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Semana de 17 a 23 de janeiro
2h de trabalho autónomo
1h síncrona (sessão online)
T UTORIAS A UTORREGULATÓRIAS
Ficha Técnica
Escola de Psicologia,
Universidade do Minho
Braga, Portugal
2016/2017
Equipa de Formação: Abílio Lourenço, Armanda Pereira, Jennifer Cunha, Juliana Martins, Olímpia Paiva, Paula Magalhães, Raquel Azevedo, Rita Nunes, Sílvia
Lopes, Tânia Moreira, Tânia Nunes.
Agradecimentos:
À Dr.ª Ana Paula Alves, pelo apoio técnico prestado na utilização das ferramentas informáticas (Moodle, edX, Padlet, Tricider e Adobe Connect), cruciais para
a realização do projeto Mentor.
À Porto Editora pela disponibilização gratuita dos livros da coleção (Des)venturas do Testas.
Contactos:
mentorcf@gmail.com
Índice
1. Tipos de conhecimento envolvidos nos processos de aprendizagem 5
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M2 | Tipos de Conhecimento
particular é transferível para novas situações de resolução de problemas. Esta dificuldade está
associada a lacunas no próprio processo de aprender (Schunk, 1998).
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M2 | Tipos de Conhecimento
- constrói o caminho da sua aprendizagem, testando as estratégias que melhor se ajustam
às suas características individuais e ao contexto em que se insere.
Quando o aluno usa estratégias de aprendizagem ajustadas aos seus objetivos, desenvolve
competências metacognitivas (Garner & Alexander, 1989). Isto é, está consciente dos processos
cognitivos ativados e da necessidade de os controlar para alcançar um objetivo (Meichenbaum,
Burland, Gruson & Cameron, 1985).
A metacognição engloba três tipos de conhecimento (Paris & Byrnes, 1989; Paris &
Cunningham, 1996; Schraw & Moshman, 1995): Nota
Declarativo; Recorde a definição de
Procedimental; metacognição
Condicional. apresentada no módulo 1.
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M2 | Tipos de Conhecimento
A aprendizagem conceptual engloba, portanto, uma multiplicidade de conceitos que devem ser
organizados e interligados entre si (e.g., o cálculo não está confinado à aula de matemática,
sendo fundamental nas aulas práticas de física e química). Os conceitos podem ser definidos
como categorias que agrupam um conjunto de objetos, acontecimentos ou símbolos a partir do
que têm em comum (Rosário, 2013).
Os conceitos são unidades de sentido que estão presentes nas aprendizagens mais iniciais do
desenvolvimento de uma criança. Exemplo:
É por isso importante não ignorar a importância dos conhecimentos base dos alunos e construir
as novas aprendizagens a partir dessa base. Exemplo:
Para além do conhecimento base acerca do conteúdo em si, também não é possível ignorar todos
os pensamentos, sentimentos, perceções, interesses e crenças que temos acerca do mesmo.
Este conjunto de aspetos que antecede e filtra as novas aprendizagens é definido como
conhecimento prévio (Alexander, Schallbert, & Hare, 1991):
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M2 | Tipos de Conhecimento
Retomando a classificação do conhecimento metacognitivo, o conhecimento, em si, tal como
a matéria física que nos rodeia, pode ser encontrado em três estados (Figura 2):
Ryle (1949) etiquetou este tipo de conhecimento com o rótulo “o que é” porque permite
completar as seguintes afirmações:
Pela sua natureza, o conhecimento declarativo tem tido desde sempre um tratamento
privilegiado no meio educativo. Porquê?
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M2 | Tipos de Conhecimento
1.3. Conhecimento procedimental: Saber “o como”
Avaliar estes processos do conhecimento procedimental é uma tarefa árdua e, por este motivo,
nem sempre presente no sistema de avaliação no contexto educativo.
Para Ryle (1949), a etiqueta para o conhecimento condicional está relacionada com a
compreensão do quando, onde, e do porquê, i.e., a razão de o conhecimento dever ser
convocado numa determinada situação ou tarefa.
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M2 | Tipos de Conhecimento
Um aluno pode:
mas, obviamente, tem de ler e estudar o texto com a profundidade adequada. Se o decide “ler na
diagonal”, saltando algumas partes, o seu desempenho na tarefa final será, necessariamente,
incompleto e superficial (Rosário, 2013).
O conhecimento condicional:
ii. exige uma grande flexibilidade cognitiva, uma vez que se relaciona com a
compreensão dos aspetos do conhecimento que são mais ou menos apropriados em
função de um determinado espaço e tempo (Rosário, Núñez & González-Pienda, 2007).
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M2 | Tipos de Conhecimento
1.5. Tipos de conhecimento: sequência instrutiva
Aumenta de
Conhecimento Instrução direta
Instruir acerca do forma direta o
Declarativo que é conhecimento
declarativo
Nota Nota
Explore a metodologia para A sequência instrutiva
internalização das Demonstra como
estratégias de
Conhecimento Modelação
Dar a conhecer, utilizar as
será retomada mais
adiante no módulo 5.
aprendizagem através das Procedimental como fazer estratégias em
contexto
sequências instrutivas no
emaze:
https://www.emaze.com/@
Assistir o aluno O feedback centrado
AZFZWQLO/m2--tipos-de- no desempenho
conhecimento Conhecimento Prática guiada
na escolha e
aplicação de uma ajuda a internalizar
Condicional com feedback
determinada
as competências
aprendidas através
tarefa do treino
Figura 3. Esquema resumo dos tipos de instrução requeridos para o desenvolvimento de cada um dos
tipos de conhecimento (Paris & Paris, 2001; Rosário, 2004)
1.6. Resumo
Espreite Os processos de aprendizagem ajudam os alunos a questionar a sua forma de pensar, sendo
fundamental que estejam ativamente envolvidos no seu processo de aprendizagem (agência).
