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Introdução
DISCIPLINA
PRÁTICAS DE ENSINO EM
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
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Práticas de ensino em deficiência auditiva|
Sumário
Sumário
Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------- 3
2 O surdo na escola ------------------------------------------------------------------------------------ 3
2.1 Filosofias educacionais ------------------------------------------------------------------------------------------ 4
2.2 Comunicação total ------------------------------------------------------------------------------------------------ 6
2.3 Português sinalizado (ou bimodalismo) -------------------------------------------------------------------- 7
2.4 Bilinguismo --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7
3 Escola e sociedade inclusiva Ações sociais---------------------------------------------------- 9
3.1 Ações políticas --------------------------------------------------------------------------------------------------- 10
3.2 Ações escolares-------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
3.3 Ações trabalhistas ---------------------------------------------------------------------------------------------- 12
4 Adaptações curriculares -------------------------------------------------------------------------- 13
4.1 Adaptação curricular de pequeno e grande porte ----------------------------------------------------- 15
4.2 Avaliação ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18
5 Libras --------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
5.1 Estrutura da língua --------------------------------------------------------------------------------------------- 19
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Introdução
1 Introdução
A aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo aspectos
cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. A aprendizagem é
resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, bem como da
transferência destes para novas situações.
2 O surdo na escola
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O surdo na escola
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O surdo na escola
No Brasil, a educação dos surdos teve início durante o segundo império, com a
chegada do educador francês Eduard Huet. Em 1857, foi fundado o Instituto Nacional
de Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES), que
inicialmente utilizava a língua de sinais, mas que em 1911 passou a adotar o oralismo.
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O surdo na escola
ainda ciência de que não poderá utilizar-se de gestos para comunicar-se. Por fim,
profissionais envolvidos orientam os familiares sobre a importância de iniciar esse
trabalho o mais precocemente possível, a fim de garantir na estimulação o melhor
desempenho da criança ainda no início do seu desenvolvimento.
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O surdo na escola
2.4 Bilinguismo
Nos anos 1980, a partir das pesquisas da professora linguista Lucinda Ferreira
Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais e da professora Eulália Fernandes, sobre a
educação dos surdos, o bilinguismo passou a ser difundido.
O bilinguismo acredita que o surdo deve adquirir a língua de sinais como língua
materna (L1), com a qual poderá desenvolver-se e comunicar-se com a comunidade
surda, e a língua oficial de seu país como segunda língua (L2), da qual fará uso para
comunicar-se com a comunidade ouvinte. Essa abordagem defende a ideia de que
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O surdo na escola
Para discutir essa questão, Skliar (1998b) apresenta quatro modelos diferentes
de educação bilíngue para surdos.
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De acordo com o Censo IBGE 2000, o Brasil tem 24,5 milhões de pessoas com
deficiência, o que corresponde ao índice de 14,5% da população do país. Dessas,
48,1% foram declaradas deficientes visuais, 22,9% com deficiência motora, 16,7% com
deficiência auditiva, 8,3% com deficiência mental e 4,1% com deficiência física.
Diante desses números o estado procura cada vez mais aprimorar as suas ações
a fim de atender mais e melhor a essa demanda. Um estado democrático só se
configura como tal quando propicia aos seus integrantes acesso e permanência aos
bens culturais, econômicos e educacionais comuns a todos, sem restrição de qualquer
ordem. É o que chamamos de sociedade inclusiva.
Muitas das orientações que o governo coloca são de ordem federal, no entanto,
é importante que haja a descentralização do poder, uma vez que cada estado e
município deverá ser capaz de organizar as suas demandas de acordo com a realidade
local. Com essas ações, direcionadas para as necessidades de cada região, teremos a
resposta positiva no processo de inclusão em todo o território nacional.
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Adaptações curriculares
4 Adaptações curriculares
As ações que orientam um país, sobretudo aquelas que envolvem determinações
sociais, muitas vezes não conseguem uma projeção significativa sem o apoio da
escola.
O que a escola e a sociedade precisam assimilar e que se faz cada vez mais
imprescindível é a necessidade de reinventar não só a educação especial, mas também
a educação regular, uma vez que ambas, em seus princípios de ensinar e incluir, não
estão conseguindo atender a sua clientela de forma específica, de acordo com a
singularidade de seus sujeitos.
