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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO


PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO

PIBIC - 2022/2023

DANIEL PALA ABECHE

O FUNK COMO REFLEXO DA SOCIEDADE ATUAL

PROJETO DE ORIGEM:

SEMIÓTICA DO SILÊNCIO: SIGNOS DA ALTERIDADE

PLANO DE ATIVIDADE DE PESQUISA DO ESTUDANTE

PIBIC

Curitiba
2022
SUMÁRIO

1. Contextualização e justificativa do trabalho do estudante 1


2. Objetivo 2
2. Descrição das atividades do estudante 3
3. Resultados esperados 3
4. Cronograma 3
PIBIC – Plano de Atividades do Estudante 1

1. CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TRABALHO DO


ESTUDANTE
Neste projeto, será interpretado o silenciamento por trás de um símbolo
muito forte culturalmente, o funk; procurando entender esse silêncio “incômodo”,
mas com muitos significados, que se atrelam a uma violência invisível. De acordo
com Trivinho (2011, p.121), a violência invisível é a violência que se reveste de e
se oblitera por todos os foros da normalidade convivial (em âmbito presencial ou
virtual), com nuances peculiares. Seu índice de coação é nulo no seio das
relações sociais. Por isso, vige, em regra, imperceptível, não somente para as
subjetividades em contexto (em especial, aquelas mais fortemente articuladas pelo
desejo do único), mas também aos olhos dos observadores externos.

O funk conhecido no Brasil foi criado a partir da junção de diversos estilos


musicais, como o funk norte-americano, hip hop, miami bass e até o samba. Logo
que surgiu, em 1980, era apenas instrumental ou com letras em inglês. Em 1989,
foram lançadas as músicas adaptadas para português. Esse estilo é um
movimento social e musical que possui identidade própria, integrando música,
coreografia, vestimentas e comportamentos específicos. Segundo Rangel, é um
ritmo que faz parte da vida dos jovens e contribui para a formação identitária
desse grupo, ou seja, colabora para a formação de linguajar, vestimenta, adornos
e posturas.

Porém, mesmo que façam mais de 20 anos do seu surgimento popular no


Brasil, o preconceito diante do funk ainda é muito presente na sociedade; parte
disso é a forma que esse movimento é compartilhado pela mídia. A partir de Sá
(2007), podemos observar como houve esse tratamento: O incidente crítico
(Zelizer, 1992) que catalisou esta onde ficou conhecido como o “arrastão” [...] Foi
quando gangues de facções rivais de morros se encontraram, provocando pânico,
confusão e talvez alguns roubos entre os banhistas. Veiculado no Jornal Nacional,
sem identificar os agentes dos distúrbios, a resposta imediata das autoridades
consultadas foi a de “eram os funkeiros”. Seguiu-se um enorme debate e a
associação entre os bailes funk e a violência atravessou a década de 90, presente
PIBIC – Plano de Atividades do Estudante 2

no imaginário da mídia, das autoridades policiais e da classe média, com medidas


de repressão, cartas nos jornais e ondas de demonização do fenômeno na mídia.
(SÁ, 2007, p. 10).

Com o maior reconhecimento nos últimos anos, esse movimento saiu das
classes de baixa renda e se inseriu nas classes médias, passando a ser
“consumido indistintamente por jovens do asfalto ou dos morros” (HERSCHMANN,
2000, p. 17). Essa classe que agora também consome o funk, é a mesma que faz
o máximo possível para não conviver com moradores da periferia.

Nas periferias brasileiras, muitos jovens se sentem excluídos da sociedade;


têm dificuldade para encontrar trabalho e finalizar os estudos. Utilizam da música
como uma “fuga” da realidade, saindo das condições em que são impostos. Nos
últimos anos, MC’s de funk estão ganhando ainda mais reconhecimento e
conseguindo mudar de vida através da música; inspirando muitos desses jovens
nas favelas e periferias, mostrando uma solução para sair da dificuldade da vida
em vulnerabilidade social.

2. OBJETIVO

O principal objetivo do estudo é analisar a forma que o funk surgiu no Brasil,


e a força que ele é disseminado nas periferias e nas favelas. Além disso, será
analisada a forma em que os consumidores dessa estética são vistos diante da
sociedade, e como são silenciados em diversas situações pelo preconceito e tabu
em que o funk é colocado. Será investigado o significado desse estilo musical para
as camadas mais pobres da sociedade, e qual é a sua importância, visto que a
cultura é um reflexo do que acontece atualmente, principalmente nas favelas.

Busca-se entender, também, a resistência à cultura hegemônica da cultura


popular, mostrando o poder que essas classes mais baixas têm dentro da
sociedade; rompendo barreiras impostas pelas classes mais altas
(ESCOSTEGUY, 2010): como o funk se tornou tão popular, mesmo sendo
silenciado pela elite brasileira.
PIBIC – Plano de Atividades do Estudante 3

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO ESTUDANTE (máximo de 2


páginas)

Esta é uma descrição técnica de como será desenvolvido a atividade pelo


estudante. Devem estar detalhadas, de forma lógica e linear, todas as etapas do
Plano de Atividade, as tarefas do estudante, a sistemática de acompanhamento
das atividades e quais são os resultados esperados durante a vigência da bolsa,
bem como a forma de análise dos resultados obtidos. O roteiro deve
obrigatoriamente cobrir o período de 12 meses da bolsa.

4. RESULTADOS ESPERADOS
Neste espaço, deve-se contextualizar como o objeto da pesquisa irá
impactar os envolvidos no tema e quais os frutos que virão dele. Descrever de
forma sucinta os resultados que se pretende atingir com a metodologias, com a
abordagem ou tecnologia proposta para este projeto, assim como a relevância
para o cenário nacional e internacional, relatando qual problema que será
resolvido. A contextualização bibliográfica também pode ser apresentada aqui no
sentido de descrever a contribuição desta pesquisa para a área.

4.CRONOGRAMA (máximo de 1 página)


Corresponde à apresentação, preferencialmente, através de tabela, planilha
ou esquema, da distribuição das várias etapas do Plano de Atividades ao longo do
período previsto para sua execução.

Tabela 01. Exemplo de atividades a serem inseridas

Exemplo de Atividades 20XX 20XX


AGO. SET. OUT. NOV. DEZ. JAN. FEV. MAR. ABR. MAIO JUN. JUL. AGO SET OUT

Revisão de literatura X X X X X X
Coleta de dados X X
PIBIC – Plano de Atividades do Estudante 4

Relatório Parcial X
Análise dos resultados X X X
Relatório Final X X
SEMIC X

REFERÊNCIAS

MORETTO, J. Tudo acaba em funk: um documentário sobre a apropriação da


cultura funk, 2015. <
https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/2080/Moretto_Julien.pdf?sequence=
1&isAllowed=y > Acesso em 06 de abril de 2022.

SÁ, P. S. Funk carioca: música eletrônica popular brasileira?!, 2007.


< https://www.e-compos.org.br/e-compos/article/view/195 > Acesso em 06 de abril
de 2022.

ALVES, B. J. Funk: o grito esguelhado do morro por liberdade, 2018. <


http://repositorio.fdv.br:8080/handle/fdv/320 > Acesso em 06 de abril de 2022.

HERSCHMANN, M. As imagens da galera funk na imprensa <


http://www.mirelaberger.com.br/mirela/download/funk_e_midia2.pdf > Acesso em
06 de abril de 2022.

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