Para facilitar este processo o conhecimento do professor relativamente às estratégias de
Outro vídeo relacionado com a
temática dos tipos de
aprendizagem do aluno é crucial.
conhecimento: Quando o aluno tem consciência dos processos cognitivos que ativa e do controlo que exerce
https://www.youtube.com/watc sobre o seu funcionamento está a exercitar a sua metacognição.
h?v=5u__P3GrEiQ&list=PL_Y-
A competência metacognitiva engloba três tipos de conhecimento: declarativo (o que é),
60C2FBpb5tICUrVbWESwKZfun
7rIf&index=13 procedimental (o como) e o condicional (o quando, onde e o porquê).
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M2 | Competências do Tutor
O ciclo do processo de ajuda compreende três fases principais: fase de facilitação, fase de
transição/insight e fase da ação, a que correspondem objetivos específicos que devem ser
trabalhados, exigindo diferentes competências de ajuda por parte do tutor (ver Quadro 1).
Dada a sua importância para o estabelecimento do processo de ajuda, nesta primeira Nota
apresentação do modelo desenvolveremos com mais pormenor a fase de facilitação.
Recorde os objetivos do
processo de ajuda
A primeira fase do processo de ajuda – a fase da facilitação - como podemos verificar no abordados no módulo 1.
quadro 1, foca-se essencialmente no estabelecimento de uma base de relacionamento ou,
por outras palavras, na construção de uma boa relação com o tutorando. Esta fase é crucial no
processo de ajuda, sendo um “alicerce” fundamental da tutoria. Pode incluir expressões
verbais, não-verbais, ação física direta ou uma combinação destes elementos, de acordo
com a idade, inteligência e grau de contacto do tutorando com a realidade.
Neste sentido, numa relação de ajuda o tutor deve primeiramente utilizar as dimensões menos
ameaçadoras (facilitadoras) para apoiar e preparar o tutorando para as dimensões
eventualmente ameaçadoras, mas frequentemente necessárias, de ação ou de iniciativa. Se os
tutores construírem cuidadosamente esta base de interação com os tutorandos,
assegurarão o sucesso das etapas seguintes, quando o processo se tornar mais
"exigente".
1
Baseado em Gazda, G., Balzer, F., Childers, W., Nealy, A., Phelps, R., & Walters, R. (2005). Human
relations development: A manual for educators. Boston: Allyn & Bacon.
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M2 | Competências do Tutor
Quadro 1. Síntese de um modelo de tutoria
Competências de ajuda e de
Fase Descrição
comunicação necessárias em cada fase2
2
Nota: Cada uma destas competências envolve o ato de perceber (dar-se conta de) e o ato de responder
(promover a tomada de consciência sobre)
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M2 | Competências do Tutor
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M2 | Competências do Tutor
No sentido de alcançar tais resultados podemos observar o ciclo trifásico para a resolução de
problemas - (i) autoexploração, (ii) autocompreensão e comprometimento com a
mudança e (iii) ações adequadas e eficazes. Contudo, há exceções, por exemplo, no caso de
tutorandos com baixo contacto com a realidade ou perturbação psicológica. Nestas situações,
deve-se encaminhar o caso para o SPO (Serviço de Psicologia e Orientação).
2.2. Resumo
A tutoria deve seguir três fases para que o processo de ajuda seja mais eficaz: fase de
facilitação, fase de transição/insight e fase da ação. Todas as fases são importantes, no entanto,
a fase de facilitação, onde se estabelece a relação entre tutor e tutorando, assume-se como o
alicerce de todo o processo de ajuda. Só depois estarão reunidas as condições necessárias para
que o tutor possa apoiar o tutorando na compreensão do problema e, posteriormente, instigar a
sua ação.
O tutor deverá ser treinado em competências-chave de cada fase do processo de ajuda: empatia,
respeito e afetividade (fase de facilitação); especificidade, autenticidade e autorrevelação (fase
de transição/insight); e confrontação e imediaticidade (fase da ação).
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3. Mediateca e Fontes
Alexander, P. A., Schallbert, D. L., & Hare, V. C. (1991). Coming to terms: How researchers in
learning and literacy talk about knowledge. Review of Educational Research, 61, 315-343.
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Brophy, J. (2006). History of Research on classroom management. In C. M. Evertson & C. S.
Weinstein (Eds.), Handbook of Classroom Management. Mahwah, New Jersey: Erlbaum.
Garner, R., & Alexander, P. A. (1989). Metacognition: Answered and unanswered questions.
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Gazda, G., Balzer, F., Childers, W., Nealy, A., Phelps, R., & Walters, R. (2005). Human relations
development: A manual for educators. Boston: Allyn & Bacon.
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and intrinsic motivation: Making sense of their independent interdependence.
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Meichenbaum, D., Burland, S., Gruson, L., & Cameron, R. (1985). Metacognitive assessment. In
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Paris, S. G., & Byrnes, J. P. (1989). The Constructivist Approach to Self-Regulation and Learning
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(Eds.), Handbook of Educational Psychology (pp. 117-146), New York: Macmillan.
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Paris, S. G., & Paris, A. H. (2001). Classroom Applications of Research on Self-Regulated
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https://www.youtube.com/watch?v=5u__P3GrEiQ&list=PL_Y-
60C2FBpb5tICUrVbWESwKZfun7rIf&index=13
https://www.youtube.com/watch?v=bOnH0AuyVSs&feature=youtu.be&list=PL_Y-
60C2FBpb5tICUrVbWESwKZfun7rIf
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