Por essa razão, o reflexo de uma escola inclusiva recai sobre a sociedade, a qual
aos poucos vem assimilando que a pessoa com necessidades especiais apresenta
dificuldades inerentes aos seres humanos e não somente em razão da sua limitação
física.
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Adaptações curriculares
O processo de inclusão não deve ser visto como uma mudança do sujeito com
necessidades especiais em relação à sociedade, e sim, da sociedade em relação a esse
sujeito, uma vez que é cada vez maior o número de pessoas com necessidades
especiais em nossa sociedade, o que inclui, além daqueles com limitação física, o
miserável, o analfabeto, o negro, o índio, o idoso, a criança, entre outros.
Por esses dados, a limitação do sujeito especial não representa a limitação dos
seus direitos. O que se deseja é a oferta de um ambiente rico em possibilidades sociais
e materiais para que todas as pessoas portadoras de necessidades especiais possam
participar dos bens sociais e culturais que historicamente lhes foram negados.
✓ grau de deficiência;
✓ potencialidades de cada criança;
✓ idade cronológica;
✓ idade corrigida (confrontar se a idade que o aluno tem corrobora com o
nível de desenvolvimento da mesma, ou se está aquém ou além desta);
✓ disponibilidade de recursos humanos e materiais;
✓ condições socioeconômicas, culturais e estruturais da região.
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Adaptações curriculares
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Adaptações curriculares
Nesses termos, tudo aquilo que estiver ao alcance do professor para melhorar a
qualidade de atendimento do seu aluno em sala de aula configura-se como
Adaptação de Pequeno Porte, por sua vez, o que não couber ao professor realizar,
este tem o dever de comunicar às instâncias escolares superiores as adaptações de
Grande Porte que se fizerem necessárias. Ressalta-se que o processo de inclusão não
é responsabilidade exclusiva do professor, mas como posto, da sociedade e do Poder
Público como um todo.
• fornecer uma cópia dos textos com antecedência, assim como uma lista da
terminologia técnica utilizada na disciplina, para o aluno tomar
conhecimento das palavras e do conteúdo da aula a ser lecionada;
• a disponibilidade de Intérprete;
• este estudante poderá necessitar de tempo extra para responder aos
testes;
• o professor deve falar com naturalidade e clareza, não exagerando no tom
de voz (não bloquear a área à volta da boca);
• o professor deve evitar estar em frente à janela ou outras fontes de luz,
pois o reflexo pode obstruir a visão;
• supressão de atividades que não possam ser alcançadas pelo aluno surdo
(ditado), substituindo-as por outras mais acessíveis e significativas;
• cada criança deve receber atendimento de acordo com sua realidade, para
poder vivenciar e explorar ao máximo suas potencialidades. (BRASIL, 2000)
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Adaptações curriculares
do ensino regular não deverá usar simultaneamente duas línguas distintas, como meio
de interagir com os seus alunos surdos e ouvintes. (BRASIL, 2004, p. 14).
Nesse caso, temos o exemplo de uma adaptação curricular de grande porte, uma
vez que para a contratação de um intérprete, faz-se necessário o envolvimento de
instâncias superiores, como a solicitação da gestão escolar e a liberação desse
profissional por Secretaria de Educação, quer seja ela, municipal, estadual, federal, ou
por contrato particular.
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Adaptações curriculares
4.2 Avaliação
A observação dos alunos dentro e fora de sala de aula também é uma forma de
avaliação. Assim podemos analisar se o aluno:
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Libras
5 Libras
A apropriação da linguagem é condição sine qua non
para o desenvolvimento global de um sujeito; através dela, o
homem estrutura seu pensamento, emite seus sentimentos,
registra e apropria-se do conhecimento, comunica-se com os
seus pares, mergulha na cultura. Vygotsky e Bakhtin (apud
BRAIT, 1997, p. 320) concordam sobre a importância desse
processo registrando o papel do outro nessa construção:
O outro é, portanto, imprescindível tanto para Bakhtin como para Vygotsky. Sem
ele o homem não mergulha no mundo sígnico, não penetra na corrente da linguagem,
não se desenvolve, não realiza aprendizagens, não ascende às funções psíquicas
superiores, não forma a sua consciência, enfim, não se constitui como sujeito.
