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Física Moderna I

Prof. Ricardo de Sousa (UFAM)


1º semestre de 2021

Aula 8: Elétrons e os quanta


Sumário
1. Física moderna
2. Corpo negro (Kirchoff)
3. Lei de Stefan-Boltzmann
4. Leis de Wien
5. Teorema de Planck
6. Catástrofe do ultravioleta
7. “Teorias” de Planck
8. Quantização segundo Planck
Cambridge University Joseph John Thomson
(32 Nobel de Física) 18/12/1856-30/08/1940 (83 anos)

Orientandos de Doutorado
Física moderna
 Relatividade especial (Einstein, 1905)

 “Velha” Teoria quântica


i. Radiação do corpo negro (Planck, 1900)
ii. Efeito fotoelétrico (Einstein, 1905)
iii. Calor específico dos sólidos (Einstein, 1907)
iv. Modelos atômicos (Bohr, 1913; Sommerfeld, 1915)

 Mecânica quântica
i. Dualidade onda partícula (de Broglie, 1924)
ii. Mecânica das matrizes (Heisenberg, 1925)
iii. Mecânica ondulatória (Schrödinger, 1926)
iv. Mecânica relativística (Dirac, 1927)
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO

Kirchoff (1859):  é universal, não


depende das características do material
Corpo Negro (primeira teoria)

 A lei de Stefan-Boltzmann u= T4 foi


testada e confirmada em 1897 por
diversos pesquisadores:

 F. Paschen, O. Lummer, E. Pringheim, C.


E. Mendenhall, F. A. Saunders,....
max/T = a=1,03x1011 s-1/K
maxT = b=2,94x10-2 m.K

Lei do deslocamento de Wien


Alguns resultados…….
1) Lei do deslocamento de Wien
(1893):

  , T    f  / T 
3


u    ( , T ) d    T 4

2) Segunda lei de Wien (1896):

  , T    e 3   / T

i) Baseada numa comparação (absurda!!) da


distribuição de velocidades das moléculas de Maxwell-Boltzmann
ii) É adequada na região de altas frequências (falha no infravermelho distante)
Radiação do corpo negro
Planck (1900)

Osciladores

Contínuo
 da energia
(,T)=

Onda eletromagnética
Rayleigh (1900)
Catástrofe do ultravioleta!!!
 
(,T)= (,T)=

Teorema da equipartição
(Teoria de Rayleigh-Jeans)

O termo catástrofe do
ultravioleta foi
primeiramente usado em
1911 por (Paul Ehrenfest).
Construindo as “Teorias” de Planck
1 S
1
d S 1 dT  2  dE 
2

  2   T  
T E dE T dE   dT 
2

Planck Wien
8 2
 ( , T )  3    , T    e
3   / T

c
  / T
  E  a e
d S 2


d 2

 Até o início de 1900, a Max Planck
principal contribuição
de Planck à teoria do
corpo negro era ter
“provado” a lei de
Wien, que antes se
baseava em uma
analogia com a
distribuição de MB.

 Planck acreditava que


a lei de Wien era a
única compatível com a
termodinâmica e o
eletromagnetismo
(física clássica).
Problemas !
 Em outubro de 1900, H. Rubens e F. Kurlbaum fizeram
novas medidas contrárias à lei de Wien e avisaram a
Planck dos seus resultados, antes de divulgá-los.

 Para altos comprimentos de onda e altas


temperaturas, a densidade de energia era proporcional à
temperatura, em concordância com a lei de Rayleigh, i.e.,

( ,T )  a   T   T
Max Planck
 A experiência mostrava
que a lei de Wien estava
errada!!

