
ex-alunos surdos integrados da discutir sobre o assunto? o fracasso educzzional apre-
em escolas comuns denunci- Onde estão os surdos, sua lín- senta muitos autores (O siste-
am a cultura do silêncio impos- gua, sua cultura, sua história ma, os projetos, os professo-
ta a eles nessas escolas. Os alu- na escola inclusiva? As escolas res, as direções, os surdos
nos não sabiam como expres- para surdos previsam abrir adultos, os alunos) e que pre-
sar suas angústias e ansiedades esse espaço para que tenha-: cisa ser reconhecido para se
manifestando um sentimento mos um processo educacional pensar em novas propostas de
de incapacidade e inferiorida- que sirva ao interesse dessa trabalho. Uma terceira impli-
de de forma silenciosa. Pode- comunidade. Até hoje, quem cação, mencionada por Qua-
mos refletir sobre esses rela- elaborou as propostas educa- dros (1997), é a questão dos
tos com base nas reflexões de cionais para surdos? Por quê? conhecimentos escolares em
Orlandi (1993), essa E para quem? Todos, menos os termos quantitativos e qualita-
incompletude que os alunos surdos. Outra implicação é o tivos. Como a escola inclusiva
sentiam, a falta de algo, a sen- fato das escolas objetivarem o vai garantir a mesma quantida-
sação de incompetência foi desenvolvimento do português de e qualidade de conheci-
perpassada pelo silêncio. O (oral e escrito) e) então, mentos estudados pelos de-
fato dos alunos não consegui-
rem, não saberem como ex-
pressar esses sentimentos
torna-os partes de uma cultu-
ra oprimida, a cultura do silên-
cio (Freire, 1977). Comoas es-
colas comuns podem conse-
guir ultrapassar essas questões
diante do aluno surdo? Como
os alunos surdos integrados
vao conseguir se expressar se condicionar todo processo mais alunos? Não usandoa lín-
não se sentem capazes para educacional a esse pressupos- gua de sinais e não pensando
isso diante do contexto esco- to. Os alunos, por razões já em uma proposta que atenda
lar oferecido pela escola? O mencionadas no item sobre as as potencialidades dos alunos
que acontece com esses alu- implicações linguísticas, aca- surdos, a escola inclusiva es-
nos que não têm a oportuni- bam apresentando dificulda- tará sempre oferecendo todos
dade de aprender naturalmen- des que são usadas como jus- os conhecimentos de forma
te as formas de expressar que tificativa do fracasso do proces- bastante restrita e sem quali-
são tão próprias e essenciais da so educacional. Esse objetivo dade. Além disso, como a es-
comunidade surda? reflete uma ansiedade dos pro- cola inclusiva vai atender aos
4. Implicações Educacio- fessores que estão trabalhan- saberes que estão diretamen-
nais- Relacionadas às implica- do com os alunos surdos den- te relacionados com osinteres-
ções sócio-políticas, vale res- tro de classes comuns que re- ses da comunidade surda? Há
saltar a falta de participação da presentam várias concepções muitos temas que estão dire-
comunidade surda na tomada históricas das relações entre tamente relacionados com os
de decisões quanto às políti- língua e nação (a língua foi, e surdos, tais como: a história da
cas educacionais para surdos, ainda é, um instrumento de educação de surdos no mun-
tanto é assim que a política de delimitação de fronteiras e de do, a história das línguas de

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sinais, aspectos da língua de
INES sinais, a existência de organi-
zações mundiais, nacionais e
ESPAÇO regionais para surdos, o uso
do intérprete de língua de si- em todos os níveis de forma-
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nais, a escrita da língua de si- ção torna-se um deficiente. As-
sim sendo, precisamos pensar
40 nais. Tais tópicos precisam ser
abordados para que os alunos em escolas para surdos com
venham a participar da cons- um projeto educacional
trução da própria história com construído com a participação
referentes claros quanto a sua da comunidade escolar com comunidade surda, enquanto
existência dentro de uma co- base na realidade de cada re- parte integrante da comunida-
munidade maior. gião e com z.enção especial às de escolar, precisa participar
Todas essas implicações implicações mencionadas nes- das decisões políticas que di-
convergem para problemas de te trabalho entre outras possí- zem respeito ao processo edu-
ordem psicossocial que acarre- veis. Dessa forma, estaremos cacional de crianças surdas.
ta em distúrbios nas relações observando o que é previsto Assim estaremos trabalhando
sociais. A falta de identidade da pelas convenções dos Direitos para formar cidadãos conscien-
pessoa surda enquanto parte Humanos, ou seja, todas as tes do seu próprio processo
de um grupo social provoca pessoas têm o direito de fazer educacional em uma escola
uma série de problemas emo- parte da tomada de decisões regular para surdos, mas para
cionais difíceis de serem con- nas questões sociais, culturais, surdos. Somente dessa forma
tornados ao longo da vida da econômicas e políticas que di- estaremos garantindo a verda-
pessoa surda, além dos proble- zem respeito a elas mesmas. A deira integração social.
mas acarretados pela falta de
afetividade nas relações com
os colegas. Não estamos falan-
do de solidariedade, pois sem-
pre há colegas nas escolas co-
muns que são muito
prestativos (dando respostas,
emprestando os cadernos para
serem copiados, etc.); mas sim
estamos nos referindo à cum-
plicidade natural entre amigos
que surgem dentro da escola
e na relação com os professo-
res. Conhecemos vários sur-
dos com condições econômi-
cas favoráveis que buscam tra-
tamentos psicoterápicos quan-
do adultos por perceberem
problemas relacionais que es-
tão ligados à falta de identida-
de própria enquanto pessoa
surda. Diante dessas circuns-
tâncias, o aluno surdo que não
tem uma língua que assegura
a aquisição da linguagem, que
não tem uma identidade pes-
soal, cultural e social e que não
tem uma educação acessível

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