Salles (2004) coloca que a criança, ao ter contato com a língua materna, produz
um resultado surpreendente, “pois não só aprende a língua, com todas as sutilezas de
sua articulação gramatical, semântica e pragmática, como o faz de forma completa
(isto é, não existe conhecimento de língua materna pela metade ou parcial): qualquer
pessoa normal sabe a língua de sua comunidade e a utiliza de forma natural.
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Código de ética
6 Código de ética
O profissional intérprete é responsável por intermediar processos interativos,
conversacionais e discursivos de duas partes. Sob esse ofício, tem (baseado num
princípio ético) a responsabilidade com a veracidade e fidelização das informações.
Dessa forma, em 2001, criou-se o Código de Ética, caracterizando-o como um
instrumento que orienta o profissional intérprete na sua atuação e dispõe:
Art. 1.º São deveres fundamentais do intérprete: 1.º O intérprete deve ser uma
pessoa de alto caráter moral, honesto, consciente, confidente e de equilíbrio
emocional. Ele guardará informações confidenciais e não poderá trair confidências, as
quais foram confiadas a ele;
Art. 2.º O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da
interpretação, evitando interferências e opiniões próprias, a menos que seja requerido
pelo grupo a fazê-lo;
Art. 3.º O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade,
sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve
lembrar os limites de sua função e não ir além da responsabilidade;
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Código de ética
Art. 4.° O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e ser
prudente em aceitar tarefas, procurando assistência de outros intérpretes e/ou
profissionais, quando necessário, especialmente em palestras técnicas;
Art. 5.° O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir, sem
adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção indevida
sobre si mesmo, durante o exercício da função.
Art. 6.° O intérprete deve ser remunerado por serviços prestados e se dispor a
providenciar serviços de interpretação, em situações onde fundos não são possíveis;
Art. 7.° Acordos em níveis profissionais devem ter remuneração de acordo com a
tabela de cada estado, aprovada pela Feneis.
Art. 8.° O intérprete jamais deve encorajar pessoas surdas a buscarem decisões
legais ou outras em seu favor;
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Código de ética
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Código de ética
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Leitura Complementar
7 Leitura Complementar
Segundo Carmel (1982), o alfabeto manual foi inserido no meio surdo através do
primeiro professor de surdos, o abade Pedro de Ponce Leon (15201584). No entanto,
ele não publicou nada a respeito e o monge Franciscano Fray de Melchor Yebra (1526-
1586) foi o primeiro a escrever um livro que descreve e ilustra um alfabeto manual da
época, que foi publicado sete anos após a morte dele.
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Leitura Complementar
A partir daí o alfabeto manual foi introduzido em vários países com modificações,
de acordo com a ortografia linguística e cultura de cada país. Ninguém sabe
exatamente quando foi introduzido o alfabeto manual na comunidade surda
brasileira, mas se acredita que foi no ano de 1857, na época em que o professor surdo
francês, Eduard Hüet veio ao Rio de Janeiro para ajudar o imperador Dom Pedro II a
fundar a primeira escola de surdos.
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Leitura Complementar
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REFERÊNCIAS
8 REFERÊNCIAS
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(Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos). Publicado em: 2004.
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caminhos para a prática pedagógica. Brasília: MEC/SEESP, 2004. 2. v.: il. (Programa
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STROBEL, Karin L. Feneis, 23, ano VII, n. 31, jan./mar. 2007. Disponível em: <www.
feneis.com.br/page/Revista_Feneis/RevFeneis31.pdf>.
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REFERÊNCIAS
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_____ (Org.). A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1979.
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REFERÊNCIAS
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_____. Identidade surda e educação. In: BERGAMASCHI, Rosi I.; MARTINS, R. Discursos
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SILVA, Angélica Bronzatto de Paiva; PEREIRA, Maria Cristina da Cunha; ZANOLLI, Maria
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_____. (Org.) Atualidade da Educação Bilíngue para Surdos. Porto Alegre: Mediação,
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