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DIREITO PEOCESSUAL PENAL I – 3º ANO, 2º SEMESTRE

DIANA MARQUES SILVA, 30002259

SUJEITOS PROCESSUAIS

Do Juiz e do Tribunal

Lei da organização do Sistema Judiciário (LOSJ)

Lei n.º62/2013, de 26 de Agosto

O âmbito do presente relatório refere-se à identificação de princípios, regras e normas jurídicas


inerentes à actuação dos Tribunais, mais concretamente dos Juízes.
O diploma objecto de análise é a Lei de Organização do Sistema Judiciário, doravante LOSJ.
De acordo com a tripartição dos poderes políticos consagradas na Constituição da República
Portuguesa (doravante CRP) respectivamente, poder executivo, legislativo e judicial, os tribunais
são os órgãos de soberania que assumem a função jurisdicional, ou seja, têm a competência
para administrar a justiça em nome do povo como consagra o art.º 202 da CRP.
Face a esta separação de poderes, os Tribunais são órgãos independentes e subordinados
apenas à Constituição e á Lei conforme art.º 203 da CRP e art.º 111, n.º1, donde resulta que a
sua actuação e a sua actividade seja pautada e vinculada por princípios e normas jurídicas
constantes em diversos diplomas que garantem a sua independência, imparcialidade e a
objectividade nas decisões, bem como a legitimidade para arrogar a aplicação do Direito.
Em articulação com o referido anteriormente, o art.º 2 da LOSJ espelha a consagração
constitucional dos tribunais como órgãos de soberania e com a competência para administrar a
justiça em nome do povo. Função jurisdicional esta que é única e exclusivamente exercida pelos
tribunais.
A parte inicial do n.º 1 do art.º 4 encontramos o Principio da Legalidade, os juízes estão
vinculados à Lei, lei em sentido amplo, na medida em que julgam apenas segundo a Constituição
e a lei á semelhança como o descrito no art.º 22.
Importa salientar que a nomeação, colocação, transferência e promoção de juízes realizada pelo
Conselho Superior da Magistratura, que é um órgão do Estado a quem estão
constitucionalmente atribuídas estas competências. Órgão este que é o único com
competências para o exercício da acção disciplinar, sendo, simultaneamente, um órgão de
salvaguarda institucional dos Juízes e da sua independência.
A independência dos juízos não se legitima apenas pela decorrência da letra da lei mas também
na conjugação de outras regras e preceitos que passo a identificar seguidamente.
DIREITO PEOCESSUAL PENAL I – 3º ANO, 2º SEMESTRE
DIANA MARQUES SILVA, 30002259

Ainda no art.º4 podemos encontrar a sua inerente subordinação à lei e o princípio da


irresponsabilidade dos juízes. Isto é, no n.º 1 para além da sua vinculação à lei devem também
obediência à lei não estando sujeitos a quaisquer outras ordens ou instruções, garantido desta
forma a não interferência ou influência de outros órgãos políticos.
Esta independência verifica-se igualmente face a outros tribunais de acordo com o art.º 39 sob
a epígrafe da proibição de desaforamento, que claramente indica que nenhuma causa pode ser
deslocada do tribunal ou juízo competente para outro, salvo nos casos expressamente previstos
na lei. Casos estes, como por exemplo, situações de impedimentos, faltas ou substituições
previstos nos art.º 85, n.º3 e art.º 86, n. 1, em que a sua substituição é determinada pelo
Conselho Superior de Magistratura de acordo com o n.º do art.º 86 em linha com o art.º 6.
Já no n.º 2 do mesmo artigo temos o princípio da irresponsabilidade judicial, que nos esclarece
que os juízes não podem ser responsabilizados pelas suas decisões, excepto as previstas na lei.
Decisões estas que devem ser fundamentadas como resulta do art.º 24. Este princípio contribui
para a garantia de objectividade e imparcialidade das decisões, evitando receios ou situações
que tornem inidóneas a aplicação do Direito.
Outra condição criada pela lei é a da inamovibilidade dos juízes como alude o art.º 5 e o art.º
155, que prevê que os juízes não podem ser transferidos, suspensos, aposentados ou demitidos
senão nos casos indicados no estatuto.
Os juízes obedecem ao dever de reserva que encontra-se concretizado no n.º 2 e n. º 3 do art.º
5, estabelecendo a sua exclusividade ao exercício da sua actividade, salvo nos casos
expressamente previsto.

Em suma, o ordenamento jurídico apresenta condições objectivamente criadas que conferem


aos juízes a garantia de independência, imparcialidade e irresponsabilidade pelas suas funções,
na justa medida que a sua actuação resulta de mecanismos pré-determinados na Lei.
Garantido desta forma a imparcialidade na decisão, em conexão com o princípio da publicidade
(art.º 25) e consequentemente contribuindo para um processo equitativo.

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