 Rapidamente, Planck
procurou verificar se
havia algum ponto da
sua dedução antiga que
poderia ser mudado.
Max Planck

 O ponto crucial da dedução, que não


dependia diretamente do
eletromagnetismo nem da termodinâmica
geral, mas de um modelo de
ressonadores, era o que levava à
equação:
2
d S 

d 2

Max Planck
(outubro de 1900, Ann. Physik 1, 719 (1900)]
 Sendo a densidade de energia proporcional à temperatura
no limite de baixas frequências (0), então a energia
média dos ressonadores também deveria ser proporcional
à temperatura, e nesse caso teríamos:
  T
1 S
 (ter mod in amica)
T 
2
d S b 2
d S 
    (  )
d 2
 2 d 2

1º trabalho de Planck-interpolação
 b
 (  0 )
d S  
2 2

d 2
a
  (   )
 
Planck fez uma interpolação entre as duas equações, e
propôs (hora do desespero)
d 2S a a1 1 
    
d 2
 (  b) b   b
onde a é uma constante e b proporcional a frequência
(=h), o que reduz aos dois casos particulares acima
2
d S a a1 1 
    
d 2
 (  b) b   b
2
d S dS 1 a 1 1  a   
 d 2 d  d  T   b       b d   b ln   b 
h
  
exp(h / k BT )  1

E, finalmente, encontramos (inserimos b=h, a=kB)

 


1º trabalho de Planck-interpolação
(19 de outubro de 1900: Lei de Planck)
8 h3
1
  , T   3 h / kT
,
c e 1
27
h  6.63 10 erg.s
8 kT
2
h / kT  1    , T   3
c
 Rayleigh  Einstein  Jeans
8 h  h / kT
3
h / kT  1    , T   3
e
c
 Wien
Max Planck
 Ajustando as constantes dessa equação às medidas
experimentais, Planck notou que a equação descrevia
exatamente os dados antigos quanto os novos.

C 5
 ( , T )  c / T
e 1
Essa equação foi

apresentada à Sociedade Max Planck
Alemã de Física no dia
19/10/1900, como um
comentário ao trabalho de
H. Rubens e F. Kurlbaum.

 Nesse primeiro trabalho,


muito curto e escrito às
pressas, Planck não
apresentou nenhuma
justificativa teórica de sua
fórmula da radiação do
corpo negro.
Max Planck
O único aspecto positivo dessa primeira comunicação era que
Planck havia chegado a uma equação que satisfazia as
medidas experimentais

Rubens confirmou a concordância

Pouco depois, Lummer e Pringsheim também

Durante as 8 semanas seguintes, Planck


procurou justificar a sua equação.................
2º trabalho de Planck
14 de dezembro de 1900 Max Planck
Ann, Phys. 4, 553 (1901)]

Deduziu a sua equação


do corpo negro
utilizando a dedução
anterior (que levava à lei
de Wien),
aparentemente com
uma única diferença:
análise probabilística
dos ressonadores,
utilizando estatística
de Boltzmann.
Cálculo estatístico de Planck
[Ann. Phys. 4, 553 (1901)].
 Supôs que a energia total E=Po podia ser dividida em
P elementos o= h, e distribuída entre N ressonadores,
Planck calculou o número de distribuições possíveis de
energia (“complexions”) (Boltzmann-1877)


 N  P  1!  N  P 

N P

 N  1!.P! N P
N P
A constante h aparecia na fórmula final da radiação do
corpo negro.
  N  E /  o N  E /  o 
S ( E, N )  k B ln  N E /o 
 N (E /  o ) 
1 dS kB  E   
E h
   ln  
T dE  o  E  N o  N exp( h / k BT )  1

8h 2  8h 3
1
 ( , T )  
c3 c 3 exp(h / k BT )  1

 Fazendo h=0 não obtém a equação correta


(sob o ponto de vista experimental).
Determinação das constantes h e kB
8h 2  8h 3 1
 ( , T )  
c3 c 3 exp(h / k BT )  1

Lei do deslocamento de Wien


8h 2
8h 3 1
 ( , T )  
c 3
c exp(h / k BT )  1
3

Lei de Stefan-Boltzmann
Quantização, segundo Planck

 Posteriormente, Planck
declarou que a introdução de
h e dos elementos de
energia foi “um ato de
desespero”, e que “era
preciso dar uma explicação
teórica [para a equação do
corpo negro] a qualquer
custo, fosse qual fosse o
preço”.
Efeitos do trabalho de
Planck
 O trabalho de Planck teve
pequena repercussão nos anos
seguintes.

 Teoria do corpo negro foi testada e


confirmada: “funciona”.
 Dedução teórica não foi muito comentada
 A introdução do h e dos elementos de
energia parecia um truque sem
importância física

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